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INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE

BUEIA E FILHOS-LOBITO

MATERIAL DE APOIO
(FORMAÇÃO DE ATITUDES
INTEGRADORAS)
(10ª e 11ª Classe)

Coordenador

________________________

Dumilde F. Culembe

LOBITO, 2020
ÍNDICE
FINALIDADES/OBJECTIVOS GERAIS DA DISCIPLINA................................................................3
COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER .........................................................................................3
CAPÍTULO1 : A PESSOA E A CULTURA ...................................................................................5
1.1 A PESSOA E A CULTURA ..............................................................................................5
1.1.1 Introdução ...........................................................................................................5
1.1.1 Noção de pessoa ..................................................................................................5
1.1.2 Características essênciais e distintas da pessoa .....................................................6
1.2 A ESTRUTURAÇÃO DA PERSONALIDADE ......................................................................7
1.3 INFLUÊNCIAS BIOLOGICAS/HEREDITÁRIAS ..................................................................9
1.1.2 O Fixismo.............................................................................................................9
1.3.3 Comparação entre proteínas .............................................................................. 10
1.3.4 O conceito de adaptação .................................................................................... 10
1.3.5 Evolução ............................................................................................................ 10
1.4 INFLUÊNCIA DO MEIO E DA CULTURA ....................................................................... 11
1.5 A PESSOA E O MUNDO ............................................................................................. 12
1.5.1 A experiência cultural e a construção da pessoa ................................................. 12
1.6 A RELAÇÃO DA PESSOA CONSIGO PRÓPRIO E COM OS OUTROS ................................. 14
1.7 AS DIFERENÇAS INTERPESSOAIS E INTERCULTURAIS .................................................. 15
1.8 OS VALORES ............................................................................................................ 17
1.8.1 Hierarquia de valores ......................................................................................... 17
1.9 OS GRUPOS SOCIAIS ................................................................................................. 18
1.9.1 Caracteristicas do grupo social ........................................................................... 18
1.9.2 Tipos de grupos social ........................................................................................ 18
1.10 AS NORMAS SOCIAIS .............................................................................................. 18
1.10.1 As normas socias podem ser: ............................................................................ 18
1.11 NOÇÃO DE ESTATUTO E PAPEL ............................................................................... 19
1.11.1 Papel social ...................................................................................................... 20
1.12 ATITUDES, PRECONCEITOS, CRENÇAS E RELIGIÃO COMO REFÚGIO ........................... 20
1.12.1 Como combater o preconceito? ........................................................................ 21
1.12.2 Crenças religiosas como refúgio ........................................................................ 21
1.13 FORMAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, MUDANÇA E FORMAÇÃO DE ATITUDES .............. 22
1.13.1 A atitude é constituída por três componentes:.................................................. 23
1.14 PADRÕES DE CULTURA E ACULTURAÇÃO (A MODA DE HOJE) ................................... 24
1.15 A EDUCAÇÃO EM ANGOLA ...................................................................................... 25
1.16 O ANALFABETISMO NO NOSSO PAÍS E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS ............................ 27
1.16.1 Como erradicar o analfabetismo? ..................................................................... 28
1.17 COMO CULTIVAR O AMOR À LEITURA ..................................................................... 29
1.17.1 Bons motivos para ler… .................................................................................... 29
PROPOSTAS DE TRABALHO............................................................................................. 30
CAPÍTULO2 TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO ....................................... 31
2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO .... 31
2.2 GESTÃO ORIENTADA PARA O DESENVOLVIMENTO .................................................... 34
2.3 O DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO E AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DE
COMUNICAÇÃO ............................................................................................................. 35
2.4 CONTEXTO DE APRENDIZAGEM CONSTRUTIVA EM TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E DE
COMUNICAÇÃO ............................................................................................................. 36
2.5 O EMPRENDEDORISMO E AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DE COMUNIAÇÃO .... 37
2.6 A GESTÃO ELECTRÓNICA ........................................................................................... 38
PROPOSTA DE TRABALHO .............................................................................................. 41
CAPÍTULO3 -ESTRUTURA FAMILIAR E A DINAMICA SOCIAL ................................................. 42
3.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 42
3.2 O CONCEITO DE FAMILIA .......................................................................................... 42
3.2.1 NOÇÃO DE FAMILIA ANGOLANA ......................................................................... 42
3.2.2 IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA, DA ESCOLA, DOS MASS MEDIA, DA MODA COMO
AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO DA PESSOA ..................................................................... 43
3.2.3 A INFLUÊNCIA DA MODA, DA INFORMAÇÃO E DOS GRUPOS NA FORMAÇÃO E
CONSTRUÇÃO DA PESSOA .......................................................................................... 44
3.3 A MORAL NA SOCIEDADE ( URBANA/RURAL) ............................................................ 46
3.4 OS HÁBITOS E OS COSTUMES .................................................................................... 47
3.4.1 O PARENTESCO .................................................................................................. 47
3.4.2 O alambamento ................................................................................................. 48
3.4.3 O CASAMENTO .................................................................................................. 48
3.4.4 FIDELIDADE........................................................................................................ 49
3.4.5 O DIVÓRCIO ....................................................................................................... 50
3.4.6 A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA................................................................................... 50
3.4.7 A FUNÇÃO ECONÓMICA, REPRODUTIVA E SOCIAL DA FAMÍLIA ............................ 54
3.5 A ADOLESCÊNCIA E AS SUAS FASES ........................................................................... 55
3.6 O PLANEAMENTO FAMILIAR ..................................................................................... 56
3.6.1 A GRAVIDEZ PRECOCE ........................................................................................ 58
3.6.2 O ABORTO ......................................................................................................... 59
3.7 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS ............................................................... 60
PROPOSTA DE TRABALHO .............................................................................................. 62
CAPÍTULO4 QUALIDADE DE VIDA E A PRESERVAÇÃO DA NATUREZA .................................... 63
4.1 QUALIDADE DE VIDA E A PRESERVAÇÃO DA NATUREZA ............................................ 63
4.1.1 Introdução ......................................................................................................... 63
4.2 O PATRIMÓNIO LOCAL E A SUA CONSERVAÇÃO ........................................................ 63
4.2.1 Noção de património ......................................................................................... 63
4.2.2 Tipos de Património ........................................................................................... 63
4.3 A QUALIDADE DE VIDA NA NOSSA SOCIEDADE .......................................................... 64
4.4 A CHUVA, SUA IMPORTÂNCIA E CONSEQUÊNCIA....................................................... 65
4.4.1 Tipos de chuvas ................................................................................................. 65
4.4.2 Importância da chuva......................................................................................... 66
4.4.3 Consequência das chuvas ................................................................................... 66
4.5 O AQUECIMENTO GLOBAL ........................................................................................ 66
4.6 O ENCONTRO COM A NATUREZA (A poluição) ........................................................... 67
4.6.1 Tipos de poluição ............................................................................................... 67
4.7 O PROBLEMA DA ÁGUA E ENERGIA ........................................................................... 68
4.8 DESERTIFICAÇÃO E DESFLORESTAÇÃO ....................................................................... 69
4.8.1 Desertificação .................................................................................................... 69
4.8.2 Desflorestação ................................................................................................... 70
4.9 O LIXO E SUAS CONSEQUÊNCIAS ............................................................................... 71
4.9.1 O lixo ................................................................................................................. 71
4.9.2 Consequências do lixo ........................................................................................ 71
4.9.3 Tipo de lixo ........................................................................................................ 71
4.9.4 Reciclagem ........................................................................................................ 72
4.10 ÊXODOS DEMOGRÁFICOS – CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS .......................................... 72
4.10.1 As migrações do interior para o centro das grandes localidades devem-se entre
muitos outros, aos seguintes motivos: ........................................................................ 73
4.10.2 Consequências Demográficas ........................................................................... 73
4.10.3 Consequências económicas .............................................................................. 74
4.10.4 Consequências sociais ...................................................................................... 74
4.11 GLOBALIZAÇÃO ...................................................................................................... 75
4.11.1 Vantagens:....................................................................................................... 75
4.11.2 Desvantagens: ................................................................................................. 75
PROPOSTAS DE TRABALHO............................................................................................. 76
CAPÍTULO5 O CONFLITOS NO MUNDO E O DIREITOS HUMANOS ......................................... 76
5.1 INTODUÇÃO ............................................................................................................. 76
5.2 OS VÁRIOS CONFLITOS A NÍVEL MUNDIAL (GEOGRÁFICOS, HISTÓRICOS, ECONÓMICOS
E CULTURAIS)................................................................................................................. 76
5.2.1 Definição do conflito .......................................................................................... 77
5.2.2 OS FACTORES QUE CONTRIBUEM PARA SITUAÇÕES DE CONFLITOS A NÍVEL
MUNDIAL ................................................................................................................... 78
5.2.3 Soluções de negociações para situações de conflitos ........................................... 79
5.2.4 As Instituições Internacionais dedicadas à manutenção da paz e do desarmamento
.................................................................................................................................. 79
5.3 Definição Dos Direitos Humanos ............................................................................... 80
5.3.1 Os Direitos Humanos E A Sua História ................................................................. 80
5.4 A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA............................................................ 87
5.5 A DEMOCRACIA, DEFINIÇÃO E HISTÓRIA ................................................................... 92
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................... 93
FINALIDADES/OBJECTIVOS GERAIS DA DISCIPLINA

F.A.I- é uma disciplina multifacética que se preocupa em desenvolver comportamentos


positivos no indivíduo. Entretanto aproveitamos para descrever a sua finalidades.

 Permitir a abordagem e tratamento de temas-problema que, pela sua premencia e


actualidade mereção atenção de toda comunidade e, particularmente, da comunidade
educativa escolar.
 Enfatizar a aprendizagem integradas de atitudes e saberes oriundos de todas as
ciências sociais e humanas (Comunicação, sociologia, geografia, História, Economia,
psicologia, Filosofia…) de modo a fundametar o conhecimento cientifico desta areia de
formação, sempre numa perpectiva cultural e transdisciplinar, reportada aos temas-
problemas trabalhados.
 Favorecer o desenvolvimento de atitudes integradoras que possibilitem a inserção do
indivíduo no mundo do trabalho pelo conhecimento das oportunidades.
 Proporcionar uma análise crítica da cultura profissional e de empresa, nomeadamente
atraves de contexto real de trabalho, de contacto directo com os varios actores sociais,
associações socioprofissionais e outros, de modo a facilitar a inserção dos alunos na
vida profissional.

COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER

A disciplina de Formação de Atitudes Integradoras e as competências a desevolver

As competências reportam-se ao um conjunto de conhecimentos, de capacidades de acções e


de comportamentos estruturados, em função de uma finalidade e no determinado tipo de
situações. Aquisição de competências é feita ao longo da vida de um indivíduo atraves das suas
aprendizagem com diferentes tempos e lugares.

Compete, assim, a escola promover um espaço que conduza o aluno a aquisição de


competências sociais, éticas, profissionais e de cidadania, tendo em vista a sua correcta
formação integral. Neste ambito, pretende-se que o aluno apresente os seguintes perfil de
competências:

 Capacidade de auto-crítica que contribua para melhorar os comportamentos;


 Capacidade de adaptação as distintas mudanças;
 Capacidade de expressar respeito e compreensão pelos os outros;

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 Capacidade de resistir a pressão que outros possam exercer para adopção de práticas
prejudiciais e autodestrutivas (por exemplo: Fumar, consumir drogas, alimentação
desajustada e ter um comportamento sexual de risco);
 Capacidade de trabalhar em equipas, partilhando com os outros conceitos e
competências, defendendo as sua posições com assertividade e respeito;
 Capacidade de gerir o stress e de lidar com frustração;
 Capacidade de construir a sua identidade atraves da reflexão sobre os seus proprios
ideias, motivações e acções.

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CAPÍTULO1 : A PESSOA E A CULTURA

1.1 A PESSOA E A CULTURA

1.1.1 Introdução

Este tema-problema veicula a informação essencial para clarificar o conceito de “pessoa”.


Assim, para além de ilustrar a relação entre pessoa, personalidade e mascara, também
aprofunda os seus conceitos, explicitando os vários significados que podem abranger.

Os aspectos biológicos e sociais, bem como a influência do meio e da cultura, são explicitados
com o intuito de demostrar de que forma é que estes modificam e influenciam o dia a dia do
ser humano.

Atenta-se ainda, ao longo da unidade, na experiência e na diversidade cultural como alicerces


da construção do indivíduo como pessoa. Desta forma, constata-se que este cresce
dependente das relações com o mundo, consigo próprio e com os outros. Da mesma forma,
fundamenta-se que os valores, as normas sociais a cumprir e grupo social onde o “Eu” se
insere despoletam atitudes, preconceitos e crenças que modificam a sua personalidade ao
longo da vida.

A formação e a construção da personalidade de um determinado indivíduo são também


dominadas pelos padrões da cultura do país, pela educação e por uma série de agentes
cultivados ao longo da unidade temática.

1.1.1 Noção de pessoa

O vocábulo “pessoa” deriva do Grego Prosôn. (Aspecto) e do Latim persona. Os latinos


denominavam por persona as máscaras usadas pelos actores no teatro, mas também
chamaram assim os próprios personagens teatrais.

A palavra latina persona conservou-se no português pessoa, no Galego persoa, no Italiano e no


Espanhol persona, no Inglês person e, finalmente, no Francês personne. Consequentimente,
pessoa é todo o ente dotado de persoalidade para o direito, isto é, apto para ser titular de
direitos subjectivos. Porém, segundo (Kuenhe, 2017, p. 105) a persona“ é constituida pelo
gesto, pelo comportamento e pela palavra”.

5
A pessoa é o ser mais importante do universo, protagonista da cultura e da história, mas
também o único sujeito com direitos e deveres. Constata-se que só a pessoa humana tem o
direito ao nome próprio; é um ser consciente que se realiza nas relações (afectiva, espiritual,
política, cultural e económica), marcando a diferença no conceito de diversidade.

Segundo Boecio, esta acepção pode ser definida como “Substância individual de natureza
racional”, pelo que o indivíduo concreto é visto como um ser único e individual. O ser humano
é uma pessoa integral: Corpo com dimensão material e espiritual que ocupa tempo e espaço
limitado.

Entretanto para melhor percebermos a noção de pessoa, vamos descrever as características


do mesmo.

1.1.2 Características essenciais e distintas da pessoa

Singularidade- Cada pessoa tem uma realidade ou um mundo interior que a torna única.

Abertura- Cada pessoa é um ser aberto, em constante dialogo e interação com seus iguais, isto
é, pessoas como ela, com o mundo, com a natureza e com todos os outros seres. É
transcendente, ou seja, apreende tudo aquilo que está além dos outros e da natureza, com o
sobrenatural.

Projecto- A pessoa não nasce pessoa feita e acabada. O ser humano é um “feixe de
possibilidade”; cada um de nós tem de escolher esta ou aquela possibilidade e rejeitar outras,
temos de nos construir pela vida fora.

Autonómia/Liberdade- Cada pessoa é centro de decisão e de acção. “Não são os outros a


decidirem por mim”; “eu tenho de me governar a mim próprio”; “eu sou a lei de mim mesmo
com a racionalidade e liberdade”. Liberdade = Responsabilidade. Desta buscamos a afirmação
de S. Tomas de Aquino no cap.112 do 3º livro da Suma contra os Gentiles citado por (Pe.
Binga, 2012, p. 4): “As criaturas racionais são governadas por si mesmas, e as outras para elas”.
Porém é o homem que tem a liberdade de se governar e governar os outros.

Dignidade/Valor- A pessoa é a mais elevada forma de existência que conhecemos e com mais
alto valor e dignidade(valor absoluto e indiscutível) que há no mundo. Ela ocupa, por isso, o
lugar cimeiro no conjunto de todos os outros seres do universo. Tudo, no mundo está abaixo e
ao serviço da pessoa que cada ser humano é. Não obstante, gostariamos de referenciar aqui a
segunda formula do Imperativo Categórico segundo (Pe. Binga, 2012, p. 4) “Age de maneira

6
que sempre tomes a humanidade, tanto na tua pessoa como na de qualquer outro, sempre
como fim e nunca como meio”. Ora, ninguém deve considerar o outro como meio(objecto)
para alcançar os seus objectivos.

1.2 A ESTRUTURAÇÃO DA PERSONALIDADE1

Personalidade intende-se como um conjunto de características que diferenciam os indivíduos.


E como cada autor apresenta sua propria definição achamos necessário apresentar a definição
de Duarte & Mesquita citados por (Kuenhe, 2017, p. 106) que afirma claramente que
“personalidade é aquilo que se mantém constante na “actuação” que é a nossa vida. Ou seja,
aquilo que é individual e por isso, diferente de pessoa para pessoa e que caracteriza cada uma.
Estes atributos são permantes e dizem respeito a constituição, temperamento, caracter,
aptidão e maneira específica de se comportar perante os restantes indivíduos.

Segundo algumas teorias a personalidade signífica “organização dinámica do aspectos


cognitivos, afectivos, fisiológicos e morfológicos do indivíduo”. Constata-se também que
dentro deste conceito se pode englobar a definição de personalidade básica, vista como as
atitudes, as tendências, os valores e os sentimentos dos membros de uma determinada
sociedade. Neste ámbito, este termo pressupõe a possibilidade de um indivíduo se diferenciar,
ser original e albergar particularidades especiais.

Segundo o médico psicologo Feud, a estrutura da personalidade é um dos ramos


fundamentais que propos na sua teoria Psicanalítica. Assim sendo, e com base nos seus
pressupostos, tentou ordenar a vida psíquica humana em três componentes básicas: ID, Ego e
Superego:

ID- é a instância inteiramente incoscinte; O ID é a parte mais primitiva da personalidade o


sistema original inerente ao indivíduo, ou seja, aquele com que ele nasci; ele é formado por
instintos e impulsos orgánicos, é regido pelo prazer e herda dos pais algumas características.

1
(Diogo, p. 215) ESTRUTURAÇÃO DA PERSONALIDADE: ID-é parte obscura e impenetravel da
personalidade. Os seus conteúdos são formados por tudo o que o indivíduo já traz ao nascer(desejos,
pulsões, tendências inatas) e pelos desejos recalcados. Funciona de acordo com o princípio do prazer,
que visa a realização imediata dos desejos, sem obediências às leis lógicas do pensamento, sem regras e
sem moral. Ego-é o intermediário entre o id e o mundo exterior. É uma parte do id que sofre evolução.
O seu desenvolvimento dá lugar ao domínio do princípio da realidade sobre o princípio do prazer, que
visa a realização, o que permite o controlo das pulsões através do pensamento e da adaptação às
exigências do real. Superego- tem um aprecimento mais tardio: resulta de uma diferenciação do ego,
que se produz a partir do complexo da Édipo. Relciona-se com a consciência moral, com a auto-
observação e a autocrítica, com o remorso e a culpabilidade.

7
Este componente é fundamental e centralna estrutura da personalidade pois é a partir dele
que as outras estruturas se desenvolvem.

Ego- é a instância consciente; O Ego desenvolve-se apois o nascimento do indivíduo, quando a


interação com o seu ambiente se inicia; busca o prazer em contacto com a realidade e tem
como tarefa garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade. A sua função é reduzir a
tensão, aumentar o prazer e regular os impulsos do ID, de modo a que o indivíduo possa
procurar soluções menos imediatas e mais realistas.

Superego- possui aspectos conscientes e incoscientes. Superego representa o aspecto moral


dos seres humanos; desenvolve-se atraves da transmição de normas/valores, pelos pais ou
outros adultos, às crianças da sociedade. É a ultima parti da ppersonalidade que se desnvolve e
falo atraves do Ego. Entre outras funções actua como juiz, especificando e julgando as atitudes
correctas/incurrectas ditas pelo Ego. Considera-se como um deposito dos códigos morais e dos
modelos de conduta que constituem as inibições da personalidade.

Segundo Freud, o Superego tem como funções essênciais a consciência, auto-observação e


formação de ideias; é o veiculo da tradição e dos julgamentos de valores transmitidos de
geração em geração.

Kant, referindo-se a personalidade aprimorou as característica de quatro (4) de


temperamentos citados por Galero: o tipo saguíneo caracterizado pela força, rapidez e
emoções superficiais; o tipo melancólico, designado pelas emoções intenças e vagarosidade
das acções; o tipo colérico, rapidez e impetuosidade no gerir; e o fleomático, caracterizado
pela ausências de relações emocionais e vagarosidade no agir.

Ainda que o façamos intimamente, involuntariamente ou até incoscientemente, nenhum de


nós deixa de classificar as pessoas que conhece, pois cada indivíduo apresenta uma
personalidade diferente perante a sociedade.

8
1.3 INFLUÊNCIAS BIOLOGICAS/HEREDITÁRIAS

A sociedade desafia constantemente a evolução biológica e hereditária do ser humano,


partindo da compreensão da vida e da variedade de seres vivos existentes na actualidade.
Assim, torna-se fundamental saber quantas espécies, existentes desde os primórdios, resultam
em mudanças, alterando os organismos e gerando novas vidas no mundo. Ainda assim, não
podemos afirmar que a modificação que ocorre no organismo apenas se refere a um indivíduo,
sem transmitir propriedades do antigo ao novo.

Nos séculos XVII E XVIII, vários filósofos revelam teorias evolucionistas em relação a este tema;
Aristóteles e Platão tentaram explicitar a evolução biológica de acordo com as influências
filosóficas do século XVI.

Hoje em dia, ninguém ocupa um espaço territorial ocasionalmente, pelo que se considera que
um indivíduo herda as características dos seus descendentes e do seu meio ambiental. Muitos
são os exemplos no nosso meio e estes validam a afirmação de que a influência consiste na
caracterização do indivíduo ou do grupo através de um determinado ambiente.

1.1.2 O Fixismo

A teoria Fixista determina o ser vivo como um agente fixo e imutável, pelo que a evolução
biológica nunca se verificou; segundo este teórico, os seres vivos actuais sempre existiram na
terra, desde os seus primórdios.

Proposto pelo naturalista francês Georges Cuvier (1762-1832), o Fixismo foi aceite sem
contestação até ao século XVII, fundamentando-se na ideia da criação de todos os seres vivos a
partir de um poder divino. No entanto, a partir da segunda metade do século XVIII, surgiram as
teorias evolucionistas/ transformistas, que se opuseram a este modelo inicial.

Várias hipóteses foram utilizadas para explicação desta teoria, destacando-se a da geração
espontânea e a do criacionismo. A hipótese de geração espontânea foi proposta pelo filósofo
grego Aristóteles sob influência de Platão. Para Aristóteles, os seres vivos seriam formados
constantemente, a partir de matéria não viva como o pó. Uma vez formados, estes seres
permanecem imutáveis, originando descendentes semelhantes em todas as gerações.

9
1.3.2.1 O criacionismo

O criacionismo baseia-se, principalmente, em escritos bíblicos interpretados segundo a ética


de que Deus criou todas as espécies através de um único acto, destacando-se, assim, a
possibilidade de modificações evolutivas. Nos últimos anos, o criacionismo tem renascido.
Todavia, movimentos religiosos e críticas ao evolucionismo têm empolgado a opinião pública,
despertando não só discussões, mas também estímulos para que este seja ensinado nas
escolas de alguns países.

1.3.3 Comparação entre proteínas

As proteínas são macromoléculas compostas por longas cadeias de aminoácidos. Embora


existam na natureza apenas vinte aminoácidos diferentes, é fabulosa a variedade de proteínas
encontrada nos seres vivos. Tal facto explica-se pela produção de proteínas em cada
organismo que é coordenada pelo material genético (DNA) e ordena os aminoácidos,
formando as grandes moléculas proteicas. Face às informações apresentadas torna-se lógico
que quanto maior for a proximidade evolutiva entre dois seres, maior é a semelhança entre as
suas proteínas. Constate-se que é desta forma que a molécula de hemoglobina (pigmento
sanguíneo) é formada, ou seja, cria-se pelos mesmos aminoácidos no homem e no chimpanzé,
mas já a do gorila tem um aminoácido diferente dos homens e a do cão tem quinze.

