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Marilda C.

Cavalcanti

Introdução
a última década, venho investigando contextos sociolinguisticamen-
te complexos. Nesses cenários, na vertente' da Linguística Aplicada
em que atuo, escolhi, neste capítulo, dar continuidade a uma reflexão
anterior (Cavalcanti, 2011), focalizando um cenário diferente. Resgato aqui
anotações feitas para e sobre uma disciplina de estágio em um curso de licen-
ciatura em letras vernáculas, disciplina que teve a duração de dois semestres
letivos com um mesmo grupo de alunos no final da primeira década dos anos
2000. O cenário dessa disciplina se apresenta como relevante para instanciar
esses contextos, focos da pesquisa, muitas vezes, invisibilizados e/ou silen-
ciados na sociedade. A relevância dessa instanciação está, principalmente, no
sujeito social focalizado, ou seja, jovens, não egressos da escola pública, salvo
uma exceção, na fase quase final de sua graduação.

Vertente indisciplinar da LA (Moita Lopes) 2006).


LINGU!sTICA APIJCADA NA MODERNIDADE RECENTE
EDUCAÇAO LlNGUÍSTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LíNGUAS

Este capítulo retoma uma temática que me foi proposta por Antonieta
----: que atua/atuará na área língua/linguagens - em relação à diversidade
Celani para um evento por ela coorganizado. No evento - Ill CLAPFU
e a pluralidade cultural, social e linguística. Para tanto, revisito um dos con-
- abordei o tema da educação linguística do professor de línguas com a
ceitos que apontei como relevante, ou seja, ~interC()f!1p.re,nsãa47Jnas desta
3

apresentação intitulada ''A formação do professor de línguas - Towards an _v_"_:,_tentando estabelecer uma relação com o conceito MPÇáücás tr~ns!Ín-
Extended View of Linguistic Education". Essa retomada se me apresentou ~uesL(Canagarajah, 201:3a). Faço essa revisitação em ali~ha~~nto a u~a
como natural na contribuição para este volume, uma vez que já havia indi- perspectiva pós-colonial que vem acompanhando 0 trabalho de pesquisa
cado esse interesse anteriormente. Tomo como ponto de partida uma visão desenvolvrdo e em desenvolvimento. Busca-se com isso levantar implica-
de educação linguística ampliada, com interfaces para outros campos de es- ções para os desafios do(a) professor(a) em tempos de hibridismo, de transi-

I'
tudo, e também para outras áreas de conhecimento, incluindo a sociologia ção permanente, de mudanças em todos os níveis, incluindo 0 tecnológico:
e a antropologia. Ou seja, uma educação linguística, na formação do profes-
sor de línguas, que vá além do conhecimento sobre a língua alvo de ensino. Afinal, um professor no mutante mundo atual precisa estar preparado
Desse modo, o que serve de ponto de partida deste capítulo é o que afirmei para atuar em uma escola que faça sentido para uma geração que é hoje
nas considerações finais daquela apresentação: muito diferente das gerações anteriores, uma geração que precisa ser
preparada para não ter estabilidade no emprego, ter flexibilidade para
Nessa visão de educação linguística ampliada, entendo que um curso de mudar de área e que precisará estar sempre pronta para aprender o que

licenciatura neste mundo de diáspora, imigração e migração, de mobili- ainda vai ser inventado ... e, por isso mesmo, deveria ser mais solidária,

dade social cada vez mais emergente, precisaria enfatizar a formação de mais compromissada com as comunidades com as quais convive, mais
sociocultural e linguisticamente sensível, mais respeitosa com seus
um professor posicionado, responsável, cidadão, ético, leitor crítico, com
concidadãos ... (Cavalcanti, 2011).
sensibilidade à diversidade e pluralidade cultural, social e linguística etc.,
sintonizado com seu tempo, seja em relação aos avanços tecnológicos
O capítulo está organizado em quatro partes, seguidas das considera-
seja em relação aos conflitos que causam qualquer tipo de sofrimento
ções finais/implicações, a saber:
ou de rejeição a seus pares, lembrando que essas questões são cambian-
(1) uma mirada, sob uma perspectiva poscolonialista, com foco na for-
tes, fluidas assim como as construções identitárias nas salas de aula. Ou mação de professores;
seja, as exigências seriam para uma formação complexa que focalizas~~~-~
(2) o viés das diferentes diferenças e uma intercompreensão via práti-
educação linguística de modo sócio-histórico e cultur;1lm~nte__ ~ituaClo,
cas translíngues em uma visão ampliada de educação linguística;
que focalizasse também as relações intríllsecas e extrí11_s_eca$ cl<l: lh}g':-1~ (3) o contexto da reflexão- uma disciplina de estágio em que os alu-
estrangeira e da língua 1 do professarem formação (Cavalcanti, 2011). nos-professores elaboraram material didático no formato de um
fascículo sobre~ tema da diversidade-diferença; informações sobre
O objetivo deste capítulo é voltar a essa visão ampliada de educação lin- a metodologia de pesquisa e os registros gerados.
guística, pensando no desenvolvimento da sensibilidade do(a) professor(a)

III Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas, realizado na


UNITAU, Taubaté, SP, em 2011.
• UNGU!STICA APUCADA NA MODERNIDADE RECENTE

Por que a perspectiva poscolonialista para uma mirada


na formação de professores?
EDUCAÇÃO lJNGOÍSTJCA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LíNGUAS

argumentos_l'~f<leJ<plic~-IosL . .]"e argumenta a favor da construção de uma


'teorla_d_; "linguagem mutante para uU:,:~ sociedade mutante", parte de uma·
"ciência social críti<.:açla li1lgtlag~m,, ....~
Alinho-me a Sousa Santos (2004, entre outras datas) na adoção de uma
\'pen;p<,ctiva p()~~~lo;;iaÚ~W, que na minha leitura s_e abre para t~ma mirada Diferentes diferenças e intercompreensão
em movimento, sempre problematizadora, aberta a mudanças via práticas translíngues em uma visão ampliada
ou nãp. Essa mirada que se distancia das certezas,_ das resppstas, are.
com as quais as pessoas s~se11tem pnmtas e segtlra~ 1 _éJPildi:
zente com o mundo contemporâneo, mas não tem feit? parte da _fil.~sofia
de educação linguística
I
que embasa o currículo de formação de professores,_ ainda pres? às9r~I!~es
narrativas da modern.idade. (cf. Cavalcanti, 1999, 2001, 2004).
Com o escancaramento da diversidade no mundo globalizado e com a
banalização do termo diversidade (cf. Cavalcanti, 2011), que se tornou parte
do discurso político-governamental e do discurso da mídia, as diferenças
I
Nessa ótica problematizadora, me apoio emMongia (2003: 4), quando que existem nas diversidades vão mais e mais sendo evidenciadas, apesar do
afirma: silenciamento e da invisibilização naturalizados nas sociedades. É o caso,
por exemplo, no Brasil, das diferentes etnias indígenas que ainda são men-
A ascensão de novos movimentos sociais ao redor de questões taiS cionadas nodi~ a diacomo sendo umapopulação indígenagenérica.
como raça, gênero e etnicidade revelaram os limites dos conceitos mais Uma(re<f;;:~~Çã~
""""' ...... ... ÚnguísÚca
' "'' .......
em s,l!a yi~ãp ampliada ~jlo vai ser mais
••' , _ " .. " " " "

antigos de,_·_~Om~~'i~~ª&_-líidi~ídl~9t~:·--~~-Çã~)Mudanças profundas tais simples. Ao contrário, vai exigir muito mais do(a) professor(a) em forma-
como a des~cl.OD:i;ação, ~S ·mõ.;imenfoS dos povos em uma escala ja- ção ou em serviço do que a educação de conteúdo linguístico. Demanda
mais vista, e as novas distribuições do poder global, levaram a instabi- uma sofisticação que depende de estudo e dedicação para poder ser s~- ....... -=,:;.""'~·""'"··-~"

