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CONCURSO: TRF
1 - O que é um orçamento..................................................................................... 1
2 - Princípios Orçamentários................................................................................. 9
3 - Diretrizes orçamentárias................................................................................. 16
4 - Receitas públicas............................................................................................ 20
5 – Despesas públicas.......................................................................................... 28
ÍNDICE: 6 – Classificação institucional funcional-programática da despesa pública........... 38
7 – Lei de Responsabilidade Fiscal........................................................................ 49
8 – Questões FCC................................................................................................. 67
9 – Apêndice A – Artigos da CF/88........................................................................ 85
10 – Apêndice B – Lei 4.320/64............................................................................. 91
11 – Apêndice C – Lei complementar 101/2000 (LRF)........................................... 105
Caros colegas. Damos início, hoje, ao primeiro Secretaria da Fazendo do Estado do Ceará, obtendo
curso de Administração Financeira e Orçamentária aprovação no concurso realizado em 2007. Também
para o TRF. Abordaremos os principais aspectos da obtive aprovação nos seguintes concursos: SEFAZ
disciplina em voga e, concluído o curso, seremos Piauí – Analista do Tesouro Estadual – 2º Lugar (2007);
capazes de fazer praticamente qualquer questão de Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO
AFO cobrada pelas principais bancas: ESAF, FCC, - 2008), Analista de Gestão Financeira (1º Lugar);
CESPE. Ao final deste material, consta extensa lista de Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas do
exercícios com questões da Banca FCC e faremos Estado do Ceará – TCE – 9º Lugar (2008); Analista de
algumas ao longo do curso desta e de outras bancas. Controle Externo do Tribunal de Contas dos
Municípios – TCM (2010); e Analista de Orçamento do
Nossa metodologia será a de exposição da MPU – Ministério Público da União – 3º Lugar (2010).
teoria e resolução de exercícios. Todos os exercícios A experiência profissional é valiosa para a absorção
serão resolvidos ao longo do curso. Qualquer dúvida dos conhecimentos e o pleno entendimento da
oriunda da resolução dos exercícios pode ser tirada matéria e espero dispor disto para tornar este curso
em sala de aula ou através dos canais de comunicação bastante atraente e proveitoso. Então, mãos à obra!
que estabeleço com vocês desde já: meu email –
gnetoconcursos@gmail.com – e meu blog na internet
– http://gnetoconcurseiro.blogspot.com. Sempre que 1. O QUE É UM ORÇAMENTO?
encontrar algum assunto interessante, fruto das
discussões com os colegas, e não puder expor minhas Antes de começarmos a adentrar no
considerações em sala de aula, farei posts no blog e, conteúdo, é importante nos questionarmos acerca do
assim, teremos um veículo permanente de que significa a expressão “orçamento”. O que é
comunicação. Usaremos também o twitter orçamento? Pra que isso serve? Qual seu objetivo?
(@gnetoconcurso) para estabelecermos novos, e
Por que eu faço um orçamento? Elaborar
interativos, canais de comunicação com nossos
orçamento traz a idéia de controle, ou necessidade de
alunos. Teremos novidades, em breve. Espero que
se controlar os recursos disponíveis. Parte-se do
todos gostem do que teremos a oferecer. Tudo no
pressuposto que esses recursos são escassos. Ora, se
intuito de lhe ajudar a obter a aprovação nos
houvesse uma infinidade de dinheiro, por que eu
concursos que virão pela frente.
deveria me preocupar em aplicá-lo da maneira mais
Faço uma breve descrição do meu currículo. eficiente e eficaz possível?
Sou graduado em Ciências Contábeis pela
Claro, preciso fazer um orçamento para saber
Universidade Federal do Ceará (UFC), tendo obtido o
se posso “pagar” aquela conta que pretendo fazer, ou
título de bacharel no final de 2004. Sou especialista
aquela despesa que pretendo realizar. E qual meu
em Contabilidade Pública, mestrando em
parâmetro? Meu salário, ou o saldo da minha conta
Administração e Controladoria, e trabalho na área de
bancária! Em outras palavras: meu limite é o dinheiro
gestão governamental desde 2005. Atualmente,
que disponho. Não há como o céu ser o limite, se só
exerço o cargo de Analista Contábil-Financeiro da
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 1
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
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possuo R$ 50,00 no bolso e a despesa monta um valor 1.1 O QUE É ORÇAMENTO PÚBLICO?
de R$ 100,00. Posso até me utilizar de um cartão de
Orçamento Público é o processo de previsão
crédito para efetuar tal compra, mas, como não terei
de receitas e fixação de despesas que darão respaldo
mesmo condições de pagar a fatura, vou ficar
à execução das políticas públicas. É um processo
devendo. E ficar devendo não é nada bom...
contínuo, dinâmico e flexível, que traduz em termos
O princípio mais básico de um orçamento, financeiros, para determinado período (um ano), os
seguindo nosso simples exemplo, é o EQUILÍBRIO planos e programas de trabalho do governo.
entre Dinheiro disponível (Receitas) e Gastos a serem
Atentemos para e expressão “flexível”. O
efetuados (Despesas). Portanto, para que exista um
orçamento público brasileiro possui um formato
orçamento, faz-se necessária a existência de equilíbrio
razoavelmente flexível, no que diz respeito às
entre receitas e despesas, a fim de que a execução
dotações orçamentárias iniciais que compõem o
desse controle não acarrete em déficits, ou dívidas,
planejado, no início de sua execução. Dizemos que
para o gestor do orçamento.
