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UNIDADE I: O PAPEL DA DIDÁCTICA NA FORMAÇÂO DE EDUCADORES

1- Função social da Escola e dos Professores

1.1- Função social da Escola

NÃO OBSTANTE DAS TRANSFORMAÇÕES SOFRIDAS NO


DECORRER DA HISTÓRIA, A ESCOLA REPRESENTA A
INSTITUIÇÃO QUE A HUMANIDADE ELEGEU PARA
SOCIALIZAR O SABER SISTEMATIZADO.
.
Significa que é um lugar onde é difundido o
conhecimento que a sociedade estima
necessário transmitir às novas
gerações. Desta feita, a função social
da escola é ampla, complexa e
sobretudo diversificada. Tem
necessidade de dedicação exclusiva
por parte do professor, necessidade de
acompanhar as mudanças e os novos
paradigmas que o tempo vai trazendo.
.
Contudo, para dar sustentabilidade às contínuas
evoluções, a escola precisa ressaltar um ensino
que crie conexão entre o que o aluno aprende
nela e o que ele faz fora dela.
A escola contextualiza o currículo, ministrando um
conhecimento que faça sentido a vida do aluno.
Estabelece uma relação entre o conhecimento e as
acções do dia-a-dia. Em sala de aula, os alunos são
caminhos a serem traçados e o professor, o agente
condutor dessa acção, sempre na mira de papel de
auto-regulador.
.
A escola abraçando a transformação,
encara a educação como um acto social de
mudança e avanço tecnológico.

Entretanto, já deveria ter desaparecido a


dicotomia proposta desde o princípio do
século sobre a missão da escola que é
transmitir conhecimentos e técnicas, ou
seja, formar pessoas.
.
A escola deve, por isso, satisfazer não só as
necessidades de formação técnica do
indivíduo, mas também a necessidade de
formação cultural e humana do aluno, de
visão global da vida e do mundo, de modo
a poder integrar-se dinamicamente na
sociedade com uma atitude e ética válida.
Sem um sentido válido de si e do conjunto,
sem um esclarecido sentido ético, o
homem sente-se perdido e deslocado no
universo.
.

Preocupada exclusivamente com a instrução e a


formação de tecnocratas, ignorando as
dimensões fundamentais da pessoa, a escola
enche-lhe o cérebro, mas deixa-a de coração
vazio e desarmada para o futuro.
O aluno não pode levar para a vida só
qualificações técnicas e informativas. Além disso,
a escola deve ser para o aluno um agente de
socialização desempenhando assim um papel de
grande relevo na sua formação individual, assim
como na sua preparação para o futuro.
.

É na escola que os alunos passam maior


parte do seu tempo e que resulta na
transmissão de valores e de
comportamentos educativos.
Teorias sobre a função social da escola

“A escola tem a função de organizar os processos de


aprendizagem dos alunos, de forma que eles
desenvolvam as competências necessárias para
serem cidadãos plenos, no sentido de melhorarem
a sociedade” (MORAN 2005).
“Uma das funções sociais da escola é preparar o
cidadão para o exercício pleno da cidadania,
vivendo como profissional e cidadão”, (TORRES
2006).
.
Segundo a UNESCO, “ a principal função
social da escola, é o desenvolvimento da
cidadania cívica dos alunos, como
elemento fundamental no processo de
formação de cidadãos responsáveis,
críticos, activos e intervenientes”.
“A escola tem a função social de formar
um cidadão político, capaz de criticar,
questionar, reivindicar, participar, ser
limitante e engajado, contribuindo para a
transformação de uma ordem social”
(PAULO FREIRE).
.
“É ajudar a formar agentes de informação e não
meros acumuladores de dados” (MERRETTO
2001).

“Tem a função social de capacitar os alunos de


maneiras a se tornarem cidadãos participativos
na sociedade em que vivem” (Wikipedia).

“Formar cidadãos críticos e conscientes para a


sociedade, mas não é isso que acontece na
prática” (R. T. Vieira).
.