1.3.4 O conceito de adaptação

Nenhum ser habita num determinado lugar por acaso. Para sobreviver, este ser deve possuir
características que permitam a sua adaptação ao meio em que vive; estas são herdadas dos
seus ancestrais e serão transmitidas aos seus descendentes por eles.

A adaptação consiste na aquisição de características que tornam um indivíduo mais equipado


para sobreviver e reproduzir-se num determinado ambiente. São incontáveis os exemplos de
adaptações existentes na actualidade, pelo que cada aluno poderá identificá-las através de
simples observações.

1.3.5 Evolução

A teoria é a plataforma básica para os estudos biológicos. Os seres vivos apresentam


modificações que dependem do ambiente em que esses seres se desenvolvem. O Ambiente
condiciona a evolução, levando ao aparecimento de características que permitem aos
indivíduos adaptar-se às condições em que vivem.

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Segundo Lamarck, a adaptação representa a faculdade que os seres vivos possuiriam de
desenvolver características estruturais e funcionais que lhes permitissem sobreviver e
reproduzir-se num determinado ambiente.

As concepções de Lamarck podem ser esquematizadas da seguinte forma:

MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS. Originam NOVAS NECESSIDADES. Implicam NOVOS


COMPORTAMENTOS: Uso-Desenvolvimento dos órgãos e Desuso- Atrofia dos órgãos. Acionam
MODIFICAÇÕES NO ORGANISMOS. Transmitem NOVAS CARACTERÍSTICAS AOS
DESCENDENTES. Provocam ADAPTAÇÃO DA ESPÉCIE AO LONGO DE GERAÇÕES.

1.4 INFLUÊNCIA DO MEIO E DA CULTURA

Quando utilizamos a expressão cultura Política referimo-nos ao conjunto de atitudes, normas,


crenças e valores políticos partilhados pela grande maioria dos membros de uma determinada
sociedade ou nação. Para além disso, o tipo de sistemas ou regime político em vigor num
determinado país, incluindo as instituições políticas existentes, também integra este conceito
de cultura.

Como se pode verificar, a cultura política de uma determinada nação representa um vasto e
complexo campo na pesquisa social. Vasto porque apresenta uma multiplicidade de factores
que integram a cultura política, entre eles:

O comportamento de apatia (alienação dos cidadãos);

Os graus de confiança e de tolerância;

A adesão ou recusa a determinada formas de acção políticas e instituições, em detrimento de


outras;

As identidades partidárias;

O modo como os conflitos políticos surgem no sistema são percebidos e solucionados.

Estes factores que envolvem práticas comportamentais direccionadas às esferas de acção


política podem ser agregados ao conceito de cultura política. Esta é também um campo de
pesquisa devido ao facto de os padrões de crenças e valores não serem fenômenos estáticos,

11
ou seja, se estes se alterarem, a cultura política também sofre modificações num determinado
período de tempo. Além disso, uma configuração predominante de valores, crenças e atitudes
pode conviver com configurações menos influentes, as tais subculturas políticas, que são
condicionadas por diferenças das classes sociais, religião, etnia e entre gerações.

Existem ainda algumas teorias que mencionam a existência de uma cultura política das massas
e uma cultura política de elites.

No âmbito da ciência política, os primeiros estudos académicos sobre a noção de cultura


política, realizados no início do século XX, sofreram influências intelectuais provenientes das
pesquisas antropológicas, sobretudo da antropologia culturista.

Inerente ao paradigma superficial da antropologia culturista, a maioria destes estudos foi


marcado pelo determinismo, o que se traduziu numa visão distorcida da realidade sob
alegação de que cada nação apresenta uma configuração específica de valores, crenças e
práticas políticas homogéneas e imutáveis que derivam de características naturais e inatas de
cada povo (sobre tudo raças e etnias).

Aliado à ausência de uma base de fundamentação sólida e empírica, os estudos deterministas


produziram resultados equivocados, que se traduziram em visões preconceituosas acerca das
sociedades estudadas, provocando até certas limitações. Constate-se este mesmo facto nas
abordagens de raízes que indicavam a democracia, o autoritarismo, o militarismo e a ditadura
como sistema político derivados de determinadas culturas políticas. Consequentemente,
supunha-se que as matrizes culturais dos povos bloquearam qualquer tentativa de mudança
de sistema político, facto que não era verdadeiro.

1.5 A PESSOA E O MUNDO

1.5.1 A experiência cultural e a construção da pessoa

1.5.1.2 Cultura Nacional e identidades culturais

A construção da identidade reparte-se entre a ordem social como um projecto e, também, a


vida de cada elemento como um projecto. Assim os esforços colectivos tornam-se
extremamente necessários, no sentido de assegurar um cenário de confiança estável e
duradouro, que possibilite a previsão dos actos e das escolhas individuais.

12
Ao discutir o conceito de hipermodernidade, Lipoyetsky (2004) aborda a necessidade
crescente da identidade comunitária bem como um novo modo de identificação colectiva.
Afirma ainda que, na sociedade tradicional, a identidade cultural e religiosa foi vivida como
algo natural, suprimindo as escolhas individuais. No entanto, para este autor, este conceito
terminou, pois, a “filiação identitária é um problema, uma reivindicação, um objecto de
propriação dos indivíduos”, ou seja, uma maneira de se autoconstruir, autodefinir e
autoafirmar. Se antigamente a identidade cultural era institucional, actualmente podemos
considerá-la como uma questão individual.

Para Lipoyetsky (2004), “Já não basta sermos reconhecidos pelo que fazemos na condição de
cidadão livres e iguais perante os outros: trata-se de sermos reconhecidos pelo que somos em
nossa diferença comunitária e história, pelo que nos distingue dos outros grupos (…) um
desejo de hiper-reconhecimento que, recusando todas as formas de desdém, de depreciação,
de inferiorizaçaõ do eu, exige o reconhecimento do outro como igual na diferença”.

Quando discute a questão da identidade, Hall (2005) argumento que as velhas identidades que
sustentavam o mundo social estão em declínio, pelo que nascem novas identidades que
fragmentam o indivíduo moderno, visto como unificado. A identidade cultural e a crise de
identidade são vistas por este autor como forma de mudança que desloca as estruturas e
processos centrais da sociedade moderna, abalando as referências da ancoragem no mundo
social. No mundo moderno, as culturas nacionais constituem-se como fontes de significados
para a identidade cultural nas quais as diferenças regionais e étnicas estão subordinadas ao
estado-razão. Cultura nacional é, então, “um discurso – um modo de construir sentido que
influencia e organiza tanto nossa acções quanto a concepção que temos de nós mesmos.

A cultura nacional tem como intuito unificar os membros de uma sociedade uma identidade
cultural, suprimindo as diferenças de classe, género ou raça, como advoga a ideologia da
mestiçagem. Esta cultura “é também uma estrutura de poder cultural”.

A história demostra-nos que a unificação dos lugares ocorreu sob processos de conquista
violenta, forçando a supressão da diferença. Considerando que as nações são constituídas por
diferentes classes sociais e diferentes grupos ético-sociais, Hall acredita que deveríamos
pensar a cultura racional como representação da diferença como identidade, pois a ideia de
classificação torna-se, paulatinamente, mais complicada.

As nações modernas são hibridas e culturais, pois, nenhuma abrange uma única cultura, etnia
ou povo. No Brasil, o grupo hegemônico luta para manter essa ideia viva sob o título de

13
democracia racial. Entretanto, os grupos minoritários, principalmente os negros e indígenas,
organizam-se com objectivo de romper as barreiras construídas ideologicamente que os
mantinham na periferia do sistema social. Assim, combate-se a ideia de identidade cultural
única, do jogo do poder, das contradições e das formas de diferenças inerentes a mesma.

1.5.1.3 Considerações finais

Actualmente, na nossa sociedade, predomina o individualismo e, nas sociedades


contemporâneas mais complexas, a indiferenças e a busca de felicidade pessoal bem como a
valorização da pessoa e dos grupos como identidades culturais são factores dominantes.

A relação entre a cultura e a pessoa resulta na formação e construção da identidade nacional,


refletindo-se na história dos povos e permitindo que as próximas gerações se situem de
acordo com os seus grupos ético-social. Desta forma, todos se sentiram orgulhosos da sua
cultura e identidade na diversidade nacional.

1.6 A RELAÇÃO DA PESSOA CONSIGO PRÓPRIO E COM OS OUTROS

O termo relação aplica-se em vários domínios da matéria, da vida e do mundo. A relação entre
os seres humanos bem como a ligação entre estes e o mundo é, naturalmente, importante,
mas exigente.

O conceito de pessoa implica a acção independente: sou pessoa porque posso agir por mim,
mas necessito de me relacionar com os outros para solucionar/satisfazer as minhas
necessidades; também me relaciono comigo mesmo para satisfazer as minhas necessidades
básicas como comer, tomar banho, vestir, etc.

Como ser social, o homem necessita de manter relações significativas, verdadeiras e profundas
para viver. O ser para si e o ser para os outros é uma das verdades mais importantes da
existência humana: “(…) A ética ensina-nos que o outro não é uma coisa, mais sim um eu como
eu. E eu até preciso de outro para viver, para ser feliz. O outro tem valor e dignidade própria,
tem uma dimensão ética tal como eu. Não é uma coisa, é um adversário, não é um inimigo a
bater, não é um sem importância, mas é alguém importante para nós”.

Nas relações familiares (pais/filhos, irmãos, marido/mulheres) devemos procurar formas de


promover e proporcionar o crescimento mútuo. Por exemplo, um professor tem como missão
não só ensinar, mas também criar com os alunos uma relação significativa de proximidade; um

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médico, ao escolher a sua profissão, transmite, indirectamente, o seu desejo de desenvolver o
bem-estar dos outros.

A amizade estabelecida entre os seres humanos é um campo frutifero de ajuda mútua, onde
cada um de nós promove a mudança e o crescimento individual.

1.7 AS DIFERENÇAS INTERPESSOAIS E INTERCULTURAIS

“Eu e o outro compartilhando diferenças construindo identidades. Homens e mulheres na sua


incompletude e na sua relação com o mundo e outros seres, buscando dar respostas aos
desafios, as questões do seu contexto, constroem conhecimentos. Para Paulo Freire, o
conhecimento é resultado desse processo, dessa construção colectiva. Homens e mulheres:
negros, brancos, pobres, índios, portadores de deficiência, homossexuais etc. Todos educam;
todos ensinam e aprendem. Por isso afirma que “ ninguém educa ninguém. Os homens se
educam em comunhão”(FREIRE, 1981: 79). Educação, em Paulo Freire, é a prática de uma
teoria do conhecimento. Ao se deparar com um problema, o ser humano se questiona,
questiona outros seres humanos, pesquisa, busca respostas possíveis para solucionar o desafio
que está a sua frente, destas suas hipóteses, confirma-as, reformula-as, nega-as, abandona-as,
retoma-as, etc. Por meio desse movimento, realiza o esforço da aprendizagem para construir o
seu saber, relacionando conhecimentos anteriores aos actuais, ampliando, construindo novos
conhecimentos, novos saberes. A cada solução novos problemas se impõem. Estas respostas,
as experiências que vai acumulando ao busca-las constituem o conhecimento de um indivíduo
ou de um grupo. Nesta concepção, o conhecimento nasce da acção, da relação entre os seres
humanos e destes com o mundo. Da sua intervenção no mundo, novos conhecimentos vau
sendo construídos. Não há ser humano que não aja no mundo. Todos, de alguma forma, agem
e buscam respostas para as suas necessidades, por isso não há ser humano vazio de
conhecimentos, de cultura. Há graus e níveis de conhecimentos e saberes diferenciados, mas
não há quem nada saiba”.

Nas relações humana, todos se relacionam do núcleo básico da família para a sociedade. A
família transmite toda a gama de educação considerada como fundamental e primordial na
comunidade, de acordo com a cultura herdada dos seus progenitores e dos seus antepassados;
assim, o indivíduo encara a sociedade com realidade de conhecimentos, comportamentos e de
cultura.

15
Relativamente ao tema abordado, o sujeito enfrenta, com muita cautela e afinco, outras
culturas consideradas como desafios e esta situação representa a sua inserção ou aceitação
positiva/negativa no meio em que se relaciona; este meio apenas é positivo quando interage
com os outros e quando consegui interpretar profundamente a complexidade dos problemas
colocados pelos outros. Neste sentido, temos que encarar o ser humano como um ser dotado
de conhecimentos e saberes, dependente do nível de instrução de cada indivíduo.

Não se deve esquecer o facto de que cada indivíduo pertence a um meio caracterizado por
hábitos e costumes peculiares, por isso, pode dizer-se que interagem na sociedade uma
multiplicidade de culturas, adquiridas por experiências/valores/práticas e formação
adquiridas. Constata-se que é essa diferença que enriquece e ergue a comunidade onde todos
participam e contribuem para o seu valor, em prol do seu bem estar. Se vivemos no mesmo
espaço geográfico devemos comunicar com todos os indivíduos pois encontramo-nos num
mundo onde já ninguém vive solitário.

O mundo está em permanente mutação e, muitas vezes, alguns indivíduos acham-se


detentores de uma legitimidade que, na realidade não têm; marginalizam os outros tentam
sobre por as suas ideias, concepções opções acima dos outros, mesmo quando a grande
maioria não partilha a mesma opinião. Estes indivíduos não se preocupam em superar estas
situações em prol do bem de todos; pelo contrário, mantêm as ideias retrógradas e não
promovem a mudança estrutural nas relações, mais favorece a sua própria identidade.

“Educar para a inclusão é não separa o lugar e o tempo de aprender do lugar e do tempo de
ensinar. Onde e quando se aprende, também se ensina. E todos ensinam e aprendem. Nesse
processo, o papel do educador é dar sentido a essa construção. A formação pode se dar no
vazio.

Por outro lado, é importante que a formação continuada e permanentes dos educadores (as)
seja realizada, na actualidade com base no entendimento da multiculturalidade enquanto
criação histórica que, como tal, exige de todos nós o estabelecimento democrático e colectivo
de fins comuns para uma convivência ética. Nessa perspectiva, a educação é instância própria
e espaço privilegiado para a realização da convivência e das trocas entre as diferentes culturas,
o que se torna possível com a criação de espaços interculturais e intertransculturais, onde a
multiculturalidade se fará presente e, por conseguinte, estabelecerá, num primeiro momento,
o que Freire chama de “unidade na diversidade” (1994:157) e, num segundo instante a luta

16
pela construção de uma sociedade que fala de paz mas que, para tanto, antes dela e mesmo
como seu pressuposto, faz justiça.”

1.8 OS VALORES

A palavra valor pode ser definida:

Como sendo aquilo que um objecto vale;

Como qualidade essencial de um bem/serviço para os que o possuem e utilizam.

Constate-se que existe uma enorme diversidade de valores, que podem ser agrupados da
seguinte forma quanto à sua natureza:

Éticos: referem-se à normas de condutas. Exemplos: honestidade, verdade, lealdade,


solidariedade, altruísmo, bondade.

Estéticos: referem-se à expressão. Exemplos: esbelto, harmonia, belo, feio, trágico, sublime.

Religiosos: referem-se à relação do homem com a religião. Exemplo: sagrado, pureza,


santidade, perfeição.

Políticos: referem-se à política. Exemplo: justiça, igualdade, imparcialidade, cidadania,


liberdade.

Vitais: referem-se à vida. Exemplos: saúde e força.

1.8.1 Hierarquia de valores

“Não atribuímos a todos os valores a mesma importância. Na hora de tomar uma decisão, cada
um de nós hieraquiza os valores de forma muito diversa. A hieraquização é a propriedade que
tem os valores de se subordinarem uns aos outros, isto é, de serem uns mais valiosos que os
outros.

Exemplo: A maior da população mundial continua a passar graves carências alimentares. Todos
os anos morrem milhões de pessoas por subnutrição. Não é de querer que a hieraquia dos
valores destas pessoas, a satisfação das suas necessidade biológicas não esteja logo em
primeiro lugar”.

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1.9 OS GRUPOS SOCIAIS

O grupo sicial é um conjunto de pessoas que têm em comum interesses, sentimentos,


motivos e metas. Todo o individuo pertence a vários grupos sociais tais como o grupo
familiara, o grupo escolar, o grupo religioso, o grupo politicos, o grupo desportivo, etc. Cada
um desdes possui normas, normas, motivos e metas que geram e que os fazem
diferenmembros tes uns dos outros.

1.9.1 Caracteristicas do grupo social

Existência de contacto directo e permanente entre os seus membros.

Estabelecimentos de relações através de actividades comuns.

União dos membros pela coincidência dos fins da actividades.

Presença de um sistema normativo que regula a conduta dos seus membros e que é aceite por
todos.

1.9.2 Tipos de grupos social

Grupos primários –a relação dos seus memnbros é directa face-a-face

Grupos secundários –a relação dos seus membros é por contacto indirecto, passegeiro e
desprovido de continuidade.

Grupos de referência-caracteriza-se pelo facto de determinadas pessoas ou grupos sociais


recorrerem a eles para que apoiem as suas aspirações, ideias ou tomadas de coinciência e
atitudes; servem-nos de modelo.

1.10 AS NORMAS SOCIAIS

Norma é um documento estabelecido por concenso e aprovado por um organismo


reconhecido que fornrce regras, linhas, diretrizes ou caracteristicas para as actividades ou seus
resultados, garantindo umóptimo nível de ordem num dado contexto.

1.10.1 As normas socias podem ser:

Regras que devem ajustar-se à conduta, às tarefas e às actividades do ser humano;

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Regras que têm como objectivo orientar o comportamento dos integrantes de um
grupo social de acordo com os valores aceites por estes mesmos grupo.

“As normas socias são adqueridas interiorizadas durante o processo de socialização do


indivíduo.podem ser agrupadas dentro de sistemas normativos: normas penais,
jurídicas, sociais moral social”.

Normas penais: apresentam-se no código penal.

Normas jurídicas: estão presentes em regulamentos ou rdenamentos; a sua violação é


um acto ilícito sanções.

Normas sociais: é um amplo grupo de normas socialmente reconhecidas como a


moda, a tradição, os usos e constumes, etc.

Moral social: são as normas auto-impostas como, por exemplo, “Não vou comer num
restaurantes na Ilha de Luanda”; o incuprimento tem escassa relevância social,mas
pode ser qualificativo como hipocrisia.

1.11 NOÇÃO DE ESTATUTO E PAPEL

O Estatuto define-se como um regulamento que rege um estado ou uma sociedade. Este
termo pode ser social, sendo considerado como o lugar,a posição o posto, a honra ou o
prestígio anexados à posição que os elementos os elementos ocupam na estrutura social
conjugadamente com a opnião colectiva do grupo, bem como com um conjunto de
comportamentos que este indivíduo pode esperar dos demais em virtude do lugar que ocupa.

Tendo em conta o que foi referido anteriormente o estatuto o estatuto social aborda um
conjunto de privilégios e atributos ligados à posição que determina individuos ou grupos
ocupam na estrutura social.Este conceito pode ser dividido em duas formas:

Status adquirido- quando depende do esforço pessoal para sua obtenção, através das suas
habilidades, conhecimentos e capacidades pessoais; assim, o indivíduo pode alterar ou
competir com outras pessoas ou grupos e triunfar sobre eles. Exemplos: o médico, o professor,
operário de fábrica, etc.

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Status atribuídos- quando, independentemente da sua capacidade para a sua obtenção, este
recebe o cargo logo à nascença.Exemplos:os herdeiros de monarquias.

1.11.1 Papel social

As Ciências Sociais definem papel social como de devere que condicionam o comportamento
dos individuos junto a um grupo ou dentro de uma determinada instituição; estes papéis
podem ser atribuídas ou conquistados, surgem da interacção social e são sempre resultado de
um processo de socialização.

Segundo Alain Binor “O papel social é o comportamento, a conduta ou a função


desempenhada por uma pessoa no interior de um grupo”, isto é um papel apenas existe em
relação a outros papéis.

Exemplos: professor/ Alunos; Pai/filhos ; Médicos / Paciente.

1.12 ATITUDES, PRECONCEITOS, CRENÇAS E RELIGIÃO COMO


REFÚGIO

Atitude: define-se como uma disposição favorável ou desfavoravel, relativamente a objectivos,


pessoas, acontecimentos ou em relação a alguns dos respectivos atributos.

Exemplos: “eu gosto de manga”; “trabalhar em contabilidade é aborrecido”.

Preconceito: define-se como um joízo pré concebido que, geralmente, manifesta uma atitude
discriminatória perante indivíduos, locais ou tradições consideradas diferentes ou
“estranhas”.As formas mais comuns de preconceito são o social, racial e o sexual.

Habitualmente, o ponto de partida deste termo concebe-se a partir de uma generalização


superficial, que denominamos estereotipo (Exemplos: “ Todos os Angolanos são ricos”, “Todos
os nortes Americanos são irritantes “).Observar caracteristicas comuns a grupos apenas se
consideram preconceitos quando desseminam agressividade ou até de ordem fisica pode
apenas representar, deforma ilustrativa e educativa, os costumes ou aparência de
determinados povo e/ ou regioções. Todo o sistema inerente ao preconceito é transmitido de
geração para geração, o que contribui, largamente, para a persistência e para o aumento deste
termo relativamente a uma determinada cultura.

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Segundo Max weber (1864-1920), “o indivíduo é responsável pelas acções que toma. Uma
atitude hostil, negativa ou agressiva em relação a um determinado grupo, pode ser classificado
como preconceito”.

1.12.1 Como combater o preconceito?

A nossa sociedade tem tendência para proliferar preconceitos; todos nós possuímos alguns
tipos de preconceito relativamente a alguém ou a alguma coisa que nos desagrada ou que
caminha na direcção aposta aos nossos valores. Cada ser humano pensa, age e comporta-se de
forma diferente e, tendencialmente, ninguém altera a sua opiníão pela de outro indivíduo; se
assim fosse, a violência e os desentendimentos eram claramente diminutos.

Este termo interliga-se à discriminação, à marginalização e à violência, atitudes justificadas a


partir de teorias racistas e etnocêntricas que defendem a prática da superioridade entre povos
e raças.

A partir do momento em que o Homem se mentalizar que a igualdade é um direito para todos
mas que a heterogeneidade é um factor de socialização importante, a sociedade vai evoluir
neste campo. O mundo será menos violento quando as diversas personalidades, gostos,
hábitos e costumes forem aceites da mesma forma. O combate ao preconceito inicia-se na
consciência de cada elemento e se queremos uma sociedade livre de preconceito devíamos
trabalhar os nossos comportamentos para aceitar, livremente, todos os factores inerentes a
uma determinada raça, povo, cultura ou religião.

1.12.2 Crenças religiosas como refúgio

O termo religião advém do latim religio que, vulgarmente, significa prestar culto a uma
divindade; é um conjunto de crenças sobre as causas da naturez, a finalidade da vida e do
universo. Quando é considerada como um agente sobrenatural funciona como uma mensagem
educativa no âmbito da solidariedade, perdão, paz e reconciliação, amor ao próximo, respeito
ao alheio, fé, não-violência, tolerância, irmandade, fidelidade, esperança, perseverança,
segurança entre muitos outros valores.

Crenças: define-se como um princípio orientador, uma máxima, em relação a uma fé ou paixão
por alguma coisa; proporcionar significados e direcções de vida variadas.

A religião é um refúgio na medida em que o homem, depois de caminhar em trilhos dolorosos


e cometer grandes pecados na sua vida, procura o caminho límpo para a sua salvação. Este

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caminho é Jesus e constate-se que é o único amigo com quem podemos realmente contar. As
pessoas encontram Deus e na religião um meio de as levarem à paz.