nosso orçamento é uma Lei Autorizativa. Isto quer
No setor privado, a elaboração e a execução dizer que os créditos autorizados podem ou não ser
do orçamento constituem uma prática gerencial, não realizados. E pior, podem até ser realizados, mas em
havendo a obrigatoriedade legal de sua utilização. No categorias de despesas diversas daquelas
setor público, a situação muda de figura. Em virtude estabelecidas no planejamento inicial.
de uma porção de leis, a prática orçamentária é
A justificativa para essa flexibilidade é
obrigatória no âmbito da Administração Pública.
justamente a “dinâmica” da execução das políticas
União, Estados, DF e Municípios são obrigados a
públicas. Aquelas prioridades previamente
prever e executar seus gastos governamentais através
estabelecidas podem ser substituídas por outras que
de um orçamento, aprovado por uma lei e executado
surgem ao longo do exercício financeiro. Para o
dentro daqueles limites estabelecidos.
atendimento destas prioridades, necessitamos de
A Administração Orçamentária e Financeira orçamento, que é “remanejado” para outros grupos
constitui ramo do Direito Financeiro que respalda a de despesas, distintos daqueles previamente
atividade financeira do estado (o ato de arrecadar e estabelecidos.
gastar os recursos públicos para o cumprimento dos
Existe uma fatia considerável da doutrina que
objetivos governamentais), cujo foco é o
perfilha pela linha da substituição do Orçamento
ORÇAMENTO PÚBLICO. Os principais ditames legais
Autorizativo pelo Orçamento Impositivo. Alegam que
que regulamentam a prática orçamentária no setor
a suposta facilidade de alteração do orçamento inicial
público são:
distorce o planejamento, tornando-o ineficaz. Para
1) A Lei 4.320/64; esses pensadores, é competência do gestor público
prever as situações e estabelecer suas prioridades
2) A Constituição Federal de 88 (Arts. 165 a
quando da elaboração do orçamento. Uma vez
169);
estabelecidas as metas, elas devem ser cumpridas em
3) A Lei Complementar 101/2000 (Lei de sua integralidade, sem que haja possibilidade de
Responsabilidade Fiscal); execução parcial ou remanejamento orçamentário
para outras categorias de despesa.
4) O Manual Técnico de Contabilidade
Aplicada ao Setor Público (STN); Contudo, cabe ressaltar que nosso modelo
orçamentário brasileiro continua sendo o de
5) O Decreto Federal 93.872/86; Orçamento Autorizativo. É importante conhecermos
6) O Decreto-Lei 200/67. tanto o Orçamento Autorizativo como o Orçamento
Impositivo, pois ambas as teorias têm sido cobradas
A obrigatoriedade de o setor público elaborar nos concursos públicos. A propósito, a questão
e gerir suas contas através de um planejamento discursiva do concurso da ANTAQ, organizado pelo
(orçamento) público está descrita na CF 88, art. 174: nosso querido CESPE, propôs uma dissertação sobre
“Como agente normativo e regulador da atividade as diferenças entre essas duas tipologias de
econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as orçamento.
funções de fiscalização, incentivo e planejamento,
sendo este determinante para o setor público e Cuidado! Não confundamos a flexibilidade no
indicativo para o setor privado.” remanejamento das dotações orçamentárias com a
rígida vinculação da arrecadação pública. Sob o vai diferenciar um do outro é apenas a competência
aspecto da receita pública, nosso modelo para sua elaboração.
orçamentário é extremamente rígido, apesar de
O Orçamento Legislativo é o processo de
existir um princípio orçamentário totalmente contra
discussão, elaboração e aprovação do instrumento
tal vinculação. Aprofundaremos todos esses conceitos
orçamentário realizado em sua totalidade pelo Poder
ao longo de nossa aula.
Legislativo. Caberá ao Executivo apenas a execução da
Para encerrarmos essa primeira parte, cabe proposta aprovada. Este tipo de orçamento já foi
apenas citarmos algumas características adicionais do utilizado no Brasil. A Constituição Imperial de 1824
Orçamento Público: estabeleceu a competência de elaboração do
orçamento anual para o Legislativo, sendo que, em
1) O Orçamento Público é uma Lei Formal: o
1826, uma emenda constitucional transferiu tal
orçamento público, após o processo de
competência para o Poder Executivo.
planejamento das políticas públicas, é
convertido em uma Lei Formal, sendo esta O Orçamento Executivo é o processo de
uma peça meramente autorizativa. discussão, elaboração, aprovação e execução do
instrumento orçamentário realizado em sua
2) O Orçamento Público é uma Lei Temporária:
totalidade pelo Poder Executivo. O Legislativo em
todo processo de planejamento necessita de
nada participa do processo orçamentário. Este
um marco temporal, para que se possa fazer o
modelo se identifica com os governos absolutistas,
comparativo entre o que foi executado e o
tendo sido adotado no Brasil na época do império.
que estava previamente estabelecido. A
vigência da lei de orçamento é de um ano, O Orçamento Misto possui procedimentos
conforme o princípio da anualidade. Segundo que envolvem os dois poderes em epígrafe, cada um
o art. 34 da Lei 4.320/64, o exercício com sua competência estabelecida e delimitada. O
financeiro coincide com o ano civil. processo de elaboração, além de sua execução, cabe
exclusivamente ao Poder Executivo, e a discussão e
3) O Orçamento Público é uma Lei Ordinária: o
aprovação da peça elaborada cabem ao Poder
processo legislativo que permeia a aprovação
Legislativo. Cabe também a este poder a fiscalização
do orçamento público é idêntico ao das leis
da execução orçamentária, com o auxílio dos
comuns. Contudo, apenas outra lei, em tese,
Tribunais de Contas. Surge aqui o conceito de controle
pode modificar algum dos dispositivos da lei
externo das contas públicas. Este é o tipo de
de orçamento.