lidades que revelaram que ~,s._y:~lh~.-~..l1<:t_~r~tJya_§_~e"p:r_qgress~.-~. !-~-~ª9-.§-~9 i aos<lll1~()S ~ <lsuap~?duçãolingl1istis,~. E essa sofisticação inclui também
inadequadas para focalizar realidades contempor_âneas [... ]. r--"f · ~-'P~r~;iç;;:;.;p-;~~ ,r;;~d~; z;-p;_-;;;,ovas ge!"ações, o estar
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Em relação à globalização e seus cenários em processo constante de i.~· falar das pessoas, seja em re~_ão__às_atitu~es preco11ceituosas
desvelamento, bem contrários à homogeneização prevista, alinho-me ainda • \ ser apontadas/proble!Uatizadas e/ou tral:>alhadas.Inclui ainda o observal:_·9 '
a Blommaert (2010: 1), que propõe "repensar nossos aparatos conceituais
e analíticos" como parte do desafw dos pesquisadores na contemporanei- • / \1\~::~::t:;~;:::~s~:~:(:)n;;;~::;:c:~~:~~!r:::;c::::o~~:~:;;:t~::~:~: ,, ,
dade. Em sua crítica aos estudos sociolinguísticos, muito voltados para a i'\/ lo que vai ensinar e precisa vivenciar o que ensina. Afinal, não é de hoje que
"variação estática" e para o "contato estratificado das línguas", o autor (p. ! k se ouve que é mais fácil falar do que fazer, que o discurso, geralmente, é mais
2-3) aponta que o "que é neces_o;ári()__~[(IIl._!!QYO vocabulário J>ara descrever · ! '., avançado do que a ação ... E como é fácil aprender um jargão teórico e fazer
eventos, fenôme~~§--~~p~ºç~·;;p§, .n.oy_ª_{i _ ffi~etªf~~!S. E.~~-~. rep~-~~~El:!~:JosL~~yos \, "'
··d.!'le uma..m.<\s.:ara de atuação!
.. É éiafarne~t~-~~~~)"ple~id3qe~d~s()_fislj\;'!<;.ã],gue e11tra a ideia de in-
s Para Ashcroft, Giffths e Tiffins (1998: 1), "os significados [do termo poscolonialista] tercompreensão, intérc~~;;;-enHo i;htre línguas, u-m exercício de interação
,., ''· . -" "" .... ,,
. ' ..,,_, .... ' ' -~,,~.,,_,_•""'"'~"'"'"'"~,.,...,
englobam desde a ênfase nos efeitos discursivos e materiais do imperialismo até uma incorporação
em que há comunicação erifre iÍJ.terlocutores e não entre um par que sabe
da diferença cultural e da marginalidade em uma forma de pós-modernismo sincrônico".
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mais e outro que "fala tudo errado". Eu a vejo exatamente na questão das 1997; Santos e Cavalcanti, 2008), e a1línguas portugtie,;as_!lrb-'!nas_c<Jnün~
diversidades, que prefiro denominar como o tema das diferentes diferenças fl';!_i])Sia rll~l (Bortoni-Ricardo, 1984; Candid;;2o09)·o~-;.;;io~~~~ ,_ . -
(Cavalcanti, 2011 -Projeto de Pesquisa CNPq), no caso do Brasil, com Importante apontar também que para continuar minha argumenta- c:
línguas em jogo, além do português oficial ("padrão"). ção é preciso assumir" essas formas de comunicação com ou sem prestígio
Para Andrade, Araújo e Sá e Sá (s.d., p. 2), em relato sobre oProjeto como línguas. É por essa razão que nas discussões e teses/dissertações no
ILTE 6 desenvolvido na Universidade de Aveiro), o conc;"_it~_ªe {~<:r."~ffi: /
Grupo de Pesquisa CNPq "Vozes na Escola"' as denominadas "variedades"
preensão:çompreende "a capacidade de lidar com a diver~igaclejinguística, ;A
I
são apresentadas como línguas. YêJ'!s.c5~1])5;Lygri~dades . . resultar em
no sentido de a valorizar, e que, por essa ra-zão,importa concretizá-la eil1 . irryisibilizaçãoeJlr~C()~c;eit() 1 _c~'2'2 ~,~ líng;.t_~.s. Apr~~~ntHa~S()~o lín)?3as
material de formação a experimentar com professores/educadores".Ajnter- c?"~ l;'od~_s_e_r1l!ll"::-OJ2ortunidadedelhes darvisibilização que ]:J;de uri'.p~;icio:·
r.------------~

