Você está na página 1de 28

Tema 1: Ética Empresarial

A ética empresarial é o ramo da ética directamente ligado às empresas, que é


referente à conduta ética das empresas, ou seja, à forma moralmente correcta de
dirigir um negócio sem prejudicar terceiros.
 Problemas Decisões
 Nas empresas não é diferente.
 As empresas devem ter ações responsáveis não apenas em termos
econômicos, mas principalmente socio-ambientais.
 Ética empresarial diz respeito a regras, padrões e princípios morais sobre o que
é certo ou errado em situações específicas.
 É o comportamento da empresa entendida lucrativa quando agem de
conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas
pela coletividade (regras éticas).
 Hoje muitas empresas possuem cartas de valores, missão e procuram mostrar-
se preocupadas com os clientes, mas...
 Discurso Prática

Classificação da Empresa com Ética


A organização para ser classificada como ética, precisa:
 Sentir-se livre em relação a subornos e chantagens de governos, de
fornecedores e de outros, para tomar decisão;
 Assumir responsabilidades pelas tomadas de decisão;
 E, ainda, as decisões, conscientemente, não deverão ser abusivas em relação
ao “outro”.

As partes envolvidas na ética empresarial são:


1. Clientes da Empresa, com quem a Empresa lida
2. Fornecedores da Empresa
3. Trabalhadores que fazem parte da empresa
4. A comunidade na qual a Empresa funciona
5. O Estado que regula as operações da Empresa.

1.1. Ética perante os clientes


 Honestidade - ser honesto em termos de preço, qualidade e quantidade e na
entrega dos produtos aos clientes, atempadamente e de acordo com as
especificações acordadas
 Cortesia - ser educado, paciente e prestável para com os clientes.
 Responsabilidade - ser capaz de cumprir as suas obrigações conforme o
combinado por exemplo, o cumprimento atempado dos seus contratos
 Amabilidade - ser alegre, de bom humor, jovial e delicado quando lida com os
seus clientes.
 Compreensão - ser capaz de compreender certas situações ao lidar com os
seus clientes, por exemplo, se um cliente perder mercadorias em trânsito, deve
ser tratado com compreensão ao exigir o pagamento.

1
1.1.1 Ética empresarial para com os trabalhadores
Inclui:
 Dar-lhe boas condições de trabalho - o local de trabalho deve ser um lugar
saudável para trabalhar, além de ter outros benefícios como transporte,
alojamento, almoço, assistência médica, etc.
 As condições de emprego devem ser claras para o trabalhador em termos de,
por exemplo, se é um emprego temporário, permanente, tipo de contrato. O
salário deve ser especificado.
 Pagamento justo - o pagamento deve ser justo para os trabalhadores em
termos do que a empresa pode pagar em relação ao salário mínimo.
 Segurança no emprego - o trabalhador deve saber quando é que termina o
contrato de trabalho.
 Educação - os trabalhadores devem ser tratados com educação em todas as
situações, mesmo quando não têm razão.
 Respeito pelos trabalhadores - os trabalhadores devem ser respeitados pela
contribuição que prestam à empresa, por exemplo: não gritando com eles.

1.1.2 Ética empresarial com a sociedade


A ética da empresa para com a sociedade inclui:
O envolvimento nos eventos, necessidades sociais do seguinte modo:
 Ajudando ou trabalhando com a sociedade para preservar o ambiente. Também
pode ajudar não se envolvendo em actividades que prejudiquem o bem-estar
social, por exemplo: acumular águas paradas, danificar zonas de captação de
água, bloquear estradas e caminho, etc.
 Tendo em consideração as normas, por exemplo: deve fazer negócio com
aquilo que é aceitável para a cultura ou para as crenças religiosas dessa
sociedade.
 Participando na sociedade, por exemplo, contribuindo para equipas de futebol,
para os pobres, pessoas doentes, deficientes, deslocados, etc.
 Oferecendo oportunidades de emprego aos membros da comunidade local
antes de trazer pessoas de outros lugares.

1.1.3 Ética empresarial para com o governo


A ética empresarial das empresas em relação ao governo inclui:
 O cumprimento da lei que regem o registo e o funcionamento da empresa.
 O cumprimento total a atempado das suas obrigações fiscais.
 Evitar as práticas incorrectas como subornar, enganar os clientes, os
financiadores, outras empresas, etc.
 O cumprimento dos critérios de qualidade e peso.
 O bom relacionamento com os seus trabalhadores, com a sociedade e o
respeito pelo ambiente.

Ética empresarial e sua importância


 Empresa: organização particular, governamental ou de economia mista, que
produz e oferece bens e/ou serviços, com o objetivo de obter lucro.

2
 Sociedade “pós-capitalista” ou “sociedade do saber”, caracterizada pela criação
de parcerias, em substituição aos conflitos de interesses;
 Relação de parceria, está baseada na confiança e na lealdade;
 As empresas procuram ter valores próprios como iniciativa, responsabilidade,
comunicação e transparência;
 Abandona-se a relação GANHA-PERDE e entra em voga a relação GANHA-
GANHA;
 Logo empresas que tomam decisões éticas têm se destaca porque conseguem
fidelizar clientes.

1.2- Deontologia Profissional


A deontologia é um conjunto de comportamentos exigíveis aos profissionais, muitas
vezes não codificados em regulamentação jurídico, ou ainda um conjunto de deveres
que se impõe a certos profissionais o cumprimento da sua função.
Princípios de carácter geral
 Dignidade: Deve-se abster de qualquer comportamento que pressuponha
infracção ou descrédito e desempenhar o exercício da sua profissão com honra
e dignidade;
 Integridade: Deve agir com honra, lealdade e boa fé;
 Sigilo profissional: Deve observar rigorosamente o princípio de
confidencialidade nos factos e notícias que conhecer por razões ligadas ao
exercício da sua profissão.

1.2.1- Discriminação nas actividades Empreendedoras


O termo discriminar significa separar; diferenciar; estabelecer diferenças; distinguir;
não se misturar; formar grupo à parte por alguma característica étnica, cultural,
religiosa etc; tratamento desigual ou injusto de uma pessoa ou grupo de indivíduos,
em face de alguma característica pessoal, cultural, racial, étnica, classe social ou
convicções religiosas.
O ato ou acção de discriminar, isto é, de distinguir, de desigualar, de fazer diferença,
de segregar, pôr à parte por intolerância, xenofobia ou preconceito, seria
discriminação, um fenómeno eminentemente social, que guarda conotação de
desvalor, por provocar desigualdades entre pessoas ou grupos sociais. A discriminação
estaria fundada em ideias preconcebidas que resultariam por levar à posição de
inferioridade as pessoas ou grupos atingidos.
Nesse sentido, entende-se discriminação como um tratamento desequiparador que
decorre de preferência ilógica, fundada em características de sexo, raça, cor, etnia,
religião, origem e idade.
Essa conduta, assim determinada, é vedada pelo ordenamento jurídico, por ter como
efeito impedir a fruição do direito à igualdade de 1oportunidades devido a todos.
Nesses casos, distinguir, desigualar, preferir, em razão de características pessoais,
sociais ou culturais, tem o significado de tratamento desfavorável dado a alguém, ou
acerto grupo de pessoas; isto seria agir com discriminação.
Dessa compreensão decorre que, para o tratamento desigual atribuído a alguém se
configurar em uma conduta negativa, dita discriminatória, esse necessita ser fundado
em preferências injustificadas, geradas, na maioria das vezes, pelo preconceito.

3
Afastam-se, daí, todas as possibilidades dessa situação de tratamento desigual ocorrer
por diferenças naturais atribuídas às pessoas envolvidas. Não se pode considerar que
todas as diferenças entre pessoas estejam fundadas em desigualdades sociais,
advindas das relações de poder observadas na sociedade. Mas cabe reconhecer que
apenas as desigualdades sociais podem ser eliminadas aplicando-se o princípio da
igualdade de oportunidades, norteador da política de combate à discriminação e todas
as formas de preconceito.
Somente quando a preferência por pessoas ou grupos sociais é fundada em critérios
irrelevantes que impedem a igualdade de direitos de se confirmar, essa situação
configura-se antijurídica, porque vai de encontro aos valores constitucionais. A
discriminação, assim entendida, é uma conduta que interfere de forma negativa nos
direitos das pessoas, impedindo-as, por razões injustificadas, de exercerem
plenamente o direito à igualdade de oportunidades. Ao contrário senso, as distinções,
exclusões ou preferências, fundadas em qualificações exigidas para um determinado
emprego não são consideradas discriminação.

1.2.2- Discriminação negativa e positiva nas actividades empreendedoras

Como discriminação negativa, aponta-se o tratamento desigual que cria um


desfavor ao indivíduo, negando-lhe o exercício de seus direitos de pessoa humana, ou
que segrega, ou exclui da vida social os membros de determinado grupo, e tem como
efeito provocar desigualdades injustificadas. Essa discriminação é aquela sofrida pelas
mulheres, negros e pessoas portadoras de deficiência, que historicamente enfrentam
enormes desigualdades sociais. É um fenómeno social, que se percebe em todas as
fases do desenvolvimento das sociedades humanas, mas de relevância significante nas
sociedades atuais, cada vez mais intolerantes com o diferente.
Esse tipo de discriminação caracteriza-se no tratamento desigual oferecido às pessoas
ou grupo, fundado em critérios distintivos injustificados e que tem por resultado
produzir um prejuízo, observável quando comparado ao tratamento dispensado às
outras pessoas ou grupos sociais.