orçamento adotado atualmente em nosso país, cuja
4) O Orçamento Público é uma Lei Especial: a lei regulamentação será abordada em momento
de orçamento é uma lei específica. Ou seja, oportuno.
essa lei não pode abranger outra matéria que
não seja a orçamentária. É vedado, por
exemplo, que na lei de orçamento haja 1.3 EVOLUÇÃO CONCEITUAL DO ORÇAMENTO
autorização para a criação de uma autarquia, PÚBLICO
já que esta matéria não diz respeito ao
Três fatores se fizeram determinantes para a
orçamento público.
evolução instrumental da elaboração e execução dos
orçamentos públicos no Brasil: o desenvolvimento do
estado democrático, o aumento da complexibilidade
1.2 ORÇAMENTO PÚBLICO CONFORME O REGIME
das transações econômicas e o avanço dos
JURÍDICO ADOTADO
conhecimentos em administração, contabilidade e
Uma classificação bastante importante dos economia.
tipos de orçamento público diz respeito à forma de
O orçamento surgiu, inicialmente, como uma
governo adotada. Em outras palavras, dependendo da
peça de mero controle de meios. A receita prevista
forma de governo estabelecida em um país,
era o alvo a ser alcançado pela despesa executada,
diferentes são as competências institucionais para a
não havendo muita preocupação acerca da realização
elaboração e execução do instrumento orçamentário.
daquela receita. Se esta não fosse arrecadada, o gasto
Existem, basicamente, três tipos de orçamento sob
público seria efetuado no montante autorizado pela
esse ponto de vista: o Orçamento Legislativo, o
lei, gerando inúmeros déficits e desequilíbrios das
Orçamento Executivo e o Orçamento Misto. O que
contas públicas. Havia a necessidade de aperfeiçoar o
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processo orçamentário, a fim de mitigar os efeitos Podemos concluir, portanto, que o Orçamento
negativos da inexistência de um planejamento Tradicional é uma técnica que se caracteriza pela
coerente com a realidade do Estado. produção de um documento de previsão de receita e
autorização de despesa, com foco nos objetos de
À medida que as técnicas de planejamento e
gasto. Aliado a isso, ele é corrigido de acordo com o
de intervenção do estado na economia foram
que se gasta no exercício imediatamente anterior.
evoluindo, novas funções ao orçamento público
Desta forma, sua característica maior é a ênfase aos
tiveram que ser incorporadas. Em conseqüência disto,
objetos de gasto, ou seja, ao que se compra.
surgiram outras espécies de orçamento, que a seguir
serão apresentadas. O Orçamento tradicional não enfrenta as reais
necessidades da sociedade e da administração,
deixando de considerar objetivos econômicos e
1.3.1 ORÇAMENTO TRADICIONAL sociais. Essa técnica também é denominada de
orçamento incremental, pois toma por base o
O orçamento tradicional foi o primeiro montante de um determinado item de despesa de um
modelo de elaboração e execução do orçamento período, sobre a importância gasta no período
público visto no Brasil. Tinha como função principal anterior no mesmo item, definindo assim o montante
estabelecer o controle político sobre as finanças de despesa para o próximo exercício.
públicas. Através de controles contábeis e
institucionais, realizava o confronto entre as receitas
previstas, e as arrecadadas, com as despesas fixadas,
1.3.2 ORÇAMENTO DE DESEMPENHO
e as executadas. Ao estabelecer a receita como limite
de gastos, visava a evitar a expansão descontrolada O Orçamento de Desempenho foi uma
dos gastos públicos. tentativa de trazer ao instrumento orçamentário um
teor mais gerencial, agregando aos aspectos contábeis
O lema do orçamento tradicional era “as
a possibilidade de avaliar as prioridades da
coisas que o governo compra”. Havendo recurso
Administração Pública quando da execução do gasto.
disponível, o governo pode comprar, mesmo sem
Representou uma evolução ao modelo de orçamento
saber se aquela aquisição é relevante para o aumento
tradicional, melhorando o processo orçamentário de
do bem-estar das pessoas. Por que não havia esse
forma a garantir que o gestor pudesse avaliar não
controle? Porque o orçamento não tinha sido
somente o montante dos gastos, mas também os
concebido para propiciar as ferramentas necessárias
resultados da ação governamental. Este foi o segundo
para tal controle.
modelo orçamentário utilizado no Brasil.
Percebe-se, portanto, que o enfoque do
O lema deste modelo orçamentário era “as
orçamento tradicional se dá no objeto do gasto
coisas que o governo faz”. A ênfase era naquilo que o
público (o que eu vou comprar, apenas). A ênfase
governo construiu. Tem-se aqui, pela primeira vez, a
desse controle se limita a aspectos contábeis da
idéia de programa de governo. O Enfoque está
gestão (quanto mais receita arrecadada, mais posso
voltado para as realizações do governo. O orçamento
gastar). Ou seja, o foco do orçamento tradicional se
agrega ao equilíbrio (R = D) a alocação de recursos
restringe ao equilíbrio entre receita e despesa (R = D).
com base nos produtos finais a obter ou nas tarefas a
Não há qualquer vinculação entre planejamento
realizar.
(PPA) e orçamento (LOA) para a definição das
prioridades da administração. Contudo, ainda não houve demonstrada
ênfase entre planejamento (PPA) e orçamento (LOA).