A escola tem a função de educar um


individuo, para que ele aprenda a conviver
em sociedade, facilitando aos alunos o
pleno entendimento sobre determinado
assunto, permitindo que eles assimilem
directa e criticamente suas atitudes dentro
de uma sociedade.
.

Durkheim conceitualiza a função social da


escola a “construção do ser social, feita em boa
parte pela educação, é a assimilação pelo
individuo de uma série de normas e princípios,
sejam morais, religiosos, éticos ou de
comportamento, que balizam a conduta do
individuo num grupo. O homem mais do que
formador da sociedade, é um produto dela”. (in
divisão social do trabalho).
“É formar um cidadão que tomará parte do
espaço público, não somente o desenvolvimento
individual do aluno” (ibidem).
1.2- Função social do Professor
A pedagogia moderna, invertendo a
relação tradicional entre mestre e
discípulo, confirmou o papel primário
deste último no processo da sua educação.
O moderno pensamento pedagógico
cunhou a expressão revolução copernicana
da educação, para indicar a substancial
mudança ocorrida nas relações entre
educador e educando, pois hoje a educação
não esta exclusivamente voltada na figura
do professor.
.

Este por sua vez deve adaptar-se ao


sistema de descoberta das qualidades do
aluno, pois além de transmitir
conhecimentos científicos e não só, o
professor deve promover a vocação do
aluno no sentido de enquadra-lo bem
socialmente, projectando assim o seu
futuro.
.

Também tem como desígnio ajudar o


aluno desenvolver a capacidade de criar
suas próprias formas de cultura; promover
ao aluno o desenvolvimento das
habilidades pessoais para que ele mesmo
seja capaz de cogitar sobre o que lhe é
transmitido, de aceitar, mas acatar com
espírito crítico, independência, liberdade e
consciência.
.
Como Copérnico no campo astronómico
revolucionara a concepção Ptolomaica da
centralidade da terra no sistema solar,
afirmando a posição central do sol em
relação a todos os planetas do sistema
solar, do mesmo modo, no campo
pedagógico, não é mais o professor o eixo
da acção educativa, mas o aluno, cujas
exigências o professor deve adaptar-se,
procurando conhece-las e, fazendo de tal
modo que ele se autopromova.
.

Para John Dewey, “ a educação não é algo


que deve ser inculcado de fora, mas
consiste no desenvolvimento de dons que
todo ser humano traz consigo ao nascer. O
professor neste caso é um mediador que
ajuda o aluno a descobrir os seus dotes
para que o aluno possa desenvolve-los
futuramente”.
.

Toda vez que se reflecte sobre a educação,


precisa-se em princípio, ponderar-se no
“ser” em que vai processar-se a educação:
o homem. Esse, não apenas como
elemento do sistema educativo, mas como
actuante do processo educacional.
Na sua função social, o professor
desenvolve competências para a vida,
levando o aluno a interagir com o meio em
que vive, facilitando desta forma o seu
enquadramento sociocultural.
2- Relação professor- aluno
Ser professor é exercer uma profissão ou vocação de
ajuda ao serviço do desenvolvimento integral do
aluno.
A sua missão não é fundamentalmente transmitir
conhecimentos para que os alunos os assimilem,
memorizem e dêem conta deles. Mas auxiliar o
aluno, através de alguns pontos de referencia
essenciais e da sua orientação, a adquirir ele mesmo
estes conhecimentos, a desenvolver as suas
capacidades, a formar os seus próprios juízos, a
assimilar valores, a adquirir atitudes válidas, etc.
.
Só o aluno pode descobrir e realizar
certezas que só a ele pertencem. O
professor, no entanto deve estar atento, ao
acontecimento, fazendo perguntas,
sugerindo respostas e meios, corrigindo
desvios, orientando, etc.
O professor, por isso mesmo, não o é só
por aquilo que diz ou ensina, mas também
por aquilo que é. Ele é e está ali: a sua
palavra e presença são indissociáveis da
sua personalidade.
De .
qualquer maneira, o professor é
modelo e testemunha de valores e
contravalores do aluno. Por isso, se
quiser ser um verdadeiro educador, além
da sua especialidade, deve ser mestre em
humanidade e exercer a sua função com
um grande sentido de amizade. Nada
compensa e substitui num professor a
ausência de contacto vital e amigo com os
alunos.
.