A essa forma desfavorável de tratamento, que gera excessivas desigualdades entre as


pessoas ou grupos, opõe-se outro tipo de discriminação, denominada discriminação
positiva. Isso porque é um modo de eliminar as diferenças, ao assegurar a igualdade
de oportunidades a todos, mediante políticas protectivas ou distributivas de benefícios
às pessoas ou grupos que se encontram em situação desfavorável, com o objectivo de
corrigir os desequilíbrios existentes na sociedade. Justifica-se a discriminação positiva a
partir da ideia de equidade, que vai dizer da necessidade de tratamento igual para os
iguais e desigual para os desiguais.

Também chamada de acção positiva, em oposição ao ato negativo de discriminar, a


discriminação positiva é entendida como um conjunto de estratégias, iniciativas ou
políticas, que visa favorecer pessoas ou grupos sociais que se encontram em condições
desfavoráveis, em razão, quase sempre, da prática de discriminação negativa, presente
ou passada. No entanto, é medida que deverá ser observada em carácter excepcional,
até que se neutralizem os efeitos das desigualdades sociais.
A discriminação positiva constitui-se uma acção na qual é possível distinguir pessoas
ou situações, a fim de lhes dar tratamento diferenciado, que se justificaria pela
correlação lógica existente entre a diferença observada entre elas e a desequipar
acção estabelecida na regra, desde que essa não equiparação seja compatível com os
princípios que informam o ordenamento jurídico. Tem-se, assim, que é possível
discriminar em favor daqueles que enfrentam desigualdades, contudo, o tratamento
desigual deve ter um fundamento razoável, e destinar-se a realizar o objectivo visado.

4
Assim entendida, a discriminação positiva deu origem à acção afirmativa, surgida da
concepção de que é possível distinguir pessoas ou grupos apresentados socialmente
com o objectivo de não apenas fortalecer suas participações na sociedade por meio de
um tratamento preferencial inclusivo, mas de provocar mudanças efectivas nas
estruturas sociais.
A discriminação positiva, como uma acção que visa à equidade, é uma medida que
deve ser tomada no tempo, até que o grupo desfavorecido possa alcançar o nível de
desenvolvimento social do grupo dominante. Deve-se considerar, ainda, que o traço
distintivo seja pertencente às pessoas, ou aos grupos, a serem discriminados
positivamente, isto é, nenhum elemento que não exista nessas pessoas insuficiente
para eliminar desigualdades de fato.4 Essa compreensão justifica a discriminação
positiva com a finalidade de corrigir desvantagens, ou permitir benefícios, para que as
pessoas pertencente são grupo discriminado possam desenvolver-se, e ocupar os
diversos espaços da vida social. A ideia, sempre posta, frente a essas situações é a de
reparar o “desvio das contingências na direcção da igualdade”. Nesse sentido, a
discriminação positiva é um mecanismo que busca a justiça social.
Não se pode, portanto, desequiparar pessoas ou grupos quando neles não se
encontram factores desiguais. O tratamento desigual estabelecido em regra
discriminatório deve estar correlacionado com a diferença que se tomou em conta. O
que autoriza a discriminar é a diferença que as pessoas ou grupos apresentam em si,
alterando a regra da igualdade, o que faz a discriminação positiva ser justificada frente
ao princípio da igualdade de oportunidades.

Tema 2: Identificação de Oportunidades de Negócios

Subtema 2.1 Processo de legalização de uma empresa


2.1.1 Processo de criação de uma empresa
A empresa encontra-se no centro das sociedades actuais e á sua volta gira uma
multiplicidade de coisas importantes.
Mas o que é uma empresa?
A resposta será diferenciada consoante a perspectiva pela qual se olha esta entidade.
 Para o Empreendedor ou Empresário
É um lugar onde investi o meu capital e a minha criatividade, procurando organizar
economicamente pessoas, capitais e inovação técnicas, tendo em vista a satisfação das
necessidades dos consumidores e ,claro, a obtenção de lucros.
 Para o trabalhador
É onde desempenho a minha actividade, produzindo bens e serviços destinados ao
mercado. Em troca, tenho o direito de receber uma remuneração, com a qual posso
satisfazer as minhas necessidades e a da minha família.
 Para o consumidor
È uma unidade de produção que me permite ter á disposição os bens de que preciso
para satisfazer as minhas necessidades, as quais dependem, em grande parte, do meu
rendimento disponível.

5
 Para o Estado
É o local onde se podem adquirir bens e serviços e onde se vão cobrar as quotizações
para a segurança social e os impostos. Estes são de cobrança obrigatória e tem por
finalidade permitir ao Estado promover a satisfação das necessidades colectivas.

O Processo de criação de uma empresa inclui os seguintes passos:


 Identificar uma oportunidade de negócio;
 Pesquisa de mercado;
 Preparar o plano empresarial (plano de Negócio);
 Avaliar a tecnologia e os equipamentos;
 Começar as operações da empresa.

Identificação de uma oportunidade de negócio


Uma oportunidade de negócio é quando existe uma procura real ou potencial por um
bem ou serviço que ainda não está satisfeita, isto é, quando existe uma lacuna, um
vazio no mercado.
Pesquisa de mercado
Todas as decisões relacionadas a novos empreendimentos contêm certo grau de
incerteza, tanto no que diz respeito à informação na qual as decisões estão baseadas
como no que diz respeito às suas consequências. Assim, uma pesquisa de mercado é
uma ferramenta de orientação para as decisões. Isso significa que a pesquisa deve ser
aplicada somente quando os seus resultados contribuírem para diminuir a incerteza ou
influenciar decisões.
A pesquisa é um recurso vital que serve para:
 Conhecer o perfil do cliente, ela fornece a caracterização dos clientes nos
aspectos quantitativos (potencial do mercado, participação da empresa no
mercado etc.) e qualitativos (estilo de vida, características comportamentais,
hábitos de consumo, escolaridade, renda etc.);
 Perceber a estratégia dos concorrentes e observar seus pontos fortes e fracos;
Analisar os fornecedores e as empresas que fornecem produtos e serviços:
sistema de vendas e distribuição, políticas de preços e cobrança; qualidade dos
produtos e serviços;

Preparar o plano empresarial (plano de Negócio)


O Plano de Negócios é o principal documento de estruturação de um projecto
empresarial, permite analisar a sua viabilidade e constitui a base de apresentação do
projecto a terceiros.

Entidades especialistas na temática do Empreendedorismo disponibilizam manuais nos


quais descrevem as etapas de elaboração de um plano de negócios, no sentido de
garantir a sustentabilidade do projecto.

Avaliar a tecnologia e os equipamentos


É necessário que o empresário verifique os sistemas de produção, para se certificar da
qualidade dos produtos e serviços que deseja oferecer, bem como os equipamentos
necessários para o funcionamento dos sistemas de produção que tenciona usar.

6
Começar as operações da empresa
Depois de o empresário ter concluído o processo de criação da empresa, está em
condições de começar o seu empreendimento.

2.1.2- Passos para a criação de uma empresa em Angola


1) Solicitar o atestado de residência na Administração Comunal.
2) Registar a denominação social da empresa no Ficheiro Central de
Denominações. (acompanhado do B.I e preenchimento do respectivo
formulário).
3) Solicitar o Cartão de Contribuinte no Bairro Fiscal, mediante a apresentação
de uma declaração para constituição da empresa e cópia do B.I
4) Pagar impostos para início de actividade na Repartição do Bairro Fiscal.
(acompanhado da cópia do cartão de contribuinte e preencher o documento
de Arrecadação de Receitas).
5) Registar o início da actividade comercial na Conservatório do Registo
Comercial, sendo necessário a entrega de uma cópia do B.I, o número do
contribuinte e declaração para constituição da empresa.
6) Fazer o registo estatístico da empresa no Instituto Nacional de Estatística.
(cópia do B.I, número de contribuinte, declaração para constituição da
empresa, liquidação de impostos e preencher um requerimento.
7) Fazer a publicação da Empresa no Diário da República, Imprensa Nacional,
sendo exigido uma cópia da Certidão de Registo Comercial.
8) Obter o parecer de Enquadramento Urbanístico e Interesse na
Administração Municipal, (acompanhado do B.I, Liquidação de Impostos,
requerimento, contrato de arrendamento ou título de propriedade, o croqui
de localização e declaração de nenúncia.
9) Obter o Licenciamento para o exercício de actividade no Ministério do
Comércio, sendo necessário o preenchimento de quatro formulários, cópia
do cartão de contribuinte, parecer do enquadramento urbanístico, cópia da
certidão comercial e registo criminal.
10) Fazer a inscrição dos funcionários no Instituto Nacional de Segurança
Social, mediante o preenchimento de formulários e cópia do cartão do
contribuinte.
11) Obter a proposta de Investimento nacional na Agência Nacional de
Investimento Privado, sendo exigido a certidão de denominação social,
cópia do registo autenticada ou cópia do B.I (em caso de pessoa singular),
certidão do Bairro Fiscal e certidão da Segurança Social.
12) Efectuar o registo comercial definitivo da empresa.