E qual a conseqüência disso tudo? Os órgãos
Apesar do gasto público, agora, estar alinhado com
setoriais pressionando o governo por contínua
um objetivo, este não está pré-estabelecido em
ampliação de gastos, sem prévia avaliação destes com
nenhum documento. Não há uma meta pré-
as prioridades governamentais; e o governo
concebida. Novamente, os critérios para a elaboração
promovendo cortes indiscriminados de despesas das
do orçamento eram políticos e institucionais. O
unidades setoriais, com o intuito de viabilizar os
resultado disso foram os conhecidos “Elefantes
ajustes necessários para compensar eventuais
Brancos”, grandes obras que apenas começavam, mas
frustrações da receita arrecadada, ou para obter
ficavam pelo caminho, inacabadas. Prejuízos para os
recursos para outras unidades melhor posicionadas,
cofres públicos e para a população.
politicamente.
E qual a conseqüência disso tudo? Os órgãos A ênfase do OBZ está nas necessidades reais
setoriais continuam pressionando o governo por de gastos públicos, evitando ao máximo os gastos
contínua ampliação de gastos; e o governo continua desnecessários e desperdícios. Há utilização de
promovendo cortes indiscriminados de despesas, das critérios técnicos e institucionais para a elaboração
unidades setoriais, para obter recursos para outras dos orçamentos. Contudo, ainda não é possível
unidades melhor posicionadas, politicamente. verificar vinculação entre Planejamento (PPA) e
Orçamento (LOA).
Portanto, o Orçamento de Desempenho (ou
de realizações) é uma técnica que se caracteriza pela Este modelo de orçamento nunca foi posto
verificação do que o governo realiza e não apenas o em prática no nosso país.
que ele compra, buscando interligar os objetivos de
gasto aos objetivos específicos das ações do governo
(projetos de obras e atividades de manutenção). 1.3.4 ORÇAMENTO PROGRAMA
Apesar da identificação de objetivos em cada ação
governamental, não está vinculado ao processo de Dos tipos de orçamento apresentados, este é
planejamento, não apresentando uma linha que o mais importante e, consequentemente, o que mais
norteie a realização das despesas públicas. cai em concursos públicos. Como o próprio nome já
diz, essa modalidade de orçamento está ligada aos
programas de governo, às realizações que tanto os
governantes almejam. Desta maneira, o orçamento-
1.3.3 ORÇAMENTO BASE-ZERO (OBZ)
programa é uma peça com ligação estreita ao
O Orçamento Base-Zero, ou OBZ, também é planejamento (PPA). Ele indica as ações, programas,
conhecido como orçamento não-incremental. E o que projetos e atividades governamentais, bem como seus
seria um orçamento incremental? Orçamento montantes monetários, as fontes de recursos e as
Incremental é aquele cuja definição dos montantes de metas de gestão dos mesmos.
recursos se realiza através de incorporação de
É importante entendermos isto: o
acréscimos marginais em cada item de despesa,
Orçamento-Programa é a única modalidade de
baseado no mesmo conjunto de despesas do
orçamento que vincula o Planejamento (PPA) à
orçamento anterior. O orçamento seguinte é apenas
execução, ou ao Orçamento (LOA), por intermédio
um incremento do anterior. Podemos perceber essa
das Diretrizes Orçamentárias (LDO).
prática nos dois modelos orçamentários que já
conhecemos: Orçamento Tradicional e Orçamento de O orçamento-programa foi difundido pela
Desempenho. Organização das Nações Unidas - ONU a partir do final
da década de 50, inspirado na experiência do
Qual o problema de um orçamento
orçamento de desempenho nos Estados Unidos da
incremental? Com o passar do tempo, algumas
América.
rubricas incrementadas podem não se constituir mais
objetivos do governo. A alocação de orçamento para O orçamento-programa foi implantado no
essas despesas se torna desperdício de dotações que Brasil através da Lei 4320/64. O art. 2º da referida lei
poderiam estar alocadas em outras áreas prioritárias. comprova nossa afirmação: “A Lei do Orçamento
Isto implicará em engessamento do orçamento e falta conterá a discriminação da receita e despesa de
de dotações ao longo do exercício financeiro. forma a evidenciar a política econômica financeira e
o programa de trabalho do Governo, obedecidos os
O lema do OBZ diz respeito a gastar de acordo
princípios de unidade, universalidade e anualidade”.
com os recursos disponíveis, evitando programas e
projetos não-econômicos. Seria “o que precisa ser O segundo registro de obrigatoriedade da
feito e o que não seria bom ser feito”. observação do orçamento-programa no âmbito
governamental está descrito no Decreto-Lei 200/67,
O processo de elaboração do OBZ exige que
em seu art. 15: “em cada ano será elaborado um
cada administrador justifique detalhadamente todas
orçamento-programa, que pormenorizará a etapa do
as dotações solicitadas em seu orçamento,
programa plurianual a ser realizada no exercício
apresentando os motivos que levam à execução dos
seguinte e que servirá de roteiro à execução
gastos. Todos os gastos devem ser novamente
coordenada do programa anual”.
justificados a cada novo ciclo. Assim, excluem-se as
dotações anteriores e colocam-se novas, todas Mas cuidado! Se uma questão de concurso
baseadas em justificativa para sua realização. cobrar qual foi o primeiro instrumento legal a citar o
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orçamento-programa como modalidade orçamentária públicas abordaremos com mais profundidade essa
no Brasil foi a Lei 4320/64. classificação.
O lema do Orçamento-Programa esta ligado
aos objetivos do governo. Expõe o custo/benefício
1.3.5 O ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
entre “o que o governo faz e o que ele gasta para
fazer”. Existe ênfase no objetivo do gasto (se o gasto O orçamento participativo é um instrumento
alcançou o objetivo estabelecido no programa de que serve para alocar os recursos públicos de forma
governo). É uma concepção gerencial de Orçamento eficiente e eficaz de acordo com as demandas sociais.
