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DA IMAGEM
Leitura da Imagem
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incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e
Distribuidora Educacional S.A.
ISBN 978-85-8482-117-4
CDD 370.157
Sumário
Olá caros leitores, sou a professora Laura Célia e apresento a vocês o livro Lei-
tura de Imagem. Espero que este livro possa auxiliá-los na consolidação de seus
conhecimentos, possibilite reflexões diversas e experiências estéticas.
Vivemos rodeados por imagens, pois elas se encontram nos muros, nos
cartazes, nas paredes, nos outdoors, enfim, por toda parte e junto com as imagens
percebemos também, a forte presença da arte. Ela aparece nas apresentações
artísticas, nas apresentações circenses, no design dos diversos objetos, na
composição dos bordados, nas formas dos entalhes, na arquitetura, na interferência
urbana registrada em muros, como a dos grafiteiros, em praças, paredes, em
igrejas, nas revistas, jornais, televisão, cinema e tantos outros.
As imagens exercem uma função, como não são alheias aos fatos e
acontecimentos, elas revelam lugares, costumes, etnias, tempos, enfim, se
comunicam.
Bons estudos!
Unidade 1
ALFABETIZAÇÃO VISUAL:
A IMAGEM COMO OBJETO
DE ESTUDO
Objetivos de aprendizagem:
l Compreender o que seja linguagem;
l Distinguir linguagem verbal e não verbal;
l Perceber as possibilidades de leitura de imagens diversas;
l Compreender os aspectos formais, informais, interpretativos e
contextualizados da leitura de obra de arte.
Introdução à unidade
Caros leitores, nosso objeto principal de estudo neste livro, iniciando por
esta unidade, será a imagem e as possíveis forma de utilizá-la na educação, não
como ilustração, mas em relação à imagem em si, seu potencial de leitura e de
interpretação.
Seção 1
Nosso enfoque neste livro será acerca da linguagem não verbal, no entanto,
faz-se necessário refletir sobre as demais (verbal e mista).
A linguagem mista é aquela que utiliza das duas, verbal e não verbal, ao
mesmo tempo.
Agora vamos conhecer a linguagem não verbal. Percebemos muito sobre uma
determinada pessoa, por meio de sua postura, do tom de sua voz, seus gestos e
expressões, etc. Não apenas em seres humanos há esta percepção, mas também
nos animais, por exemplo, quando um cachorro balança a cauda quer dizer que
está feliz ou coloca a cauda entre as pernas expressa medo, insegurança, tristeza.
A linguagem não verbal está expressa na simbologia, nas placas de trânsito, nas
cores do semáforo, nos logotipos e na arte, chegando, então, no nosso ponto de
partida para a reflexão sobre leitura de imagem. De acordo com Cava (2009), a
proposta contemporânea para o ensino de Arte é trabalhar com imagens, dentre
elas obras de arte.
Pelo que percebemos a leitura do menino não está sendo muito prazerosa, há
uma interrogação, uma dúvida sobre o que está lendo, parece que está difícil a sua
compreensão. Para percebermos isto, não precisamos de uma legenda, a própria
imagem já nos diz.
Vamos agora a uma obra de arte de Victor Meireles, a seguir. Você acha que
precisa de leitura para entender de que se trata de um evento religioso, o contexto
em que isso ocorre, as cores que foram utilizadas, se é uma obra abstrata ou
figurativa e outros? Pois é, a própria imagem já nos diz. Mas para sabermos com
maiores detalhes e precisão do que se trata, sobre o contexto, nome da obra e
do artista etc., aí sim, precisamos de um relato verbal ou por escrito, isto é, da
linguagem verbal.
Nossos gestos e atitudes falam por nós! E gritam mais alto que nossas
palavras! No filme VOCÊ SABE EM QUE RUAS NÓS TRABALHAMOS
HOJE? No vídeo Comunicação não verbal - O corpo fala - Linguagem
corporal, com Charlie Chaplin, no link a seguir, podemos conferir o
que estamos dizendo. Para saber sobre linguagem verbal e não verbal
assista ao link:
<https://www.youtube.com/watch?v=1ow1oDkhkjo>. Acesso em: 20
nov. 2014.
Vamos conferir algumas imagens não verbais que estamos habituados a ler:
Sobrevivemos sem arte, no entanto, a vida seria muito sem graça sem ela, pois a
arte dá cor, sabor, emoção, encantamento, prazer em nossas vidas, e nos propicia
também conhecimento e muitos outros sentimentos que nos tornam vivos, nos
fazem vibrar, nos sensibilizam e nos tocam!