Desde os primórdios que os homens acreditavam que os fenómenos naturais como, por
exemplo, as trevas, o calor, frio, a vida e a morte, eram controlados por deuses e espíritos.
Segundo as suas crenças, este espírito habitavam nas rochas, árvores ou rios e cada um deles
possuía função diferente. Neste sentido, o crentes julgavam que iriam receber a sua
benevolência, através de oferendas como canções, danças, sacrifícios e magia.

Se analisarmos a história das antigas civilizações, como o Egipto, China, Grécia e Roma,
percebemos que estas eram politeístas, ou seja, possuíam vários deuses que eram temidos
pelos seus adoradores; estes esforçavam-se para não os ofender ou irritar, devido ao medo
que tinham em ser punidos. Sacerdotes, especialmente treinados para interpretar a vontade
divina, ensinavam ao povo como viver conforme a vontade dos deuses e, também, como
homenageá-los. Esta actividade permitia que os sacerdotes oobtivessem um grande poder.

Actuamente, grande parte dos religiosos acredita na vida para além da morte, onde o bem é
recompensado e o mal é punido. O indivíduo alinge um excelente nível ético quando pensa por
si mesmo e quando a sua conduta se dirige a um julgamento consciente e correcto,
demostrando independência interior; a autonomia para definir o bem e o mal, sem seguir
fórmulas sociais, é também uma forma de valorizar a crença e consolidar os valores morais na
nossa sociedade. Não devemos ser escravos das nossas crenças, pois elas travam o nosso
autoconhecimento.

As crenças formam o mundo social e agem como profecias auto-realizáveis. Como seres
humanos temos crenças sobre nós próprios, sobre os outros, sobre os nossos
relacionamentos, sobre aquilo que somos capazes e incapazes de realizar. As nossas vivências
ilustram perfeitamente o facto de religião ser o verdadeiro refúgio da humanidade. Em muitos
casos, esta é assessora psicológica das vítimas e dos aflitos, ajudando-os a lidar com a situação
que enfrentam na actualidade.

1.13 FORMAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, MUDANÇA E FORMAÇÃO DE


ATITUDES

Formação Humana: considera-se todo o princípio básico da educação doméstica, aliado ao


ensino escola.

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Desenvolvimento: define-se como um processo dinâmico de melhoria, que implica uma
mudança, uma evolução, crescimento e avanço. Em ciências sociais, este termo é uma noção
qualitativa que se exprime no nível de bem-estar de uma população e na consequente
soociedade, usando como referências os indicadores sociais, culturais, políticos e económicos.

Mudança: significa tornar-se diferente física e moralidade, tendo em conta o que se era
antigamente.

Atitudes: “Do latim aptitudinem atitude, através do italian attitudine significa uma maneira
organizada e coerente de pensar, sentir e reagir em relação a grupos, questões, outros seres
hummanos, ou, mais especificamente, a acontecimentos ocorridos em nosso meio
circundante.”

Kadec, 1978.

Atitude consiste na tendência, mais ou menos constante, para responder a objectos, tais como
a pessoa, um grupo social, uma instituição, uma situação um conceito, etc. Deste modo, não
devemos confundir atitude com coomportamento porque o comportamento é manifestado a
partir da atitude.

1.13.1 A atitude é constituída por três componentes:

Cognitivo: inclui um conjunto de ideias, juízoa e crenças sobre o objecto.

Afectivo: relaciona-se com o sentimento positivo ou negativo relativamente ao objecto,


estando ligada ao sistema de valores e possuindo uma dimensão emocional.

Comportamental: é um conjunto de reacções de um indivíduo em relação ao objecto da


atitude.

As atitudes não são inatas, isto é, não nascem com o indivíduo; estas são adquiridas durante o
processo de integração na sociedade, em situações de convívio familiar e em comunidade. É,
geralmente, na infância que são moldadas com base nas crenças dos progenitores. No
decorrer da evolução intelectual do indivíduo, as influências familiares vão diminuindo.

Já na adolescência, o indivíduo vai assumindo as sua atitudes, consoante os seus próprio


ideais. Ao longo do seu desenvolvimento das atitudes, o indivíduo vai adquirindo uma
educação formal e informal, uma vez que esta é apreendida na instituição escolar, sendo este
um factor constante e decisivo para o seu desnvolvimento.

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As mudanças de atitude dependem, acima de tudo, de novas informações relativamente ao
objecto. O indivíduo reage de várias formas a essas informações em função das atitudes em
causa. Deste modo, quanto menor for o sentimento e informação acerca do objecto, mais
facilmente se desencadeia uma mudança de atitude. Desta forma, será mais fácil modificar
uma atitude relativamente a pessoa, situações ou objectos dos quais não façam parte da
experiência próxima e imediata do sujeito. Segundo Kardec (1978), “Embora as tentativas de
modificar ou substituir “atitudes” do que aprendê-las”.

Uma experiência traumática pode levar à formação ou modificação de atitudes; a propaganda


e a publicidade são também factores importantes para as atitudes e comportamentos, na
medida em que nos são passadas mensagens, com vista a persuadir as pessoas. Neste sentido,
a mensagem tem de ser, obrigatoriamente, credível e necessita de ter prestígio e poder.

1.14 PADRÕES DE CULTURA E ACULTURAÇÃO (A MODA DE HOJE)

Abordamos este tema, podemos definir cultura como um conjunto de elementos materiais e
imateriais que determinam, conjuntamente, o modo de vida de uma comunidade : técnicas,
linguagem, códigos e sistemas sociais, políticos e religiosos.

Em cada sociedade ou grupo social encontram-se padrões culturais comuns, que representam
os comportamentos esperados pelos seus membros. Este referem-se ao conjunto de hábitos e
de comportamentos que são partilhados pelos membros de um grupo social, tais como hábitos
alimentares, cerimónias, rituais, tipos de cumprimentos entre os indivíduos; diferem de
comunidade para comunidade, isto é, o que molda e regula os comportamentos e atitudes
deste elementos varia conforme a sociedade onde se inserem.

Cada estrutura social e económica possui elementos comuns às diferentes culturas


existentes no mundo; neste sentido, destacam-se:

A comunicação através de uma língua;

A classificação dos indivíduos de acordo com as seguintes categorias: idade, sexo, casamento,
ascendência de e parentesco;

A educação das crianças em algum tipo de estrutura familiar;

A divisão do trabalho de acordo com o sexo e a idade;

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As regras para o comportamento sexual;

A distinção entre bons e maus comportamentos;

A produção de arte.

A cultura material compreende todos os utencílios criados pelo ser humano, desde uma
“pedra lascada” até a um comportamento de última geração; este tipo de cultura é,
geralmente, apreciada pelos outros devido ao génio do indivíduo que idealiza uma obra da sua
autoria. Pelo contrário, a cultura imaterial refere-se a todos os princípios adquiridos pela
vivência em sociedade; são exemplos os valores, os recursos, os costumes, as ideologias, entre
outros.

Actualmente, verifica-se que a globalização permite uma ampla informação e conhecimento


da diversidade de culturas que se enriquecem ou se adulteram tendo em conta os interesses
das classes sociais; este facto originou a perda de muitos valores e traços culturais, reflectindo-
se na mistura de várias culturas e provocando a adulteração dos seus valores originais, o que
leva, consequentemente, ao desaparecimento da mesma.

Hoje em dia, a moda passou a ter várias propostas, deixando de ser algo único; liga-se ao
comportamento e ao meio em que se vive, sendo marcada pelos grupos sociais existentes.
Neste sentido, afirma-se que os anos oitenta foram um culminar da moda até aos nossos dias,
intensificando fortemente o fenómeno. As mini-saias, os casacos de malha, a camisola de
manga curta, os cabelos da índia e do Brasil, os tops, os sapatos, as botas, os brilhantes, os
colares e brincos compridos, e a maquilhagem exagerada são bons exemplos de uma moda
que se vulgarizou. Todos os indivíduos que não incluírem estes elementos na sua vida são
considerados homens e mulheres fora da moda.

A globalização é um processo irreversível, todavia é consequência da tecnologia e da enorme


facilidade de comunicação actual dos dias de hoje, permitindo, assim, um contacto simples
com qualquer ponto do planeta e afectando toda a actividade humana.

1.15 A EDUCAÇÃO EM ANGOLA

A educação engloba os processos de ensinar e aprender; define-se como um fenómeno social


que podemos observar em todas as sociedades e nos seus respectivos grupos.

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Nas sociedades antigas, não existia a necessidade do espaço escola, porque as crianças
aprendiam o necessário através do processo de observação, tornando-se parte do que estava
a acontecer. Enquanto processo de socialização, a educação e exercida nos diversos espaços
de convívio social, tendo como objectivos fundamentais a adequação do indivíduo à
sociedade, do indivíduo ao grupo bem como dos grupos à sociedade. Neste sentido, criaram-se
escolas que motivaram a aquisição de conhecimentos e habilidades específicas e que não
podiam ser obtidas, facilmente, através dos processos de observação e ajuda.

Este termo é entendido como um processo que possibilita um desenvolvimento físico,


intelectual, cultural e moral (valores culturais inerentes a cada pessoa/ grupo social, o carácter
que permite aceitar e respeitar os valores culturais, a aberto do espírito ao ecumenismo).

A nível instituciona, a educação em Angola inicia-se num âmbito não obrigatório, com as pré-
escolas, destinadas a crianças com idade compreendidas entre os 0 e os 5anos. A escolaridade
obrigatória denomina-se ensino de base, tem a duração de nove anos e compreende as idades
dos 6 até aos 15 anos, organizando-se em três ciclo sequências:

Ensino Primário: 1ª à 6ª classe.

Ensino Secundário:

1º Ciclo: 7ª à 9ª classe.

2º Ciclo: 10ª à 12ª

Ensino Superior.

A pesar de a lei Angolana ser gratuita até aos oito anos, o governo afirma que uma
percentagem de estudantes não está matriculada nas escolas devido à falta de
estabelecimento escolares e professores.

A educação em Angola ainda enfrenta problemas de acesso dos cidadãos ao Ensino; as


disparidades entre as matrículas de jovens nas áreas rurais e urbanas são enormes. Em 1995,
71,2% das crianças com idades compreendidas entre os 7 e os 14 anos estavam matriculadas
na escola.

Para fazer face ao próprio problema de falta de professores, de acordo com as novas
instituições e escolas construídas e abertas em todo o território nascimento nacional, o
Ministério da Educação contratou cerca de quarenta mil professores em 2010 e continua a

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implementar a formação dos mesmos. Refere-se também que os recursos alocados às escolas
para a sua administração/funcionamento são parcos.

Apesar da conjuntura estrutural mundial, o governo tem com dever atentar na igualdade de
género na Educação bem como melhorar a qualidade de ensino, proporcionando melhores
condições para o bom trabalho dos professores e procurando novas estratégias para o
desenvolvimento escolar.

1.16 O ANALFABETISMO NO NOSSO PAÍS E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS

“As causas não determinam o carácter da pessoa, mas apenas a manifestação desse carácter,
ou seja, as acções”.

A educação é o princípio fundamental para o desenvolvimento de uma nação; através dela


edificamos o presente e garantimos o futuro, promovendo uma sociedade democrática com
condições para formar um povo consciente dos seus deveres e direitos. Uma sociedade com
bons educadores permitirá visualizar perspectivas e horizontes benéficos no futuro, até
porque “o futuro mora numa boa educação”.

A formação de indivíduos capacitados será um índice para o progresso e para uma elevada
compreensão dos fenómenos socioeconómicos, psicotécnicos e, principalmente, para
apreender as situações naturais e culturais que são inerentes ao nosso país (etnias, tradições,
línguas, hábitos e costumes).

Analfabeto: indivíduo que, mesmo com capacidade de descodificar letras e números, não
incrementa a destreza da interpretação de texto e da realização das operações matemáticas;
também se consideram analfabetos todos os elementos com mais de quinze anos de idade e
com um nível de escolaridade inferior a quatro anos.

O analfabetismo não resulta de acções isoladas; considera-se uma responsabilidade social, isto
é, é uma responsabilidade de todos os elementos da sociedade (governo, instituições,
analfabetos e sociedade em geral). Esta falta de capacidade para ler e escrever é tratada a
partir da identificação das causas e do levantamento do número e tipo de pessoas analfabetas
num determinado país.

Este problema em adultos e crianças em idade escolar é um dos maiores problemas


socioeconómicos em Angola; consequentemente, causa um intenso atraso no
desenvolvimento do país. As estatísticas demostraram que a taxa de alfabetização é diminuta,

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com 67,4% da população acima dos quinze anos a saber ler e escrever português; assim, a
partir de estudos realizados em 2001, verificou-se que apenas 82,9% dos homens e 54,2% das
mulheres são alfabetizadas. A esperança de um país mais letrado aumenta com o regresso de
vários angolanos que se formaram em países como Portugal, Brasil, África do Sul, Itália ou
Espanha.

1.16.1 Como erradicar o analfabetismo?

O analfabetismo necessita de ser combatido para que o país consiga desenvolver. Neste
sentido, o ponto de partida compete à política do Estado que deve investir na investigação da
relação entre a população, a Escola e os recursos naturais existentes e que tenham sido
implementados na área educativa. Desta forma, identificar-se-ão as causas do baixo índice de
desenvolvimento humano na história, das quais se destacam as seguintes:

Guerra que assolou o país durante mais de vinte anos; consequentemente, a fome, miséria,
destruição, luto, desintegração de famiílias e locações forçadas foram suas consequências.

Pobreza.

Falta de possibilidades/oportunidades.

Preconceito.

Ignorância.

Baixo redimento social

Assistência adequada a determinados focos de população.

No nosso País, o subsistema de ensino de adulto enquadra, no ensino geral, estudantes


trabalhadores, jovens raparigas e militares cuja idade não permita a sua entrada no sistema
regular e que, por várias razões, não obtiveram sucesso na caminhada dos seus estudos.
Também a nível de instituições, empresas e prisões se fazem grandes esforços, pois são dadas
aulas com a metodologia adequada; a sociedade civil, as igrejas e as ONG (Organizações não
governamentais) trabalham continuamente para erradicar este flagelo.

Conclui-se, então, que o analfabetismo é uma responsabilidade de todos os agentes sociais e


só existe porque não há um esforço conjunto da sociedade para erradicá-la. No entanto, o
antigo ditado dizia que “devagar se vai ao longe”, pelo que acredito nesta imensa e bela pátria

28
denominada por Angola; o governo esforça-se para combater este mal, apostando nas
oportunidades de formação para criar homens intelectuais e cultos.

1.17 COMO CULTIVAR O AMOR À LEITURA

Segundo Zina (1997), a leitura envolve , em primeiro lugar, a identificação dos símbolos (letras
e palavras) e o relacionamento deste com os seus respectivos sons. No início do processo de
aprendizagem da leitura, o indivíduo deverá diferenciar visualmente cada letra impressa,
percebendo e relacionando este símbolo gráfico com seu correspondente sonoro. Quando
este entra em coontacto com as palavras deve, então diferenciar visualmente cada letra que
forma a palavra, associando-a ao seu respectivo som para formação de uma “unidade
linguística significativa”.

A leitura insere-nos num mundo mais vasto de conhecimentos e signicados e cria-nos hábitos
perspicazes a nível de decifração de conteúdos.

Em Angola, a sociedade actual vive uma gritante falta de amor à leitura. Face esta situação
perigosa, o Ministério da Educação em Angola realiza a Feira Internacional da Música e da
Leitura com o intuito de promover a leitura pública para crianças, jovens e adultos.

Aquando da realização de um intercâmbio entre os diferentes expositores internacionais da


música e da Leitura, de 23 29 de setembro de 2010, Francisca do Espirito Santo aconselhou a
juventude a cultivar hábitos de leitura para moldarem e melhorarem a percepção do mundo,
de forma mais assertiva e complexa. A Ex-Governadora de Luanda sentiu-se satisfeita com o
evento e referiu que “O homem precisa de se cultivar, interagir e compreender os fenómenos
à sua volta, e a leitura é um dos meios que permite estar em sintonia com os acontecimentos e
conhecimento.

A leitura é um bem essencial para a juventude, pois torna-se a melhor forma de adquirir
conhecimento e de percepcionar o mundo e a realidade de uma forma mais consistente. Se
difundirmos esses hábitos na nossa sociedade poderemos alargar os horizonntes da nossa
cultura.

1.17.1 Bons motivos para ler…

A leitura define-se como uma actividade básica na fomação cultural de cada indivíduo, pelo
que uma narrativa bem urdida de um conto, crónica ou outro género literário constitui uma

29
valiosa actividade para os nossos momentos de lazer. Ler beneficia a saúde mental e é
considerada uma actividade neurológica, ou seja, reforça as conexões entre os neurónios.

Tal como afirma Sandroni Machado, “O amor pelos livros não é coisa que apareça de repente.
É preciso ajudar a criança a descobrir o que eles podem oferecer”. Assim, a família, a escola, o
governo e todas as restantes instituições devem cultivar o hábito da leitura. Este passo será
um avanço para o conhecimento e uma forma de alinhamento que contribui para a
consistência do ser humano.

PROPOSTAS DE TRABALHO

Do que lhe foi dado a aprender, ao longo das aulas e debates na turma, responda, de forma
abrangente, às seguintes questões:

Sobre a estruturação da personalidade.

Relacione influência biológica e influência do meio.

Explique alguns agentes de socialização relativos ao desenvolvimento social da criança e dos


adolescentes.

Relativamente à pessoa e ao mundo, indique o que aprendeu sobre valores da nossa cultura
comparada com outros valores existentes noutras culturas.

Citando Aristóteles “ O Homem é um animal cívico, um animal político. ” Como entende esta
citação? Explique.

30
CAPÍTULO2 TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E DE
COMUNICAÇÃO

2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO


E DE COMUNICAÇÃO

Desde os primórdios, a comunicação sempre foi realizada das mais variadas formas. Os
homens primitivos comunicavam entre si de uma forma rudimentar, através do fogo, batuque,
apitos, entre outros objetos.

Com o decorrer do tempo e em função das dificuldades que se foram encontrando, as formas
de comunicação foram-se alterando. Como bons exemplos temos o caso de Noé, que enviou
uma pomba para conseguir identificar se teria espaço seco para saírem da arca, mas também a
descoberta da escrita feita pelos sumérios que proporcionou, mais tarde, o aparecimento do
serviço de correios que realizava a distribuição das cartas aos respectivos destinatários.

Actualmente, o mundo tornou-se mais pequeno devido ao aparecimento da Informática. O


domínio das TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação) revolucionou a vida do ser
humano, bem como os seus métodos de actuação. Este meio assume-se como forte influência
na economia doméstica e mundial e tem valorizado as capacidades do homem perante a
sociedade.

O desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação tornou-se paulatinamente,


mais exigente. Constate-se que ao definir o modelo de desenvolvimento económico e social de
qualquer país é imprescindível usar as TIC, pois são consideradas o ingrediente fundamental
para a conservação das informações de diferentes índoles.

Angola não se alheia a esta necessidade de adaptação à novas exigências contemporâneas,


apesar de uma parte significativa do país não ter um programa de investimento nesta área.
Apesar de ainda não estar totalmente definida, também não está totalmente ausente na
modernização do nosso país e o governo angolano tem dado passos seguros e significativos
para criar uma estratégia de desenvolvimento das TIC. Neste sentido, a Comissão Nacional das
Tecnologias de Informação, CNTI, órgão de natureza consultiva do governo, define, coordena e
incentiva as acções que visam preparar e encaminhar o Estado Angolano rumo a uma
sociedade mais informatizada.

31
Actualmente, as tecnologias encontram-se em constante evolução mas nos séculos passados
eram rudimentares e lentas, em função dos elementos funcionais em que os serviços eram
prestados. Para uma melhor organização, o governo criou mecanismo facilitadores das TIC.
Todavia, os serviços postais usados antigamente foram fundamentais para o desenvolvimento
das novas tecnologias.

Assim temos:

A. Serviço de correspondência postal: serviços prestados pelos correios ou outros órgão


como HDI, aceitando correspondências postais com o objetivo de serem entregues aos
destinatários indicados pelos seus expeditores, de acordo com a regulamentação
oficial. Os serviços de correspondência postais compreendem cartas, bilhetes-postais,
impressos, pacotes postais e cecogramas.
 Carta: objecto escrito pessoal cujo conteúdo deve ser original.
 Bilhete-Postal: cartão aberto, aceite e expedido pelos serviços dos correios nos
formatos, dimensões e condições estabelecidas no regulamento.
 Impresso: constitui a reprodução obtida em vários exemplares idênticos por
meio do processo mecânico, cartão ou ainda outro material de uso tipográfico,
laboratorial, fotográfico em que se usa uma matriz.
 Cecograma: carta cecográfica depositada aberta com carácter cecográfico e
também todo o material impresso para uso dos cegos.
B. Serviço de Encomendas postais: objetos encomendados que os correios aceitam, a fim
de serem entregues aos destinatários preconizados. A encomenda postal é um volume
com o respectivo endereço, de acordo com o regulamento do país ou serviço dos
correios. Os serviços financeiros postais são aqueles serviços que estão agrupados
genericamente como:
 Serviço de vales e ordens postais;
 Serviço de embolsos postais;
 Serviço de cobranças postais;
 Serviço postal de assinaturas de jornais e publicações periódicas;
 Serviço de caixa económica posta.
C. Serviços de correspondências telegráficas: todo o serviço no qual aceitam mensagens
e documentos com o objetivo de serem transmitidos por telecomunicações e
entregues aos respectivos destinatários. As correspondências telegráficas podem ser o
serviço de telegramas e os serviços de correio electrónico.

32
 Serviço de telegramas: serviço prestado pelos correios, aceitando as
mensagens escritas, a fim de serem transmitidas por telegrafia e entregues ao
destinatário.
 Serviço de correio electrónico: serviço prestado pelo correios, aceitando
documentos ou comunicações em forma de cartas, gráficos, etc, com o
objetivo de serem transmitidos electronicamente ao destinatário de forma
original.

Em virtude dos serviços prestais serem considerados de utilidade pública tornam-se


automaticamente monopólio do estado, porque a recepção, o transporte e a distribuição de
toda e qualquer encomenda postal é feita pelos respectivos serviços.

O sigilo da correspondência pública postal consiste na proibição de revelar o seu conteúdo,


assim como o de prestar indicações onde se possa depreender o sentido dele ou que se possa
enveredar pelo seu descobrimento. Por esse facto, a administração postal deverá adoptar
medidas mais coerentes e eficazes com o objetivo de garantir a inviabilidade das
correspondências que se encontram sob a sua responsabilidade.

Os serviços postais devem ser utilizados desde que sejam previamente autorizados pela
autoridade postal. Desse modo, constitui crime contra o serviço postal:

 Exercer atividade postal sem prévia autorização da autoridade postal ou sem licença
de exploração dos serviços;
 Divulgar o nome do destinatário do objecto expedido;
 Abrir o artigo expedido;
 Transportar objetos nocivos.

Em função disso, a administração postal adoptará medidas para garantir o sigilo das
correspondências.

Conclusão

As Tecnologias de Informação trabalham com os cidadãos, tendo como intuito desenvolver e


atingir novos objetivos. No século XXI, a informação e o conhecimento têm um papel
preponderante no crescimento e reforço da competitividade dos países, especialmente nos
país em desenvolvimento. Por esse facto é que os sistemas de educação e formação

33
profissional deverão ter um forte impacto no desenvolvimento económico e no equilíbrio
social e, também, como objetivo primordial desenvolver e aperfeiçoar as competências que
permitam aos cidadãos alavancar os benefícios da nova sociedade do conhecimento e da
informação.

Para o efeito, as Tecnologias de Informação e Comunicação deverão atingir os seguintes


objectivos:

 Desenvolver as Tecnologias de Informação e comunicação nas instituições de ensino


para dar competências aos formandos.
 Apoiar as empresas que têm como função o fomento a inovação.
 Criar centros de excelência em diversos pólos do país.
 Desenvolver redes inovadoras capazes de melhorar a competitividade das empresas.
 Reforçar a cooperação internacional e realiza acordos de parceria com empresas
multinacionais das TIC e instituições congéneres.

