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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA

PRÓ – REITORIA DE PESQUISA E PÓS – GRADUAÇÃO – PPPG


CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS – CCSO

Disciplina: Aprendizagem Escolar e Trabalho Pedagógico - AETP


Professora: Raquel Tavares de Morais

Os desafios e a importância da interação do jovem e a escola no processo educativo.

Lucinéia Nunes Leal

Introdução

Em virtude da evolução humana, o modo de vida, a cultura, as diferenças, o próprio


homem, passaram por mutações, com essas mudanças observamos as dificuldades que a
sociedade encontrou em adaptar-se em vários seguimentos. Sendo um desses a maneira de
como o professor se comporta junto ao processo educacional do novo jovem que se formou.
Todavia, encaramos uma ruptura de uma educação tradicional para uma nova forma de ensino,
onde o docente deixa de ser transmissor de conhecimento e o aluno passa a ser o protagonista
do processo.

Notoriamente percebemos que as escolas passam por crises e as variáveis que abatem
as instituições escolares têm proporcionado primeiramente aos profissionais que dela fazem
parte uma total desmotivação, uma vez observado em suas práticas. E ao aluno que já não se
sente atraído pela escola, deixando de fazer dela um espaço de riqueza humana, cultura e de
aprendizagem. Onde se nota uma conjuntura de conflitos que impede a eficácia e o sucesso
do processo educativo.

Diante desse contexto, a ideia é levantar uma reflexão sobre a juventude e a escola,
na intenção de promover uma discursão voltada diretamente às práticas pedagógicas docentes
aplicadas x aluno, e como o coordenador pedagógico pode mediar alternativas repensando tais
métodos.

Problemas e desafios da escola e o jovem

A escola brasileira tem perdido seu se destino há tempos, uma vez que não consegui
entender seu público, não porque seja algo impossível, mas por não compreender que é
necessária uma nova postura diante de uma nova personalidade juvenil que se estabeleceu nos
dias atuais. Isso faz com que a escola se torne um ambiente de conflitos, onde jovens e
professores não conseguem ter um convívio harmônico de construção do saber.
Diante deste cenário, destacamos vários fatores pedagógicos que contribuem para
tais desencontros, sendo um deles à ausência de metodologia de um currículo multicultural,
diversificado que desperte nos discentes uma consciência crítica dos problemas globais que
acontecem no mundo e da importância de se fazer um paralelo com o circulo local que o
mesmo habita, para que ele perceba a importância de cada disciplina e o real sentido das
mesmas. O rap, composto por Gabriel, o pensador chamado “Estudo Errado” explicita-se
notoriamente como o jovem se sente desmotivado com a forma de como a escola vem
pedagogicamente se comportando errado com seu público, ausentando-se dele por aplicar
métodos e práticas ultrapassados, favorecendo com o fracasso escolar. Contudo, o pensador
nos faz refletir sobre o papel da família nesse processo, quando observamos que a própria
família como o sistema preocupa-se com a nota deixando de lado o conteúdo, o pensamento.
No texto de “A ESCOLA “FAZ” AS JUVENTUDES? reflexões em torno da
socialização juvenil” de Juarez Dayrell, em uma das citações diz que temos de levar em conta
também que essa condição juvenil vem se construindo em um contexto de profundas
transformações socioculturais ocorridas no mundo ocidental nas últimas décadas, fruto da
ressignificação do tempo e espaço e da reflexividade, dentre outras dimensões, o que vem
gerando uma nova arquitetura do social (Giddens, 1991). Reafirma assim o pensamento inicial
desta discursão, onde elucida a importância da escola evoluir em suas técnicas pedagógicas,
visto seu público não aceitar, tão pouco entender uma linguagem ultrapassada.
A partir do supracitado, o coordenador pedagógico vem como elo de ligação e peça
que pode servir de transformação na escola, haja vista, por ser responsável de discursões que
levem a melhoria educacional. Ressaltando ainda, que essas discursões em torno de práticas
e métodos aplicados levaram a uma avaliação voltada a aprendizagem da vivência, do respeito,
da unidade, pois a ausência de tais fatores no cotidiano escolar faz que percebamos o quanto
é preciso ter uma escola mais humanística e menos tecnicista.
Segundo Paulo Freire (1992):
“O educando precisa de se assumir como tal, mas, assumir-se como
educando significa reconhecer-se como sujeito que é capaz de
conhecer e que quer conhecer em relação com outro sujeito
igualmente capaz de conhecer, o educador e, entre os dois,
possibilitando a tarefa de ambos, o objeto de conhecimento. Ensinar e
aprender são assim momentos de um processo maior – o de conhecer,
que implica re-conhecer. No fundo, o que eu quero dizer é que o
educando se torna realmente educando quando e na medida em que
conhece, ou vai conhecendo os conteúdos, os objetos cognoscíveis, e
não na medida em que o educador vai depositando nele a descrição
dos objetos, ou dos conteúdos”.
Observamos que o autor reafirma a discursão proposta, pois o jovem educando de
fato precisa se assumir enquanto tal, reconhecendo seu papel e a importância do efeito desse
processo. Percebemos ainda, que em sua fala que o autor coloca o professor também sujeito
igualmente capaz de conhecer, em outras palavras o educador já não tem o papel tão somente
de ensinar, mas, sobretudo, de aprenderem juntos. E isso, significa dizer que sua prática
necessita ser repensada, replanejada.
Considerações Finais
Diante de todo contexto e sabedores da necessidade de uma nova postura, é
importante salientar que não é tarefa fácil executar uma nova metodologia sem a presença de
políticas públicas aplicáveis com seriedade, que atendam o real imperativo da escola, sua
realidade local, cultura, sua vivência, pois nos deparamos com situações deploráveis de
gestões arcaicas e individualistas, fazendo de coordenadores pedagógicos, professores, todos
os profissionais que dela faz parte, principalmente os discentes, vítimas de um processo mal
formativo.
Por fim, é sabido que o jovem já não tolera posturas como acima citada, tão pouco
uma escola de muros fechados, a atual personalidade juvenil almeja uma educação que seja
democrática, que permita a discussão de fatos globais. O que tem feito com que o sistema
perceba que não só o currículo se inove, porém a quebra dos paradigmas de uma educação
que ainda se perpetua nos corredores das escolas.

Referências

DAYRELL, Juarez - A escola faz as juventudes- Reflexões em torno da socialização juvenil.


FREIRE. Paulo. Pedagogia da Esperança: Um reencontro com a Pedagogia do Oprimido.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

GABRIEL, O Pensador - Estudo Errado-www.10youtube.com/watch?v=BD4MMZJWpYU.

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