De acordo com Martins, Picosque e Guerra (1998), “Arte”, uma palavra pequena,
em relação à quantidade de letras, porém intensa em relação a seu sentido, ela
comunica, provoca, encanta e ultrapassa as barreiras do tempo, da distância e da
cultura, basta observarmos que os primeiros registros de arte surgem lá na pré-
história, muito antes da escrita ser inventada e acompanha o homem desde lá até
a contemporaneidade. Abaixo, na figura 1.7, observamos uma pintura rupestre na
localidade de Chirapaca, província Andes na Bolívia. A representação parece ser de
bailarinas de Morenada entre os séculos de XVII e XVIII.
Fonte: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Morenada_-_pintura_rupestre_de_Chirapaca.
svg?uselang=pt-br>. Acesso em: 20 nov. 2014.
Esta imagem sem o texto, provavelmente perderia o sentido e este texto sem a
imagem também não teria sentido, portanto, ambas se completam.
Seção 2
Como somos seres singulares, ou seja, únicos, temos um jeito único e próprio
de ler, perceber e interpretar imagens, pois nossas leituras estão relacionadas
com nosso jeito de ser, nossa história de vida, o contexto em que vivemos, o
conhecimento que temos em relação à arte, nossa idade, dentre outros. Portanto,
diante de uma mesma imagem, temos formas, sensações, percepções e
interpretações diferentes.
Agora vamos para a leitura interpretativa, esta é mais livre no sentido em que
trata-se de uma interpretação, não há conteúdos a seguir, o que há é a percepção
do professor em relação a suas escolhas, a suas perguntas.
Leitura Interpretativa: neste momento vale tudo o que já foi dito anteriormente,
a história de vida do espectador, sua idade, o conhecimento sobre arte que possui,
suas vivências dentre outros.
Será neste momento que o aluno expressará suas percepções. Que lembranças
lhe vêm à cabeça, o que conhece sobre arte, o que aquela imagem lhe diz, enfim,
como ele a interpreta, a percebe.
É bom que desde cedo os alunos tenham contato com imagens diversas e
dentre elas as obras de arte, conhecendo o artista, a obra e o contexto em que foi
realizada.
Ler imagens diversas, dentre elas obra de arte, é uma interpretação cultural,
ler uma imagem é o mesmo que decompô-la, que descrevê-la minuciosamente,
de acordo com Pillar (1999), em relação à obra de arte, ler uma obra de arte é
observá-la, perceber suas formas, texturas, cores, seu tema, os sentimentos que
provocam, as lembranças que desencadeiam dentre outros. Essa leitura da obra
de arte propõe uma leitura de mundo e de nós mesmos neste mundo.
- Qual o tema?
É claro que o vocabulário terá que ser condizente com a faixa etária das crianças,
para que haja entendimento, mas utilizando paralelamente a nomenclatura correta.
Não precisa necessariamente fazer tantas perguntas, estas são apenas sugestões.
Caso ele esteja trabalhando cores, por exemplo, pode dar mais ênfase na questão
das cores ou formas ou diferentes tipos de linhas, texturas etc.
Quando a criança faz a leitura de uma obra de arte, geralmente ela cria uma
história sobre o que está vendo, o professor deve deixá-la usar a imaginação, isto
contribui, para mais tarde, quando for produzir um texto se saia bem.
uma obra de arte, (explique o que é reprodução, por exemplo), caso não seja a
obra original, para Suzuki et al. (2012, p. 52)
Ponto: por ser um elemento básico na produção artística é utilizado por todo
artista na realização de seus trabalhos artísticos. O ponto tem como característica
a simplicidade este não pode ser reduzido, não possui formato nem dimensão.
Quando estão agrupados apresentam um expressivo efeito visual com formas
ordenadas ou aleatórias em que o olho reúne os pontos em uma única imagem. O
ponto constrói a imagem e funciona como referência no espaço visual por ter um
grande poder de atração para a visão humana.
Pensando na arte, temos obras de arte cuja as formas são figurativas e outras
formas abstratas.
Figura 1.25- Jean-François Millet Mulher na janela - Inst. de Arte – Chicago - (1844)
figura 1.25, trabalhe, nesta atividade, com outras obras de arte, veja a
seguir algumas sugestões de obras:
Mulher na Janela - Salvador Dalí - 1925
Disponível em:
< http://comentada.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html >.