O êxito ou fracasso do professor depende


da formação que possuir, da qualidade da
sua personalidade, do seu poder de
compreensão e acolhimento, do seu grau
de empatia, do seu poder comunicativo e
da sua capacidade de amar
verdadeiramente os alunos. O respeito e
a verdade para os dois lados são
fundamentais.
.

Esta relação não deve consistir só numa


contemplação e deleitação mútua, mas
numa relação a três. Na relação entre
professor e aluno, a verdade acha-se
sempre como terceiro dialogante. É esse
terceiro termo que funda a relação entre os
dois primeiros: cada um destes não é para
o outro um fim em si, mas um meio e um
mediador na procura da verdade.
.

Então, a palavra do professor já não será apenas


uma palavra diante da turma, mas na turma e
com a turma. Entretanto, as lições, deveres,
exercícios e chamadas, não serão do que
momentos dessa procura, da assimilação e
síntese da verdade, desse dialogo de todos e cada
um com a verdade de si, dos outros, do mundo,
da humanidade, etc.
Ainda que, por vezes só fale um, a aula
transforma-se, assim, num dialogo permanente
do professor com os alunos, destes com o
professor, da turma com todos e de todos com a
verdade.
2.1- Perspectivas teóricas sobre a
relação professor- aluno
Durante muito tempo, os autores do
campo da Didáctica preocuparam-se muito
mais com as estratégias e os recursos de
ensino do que com o relacionamento
professor – aluno. Mas tanto os trabalhos
decorrentes de pesquisa empírica, quanto
de aprimoramento teórico acerca da
posição do professor em sala de aulas, vêm
reforçando a ênfase que deve ser dada a
esse relacionamento.
.

Perrenoud (2000: 75), propõe a redefinição da


relação com o saber na sala de aulas mediante “
uma verdadeira negociação do contracto
didáctico, o que requer do professor a vontade e a
capacidade de escutar os alunos, de ajuda-los a
formular seu pensamento e de ouvir suas
declarações”.
Carl Rogers um dos pioneiros no
desenvolvimento da Psicologia Humanista e Pai
da chamada Educação não Directiva, define a
relação entre professor- aluno como um dos
principais pilares da sua teoria. Para ele, esta
relação facilita a aprendizagem.
.
“Um professor amigo, tanto dentro,
quanto fora da sala de aulas,
representa aos seus alunos um ser
humano, não a corporificação
anónima de uma exigência curricular
ou um tubo estéril através do qual o
conhecimento é processado de uma
geração para a outra”, ( ROGERS,
1986: 128).
2.2- Relação professor-aluno do
ponto de vista Psicanalítico

O relacionamento do ponto de vista


psicanalítico baseia-se em dois afectos
básicos constituintes da estrutura psíquica:
o amor e o ódio. Muitas vezes o não
domínio de determinados conteúdos por
parte do professor, leva-o a odeiar o aluno
que faz perguntas muito inteligentes e amar
o aluno mais tímido.
.

Dessa forma, a ênfase colocada por Freud, no


estudo da relação professor-aluno não esta no valor
dos conteúdos cognitivos que transitam entre essas
duas pessoas, ou seja, na informação que é
transmitida de um para o outro, mas nas relações
afectivas entre professor e alunos.
 Assim, segundo a perspectiva psicanalítica, não se
focalizam os conteúdos, mas o campo que se
estabelece entre professor e os seus alunos, que
estabelece as condições para aprender, quaisquer
que sejam os conteúdos, (KUPPER, 1992).
2.3- Relação professor – aluno no
Construtivismo
Para o construtivismo, o professor tem a
incumbência de promover a harmonização
das necessidades individuais com as
exigências do meio social. A aprendizagem
por sua vez, é reconhecida como um
processo de reestruturação de conceitos
prévios, que sempre existem em cada
individuo, e com base neles é que os novos
conhecimentos são ancorados.
.