Subtema 2.1 Associações Empresariais

2.1.1 - Significado de Associações Empresariais


As associações Empresariais são constituídas por empresas que se juntam
voluntariamente e concordam em trabalhar em conjunto para atingir objectivos
comuns. Objectivos que incluem, satisfazer as suas necessidades e proteger os seus
interesses, o que elas não conseguem fazer sozinhas ou que podem fazer melhor se
estiverem unidas.

7
Objectivos das Associações Empresariais
Os objectivos das associações empresariais variam duma associação para outra.
Contudo, os objectivos comuns que as associações Empresariais procuram alcançar
são os seguintes:
 Assegurar ou garantir a entrada nos mercados locais e estrangeiros aos
produtos e serviços dos seus membros;
 Obter matérias-primas para os seus membros;
 Conseguir melhor tecnologia de produção para as suas empresas;
 Conseguir e proporcionar locais e programas de formação para os seus
membros;
 Obter apoio financeiro e técnicos dos bancos, de outras instituições de apoio a
empresas e do governo;
 Apoiar individualmente os membros em caso de necessidade;
 Desenvolver e divulgar sistemas melhorados de produção e gestão entre os
membros;
 Defender os interesses dos seus membros perante o governo para melhores
incentivos ao investimento, políticas fiscais, políticas monetárias e económicas
gerais que sejam favoráveis às suas operações.

2.1.2 - Membro de Associação Empresarial


Tornar-se Membro de uma Associação é na maioria dos casos, um acto voluntário, as
empresas pagam uma jóia de admissão e quotas periódicas (geralmente um ano) para
obter e manter o seu estatuto de Membro. Elas tendem a atrair membros de empresas
que estão no mesmo ramo.

2.1.3 - Serviços prestados pelas Associações Empresariais

 Dar informações sobre oportunidades e tendências do mercado.


 Negociar e garantir mercados locais e estrangeiros para o produto ou serviços
dos seus membros.
 Procurar obter matérias-primas para as suas empresas.
 Identificar tecnologia apropriada para melhorar a produção e a produtividade
de suas empresas.
 Elaborar e facultar programas de formação aos empregados dos seus
membros.
 Negociar e conseguir serviços de apoio financeiro e técnicos com instituições
financeiras, instituições de apoio a empresas e com o governo.
 Dar apoio moral e material aos membros que deles precisam.
 Desenvolver melhores tecnologias de produção e sistemas de gestão para os
seus membros.
 Realizar campanhas de defesa dos interesses dos seus membros perante o
governo, para melhores incentivos ao investimento, políticas fiscais,
monetárias e económicas que se sejam favoráveis às suas operações.

8
Subtema 3.1 - Legalização de Negócio
3.1.1 - Registo de um Negócio
 O registo do nome do negócio
Os negócios devem ser registados em conformidade com a legislação em vigor, com
um nome. Este nome pode ou não ser do (s) dono (s).
 Requisitos para o registo do negócio
A pessoa que deseja constituir um negócio deve dirigir-se à Conservatória do Registo
Comercial para registar o seu negócio, onde receberá as devidas informações. Em
Angola, os escritórios para o registo encontram-se nas capitais das Províncias.
O registo do negócio pode ser realizado pelo próprio dono ou por intermédio de um
advogado. Se aquele optar por Advogado, tem que pagar uma taxa.
Caso a documentação esteja completa, A Conservatória do Registo Comercial emite um
certificado de constituição que comprova que o negócio se encontra registado.

3.1.2 -Licença Comercial


Descrição: Documento Legal, de âmbito nacional, que habilita a pessoa singular ou
colectiva com capacidade financeira e civil o exercício da actividade comercial e de
prestação de serviços mercantis.
Quem pode Requerer: Cidadão nacional ou estrangeiro, empresas públicas ou
privadas, com capacidade financeira e de gestão, civil dedicados ao exercício de
actividade comercial, desde que não tenham sido condenados em julgado.

Procedimentos para obtenção da licença comercial


 Adquirir e preencher o formulário de pedido de obtenção comercial.
 Parecer das autoridades competentes certificando que a empresa está
conforme as exigências municipais.
 Declaração de impostos do ano transacto
 Declaração do serviço de Bombeiros que confirma a existência de equipamento
apropriado contra incêndio nas instalações da empresa.
 Recibo de imposto escalonado ou progressivo.
 Inspecção realizada pela Direcção de Saúde e pelo Gabinete Técnico da
Administração Municipal para certificar que as instalações reúnem as condições
técnicas e sanitárias para esse tipo de negócio.
 Taxas ou comissões da licença pagas depois de a entidade competente avaliar
o requerente e determinar o montante a pagar de acordo com o leque de
comissões estipulado anualmente

3.1.3- Tipos de imposto comercial em Angola


Entende-se por Imposto: Uma prestação pecuniária, com carácter obrigatório e
definitivo, paga coercivamente ao Estado pelos agentes económicos, de forma
unilateral e sem contrapartida imediata.

Os impostos dividem-se em dois grandes grupos:


1- Impostos directos, que incidem directamente sobre os rendimentos ou
património dos agentes económicos. O imposto predial urbano ou imposto
sobre o rendimento do trabalho constituem exemplos de impostos direitos;

9
2- Impostos indirectos, que incidem sobre os bens e serviços transaccionados.
Imposto sobre o consumo de produtos derivados de petróleo é um exemplo
deste tipo de imposto.

E ainda de realçar que os impostos podem ser:


a) Progressivos: Diz-se que um imposto é progressivo quando a taxa aplicada
aumenta á medida que se eleva a matéria colectável. É o caso do imposto
sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) ou do imposto sobre o
rendimento das pessoas colectivas (IRC)
b) Proporcionais: Diz-se que um imposto é proporcional quando a sua taxa é
constante. É o caso do imposto sobre o valor acrescentado (IVA)

A progressividade aplicada aos impostos justifica-se pelo princípio da justiça social e


equidade, permitindo assim ao Estado efectuar umas das vertentes da redistribuição
dos rendimentos.
Com efeito, ao aplicar uma taxa progressiva, por exemplo sobre o IRT, o Estado esta a
diminuir as desigualdades económicas provocadas pela repartição primaria dos
rendimentos. Se este imposto fosse proporcional.
3.1.4 Exercícios
Calcule o rendimento final das famílias X e Y, após a aplicação de um imposto à uma
taxa proporcional de 25% sobre os rendimentos e após a aplicação um imposto à
uma taxa progressiva de 30% para a família com maior rendimento, sabendo que os
rendimentos das famílias é de 68.880,00 e 240.450.00 kwanzas, respectivamente.

3. A família A tem um rendimento mensal de 57.890, 37 kz e a taxa aplicada sobre o


rendimento é de 12,72% e a família B tem um rendimento de 78,432,89 kz a taxa
aplicada sobre o seu rendimento e de 9,89%. Calcula o imposto a uma taxa
progressiva e a uma taxa proporcional para ambas as famílias.

Exercício nº1: Calcule o rendimento final das famílias X e Y, após a aplicação de


imposto com as taxas de 25% e de 30% sobre os rendimentos, sabendo que os
rendimentos das famílias é de 125000.00 e 300000.00 kwanzas, respectivamente.
Exercício nº2: Calcule o rendimento final das famílias X e Y, após a aplicação de um
imposto à uma taxa proporcional de 25% sobre os rendimentos e após a aplicação
um imposto à uma taxa progressiva de 30% para a família com maior rendimento,
sabendo que os rendimentos das famílias é de 68.880,00 e 240.450.00 kwanzas,
respectivamente.

Formulas
T- Valor do imposto T=R×i
R- Rendimento mensal RF = R - T
i-taxa
RF- Rendimento final

10
3.1.5- Conceito de imposto comercial
Um imposto comercial é uma taxa paga pela empresa ao governo central ou ao
governo local. Os impostos podem ser tributados de forma diferente, o que determina
o seu tipo. Os impostos são pagamentos obrigatórios e não tem reembolsáveis feitos
pelas empresas ás entidades tributarias consoante as suas operações e resultados
(lucros), por ex: Comercio, serviços profissionais, sem incluir, contudo, emprego.
Tipos de imposto comercial
Os impostos comerciais mais comuns nos países em desenvolvimento são:
1- O imposto de rendimento, pagável a partir dos rendimentos obtidos com os
lucros da empresa.
2- O imposto de consumo que muitos países cobram, designadamente, o imposto
sobre o valor acrescentados (IVA)

3.2- O que é o IVA?