Mulher da janela...
Disponível em:
< http://cefaleiapoetica.blogspot.com.br/2009/02/mulher-da-janela.
html >.
OLHAR
“... pensar sobre uma
imagem, o que ela mostra e
como ela mostra, é ler, é
atribuir-lhe um
significado, é estabelecer
uma relação de produção de
sentido...”
Pillar (1999)
Essa aproximação ou não aos elementos pintados na obra de arte, que o autor
alude, é o que nos faz, muitas vezes, termos uma experiência estética.
Quanto menor a criança, mais receptiva a obras ela é, inclusive as obras não
figurativas. Uma sugestão é trabalhar desde educação infantil, além das temáticas
sugeridas pelos RCNEIs, as obras de artistas Naïf, que em geral são coloridas,
figurativas, apresentando temáticas simples do cotidiano como: festas, casamentos,
brincadeiras, animais, etc.
Você conhece estas obras? As três parecem ser do mesmo pintor? Por quê?
Qual o fio condutor entre elas, ou seja, o que as três têm em comum? Que
palavra poderia ser utilizada para traduzir esta obra?
Referências
CAVA, Laura Célia Sant’Ana Cabral. Ensino das artes: pedagogia. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2009.
CAVA, Laura Célia Sant’Ana Cabral. Ensino de Arte e música. Londrina: UNOPAR,
2014.
PILLAR, Analice Dutra. A educação do olhar do ensino das artes. Porto Alegre:
Mediação, 1999.
SUZUKI, Juliana Telles Faria et al. Ludicidade e educação. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2012.
EDUCAÇÃO DO OLHAR:
AS IMAGENS NA LEITURA
E VISÃO DE MUNDO
Laura Célia Sant’Ana Cabral Cava
Objetivos de aprendizagem:
Introdução à unidade
Seção 1
Canal de comunicação
• onoma (o nome)
Ao longo dos séculos, o signo foi abordado por diversos pensadores como
Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, Leonino de Pádua, e também Roger Bacon
e São Tomás de Aquino que escrevem os livros, De Signis e Tractotus de Signis,
respectivamente.
Mas é no final do século XIX e início do século XX que surgem dois grandes
expoentes para a questão: Charles Sandres Pierce, instrumentalizando os estudos
filosóficos e o pai da linguística, Ferdinand Saussure.
significado.
Para Santaella (1983, p. 15, grifo do autor) a semiótica "é a ciência que tem por
objeto de investigação todas as linguagens possíveis".
Dessa forma,
Para que você, caro leitor, compreenda melhor esta explicação, apresentaremos.
São, então, os seguintes elementos da comunicação: emissor, receptor, mensagem,
Função Conativa
Podemos chamá-la de
Função Emotiva
Ex.: Guernica é um símbolo doloroso do terror que pode ser produzido pelas
guerras.
Função Metalinguística
Ex.: Canto porque gosto de cantar. Ao passar as ideias para o papel, sinto-me
realizada...
Função Fática
Ex.: Alô vó! Fiz o que pediu, certo? Devo voltar à nave? Alô!!
Função Poética
Seção 2
A leitura que as pessoas fazem não são as mesmas, pois cada pessoa é única e
ao analisar e interpretar uma obra de arte, por exemplo, sua leitura será relacionada
à sua história de vida, seu contexto, o conhecimento que traz em relação à arte,
sua idade, o momento que está vivendo, dentre outros.
• Leitura da obra;
• Utilizar a obra como referência e imaginar o que as mulheres estão vendo. Fazer
uma composição pictórica sobre o imaginado;
Estágios Descrição
Descrever Identificar apenas o que está evidente na obra de arte.
Analisar Identificar elementos da composição visual, estabelecendo
relações entre os elementos encontrados na obra de arte.
Interpretar Procurar identificar quais os sentidos, ideias, sentimentos e
expressões intencionadas pelo autor, ou seja, dar sentido ao que
observou na obra de arte.
Julgar Emitir juízo de valor sobre a obra de arte, se ela é importante ou
não, se tem qualidade estética.
Fonte: Do autor (2014)
Estágios Descrição
Aquecer/
Preparar o material visual e/ou obra de arte que será apreciado.
Sensibilizar
Descrever Descrever os aspectos formais da imagem.
Analisar os conceitos formais da obra visual, como o artista
Analisar
organizou a sua composição visual.
O leitor interpreta a obra visual, apontando que sentimentos lhe
Interpretar
são trazidos, ideias ou sensações.