2.2 GESTÃO ORIENTADA PARA O DESENVOLVIMENTO

A gestão visa, fundamentalmente, a garantia de uma coordenação adequada das atividades e


qualidades dos participantes numa determinada tarefa. Assim, deve prestar uma particular
atenção ao planeamento, monitorização e gestão dos recursos humanos e materiais
disponíveis.

Este termo deve garantir:

 A possibilidade de trabalhar em múltiplas versões, para distintas utilizações, sem


adulterar o sentido original dos conteúdos;
 A integração dos sistemas técnicos e administrativos;
 A racionalização e informatização das tarefas arquivísticas fulcrais.

Desta forma, a implementação dos sistemas documentais é essencil para uma produção
eficiente baseada na análise e indexação de conteúdos, bem como para uma identificação das
características formais dos documentos e, também, para a qualidade técnica e estética das
imagens, sons e restrições de utilização. Sabe-se que quando as imagens e o som não têm um
tratamento documental adequado tornam-se inacessíveis e, consequentemente, a informação
é morta. Neste sentido, devemos desenvolver estratégias que permitam uma recuperação
eficaz e a rentabilização dos conteúdos para fins comerciais ou educativos.

34
O gestor deverá atentar na prestação da equipa, nos softwares de gestão, na gestão
empresarial do negócio de forma a criar um equilíbrio sustentável e substancial para a
empresa, pois o aumento das tecnologias de informação nas empresas e serviços públicos tem
elevado o volume de documentos transmitidos por meio de equipamentos electrónicos entre
os vários agentes económicos.

Uma gestão digna e eficiente bem como a implementação e valorização das novas tecnologias
asseguram o sucesso da empresa.

2.3 O DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO E AS TECNOLOGIAS DE


INFORMAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO

“ O mundo está cada vez mais pequeno com o acesso ás tecnologias de comunicação e de
informação, por essa razão, é dever de todos nós sermos capazes de adquirir os instrumentos
necessários para as podermos melhor utilizar num mercado global em que serão vitoriosos os
que as conseguirem melhor utilizar em seu proveito.

Por esse motivo, o Governo de Angola reconhece de uma forma inequívoca que o sector das
Tecnologias de Informação e de comunicação (TIC) constitui um importante elemento indutor
do desenvolvimento social e da prosperidade económica do país, um motor da luta contra a
pobreza e a exclusão social e um catalisador para a edificação da sociedade de Informação e
do conhecimento em Angola. ”

José Carvalho da Rocha- Ministro da Telecomunicação e Tecnologias de informação.

Neste contexto podemos afirmar que para sustentar os diversos instrumentos de comunicação
precisamos de interagir com os demais elementos na sociedade onde estamos inseridos,
travando um diálogo espontâneo e aberto, com o intuito de encontrar um consenso.

Em relação às diversas técnicas de informação devemos encontrar uma simbiose entre os


meios e os métodos, bem como os novos equipamentos, em função das novas descobertas.
Assim, temos como referência os aspectos comunicativos, sustentando os mais diversos
aspectos técnicos da vida empresarial.

Para que o desenvolvimento seja sustentado devem revigorar-se os processos de coordenação


social no âmbito das comunidades e fazê-las participar, visando a promoção do
desenvolvimento sustentável numa sociedade em rede.

35
A título exemplificativo, em diversas comunidades, dever-se-ão construir pequenos centros de
excelência, que possibilitarão os elementos dessas comunidades a terem conhecimentos
básicos sobre as novas Tecnologias de Informação e comunicação para que não estejam
alheios às novas ferramentas. A constituição de pequenos Cyber Café facilitará aos estudantes
e demais elementos da comunidade consultar uma enorme diversidade de conteúdos.

As tecnologias de informação são atividades e soluções providas por recursos informáticos.


Desta forma, a utilização de novas tecnologias vai permitir uma relação cada vez mais estreita
entre produtores e consumidores da informação.

As tecnologias informação provocam repercussões na estrutura organizacional de qualquer


empresa a dois níveis:

a) Estratégico: quando a acção é susceptível de aumentar a coerência entre a


organização e o meio em que ela está envolvida.
b) Operacional: quando as estratégias preconizadas têm um impacto substancial sobre o
pretendido.

As tecnologias de informação tem um grande impacto em relação aos recursos disponíveis ,


dai queos gestores tenham uma porta aberta paraa entrada no mundo empresarial

2.4 CONTEXTO DE APRENDIZAGEM CONSTRUTIVA EM


TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO

No século XXI a informação e o conhecimento têm um papel fundamental no crescimento e no


reforço da competitividade dos países, incluindo, com uma força naqueles que se encontram
em vias de desenvolvimento. Neste âmbito as TIC têm um forte impacto com vista ao
desenvolvimento e potenciamento de competências que permitam ao homem alcançar
benefícios da sociedade de informação e de conhecimento.

As TIC educam actualidade uma vez que utilização do computador potencializa a teoria da
informação rompendo os modelos tradicionais do processo de comunicação por este mesmo
facto a escola deverá ser a instituição preferencial para implementação do ensino para as
novas Tecnologias de Informação e Comunicação. Com efeito é necessário que receba o apoio
das restantes instituições públicas e/ ou privadas.

36
Os profissionais desta área devem disseminar o uso adequado das ferramentas das TIC, para
que os utentes as manejam adequadamente. Cada empresa pode aproveitar estas novas
tecnologias para melhor os registos e possibilitar a organização de dados para as futuras
pesquisas. Todavia, devem cuidar delas para que os referidos dados não sejam alterados
suprimindo assim o patrimônio desta mesma empresa/organização. Este modelo de
informação é fundamental na actualidade e podemos exemplifica-lo através do uso do correio
eletrônico que facilita a troca de informações entre os indivíduos a baixo preço e com um
tempo muito mais curto. A sua aprendizagem pode acontecer em tempo real ou não
dependendo das necessidades dos intervenientes.

Segundo Libedinsky (Litwin,1997), “ Os computadores haverão de produzir profundas


mudanças nos processos de ensino e aprendizagem, não como um cenário modelos e
sofisticados aparelhos, mas como uma ponte de ligação entre as escolas. Não que as novas
tecnologias de informação e comunicação seja único caminho, pois mesmo sem elas é possível
fazer essas trocas através do correio postal tradicional, mas o caminho que se apresenta mais
viável devido a sua grande comodidade e rapidez em realizar as trocas e a interação entre
estudantes e profissionais. ” Este meio informático permitirá a utilização de meios que
facilitarão o timing na execução de tarefas, a comunicação por e-mail, a formação a distância,
participação em fóruns a pesquisa onde online, entre outras.

2.5 O EMPRENDEDORISMO E AS TECNOLOGIAS DE


INFORMAÇÃO E DE COMUNIAÇÃO

A expressão Empreendedorismo está ligada à capacidade de criar e gerir empresas, bem como
oportunidades de sucesso. Neste sentido, tornar-se necessário adoptar um conjunto de acções
para aumentar as hipóteses de êxito dos novos empreendedores; tornar-se obrigatório gerir os
aspectos humanos para colocar cada quadro no seu respectivo lugar, em função do seu saber
fazer.

A evolução do ambiente de negócios, ao nível de várias índoles, trouxe novas demandas nos
gestores e executivos, pois aqueles que não traçarem ou não forem mais exigentes com os
seus planos, programas de acção e com as suas empresas correm o risco de ser incorporados
outros que são mais agressivas no mundo do negócio ou vão à falência total e nunca mais
abrirão as portas. Assim, muitos gestores frustram-se ao verem que os sistemas de informação
que possuem não são capazes de fazer face às necessidades da empresa que dirigem e
sentem-se incapazes de tomar decisões curtas.

37
O empreendedor deverá ter as seguintes qualidades:

 Iniciativa.
 Visão.
 Coragem.
 Firmeza.
 Decisão.
 Respeito.
 Capacidade de organização e direção.

Empreender define-se como uma forma especial de se dedicar à inovação, às atividades de


organização, administração, execução e geração de riquezas, aplicando os seus conhecimentos
relativamente ao mercado onde se encontra inserido. Um empreendedor deve fazer inovações
tecnológicas capazes de criar novas ferramentas de gestão.

O sucesso implica o amor à tarefa que o indivíduo tem de realizar. Para isso, este deve analisar
os eventos da sua vida, sejam estes positivos ou negativos; neste sentido, deverá ter uma visão
aberto para abrir novas oportunidades.

Segundo Roberto Boogaard, existem quatro elementos que definem a pessoa


empreendedora:

1. Maximinizam as oportunidades.
2. São felizes com a sua instituição e trabalham para reforçar as suas capacidades
intuitivas.
3. Criam várias profecias de auto-satisfação para contar os resultados positivos.
4. Têm atitudes que permitem transformar a má em boa sorte.

Um indivíduo deve procurar ter uma atitude positiva e tirar partido de atividades não
planificadas para garantir o sucesso na sua vida profissional ou académica.

2.6 A GESTÃO ELECTRÓNICA

De acordo com as necessidades especificas, a gestão dos sistemas documentais tem como
objetivo fulcral facilitar a pesquisa e navegação através dos conteúdos.

Uma gestão ineficiente de documentos electrónicos tem como consequências:

 A confusão entre diferentes versões do mesmo documento, ocasionada pela existência


de múltiplas cópias todas diferentes do documento final;

38
 A destruição ou perda de documentos que devem ser mantidos, porque não existe um
armazém centralizado e o não tem conhecimento da duração do tempo de retenção
documentos.
 A falta de autenticidade de um documento; a manipulação electrónica de um texto é
de fácil acesso, pelo que é necessário ter imenso cuidado;
 A perda do contexto de um documento, quando os documentos que lhe devem estar
anexos não se encontram junto do mesmo;
 A perda da acessibilidade por mudanças tecnológicas, porque as alterações no
software, no hardware podem tornar os ficheiros inacessíveis.

As consequências acima referidas representam um desafio à implementação dos sistemas de


gestão electrónico de documentos. Em função disso, devemos melhorar o acesso aos
documentos e assumir responsabilidade sobre a sua autenticidade de forma rápida e eficiente.

A gestão electrónica de um documento assume-se como base metodológica para a obtenção


de informação. Todavia, não é um mero sistema de localização de ficheiros, pois a sua
implementação requer duas fases que se complementam:

 Primeira fase: analisa-se os documentos, atendendo às suas necessidades futuras e ao


seu manuseamento; criam-se estratégias para manter os documentos acessíveis e
invioláveis.
 Segunda fase: constrói-se um projecto para a implementação das estratégias de
identificação, seleção e aquisição de um software de gestão documental; coloca-se o
projecto a funcionar.

Tendo também em conta o que já foi referido, qualquer que seja o modelo adaptado, o
sistema de gestão electrónica de documentos deverá:

 Fornecer informações sobre o contexto dos documentos;


 Fornecer elementos que permitam provar a autenticidade dos documentos;
 Ser compatível com os procedimentos dos arquivos existentes ou impostos pela
legislação;
 Ser robusto em relação às mudanças tecnológicas ou organizacionais;
 Permitir a ligação entre documentos electrónicos e em papel;
 Gerir os documentos em diferentes etapas, mantendo-os acessíveis e invioláveis.

39
A aquisição e implementação de um sistema de gestão electrónico de documentos infligem,
obviamente, custos. Ainda assim, tem vários benefícios, entre os quais se destacam:

 O acesso fácil e rápido à informação;


 A utilização de documentos precedentes com poucas alterações;
 A distribuição rápida e fácil, a custo reduzido, de grandes quantidades de informação
com longínqua dispersão geográfica;
 O atendimento por hot-line; podemos visualizar o documento mesmo que os
interlocutores estejam separados por linhas telefónicas;
 A recuperação fácil, em caso de acidentes; as ferramentas de backup, disaster
recovery e centro de armazenamento são funcionalidades que podem recuperar,
totalmente, o conteúdo dos documentos já elaborados;
 A possibilidade de utilização de data centers, que processam e guardam, de forma
segura, uma grande quantidade de informação;
 A eliminação de custos a nível de espaço e pessoal.

Certamente, uma gestão de documentos electrónicos pouco cuidada acarreta as seguintes


consequências:

 Tempo perdido na procura de documentos electrónico armazenados sem um


planeamento adequado para um acesso fácil no futuro.
 Impossibilidade de encontrar um documento apagado devido à falta de uma adequada
política de preservação.
 Tempo perdido por aceder a uma versão desactualizada do documento.
 Custo de armazenamento por publicação desnecessária do mesmo documento.
 Impossibilidade de acesso a documentos guardados em sistemas absolutos.
 Perda de negócio por incapacidade de acesso a informação vital.
 Perda de operacionalidade, devido à incapacidade do sistema em disseminar
informação para os receptores imediatos.
 Impossibilidade de cumprimento dos preceitos legais existentes ou que venham a ser
requeridos.

Certamente, podemos afirmar que uma implementação bem-sucedida de um sistema de


gestão electrónico permite guardar eficientemente os documentos e a sua boa implementação
constitui um passo para uma optimização de conhecimentos que uma determinada
organização possui. Se quisermos preservar os nossos arquivos devemos dar maior

40
importância ao tempo, pois as falhas nos documentos podem ser imensuráveis. Um sistema
seguro deve ser o nosso grande objetivo, mesmo que este facto demore mais do que o
previsto. Este passo constitui-se como fundamental para uma gestão electrónica imortal; neste
sentido, tornar-se-á necessário encontrar soluções para o novo, o velho, o digital e o analógico
bem como é extremamente importante não dividir as informações por distintos
computadores- só desta forma será possível controlar adequadamente toda informação.

PROPOSTA DE TRABALHO

Em dez linhas relacione o desenvolvimento tecnológico das últimas décadas e as suas


implicações no “encurtamento” do planeta.

41
CAPÍTULO3 -ESTRUTURA FAMILIAR E A DINAMICA
SOCIAL

3.1 INTRODUÇÃO

A familia é considerada o primeiro e principal meio onde o individuo aprende a inserir-se em


outros meios. Através deste elemento, o ente vai conhecendo os seus papéis,iniciando, assim,
o processo de socializaçao, através da transmisão de valores, costumes e tradições entre as
gerações.

3.2 O CONCEITO DE FAMILIA

A família é um grupo de pessoas unidas directamente por laços de parentesco, no qual os


adultos assumem a responsabilidade de cuidar das crianças. (Giddens, 2008)

A familia é a unidade básica da sociedade formada por indíviduos com ncestras em comum ou
ligados por laços afectivos. A mesma apresenta uma estrutura composta por um conjunto de
indivíduos com condições e em posições socialmente reconhecidas e com uma interação
regular socialmente aprovada. Esta pode assumir uma estrutura conjugal que consiste num
homem, numa mulher e nos seus filhos biológicos ou adoptados, habitando num ambiente
familiar comum.

Existem também familias com uma estrutura monoparental, tratando-se de uma organização
da estrutura nuclear tradicional devido a fenómenos sociais, como o divórcio, abandono de lar,
ilegitimidade ou adopção de crianças por uma só pessoa.

3.2.1 NOÇÃO DE FAMILIA ANGOLANA

A nossa realiidade social é caracterizada pela existêncial maioritária de valores e referência da


cultura tradicional africana, a que se sobrepõem valores e referências da cultura ocidental. Por
força dessa combinação familiar na nossa sociedade: família tradicional(extença) e família do
tipo europeu(Nuclear).

A família tradicional é, em regra, extensa, podendo ser poligâmica. Este tipo de organização é
originário e inerente ao sistema cultural tradicional angolana, em todas as suas matizes
regionais e locais. Começou por ter inspiração espiritual animista, porém conciliável com a
visão cristã do mundo. Tem maior predominância nos meios rurais, mas também está presente
em grande parte da população que reside nos meios urbanos, independetemente do estrato
social a que os seus membros pertençam. Nos meios urbanos as famílias organizam-se com
base nas referênicas e valores da cultura tradicional, não possuindo um quadro normativo de
suporte legal.

No nosso país, assim como em alguns país igualmente africanos, a família tem uma relação de
dependência mais alargada. Existe respeito e aceitação em relação aos adultos, tanto que é
muito frequente ouvir uma criança ou adolescente chamar mãe à tia ou pai ao tio.

42
3.2.2 IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA, DA ESCOLA, DOS MASS MEDIA, DA
MODA COMO AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO DA PESSOA

3.2.2.1 A importância da família como agente de socialização

A socialização é um processo em que a criança aprende os valores e regras de uma


determinada sociedade. Deste modo, cada individuo, integrado numa família, pertence a casa
sociedade e tem o beneplácito de conhecer a língua, as tradições, os habitos e os valores
sociais. Esse elementos são distintos de famílias em família. A sua finalidade é assegurar a
vivência social e sua integração na comunidade.

A família é o principal agente, inseridonum meio social, que tem como função aprender os
valores sociais omprescindível à sua vida em sociedade. Os pais têm a capacidade de
influenciar no desenvolvimento cognitivo, afectivo dos filhos através do poder educativo,
fazendo-os crescer e desenvolver-se como ser humano.

3.2.2.2 A escola como agente de socialização

A escola é um dos alicerces fundamentais para a formação do indivíduo a nivel pessoal e


social; é um espaço de formação onde se adquirem conhecimentos importantes para a vida
profissional e futura.

A educação escolar, considerada como formal ou adémica, é o complemento da educação


familiar, por isso, deve haver uma relação intrínseca entre família e escola.

Como transmissora de cultura e visto que o aluno se matém mais tempo na escola do que no
proprio lar, esta instituição exercerá uma maior influência nas crianças e nos jovens.

Esta instituição permite a criança adquirir conhecimento e, paralelamente, o desenvolvimento


das suas competências e habilidades; aqui, a criança pode alterar e moldar o seu
comportamento, pois convive com outras crianças e tenta adaptar-se às mesma. O convívio
entre as várias crianças fomentar-lhes-á “traquejo” em função de determinadas atitudes e
pontos de vista. Constate-se ainda que a figura do professor, como demagogo e experiente, é
fundamental visto que anlisará o comportamento individual e colectivo dos jovens que educa
diariamente.

De acordo com o que foi referido anteriormente, a escola vai socializar a criança em função da
sua índole, daí que o pedagogo deverá guiar a criança, socializando-a, em função dos
objectivos da escola. A escola, a família, os amigos, os meios de comunicação social, entre
outros, são agentes de socialização que intervêm na vida da criança. Em colaboração com a
família compartilham as funções educacionais com vista a influenciar a criança no seu interior.

3.2.2.3 A importância dos mass media na socialização da pessoa

Desde os primórdios, o homem teve necessidade de comunicar com os demais. Os mass


media (rádio, televisão, imprensa, internet) desempenham um papel para a socialização do

43
indíviduo. Esses meios propiciaram a necessidade de uma vinculação rápida e eficaz da
informação destinado a distintos indivíduos.

O objectivo dos mass media consubstancia-se em atingir o maior número possível de


indivíduos num curto periodo de tempo, fundamentalmente se se trata de um acontecimento
de relevância social, “os valores proprios de uma sociedade são, defacto, reformulados e
transmitidos pelos medias de forma a constituírem-se como uma verdadeira ideologia” (Harold
Lasswell).

Perante a afirmação anterior demostra-se o papel dos mass media na formação das atitudes e
opiniões como agentes socializadores já que promovem a coesão social. Por isso, a televisão,
pelo facto de transmitir imagens, constitui um objecto culto para as crianças pois, às vezes faz
o papel dos pais, porue as crianças utilizam a televisão para a diversão. A televisão é vista
como portadora de determinadas características como novidade, variedade, mudança e
diversão, interligando-se com as aspirações da criança.

3.2.2.4 A moda como agente de socialização

A moda ccomporta os vários estilos e pode ser considerada o reflexo da resolução


contemporânea; acompanha o vestuário do tempo em que se integra. Este termo é uma arte e
os estilos africanosconcorrem para o efeito.

“O desenhista não veste muros, nem enfeita varas, veste pessoas com tudo o que implica. Por
isso, a moda não é só uma realidade, mas é uma ética. O desenhista não pode esquecer a
dignidade da pessoa ao concretizar as suas criações. A roupa tem que servir para salientar essa
dignidade, por isso têm sentido as criticas que se fazem a um tipo de moda que mostra a moda
como um objecto. Ultimamente as passarelas viram-se inudadas por uma moda extravagante
que, apoiando-se nas excentricidades, decotes e linhas apertadas e hiperajustadas desnudam a
mulher mais do que a vestem. São muitos os que vêm neste tipo de moda um retrocesso na
conquista da igualdade” (Ana Sanchez de la Nicta)

Em cada região, e em função dos hábitos e costumes, a moda vai-se transformando e


modernizando devido ao aparecimento de culturas de outros povos que se vão incluindo nos
outros. A socialização do individuo depende muito do meio social onde ele esta inserido, assim
como dos objectos e conceitos do referido meio.

3.2.3 A INFLUÊNCIA DA MODA, DA INFORMAÇÃO E DOS GRUPOS NA


FORMAÇÃO E CONSTRUÇÃO DA PESSOA

A construção da pessoa basea-se nos princípios educativos nascidos no seio familiar; estes
devem ser preservados e não devem sofrer alterações devido à aculturação. Muitas vezes,
apercebemo-nos mais da vida dos outros do que propriamente aquilo que é benéfico para o
nosso quotidiano.

Neste sentido, os media são um órgão de informação massiva fundamental porque nos podem
demostrar tudo aquilo que não consiguimos ver até à actualidade. Este órgão tem a
responsabilidade de informar, não ferindo sensibilidades e respeitando os temas que podem

44
chocar a sociedade, assim, a sua influência nos hábitos de busca de informação de moda situa-
se entre desenvolvimento e evolução. Actualmente, a moda é um agente de benfício para o
próprio indivíduo, funcionando como influência pessoal na construção da identidade social por
ele idealizada. Por este motivo é importante consciencializar as pessoas a racionar e tomarem
atitudes consoante o seu nível de vida. Existem jovens que, por influência da sociedade,
entram para o poder e o fenómeno aculturaçaõ influencia-os naquilo que é passageiro; uns
não têm noção do consumismo das suas vidas e deixam-se levar pelas más companhias.

A construção da pessoa deve basear-se nos princípios morais e culturais de um povo; não se
diz que não devemos estar na moda, mas devemos respeitar os padrões culturais, evitando o
consumo exagerado de produtos de outros países. Nós devemos estar na moda seguindo o
nosso padrão cultural, os nossos hábitos e costumes e não sermos escravos da moda. Mas,
apesar de tudo, a moda é uma forma de acompanhar o desenvolvimento do mundo,
especialmente, em relação ao vestuário.

O consumo da moda na construção da pessoa será devido ao envolvimento do indivíduo no


seu autoconceito pelo consumo de alguns produtos como uma marca ou símbolo que pode ou
não representar algo benefíco para si. O papel que o indivíduo inserido numa sociedade tem,
como uma imagem que o indivíduo tem de si mesmo, serve como impulsionador ou motivo de
comportamento humano para as pessoas que o circundam.

3.2.3.1 Factores influentes na formação de um indivíduo

Social: o papel social que um elemento desempenho numa sociedade, tendo em conta o seu
estatuto social, influencia as pessoas que o rodeiam.

Pessoal: qualquer elemento é livre de ser o que quiser, desde que respeite as leis e as normas
vigentes no local.

Produto: se o produto for bom, a pessoa é livre de escolher e de o utilizar.

Situacionais: existem países onde as temperaturas são muito baixas, pelo que os visitantes
têm que adequar o seu vestuário àquele que é usado na localidade; podem não gostar, mas é
uma forma de se manterem aculturados.

Culturais: em Angola aborda-se a perda de valores, problema da s instituições


governamentais e dos órgão de informação, pois esta questão é passada de geração em
geração; os jovens hoje querem brilhar através da tecnologia e da moda.

Devemos salvaguardar aquilo que é nosso para a nossa própria identidade cultural, devemos
ser nós mesmo; independentemente da raça e daquilo que somos como ser humanos, temos
que melhorar aquilo que é nosso e não sermos considerados influenciáveis.