Público (Aspectos Administrativos e de Ele surgiu através da iniciativa de elaborar o
Planejamento). Possui enfoque nos programas de orçamento público levando-se em conta a
governo (classificação funcional-programática), ou participação real e efetiva da população,
seja, toda despesa pública encontra-se dentro de um principalmente das associações, sindicatos e ONGs
programa de trabalho, vinculado ao planejamento. (sociedade organizada).
O orçamento-programa leva em consideração, A principal riqueza ou característica do
quando de sua elaboração, critérios unicamente Orçamento Participativo é a democratização da
técnicos. Não há viés político nem institucional em relação: “Estado X Sociedade”. O orçamento
sua elaboração. Há plena vinculação entre as metas participativo rompe com a visão tradicional da
estabelecidas no planejamento global (PPA) e os política, em que o cidadão praticamente encera a sua
resultados a serem alcançados (LOA), considerando participação no ato de votar, e os governantes eleitos
todas as diretrizes a serem seguidas para o alcance podem fazer o que bem entendem com o dinheiro
dos objetivos (LDO). público, por meio de políticas públicas imediatistas ou
populistas, objetivando atender a determinados
Outra observação importante. Os concursos
clientes. Nesse processo orçamentário o cidadão
em geral têm cobrado a definição de orçamento-
deixa de ser um simples coadjuvante para ser
programa sob o seguinte aspecto: um plano de
protagonista ativo da gestão pública.
trabalho expresso por um conjunto de ações a
realizar e pela identificação dos recursos necessários Vejamos uma questão sobre orçamento
à sua execução. participativo:
Outras características verificadas no 1) (ESAF APO/MPOG –2005) O orçamento
orçamento-programa: as relações insumo-produto, as participativo é um importante instrumento de
alternativas programáticas, o acompanhamento físico- participação do cidadão na gestão pública. A
financeiro, a avaliação de resultados e a gerência por respeito desse instrumento, indique a opção
objetivos. correta.
a) O processo de Orçamento Participativo gera
decisões públicas, pois permite que os
1.3.4.1.CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL-PROGRAMÁTICA
governantes exerçam, direta e
A implantação do orçamento-programa concretamente, a luta por seus interesses,
conduziu a Administração Pública à adoção da combinando a sua decisão individual com a
classificação funcional-programática. A necessidade participação coletiva.
de definição das áreas de atuação dos gastos públicos
b) O processo de Orçamento Participativo
motivou a adoção desta classificação. Analisando-a, é
permite a democratização da relação entre a
possível estabelecer ONDE o gasto foi feito, com O
União, Estados e Municípios, já que os
QUÊ foi gasto, PARA QUÊ foi gasto, o QUANTO foi
gestores públicos deixam de ser simples
gasto, e QUANDO foi gasto o dinheiro público. Ou
coadjuvantes da política tradicional para
seja, através dessa classificação é possível efetuar a
serem protagonistas ativos da gestão
avaliação dos programas governamentais e sua
pública.
compatibilidade com o planejamento plurianual.
c) O processo de Orçamento Participativo
A moderna classificação funcional-
contribui para a criação de uma esfera
programática aborda os seguintes itens: FUNÇÃO,
pública, estatal, em que os governantes
SUBFUNÇÃO, PROGRAMA, PROJETO, ATIVIDADE,
consolidam tanto processos de co-gestão
OPERAÇÕES ESPECIAIS. Na aula sobre as despesas
sociais e externalidades positivas justifica a desses itens, que possuem alta participação no
produção, mesmo que parcial, pelo setor público. consumo das populações mais carentes.
Temos por principais exemplos os serviços de
Reforçando: A Função Distributiva se
educação e saúde.
manifesta pela necessidade de diminuição das
Em outras palavras, a função alocativa nada diferenças entre a produção de riqueza e a
mais é do que o financiamento dos gastos públicos, distribuição de renda de uma população. Para tanto,
em áreas prioritárias, através da política o Governo lança mão de instrumentos de
orçamentária. redistribuição da renda para garantir às populações
mais carentes acesso a melhores condições de vida.
Ele faz isto, basicamente, de três formas: Através da
1.5.2 FUNÇÃO DISTRIBUTIVA Tributação (cobrança progressiva de impostos),
através dos Gastos Públicos (direcionados às
A Função Distributiva visa à diminuição das populações de baixa renda) e através dos Subsídios
disparidades entre as variáveis renda e riqueza de (estimulando a produção de bens e serviços de
uma determinada população. Um Estado rico não primeira necessidade, como a cesta básica).
necessariamente resulta em pessoas abastadas de
recursos. No Brasil, inúmeros são os casos de Estados
e Municípios com grandes riquezas que contrastam
1.5.3 FUNÇÃO ESTABILIZADORA
com a pobreza e miserabilidade de seu povo. Em
outras palavras, as riquezas produzidas ficam nas A função estabilizadora do Estado passou a
mãos de poucas pessoas. Isto acontece porque ser defendida, de forma mais evidente, a partir da
critérios puramente econômicos de eficiência na formulação da Teoria Geral do Emprego, Juro e da
utilização dos fatores de produção não são suficientes Moeda, em 1936, pelo economista John Maynard
para garantir uma distribuição da renda mais justa à Keynes. É a conhecida Teoria Keynesiana. Até a
população. formulação da citada teoria, achava-se que o
mercado, por si só, conseguia se auto-ajustar ao nível
Assim sendo, cabem alguns ajustes
de pleno emprego da economia (lembram-se do
distributivos a serem operacionalizados pelo Governo,
ótimo de pareto?). Ou seja, não havia a necessidade
com o objetivo de promover uma distribuição de
de se preocupar com o desemprego e a inflação. O
renda mais justa pela sociedade. Para tanto, o
mercado conseguia se adaptar aos diferentes
Governo dispõe de três instrumentos básicos de
panoramas econômicos que surgiam. Com base nesse
redistribuição de renda: a tributação, os gastos
pensamento, o mercado só estaria disposto a
públicos, e os subsídios.