É ampliado ao leitor o conhecimento da obra visual por meio
Fundamentar
da contextualização histórica.
O fazer artístico, ou seja, a realização de produção artística a
Revelar
partir da obra observada.
Fonte: Do autor (2014)
Estágios Descrição
Favoritismo/
Primeiramente a pessoa faz uma seleção de uma obra visual ou
Preferência/
parte dela que goste.
Gosto Pessoal
Beleza/ Em seguida, ela escolhe imagens ou obras visuais que são
Realismo “bonitas” ou o tema que considera “bonito”.
Nesta fase, o importante é a expressão do artista, para
Expressão compreender as intenções dele ao produzir a obra visual; que
sentimentos, ideias ou sensações a obra expressa.
Nesta fase, o espectador demonstra interesse pelo estilo
Estilo/Forma e composição visual da obra, buscando relacionar com a
expressividade dela.
Juízo/ Entender a validade da obra segundo seu contexto social e
Interpretação/ histórico, buscando compreender os sentidos e experiência que
Autonomia ela traz ao espectador.
Fonte: Do autor (2014)
Estágios Descrição
Contextualização da obra de arte. Conhecer/analisar a
história da obra e o contexto de sua produção, bem como
o artista e época em que foi produzida, relacionando-a
Contextualização
com o contexto atual, pensando a obra de arte de uma
forma mais ampla, para, consequentemente, ampliar o
conhecimento em arte.
Apreciação, percepção, sensibilização, leitura de imagem
por meio da gramática visual.
Leitura da Conhecer os elementos visuais da obra, para descobrir
Obra de arte/ e discutir questões que ela revela. Conhecer a obra e
Apreciação compará-la com obras e
artistas de outras épocas ou não, interpretando-a
subjetivamente.
Momento de criação, produção, de representação e
expressão artística.
A obra observada é uma boa referência para estimular
Fazer artístico o indivíduo a criar artisticamente, experimentando
diferentes linguagens, sem que seja uma cópia ou modelo
estereotipado da obra observada. Deve-se preservar a
criatividade e a livre expressão na criação de uma nova obra.
Fonte: Do autor (2014)
MATEMÁTICA
Sugestão de atividades
Sugestão de perguntas:
EDUCAÇÃO FÍSICA
Sugestão de atividade
Sugestão de perguntas
HISTÓRIA
Figura 2.17 - Monumento às Bandeiras
Sugestão de atividades
CIÊNCIAS
Sugestão de atividade
Sugestões de perguntas
LÍNGUA PORTUGUESA
Sugestão de perguntas
• Em que contexto, de acordo com a imagem e o título, esta obra foi pintada?
• Como será que cada pessoa se comunica, será que são todas do mesmo lugar
ou há uma variação linguística?
Sugestão de atividades
GEOGRAFIA
Sugestão de perguntas
Veja uma releitura realizada por Vincent Van Gogh, da obra de Millet.
Sugestão de atividades
• Que música você relaciona com a obra de arte "As Respidadeiras" de Millet?
• Faça uma paisagem rural, por meio da pintura e uma paisagem urbana.
a) o pai.
b) a filha.
c) o celular.
d) o código.
e) a fala.
Referências
ARAUJO, G. C.; OLIVEIRA, A. A. Sobre métodos de leitura de imagem no ensino
da arte contemporânea. Imagens da educação, Maringá, v.3, n. 2, p. 70-76, 2013.
Disponível em:<http://www.academia.edu/9121992/SOBRE_M%C3%89TODOS_
DE_LEITURA_DE_IMAGEM_NO_ENSINO_DA_ARTE_CONTEMPOR%C3%82NEA>.
Acesso em: 12 dez. 2014.
LEITURA IMAGÉTICA:
UMA PROPOSTA
INTERDISCIPLINAR DE
ENSINO
Objetivos de aprendizagem:
Introdução à unidade
Seção 1
A arte deve ser pensada como uma área do conhecimento que possibilita uma
reflexão sobre os valores artísticos e estéticos em nossa sociedade.