O IVA é um imposto sobre o consumo final de bens e serviços que é colectado a cada
fase do processo de produção e distribuição. Do ponto de vista do comprador, o IVA é
um imposto sobre o preço de compra. Do ponto de vista do vendedor, o IVA é um
imposto sobre o valor acrescentado (por isso é chamado de imposto sobre valor
acrescentado) neste ponto da cadeia de produção/distribuição.
Cada interveniente na cadeia tem o direito de deduzir IVA dos materiais/serviços que
compra e o dever de liquidar IVA na venda. A empresa simplesmente entrega ao
Estado a diferença entre o IVA cobrado nas vendas e o IVA pago nas compras. Este
processo é chamado de mecanismo de apuramento e pode ser apresentado com a
seguinte fórmula:

IVA apurado = (Valor de venda x IVA) – (Valor de compra x IVA)


Ou
IVA apurado = IVA (Valor de Venda – Valor de compra)

Como podem ver, o IVA é aplicado sobre a margem bruta (Valor de Venda – Valor de
compra), ou seja, o valor agregado em cada etapa da cadeia.
Do ponto de vista prático, o IVA funciona como um imposto sobre venda na medida
em que só o consumidor final é tributado. A grande diferença é que, com um imposto
sobre vendas, todo o imposto é recolhido num único momento: o ponto de venda final.
Com o IVA, o imposto é recolhido ao longo da cadeia em cada momento em que valor
é agregado ao produto. No fim do processo, o resultado é o mesmo: só o consumidor
final paga e as empresas que fazem parte do processo não sofrem qualquer impacto
directo do imposto.

Segue uma ilustração de como funciona o IVA. Para simplificar o exemplo, o primeiro
interveniente (Empresa A não tem nenhum insumo sujeito ao IVA):

No exemplo acima, cada interveniente remete ao Governo a diferença entre o IVA


pago (o IVA que deduz) e o IVA que cobra (o IVA que liquida sobre vendas). O
consumidor não tem o direito de recuperar o IVA, suportando todo imposto, sendo por
isso o IVA denominado de imposto sobre o consumo. É importante salientar que os
intervenientes na cadeia, Empresa A e B, somente serviram como mecanismo de

11
transmissão e não sofrem qualquer impacto directo de tributação. Para clarificar,
comparamos o mesmo caso com e sem IVA:

Os exemplos acima ilustram uma situação em que o IVA funciona plenamente, ou seja,
todos os intervenientes pagam e conseguem repassar o IVA. No entanto, na realidade,
o IVA pode não funcionar de forma linear devido as isenções introduzidas por vários
regimes de tributação. Em Moçambique existem essencialmente dois regimes: regime
normal e os regimes especiais. Os regimes especiais dividem-se em dois grupos:
regime de isenção e regime de tributação simplificada. O importante é que a
coexistência de diferentes regimes na mesma economia cria uma série de distorções
que fazem com que o IVA deixe de agir da forma original, ou seja, como uma
tributação ao consumo e passe a constituir um imposto sobre a produção. Outra
consequência dos regimes especiais é a ocorrência de situações em que o Governo
tem de reembolsar o IVA aos agentes económicos

3.2.1- O que são Isenções?

Isenções são situações em que um sector, uma empresa ou um produto é dispensada


da obrigação de liquidação do IVA. Existem varias formas de isenção ao IVA a
destacar:
Isenções simples: significa que não se liquida o imposto nas vendas e não se
deduz o imposto nas aquisições. Segue uma ilustração:

Isenções completas: significa que não se liquida o imposto nas vendas e se deduz
o imposto suportado nas aquisições, dando lugar a reembolso do IVA. Segue uma
ilustração:

Podemos verificar que as isenções geram distorções que alteram a natureza do IVA.
Quando o imposto deixa de ser um imposto sobre consumo e passa a onerar a
produção, os agentes económicos podem alterar as decisões de produção optando pela
compra de insumos e produção de bens que minimizam a tributação.
Outra consequência, ilustrada na figura 3, é o encarecimento do bem final. Até agora
os exemplos apresentados partiram do pressuposto de que o IVA pode sempre ser
passado para o próximo agente na sua totalidade sem consequências. Na realidade,
isto nem sempre se verifica visto que um aumento do preço pode ter um efeito na
decisão de compra (no caso de haver bens substitutos). Os regimes especiais também
aumentam a complexidade da gestão do IVA (tanto pelas empresas como pelo
Governo). Basta pensarmos numa situação em que uma cadeia produtiva pode ser
composta for dezenas de empresas (cada um com o seu regime de IVA) que fornecem
diversos produtos (cada um com o seu regime de IVA). Para complicar ainda mais, um
produto pode ser

A empresa não paga o IVA na compra (deduz) e não cobra na venda devido a isenção
completa. A empresa tem o direito de reembolso do IVA que pagou na compra e que
não recuperou na venda. A empresa paga IVA na compra (não deduz) mas não pode
cobra-lo na venda devido a isenção. O IVA torna-se assim um custo que a empresa
repassa através.

Com os exemplos acima podemos verificar que as isenções geram distorções que
alteram a natureza do IVA. Quando o imposto deixa de ser um imposto sobre consumo
e passa a onerar a produção, os agentes económicos podem alterar as decisões de
produção optando pela compra de insumos e produção de bens que minimizam a
tributação.

12
Outra consequência, ilustrada na figura 3, é o encarecimento do bem final. Até agora
os exemplos apresentados partiram do pressuposto de que o IVA pode sempre ser
passado para o próximo agente na sua totalidade sem consequências. Na realidade,
isto nem sempre se verifica visto que um aumento do preço pode ter um efeito na
decisão de compra (no caso de haver bens substitutos).
Os regimes especiais também aumentam a complexidade da gestão do IVA (tanto
pelas empresas como pelo Governo). Basta pensarmos numa situação em que uma
cadeia produtiva pode ser composta for dezenas de empresas (cada um com o seu
regime de IVA) que fornecem diversos produtos (cada um com o seu regime de IVA).
Para complicar ainda mais, um produto pode ser composto ao mesmo tempo por
insumos que são sujeitos ao IVA como por insumos isentos.
Finalmente, como vemos na figura 4, as isenções também criam situações de
reembolso que fazem com que o Governo passe a suportar parte do IVA, situação que
pode ter um efeito negativo na economia.

3.2.2- Quando que ocorre os reembolsos?

Reembolsos ocorrem quando o valor apurado resulta num crédito para uma empresa.
Segue alguns exemplos que geram situações de reembolso:

 Empresas que importam materiais e/ou compram produtos e serviços sujeitos


ao IVA. Estas empresas processam os produtos em produtos acabados. No
entanto, se os produtos finais forem isentos a empresa não poderá recuperar o
IVA através da venda.

 Algumas empresas são isentas do IVA (geralmente um beneficio fiscal para


atrair investimento). Sendo assim essas empresas não pagam o IVA cobrado
pelos seus fornecedores (que são sujeitos ao IVA). Os fornecedores por sua vez
pagam IVA sobre os seus insumos mas não conseguem recupera-lo através de
IVA cobrado nas vendas.

 Empresas exportadoras que compram produtos sujeitos ao IVA mas que depois
não conseguem recuperar o IVA nas vendas, porque a exportação está isenta
de IVA.

Os reembolsos, em condições normais, não devem ter nenhum impacto sobre os


agentes económicos e só deverão ter efeito sobre as finanças do Estado. No entanto,
em Moçambique o sistema de reembolso não esta a funcionar plenamente. O não
reembolso e/ou o atraso no reembolso tem consequências negativas sobre a actividade
económica:
 Empresas deixam de fornecer a empresas isentas e produtos isentos;
 Empresas adicionam o valor do IVA não reembolsado aos seus custos
aumentando assim o nível de preços;
 Exportadores adicionam o valor do IVA não reembolsado aos custos reduzindo
assim a competitividade dos seus produtos.

Em resumo, num sistema de IVA eficiente, o imposto só incide sobre o consumo final e
os agentes económicos ao longo da cadeia não têm qualquer impacto (para além da
carga administrativa de gerir o IVA). A introdução de isenções distorce o IVA e torna-o
num imposto sobre produção a ser absorvido pelas empresas (ou repassadas ao
consumidor através dos preços) ou reembolsado pelo Governo. Estas distorções são

13
ainda agravadas quando o sistema de reembolso não funciona. Existe geralmente uma
certa pressão para isentar determinados sectores e produtos de IVA. É importante que
os agentes económicos e o Governo entendam o impacto dessas isenções para
entenderem se a isenção realmente produz o efeito desejado.

Exercício nº1: A fábrica Água da Chela, fornece semanalmente 30 embalagem (1/12)


de água mineral de 0,5L as empreendedoras Leyda Jocina & Edith Genorasa, ao preço
de 460,00kz por embalagem. Por sua vez, vendem aos proprietários da pastelaria
Bem-Bom Comercial, Lda ao preço de 67,99kz cada garrafa de água. Estes mesmos,
portanto, a pastelaria, vendem ao consumidor final ao preço de 100,00kz cada garrafa
de água.
Obs. São empresas registadas ao pagamento do IVA, com uma taxa de 22%
a) Calcule o valor do IVA recebido pelo Estado.