empregar pessoas até o limite de vendas dos seus
Através da Tributação, o Governo pode produtos.
efetuar uma redistribuição direta da renda, via
Entretanto, em épocas de altas flutuações na
tributação progressiva a indivíduos com renda mais
economia, especialmente as negativas, poderíamos
elevada. Em contrapartida, tributa com menos peso,
ter aumento do desemprego e da inflação,
podendo até mesmo nem “cobrar” tributos de
desestabilizando o crescimento econômico. É neste
indivíduos com renda mais baixa.
contexto que a atuação governamental é importante
Através dos Gastos Públicos, o Governo pode para assegurar os altos índices de emprego e
financiar programas voltados para as parcelas de crescimento. O governo, através de políticas
população de baixa renda, como a construção de governamentais, especialmente a fiscal e a
casas populares, programas que visam à geração do monetária, protegeria a economia de flutuações
primeiro emprego, à qualificação profissional, com os bruscas, inibindo o aumento do desemprego e os
recursos obtidos através da arrecadação de altos índices de inflação, assegurando a estabilização
impostos. do cenário econômico.
O Governo pode, ainda, impor alíquotas Por intermédio da política fiscal, o governo
tributárias mais severas a itens luxuosos ou pode direcionar seus gastos para consumo e
supérfluos, aumentando sua arrecadação, e cobrar investimento, impulsionando o aumento da demanda
alíquotas mais baixas a itens essenciais, como a cesta agregada, tendo como resultado um maior nível de
básica, estimulando, ou Subsidiando, a produção emprego e renda. Por outro lado, o governo também
pode reduzir alíquotas de impostos, com o intuito de
elevar a renda disponível das pessoas e estimular os durante o qual podem os parlamentares consentir em
gastos, gerando fator multiplicador de renda na delegar seus poderes e o período mínimo necessário
economia. aos governos para pôr o orçamento em execução”.
Através da política monetária, o governo A regra, quanto à elaboração dos programas
pode promover redução nas taxas de juros de governamentais, é que estes tenham sempre duração
empréstimos, estimulando o aumento dos anual. Contudo, temos uma exceção que consta em
investimentos, que por sua vez aumentam a demanda nossa legislação: a que trata dos programas
agregada e a renda nacional. O que se tem visto é que plurianuais. Qualquer programa, com vigência
o governo se utiliza de ambas as políticas econômicas, plurianual, só poderá constar no orçamento público
a fiscal e a monetária, para alcançar suas prioridades e caso esteja previsto no Plano Plurianual (PPA). Em
garantir a estabilização da economia. outras palavras, a vigência dos programas plurianuais
está adstrita ao exercício financeiro, só podendo
constar nos orçamentos seguintes caso existam metas
2. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS respectivas no PPA.
Os Princípios, em qualquer disciplina, têm o Vejamos o Art. 167, § 1º, da CF/88: “nenhum
condão de direcionar os comportamentos, a fim de investimento cuja execução ultrapasse um exercício
garantir o cumprimento dos meios necessários à financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no
obtenção dos fins desejados. Quanto ao Orçamento plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão,
Público, os Princípios Orçamentários visam a sob pena de crime de responsabilidade.”
aumentar a consistência da elaboração e execução
Podemos concluir, então, que a regra de
dos orçamentos da União, Estados, DF e Municípios.
vigência dos créditos orçamentários é anual, exceto
Todos os princípios orçamentários giram em torno do
quanto aos programas plurianuais constantes no PPA
equilíbrio das contas públicas e de sua correta gestão.
(autorizados por lei), em que sua execução pode
O objetivo é garantir o cumprimento dos programas
ultrapassar o exercício financeiro.
governamentais e da satisfação do bem-estar das
pessoas. A Lei 4.320/64 também faz singela menção ao
princípio da Anualidade:
Atualmente, dispomos de 10 (dez) princípios
orçamentários fundamentais: Anualidade, Unidade, “Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a
Universalidade, Exclusividade, Especificação, discriminação da receita e despesa de forma a
Publicidade, Orçamento Bruto, Não-Afetação das evidenciar a política econômica financeira e o
Receitas, Legalidade e Equilíbrio. Todos terão o devido programa de trabalho do Governo, obedecidos os
tratamento a partir de agora. princípios de unidade, universalidade e anualidade.”
Isto implica dizer que cada Município terá sua Especificamente para a União, que é o nosso
lei orçamentária anual, cada Estado e também a caso, a Decreto 93.872/86 (dispõe sobre a Conta
União. Única do Tesouro Nacional), estabelece o seguinte:
A Lei 4.320/64 também faz singela menção ao “Art. 1º A realização da receita e da despesa da União
princípio da Unidade: far-se-á por via bancária, em estrita observância ao
princípio de unidade de caixa (Lei nº 4.320/64, art. 56
“Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a
e Decreto-lei nº 200/67, art. 74)”.
discriminação da receita e despesa de forma a
evidenciar a política econômica financeira e o Temos, então, além do princípio da Unidade,
programa de trabalho do Governo, obedecidos os para a Lei Orçamentária Anual, o princípio da Unidade
princípios de unidade, universalidade e anualidade.” de Caixa, para o Caixa Único do Tesouro Nacional.