kcJm,preensão,,JniVel::sss';<ee caso, abrange discussões relacionadas à div_ersifica(;ãbr, ,:j namento das pesso~~d~ dentro das -coinÍI;idad~s g_g.\' fora dela~~ .
ao mllltietilt1ua,lis!l-1b, ao plurilingnismo) à mudança de ZódigôS, à coiiipar<;: ~~ ..... Afinal, como de~taca Canagaraj;h (lOiib:
1), e~~;~· outros ~utores, a
ção entre línguas etc. comunicação precisa ser considerada como um "alinhamento de palavras",
E que relaçã? pode ser estabelecida entre intercompreensão e pr~tic;as mas "com muitos outros recursos semióticos (i. e., ícones, imagens), moda-
translín~ues?_ V~jo aintercompreensãp,como uma tófup~tên~iã"ql1~Pocle lidades de comunicação (i. e., orais, visuais e táteis) e ecologias contextos de
ser desenvolvida atravéscleprát:icãs translíngues;Em outras palavras, vejo comunicação sociais e materiais)".
uma possibilidade de operacionalização do conceito de intercompreensão Para Canagarajah (2013a: 268) 9, práticas translinguais podem apare·
através de práticas translíngues. cer em modos de comunicação e mídia diversos. O autor focaliza mais es-
É importante lembrar que tanto um quanto outro co'?-ceito foram pen- pecificamente as práticas entre línguas diferentes, mas também considera
sados no cenário de Üngua~ diferentes da mesmafamíli~-Jr línguas româ- o cenário que aqui me interessa particularmente, ou seja, "textos com uma
--. -\.:::..---~--·"-'''
nicas na iptercompree~s~();\ou não -\li~g!Íás-díVeJ'sã:Cho caso das práticas hibridez" talvez mais reduzida, e isso inclui aqueles que se aproximam das ';
translín-guesi O queést6ííproponcl~-~q1li é sair da zona de conforto do mo- normas da língua "padrão", lembrando que "língua 'padrão' é um construto•.i,/-·
nolinguismo, ou seja, de um cenário naturalizado como monolíngue, tendo ideológico [que] acomoda considerávell:Jjbridação". ·
como língua de prestígio - a língua portuguesa 'padrão' falada no Brasil Aqui, é relevante invocarBlb~;aer~~OlO: 12). Para__eleo qu" co_nta
- de modo a incluir as línguas portuguesas não prestigiadas no país. Insisto como línguaell_lUillCQUtexto. determinaclo. é.Jl que é."ratificado e reconhe-
no plural quando me refiro às línguas não prestigiadas (não valorizadas/não cido como um código válido. A chave é J. .. ] o valor indexical que recursos
reconhecidas) porque tenho em mente Hrigllás p_ori:1lg!lti_~á§IfnEa§\ (Maher, linguísticos particulares têm em certos espaços e situações". Recursos !in-
1996), súrda;(Silva, 2005; Cavalcanti e Silva, 2007; Kumada, 2012) di~d
- grantes com ascendê])cias cÜversas_ (H. Pereira, 1999; Fritzen, 2007; Jung, Ao tentar entender o "significado do letramento na trajetória de exclusão de mexicanos"
marginalizados, "que não são ainda cidadãos verdadeiros" nem no Mi~1~Q}J~.T. .'?-5?S Es~J Unidos
(para onde emigram), Hernandez-Zamora (2010: 12-14), no livrÓ !becolonizitliTitéf.à-c):7J"bz várias
O Projeto ILTE (Intercomprehension in Language Teacher EducationAcção A) desen- 1 _ perguntas. Destaco aqui apenas uma, muito relevante para a refleiãõílê'St~t~it;;--;;í)-;"q~~. --;;;_Odo
'--., I f ~ ---...
volvido entre 1998 e 2002, focalizou a intercompreensão em módulos elaborados para a formação ~;4-2-""Í~ª-~--Q_e _y_ida .das--pessoas reais .. nos_fazem"q:u.es.tionar n.o_::;_;;·ª-~--p_r_§_Erias teorias e ideias S<?~re
de professores, no âmbito da "educação pat_:_a valoriz<).ção __ da..diversidade linguísh~U- dos~~ /)0 letramento c 'ser alfa_bctizado~?:'. -- ·~~---~·- - ··- --
1 -i
tórios (comunicativos e de aprendizagem) .de sujeitos, aprendentes de e foqllad9Xf!5 . ~l~~guas" Disponível em: <www.vozesnaescola.wordpress.com>, acesso: 27 set. 2013.
(AVeirO etalii, p.17). -- -~ E-book1 sem indicação da página, mas com indicação da localização (loc.).
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guísticos de língua "padrão" são, portanto, valorizados em detrimento de outros tipos de pesquisa qualitativa - abriu-se para interfaces com letra-