Exercício nº2: Calcule o montante de IVA recebido pelo Estado no final de um


processo de distribuição do produto Alfa, sabendo que o mesmo é importado ao preço
de 30.000 u.m. O importador distribui aos grossistas ao preço de 40.000 u.m, que por
sua vez vendem aos retalhistas o mesmo produto no valor de 55.000 u.m, por fim,
estes vendem aos consumidores finais pelo preço de 60.000 u.m
Considere a taxa de IVA de 21% sobre o produto.

Subtema 3.1- Legislação Comercial

A finalidade das leis relacionadas com empresas consiste em regulamentar o


funcionamento das empresas, por exemplo, para proteger os consumidores, o
ambiente, etc.

Tipos de leis sobre as empresas


1- Lei sobre a Saúde Pública
2- Lei sobre Géneses Alimentícios e Medicamentos
3- Lei da Defesa do Consumidor
4- Lei sobre Pesos e Medidas
5- Lei Bases do Ambiente

3.1.1- Conceitos Básicos Legais de um Contrato de Comercial

Conceito de Contrato: Entendimento entre 2 ou mais pessoas, no sentido de realizar


um dado objectivo nos termos e condições acordados, por ex: quando 2 ou mais
pessoas acordam em vender ou comprar a outra.

Finalidade do Contrato
O contrato visa registar aquilo que foi acordado e, igualmente, os direitos e
responsabilidade de cada uma das partes.

Significado dos termos de um contrato comercial


 Oferta: refere-se aos termos e condições estabelecidos por uma das partes.
 Aceitação: Concordar com os termos e condições estabelecidas pela outra
parte.
 Preço ou valor: O preço é a consideração acordada pelas partes contratantes.

14
O preço pode ser o juro, lucro ou beneficio que resulta para uma parte, ou
algum prejuízo ou responsabilidade atribuídas, sofrida ou assumida pela outra.
O preço é o valor monetário acordado entre as partes para relacionarem uma com a
outra, taxa de câmbio, custo ou benefício para qualquer das partes envolvidas, etc.

Término de um contrato
Um contrato termina quando cada uma das partes cumpriu em pleno as suas
obrigações contratuais. Neste ponto, a relação contratual termina e os direitos e
responsabilidades das partes ficam liberados.

Um contrato pode ser dado por findo:


 Quando cumprido nos termos e condições estabelecidas no contrato.
 Mediante comum acordo das partes.
 Se expirar o seu prazo.
 Se o governo o declarar ilegal.

Quebra de Contrato
A quebra de um contrato ocorre quando uma das partes falta ao cumprimento das
seus deveres nos termos do contrato. O incumprimento pode ser parcial ou total.

Os Contratos podem se celebrados:


1- Por escrito: São contratos reduzidos a escrito e assinados pelas partes na
presença de uma terceira pessoa. Por exemplo, contrato de vendas, contratos
de prestação de serviços, contratos de nomeação, etc.
2- Verbalmente: Acorda de cavalheiros em que as partes acordam em
relacionar-se uma com a outra sem estipular termos e condições por escrito. Do
ponto de vista legal não é fácil obrigar ao cumprimento deste género de
contrato.

Actividades: Analise o seguinte caso

A Sr.Tchissola, proprietária de uma empresa de construção, aceitou construir quatro


salas de aulas para o Sr. Bento que pretendia abrir uma escola do ensino secundário.
O custo de construção das salas de aulas era de 3.800.000,00 kwanzas. Antes do inicio
da construção, o Sr. Bento pagou á Sr. Tchissola o valor total acordado para que esta
ultima pudesse adquirir as matérias-primas necessárias. Não foi celebrado nenhum
acordo por escrito, uma vez que os dois eram amigos.
A Sr. Tchissola começou a construir as salas de aula mas quando atingiu a fase do
telhado, afirmou que o dinheiro não era suficiente, pediu ao Sr. Bento que lhe
adiantasse mais dinheiro sob pena de não terminar o trabalho. O Sr. Bento não
conseguiu reunir a quantia pretendida e, assim, a Sr. Tchissola interrompeu os
trabalhos de construção
Servindo-se das informações contidas no caso, responde ás seguintes perguntas:
1- Explique o que entende pelo termo ´´ contrato´´?
2- Quem são as partes envolvidas no contrato acima referido?
3- Qual o valor do contrato?
4- O contrato foi cumprido na integra?

15
Subtema 3.4 - Instituições financeiras (bancos comerciais, banco de
investimento, banco poupança e crédito e função do BNA)

3.4.1- Noção de instituições financeira

Quando observamos o funcionamento da economia, verificamos que existem agentes


económicos cuja a poupança é superior aos investimentos que realizam, ou seja,
dispõem de um excedente de recursos. Dizemos que os agentes económicos que
apresentam esta situação tem capacidade de financiamento.

Encontramos, no entanto, agentes económicos na situaçãoinversa, cuja poupança é


inferior aos investimentos que desejam realizar, tendo assim um de recursos.
Neste caso dizemos que estes agentes económicos tem necessidade de
financiamento.

De facto, na realidade do nosso dia-a-dia sabemos que existem agentes económicos


cuja capacidade de auto-financiamento não é suficiente para os empreendimentos que
desejam realizar, tendo neste caso de recorrer ao financiamento externo, isto é,
recorrer a poupança realizada por outros. As empresas necessitam de realizar
investimentos, seja na aquisição de novas maquinas seja no alargamento das
instalações, e nem sempre dispõem de recursos financeiros próprios, gerados na não
distribuição dos lucros, tendo necessidade de recorrer á poupança efectuada por
agentes económicos.

CAPACIDADE DE FINANCIAMENTO

Poupança> Investimento

NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO

Poupança <Investimento

O financiamento da economia consiste precisamente em fornecer aos agentes


económicos os recursos de que eles necessitam, canalizando as poupanças dos
agentes económicos com capacidade de financiamento para os que tem necessidade
de financiamento.

Esta função de canalização dos recursos é desempenhada por instituições


especializadas para esse fim, que se designam por Instituições Financeiras

As instituições financeiras são empresas que prestam serviços


financeiros, funcionando como intermediários financeiros e estabelecendo a ligação
entre aforradores e os investidores.

Tendo em vista a harmonização dos sistemas financeiros dos países da Comunidade


para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), as instituições financeiras angolanas
dividem-se em:

 Instituições financeiras bancárias, as que podem receber depósitos e criar


moedas através de concessão de crédito. Os bancos constituem um exemplo
deste tipo de instituições

16
 Instituições financeiras não bancárias, as que não estão autorizadas a receber
depósitos, mas concedem crédito financiado através da emissão de obrigações,
da contracção de empréstimos a médio e longo prazo e dos recursos próprios
de que dispõem. As sociedades de capital de risco constituem exemplo deste
tipo de instituições.

As instituições financeiras não bancárias dividem-se em três grupos:

1- As que estão ligadas á moeda e ao crédito;


2- As que estão ligadas a actividades seguradoras e previdências social;
3- As que estão ligadas ao mercado de capital e ao investimento.
Embora o sector varie conforme os países, apresentando uma estrutura mais
ou menos complexas, todos eles não compostos por:
1- Banco central e emissor (BNA)
2- Bancos comerciais, de investimento e de poupança.

Em Angola, após a independência, a actividade bancária passou a ser exercida


exclusivamente pelos bancos do Estado, tendo sido encarados todos os bancos
privados.

Em 1991, termina o monopólio do Estado no sector bancário (e financeiro) e dá-se


inicio á implementação de um sistema bancário de dois nível:

 Banco Nacional de Angola, que passou a exercer a função de Banco Central


 Diversas instituições bancárias de capitais quer nacionais quer estrangeiras.

3.4.2 - Banco central e banco emissor

Para além de assegurar a preservação do valor da moeda nacional, compete


essencialmente ao BNA: actuar como banqueiro único do Estado, aconselhar o Estado
nos domínios monetário, cambial, bem como o respectivo mercado, gerir as
disponibilidades externas do pais ou as que lhe sejam cometidas, agir as
disponibilidades intermediários nas relações monetárias internacionais do Estado, velar
pela estabilidade do sistema financeira nacional, assegurando com essa finalidade a
função de financiador de ultima instancia.

O Banco Nacional de Angola desempenha as seguintes funções:

 Banco Emissor, pois tem o exclusivo da emissão das notas e moedas em


circulação;
 Banco dos Bancos, pois é ao banco central que os outros bancos recorrem
em casos como a falta de liquidez, sendo ainda o Banco o depositário das
reservas obrigatórias de caixa dos outros bancos;
 Autoridade monetária e cambial, pois compete ao Banco Central orientar e
supervisionar as políticas monetárias, financeiras e cambial definidas pelo
Governo;
 Banqueiro do Estado, podendo conceder crédito ao Estado quando este, põe
exemplo, pretende participar no capital de organismo monetários internacionais
ou no caso do financiamento da divida publica;
 Regulador de pagamentos internacionais, cabendo-lhe a administração
das reservas de ouro e de divisas e a fixação da taxa de cambio. Funciona
assim como o intermediário nas relações monetárias internacionais

3.4.3 - Bancos comerciais, de investimento e de poupança

17
Os bancos constituem, sem dúvida, uma peca muito importante na actividade
económica de um determinado pais, região, província ou município.