Outro detalhe importante: nossa CF/88 Vejamos uma questão de concurso sobre o
estabeleceu uma subdivisão na estrutura assunto:
orçamentária da LOA (Lei Orçamentária Anual), mas
2) (ESAF – AFC/STN –2008) Constitui evidência do
isto não significa a existência de mais de um
princípio da unidade orçamentária:
orçamento para cada Ente. Apenas para que se faça
maior controle sobre determinados gastos públicos, a) um orçamento que contenha todas as
ficou estabelecido que a Lei Orçamentária Anual receitas e todas as despesas.
deverá conter:
b) um único orçamento é examinado, aprovado
CF. Art. 165: e homologado e ainda a existência de um
caixa único e uma única contabilidade.
“§ 5º - A lei orçamentária anual
compreenderá:” c) a existência de um orçamento que abranja
tanto a área fiscal como a área
“I - o orçamento fiscal referente aos Poderes
previdenciária e o investimento das estatais.
da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações d) uma lei orçamentária anual que não
instituídas e mantidas pelo Poder Público;” contenha matéria estranha ao orçamento.
“II - o orçamento de investimento das e) um orçamento que abranja os Três Poderes
empresas em que a União, direta ou indiretamente, da União.
detenha a maioria do capital social com direito a
voto;”
“III - o orçamento da seguridade social, 2.3. PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE
abrangendo todas as entidades e órgãos a ela Conforme esse princípio, a Lei Orçamentária
vinculados, da administração direta ou indireta, bem Anual, Una, deverá conter todas as Receitas e
como os fundos e fundações instituídos e mantidos Despesas a serem executadas pelo Governo. É com
pelo Poder Público.” base nesse princípio que nenhum fato econômico
Portanto, a subdivisão da LOA em: Orçamento pode passar à margem do orçamento público.
Fiscal, Orçamento de Investimentos e Orçamento da A Universalidade na previsão das receitas e
Seguridade Social não representa desobediência ao despesas governamentais visa a garantir três
princípio da Unidade, já que ambas as divisões objetivos:
representam apenas um controle gerencial do destino
dos gastos governamentais. a) possibilitar conhecimento a priori de todas as
receitas e despesas a serem executadas em
Cabe ressaltar, adicionalmente, que a Lei determinado exercício;
4.320 estabeleceu uma variante do princípio da
Unidade, que é a Unidade de Tesouraria. Vejamos o b) impedir que sejam realizadas outras operações
que trata o art. 56 desta Lei: distintas daquelas autorizadas pelo orçamento;
“Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á c) conhecer o volume máximo dos gastos
em estrita observância ao princípio de unidade de governamentais que foram projetados para
tesouraria, vedada qualquer fragmentação para determinado exercício, a fim de autorizar a cobrança
criação de caixas especiais.”
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3) (ESAF - AFC/CGU - 2008) No Brasil, para que o A Lei 4.320 estabelece a obrigatoriedade da
controle orçamentário se tornasse mais eficaz, ao observância deste princípio, em seu Art. 5º:
longo dos anos, tornou-se necessário estabelecer
“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará
alguns princípios que orientassem a elaboração e
dotações globais destinadas a atender
a execução do orçamento. Assim, foram
indiferentemente a despesas de pessoal, material,
estabelecidos os chamados “Princípios
serviços de terceiros, transferências ou quaisquer
Orçamentários”, que visam estabelecer regras
outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu
para elaboração e controle do Orçamento. No
parágrafo único.”
tocante aos Princípios Orçamentários, indique a
opção correta. Existe uma exceção à observância da
Especificação:
a) O orçamento deve ser uno, ou seja, no
âmbito de cada esfera de Poder deve existir “Art. 20, Parágrafo único. Os programas
apenas um só orçamento para um exercício especiais de trabalho que, por sua natureza, não
financeiro. possam cumprir-se subordinadamente às normas
gerais de execução da despesa poderão ser custeadas
b) O princípio da exclusividade veda a inclusão,
por dotações globais, classificadas entre as Despesas
na lei orçamentária anual, de autorização
de Capital.”
para aumento da alíquota de contribuição
social, mesmo respeitando-se o prazo de As outras normas, constantes na Lei 4.320,
vigência previsto na Constituição. inerentes ao princípio da especificação são as
seguintes
c) A vinculação de receitas de taxas a fundos
legalmente constituídos é incompatível com “Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação
o princípio da não-afetação, definido na da despesa far-se-á no mínimo por elementos.”
Constituição Federal.
“§ 1º Entende-se por elementos o
d) O princípio da especificação estabelece que desdobramento da despesa com pessoal, material,
a lei orçamentária anual deverá especificar a serviços, obras e outros meios de que se serve a
margem de expansão das despesas administração publica para consecução dos seus fins.”
obrigatórias de caráter continuado,
conforme determina a Lei de Vejamos uma questão de concurso:
Responsabilidade Fiscal. 4) (FGV – Consultor Orçamentário do Senado – 2008)
e) O princípio do equilíbrio é A lei 4320/64 consagra princípios orçamentários que
constitucionalmente fixado e garante que o cuidam de aspectos substanciais a serem observados
montante das receitas correntes será igual na elaboração do orçamento. Em relação ao princípio
ao total das despesas correntes. da especificação assinale a afirmativa correta.
a) As receitas e despesas devem aparecer no
orçamento de maneira discriminada de tal forma que
2.5 PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO se possa saber, pormenorizadamente, a origem dos
recursos, bem como a sua aplicação.