línguas "não padrão". mentos multimodais, consciência crítica da linguagem, e com outras áreas
Que educa5áo ling11ística§eria ~ssa? Q'lue englobaria? Como meu que aí estão há muito tempo, tais como, planejamento linguístico, multilin ..
interesse de pesq~isa (cf. Cavalcanti, 2007, 20ll) ~;;:gl~b~-~~ campos do guismo e variação transcultural no uso da linguagem.
transculturalismo, plurilinguismo, educação bilíngue e multiletramentos, a Na minha pesquisa, o foco está nessas interfaces apontadas por
resposta para essas perguntas vem da interlocução acadêmica com as obras Hornberger e Mackay, porém, meu interesse específico está na
dos pesquisadores que atuam nesses campos ou em combinações entre esses
campos. Destaco duas dessas obras- Spolsky e Hult (2010) e Hornberger lingua(gem) nas interações sociais orais, escritas em diferentes mídias
e Mackay (2010) - que focalizam a educação linguística. e em diferentes contextos, onde perpassam questões de ideologia, iden- ·
Spolsky e Hult (2010), em The Handbook of Educational Linguistics, tidade, letramento, cultura, etnicidade, gênero etc. e representações so-
focalizam a linguística educacionaP 0 e apresentam.como temas cerltraisda ciais e preconceitos que são naturalizados nas narrativas que nos cons-
educação linguística uma ~J:~E4~g~Ai:ing\!{$i;iÇ;~;:~;i;~;,.!;,e~t~ sef1sí\';b] troem e são construídas na sociedade, na escola e no ambiente familiar.
políticas públicas e gestão, letramento, aquisição de línguas e avaliação. A
perspectiva adotada, de um lado, chama a atenção para o social, mas de ou- Em relação a letramento, mencionado nos dois livros acima citados
tro, ainda se prende a uma visão da Linguística Aplicada voltada apenas para meu foco está em multiletramentos (Kalantzis e Cope, 2006[2000]; Rojo,'
o aspecto linguístico do ensino de línguas. 2011) e ainda nos novos estudos sobre letramento.
Já em Sociolinguistics and Language Education (Hornberger e McKay, Em suma, essa visão de educação linguística ampliada tem interfaces
2010), o sumário lista os seguintes tópicos: lingua(gem) e ideologia; com outros campos de estudo dentro da Linguística Aplicada e da sociolin-
lingua(gem)" e sociedade; lingua(gem) e variação; lingua(gem) e letra- guística, e também com outras áreas de conhecimento, incluindo a socio-
menta; lingua(gem) e identidade; lingua(gem) e interação; lingua(gem) e logia e a antropologia, e, com certeza, vai além do conteúdo sobre a língua
educação. É relevante destacar a colocação da relação lingua(gem) e ideo- alvo de ensino. Além disso, é importante lembrar, que essa visão depende da
logia como primeiro item da lista em uma obra denominada Sociolinguística adoção de uma perspectiva crítica- sempre pronta a ser revista -baseada
em um compromisso ético.
e educação linguística. No entanto, conhecendo a trajetória de pesquisa das
autoras, principalmente de Hornberger, essa ênfase não causa surpresa, uma
J
vez que ela reconhece o peso ideológico que subjaz ao uso da lingua(gem). O contexto da reflexão, a metodologia da pesquisa
Na introdução ao livro, as autoras (2010: 2-4) apontam os fenômenos da e os registros gerados
globalização e da virada social como marcos de impacto significativo na so-
ciolinguística. Indicam ainda que essa área de atuação - entenda-se uma Felizmente (ou infelizmente), meu olhar etnográfico está sempre atento.
sociolinguística educacional que desenvolve pesquisa etnográfica e também E ao trabalhar durante um ano com a disciplina de Estágio Supervisionado12
com cerca de 9 jovens alunos, S mulheres e 4 homens, minhas anotações
10
mentais deram origem a um longo diário retrospectivo (que precederam as
A expressão é usada em substituição a Linguística Aplicada.
u Os parênteses em lingua(gem) são minhas adições e refletem a concepção de
12
lingua(gem) que assumo. Anterior ao estágio realizado em faculdade de educação.
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LINGUÍSTICA APLICADA NA MODERNIDADE RECENTE