A banca tem sofrido nos últimos anos grandes transformações, o que, por vezes torna
difícil delimitar de forma rigoroso as suas funções. No entanto, é habitual distinguirem-
se três tipos de bancos de acordo com a sua função principal:

 Bancos comerciais, que tem como principal função a capitação de depósitos e a


concessão de créditos a curto prazo. Para além destas funções prestam ainda
diversos serviços aos seus clientes, como pagamento de serviços, alugueres de
cofres e serviços online. Ex: BFA, BIC etc.

 Bancos de Investimento. Estes tipos de bancos tem funções semelhantes ás


dos bancos comercias, ou seja, conceder créditos, embora a médio e longo
prazo. Ex: BAI
 Bancos de poupanças. Este tipo de bancos tem como principal função a
capitação das pequenas poupanças, podendo também conceder crédito. Este
tipo de bancos acumula as funções dos bancos comerciais, pois concedem
crédito a curto prazo, mas também as dos bancos de investimento, pois podem
conceder crédito a médio e longo prazo.

No sistema bancário angolano, verificamos que os bancos acumulam as três


características referidas, funcionando, na prática, como bancos universais.

O Comercio Livre

Os defensores do comércio livre entre países argumentam com as mesmas vantagens


da liberdade de mercado numa economia nacional. A ausência de barreiras comerciais
entre os vários países, segundo o comércio livre, aumenta de maneira considerável a
eficiência no uso dos factores de produção e estimula a concorrência empresarial,
melhorando extraordinariamente o produto (aumento a quantidade e a qualidade e
diminui o preço)

Exportações e Importações de Produtos

Referimos a exportação para designar a venda de produtos nacionais a outros países


além fronteiras, ao passo que designamos por importações as compras de bens e
serviços produzidos noutros países, realizadas por empresa ou consumidores nacionais.
As exportações e as importações são reguladas pela legislação aplicável e as suas
transacções (em especial, as importações) são efectuadas em moedas diferentes da
moeda do país.

A Divisa

Designamos por divisa qualquer moeda que não seja a do país. As divisas são as
moedas de pagamento nas transacções internacionais e a divisa mais forte é aquela
em que se realiza a maioria destes intercâmbios comercial. Quando um importador
compra divisa, deve tomar em consideração a existência de comissões de cobradas
pelos intermediários financeiros.

A procura de Divisa

O pagamento das exportações é habitualmente realizada na do próprio pais. Assim,


uma economia com um grande volume de exportações terá uma uma moeda mais
forte do que outro em que prevalecem as importações.

18
A Taxa de Cambio

A taxa de câmbio entre duas divisas é a relação que existe entre elas, isto é, o preço
de uma expresso nos termos da outra. A taxa de câmbio entre duas divisas pode ser
estabelecida de maneira oficial pelas autoridades monetárias autorizadas, ou pode ser
determinada pelo mercado livre da oferta e da procura de divisas. A taxa de câmbio
também tem o nome de Cotação.

Subidas e descidas da Taxa de Cambio


Quando a taxa de câmbio é fixada pelas autoridades monetárias e sobe relativamente
a uma divisa, falamos de uma Desvalorização. Por outro lado, quando a taxa de
câmbio entre a moeda de um pais e outra divisa desce, falamos de uma Valorização.
Quando a taxa de é fixada pelos mecanismos livres de oferta e procura de divisas e
sobe, referimo-nos a uma Depreciação, ao passo que se a taxa de câmbio de uma
divisa desce, falamos de Apreciação. È importante sublinhar que, desvalorização/
depreciação de uma implica, ao mesmo tempo, uma valorização/ apreciação da
outra.
A Taxa de Cambio Fixa e de Flutuação Livre
Em função de como se estabelecem as taxas de câmbio entre duas divisas e as
restantes, é possível distinguir quatro sistemas monetários internacionais:
1- Fixo
2- De Flutuação Livre
3- Flutuação controlada e ajustável
No sistema de câmbio fixo, a taxa de câmbio é fixada através da intervenção da
autoridade monetária autorizada. No sistema de taxas de câmbio de flutuação livre, a
autoridade monetária não intervém e a taxa de câmbio é fixada pelos mecanismos de
oferta e procura de divisas no mercado livre.
Obs: Uma apreciação do Kwanza em relação ao dólar pode fazer baixar o preço a
pagar por uma mercadoria importada e paga em US dólares, ao mesmo tempo que se
valoriza os Estados Unidos como destino turísticos.
A Taxa de Cambio de Flutuação Controlada e Ajustável
No regime de taxa de câmbio de flutuação controlada, é o mercado que fixa a taxa de
câmbio entre duas divisas; excepcionalmente, as autoridades monetárias podem
intervir para provocar a subida ou uma descida da cotação da morda nacional,
consoante os interesses económicos. No regime ajustável, definem bandas de
flutuação dentro das quais o mercado livre pode determinar a taxa de câmbio; quando
a divisa sai dos limites das bandas definidas, a autoridade monetária intervém.

Subtema 3.5 - Seguro nos negócios


3.5.1 - Significado de Seguros
O seguro assenta na teoria da associação de riscos. Nesta óptica, a pessoa exposta a
um risco tem que pagar uma pequena quantia, sendo todas as cotizações reunidas
num único fundo. Aqueles que efectivamente sofrerem prejuízos têm direito a uma
indeminização retirada do fundo em questão, pelo que o prejuízo é repartido por
inúmeras pessoas, suportados cada uma parte ínfima do prejuízo total.

19
Os seguros são uma pedra basilar da vida moderna. Sem seguros, segmentos da nossa
sociedade e economia não funcionariam. O sector segurador oferece protecção contra
riscos económicos, climatéricos, tecnológicos, políticos e demográficos, o que por sua
vez permite aos indivíduos que vivam o seu dia-a-dia, e às empresas que operem,
inovem e se desenvolvam. No entanto, o funcionamento e os benefícios dos seguros
não são sempre bem compreendidos. Esta brochura explica como funciona o seguro, o
seu valor acrescentado e a importância do ambiente regulatório para uma maximização
dos benefícios que o seguro pode oferecer.

O seguro é uma transferência de risco. Em troca de um montante, ou prémio, o seguro


transfere o risco de perdas financeiras em consequência de eventos específicos mas
imprevisíveis, de um indivíduo ou entidade para uma seguradora. Se o evento
específico ocorre, o indivíduo ou entidade pode solicitar uma compensação ou um
serviço junto da seguradora.
O seguro é assim um método de reduzir a incerteza. Em troca da aquisição de uma
apólice de seguro com um prémio pequeno, de valor determinado, a possibilidade de
um prejuízo maior é afastada. Ao juntar os prémios de vários tomadores de seguro e
eventos seguros, o impacto financeiro de um evento que poderia ser desastroso para
um tomador, é dividido por um grupo maior.

3.5.2 - Tipos de seguros relevantes nos negócios


Princípios de seguros:
 Interesse a segurar
É o interesse que um individuo atribui á propriedade segurada, isto é, se ele arriscar a
perder a propriedade na eventualidade de destruição
 Boa-fé e lealdade contratual
Este princípio sugere que a pessoa que pretende fazer um seguro deve revelar todos
os factores materiais e relevantes acerca da propriedade do objecto do mesmo seguro
para que a seguradora possa calcular com precisão os prémios a aplicar.
 Sub-rogação
Este princípio determina que, em caso de perda total, após a regularização completa
da reclamação, a seguradora adquire os direitos que o segurado detinha sobre a
propriedade destruída, ou seja, qualquer prejuízo pode originar ganhos, e nesse caso,
os ganhos pertencem á seguradora.
 Indeminização
Segundo este principio, o seguro não beneficia uma pessoa, podendo tão somente
reconduzi-la á sua situação original, isto é , a pessoa é compensada pelos prejuízo em
que incorreu.
 Causa próxima
Deve existir uma relação estreita entre a causa de um prejuízo e os riscos reais contra
os quais se fez o seguro, a fim de viabilizar o pedido de indeminização por parte do
seguro.

20
 Seguro automóvel
 Seguro de transporte de valores
 Seguro de acidentes de trabalho
 Avarias de máquinas e prejuízos indirectos

Modalidades de seguros
1- Seguro pessoal
2- Seguro contra incêndios
3- Roubo e assalto
4- Perda de lucros
5- Seguro automóvel
6- Seguro de transporte de valores
7- Seguro de acidentes de trabalho
8- Avarias de máquinas e prejuízo indirectos
9- Seguro marítimo
10- Seguro aéreo
3.5.3 - Benefícios dos serviços de seguro
Benefícios do Seguro
 Os empresários acautelam os seus riscos ao pagarem prémios de seguros.
 A partir desta associação de riscos, qualquer empresa que sofra prejuízo pode
indeminizada.
 Na eventualidade de prejuízo, o empresário é compensado ou indeminizado.
 Persiste a garantia de continuidade do negócio.
 Mantem-se a estabilidade das receitas.