O Construtivismo privilegia os processos


mentais e as habilidades cognitivas.
Enfoca o aprender a aprender, o que
significa que o processo de aquisição é
considerado mais importante do que o
conteúdo em si. Dessa forma, os conteúdos
devem ser estabelecidos levando-se em conta
as experiencias vivenciadas pelo próprio
aluno. Os métodos a serem seleccionados
devem ser de preferência aqueles que
possibilitam o aprender fazendo.
3-

O termo Didáctica foi instituído por Jan Amós


Pressupostos teóricos da Didáctica

Comenius, em sua obra “Didáctica Magna”, em


1657 e, do ponto de vista da sua génese, significava
«arte de ensinar». Durante séculos, esteve
associada exclusivamente às técnicas e métodos de
ensino. No seu contexto histórico, a didáctica
detalhava as formas de como se deveria ensinar.
Com o passar dos tempos a palavra Didáctica, foi
ganhando espaço em quase todos os sectores da
vida funcional do individuo, (empresas, instituições
politicas, económicas, sociais, etc.), para indicar o
bom funcionamento das mesmas.
.

Hoje a didáctica não se revê exclusivamente


nas técnicas e métodos de ensino. Além disso,
ela concilia o ensino-aprendizagem. Hoje
estes dois termos andam de mãos dadas no
campo da própria didáctica.
Para fazer menção dos pressupostos teóricos
da Didáctica, é importante ressaltar
principalmente as figuras de PIAGET e
VIGOTSKY, cujas teorias se engajam naquilo
que a Didáctica invoca a muitos anos.
.

Para Piaget, a aprendizagem depende do


estágio de desenvolvimento atingido pelo
sujeito.
Segundo este autor cada estágio tem o seu
equilíbrio próprio que permite o sujeito se
adapte as situações novas. A passagem de
um estágio ao seguinte é um processo de
equilíbrio no sentido de uma auto-
regulação.
.

Cada estágio tem uma estrutura com


características próprias, os mesmos se resumem
em quatro:
Estágio sensório-motor (dos 0 aos 18/24
meses)
O estádio sensório- motor caracteriza-se por uma
inteligência prática que se aplica na resolução de
problemas (procurar um juízo escondido como a
sucção e a preensão e posteriormente alcançar
uma bola ou qualquer objecto colocado em sua
frente. Estes esquemas são conhecidos por
reflexos inatos.
.

Estágio pré-operatório (dos 2 anos


aos 7 anos)
Este estágio caracteriza-se pela existência
de representações simbólicas, que vão
permitir a criança usar uma inteligência
diferente. A criança vai passar a poder
representar objectos ou acções por
símbolos. É o que se designa por função
simbólica.
 
.

Estágio das operações concretas (dos 7


anos aos 11/12 anos)
No estágio das operações concretas, a criança já
tem um pensamento lógico com a capacidade de
fazer operações mentais, isto é, a criança
organiza o pensamento em estrutura de conjunto
e os seus raciocínios lógicos são também
reversíveis. É pela reversibilidade que ela pode
entender que, se 2 + 2 = 4, então 4-2=2. Contudo
estas operações são concretas, isto é, só são
efetuadas na presença dos objectos e nas
situações vividas.
 
.

Estágio das operações formais (11/12


aos 15/16 anos) O estádio das operações
formais caracteriza-se por um pensamento
abstracto, uma inteligência formal e pelo
exercício de raciocínios hipotético-
dedutivos.
Já na perspectiva de Vigotsky, a
aprendizagem favorece o desenvolvimento
das funções mentais, mas as vezes a cultura
pode surgir como um factor condicionante.
.

“O aprendizado adequadamente organizado


resulta no desenvolvimento mental e põe em
movimento vários processos de
desenvolvimento que de outra forma, seriam
impossível de acontecer” (Vigotsky 1987: 101).
Este aprendizado se inicia muito antes da
criança entrar na escola, pois desde que nasce
e durante seus 1ºs anos de vida, encontra-se
em interação com diferentes sujeitos- crianças
e adultos e situações, o que lhe vai permitir
atribuir significados a diferentes acções,
diálogo e vivencias.
.