45
3.3 A MORAL NA SOCIEDADE ( URBANA/RURAL)

Tradicionalmente, a cidade tem sido pensada como lugar da modernidade, do civismo e como
uma organização, contrariamente, o conceito de campo, que se considera um lugar
marginalizado, retrógrado e sem desenvolvimento.

Todos os seres humanos produzem cultura, isto é, ideias, saberes, concepções, etc. Por
conseguinte, não é privilégio de ninguém e não existe nenhum indivíduo que não tenha
cultura. A religião, a moral, a filosofia, a ciência, as obras literárias, as representações
quotidianas são manifestações culturais. A cultura é constituído socialmente e ela mesma é
um fenómeno social, produzido por partes das relações sociais concretas. A cultura camponesa
tem a sua base no modo de vida camponês, tal como a moderna cultura urbana no modo de
vida moderna e assim sucessivamente.

Durante o desenvolvimento histórico da humanidade ocorreram inúmeras mudanças culturais


que sempre acompanharam as transformações sociais. Se nos lembramos do conceito de
cultura como expressão de um conjunto de ideias, hábitos e costumes de uma determinada
população que são transmitidos de uma geração para outra, sabemos que o seu conteúdo é
caracterizado por uma forte ligação com o passado, com a efectividade, com a relações e as
convicções.

No nosso caso, podemos dizer que entre a sociedade urbana e a sociedade rural a diferença é
abismal. Na primeira, o desenvolvimento actual é extremamente acelerado e ligado ao
processo de produção de riquezas, determinando o valor da mercadoria, as mudanças, a
tecnologia, e levando os sentimentos destes indivíduos à valorização da tecnologia, do novo,
do que é sofisticado. Pelo contrário, a sociedade rural recupera as lembranças do passado em
geral e não apenas aquelas que são herdadas de gerações anteriores e pelo conservadorismo,
caracteriza-se pela falta de desenvolvimento, de infra-estruturas sociais como cinemas, redes
eléctricas, escolas, estruturas rodoviárias, economia de subsistência, etc.

A industrialização na zona rural facilitou a integração, em certas localidades, de melhores


condições de sobrevivência tais como escolas, sistemas de transporte, infra-estruturas
rodoviárias, moradias modernas para os trabalhadores, sistemas primários de assistência
sanitária, etc. Pouco a pouco, a camada mais jovem, de acordo com a sua constituição,
caracterização psicológicae biológica, demonstrou clara preocupação com a comunidade com
os outros.

Cronologicamente falando, a ideologia da juventude enquanto futuro e adaptada ao mundo da


moda tende a assumir uma determinada relação com o mundo da cultura, incluindo a tradição
e a memória. Em confronto com as relações sociais existentes, a juventude tende a negar as
tradições identificadas com o país, as autoridades e as instituições existentes. De acordo com
os valores juvenis constituídos socialmente, a tradição é algo que deve ser negada. Todavia,
existem factores que se devem preservar como é o caso:

Das diferenças no interior da própria juventude;

Do resgate de concepções que servem para as lutas juvenis contemporâneas.

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Enquanto que a juventude rural tem, pelo seu próprio modo de vida, uma relação com a
tradição diferente da juventude operária, ambas urbanas e pouco apegadas às tradições
populares e rurais; todavia mantêm uma relação um poucodiferente com as tradições
valorizadas socialmente.

3.4 OS HÁBITOS E OS COSTUMES

Os hábitos e costumes ditam o comportamento cultural e a identidade da construção da


personalidade de um povo. Neste sentido, podemos definir como hábitos e costumes o
comportamento regular e normal de uma pessoa em relação às suas necessidade e às reações
do meio que vive.

Este termos devem ser ensinados à crianças desde ced, principalmente quando se trata de
educação. A educação higiénica, o amor, o respeito e as boas maneiras não devem ser
esquecidos; os pais devem saber cultivar amizade com os filhos para estes se sintam à vontade
com os outros e construam amizades fora do ambiente familiar.

Devemos ter o hábito de elogiar quando as pessoas fazem algo de bom para que elas se sintam
motivadas a continuar no bom caminho; precisamos de elogiar as actividades de iniciativa para
que as pessoas saibam decidir conscientimente sobre o que será melhor para as suas vidas.

Angola é um país de diferentes culturas, caracterizada pelos bancongos, TAWOCWE,


Quimbundo, etc. Temos as danças tradicionais, destacando-se a rebita, a tchianda, o mayeye e
o semba. A língua oficial é o português mas existem outras línguas como Kimbundo, Umbundo,
Tchokwe, Nhaneca, Nganguela. Distinguimo-nos na culinária pelo funge, acompanhado por
carne seca ou bagremas também pelo mufete e a kizaca, que são as folhas de madioqueira, e
pelo feijão de óleo de palma.

Os adultos necessitam de organização para transmitir este mesmo conceito para as crianças e
para os jovens da nossa sociedade. Temos que acreditar sempre num futuro melhor para
todos, com o intuito de transmitir força às crianças que o venham encontrar, para que esse
seja melhor daquele que foi preconizado para elas, tendo em conta os ensinamentos e a
realidade onde se enquadram. Neste sentido, é importante relembrar que crianças são o
futuro de amanhãe são elas que darão continuidade aos nossos sonhos e às nossas tradições.

3.4.1 O PARENTESCO

De acordo com o sitema tradicional, normalmente os processos de casmento, paternidade e


hereditaridade obedecem a um princípio uterino de linhagem. Este princípio sujeita-se a
determinados critério onde os membros das famílias a que pertecem os cônjuges são os que
resultam dos laços uterinos anteriores ao casamento. As relações e factos familiares realizados
após o casamento seguem a linha uterina de cada cônjuge. Portanto, os filhos pertencentes à
mãe estão vinculados à família desta porque considera-se mais a ligação uterina de procriação
do que a ligação testicular, estando essa em dúvida permanente. A linha materna lidera e o
poder paternal sobre os filhos do casal é exercido pela mãe e pelos seu irmão uterinos, os tios.

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Sob o mesmo princípio matrilinear, no casamento, os bens são geridos com autonomia por
cada um dos cônjuges; quando há separação do casal ou em caso de morte de um deles, os
bens são repartidos pelos familiares uterinos de cada cônjuge.

3.4.2 O alambamento

O alambamento ocorre quando o rapaz descobre uma rapariga de que gosta e com quem
deseja casar; ao notar na rapariga qualidade de trabalho, este ganha interesse em assumir um
comprimisso com ela, dando menos interesse ao aspecto físico.

Este termo é a aplicação de alguns princípios comuns no nosso país e abrange todos grupos
étnicos, variando de cultura para cultura e de clã para clã, mas resulta na união entre duais
pessoas de sexos oposto.

Em culturas do nosso país, pois o conhecimento travado com a rapariga, o rapaz arranja um
amigo lhe entregue um presente de uso pessoal como, por exemplo, um lenço para cabeça.
Segue-se o consentimento da família, partindo de uma reunião familiar. Neste encontro, o
jovem leva uma garrafa de vinho ou, dependedo da reião, uma bebida tradicional. Se a
rapariga, os pais e os tios maternos beberem de mesma garrafa que o “amigo”é aceite e é,
também, nesta altura que a família decidirá que dote terá que ser entregue no dia do
alambamento.

O dote inclui a carta de pedido com algum valor monetário, bebidas quentes, peças de
vestuário, sapatos, lenços, alfinete,materias de cultivo, fósforos, etc.Mas, atenção, o dote não
é uma forma de comprar a rapariga, mas uma maneira do noivo indeminizar a família de
mulher pela perda de uma importante força de trabalho e sustento; é também uma garantia
de durablidade do casamento e uma forma da mulher ser bem tratada, visto que não haverá
devolução de dote caso se separem.

A família da noiva deverá vigiá-la para que a mesma seja fiel ao marido, pois a consequência da
infidelidade femenina é o divórcio e a devolução do dote, causando vergonha para toda a
família.

3.4.3 O CASAMENTO

O matrimónio constoitui a institucionalização das relações que têm como base a união
intersexual. A institucionalização de unão, entre um homem e uma mulher, elabora-se em
virtude de um acto voluntário e lícito, que tem como intuito imediato estabelecer as relações
jurídicas conjugais.

Este termo concidera-se um padrão aprovado socialmente, para que duas pessoas possam
estabelecer uma relação e sejam reconenhecida pelas perpectivas famílias. Porém, para que
esta relação se torne duradora, é imprenscindível que ambos a encarem com
responsabilidadee seriedade.

Em Africa, existem várias formas matrimoniais, isto é, vários conjuntos de requisitos essenciais
que são reconhecidos por lei; estas formas podem ser religiosas oi civis. Apesar de um

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casamento ser, normalmente, entre duas pessoas, existem sociedades onde os casamentos
com mais de duas pessoas já são permitidos.

As pessoas casam-se para “alimentar” o seu lado afectivo, procurar segurança económica e
social, formar família ou obter direito de nacionalidade.

O casamento, sendo religioso, poderá ser celebrado por um padre, pastor ou rabino; sendo
civil será celebrado por um oficial do registo civil.

3.4.3.1 Tipos de casamentos

Casamento aberto (ou liberal) – neste tipo de casamento é permitido ao cônje ter outros
parceiros sexuais por consentimento mútuo;

Casamento civil –celebrado sob os princípios de lesgilação vigente em determinado estado;

Casamento religioso – celebrado perante uma autoridade religiosa,

Casamento branoco ou celebratório – aquele onde não existem relações sexuais entre o casal;

Casamento arranjado – celebrado a partir de quaquer relação afectiva entre os contraentes e,


geralmente, é feito acerto pelos seus responsavéis: pais, tios, chefes do clã, etc;

Casamento poligâmico – realizado entre um homem e várias mulheres;

Casamento homossexual – acontece entre pessoas do mesmo sexo;

Casamento por convivência – realizado apenas por motivos, sociais oum económico.

3.4.4 FIDELIDADE

O termo fidelidade abrange todos os ramos da vida quotidiana do ser humano, desde a cultura
electrónica á escrita, o mercado, a fíca, a política, entre outras.No entanto, ao longo deste
ponto aboradaremos apenaqs a fidelidade conjugal.Neste sentido, fidelidade conjugal defini-se
como “a manifestação da fidelidade conjugal no domínio de uma relação conjugal – qualquer
que seja a sua natureza em figuras ou em papéis de género – pode ser recíproca,mutuamente
acordada e assentida, ou unilateral, acordada ou não. Implica necessariamente mútua
confiança, aceita esta e considerada como a base da establidade relacional.”

Alcançar o verdadeiro e único amor é a aspiração mais pob re do ser humaano.

No entanto, o egoísmo e prazer têm-se convertido nas maiores razões para impedir uma
relação astável, sã e benéfica entre os vários indivíduos.

A fidelidade não é só exclusiva do matrimónipo, é, também, indespensável no noivado pois


não esxiste outra maneira de aprender a cultivar uma relação e fazer com que ela prospere.
Este termo define-se pela livre expressão das nossas aspirações e alegrias e ilumina
quotidianamente as pessoas. Uma boa relação torna-se especial e favorece a vivência da
fidelidade, no entanto, deve ser consevarda para que não se mantenha apenas numa etapa

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inicial, onde o interesse de estar com a pessoa amada é maior. Nesta etapa, o carinho é
constante e ainda se dá pouca importância aos erros do parceiro, fazendo-se tudo para
superar alguns problemas.

Este conceito alberga a fidelidade crescente, à medida que se avança no conhecimeto da


pessoa e em forma como ela corresponde ao nosso amor, compartilha-se alegrias, tristezads,
triunfos, planos e respeito é um voto diário; trata-se as pessoas do sexo oposto com
naturalidade, cortesia e delicadeza matentemos, nessecariamente, que impedir o
desenvolvimento natural do nosso ego.

3.4.5 O DIVÓRCIO

O divórcio ou dissolução matrimonial define-se como a suspensão ou rompimento da


relação/convivência conjugal com motivos bem definidos como o adultério. Infelizmente, na
nossa sociedade, esta prática tem aumentado devido a inúmeros factores como
desentendimentos comportamentais, antipatias familiares, ausência de filhos no casal,
conflitos domésticos, vioência no lar, abandono voluntário, falat de assistências alimentar,
ausência de harmonia, traição, etc.

O conflito poderá começar num simples gesto de intolerância e, muitas vezes, terminará em
algo mais grave. O diálogo entre o casal é um factor determinante e, cas não consigam se
entende, devem procurar ajuda de terceiros(famílias ou amigos mais chegados); em situações
extramas, em que o descontrolo é inevitável, devem procurar ajuda psicologica ou dirigir-se à
OMA (Organização da mulher Angolana).

Este processo pode pode caracterizar-se por mútua consentimento ou por via litigiosa, sendo
que o primeiro é o termino da relação conjugal por vontade de um ou de ambos os cônjuges,
sem necessidade de intervenção de qualquer autoridade judicial; por outro lado, o divórcio
litigioso é requerido por um dos cônjuges por via do tribunal, tendo como base a violação de
algum direito ou falha do dever conjugal, comprometendo a oportunidade de vida em comum.

Na nossa sociedade, a maior parte dos divórcios sucedem-se devido a causas finaceiras e a
falta de trabalho, que motivam as discussões no seio do casal. Evidentimente, os conflitos
afectam os filhos, comprometendo o seu normal desenvolvimento e causando distúrbios de
comportamento.

Uma acção de divórcio nunca será um simples acto e também nunca será tomada de ânimo
leve pois, para além de afectar o casal, os filhos e a restante família também sofrem. Assim,
ressalva-se a importância do diálogo constante para a resolução de conflitos e um esforço para
que haja compreensão por parte de ambos os cônjuges.

3.4.6 A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

A violência doméstica é estigma universal que antige milhares de pessoas e, maioritariamente,


age deforma silenciosa e disfarçada. Este termo define-se como um acto violento, praticado
dentro de casa, entre pessoas unidas por lanço de parentesco (marido, mulher, pais/filhos,
etc).

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Este problema não respeita níveis sociais, económicos, religiosos, cultarais ou raciais pois
todos enfrentam. Inclui diversas práticas comuns como a violência física, o abuso sexual de
crianças e os maus-tratos a idosos.

Constate-se que as vítimas sofrem sempre em silêncio, escondedo de todos os outros


elementos da sociedade os maus-tratos que sofrem, facto que causará traumas e impedirá,
mais tarde, o correto desenvolvimento físico e psicológico da pessoa em questão.
Normamente, a vítima sente poca auto-estima e sente-se presa emocional e materialmente, e
caba por-se sentir envergonhada e culpa de tal acto. Muitas vezes, o agressor promete não
repetir o acto, facto que não aconteçe, resultando numa situação de desconforto e
insegurança.

Aviolência advinda de conflitos no lar tem consequênçias imensuráveis e gravíssimas e, muitas


vezes, resultam na morte do indivíduo. Nestas situações, o envolvimento de todos os emlentos
de uma sociedade é inporescindível pois podemos travar e punir os culpados com intereção
policial e juridicial imediata.

Quanto mais cedo se detectar casos de violência, mais cedo podemos travar os traumas e as
mortes.

Em seguida, abodamos os tiops de violêcia (física, psicológica e socio-económica), explicintado


como se manifesta e de que forma afecta o indivíduo.

Violência física

Este tipo de violência define-se pelo uso de força com a intenção de magor o próxmo, podem
ou não deixar marcas visíveis no corpo (Exemplos: bofetadas, socos, agressões com diversos
objectos, queimaduras com objectos líquidos e quentes). Nos casos dos homens, as intenções
agressivas, por parte da mulher, são cometidas por parceiros (familiares ou amigos da mulher)
ou são apanhados desprevenidos durante o sono; só desta forma é que estas agressoras
conseguem dominar um homem, pois, gelmente, não têm força física para este domínio.

Caso o agredido reclame ou se queixe a parentes ou às autoridades, o agressor pode continuar


com as ameaças ou violência.

O excesso de álcool impulciona subremaneira a violência doméstica física. Nestes casos, a


pessoas apresenta Embriaguês Patológico, que se define e,m um estado em que aquele que
bebe se torna muito agressivo; por vezes não se recorde detalhadamente do que fez durante
essas crise de raiva e fúria. Nestes casos, apessoa a gredida não faz queixa, alegando que
quando o agressor não bebe é uma excelente pessoa e, também, porque se o mesmo for
detido, a família passará necessidades.

Neste sentido, salienta-se que o embriaguês patológica pode ser tratada, através de sessões
psicoterapêuticas ou anticonvulsionantes (carlamazepina).

É de salientar que muitas mulheres vítimas de violência física são culpadas por estes mesmos
actos principalmente quando a violência se repete pela terceira vez. Na primeira, acredita-se

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que ela não sabia que ele era violento. Na segunda, aconteceu porque ela resolveu dar mais
uma chance ao companheiro de mudar, mas pela terceira vez, não tem justificação.

Na nossa sociedade, também são frequentes as agressõesa crianças, adolescentes e idosos


com fortes acusações feitiçaria, apresetando como motivo forts acusações de feitiçaria.

Violência verbal

A violência verbal é, normalmente, dirigida do agressor para outros elementos familiares e


efectua-se em todos os locais, mesmo em presença de pessoas que pertecem à família.

Neste tipo de violência nã existe forças físicas mas uma pressão psicológica vinda de
complexos pessoais; o agressor “inferniza” a vida de outras pessoas, obrigando-as a confessar
coisas que não fizeram.

Exemplo de agressor para com a sua esposa: “ tu tens outro…, tu olhaste para quele
indivíduo…, tu preferes quele homem a mim…”.

Este tipo de violência também é frequente quando há ausência da palavra, isto é, qundo
alguém se dirige a outra pessoa e espera a resposta, obetndo da mesma o silêncio. Maridos e
esposas magoam-se moral e mutuamente quando se acusam em relação a um determinado
tema, seja de manter amqnte ou em relação a aspectos corporais do cônjuge que o rebaixam e
manosprezam.

Violência Psicológica

Este tipo de violência defini-se pela agressão emocional, gestos e posturas agressivas que
reproduzem danos morais e psicológicos no outro indivíduo.

A violência psicológica, tambem conhecida como agrressão emocional é tão mais prejudicialm
do que a física. Caracteriza-se por rejeição, manosprezo, discriminação, humilhação,
desrrespeito e punição exagerada, é uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis,
mas causa cicatrizes emocionais para a toda a vida.

Os comportamentos histéricos são os os tipos mais comum de vilolência psicológica; o


agressor obriga, emociponalmente, o outro a satisfazer as suas necessecidades de carinho,
atenção e importância. A sua intenção é mobilizar os demais menbro da família, fingido ou
aproveintado-se de uma suposta doença, alguma dor ou problema de saúde para que tenha
cuidados contínunuos como atenção, compreenção e paciênca. Maioritariamente, esta
violência é provocada pelas mulheres e os homens que submetem aos seus capricho sofrem
bastante.

O histrionismo significa tealidade e caracteriza-se por comportamento drámaticos com


tedência a captar atenção permanente e contínua. A pessoa hestérica atinge os objectivos
através de comportamento exagerados, fazendo fazendo represetações que chamem atenção
às pessoas que o rodeiam. Mas o hestérico não chama atenção somente com comportamento
activos, pois quando ele percebe que ficar queito, calado, isolado no quarto como se não qui-
se incomodar ninguíem também chama à atenção, então ele actua dessa forma. Através

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destas atitudes, consegue impedir que todos os menbros da família saiam de casa ou se
divirtam.

Uma mãe histérica, por exemplo, actua de forma a impedir que os filhos marido saiam de casa.
Quando o homem histérico é vítima, o problema é muito maior, pois leva a que todos se
sintam culpados.

Existe também outra forma de violência psicológica ou emocional que é aquela em que o
“agressor” faz com que o outro se sinta dependente, inferioe ou culpador, é o tipo de agressão
emocional pior que existe. O agressor com esse perfil gosta quando o outro se sinte
inferiorizado, diminuído e incompetente; poor exemplo, ele faz tudo correctamente, não para
ensinar, mas para mostrar ao outro que é imcapaz, incompentente.

O comportamento de oposição e a versão também reflecte a violência emocional. O agressor


toma intecionalmente, atitudes que contrariam o outro ou que não são aceitáveis no seio
familiar, por exemlp, quando ele sabe que são mais pessoas à espera para entrar na casa de
banho é quando demora mais tempo, deixa coisas fora de lugar, a torneira a pingar
propositalmemnte quando sabe que alguém se aborreçe com isso; procura defeito na comida
da esposa e coloca qualquer deifeito em algo que a esposa ou os filhos façam.

As crises de destruição de mobílias, utensílios e documentos pessoas ou as ameaças de morte


também são consideradas como violências emocional, pois não se sente directamente a
agressão física. Quando há impedimento de uso do telefone, quando o agressor impede o
cônjuge de sair de casa, quando não disponibilizar à esposa os valoresc monatários para as
despesas de casa, preferindo ser ele a faze-la para “melhor controlo do orçamento”, também
são caso de agressão psicólogica.

Causas de Violência Doméstica

Isolamento geográfico, físico, afectivo e social;

Tendências para violências relacionadas com crenças e atitudes;

Religião;

Frustração;

Desemprego;

Problema finaceiro;

Gravidez;

Mudança de emprego;

Alcoolismo ou toxicodependência;

Personalidade sádica;

Perturbações mentais ou físicas;

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Vivências infantis de agressão e violência parental.

Causas da Diolência Doméstica

Marcas físicas;

Danos emocionais;

Traumas;

Mau desenvolvimento da personalidade;

Conflitos de valores: no caso das crianças, esats vão aplicar, futuramente, aquilo que
aprenderam na sua infançia; logo, teram tendência para serem violentos quando forem
adultos;

Elevada niveis de baixa auto-estima;

Timidez;

Agressividade, rebeldia ou passividade;

Morte.

A violêlencia nuca é um caso isolado e se o agressor se aperceber que o agredido apresentou


queixa a família ou à autoridade vai continuiar com este tipo de actos. Por este mesmo facto,
muitas vezes, revelam medo e sofrem em silêncio; é uma forma de se protegerema si, à família
e aos amigos.

As vítimas de violência domésticas devem:

Apresentar queixa sobre o agressor, dirigindo-se à esquadra mais próxima ou ao Ministério da


Família e Promoção da Mulher;

Dar a conhecer os maus tratos aos familiares, vizinos ou pessoas amigas que tanto podem
prestar apoio e asistência, como serem possíveis testemunhas em processo-crime ou em caso
de divórcio letigioso.

3.4.7 A FUNÇÃO ECONÓMICA, REPRODUTIVA E SOCIAL DA FAMÍLIA

A família é unida por múltiplos laços capazes de manter moral, material e reciprocamente os
membros durante uma vida e durante as gerações.

Função social

Como unidade social, a família enfrenta inúmeras tarefas de desenvolvimento. Dentro delas,
cada elemento exerce as suas funções que incluem a protecção e socialização dos seus
membros como resposta às necessidades da sociedade a que pertence.

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3.5 A ADOLESCÊNCIA E AS SUAS FASES

O termo adolescência caracetiza-se pela fase do desenvolvimento humano que marca a


transição a infancia ea idade adulta. Assim, par adolescente, um processo de ditaciamento dos
comportamentos típicos infantis e, também, a aquisição de cpmpetências que o capacitam a
asumir os seus deveres e papéis de pessoa adulta.

Crescimento físico

Durante a adolescência, o corpo do individio cresce gradulmente até aos 16nanos, embora
apena os rapazes atinjam a maturidade, em média, dois amais tarde que as raparigas. No
entanto, o crescimento não é contínuo. Por exemplo, o “salto no crescimento” nas raparigas
acontece entre aos 14 e 15 anos e, nos rapazes, acontece dois anos mais tarde. Paralelamente
ao crescimento esxiste, também, um au,ento substancial no peso que depende, claramente,
do tipo de alimentação e da forma de vida.