O curador é aquele que, de certa forma, conduz um projeto, uma proposta que
culmina em uma exposição em um museu, galeria ou outro espaço destinado à
arte. É ele quem faz uma leitura, em relação aos trabalhos que serão expostos e os
organiza neste espaço. O curador precisa ter uma percepção aguçada e sensível,
no sentido de promover um espaço estimulante, interrogante e provocador ao
público. Pensando no contexto escolar, o espaço estimulante, interrogante e
provocador seria a própria sala de aula.
diz que o critério para a escolha das obras de arte, escolhido por muitos destes
professores é a beleza, outras vezes serviam para ilustrar ou para reafirmar as obras
mais divulgadas, como as de Monet, Picasso, Van Gogh, Leonardo da Vinci, Tarsila
do Amaral, Portinari e Volpi. Em alguns casos, ela é um conteúdo específico e
pode traduzir uma abordagem superficial, valorizando apenas a disciplina de Arte e
não a arte como linguagem, além de não potencializar a mediação das imagens e
as provocações por ela suscitadas.
Para Martins (2006) mediar não significa ser uma ponte entre quem sabe e
quem não sabe, entre a obra e o espectador, no nosso caso o aluno, mas como
um “estar entre” muitos como: mediar entre as obras escolhidas, entre elas e os
alunos, o estar entre, da mediação cultural não pode desconhecer o interlecutor/
aluno e o desafio maior: provocar uma experiência estética.
Seção 2
Arte e tecnologia
Consta nos Parâmetros Curriculares de Arte - PCNs de Arte (BRASIL, 1997), que
o conhecimento em Arte possibilita ao aluno reconhecer as diversidades, construir
uma autoimagem positiva, a se integrar com o grupo, pois a maioria das propostas
artísticas é desenvolvida em grupos, proporcionando também a construção de sua
autonomia.
Não cabe mais em nossos dias um ensino nos moldes da escola tradicional, em
que o professor é o dono exclusivo do saber e os alunos recebem tudo passivamente.
Há que se pensar em uma forma de trabalhar os conteúdos de Arte, utilizando a
tecnologia como ferramenta, em que o professor, como mediador, seja importante
neste processo. Precisamos elaborar propostas artísticas novas, estimulantes, que
envolvam os alunos, pois estes convivem cotidianamente com inúmeros atrativos
externos. Para (KENSKI apud LIBÂNEO, 2002, p. 122), em relação aos alunos:
Para Santaella (2003) a multimídia nada mais é que o uso de mais de uma
linguagem em uma mesma mídia, como ocorre com o jornal, por exemplo, que
faz uso das linguagens: escrita, fotográfica, gráfica e diagramática. Desta forma,
acreditamos que nossa sugestão é inovadora, apenas no sentido de mudar os
suportes. O professor não deveria ter receio em trabalhar com a tecnologia, e sim
curiosidade em conhecer e saber lidar.
Pensando no ensino de Arte por meio da tecnologia digital, Barbosa (1991, p. 110)
comenta que “para compreender e fruir a arte produzida pelos meios eletrônicos, o
público necessita de uma nova escuta e de um novo olhar”. Conhecimentos sobre
as novas formas de produção e criação de imagens é essencial para repensar o
ensino da arte na atualidade.
Segundo Silva (2003), essa leitura é "mais visual para uns. Tátil para outros.
Olfativa e auditiva para outros tantos. Cada um utiliza os órgãos dos sentidos que
Este autor nos remete à tecnologia digital, que permite todos estes sentidos
ao mesmo tempo. Por exemplo, uma pessoa frente a um computador, cores,
sons, imagens, textos, tudo os atrai, promovendo assim, além da interatividade,
uma leitura dinâmica, não linear, esta é, a nosso ver, a grande característica da
contemporaneidade, "a leitura não linear".
pesquisa e à produção textual. Além dos alunos, o hipertexto poderá ser utilizado
também por professores para funções pedagógicas. Utilizar textos de várias turmas
e redistribuí-los é um bom exemplo. Lévy1 (2007) parte da ideia de que o hipertexto
é uma definição anterior às novas mídias, pois faz parte da própria lógica humana
do pensamento.
1 Entrevista realizada em 28.8.07 com Pierre Lévy, em visita ao Brasil, no encontro de trabalho
promovido pelo Laboratório de Inteligência Coletiva da PUC-SP, pela Fundação Vanzolini e pela
Fundação Telefônica.
Apesar de nossos alunos serem nativos digitais, estes não sabem como fazer
uma pesquisa na internet, criar um hipertexto e tantos outros. Sendo assim, nesta
Internet Arte ou Web Arte, apesar de serem recentes, ambos ocupam relevante
espaço no círculo de exposições de arte contemporânea, como, por exemplo, as
bienais.