“ É a técnica de estimular, dirigir e


encaminhar, no decurso da
aprendizagem, a formação do
homem” (AGUAYO).
.

A didáctica em sua amplitude deve ajudar de forma


precisa na formação do educador, viabilizando ao
mesmo a capacidade de formular seus objectivos a
serem atingidos no decorrer de sua carreira. Segundo
(Candau 1999, p.26) “O papel da didáctica destina-se
a atingir um fim a formação do educador”. Assim
percebe-se que o educador não pode deixar de
trabalhar a didáctica em hipótese alguma, uma vez
que ela faz parte da sua prática profissional. Percebe-
se que os professores vêm utilizando a didáctica
constantemente desde o séc. XX, quando a escola
nova torna-se universal atendendo todas as classes
sociais, voltando-se ainda para todas as faixas etárias 
da mais tenra infância a adultez.
.

Assim percebe-se a grande importância da


didáctica na formação do educador.
4

A Didáctica e a relação ensíno – aprendizagem


.
A Didáctica é uma disciplina científico-
pedagógica, cujo objecto de estudo são os
processos e os elementos que existem na
aprendizagem. Trata-se do ramo da
pedagogia que se ocupa dos sistemas e dos
métodos práticos de ensino, destinados a
colocar em prática as directrizes das
teorias pedagógicas. Na sua génese, a
didáctica ressalta a arte e as técnicas de
ensino.
.

O Ensino é a acção e o efeito de


ensinar (instruir, doutrinar,
transmitir amestrar com regras ou
preceitos). Trata-se do sistema e do
método de instruir, constituído pelo
conjunto de conhecimentos,
princípios e ideias que se ensinam a
alguém.
.
Segundo Vygotsky, (1980: 90)  Aprendizagem “é
o processo pelo qual o indivíduo adquire
informações, habilidades, valores, atitudes”,
etc.. a partir de seu contacto com a realidade,
com o meio ambiente e com as outras pessoas”.
Segundo essa premissa é possível perceber que o
autor afirma justamente um dos objectivos da
didáctica e a relação que possui com o processo
de ensino-aprendizagem, que é o de envolver os
alunos com o meio podendo interagir com todos
a partir do seu contacto com a realidade, além de
poder construir seu próprio conhecimento,
favorecendo assim, a sua aprendizagem.
.

Nas palavras do educador Paulo Freire,


não existe ensino sem aprendizagem e,
as duas palavras assumem uma grande
relação com a Didáctica, pois nascem com
“ela”. Para ele e para vários educadores
contemporâneos, educar alguém é um
processo dialógico, um intercâmbio
constante e ilimitado.
Nessa relação o educador e o educando
trocam de papéis o tempo inteiro.
.

Nas palavras do educador Paulo Freire,


não existe ensino sem aprendizagem e,
as duas palavras assumem uma grande
relação com a Didáctica, pois nascem com
“ela”. Para ele e para vários educadores
contemporâneos, educar alguém é um
processo dialógico, um intercâmbio
constante e ilimitado.
Nessa relação o educador e o educando
trocam de papéis o tempo inteiro.
.

Ainda para Freire, no processo Didáctico-


pedagógico, alunos e professores devem
assumir seus papéis conscientemente, pois
não são apenas sujeitos do “ensinar” e do
“aprender” e, sim seres humanos. Para o
educador, no processo de ensino-
aprendizagem é preciso conhecer o
outro ( professor e aluno ) em toda sua
complexidade, em suas esferas biológicas,
sociais, culturais, afectivas, linguísticas
entre outras.
.

O ensino – aprendizagem promove o


dialogo entre o conteúdo curricular “
formal” e os conteúdos únicos
(vivencias, história, individualidade) do
professor quanto do estudante.
.

A discussão sobre a Didáctica e a relação


ensino – aprendizagem, leva-nos a reflectir
uma educação acessível a todos e que
respeite as peculiaridades humanas.
Partindo deste pressuposto, torna-se
necessária uma mudança na transmissão
de conhecimentos no âmbito escolar, uma
reformulação do acto educativo, buscando
a criticidade dos cidadãos em face à
realidade.
.