anotações e o diário de campo). É desse diário retrospectivo que vêm os como importante. A explicação é feita de forma técnica: é algo que não lhes
recortes de registros focalizados nesta seção. No período de duração do es- diz respeito.
tágio, a proposta acordada entre professora e alunos era o desenvolvimento
de um fascículo, organizado em quatro ou cinco unidades para um público (b) Nas apresentações para o grupo de cada fase do trabalho, era co-
idealizado de alunos de escola pública do final do ensino fundamental. O mum o surgimento de piadinhas e de risadas quando focalizavam
material didático para a disciplina de Estágio tinha como foco a temática da uma questão sociolinguística relacionada a traços descontínuos

linguagem, diversidade e ensino 13 • [diário retrospectivo da pesquisadora].


Para um trabalho mais entrosado entre os alunos e para a adequação
aos horários que eles tinham disponíveis, houve uma decisão conjunta Esses traços (Bortoni-Ricardo, 1984), por exemplo, nóis vinhemu, muié,
de dividir o grupo em dois e, em decorrência disso, dois fascículos foram são marcas de estigmatização. As risadas e piadas pareciam ser maneiras
produzidos/elaborados. de minimizar o preconceito existente. Ou seja, a explicação linguística era
As ideias que surgiam para as atividades do fascículo eram muito cria- realizada, mas na prática o fenômeno não era aceito. Havia construção de
tivas, mas sempre havia um abismo entre as ideias criadas e sua realização. compreensão na explicação dada, mas não havia reconhecimento da legiti-
14
Nas minhas anotações sobre as primeiras atividades, surgiram comentá- midade das denominadas "variedades linguísticas" 15 , vistas e tratadas como
rios como: algo menor. Em outras palavras, essas "variedades" definitivamente não são
aceitas como línguas.
(a) Os alunos, nas atividades elaboradas, têm sucesso ou no foco relativo
ao aspecto sociolinguístico ou no aspecto crítico e social, porém não (c) O olhar dos alunos-professores é muito mais preparado para foca-
na combinação de ambos [diário retrospectivo da pesquisadora]. lizar a língua em seus aspectos descritivos do que para um posicio-
namento crítico à linguagem ou mesmo para interpretar critica-
O que se notou foi que os estagiários iam fundo em uma atividade para mente algum aeypecto descritivo da língua [diário retrospectivo da
um ponto fonético-fonológico ou sintático, com um nível de deta- pesquisadora].
cmewcu que, muitas vezes, era desnecessário para trabalhar aquele ponto
específico. Ou então aprofundavam uma questão ideológica quase chegan- Tal comentário pode ser interpretado com base em Clark et alii
do ao extremo do panfletarismo. Em outras palavras, havia dificuldade de (1996[1990]: 38) em sua crítica aos materiais didáticos da época, que,
combinação dos dois aspectos em uma única atividade. apesar de terem como objetivo a conscientização da linguagem, separa-
Essa polarização parece vir da escolarização baseada em disciplinas
vam a conscientização do uso da língua. "Como consequência, a cons-
fragmentadas, onde a espetacularização do conhecimento é reconhecida
cientização tende a ser considerada um componente isolado no currículo,
uma visão à qual nos opomos fortemente." Ou seja, os estagiários haviam
13 Também a denominação de uma disciplina que ministrei a um grupo maior de alunos no
ano anterior ao do Estágio Supervisionado aqui focalizado. 15
14 As questões mais problemáticas apareceram nessas atividades iniciais1 vem daí o recorte As aspas são necessárias para lembrar que o termo foi muito útil para a afirmação e o
realizado para este capítulo. Com o correr do tempo1 nas atividades que se seguiram} depois de reconhecimento da língua tida como padrão no estabelecimento dos vários estados-nação ao redor
tantas discussões em sala de aula e nos grupos1 esses pontos foram trabalhados e retrabalhados. do mundo (cf. Spolsky, 2012, 3).
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aprendido a lição de fazer bem uma descrição linguística, desvinculada Considerações finais: O mundo digitalizado e globalizado
da linguagem em uso. - quais as implicações para a formação de professores?
A solução para os autores foi argumentar "a favor de uma conscientiza-
ção crítica [da linguagem], isto é, "olhar para as práticas existentes de uma Ao pensar sobre a formação atual de professores, pode-se dizer que
dada 'ordem sociolinguística' como socialmente criadas dentro das relações ela não compreende (mas deveria compreender) a interação em um mundo
sociais particulares, e, portanto, mutáveis". globalizado e digitalizado onde, ironicamente, as diferenças na diversidade
afloram como cogumelos, apesar da invisibilização dessas diferenças e da
(d) Os estagiários antecipam possíveis problemas, incluindo preconcei- própria diversidade, naturalizada na sociedade.
to, no fascículo do outro grupo, mas não são sensíveis a esses proble- Se no século passado havia uma grande divisão social decorrente da
mas no seu próprio grupo [diário retrospectivo da pesquisadora}. introdução e democratização (perversa) da escrita, hoje, esse vácuo está am-
pliado com o avanço da tecnologia e sua democratização também perver-
Ver o problema no outro é sempre mais fácil, assim como acontece com sa. A divisão relativa à escrita continua, mas, ironicamente, entre os jovens,
a crítica ao outro. Porém, é importante lembrar que há uma projeção no ou- em relação à tecnologia, há um processo de subversão que acontece tanto
tro de algo que prefiro não ver em mim ou no meu grupo. Qj:tando se discu- nas lan houses quanto através de trabalhos comunitários com diferentes
tia, por exemplo, a questão do preconceito em sala de aula, era comum ouvir mídias ... No entanto, como essa subversão é apresentada e tratada como
dizer: "Eu não sou preconceituoso" ou "não tenho preconceito". curiosidade recente na mídia, ela parece não merecer destaque" na discus-
De acordo com Skliar (2003), há outros e Outros ao nosso redor. Há o são sobre formação de professores.
outro próximo com quem eu me relaciono e o Outro de quem quero distân- Se entre os jovens, de alguma forma, as coisas estão acontecendo, não
cia porque é muito diferente de mim. É esse outro que é foco de preconceito. se pode dizer o mesmo quando se focalizam as clivagens de faixa etária 17 e
de gênero: professoras na faixa de 30-50+ anos em atuação nas escolas públi-
(e) Apesar de a porta estar aberta para atividades em qualquer mídia, a cas no país. Os estudos de Pereira (em andamento) e de Cavalcanti, Freire e
Lamari (2011), entre outros, apontam, de um lado, primeiro uma resistência
maior parte das atividades era parte da visão grafocêntrica da esco-
à aproximação do computador e, se essa fase é superada, um encantamento
larização [diário retrospectivo da pesquisadora).
com as redes sociais 18 (cf. ainda Turkle, 2012). Simultaneamente, vê-se o uso
do computador reduzido a uma máquina de escrever, processador de pala-
Esses alunos-professores (hoje profissionais) são de uma geração mui-
vras mesmo, uma vez que outras mídias são ignoradas ou deixadas de lado. É
to familiarizada com o mundo digital. O fato de se prenderem a atividades
necessário lembrar também que parece haver, da parte de muitas profissio-
de leitura e escrita pode provir de um discurso muito presente na fala deles,
ou seja, de que qualquer outro tipo de mídia enfrentaria obstáculos na apre-
sentação/desenvolvimento dessas atividades por falta de infraestrutura de 16
Fica mais restrito a pesquisas que resultam em dissertações e teses. Não faz parte da
agenda de políticas públicas.
tecnologia nas escolas. E nisso eles têm razão, considerando a (in) existência 17
É de meu conhecimento a questão da resistência à tecnologia entre pessoas na faixa etá-
ou a (in) disponibilidade de computadores nas escolas públicas. Na maquia- ria de 60+ anos, porém, não é parte do escopo desta discussão.
18
"Mais do que virtual ou segunda vida, as redes sociais estão se tornando a vida- o está-
gem estatística, os computadores existem, mas não estão disponíveis para o
gio central e transparente da existência humana, o que os capitalistas do Vale do Silício estão agora
ensino-aprendizagem (cf. Pereira, em andamento). denominando de uma 'internet' de pessoas" (Keen1 2012: 88).
LifiGUISTICA APUCADA NA MODERNIDADE RECENTE EDUCAÇÃO Lll\IGUisTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LINl}UAS