As diferentes partes corporais desenvolvem-se a velocidades diferentes; os menbros superioes


(brços), inferiores (pernas) e a cabeça desenvolvem-se mas rapidamente que os restantes,
atingindo, mas cedo, o seu tamanho fina.

Este facto provoca uma desproporção relactivamente ao tronco, por isso é que, nesta altura,
notamos movimentos desajeitados, típicos dos jovens.

Até aos 11 anos de idade , as crianças têm a mêsma força muscular, no entanto, o crescimento
muscular dos rapazes é maior, o que explicita a força física dos homens quando são adultos.

Algumas mudanças corporais

Raparigas

Alargamento das ancas. Maior acumalação de gordura no tecido; adiposo.

Desenvovementos dos seioos e das ancas;

Aparecimento de primeira mesntruação;

Aparecimento do acne;

Aparecimento de pelos nos orgãos genitais, axilas, etc;

Maior produção de harmona estrogénio e progesterona.

Rapazes

Mudança na voz;

Desenvolvimento corporal por aumento da massa muscular;

Aumento do tamanho do pénis e dos testículos.

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Polução nocturnas;

Aparecimento do acne;

Aparecimnto do pélos nos órgãos genitais, axilas, etc;

Maior secreção da harmona testosterena.

3.6 O PLANEAMENTO FAMILIAR

Planeamento famíliar define-se como “um projecto que visa assegurar que as pessoas têm
acesso a informação, a método de contacepção eficazes e seguros, a serviços de saúde que
que contribuem para uma vivência de forma segura e saúdavel”.

O planeamento familiar tem as seguintes vantagens:

A juda um casal a decidir se e quando querem ter filhos;

Programa a gravidez e o parto adequadamente;

Melhora a saúde e o bem-estar da família;

Prepara e promove uma maternidade e paternidade responsável;

Reduz a mortalidade infantil;

Informa a econselha sobre a saúde sexual e reprodutiva;

Previne o cancro ginicológico e as doenças sexualmente transmissíveis.

Métodos artificiais de planeamento famíliar

Marmonas: pílulas, injactáveis;

Espermecidas: seponjas e geleias;

Esterilização cirúgica: laqueação das trompas;

Acção mecânica: combinação e hormónios (DIUS);

De barreira: capuz cervical, preservativos e diafragma.

Actualmente no mercado, as pílulas desenvolvem qutro mecanismo de acçaõ:

Produzem a suspensão da ovolução. Neste caso não há fecundação e, consequentemente,


funcionam como anticoncepcional;

Alteram o estado do muco cervical, dificultandoo acesso do espemartezoide até óvulo;

Determinam mundaças no endométrico (parte interna do útero), impendido a nidação do


imbrião;

Alteram a movimentação do óvolo nas trompas; se este está fecundado resultará em aborto.

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Estudos comprovam que a pílula apresenta, entre outros, os seguentes efeitos colaterais:
dostúrbios circulatórios, cancro da mama, cancro cervical, tumores hapáticos e malformação
fetal, etc.

Fecundação artificial

Muitos casais estéreis ou que se submeteram á esterilização (vasectomia ou laqueação de


trompas) têm recorrido à fecundação artidficial para terem filhos.

Relça-se a importânçia do conhecimento de que este procdimento tem muitas implicações; de


reufir ainda que existem as seguentes modadalidades de fecundação arteficial:

Fecundação homóloga: quando as células girminativas pertecem ao próprio casal (óvulo e


espermatozóide);

Fecundação heteróloga: quando um dos gâmetas (óvulo oumespermatozóide) é de uma outra


pessoa que não seja dos esposos;

Fecundação intracorpórea: quando a união do espermatozóide com o óvulo é feita no corpo


da mulher comm auxílio técnico.

A fecundação artificial é condenada pela igreja, não somente por atentar contra a lei natural
da procriação, mas também por implicar problemas morais e éticos, colocando em risco a vida
humana.

Métodos naturais

Os métodos naturais não têm incovenientes e são mais eficazes, estimulam o conhejcimento
mútou do casal, incentivam o respeito dos cônjuges e unem o casal. Destacam-se os
seguentes:

Métoçdo da tabelinha: a mulher ovula apenas uma vez por mês, no 14º dia antes da próxima
menstruação; o óvulo vive aproximadamente 10 horas após a ovulação e o espernatozóide 72
horas depois da ejeculação no muco fértil;

Método da temperatura: a temperatura basal, pertecente ao homem, é a mais baixa e estável


do corpo. A mulher tem uma temperatura bifásica (uma alta e outra baixa) e a ovulação
(perído fértil) dá-se quando a temperatura está elevada.

Método de ovulação: conciste no controlo do muco vaginal que, normalmente, no dia da


ovulação ou périodo fértil torna-se mais pegajoso e elástico que nos dias normais.

Os contraceptivos

O único método com 100% de eficácia para se evitar a gravidez indesejada e/ou doenças
sexualmente transmissíves é a abstinência. Neste sentido, antes de se optar por um método
contraceptivo deve-se marcar uma consulta de planeamento famíliar para que se possa
observar a idade, o estilo de vida e, principalmente, os efeitos colaterais que possam surgir da
escolha do método.

57
Métodos contraceptivos

As hormonas orais: pílulas;

As harmonas injetáveis;

O preservativo;

Diagrama;

Dispositivo intra-utero (DIU).

Regista-se a importância fundamental de saber que o preservativo é o único método que


protege, simultaneamente, a gravidez e as Doenças Sexualmente transmissíveis e, também, de
que a responsablidade é do casal e não apenas da mulher.

3.6.1 A GRAVIDEZ PRECOCE

A gravidez precoce caracteriza-se pela gravidez no período da adolecência e considera-se uma


das ocorrência mais preocupantes relacionadas com a vida sexual precoce de muitas
adolescentes.

Nesta fase, os problemas físicos , emocionais e sociais são de uma ordem inquientante; neste
sentido podemos destacar:

As mães solteiras que engravidam numa fase desenvolvimento, pelo que tanto o rapaz como a
rapariga necessitam de acompanhamento parental;

Os relacionamentos sem noção dos riscos e das responsabilidades, que nascem por falta de
uma preparação física e psicológica de ambos os elementos da relação;

O facto de um dos elementos abandonar o outro, aquando da gravidez, sem se importar das
consequências que poderam sofrer.

A gravidez define-se pelo período de crescimento e desnvolvimento do embrião na mulher e


envolve várias alterações físicas e psicológicas. Este período deve acontecer quando uma
mulher se encontra bem desenvolvimento física e psicologicamente, porque um novo ser
necessita de espaço para poder crescer dentro do ventre da mãe; caso isso não aconteça, mãe
e filho poderão sofrer consequências muito graves.

Quando uma jovem engravida precocemente, os factores para este acontecimento podem
envolver vários factores, entre os quais destacamos:

A estrutura familiar;

A formação psicológica do indivíduo;

A baixa auto-estima.

Tendo em conta o que foi referido anteriormente, torna;se fundamental o apoio da família à
adolescente no caso desta engravidar precocemente; o apoio moral é essencial para aumentar
a sua responsabilidade; o diálogo, a segurança, o afecto e o auxílio tornam-se primordiais para

58
o desenvolvimento saudável quer da criança que nasce, quer dos pais que ainda são muito
jovens. Assim sendo, os problemas são solucionados e o flagelo do abordo ilegal e as
consequentes mortes podem ser diminuídas, pois já se iniciou o trabalho da maturidade nestes
adolescentes.

Riscos da gravidez Precoce

Morte da mãe adolescente/ ou do bebé durante o proceso de parto.

Abandono dos estudos por parte dos adolescentes envolvidos.

Falta de conhecimentos para a obtenção de um emprego digno e de boa qualidade.

Causas da gravides Precoce

Falta de acompanhamento na educação sexual por parte dos responsáveis pela adolescente.

Desconhecimento dos métodos contraceptivos.

Tabu que existe em muitas famílias sobre a Educação Sexual; consequentemente, a rapariga
não aborda a sua vida sexual em casa.

Interesse em bens materiais que o parceiro lhes poderá proporcionar.

Algumas adolescentes engravidam com o proposito de casar.

Falta de debates em escola, comunidades e instituições governamentais; se os media


abordassem frequentemente este tema, as adolescentes e até mesmo alguma meninas não
engravidariam precocemente.

Consequências de gravidez precoce

Medo, stress, ansiedade numa etapa inicial para a rapariga;

Rejeição social;

Problemas legais;

Graves consequências orgânicas;

Efeitos na fertilidade futura;

Casamento forçado;

Rompimento forçado da estrutura da personalidade dos jovens.

3.6.2 O ABORTO

O aborto caracteriza-se pela morte de uma criança no ventre da sua mãe, efectuada antes do
seu nascimento em qualquer uma das suas etapas.

Esta prática sempre foi considerada muito perigosa e, por ser rara, falhava frequentemente,
causando a morte da mãe e/ou do bebé. Estudos recentes demostraram que este termo não é
uma prática segura em nenhuma circunstância, nem é mais seguro que um parto.

59
Tipos de aborto

Espontâneo: quando sucede de alguma anomalia ou alteração imprevista.

Provocado: realizado quando a mãe não deseja a criança, sendo feito em casa, de forma
química ou cirúrgica.

Causas do aborto

Término de uma relação amorosa;

Pressão e ameaça do companheiro e/ ou familiares;

Motivos Económicos.

Consequências do aborto

Físicas: sintomas físico sem explicações orgânicas que resultam em aborto espontâneos --
doresgastrointestinais, insónia, fraqueza, dor de cabeça contínua.

Psíquicas: perturbações mentais tais como transtornos depressivos, ansiedade, disfunções


sexuais, desejo de suicídio, abuso de substãncias ilícitas e de álcool, stress pós traumático.

Complicações leves: infecções, febres, queimaduras de segundo grau, vómitos, dores


abdominais e sensibilização Rh (quando o sangue da mulher grávida se mistura com o sangue
do feto e ambos têm diferente).

Morte causada por complicações imediatas como hemorragias, perfi«urações uterinas,


complicações com a anestesia, convulsões, danos cervicais e endotóxico.

3.7 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS

As doenças sexualmente transmissiveis desenvolvem-se atraves de bacterias, fungos ou viros,


atraves do contacto sexual intimo, quando um dos parceiros já se encontra afectado. Salienta-
se neste campo doenças como a Sida, a Sifilis, a Gonorreia, a Candidiase, a Hepatite B, Herpes
genital.

A Sida

A sindrome de Imunodeficiência Adquirida é uma doença provocada pelo vírus da


Imunodeficiencia Humana (VIH). Este produz-se no organismo humano, podendo permanecer
“inactivo” (no caso dos seropositivos) ou “activo” destruindo o sistema imunitário da pessoa.

Sintomas: os primeiros sintomas são semelhantes aos da gripe tendo febre, transpiraçao e
debilidade geral; em 30% dos casos verifica-se o inchaço das glándulas do pescoço, e virilhas.
Se o inchaço durar três meses podemos assegurar que o indivíduo é portador do HIV- Sida.
Faça o teste!

Prevenção: utilize o preservativo nas relações sexuais ou realize abstinência sexual.

60
Formas de contágio: partilhar seringas infectadas, relações sexuais com portadores da doença;
sexo oral; transmissão ao fecto pela mãe; não partilhar material cortante como, por exemplo,
material de manicur (use o seu próprio matérial).

Hepatite b

Doença causada por um vírus que ataca o figado, sendo o sangue e a saliva os principais meio
de transmissão; o vírus sobrevive durante bastante tempo e resiste a alguns desinfectantes,
pelo que caso não seja tratada adequadamente pode causar a morte.

Sintomas: semelhante aos sintomas gripais, náuseas, vómitos, diarreias, cansaço, falta de
apetite, surgimento de icterícia, alterações da cor, das fezes e da urina.

Formas de contágios: transmissão ao facto pela mãe, através do sémen e secreçoes vaginais,
suor, lágrimas e saliva.

Prevenção: vacina contra a Hepatite B.

Candidíase

Esta doença é causada pelos fungos candida albicans, que se desenvolvem num local quente e
húmido da vagina.

Sintomas: a mulher sofre de inflamação e irritação nos lábios da vulva, acompanhado de um


fluxo espesso e esbranquiçado; pode ter complicações como é o caso da Uretrite.

Formas de contágio: por contacto sexual ou proliferação do fungo; algumas doenças, como a
diabete ou hipotiroidismo, favorecem o aparecimento desta doença; a gravidez, as irrigações
vaginais e os fámacos com cortisona e os antialergénicos são outras formas de contágio.

Prevenção: abstinencia sexual logo após o aparecimento da infecção e durante o tratamento.

Herpes genital

Esta doença afecta os órgãos genitais e as zonas envolventes e é causada pelo vírus Herpes
simples; não tem cura, apenas existem medicamentos que aliviam as dores.

Sintomas: surgem quatro ou cinco dias após o contágio e caracterizam-se por vesículas em
forma de cacho que acabam por rebentar, sendo acompanhadas por um ardor intenso.

Formas de contágios: transmite-se por contacto sexual.

Prevenção: abstinências das relações sexuais.

Gonorreia

Esta doença é uma infecção genital provocada por bactérias designadas por gonococos. Pode
afectar o colo do útero da mulher e, também, a uretra bem como a região anal. Caso não se
trate pode conduzir à esterilidade em ambos os sexos.

61
Sintomas: ardor e um pus acinzentado ou esverdeado, na vagina ou no pénis, entre 15 a 30
dias após o contágio; dor ao urinar.

Formas de contágio: contacto sexual directo.

Prevenção: use o preservativo; use desinfectantes adequados para a higiene dos órgãos
genitais.

Sífilis

Esta doença é provocada pela bactéria Treponema Pallidum e considera-se contágio e


perigosa. A sífilis ataca qualquer tecido desde a pele aos ossos, órgãos genitais, figado e olhos.
No entanto, se for detectada cedo pode ser tratada eficazmente. O maior perigo é alcançar o
sistema nervoso e o coração, o que pode levar à morte. Para a bactéria se desenvolver
necessita de um ambiente quente e húmido.

Sintomas: no local da infecção, na zona genital, um pequeno nódulo rosado evolui para úlcera
indolor. Na segunda fase da doença, há uma erupção cutânea com sintomas de mal-estar,
fadiga, dores de cabeça e outros.

Formas de contágio: através de relações sexuais. Dar um beijo numa zona que tenha uma
pequena ferida é muito arriscado. No entanto, não há contágio através do uso toalhas, sanitas
e outros objectos.

Prevenção: deve usar o preservativo; realizar análises antes do casamento e durante a


gravidez.

Recomendações:Em caso de achar que contraiu uma D.S.T. deve ir ao Hospital para ser
orientado por um médico, fazer os testes e seguir as orientações dos mesmos.

Se um amigo, familiar, colega ou outro indivíduo lhe pedir conselhos, encaminhe-o ao hospital
mais próximo.

Ajude todos aqueles que têm uma D.S.T., ouvindo-o. Com o carinho dos amigos e da família
beneficiará uma vida com qualidade. “Ame o próximo”!

PROPOSTA DE TRABALHO

Responda de forma integrada e integradora, o que lhe foi dado a aprender sobre o modelo em
estudos e nos debates realizados na turma.

Será que todos os meios justificam os fins? Justifique.

Estrutura familiar e dinâmica sociais.

Como define uma família em termos tradicionais?

Identifique os diferentes modelos de família existentes actualmente.

O que são famílias monoparentais?

62
Justifique os principais factores que conduzem à existência destas famílias.

CAPÍTULO4 QUALIDADE DE VIDA E A PRESERVAÇÃO DA


NATUREZA

4.1 QUALIDADE DE VIDA E A PRESERVAÇÃO DA NATUREZA

4.1.1 Introdução

Há muitos anos que se verificam inúmeras implicações ambientais a nível do desenvolvimento


humano, fruto da experiência acumulada a nível nacional e internacional. Consequentemente,
aos Estados cabe a responsabilidade de definir políticas ambientais que correspondam a uma
nova tecnologia global e que tenham o objectivo de assegurar permanentemente a melhoria
da qualidade dos cidadãos, não só renovando ou utilizando correctamente os recursos naturais
disponíveis. Em Angola, este ponto encontra-se consagrado nos artigos 12º, número 2, e 24º,
números 1,2 e 3, da Lei Constitucional.

Lei nº 5/98 de 19 de 1998. Lei de Bases do Ambiente.

4.2 O PATRIMÓNIO LOCAL E A SUA CONSERVAÇÃO

Para que percebamos o tema em questão teremos que em primeira estância definir o conceito
chave do mesmo para melhor aclarar.

4.2.1 Noção de património

Património define-se como o conjunto de bens materiais ou imateriais que, pela sua
importância, devem ser considerados para a identidade de uma determinada cultura de um
povo; é tudo aquilo que pode ser herdado e passado de geração em geração

4.2.2 Tipos de Património

Património Cultural: Conjunto de edifícios, monumentos, sítios de valor histórico, estético,


arqueologia, científico, etnológico e antropológico.

63
Exemplo: Museu Nacional da Escravatura em Luanda; Museu das Forças Armadas em Luanda;
Museu Nacional de História Natural em Luanda; O Santuário da Mama Muxima, na Quissama –
Bengo

Património Natural: designa um bem com características físicas, biológicas e geológicas


extraordinárias como, por exemplo, os habitats de espécies de animais ou vegetais em risco e
áreas de grande valor.

Exemplo: A Palanca Negra gigante (Malange); wewitschia Mirabilis, no deserto do (Namibe);


Quedas de Calandula (Malange); Pedras Negras de Pungo Andongo, (Malange).

A Conservação do Património

O Património é um bem que merece ser conservado porque foi deixado pelos nossos
antepassados, pela sua beleza e importância estética, bem como pela qualidade de vida que
pode proporcionar aos seres humanos.

As gerações que nos seguem têm direito a usufruir de tudo o que também pudemos ter ao
longo da nossa vida, mas é um direito inalienável também conservar esta herança maravilhosa.
Os museus, os animais, as florestas, as barragens, os edifícios históricos devem ser tratados
com respeito e devem, também, ser renovados sem nunca perder os seus padrões originais.

O património é a riqueza da nossa cultura, pelo que deve estar presente ao longo da vida de
todos os humanos, para que estes se lembrem que a nossa Pátria reforçou o mundo com
valores físicos e estéticos fundamentais.

4.3 A QUALIDADE DE VIDA NA NOSSA SOCIEDADE

A qualidade de vida é um método utilizado para medir as condições de vida do ser humano.
Constate-se que esta medição envolve a qualificação do bem-estar físico, mental, psicológico e
emocional; bem como a socialização, a saúde, a educação, a situação económica regularizada e
outras circunstâncias fundamentais na vida do homem.

Angola é um país em constante mudança e podemos afirmar que, nos últimos anos, ganhou
novas orientações sociais e económicas. O reconhecimento internacional que lhe é feito
cresceu devido ao grande poderio em riquezas naturais e energéticas como diamante e o
petróleo.

64
Relativamente a alguns país da SADC (Southern African Development Community), Angola é
um país próspero, “Cansado da guerra e de enterrar os seus filhos”.

A assistência à população, denominada por qualidade de vida, deve ser construído através dos
seguintes factores:

Saúde: construção de mais hospitais, formação e qualificação de médicos, etc.

Alimentação: apoiar e incentivar a agricultura, a pesca, a caça.

Melhoramento de estradas para a passagem de pessoas e bens.

Educação: construção de mais escolas, investimento na formação e qualificação de


professores, com o intuito de educar/ formar a juventude.

Economia: proporcionar mais emprego para a população e salários dignos para os


funcionários.

4.4 A CHUVA, SUA IMPORTÂNCIA E CONSEQUÊNCIA

A chuva é um fenómeno através do qual ocorre a precipitação de água em forma de gotas que
caem sobre a costa terrestre. Este fenómeno pode ser dividido em três tipos, que
abordaremos em seguida.

4.4.1 Tipos de chuvas

Chuvas Orográficas: originam-se a partir do contacto de uma massa única com uma área de
relevo mais elevado.

Chuvas Convectivas: chuvas cansadas pelo movimento de massas de ar mais quente que
sobem e condensam as gotículas de água presentes nas nuvens, originando nuvens carregadas
que se revestem em chuva.

Chuva Ácida: é a precipitação atmosférica cuja acidez seja substancialmente maior do que o
resultante da dissociação do dióxido de carbono. A principal causa desta acidificação é a
presença de gases, particularmente ricos em enxofre e azoto, na atmosfera.

65
4.4.2 Importância da chuva

Independentemente da origem, as chuvas são importantes em toda a actividade humana


destacando-se, em seguida, as suas funções essenciais:

Irrigação na agricultura.

Aumento do caudal dos rios, de onde é retirada água para o benefíeio doméstico.

Usada para a pastagem do gado.

Usada nas máquinas e indústrias.

Purifica a natureza, amenizando a poeira e outras impurezas existentes

4.4.3 Consequência das chuvas

As chuvas podem provocar várias consequências como:

Inundar cidades, provocando muitos estragos;

O desabamento de terras;

A queda de casas;

Acidentes nas vias;

A libertação de alguns metais tóxicos, “acordando” os vulcões (no caso de chuvas ácidas);

A desflorestação.

4.5 O AQUECIMENTO GLOBAL

O aquecimento global é provocado pela quantidade excessiva de radiação solar que a terra
recebe. Constate-se que a atmosferas terrestre absorve 91% deste calor, enquanto os
restantes 9% são retidos para o espaço.

A conservação do gás carbónico, oriunda da queima de combustíveis fósseis, diminui e dificulta


o percentual de radiações que a terra reflecte para o espaço, o que provoca, paulatinamente,
o aumento da temperatura média da superficie.

66
Devido à poluição atmosférica e aos seus efeitos, alguns cientistas apontam que o
aquecimento global no planeta, a média e longo prazo, terá um carácter irreversíivel. Assim
sendo, deveríamos diminuir as emissões de gases que provocam o aquecimento.

4.6 O ENCONTRO COM A NATUREZA (A poluição)

A Natureza é o património da humanidade e o bem mais precioso existente no nosso planeta.


Através dos seus agentes, sobrevivemos com qualidade e se a preservarmos viveremos de
uma forma mais saudável. No entantoo, lutamos, todos os dias, contra a poluição que
provocamos e tentamos evita-la.

A poluição define-se através da inserção directa/indirecta de substâncias/energia no meio


ambiente, provocando efeito negativos no seu equílibrio, causando, consequentemente,
danos químicos, genéticos e energéticos na saúde humana, nos seres vivos e no ecossistema.

4.6.1 Tipos de poluição

Poluição hídrica: define-se como a poluição da água; provoca imensos danos nas águas do mar
e dos rios e consequências graves na saúde humana.

Exemplo: caso não sejam tratados, os esgotos provocam doenças como a febre tifóide, cólera,
disenteria e meningite.

Poluição atmosférica: contaminação da atmosfera através de gases poluentes ou partículas


sólidas; provoca doenças como a asma e infecções pulmonares.

Exemplos: queimadas, fumo industrial e dos automóveis.

Poluição do solo: define-se pela poluição realizada na camada superficial da terra. A presença
de elemntos químicos estranhos no solo, como resíduos sólidos ou líquidos produzidos pelo
homem, prejudicam a saúde humana. Este tipos de poluição pode classificar-se como urbana
ou rural.

Lixo urbanos: resulta da actividade doméstica e comercial dos indivíduos que habitam as
cidades.

Lixo rural: resulta da contaminação do solo provocada pelo uso de substâncias tóxicas no solo
tais como curtumes para a criação de gado e fertilizantes para o crescimento das plantas.

67
Os aterros sanitários constituem uma das formas de depósito de lixo urbano sem qualquer
forma de tratamento ou reciclagem. Recomenda-se que estes se devam situar fora das
localidade/centros urbanos e com uma duração mínima de dez anos para evitar a
contaminação de doenças.