3.5.4 - Riscos Seguráveis e não Seguráveis


Riscos
O risco é a probabilidade de ocorrência de eventos indesejáveis. Para se proteger
contra os riscos, o empresário efectua o seguro apropriado. A protecção de um seguro
é assumida unicamente contra os riscos seguráveis.
Riscos Seguráveis
São os riscos que podem ser legalmente segurados. Implica que um empresário só faz
um seguro contra os riscos que podem ser legalmente segurados, nomeadamente,
morte, incêndio, transporte de valores, roubo e assaltos, etc.
Risco não Seguráveis
Alguns riscos não são seguráveis como por exemplo, as situações de guerra e as
catástrofes naturais (Incontroláveis). Não podem ser legalmente segurados. Abrangem
os prejuízos resultantes de inundações.
Actividades:
1- Faҫa uma relação dos acontecimentos que podem ocorrer nas empresas.
a) Trata-se de um risco segurável?
b) Trata-se de um risco não segurável?
3.5.5 - Etapas básicas na aceitação de uma apólice de seguro

21
Conceitos de apólice de seguro
È o documento que estabelece a relação (contrato) entre a seguradora (empresa que
presta o serviço de seguro) e o segurado (a pessoa que pretende efectuar o seguro)
Etapas para aceitação de uma apólice de seguro
 Identificação do risco segurável
 Identificação da empresa de seguro (seguradora)
 Preenchimento do formulário – proposta.
O empresário que deseja fazer um seguro, contacta uma seguradora (companhias de
seguro). Preenche um formulário especificando o nome do requerente, o endereço e o
seguro/ protecção pretendido, bem como outras informações consideradas relevantes.
O princípio de boa-fé e lealdade deve ser rigorosamente observado, querendo isso
significar que só devem ser dadas informações credíveis.

Cálculo de prémio de Seguro ou Seguros nos Negócios


Obs: Reservado ao Professor
Os prémios são calculados com base na informação prestada no formulários- proposto,
conjugada com a natureza do risco segurável, o valor da propriedade/ vida a ser
segura, o lapso de tempo abrigando pelo seguro e as politicas seguidas pela
seguradora.
O empresário que pretende obter o seguro, efectua depois o pagamento dos prémios,
podendo estes serem pagos em prestações ou de uma só vez.
Os prémios de seguro são calculados de modo a que possam cobrir de forma razoável
os pedidos de indemnização que decorrem de um contrato de seguro, com uma
margem de segurança para assegurar a viabilidade a longo prazo da seguradora.
O cálculo é geralmente baseado na probabilidade de ocorrer um evento, conjugado
com a perda financeira provável resultante do pedido de indeminização. Este “prémio
de risco” é depois ajustado para cobrir as despesas da companhia de seguros e para
gerar algum lucro:

(Montante de indeminização esperado x probabilidade de pedido de


indeminização) + despesas + margem de lucro + margem de segurança =
prémio

O ajustamento de despesas deve cobrir:


• O custo de concepção inicial do produto (incluindo o tratamento da proposta de
seguro e o processo de subscrição)
• Custos regulares associados à manutenção do produto
• Custos adicionais incorridos no momento do pedido da reclamação (incluindo o
processamento do pedido de indeminização, bem como quaisquer despesas
relacionadas com a averiguação do sinistro.)
O modo como estas despesas são imputadas ao prémio depende do tipo e estrutura do
produto, e do modo como as despesas lhe são afectadas. Podem ser um montante
fixo, aumentos percentuais baseados no montante potencial da indemnização (capital
seguro), ou uma conjugação dos dois.
A probabilidade de um pedido de indemnização ocorrer é normalmente determinada
através da análise do historial de dados sobre grupos homogéneos representando

22
riscos semelhantes, e por uma análise de riscos futuros. Por exemplo, os segurados em
apólices de seguro de vida podem ser divididos em grupos conforme a sua:
• Idade
• Ocupação
• Localização geográfica
• Condição de fumador(a) / não fumador(a)
Isto é baseado na premissa de que indivíduos no mesmo grupo vivenciam uma
mortalidade largamente consistente. A análise dos dados históricos destes grupos de
risco permite prever a probabilidade da ocorrência de sinistro (ou seja, neste exemplo,
que o segurado morra) afectando o segurado, em cada um destes grupos, em cada
ano a seguir ao início da apólice.
Geralmente, quanto maior o número de factores de risco utilizados para dividir os
segurados em grupos mais pequenos, mais correctas serão as premissas associadas à
probabilidade de um sinistro ocorrer. No entanto, ao determinar o número de grupos
de risco em que irão ser divididos os segurados é necessário encontrar um equilíbrio
entre ter poucos grupos (em que os riscos não são homogéneos), e demasiados
grupos (em que o número de segurados em cada grupo poderá ser demasiado
pequeno para a análise ser estatisticamente significativa). Do mesmo modo, os grupos
devem ser seleccionados de forma a que o historial seja suficiente para uma análise
esclarecedora.
Na ausência de historial, os seguradores podem procurar outras fontes de informação,
como dados do sector, estatísticas públicas, ou dados de companhias resseguradoras.
O prémio final também depende da estratégia de negócio de cada seguradora (ou
seja, de modo a ganhar quota de mercado, uma companhia pode desejar posicionar os
seus produtos como os mais baratos no mercado reduzindo o valor do lucro nos
prémios).

Actividades:

Caso 1- Naquele dia fatídico, António, trabalhador de uma empresa de construção,


viajava numa carrinha azul. Vinha da sua agência bancária do BPC onde levantou 2
milhões de Kwanzas para pagar os salários dos trabalhadores. Depois de sair do
banco, assaltantes armados atacaram-no e o guarda foi instantaneamente morto. Os
assaltantes incendiaram a viatura e fugiram com o dinheiro todo.
a) Que infortúnio sofreu o António?
b) Em que medida tal infortúnio poderia ter sido evitado?
c) Sugira outros infortúnios por que pode passar uma empresa.

Caso 2- Anérҫio e companhia tinham segurado a sua loja contra o roubo mas,
infelizmente, sofreram prejuízos devido a um incêndio. Utilizando os princípios de
seguros, determine se eles seriam indeminizado ou não.
a) Justifica a tua resposta.

Caso 3- Alfredo, vizinho do Fábio, tinha segurado a empresa do Alfredo contra


incêndios. A empresa do Alfredo incendiou-se e ficou totalmente destruída. Fábio tinha
ainda segurado o gado que tinha na sua comuna contra raios, tendo 10 delas sido
atingidas por raios no inicio do ano passado.
a) Quem deve ser indeminizado nesses três casos e porque?
b) Descreva outros princípios de seguro para indemnizar a pessoa segurada.

23
TEMA 4 : GESTÃO DE NEGÓCIOS

4.1-Gestão de marketing

4.1.1 - Significado de Marketing

Marketing é um conjunto de actividades empresariais com o fim de produzir,


estipular preço, promover e distribuir bens e serviços satisfatórios aos consumidores. É
a realização de actividades que são necessárias para levar os produtos que satisfazem
o consumidor e dão lucros ao empresário.

Significado de Vendas

Vender é uma das actividades de marketing.

A venda relaciona-se com o conceito de produto, enquanto o marketing se relaciona


com o conceito de consumidor

Quem é o seu mercado?

Um mercado são todas as pessoas ou instituições dentro duma área especifica que
precisam dum produto ou serviço e desejam e podem compra-la ou obtê-lo. Note-se
que estas pessoas precisam do produto ou serviço e queiram compra-lo, e não
puderem faze-lo (indisponibilidades financeira), então este grupo de pessoas não
constituem o seu mercado.

Um bom mercado é aquele em que muitas pessoas ou instituições estão dispostas e


podem comprar produtos e serviços a preços lucrativos (para o empresário) durante
muito tempo.

4.1.2 - O Conceito de Marketing

O conceito de marketing reside na importância dos consumidores para a empresa: Este


conceito leva os empresários a concentrarem os seus esforços e politicas na
identificação do lucro, satisfação e seguimento das necessidades dos consumidores,
obtendo um volume de vendas rentável e não o máximo volume de vendas.

Para usar o conceito de marketing, uma pequena empresa deve:

 Determinar as necessidades dos seus clientes (estudo de mercado)


 Desenvolver as vantagens competitivas (estratégias de mercado)
 Seleccionar mercados específicos (identificação de mercado)
 Determinar como satisfazer essas necessidades (marketing mix)
 Analisar se serviram bem os seus clientes e voltar ao ponto 1 (realização de
marketing)

4.1.3 - Estudo de Mercado: Objectivo

O objectivo do estudo de mercado é determinar quem são os clientes, o que querem,


onde e quanto querem. Este estudo também pode revelar problemas no produto ou
serviço ou produtos actuais para satisfazer a procura do consumidor. O estudo de
mercado também engloba a identificação das tendências que possam afectar as
vendas e os níveis de lucros.