 Do ponto de vista Didáctico, o


processo de ensino-aprendizagem,
faz-se exclusivamente com estas duas
figuras: “ professor e aluno”, e a
relação existente entre os dois, pois
eles são os principais actores deste
processo.
.

Neste âmbito, a Didáctica é entendida como


a ferramenta em que se acontece o processo
de ensino – aprendizagem, onde o professor
consegue organizar de forma sistemática
todo seu trabalho, buscando oferecer meios
que induzam ao aluno a perceber suas
necessidades e criar seus mecanismos, a fim
de adquirir novos conhecimentos sem
excluir os anteriores. Assim pode-se afirmar
que a didáctica é peça importantíssima no
processo ensino-aprendizagem.

5- A estrutura do trabalho docente

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PLANO


DE TRABALHO DOCENTE
 
1- Conteúdos Estruturantes e Específicos.
2- Justificativa ou objetivos
3- Encaminhamento Metodológico
4- Recursos Didáticos
5- Critérios de Avaliação
6- Referências
1 – CONTEÚDOS (O que vou ensinar?)
 
Estruturantes: Saberes de grande
amplitude, conceitos ou práticas que
identificam e organizam os diferentes
campos de estudo das disciplinas escolares,
sendo fundamentais para a compreensão do
objeto de estudo das áreas do conhecimento.
Específicos: Cabe ao professor selecionar
esses conteúdos a partir dos materiais
didáticos disponíveis, trabalhando-os de
forma contextualizada e articulada aos
conteúdos estruturantes.
2 – JUSTIFICATIVA OU OBJETIVOS (Por que e para que vou ensinar?)

Refere-se às intenções educativas.


Justifica a escolha dos conteúdos
como opção política, educativa e
formativa. Explicita qual a
importância desses conteúdos para a
formação do aluno.
3 - ENCAMINHAMENTOS

METODOLÓGICOS (Como vou ensinar?)

Como fazer - procedimentos e


estratégias para se chegar aos
objetivos. Explicita a forma de
encaminhamento das aulas,
considerando o processo de ensino e
aprendizagem dos educandos.
4 - RECURSOS DIDÁTICOS (Com
o que vou ensinar?)

Explicita quais recursos poderão ser


utilizados no decorrer das aulas: filmes,
internet, músicas, documentários,
revistas, jornais, livros, entre outros.
5 - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO /
RECUPERAÇÃO / INSTRUMENTOS DE
AVALIAÇÃO (Como vou avaliar? Quais
as principais aquisições os alunos
precisam demonstrar?)
Seleção de instrumentos e definição de critérios
que estabelecem os propósitos e a dimensão do que
se avalia. Os critérios refletem de que maneira vai
se avaliar; são as formas previamente estabelecidas
para se avaliar um conteúdo. Para cada conteúdo
específico é preciso ter claro o que se deseja
ensinar e, portanto, avaliar. Recomenda-se que a
avaliação seja contínua e cumulativa.
.

A recuperação de estudos deverá ser


paralela, contemplando o que preceitua o
Projeto Político Pedagógico e o Regimento
Escolar de cada estabelecimento de
ensino.
 
Explicitar quais instrumentos serão
utilizados: provas escritas e orais,
seminários, simulados, sínteses, debates,
pesquisas, etc.
6 – REFERÊNCIAS (O que
estudei, consultei para elaborar
meu plano?)

As referências mostram quais obras


fundamentam a práxis do professor. Para
tanto, é importante que se busque
referências além do livro didático para a
construção do Plano de Trabalho Docente:
livros, sites, revistas, etc.
Bibliografia

J. M, Resente (A Sociologia contra a escola: 213-21)


Gil, A.C. (Didáctica do ensino superior: 56-63
Veiga, A. (A educação hoje: 172-185)
Brochura de filosofia da educação do 2º Ano
www.portaleducacao.com.br
Www.isabelsadallagrispino.com.br

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