Para interagir de forma eficaz, a leitura dos usuários da Internet Art depende
da sua habilidade e conhecimento em mexer com estas informações deste
universo, isto é, se ele não conhecer do que se trata, sua leitura corre o sério
risco de não ser satisfatória e ficar somente em nível estético ou da composição
estrutural das imagens. Essa interatividade acontece em tempo real, em uma
junção de ideias do artista e do expectador no decorrer da alteração da obra.
Para isto, a sensibilidade dos envolvidos é fundamental para que o resultado da
obra seja satisfatória e prazerosa durante sua criação e não somente no produto
final.
1ª Proposta
Alfredo Volpi pintor italiano que chegou ao Brasil com 18 meses de idade e
aqui viveu até os 92 anos. Sua obra representa as cores, as formas e a cultura do
Brasil. Triângulos, retas, losangos, meios-círculos pintados por ele transformaram-
se em bandeirinhas, meias-luas, barcos, mastros, ogivas, sereias, santos, mulatas,
brinquedos, casas, etc. Muita gente conhece Volpi como o pintor de bandeirinhas.
ARTES VISUAIS
1. Leitura de obra de arte: fazer a leitura de obra de arte e relatar por escrito os
sentimentos que elas lhe provocam e as lembranças que elas lhe remetem.
MATEMÁTICA
HISTÓRIA
3. Tendo por base as obras de arte de Alfredo Volpi, realize uma pesquisa sobre o
autor, onde nasceu sua trajetória como pintor, porque pinta bandeirinhas em
suas obras, a que grupo de artistas se filiou, enfim, sobre sua vida e obra.
LÍNGUA PORTUGUESA
2ª Proposta
ARTE
Leitura da obra;
LÍNGUA PORTUGUESA
HISTÓRIA
3ª Proposta
Pablo Picasso
ARTE
PORTUGUÊS
A história da obra.
História
4ª Proposta
ARTE
GEOGRAFIA
5ª Proposta
Figura 3.8 - Dança - Henri Matisse
“Dos pintores fauvistas, que exploraram o sensualismo das cores fortes, Matisse
foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço em composições planas,
sem profundidade” (MARTINS; IMBROSI, 2001, p. 84).
ARTE
LÍNGUA PORTUGUESA
GEOGRAFIA
O relevo evidenciado pelas rochas e pela água. Fazer uma maquete sobre estes
relevos.
CIÊNCIAS
6ª Proposta
ARTE
CIÊNCIAS
MATEMÁTICA
7ª Proposta
ARTE
LÍNGUA PORTUGUESA
CIÊNCIAS
8ª Proposta
Suas obras principais incluem a série "As quatro estações", em que usou, pela
primeira vez, imagens da natureza, tais como frutas, verduras e flores, para compor
fisionomias humanas. A ideia de reproduzir as estações como pessoas já era usada
desde a época dos romanos, no entanto Arcimboldo foi o pioneiro na utilização de
vegetais de cada época, na composição de rostos humanos.
1.
Figura 3.15 – Progressão Irregular de altura
a. ( ) O ensino e a charge.
b. ( ) A inclusão e o ensino.
c. ( ) O ensino e as crianças.
d. ( ) A tecnologia e o lazer.
e. ( ) A educação e a tecnologia.
Referências
BOSI, A. Cultura brasileira: temas e situações. 4. ed. São Paulo: Ática, 2001.
SILVA, R. J. Leitura, leitores e significação. Março 2003. Disponível em: < www.
ofaj.com.br/colunas>. Acesso em: 28 mar. 2009.
A LEITURA DE IMAGEM NA
EDUCAÇÃO BÁSICA
Objetivos de aprendizagem:
Introdução à unidade
Seção 1
Proposta triangular
Ana Mae propunha o ensino de Arte, partido da leitura de obra de arte desde a
educação infantil, e, a partir deste exercício inicial de leitura de imagem / obra de
arte, a professora faria a contextualização histórica de acordo com o tempo de
concentração da criança e sua curiosidade, sem a preocupação de memorização
Sugestão de Planejamento
Objetivos:
Fonte: CAVA, Laura Célia Sant’Ana Cabral. Ensino das artes: pedagogia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
Para conhecer mais sobre releitura, sugerimos alguns links, veja a seguir:
<http://www.youtube.com/watch?v=eh7ynipNFSI>. Acesso em: 20
nov. 2014.
Obras de Cleir Ávila - releitura
<http://www.youtube.com/watch?v=yfIgEiMUg9I>. Acesso em: 20
nov. 2014.