Poluição sonora: é a poluição provocada pelo som, ou seja, a compressão mecânica ou onda
mecânica que se propaga de forma circuncêntrica em meios que tenham massa e elasticidade,
sejam eles sólidos, líquidoos ou gasosos.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Polui%C3%A7%C3%A3o_sonora

A poluição sonora provoca, entre outras, as seguintes consequências:

Insónia.

Depressão.

Stress.

Perda de audição.

Dores de cabeça.

Cansaço.

Aumento da pressão arterial.

Perda de memória.

4.7 O PROBLEMA DA ÁGUA E ENERGIA

A água encontra-se em toda a parte do mundo e ocupa, aproximadamente, 70% da terra.


Como principal constituinte dos seres vivos, pode apresentar-se de várias formas: salgada ou
doce, pura ou mineralizada, chuva ou vapor, em gelo, neve e granizo.

A escassez deste elemento é um problema sério para a humanidade e sabe-se, inclusive, que
muitos humanos faleceram por falta de água potável. Neste sentido, devemos investir e
desenvolver um conjunto de acções para melhorar a produção, a distribuição ou
abastecimento de água potável a toda a população tais como:

68
A construção de barragens;

A construção de torneiras ou chafarizes em toda a área.

Tendo em conta o que foi referido anteriormente, as famílias deixariam de percorrer longas
distâncias para procurarem água e, consequentemente, a probabilidade de ter doenças como
a cólera seria mais diminuta.

A energia eléctrica considera-se como fonte secundária de energia pois depende de uma fonte
primária como a água, o carvão ou o petróleo; gera-se através de diferenças de potencial
elêctrico entre dois pontos e conforme a transformação adequada é possível obter energia em
forma de luz, movimento ou calor.

A energia e a água são fontes que se interligam e constate-se que para produzir energia são
necessárias grandes quantidades de energia, bem como para o transporte de água são
essenciais grandes quantidades de energia. Assim, se a água é escassa também a energia falta
às populações. Sem energia, a vida diária dos humanos seria muito mais complexa, até porque
esta actividade serve para realizar trabalhos:

Luminosos – lâmpadas.

Mecânicos – aspirador, ar condicionado, computador.

A electricidades é um bom fundamental para o ser humano mas deve ser utilizada apenas
quando é necessário, pelo que devemos desligar sempre as lâmpadas quando não são
necessárias bem como diminuir o número de electrodomésticos presentes nas nossas casas.

4.8 DESERTIFICAÇÃO E DESFLORESTAÇÃO

4.8.1 Desertificação

Este termo define-se como um fenómeno que corresponde à transformação de uma área num
deserto. Segundo a Convenção das Nações Unidas de combater à desertificação, este conceito
determina a degradação da terra nas regiões áridas (seca), semiáridas e sub-húmidas secas,
resultantes de factores como:

As variações climáticas;

A actividade humana.

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A desertificação acontece quando o solo de determinados lugares começa a ficar cada fez mais
estéril, o que significa que a terra perde os seus nutrientes e a capacidade de fazer nascer
qualquer tipo de vegetação, quer sejam florestas naturais ou plantações feitas pelo homem.

No caso do deserto arenoso, este origina-se a partir do empobrecimento do solo e,


consequentemente, dá-se a morte da vegetação, sendo substituída por terreno arenoso. No
caso dos deserto polares, a causa evidente é a temperatura extremamente baixa daquelas
regiões. Nas regiões semiáridas e sub-húmidas secas, a acção humana intensifica os processos
de desertificação.

4.8.1.1 Consequências da desertificação

Redução da população de alimentos.

Dificuldade de recuperar a área degradada.

Perda de algumas espécies.

Desemprego.

Pobreza.

4.8.2 Desflorestação

Desflorestação ou desmatamento define-se como o processo, através do qual se dá


desaparecimento da floresta, causada pela actividade do homem. Podemos exemplificar este
processo através do abater excessivo de árvores para o fabrico da madeira, das queimadas
excessivas que podem prejudicar a floresta; maioritariamente, os danos são provocados pela
agricultura, criação de pastos w colheita de alimentos.

4.8.2.1 Consequências da desflorestação

Desaparecimento dos absorventes do dióxido de carbono, que ajuda na purificação do ar.

Aumenta o aquecimento do globo.

Conselhos:

Licenciar empresas para o abate, para que se elimine o abate antárctico de árvores.

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As empresas legalizadas devem replantar, “reflorestar”, dez árvores mesmo quando abatem
uma só; só assim combatemos a desflorestação.

Investir na fiscalização das fronteiras para um melhor controlo de saída de madeira.

4.9 O LIXO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

4.9.1 O lixo

O lixo é todo e qualquer material/ produto que se considera inútil, sem valor produzido pela
actividade humana, e que se deseja eliminar. Este conceito pode ser considerado uma
concepção humana porque em processos naturais não existe lixo, mas produtos inertes pois
este pode ser reutilizado a partir da reciclagem desde que seja adequadamente tratado.

A reciclagem tornou-se, assim, fonte de renda e emprego para a população e ajuda, ainda, a
combater a poluição. De referir ainda a extrema importância do conhecimento que o lixo
hospital ou nuclear não pode ser reutilizado em nenhuma forma.

A palavra lixo aplica-se, geralmente, em materiais sólidos; os líquidos ou gases considerados


inúteis denominam-se resíduos líquidos ou gasosos.

4.9.2 Consequências do lixo

Quando não são tratados, resíduos:

Poluem a natureza, provocando diversas doenças como a cólera, a conjuntivite, doenças


diarreicas, etc.

Produzidos pelo ser humano são altamente tóxicos e perigosos pois transmitem, com
facilidade, uma grande quantidade de bactérias, fungos, vírus e causadores de doenças.

4.9.3 Tipo de lixo

Lixo orgânico: considera-se todo o material/ produto que se considera inútel; tem origem
animal ou vegetal; podem ser restos de alimentos, folhas, sementes, carnes, ossos, papéis
madeira que serão reutilizados na Agricultura, por exemplo o adubo.

71
Lixo ou resíduos inorgânicos: considera-se todo o material que não é de origem biológica mas
de origem da natureza (exemplos: restos de metal, plástico, vidro, etc.), são perigosos quando
não são sujeitos ao tratammento e, normalmente, a sua decoposição/degradação é lenta.

4.9.4 Reciclagem

A reciclagem de lixo considera-se o reaproveitamento do material orgânico e inorgânico do


lixo; é o melhor método de tratamento porque diminui a quantidade de lixo enviada para os
aterros sanitários.

4.10 ÊXODOS DEMOGRÁFICOS – CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS

Tal como a própria palavra indica, Demo significa povo e Grafia compreende-se como estudo,
ou seja, estudo do povo. A Demografia define-se como a ciência geográfica que estuda a
dinâmica populacional humana e cujo objecto compreende os estudos estatísticos, a estrutura
e a distribuição das populações humanas. Neste sentido, esta análise baseia-se, essecialmente,
das características de uma determinada sociedade como, por exemplo, a Educação, a
Nacionalidade, a Religião e a etnia.

Este conceito alberga, naturalment, dois tipos de êxodo que estudaremos em seguida.

Êxodo Urbano: deslocalização dos indivíduos da cidade para o meio interior, devido à falta de
qualidade de vida nas cidades e aos grandes custos inerentes nestas localizações.

Êxodo Rural: os indivíduos do campo deslocam-se para a cidade, para terem melhores
condições de vida; procuram sustentar as suas famílias, libertando-se da miséria que vivem nos
meios interiores.

As regiões interiores angolanas têm uma fraca densidade populacional devido ao êxodo rural.
A fome, a sede e as doenças ligadas à subnutrição fizeram com que grande parte da população
do interior procurasse melhores condições de vida nas localidades mais desenvolvidas. No
entanto, esta situação provocará, por um lado, a desertificação do interior do país e, por
outro, o excesso de população nas cidades. Consequentemente, muits pessoas vão ficar
desempregadas, levando a marginalização de vários indivíduos.

72
4.10.1 As migrações do interior para o centro das grandes localidades
devem-se entre muitos outros, aos seguintes motivos:

Fuga à pobreza.

Baixo nível de vida no interior do País: desemprego, salários baixos e pobreza.

Guerra.

Violência.

Perseguição política e religiosa.

Catástrofes naturais: secas, inundações, erupções vulcânicas.

Desejo de uma realização profissional e melhoria da forma cão/educação do indivíduo.

O êxodo rural e o consequente fluxo migratório tem sérias consequências demográficas,


económicas e sociais quer no meio interior, quer nas grandes localidades.

4.10.2 Consequências Demográficas

Interior:

Diminuição da população absoluta.

Diminuição da taxa de natalidade.

Aumento da taxa de mortalidade.

Diminuição da taxa de crescimento natural.

Envelhecimento da população.

Cidades:

Aumento da população absoluta.

Aumento da taxa de natalidade.

Diminuição da taxa de mortalidade.

Aumento da taxa de crescimento natural.

73
Rejuvenescimento da população.

4.10.3 Consequências económicas

Interior:

Diminuição da mão-de-obra em alguns dos sectores de actividade.

Abandono dos campos agrícolas.

Diminuição do desemprego.

Recepção de poupanças enviadas pelos emigrantes; consequentemente, a qualidade de vida é


melhor e o investimento pode resultar na modernização e desenvolvimento das zonas rurais.

Cidades:

Aumento da mão-de-obra que se torna barata e exigente.

Diminuição dos salários, devido ao aumento da população com idade para trabalhar.

Aumento do espírito empreendedor e inovador.

4.10.4 Consequências sociais

Este tipo de consequências só se manifesta nas cidades pois, por um lado, permitem o
enriquecimento cultural mas, por outro lado, reflectem:

As dificuldades na integração dos imigrantes, sobretudo na língua e noutros termos culturais


diferentes;

A falta de habitação e o aumento dos “bairros de lata”:

Os conflitos sociais;

O aumento do racismo e da xenofobia;

O aumento da intolerância

O aumento da criminalidade.

74
4.11 GLOBALIZAÇÃO

A Globalização é um processo de interacção e integração entre os indivíduos, as empresas e os


governos das diferentes nações; é um processo impulsionado pelo comércio e investimentos
internacionais, com o auxílio das tecnologias de informação.

Este fenómeno permite aos países mais desenvolvidos, cujos mercados internos já se
encontrem saturados, um aumento claro da sua economia. A dinâmica capitalista de uma
aldeia global consente a realização de transacções financeiras e a expansão de negócios.
Assim, diz respeito à interacção entre os países e a aproximação das pessoas, tendo em conta
aspectos sociais, culturais, políticos e económicos.

Este termo encontra a sua origem no período mercantilista, entre os séculos XVI E XVIII, com a
queda dos custos de transportes marítimo bem como com o aumento da dificuldade das
relações políticas europeias. O seu impacto é muito forte pois afecta todas as áreas da
sociedade, principalmente, a comunicação, o comércio internacional, a liberdade de
modernização e de movimentação, dependendo, obviamente, do nível de desenvolvimento de
integração das nações ao redor do planeta.

4.11.1 Vantagens:

Gera mais empregos.

Surgem novas tecnologias.

Facilita a vida e a convivência entre os países.

Os produtos importados são mais baratos e de melhor qualidade.

4.11.2 Desvantagens:

A desvalorização de muitas culturas.

Exploração da mão-de-obra barata.

Desigualdades sociais.

A globalização é um dos fenómenos mais importantes na sociedade contemporânea; a vida


quotidiana é moldada por este conceito e realiza-se a homogeneização cultural, procurando
unir mais diversas raças e povos.

75
PROPOSTAS DE TRABALHO

Comente a citação “O mundo está cada vez mais pequeno”.

Indique a razão pela qual nos devemos dar ao trabalho de salvar uma espécie em risco de
extinção?

Como pode a conservação ter lugar num mundo dominado pela economia, desenvolvimento e
pela expansão humana?

CAPÍTULO5 O CONFLITOS NO MUNDO E O DIREITOS


HUMANOS

5.1 INTODUÇÃO

Este tema-problema enfatiza os vários conflitos mundiais, a nível geográfico, histórico,


económico e cultural. A unidade explicita os diferentes factores que contribuem para as
situações de conflito. Assim, também se torna fundamental apresentar hipóteses de
negociação, bem como identificar e caracterizar as várias instituições mundiais dedicadas
à manutenção da paz e do desarmamento.

Consequentemente, constatam-se os direitos humanos fundamentais para o homem, para


a mulher e para a criança. Aborda-se o conceito de Democracia e a Constituição, com as
prerrogativas que lhes são inerentes.

5.2 OS VÁRIOS CONFLITOS A NÍVEL MUNDIAL (GEOGRÁFICOS,


HISTÓRICOS, ECONÓMICOS E CULTURAIS)

A Geografia dos conflitos exibe as várias áreas de tensão espalhadas pelo globo, tendo
como rivalidades étnicas, religiosas, nacionalistas e em casos de disputa entre estados ou
mudanças de fronteiras.

Conflitos geográficos

Colômbia: país onde existe uma guerra civil; grupos armados objectivaram a tomada de
poder, usando as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia; é um dos conflitos mais
duradouros e sangrentos da América Latina.

Conflito entre a Índia e o Paquistão: a Índia (maioritariamente Hindu) e o Paquistão


(maioritariamente muçulmano) disputam a região de Caxemira localizada no Norte da
Índia.

África: na Nigéria, o conflito nasceu entre cristão e muçulmanos; este país é o principal
exportador de petróleo em África, mas 112 milhões de pessoas vivem na pobreza; as

76
péssimas condições de vida causaram mais de 250 grupos étnicos e vários conflitos
religiosos.

Conflitos históricos

Os conflitos ocorrem no mundo como resultado de um processo histórico de ocupação e de


invasão de territórios fora de um determinado país.

Principais conflitos:

Primeira Guerra Mundial (1914-1918): guerra entre a Tríplice Entente (Império Russo,
Império Britânico e França) e Estados Unidos (a partir de 1917) contra as Potências
Centrais (Império Alemão, Império Austro-Hungaro e Império Turco-Otomano).

Em 1935, a Alemanha ocupou a Polónia.

Em 1937, a China foi invadida pelo Japão.

Ataque a Pearl Harbor, no Havai, dando início à Guerra do Pacífico.

Segunda Guerra Mundial (1939-1945): foi o maior conflito da história, com cem milhões
de militares mobilizados; os principais países envolvidos foram os Países Aliados (União
Soviética, Estados Unidos, Império Britânico, China, Polónia, França e Brasil) e os Países do
Eixo (Alemanha, Itália e Japão); esta guerra foi, também, o conflito mais letal de toda a
humanidade, totalizando setenta milhões de mortos.

11 de setembro de 2001: foi um dos conflitos mais violentos na história da Humanidade;


as quedas das torres nos Estados Unidos da América, motivadas por ataques suicidas por
parte de elementos da AL-Qaeda, totalizaram um número elevado de mortes e conflitos
sucessivos entre os Estados Unidos e o Iraque até à actualidade; este facto alterou o
mundo e, por isso mesmo, todos os países aumentaram a segurança nos seus aeroportos.

Conflitos económicos

A situação do petróleo no mundo – quem dita o preço do petróleo

Conflitos culturais

Diversidade cultural (católica e muçulmana).

Muitas culturas não são aceites no mundo devido à sua educação.

O Mundo parou porque uma mulher muçulmana ia ser apedrejada até ``a morte. Isto é um
atentado aos direitos humanos! Devemos analisar as pessoas para a aceitação de todas as
culturas, desde que as mesmas não violem os Direitos do Homem.

5.2.1 Definição do conflito

O vocábulo conflito deriva do latim conflitctu, que significa choque, embate ou luta; pode
também ter o sentido de guerra, oposição, alteração, desordem ou momento crítico.

77
Normalmente, os conflitos nascem em todos os sistemas sociais, pessoais e internacionais
e são um mal permanente no desenvolvimento das sociedades. Este termo associa-se à
capacidade da sociedade para o resolver, fazendo-se valer de estruturas como tribunais,
quando o mesmo resulta em casos extremos de violência. O termo violência refere-se,
maioritariamente, à parte física; ainda assim, não se descarta a violência psicológica e
emocional.

Tendo em conta o que foi abordado no parágrafo anterior, o termo conflito surge da
discrepância de objectivos entre duas ou mais partes que não contam com um mecanismo
efectivo de coordenação ou mediação. Entenda-se que as partes são os Estados ou, como
se denomina no mundo contemporâneo, as comunidades dentro dos Estados. Assim,
quando estas comunidades não resolvem as suas discrepâncias, a guerra é um perigo
iminente, afectando milhares de civis inocentes.

De acordo com um estudo realizado pela Carnegie Commission on Preventing Deadly


Conflit, uma sociedade pode entrar em guerra devido aos seguintes factores:

Estado fraco, desintegrado ou corrupto.

Regime repressivo ou ilegítimos.

Descriminaçaõ contra certos grupos sociais e/ ou étnicos

Tratamento inadequado das diferenças religiosas, culturais ou étnicas.

Comunidades religiosas politicamente activas que promovem mensagens hostis e de


discórdia.

Legado plítico e económico do colonialismo e/ ou da Guerra Fria.

Mudanças políticas e económicas repentinas.

Alto índice de analfabetismo e de doenças.

Falta de recursos vitais como água e terra própria para o cultivo.

Depósitos de armas e munição.

Ameaça às relações regionais.

Refere-se ainda, neste estudo, que “ quando as diferenças permanentes são exploradas por
políticos demagogos, esta actividades favorece a escalada da violência”.

5.2.2 OS FACTORES QUE CONTRIBUEM PARA SITUAÇÕES DE


CONFLITOS A NÍVEL MUNDIAL

A grande crise alimentar tem aumentado nos últimos meses e, paulatinamente, atinge
milhões de pessoas em todo o mundo, representando uma ameaças para todos nós. O
preço dos produtos agrícolas ascendeu com o aumento do preço do petróleo, trazendo
sérios problemas às comunidades, especialmente às mais vulneráveis.

78
A crise levou a revoltas alimentares em mais de trinta países até agora, sendo que os casos
mais preocupantes se encontram no Médio Oriente, na Ásia e em África; o ciclone Nargis,
que destruiu Myanmar, contribuiu para uma situação trágica, assim como as secas e
mudanças climáticas que reduziram o desenvolvimento agrícola.

5.2.3 Soluções de negociações para situações de conflitos

As negociações de conflitos serão tratadas nas Instituições Internacionais, defendendo


sempre os respectivos problemas. Por exemplo, o ciclone Nargis destruiu Myanmar, o que
provocou que as populações ficassem sem casas, alimentação; nesta situação trágica, a
Cruz Vermelha Internacional bem como outras organizações intervieram prontamente.

Caso algum país seja atacado, a ONU (Organização das Nações Unidas) tem como deve
intervir e ajudar na luta e na conservação da paz. Registe-se que Angola foi apoiada pela
ONU para tentar encontrar a paz quando existia guerra no nosso país. Realça-se que os
capacetes azuis também marcaram presença nas eleições livres, onde ganhou o MPLA
(Movimento Popular de Libertação de Angola).

5.2.4 As Instituições Internacionais dedicadas à manutenção da paz e


do desarmamento

As Instituições Internacionais dedicadas à manutenção da paz e do desarmamento


associam-se ao Direito Nacional; são constituídas por estados e decorrem através de
conferências e relações de paz entre as várias nações.

ONU – Organizações das Nações Unidas

É uma das mais conhecidas e importantes organizações internacionais, pois visa a


manutenção da paz, o desarmamento e a cooperação entre os membros.

Tem 200 estados-membros.

Abrange as áreas de segurança, saúde, economia.

OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO)

Defensora da segurança na Europa.

É uma organização militar e um instrumento político.

Vaclv Havel afirma que a Aliança é, acima de tudo, um instumento em prol da Democracia.

Defensora dos valores espirituais e políticos.

É a única organização com meios e capacidade para intervir militarmente em qualquer


parte do que necessite.

O ataque da OTAN contra os Boémios, na Sérvia, serviu para a organização de bom


ambiente em prol da paz.

Interfere sempre que é necessário.

79
OUA – Organização da Unidade Africana

Proclamou a carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, em 1981.

5.3 Definição Dos Direitos Humanos

A palavra direito provém do vocábulo latino directus e significa liberdade para todos.
Segundo o artigo primeiro da Declaração Universal dos Direitos do Homem, “Todos os
seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de
consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”. Neste
sentido, o indivíduo tem direito à liberdade de expressão, liberdade de pensamento e
igualdade perante a lei, “ os direitos humanos são as liberdades e os direitos de todos os
seres humanos”.

5.3.1 Os Direitos Humanos E A Sua História

Ao longo dos anos, filósofos e juristas trabalharam conjuntamente para que a existência, a
liberdade e a posse de bens pudessem ser direitos adquiridos por os cidadãos. Hobbes,
Locke e, mais tarde, Montesquieu, Voltaire e Rousseau demostraram que os direitos
humanos criaram uma nova concepção de obediência, limitando, desta maneira, o domínio
do Estado.

A História retrata que o cristianismo, na Idade Média, defende a igualdade de todos os


homens com a mesma dignidade. Também os matemáticos cristãos desenvolveram uma
teoria acerca desta temática, denominada Teoria do Direito Natural. Aqui constatou-se que
o homem pertence a uma ordem social e jurídica justa, não obstante à lei de Deus laica que
era uma obrigação imposta por Reis, Príncipes e Imperadores.

Na idade Moderna, os racionalistas pertencentes aos séculos XVII e XVIII, recriaram a


teoria do direito natural, suprimindo, então, o domínio de uma ordem divina. Para estes
homens, todos os humanos são naturalmente livres e, assim que se integram na sociedade,
não podem ser privados de qualquer direito. Desta forma, atentou-se na protecção dos
Direitos Humanos, inspirando o actual sistema internacional.

Naturalmente, as várias noções foram evoluindo e refletiram-se essecialmente e


inicialmente, em Inglaterra e nos Estados Unidos da América. A Magna Carta de 1215
garantiu a luta contra a arbitrariedade da coroa e influenciou diversos documentos como,
por exemplo, o Acto Habeas Corpus (1679), a primeira tentativa para impedir as prisões
ilegais. A 4 de Julho de 1776, e com base na Declaração Americana de Independência, onde
nascem os direitos naturais do ser humano que todos deveriam respeitar.

Em 1789, a Declaração dos Direitos do homem e do Cidadão é promulgada em França e, ao


longo dos séculos XIV e XV, as reivindicações a favor da liberdade aumenta , forçando a
definição de direitos económicos e sociais.

A evolução ao longo dos anos foi clara, mas entre 1945 e 1948, durante a Guerra Mundial,
as atrocidades foram tão cruéis que se criou a ONU (Organização das Nações Unidas), com
o intuito de estabelecer e manter a paz no mundo.

80
A 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral da ONU proclamou, então, a Declaração
dos Direitos Humanos e estabeleceu a paz e o consenso entre os povos como um dos seus
objectivos principais.

Declaração Universal Dos Direitos Do Homem

Preâmbulo

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família


humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da
justiça e da paz no mundo; Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos
do homem conduziram a actos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e
que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer,
libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do homem;
Considerando que é essencial a protecção dos direitos do homem através de um regime de
direito, para que o homem não seja compelido, em supremo recurso, à revolta contra a
tirania e a opressão; Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de
relações amistosas entre as nações; Considerando que, na Carta, os povos das Nações
Unidas proclamam, de novo, a sua fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e
no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e se
declaram resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhores condições de
vida dentro de uma liberdade mais ampla; Considerando que os Estados membros se
comprometeram a promover, em cooperação com a Organização das Nações Unidas, o
respeito universal e efectivo dos direitos do homem e das liberdades fundamentais;
Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é da mais alta
importância para dar plena satisfação a tal compromisso:

A Assembleia Geral

Proclama a presente Declaração Universal dos Direitos do Homem como ideal comum a
atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os
órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela
educação, por desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por
medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua
aplicação universais e efectivos tanto entre as populações dos próprios Estados membros
como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição.

Artigo 1.º Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de
fraternidade.