J nais da educação, uma dependência de seus filhos e/ou maridos para a uti- ~<:_n~<iis(;iplina_<i_elíngua portuguesa o "conteúdo" é a língua a ser en-
j lização de um computador. De outro lado, tais estudos também mostram o ~i!lada,nã()~_ácoll1o_s_ep;1rá-l~dos seus usos, das diferentes linguagens, das
<J descaso das políticas públicas para com as escolas e para com os professores assim denominadas "variedades", _que vejo como línguas de fato (cf. tam-
! em relação às TICs. O que interessa mais às secretarias de educação (e aos bém discussão em Cavalcanti e César, 2004; César e Cavalcanti, 2006). As
3 governos municipais, estaduais e federal) é computar o número de compu- variedades são bem definidas pelos estudos sociolinguísticos, mas 0 que se
tadores presentes (e não necessariamente em uso) nas escolas. Uma situação quer aqui é ir além das fronteiras linguísticas, é-est_a!;.,:lecg~urnp_osiciona-
muito semelhante às bibliotecas e laboratórios ... Aliás, em relação a cursos _Il1---"l!t()__pplítico_icle_o!ói>ico,é buscar desenhar novas paisagens e-;,- m;s~as
para professores em serviço, uma introdução à informática é considerada e diferentes geografias sociais. Encontro eco para esse posicionamento
"suficiente" (cf. Pereira, em andamento) em Canagarajah (2013a), quando se refere aos avanços recentes dos estu-
E, acoplado a essas questões de base, que não fazem parte da formação dos sobre multilinguismo, sociolinguística e novos estudos do letramento.
de professores, há que se apontar também que, apesar do propalado discurso Acrescentaria aqui os avanços da Linguística Aplicada no Brasil que, em
sobre diversidades inscrito nos Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, pelo menos uma de suas vertentes, se abre para interfaces com essas áreas
1996, 1999), isso também não faz parte da formação do professor para a área listadas por Canagarajah e pela busca de diálogo com a sociologia, os estu-
de ensino de línguas e linguagens. Aliás, diga-se de passagem, não faz parte dos culturais e a antropologia, mas de modo integrado, sem a fragmentação
da formação de professores em nenhuma área de ensino. Não é surpresa, corrente na vida contemporânea.
portanto, que o foco dos cursos de licenciatura, conforme já se apontava em Também me alinho a Canagarajah (2013b: 1) quando argumenta a fa-
Cavalcanti (1999), é, única e exclusivamente, o conteúdo (meta)linguístico vor do uso de práticas translíngues. Para o autor, o neologismo é necessário
a ser ensinado. E esse parece ser o objetivo de alguns alunos de cursos de porque "multilíngue" e "plurilíngue", de alguma maneira, cavam uma se-
licenciatura, como vozeou uma das alunas da disciplina sobre linguagem, paração entre as lí!lguas,_ "mesmo quando focalizam a coexistência de múl-
diversidade e ensino que precedeu a disciplina de estágio focalizada neste tiplas línguas". "T_J"ans!Í;;-guê))para ele, propicia a possibilidade de pensar
capítulo: "Eu só quero mesmo é estudar o conteúdo que vou ensinar". A im- emc()mpetência comunicatlvapara alé~de ,;significados predefinidos de
pressão que se tem é de que o conteúdo a ser ensinado é livre de relações línguas individuais, mas a habilidade de combinar diferentes recursos em
e implicações sociais, políticas, culturais ... Ora, o conteúdo sozinho está__ interações situadas para nova construção de significado".
0
desvinculado da vida em sociedade, do contexto sociocultural e histórico._ No BrasiF , os profissionais que atuam no campo da diversidade se
"\ É árido, desinteressante e tedioso,comotemsi<fo a esc_()!a~_Como já suge- deparam a todo rn()tl1~!1to com línguas brasileiras em uso, e com esse ter-
--rfamPost~an e Weingartner (1971) e também hooks (1994), a saída para o mo - }fhgn'ls]Jrasileir~~- me refiro às várias línguas portuguesas, faladas
professor nesse tipo de escola é subverter o ensino. Postman e Gartner, nos por alunos de·escolàs públicas, sejam eles falantes de português que venham
idos de 1971 (p. 133), já diziam que é preciso ir além do "comprometimen- da periferia ou que venham da zona rural, sejam eles LIBRAS-comunicado-
to [naturalizado] em relação a metáforas, procedimentos e objetivos". Essa res, sejam eles descendentes de imigrantes de comunidades situadas, por
afirmação não está datada, ainda mais agora que essa cristalizaçãd 9 de me- exemplo, em regiões afastadas dos grandes centros, em zonas rurais ou
táforas, procedimentos e conceitos já tem muito mais de um século. não. Ou seja, a preocupação está com minorias e cmn maiorias rninorita-