Releitura da obra do artista Heitor dos Prazeres
<http://www.youtube.com/watch?v=tWmAmrbmPq4>. Acesso em: 20
nov. 2014.
Para Pillar (2001) leitura e releitura de obra são: ler uma obra é o mesmo que
perceber, compreender, interpretar esta trama de cores, texturas, volumes, formas,
linhas que constituem uma linguagem. Perceber objetivamente os elementos
presentes na imagem, sua temática, sua estrutura e posteriormente, conhecer o
nome da obra, por quem foi feita, em que contexto, dentre outros.
Para Pillar (2001), leitura e releitura são criações, pois, a constância desta prática
em sala de aula, proporciona à criação de um conceito, o desenvolvimento do
senso crítico e estético, a reestruturação de elementos num determinado espaço,
a elaboração da composição do aluno, tendo a obra original como base, fazendo
uma referência, uma citação a ela.
Van Gogh pintou este quadro em Paris, entre 1888 e 1889, porém há
nesta imagem a forte influência da vivência que o artista trouxe das
zonas rurais da Holanda. A aparência deles talvez não surpreendesse
se não fosse o aspecto rude e gasto pelo uso, suas marcas nos contam
um pouco sobre a vida de quem os usa, os caminhos laboriosos que
percorrem e a humildade de suas vidas.
Fonte: Disponível em : <http://artepublicidade.blogspot.com.
br/2011/03/os-sapatos-de-vicent-van-gogh.html>. Acesso em: 20
nov. 2014.
A releitura poderá ser realizada com diversas técnicas como: gráfica (desenho),
pictórica (pintura), colagem, construções com sucatas, modelagem, sonora (por
exemplo: sonorizar a cena de uma imagem), cênica (por exemplo: encenar, dar
vida a imagens, dentre outras).
O trabalho com leitura ou releitura pode ser realizado a partir de duas ou mais
obras de arte que utilizem a mesma temática ou que tenham coisas em comum,
o professor pode pedir a seus alunos que encontrem um fio condutor entre elas,
isto é, pedir que procurem o que elas têm em comum, tem de igual. Esse tipo de
proposta faz com que o aluno faça analogia entre diferentes obras, conheça mais
de um pintor e os diferentes estilos entre eles. É uma ótima oportunidade para o
professor mostrar como não existe um jeito único de representar algo, existem
inúmeras formas de ver, interpretar e representar, sendo assim, é errado dizer: eu
não sei desenhar uma árvore, como se tivesse um jeito único de árvore, o que
cabe aqui, no lugar de "não sei", seria eu não tenho habilidade para o desenho.
Seção 2
Propostas interdisciplinares
Uma aula de artes visuais não pode se realizar em um clima muito rígido, com
crianças imóveis, por outro lado, não pode ser muito livre, em um clima de “vale
tudo”, onde o que conta é a expressividade da criança, sem parâmetros, sem
ordem, sem objetivos em que o professor torna-se um mero espectador.
De acordo com Cava (2009, p. 28), “há um grande equívoco em achar que
nas aulas de artes visuais vale tudo, tudo é bonito, tudo é certo, não pode haver
O educador deve ter bem claro o que irá propor e quais os objetivos que
pretende atingir.
Proposta 1
A partir deste link de Regina Silveira segue uma proposta artística para
educação infantil.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Rt0nO7kUZ4>.
Acesso em: 29 dez. 2014.
Educação Infantil
Conteúdo: Composição visual pictórica de impressão.
Objetivo: Realizar uma produção artística de impressão.
Possibilitar o desenvolvimento da percepção e exploração dos sentidos: visão,
tato.
Figuras 4.12 e 4.13- Atividade realizada na E. M. Jovita Kaiser pela Profª Ariane Caminoto
- 2007
ENSINO FUNDAMENTAL I
Conteúdo: Composição visual de colagem (desenho);
Apreciação estética de uma obra de arte e contextualização histórica.
Objetivo: Fazer uma composição de colagem tendo obras de arte de arte como
suporte interpretativo;
Conhecer uma artista contemporânea e sua produção;
Realizar a técnica da colagem.
Outra proposta é criar imagens a partir do contorno das mãos. Veja a seguir:
ENSINO FUNDAMENTAL II
Conteúdo: Composição visual tridimensional (modelagem);
Pré história
Objetivo: Realizar um trabalho tridimensional a partir da análise de três obras de
arte;
Encontrar um fio condutor entre as obras analisadas.