Artigo 2.º Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados
na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de
língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de
nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção
fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da
naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou
sujeito a alguma limitação de soberania.

81
Artigo 3.º Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4.º Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato


dos escravos, sob todas as formas, são proibidos. Artigo 5.º Ninguém será submetido a
tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

Artigo 6.º Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento em todos os lugares da sua
personalidade jurídica.

Artigo 7.º Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual protecção da
lei. Todos têm direito a protecção igual contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8.º Toda a pessoa tem direito a recurso efectivo para as jurisdições nacionais
competentes contra os actos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela
Constituição ou pela lei.

Artigo 9.º Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10.º Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja
equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida
dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que
contra ela seja deduzida.

Artigo 11.º 1. Toda a pessoa acusada de um acto delituoso presume-se inocente até que a
sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público em que
todas as garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas. 2. Ninguém será
condenado por acções ou omissões que, no momento da sua prática, não constituíam acto
delituoso à face do direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não será infligida
pena mais grave do que a que era aplicável no momento em que o acto delituoso foi
cometido.

Artigo 12.º Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família,
no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contra
tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito a protecção da lei.

Artigo 13.º 1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua
residência no interior de um Estado. 2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país
em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.

Artigo 14.º 1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar
de asilo em outros países. 2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de
processo realmente existente por crime de direito comum ou por actividades contrárias
aos fins e aos princípios das Nações Unidas.

Artigo 15.º 1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade. 2. Ninguém pode ser
arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito de mudar de nacionalidade.

Artigo 16.º 1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de
constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o
casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais. 2. O casamento não

82
pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros esposos. 3. A família é o
elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à protecção desta e do Estado.

Artigo 17.º 1. Toda a pessoa, individual ou colectiva, tem direito à propriedade. 2. Ninguém
pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.

Artigo 18.º Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de


religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como
a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público
como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.

Artigo 19.º Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que
implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e
difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de
expressão.

Artigo 20.º 1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas. 2.
Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21.º 1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direcção dos negócios
públicos do seu país, quer directamente, quer por intermédio de representantes
livremente escolhidos. 2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade,
às funções públicas do seu país. 3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos
poderes públicos; e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar
periodicamente por sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo
equivalente que salvaguarde a liberdade de voto.

Artigo 22.º Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e
pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos económicos, sociais e culturais
indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de harmonia com
a organização e os recursos de cada país.

Artigo 23.º 1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a
condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o desemprego. 2.
Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual. 3. Quem
trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua
família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por
todos os outros meios de protecção social. 4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com
outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses.
Artigo 24.º Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres e, especialmente, a uma
limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas.

Artigo 25.º 1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e
à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao
alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem
direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou
noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua
vontade. 2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas
as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozam da mesma protecção social.

83
Artigo 26.º 1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo
menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é
obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos estudos
superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito. 2. A
educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos
do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a
amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o
desenvolvimento das actividades das Nações Unidas para a manutenção da paz. 3. Aos pais
pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos

Artigo 27.º 1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios que
deste resultam. 2. Todos têm direito à protecção dos interesses morais e materiais ligados
a qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria.

Artigo 28.º Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional,
uma ordem capaz de tornar plenamente efectivos os direitos e as liberdades enunciadas
na presente Declaração.

Artigo 29.º 1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível
o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade. 2. No exercício deste direito e no
gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com
vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades
dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-
estar numa sociedade democrática. 3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão
ser exercidos contrariamente aos fins e aos princípios das Nações Unidas.

Artigo 30.º Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira
a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a
alguma actividade ou de praticar algum acto destinado a destruir os direitos e liberdades
aqui enunciados.

Os direitos da mulher e a sua história

O papel da mulher estava estagnado no tempo nas mais diversas sociedades, inclusive nos
ocidentais. Constate-se que não sofram uma evolução cronológica nem social nas
comunidades.

Ainda assim realçam-se alguns nomes, como a inglesa Dora Russel, a egípcia Hoda
Sharaawi, a porto-riquenha Luisa Capetillo e a sul-africana Shamima Shaikh, que
defenderam sempre os direitos e a liberdade da mulher na sociedade, lutando contra a
descriminação.

Nas guerras, os homens, usando a sua superioridade física, criaram situações de


humilhação à mulher, batendo-lhes ou dirigindo-lhes ou dirigindo-lhes palavras
impróprias. Também, em algumas regiões, existia o corte do clitóris; a mulher não tinha
direito ao prazer na relação sexual, apenas tinha a obrigação de procriar.

Actualmente, na nossa sociedade, as mulheres participam activamente em todas as áreas


sociais, tendo os mesmos direitos que os homens. Este facto consta mesmo no Protocolo à

84
Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, relativamente aos direitos da Mulher
Africana.

“Protocolo À Carta Dos Direitos Do Homem E Dos Povo, Relativo Aos Direitos Da
Mulher Em África

Considerando que o artigo 66.º da Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos
prevê a adopção de protocolos ou acordos especiais, se forem necessários, para completar
as disposições da Carta Africana e que a Conferência dos Chefes de Estado de Governo da
Organização da Unidade Africana, reunida na sua 31.ª Sessão Ordinária em Adis Abeba,
Etiópia, em Junho de 1995, endossou, através da sua Resolução AHG/Res.240 (XXXI), a
recomendação da Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos no sentido de se
elaborar um Protocolo sobre os Direitos da Mulher em África; Considerando igualmente
que o artigo 2.º da Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos estabelece o
princípio da não discriminação com base na raça, na etnia, na cor, no sexo na língua, na
religião, na opinião política ou qualquer outra, na origem nacional e social, na fortuna, no
nascimento ou em outra situação.

Considerando ainda que o artigo 18.º da Carta Africana dos Direitos do Homem e dos
Povos exorta os Estados Partes que eliminem todas as formas de discriminação contra a
mulher e assegurem a proteção dos direitos da mulher, tal como estipulado em
declarações e convenções internacionais. Notando que os artigos 60.º e 61.º da Carta
Africana dos Direitos do Homem e dos Povos reconhecem os instrumentos regionais e
internacionais relativos aos direitos humanos e às práticas africanas, em conformidade às
normas internacionais dos Direitos do Homem e dos Povos, como referências importantes
para a aplicação e a interpretação da Carta Africana; Evocando que os direitos da mulher
são reconhecidos e garantidos em todos os instrumentos internacionais relativos aos
Direitos Humanos, nomeadamente a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O pacto
internacional relativo aos direitos civis e políticos, assim como aos direitos económicos,
sociais e culturais, a Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação
contra a Mulher e o seu protocolo facultativo, outras convenções e pactos internacionais
relativos aos direitos da mulher, como sendo direitos humanos inalienáveis,
interdependente e indivisível. ”

Direitos fundamentais da mulher em todas as sociedades:

Direito à vida.

Direito à liberdade e à segurança pessoal.

Direito à igualdade e a estar livre de todas as formas de discriminação.

Direito à liberdade de pensamento.

Direito à informação e à educação.

Direito à felicidade.

Direito à saúde e à protecção.

Direito a constituir relacionamento conjugal e a planear a sua família.

85
Direito a decidir ter ou não ter filhos e quando tê-los.

Direito aos benefícios do progresso científico.

Direito à liberdade de reunião e participação política.

Direito a não ser submetida a torturas e maus-tratos.

Segundo Paul Johnson, “a raça humana tem estado a funcionar com metade da sua energia
criativa”, pelo que em cem anos o desperdício ou a não utilização do talento feminino será
considerado um erro sério e incompreensível.

A mulher devia participar activamente na sociedade; todavia, em algumas zonas do


mundo, a ausência ou diminuta participação do sexo feminino é frequente, o que levará a
um modelo incómodo para homens e mulheres, pois revela persistência de modelos
sociais arcaicos.

Na sociedade, as diferenças entre os dois sexos são demasiadas profundos. As mulheres


são classificadas como sensíveis, emotivas, carinhosas, preocupadas com a prática,
intuitivas, doces, meigas, sedutoras, espertas, levianas, fracas, tentadoras dos homens,
fadas do lar, vaidosas, perspicazes, coscuvilheiras, fatais, sentimentais, belas, feias, velhas,
perversas e frustradas. Já os homens designam-se pela natureza cerebral, dureza,
resistência, agressividade, violência, coragem, força, liderança, amizade, calmos e criativos.

O peso dos poderes entre homens e mulheres é ainda demasiado exacerbado e, neste
sentido, a Declaração Universal dos Direitos Humanos trabalha com o intuito de igualar as
oportunidades quer para o homem, quer para a mulher.

Os direitos fundamentais da criança

A criança é um ser humano ingénuo que devemos criar e educar, sem nunca esquecer
todos os direitos que lhe são inerentes e fundamentas para o seu correcto
desenvolvimento. Sabemos que é um ente que necessita de amor afecto para um
crescimento harmonioso, bem como cuidados especiais para ter qualidade de vida.

A família tem como dever proteger a criança, proporcionando-lhe assistência a vários


níveis, desde uma alimentação adequada até aos cuidados de saúde necessários e
oportunos a cada etapa da vida.

Infelizmente, o Mundo só direccionou os seus olhos para os direitos das crianças depois da
2ª Guerra Mundial, onde estas sofreram verdadeiras atrocidades tais como violações e
enforcamentos. Ainda hoje, em alguns locais do mundo, existem maldades contra as
crianças que chegam a ser acusadas de feitiçarias e até são mortas pelos próprios
familiares. A Pedofilia e o trabalho infantil continuam a ser comuns na sociedade, mas já
começamos a trabalhar com objectivo de suprimir este tipo de comportamentos.

A sociedade tem um papel preponderante no desenvolvimento/crescimento adequado da


população infantil, pois esta é o futuro da nação, as crianças, são punidos de acordo com a
lei.

86
O conjunto de normas, valores e princípios foram uma inspiração para se obter a
Declaração dos Direitos da Criança. Neste contexto, a criança não é só uma extensão da sua
família, mas membro duma sociedade, sendo ainda considerada “o futuro do amanhã”.

A 20 de Novembro de 1959, a Organização das Nações Unidas (ONU) elaborou a


Declaração dos Direitos da Criança. Assim, decidiu-se, por unanimidade, que todas as
crianças tinham os seguintes direitos civis, políticos, económicos, sociais e culturais:

A criança deve ter condições para se desenvolver física, mental, moral, espiritual e
socialmente, com liberdade e dignidade.

Toda a criança tem direito a um nome e a nacionalidade e, tanto quando possível, o direito
de conhecer os pais e de ser educada por eles.

A criança tem direito à alimentação, lazer, moradia e serviços médicos adequados.

A criança deve crescer amparada pelos pais e sob a sua responsabilidade, num ambiente
de afecto e de segurança.

Uma criança que seja prejudicada física ou mentalmente deve receber tratamento,
educação e cuidados especiais.

A criança tem direito à educação gratuita e obrigatória nas etapas elementares.

A criança, em todas as circunstâncias, deve estar entre os primeiros a receber protecção e


socorro.

A criança deve ser protegida contra o abandono e a exploração. Não deverá trabalhar
antes de uma idade adequada.

As crianças devem ser protegidas contra a prática de discriminação racional, religiosa ou


de qualquer outra índole.

A criança deve ser educada num espírito de compreensão, tolerância, amizade,


fraternidade e paz entre os povos.

5.4 A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA

Uma Constituição define-se como um sistema de governação que estabelece regras e


princípios de uma entidade política autónoma.

Nos países, este termo refere-se especialmente à constituição nacional que define
princípios políticos fundamentais e estabelece a estrutura, os procedimentos, os poderes e
os deveres do governo.

Para estabelecer de uma forma mais clara a constituição Angolana, referimos, em seguida,
alguns artigos da nossa constituição. Os restantes artigos poderão ser consultados na
própria Coonstitutição, realçando-se que esta não pode ser rasurada ou modificada.

PREÂMBULO

87
Nós, o Povo de Angola, através dos nossos lídimos representantes, Deputados da Nação
livremente eleitos nas eleições parlamentares de Setembro de 2008; Cientes de que essas
eleições se inserem na longa tradição de luta do povo angolano pela conquista da sua
cidadania e independência, proclamada no dia 11 de Novembro de 1975, data em que
entrou em vigor a primeira Lei Constitucional da história de Angola, corajosamente
preservada graças aos sacrifícios colectivos para defender a soberania nacional e a
integridade territorial do país; Tendo recebido, por via da referida escolha popular e por
força do disposto no artigo 158.º da Lei Constitucional de 1992, o nobre e indeclinável
mandato de proceder à elaboração e aprovação da Constituição da República de Angola;
Cônscios da grande importância e magna valia de que se reveste a feitura e adopção da lei
primeira e fundamental do Estado e da sociedade angolana; Destacando que a Constituição
da República de Angola se filia e enquadra directamente na já longa e persistente luta do
povo angolano, primeiro, para resistir à ocupação colonizadora, depois para conquistar a
independência e a dignidade de um Estado soberano e, mais tarde, para edificar, em
Angola, um Estado democrático de direito e uma sociedade justa; Invocando a memória
dos nossos antepassados e apelando à sabedoria das lições da nossa história comum, das
nossas raízes seculares e das culturas que enriquecem a nossa unidade;

Inspirados pelas melhores lições da tradição africana – substrato fundamental da cultura e


da identidade angolanas; Revestidos de uma cultura de tolerância e profundamente
comprometidos com a reconciliação, a igualdade, a justiça e o desenvolvimento;
Decididos a construir uma sociedade fundada na equidade de oportunidades, no
compromisso, na fraternidade e na unidade na diversidade; Determinados a edificar, todos
juntos, uma sociedade justa e de progresso que respeita a vida, a igualdade, a diversidade e
a dignidade das pessoas; Relembrando que a actual Constituição representa o culminar do
processo de transição constitucional iniciado em 1991, com a aprovação, pela Assembleia
do Povo, da Lei n.º 12/91, que consagrou a democracia multipartidária, as garantias dos
direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos e o sistema económico de mercado,
mudanças aprofundadas, mais tarde, pela Lei de Revisão Constitucional n.º 23/92;

Reafirmando o nosso comprometimento com os valores e princípios fundamentais da


Independência, Soberania e Unidade do Estado democrático de direito, do pluralismo de
expressão e de organização política, da separação e equilíbrio de poderes dos órgãos de
soberania, do sistema económico de mercado e do respeito e garantia dos direitos e
liberdades fundamentais do ser humano, que constituem as traves mestras que suportam
e estruturam a presente Constituição; Conscientes de que uma Constituição como a
presente é, pela partilha dos valores, princípios e normas nela plasmados, um importante
factor de unidade nacional e uma forte alavanca para o desenvolvimento do Estado e da
sociedade; Empenhando-nos, solenemente, no cumprimento estrito e no respeito pela
presente Constituição e aspirando a que a mesma postura seja a matriz do comportamento
dos cidadãos, das forças políticas e de toda a sociedade angolana; Assim, invocando e
rendendo preito à memória de todos os heróis e de cada uma das angolanas e dos
angolanos que perderam a vida na defesa da Pátria; Fiéis aos mais altos anseios do povo
angolano de estabilidade, dignidade, liberdade, desenvolvimento e edificação de um país
moderno, próspero, inclusivo, democrático e socialmente justo; Comprometidos com o
legado para as futuras gerações e no exercício da nossa soberania; Aprovamos a presente
Constituição como Lei Suprema e Fundamental da República de Angola.

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TÍTULO I PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Artigo 1.º

(República de Angola)

Angola é uma República soberana e independente, baseada na dignidade da pessoa


humana e na vontade do povo angolano, que tem como objectivo fundamental a
construção de uma sociedade livre, justa, democrática, solidária, de paz, igualdade e
progresso social.

Artigo 2.º

(Estado Democrático de Direito)

1. A República de Angola é um Estado Democrático de Direito que tem como fundamentos


a soberania popular, o primado da Constituição e da lei, a separação de poderes e
interdependência de funções, a unidade nacional, o pluralismo de expressão e de
organização política e a democracia representativa e participativa.

2. A República de Angola promove e defende os direitos e liberdades fundamentais do


Homem, quer como indivíduo quer como membro de grupos sociais organizados, e
assegura o respeito e a garantia da sua efectivação pelos poderes legislativo, executivo e
judicial, seus órgãos e instituições, bem como por todas as pessoas singulares e colectivas.

Artigo 3.º

(Soberania)

1. A soberania, una e indivisível, pertence ao povo, que a exerce através do sufrágio


universal, livre, igual, directo, secreto e periódico, do referendo e das demais formas
estabelecidas pela Constituição, nomeadamente para a escolha dos seus representantes.

2. O Estado exerce a sua soberania sobre a totalidade do território angolano,


compreendendo este, nos termos da presente Constituição, da lei e do direito
internacional, a extensão do espaço terrestre, as águas interiores e o mar territorial, bem
como o espaço aéreo, o solo e o subsolo, o fundo marinho e os leitos correspondentes.

3. O Estado exerce jurisdição e direitos de soberania em matéria de conservação,


exploração e aproveitamento dos recursos naturais, biológicos e não biológicos, na zona
contígua, na zona económica exclusiva e na plataforma continental, nos termos da lei e do
direito internacional.

Artigo 4.º

(Exercício do poder político)

1. O poder político é exercido por quem obtenha legitimidade mediante processo eleitoral
livre e democraticamente exercido, nos termos da Constituição e da lei.

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2. São ilegítimos e criminalmente puníveis a tomada e o exercício do poder político com
base em meios violentos ou por outras formas não previstas nem conformes com a
Constituição.

Artigo 5.º

(Organização do território)

1. O território da República de Angola é o historicamente definido pelos limites


geográficos de Angola tais como existentes a 11 de novembro de 1975, data da
Independência Nacional.

2. O disposto no número anterior não prejudica as adições que tenham sido ou que
venham a ser estabelecidas por tratados internacionais.

3. A República de Angola organiza-se territorialmente, para fins políticoadministrativos,


em Províncias e estas em Municípios, podendo ainda estruturar-se em Comunas e em
entes territoriais equivalentes, nos termos da Constituição e da lei.

4. A definição dos limites e das características dos escalões territoriais, a sua criação,
modificação ou extinção, no âmbito da organização políticoadministrativa, bem como a
organização territorial para fins especiais, tais como económicos, militares, estatísticos,
ecológicos ou similares, são fixadas por lei.

5. A lei fixa a estruturação, a designação e a progressão das unidades urbanas e dos


aglomerados populacionais.

6. O território angolano é indivisível, inviolável e inalienável, sendo energicamente


combatida qualquer acção de desmembramento ou de separação de suas parcelas, não
podendo ser alienada parte alguma do território nacional ou dos direitos de soberania que
sobre ele o Estado exerce.

Artigo 6.º

(Supremacia da Constituição e legalidade)

1. A Constituição é a lei suprema da República de Angola.

2. O Estado subordina-se à Constituição e funda-se na legalidade, devendo respeitar e fazer


respeitar as leis.

3. As leis, os tratados e os demais actos do Estado, dos órgãos do poder local e dos entes
públicos em geral só são válidos se forem conformes à Constituição. Artigo 7.º (Costume)

É reconhecida a validade e a força jurídica do costume que não seja contrário à


Constituição nem atente contra a dignidade da pessoa humana.

Artigo 8.º

(Estado unitário)

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A República de Angola é um Estado unitário que respeita, na sua organização, os princípios
da autonomia dos órgãos do poder local e da desconcentração e descentralização
administrativas, nos termos da Constituição e da lei.

Artigo 9.º

(Nacionalidade)

1. A nacionalidade angolana pode ser originária ou adquirida.

2. É cidadão angolano de origem o filho de pai ou de mãe de nacionalidade angolana,


nascido em Angola ou no estrangeiro.

3. Presume-se cidadão angolano de origem o recém-nascido achado em território


angolano.

4. Nenhum cidadão angolano de origem pode ser privado da nacionalidade originária.

5. A lei estabelece os requisitos de aquisição, perda e reaquisição da nacionalidade


angolana.

Artigo 10.º

(Estado laico)

1. A República de Angola é um Estado laico, havendo separação entre o Estado e as igrejas,


nos termos da lei.

2. O Estado reconhece e respeita as diferentes confissões religiosas, as quais são livres na


sua organização e no exercício das suas actividades, desde que as mesmas se conformem à
Constituição e às leis da República de Angola.

3. O Estado protege as igrejas e as confissões religiosas, bem como os seus lugares e


objectos de culto, desde que não atentem contra a Constituição e a ordem pública e se
conformem com a Constituição e a lei.

Artigo 11.º

(Paz e Segurança Nacional)

1. A República de Angola é uma Nação de vocação para a paz e o progresso, sendo um


dever do Estado e um direito e responsabilidade de todos garantir, com respeito pela
Constituição e pela lei, bem como pelas convenções internacionais, a paz e a segurança
nacional.

2. A paz tem como base o primado do direito e da lei e visa assegurar as condições
necessárias à estabilidade e ao desenvolvimento do País.

3. A segurança nacional é baseada no primado do direito e da lei, na valorização do sistema


integrado de segurança e no fortalecimento da vontade nacional, visando a garantia da

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salvaguarda do Estado e o asseguramento da estabilidade e do desenvolvimento, contra
quaisquer ameaças e riscos.

5.5 A DEMOCRACIA, DEFINIÇÃO E HISTÓRIA

Definição de Democracia

A palavra Democracia deriva do vocábulo grego demos que significa povo. Neste sentido,
pode ser definida como um regime governamental, onde o povo tem um poder soberano
sobre o poder legislativo e executivo.

Democracia é o “ governo do povo, pelo povo e para o povo”, tendo como objectivo
generalizado fomentar os valores da tolerância, cooperação e compromisso.

História da Democracia

O governo democrático nasceu em Atenas, na antiga Grécia, no século V a.C; neste tempo, o
povo reunia-se em assembleia e votava, sempre que existia necessidade de tomar decisões
em relação a algum assunto fulcral para a comunidade

Embora esta realidade fosse a desejada, só se concretizava em 10%, sendo que apenas
alguns atenienses tinham direito ao voto: as mulheres, os escravos e os estrangeiros não
eram considerados cidadãos e eram totalmente excluídos das grandes decisões. Roma foi
também um caso onde existia abuso de poder por parte dos monarcas e a Democracia era
apenas uma mera utopia que, na realidade, não existia.

As ideias democráticas reapareceram entre os séculos XVII e XVIII, depois de Roma. O


abuso de poder da monarquia levou os intelectuais a meditar sobre o poder absoluto do
governo. Assim lutou-se contra o absolutismo e a favor do poder político e a propriedade
eram hereditários, ou seja, eram “herdados” por familiares.

John Locke, filósofo liberal, distinguiu a esfera pública da esfera privada, bem como a
sociedade política e a sociedade civil. Segundo o seu pensamento, o poder apenas é
legítimo se a sua origem for parlamentar, o que significa que ninguém tem o direito de
ocupar um cargo político só porque nasceu numa família nobre.

Rousseau defendeu uma democracia aproximada com a da velha Grécia. Na opinião deste
filósofo, os governantes não são representantes do povo, mas seus agentes. Desta forma,
devem ser subordinados à soberania popular que toma decisões através de assembleias e
referendos.

Ao longo dos anos, muitos foram as opiniões acerca do conceito de Democracia e existiram
várias modificações até a actualidade.

Angola, segundo o artigo 2º da Constituição da República, é um estado democrático de


direito. O voto é dever cívico e todo o indivíduo com mais de 18 anos de idade poder votar.

Para uma interpretação mais aprofundada deste tema, ler-se o preâmbulo da constituição
Angolana, presente no ponto anterior.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Diogo, F. Psicologia da Educação. Colecção Universidade - Ciências da Educação.

Kuenhe, C. C. (2017). Introdução à ética geral (1ª ed.). Angola: Regrapapiro.

Pe. Binga, E. (2012). Texto de apoio de Ética Especial- ICRA-Cursos de Ciências Religiosas: Ética
da Pessoa. Benguela: ICRA.

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