19 20
É de meu conhecimento que há práticas educacionais criativas que extrapolam a des_- Em discussões com pesquisadores de outros países (Inglaterra, Colômbia, Peru, entre
crição dramática aqui feita, mas, infelizmente, no Brasil, como também em outros países, além da outros), nota-se que o mesmo acontece, porém, como no Brasil, há um escamoteamento dessas ou-
América Latina, essa cristalização predomina no dia a dia das salas de aula na educação pública. tras línguas (também não consideradas como tal) que competiriam com a língua oficial.
~~ LINGUÍSTICA APliCADA NA MODERNIDADE RECENTE

rizadas (Cavalcanti, 2011). Há cenários translíngues que precisar ser leva-


dos em consideração e todos eles são social e linguisticamente complexos
(Cavalcanti, em andamento, 2011, 2007).
Nesses contextos, é mister sinalizar, a.s pe§soas parec.,mJ4!er uma in-
~-~~---~---·~~-~~--------~~-~~-~~

. tercompreensãopotencialque precisa ser expli~it.ada e.vªl()ri~.~-ª~c_No en-


Gênero, sexualidade, raça
tanto, muito frequentemente essa potencialidade é naturalizadamente des-
prezada pela sociedade e esse desprezo é internalizado como interiorização
em contextos de letramentos escolaresl
pelo sujeito que transita entre línguas, principalmente as não prestigiadas,
aquelas que não têm status de língua, que são denominadas variedades e que Luiz Paulo da Moita Lopes
o leigo até reconhece, às vezes, como variação regional.
É bom também lembrar que a potencialidade supramencionada pode
ser desenvolvida com a ajuda da aprendizagem de línguas estrangeiras. Mas
aí tem-se um problema também, como já adiantei no texto que deu origem
O que me move politicamente, e aquilo para o qual eu quero criar espaço, é o mame t
a este capítulo: no aprendizado de línguas estrangeiras, há também um apa- noqual ·1 no
um su;et o ... afirma o direito de ter uma vida vivível quand h
gamento das ditas "variedades" em favor da língua padrão. Ora, e não é isto t · - onenuma
au onzaçao anterior para tal existe, quando nenhuma convenção que torna isso possível
também o que acontece com o ensino de português nas escolas brasileiras,
está claramente disponivel (Butler, 2004 , 224).
com a formação do professor de língua portuguesa?
A educaç:j.g lillgllísticad() . l'r()fes~()L<fe língues.lliís>J:J.odeJersomeu:..
te linguística, ei~ precisa ser ~ofisticadamente inteJ: e tra11sdi.s~iplillar1 so~
cialmente engajada, antropologicamente antenada, plural em s_ell_fo~o, pa~a
Introdução
. iJ1cl!l_ir<>s_estudos de letrame11_to, os estudos s<:J_b_:e multilinguis!Uo:~~~-~~
estudo das relações entre linguagem e vida social ·f·

I
questõés de intercompreensãq_e de_prátjcas translíngues, <JS est\lª()§Sülm'-- _ , espec1 Jcamente
d as reIaçoe t 1· '
transcultur"lisp?: Essa visão de educação liuguística ampliada teria_~~l'ª: s en re mguagem e classe social, gênero sexualidade
raça etc., tem sido um grand t d . 1. , ' '
ço para o conceito de intercompreensão via, por exemplo1 práticas tra(lS}i.I):. (SV) . e ema a soCJo mgmstica variacionista
e, maJs recentemente, da Linguística Aplicada (LA) brasileiras. Ainda
gues. Teria também.abertura de espaço, por exemplo, PaJ<l_\lmapeªa_gozia _
que a SV tenha maJ~ tradição (uma das áreas mais desenvolvidas no cam-
cult11ralmente s"nsível (l,ªdson:Billings1 .1994) e c!i"logaria com a. ec!.llsaçii_Q_
po de estudos lmgmsticos brasileiros), a LA brasileira nos últ" .
c!oent()rnoproppsJa por Maher(2007). anos tem tentado . Jmos qumze
t . - construir conhecimentos relativamente inovadores sobre
~s q~estoes. As duas tradições, todavia, nunca se encontram e conversam
uan o uma entra, a outra dá "bom dia'; trocam abraços - felizment~
-------
l Sou grato ao CNPq pela bolsa d d ..
sim como pelos vários auxf]' , . e pro uhvidade em pesquisa (303301/2009-0) as-
Ias a pesquisa em esp · 1 I 'I . ( . '
Também agradeço à FAPERJ elos vár' ' ' . e~ta pe ou tlmo edital universal 14-2012).
26/110.065/2012). Sem esses p . . _ws ~UXI~Ios a pesquisa, especialmente, pelo último (E-
apOios mstltuctonats, a pesquisa relatada aqui não teria sido possível.
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