Qual é o fio condutor entre estas imagens? O que elas têm em comum? Deixar
os alunos falarem tudo que lhes vem à cabeça. O professor vai escrevendo no
quadro. Exemplo:
ENSINO MÉDIO
Abaixo, veremos três imagens, sendo duas fotográficas e uma gráfica. Os artistas
visuais apresentados são: Sebastião Salgado, Escher e Hugo Delizard.
Figura 4.28 - Sebastião Salgado – Sem Título – Ensaio A Luta pela Terra
Maurits Cornelis Escher - figura 4.29 Foi um artista gráfico holandês conhecido
pelas suas xilogravuras, litografias e meios-tons (mezzotints), que tendem a
representar construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explorações
do infinito e as metamorfoses - padrões geométricos entrecruzados que se
Figura 4.30 – Hugo Delizart - Regiões dos desejos, série Colônia Juliano Moreira
ENSINO MÉDIO
Conteúdo: Composição visual.
Apreciação estética e contextualização histórica.
Objetivo: realizar uma composição visual.
Faça uma análise, isto é, uma leitura das três imagens e elabore perguntas
como:
A partir desta primeira leitura três propostas distintas poderão ser lançadas:
1ª Proposta:Sebastião Salgado
ENSINO MÉDIO
Conteúdo: composição visual pictórica (pintura).
Apreciação estética e contextualização histórica.
Você vê na fotografia:
ENSINO MÉDIO
Conteúdo: Composição visual gráfica e de colagem.
Apreciação estética e contextualização histórica.
Mãos...
Goeldi (2014, p. 3)
Figura 4.31 - Hugo Delizart II
Figura 4.32- Sebastião Salgado II - Sem Título – Ensaio A Luta pela Terra
♦Pedir que façam uma composição, por intermédio da colagem, dessa cena;
♦Pedir que desenhem esse “close” escolhido numa outra folha, ocupando todo
espaço.
ENSINO MÉDIO
Conteúdo: Gravura.
Apreciação estética e contextualização histórica.
PROPOSTA 1
• Caso seja possível, cada aluno poderá levar uma máquina fotográfica, ou um
celular, mas como a realidade dos alunos de escolas públicas, não possibilita
que todos os alunos tenham ambos, tenham apenas uma máquina na escola, os
alunos podem escolher as fachadas a serem fotografada e o professor fotografa.
• Apresentar todas as fotografias tiradas aos alunos que poderá ser em multimídia
(Datashow);
• Em outro momento, apresentar e fazer a leitura aos alunos, as obras de arte que
retratam fachadas, de Alfredo Volpi;
Fonte: CAVA, Laura Célia Sant’Ana Cabral. Ensino das artes: pedagogia -São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
Fonte: CAVA, Laura Célia Sant’Ana Cabral. Ensino das artes: pedagogia. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
PROPOSTA 2
Desenho realizado por alunos da E. M. Norman Prochet - Profª Margarida. Fotografia tirada
por Laura Cabral Cava
Fonte: Do autor (2009)
PROPOSTA 3
Alfredo Volpi pintor italiano que chegou ao Brasil com 18 meses de idade e aqui
viveu até os 92 anos. Sua obra representa as cores, as formas e a cultura do Brasil.
Triângulos, retas, losangos, meios-círculos pintados por ele transformaram-se em
bandeirinhas. Apesar do artista utilizar a forma de bandeira em seus trabalhos,
é preciso lembrar o que ele disse: “Eu não pinto bandeirinhas”. As conhecidas
bandeirinhas de Volpi são formas geométricas, um quadrado ou retângulo do qual
se retira um triângulo.
D.Ler uma obra de arte é copiá-la, depois descrever por escrito o que copiou,
esta proposta é aconselhável apenas na educação infantil. Em sala de aula,
é aconselhável que essa pré-leitura seja oralmente, para que o educador
possa saber como seus alunos estão observando-a, para provocá-los, caso
seja necessário, a perceberem maiores detalhes, refletir sobre elas, fazer
questionamentos, proporcionando assim, uma aula mais dinâmica.
Referências
CAVA, Laura Célia Sant’Ana Cabral. Ensino das artes. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2009.
CAVA, Laura Célia Sant’Ana Cabral. Ensino de Arte e Música – ilustração (sapatos):
CAVA, Thiago Sant’Ana Cabral Cava – Londrina: UNOPAR, 2014.
PILLAR, Analice Dutra. A educação do olhar do ensino das artes. Porto Alegre:
Mediação, 2001.