24
O estudo de mercado deve dar-lhe mais informação, não só sobre quem são os seus
clientes. Use esta informação para determinar aspectos como a sua fatia de mercado,
a eficácia da sua publicidade e das promoções e a resposta á produção de novos
produtos que introduzir no mercado.

Que informação procurar: Procuram-se informações sobre clientes,


necessidades do consumidor, concorrência, tendências de mercado

4.1.3-Gestão de produção

Significado de Gestão

Uma vez que as especificações dos produtos para vender no mercado foram
determinadas através das funções de gestão de mercado, o próximo passo é produzir-
los. Neste caso, um empreendedor necessita de planear com detalhes o seu sistema de
produção a fim de poder produzir e suprir o plano de marketing já posto em prática.
Este processo é conhecido como gestão de produção.

Elementos de um produto

Um produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para aquisição, uso ou
consumo pelo consumidor. Um produto pode ser um bem ou serviço que a empresa
produz para satisfazer as necessidades dos consumidores.

Cada empresário procura tornar o seu produto diferente de outros produtos


através do seguinte:

a) Descrição: pode ser o nome do produto ou modo como pode ser referido,
como por exemplo; corte de cabelo escovinha, Cuia, Blue, Sumo (sumo e
refrigerantes), etc. A descrição do produto ajuda o cliente a distingui-los de
outros. Os empresários tentam tanto quanto possível ter descrições únicas e
atractivas dos seus produtos para que os consumidores sejam levados a
compra-los repetidas vezes.
b) Atributos do produto: os atributos do produto são aspectos ou
características que tornam o produto diferente do outro. Podem ser a
apresentação, o sabor do produto, a sua cor, textura, durabilidade, etc. Os
atributos do produto também ajudam um produto a diferenciar-se dos
restantes e atrair os consumidores.
c) Marca: marca é o processo de fazer um produto distinto ou diferente de outros
através da sua descrição dos seus atributos e da sua qualidade. Por exemplo,
embora todas as pastas de dentes, a Colgete tem um aspecto diferente da
Close-up . A Cuca e a Nocal são macas diferentes de cerveja, enquanto que a
Coca –cola, a Fanta e a Sprite, são marcas diferentes de refrigerantes.
d) Concorrência: é raro que os produtos de uma determinada empresa seja o
único encontrado no mercado. Haverá sempre muitos outros similares, todos
atractivos para os mesmos consumidores, para satisfazerem as mesmas
necessidades. Esta situação dá origem á concorrência, pois os empresários
tentam ultrapassarem-se uns aos outros na atracção de clientes para os seus
produtos.
e) Produtos Substitutos: estes são produtos que podem ser diferentes quanto
aos atributos, qualidades e marcas mas que satisfazem a mesma necessidade.
Batatas, mandioca, arroz e milho, café e chá, tomate e massa tomate, são
exemplo de produtos substitutos.
 Complementares: complementares são produtos que vão juntos, como por
exemplo, açúcar e chá, etc. Os empresários que lidam com produtos

25
complementares, normalmente armazenam-nos na mesma ala porque os
clientes compram-nos juntos.

Actividade:
 A sua Mãe pretende abrir uma cantina.
1- Faҫa um levantamento das necessidades dos clientes.
2- Identifica os produtos e preços existentes na tua rua e no bairro.
3- Apresente um relatório sobre os possíveis produtos a serem
comercializados no bairro, justifica a sua opção

4.1.4- Gestão de Qualidade

O que é a qualidade?

Qualquer discussão sobre a qualidade dum produto entre duas pessoas, por exemplo
um cliente e um empresário, será um exercício sem fim se ambas as pessoas tiverem
opiniões diferentes sobre o que é a qualidade. Uma terceira pessoa poderá ajudar,
descrevendo o produto e fazendo com que os dois concordam sobre o que é exigido
do produto. Neste sentido, a qualidade dum produto ou serviço pode ser a capacidade
de satisfazer as exigências. O grau de qualidade é pois, determinado pela satisfação
dada pelo produto.

A qualidade pode ser simplesmente descrita como a capacidade do produto ou serviço


de satisfazer as exigências. Os consumidores, a sua aptidão para o propósito ou uso ou
a capacidade de satisfazer necessidade claras ou implícitas.

A Percepção de qualidade dos consumidores pode basear-se em:

1- Preço - Supõe que quanto mais alto for o preço melhor a qualidade.
2- Marca - Dá uma reputação ao produto, boa ou má. Pode dizer-se que os
rádios da marca X são de melhor qualidade do que os da marca Y.
3- Origem dos produtos - Há a ideia de que os relógios de qualidades vêem da
Suíça
4- Ponto de vista do consumidor - Os consumidores tem gostos diferentes e,
portanto, opiniões diferentes sobre a qualidade dos produtos.
5- Data de expiração - A data de validade dos produtos deve ser respeitada.

4.1.5- Gestão do espaço de negócio

Guia de visita de Estudo

Grupos de alunos visitam empresas e algumas das instalações das escolas ( uma para
cada grupo) para observarem e obterem informações sobre gestão do local de negócio
em curso. A observação será baseada no seguinte:

 Tratamento e armazenamento dos materiais - Como estão a ser feitos?


 Local de Trabalho como está organizado e mantido?
 Segurança e uso das máquinas - como são cuidadas, tratadas e
colocadas e que medidas de protecção foram instaladas.
 Iluminação - o que tem a dizer da situação de iluminação do local de
trabalho?
 Espaços sociais - os trabalhadores tem instalações sociais para melhorar
a sua disposição, saúde e produtividade.

26
 Instalações - que aspectos têm as instalações da empresa; promovem a
imagem da empresa ou atraem os clientes? A empresa pode ser
facilmente encontrada?
 Organização do Trabalho - o modo como o trabalho é feito ou
organizado promove a satisfação no trabalho, evita a perda de tempo e
o aborrecimento.

4.1.6 -Gestão de recursos humanos

A gestão pessoal é também referida como gestão de recursos humanos. Este refere-se
á gestão de pessoas para que elas possam realizar as suas tarefas e responsabilidades
nos negócios com sucesso.

Mediante esses factores que irão contribuir para o sucesso de uma empresa, os
recursos humanos são os mais significativos, em virtude de as pessoas serem aquelas
que gerem os outros factores de produção (entrada), transformem matéria-prima em
produtos acabados e os entreguem consumidores. Na verdade, é dita normalmente
que um negócio não pode ser melhor que os seus empregados. Um negócio necessita,
pois, de gestão pessoal efectivo, de modo a fazer o bom uso deste importante recurso
e ter sucesso nas suas operações.

4.1.6- Gestão de Recursos Humanos no Negócio

Pessoal (Recursos Humanos)

O sucesso de qualquer empresa, grande ou pequena depende de como o


empresário lida com os seus trabalhadores e os trata e de como os trabalhadores
satisfazem as necessidades dos seus clientes. A sua empresa é aquilo que o seu
pessoal for. As pessoas que participam no funcionamento diário da empresa são aquilo
a que chamamos o pessoal. É preciso vários tipos de pessoal, dependendo do tamanho
e do tipo do empreendimento a ser realizado. Contudo, nós incidiremos na gestão do
pessoal numa pequena empresa.

Significado de Gestão Financeira

Todo empreendedor precisa de dinheiro ou fundos para conduzir uma empresa. É


necessária uma operação sistemática nos processos de produção, actividades de
marketing e gestão de recursos humanos. Todo o processo da empresa esta
relacionado com o dinheiro (também conhecido como finanças) Em muitos casos, é a
disponibilidade de finanças que decide a forma e o tamanho das empresas que um
empreendedor deve realizar.

A gestão financeira inclui todo o trabalho relativo á gestão de dinheiro e crédito num
negócio para que este possa atingir os objectivos pretendidos. Nas empresas, as
finanças são tão importantes como o sangue o é para o corpo humano. Se um corpo
não funciona sem sangue, as empresas também não podem funcionar sem fundos
adequados.

3.4-organizacao de apoio ao negócio em Angola

3.5-HIV no negócio

27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Angola, Assembleia Nacional (2011). Lei n.º 30/11 de 13 de Setembro.


Angola, Assembleia Nacional (2012). Decreto Presidencial nº 41/12. Diário da
República I SÉRIE – N.º 49, 13 de Março de 2012.
Comissão Inter-ministerial do Plano Nacional de Formação de Quadros (s.d.). Plano
Nacional de Formação de Quadros: Programas de Acção do PNFQ. Angola. Luanda.
Costa, F. (2011). Empregabilidade como Fantasma do desemprego. Lisboa: Escolar
Editora
Sites consultados:
Imposto. http:// pt.wikipedia.org/wiki
INIDE (2013). 11ª Classe: Empreendedorismo. Luanda: Editora das Letras.
INIDE (2013). Avaliando as Aprendizagens do Empreendedorismo em Angola: Da
Teoria à Prática. Luanda: Editora das Letras.

28

Você também pode gostar