O Princípio da Especificação, também
denominado Princípio da Discriminação, prega que b) O orçamento deve ser elaborado de maneira a
todas as Receitas e Despesas do orçamento público conter todas as receitas e despesas públicas, sem
devem aparecer de maneira detalhada, de tal forma quaisquer deduções ou compensações entre
que se possa saber, em seus pormenores, a origem e devedores e credores.
a aplicação dos recursos.
c) A lei orçamentária anual deverá conter apenas
A especificação é um dos pilares da matéria pertinente ao orçamento público, excluindo-
transparência na divulgação das informações se quaisquer dispositivos estranhos à previsão da
governamentais. Não basta tornar público, é preciso receita e à fixação das despesas, ressalvados os casos
que aquele relatório seja de fácil entendimento e previstos na legislação.
interpretação, para que qualquer pessoa saiba o que
está acontecendo com o dinheiro público. (Princípio d) O orçamento compreende uma unidade que
da Clareza) abrange as receitas e despesas de todos os Poderes e
Órgãos da Administração Pública pelos seus totais,
observada a discriminação quanto aos aspectos tem como escopo impedir que se incluam na lei
fiscais, sociais e previdenciários. orçamentária, quanto a determinado serviço
público, os saldos:
e) As receitas não poderão ter vinculação com
quaisquer despesas, órgãos ou fundos, ressalvada a (A) positivos.
vinculação prevista para as despesas com educação,
(B) negativos.
saúde e assistência social.
(C) positivos contábeis.
(D) negativos contábeis.
2.6 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
(E) positivos ou negativos.
Como em todo tipo de ato público, é preciso
se dar ampla divulgação aos orçamentos
governamentais, inclusive em meios eletrônicos.
Outro meio utilizado pelos governos para dar 2.8 PRINCÍPIO DA NÃO-AFETAÇÃO DAS RECEITAS
publicidade ao orçamento público é sua publicação no Este princípio afirma que não deve haver
diário oficial. Contudo, a publicidade não pode nem vinculação de Receitas a determinado tipo de
deve encontrar limites na mera publicação. Aqui, Despesa. Inclusive, esta afirmação encontra respaldo
fazemos íntima ligação entre este princípio e o da na nossa CF/88, no Art. 167:
clareza. Não basta a informação estar disponível, ela
precisa ser inteligível, compreensível a todos os “Art. 167. São vedados: ... IV - a vinculação de
cidadãos. receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação
dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a
2.7 PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO-BRUTO destinação de recursos para as ações e serviços
públicos de saúde, para manutenção e
Conforme este princípio, todas as Receitas e desenvolvimento do ensino e para realização de
Despesas constantes no Orçamento devem constar atividades da administração tributária, como
por seus valores brutos, vedadas quaisquer deduções. determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º,
A inserção dos valores brutos na proposta 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
orçamentária visa a impedir uma subestimação das operações de crédito por antecipação de receita,
dotações e das receitas, a fim de mascarar condutas previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no §
escusas. 4º deste artigo.”
Temos como exemplo o fato de Estados Contudo, a mesma CF, com base nesse
repassarem para os Municípios, por determinação dispositivo, autorizou a vinculação de Receitas a
constitucional, 25% do ICMS arrecadado. Quando da inúmeros tipos de despesas, que destacamos a seguir:
previsão, a mesma deve ser feita em seu valor total. A
saída do recurso para os Municípios via transferência a) A repartição do IR e do IPI para os Estados (FPE) e
governamental será feita a título de Despesa. para os Municípios (FPM) – art. 159;
A Lei 4.320 traz um dispositivo acerca da b) O IRRF pelos Estados e pelos Municípios fica com os
matéria em voga: mesmos - art. 157 e 158;
“Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei c) 50% do ITR vão para os Municípios (100% para os
de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer Municípios que fiscalizem e arrecadem o tributo) –
deduções.” art. 158;
“§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública d) 50% do IPVA arrecadado pelo Estado vão para os
deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, Municípios – art. 158;
no orçamento da entidade obrigada a transferência e, e) 25% do ICMS arrecadado pelo Estado vão para os
como receita, no orçamento da que as deva receber.” Municípios – art. 158;
Vejamos uma questão de concurso sobre o f) 20% dos impostos residuais instituídos pela União
assunto: vão para os Estados – art.157;
5) (FGV - Auditor Substituto de Conselheiro –
TCM/RJ – 2008) O princípio do orçamento bruto
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não poderão ser executadas em sua totalidade. Assim, âmbito governamental decorre de decisões
o gestor necessita contingenciar o orçamento e coibir trabalhistas – reclamações de servidores por horas-
a execução da despesa acima da arrecadação. Desta extras não pagas). Riscos fiscais imprevistos são
forma, também se evitam desvios e riscos tendentes a situações decorrentes de: Guerra, Calamidade Pública
desequilibrar as contas do governo. ou Grave Comoção Interna.
O controle de custos e avaliação dos Vejamos mais uma questão de concurso:
programas governamentais começa a ganhar
11) (ESAF – APO/SP - 2009) Assinale a opção que
destaque no âmbito governamental. Contudo, ainda
apresenta uma das principais características da
não dispomos de normas efetivas para avaliar
lei de diretrizes orçamentárias, segundo a
programas e identificar o que é custo ou desperdício,
Constituição Federal de 1988.
em virtude do grau de subjetividade da matéria. A LRF
quis, na verdade, estimular uma tendência na a) Especifica as alterações da legislação
administração pública: o caráter gerencial na gestão tributária e do PPA.
dos recursos públicos, a fim de evitar gastos
desnecessários e fazer “render” o dinheiro da b) Define a política de atuação dos bancos
população. Desta forma, mais políticas públicas estatais federais.
podem ser atendidas sem a necessidade de aumentar c) Define as metas e prioridades da
ainda mais a carga de tributos e contribuições. administração pública federal.
As transferências de recursos dos orçamentos d) Determina os valores máximos a serem
para entidades públicas e privadas sempre foi um transferidos, voluntariamente, aos Estados,
problema para a gestão financeira do tesouro Distrito Federal e Municípios.
governamental. Isto porque se não houver efetivo
controle dos repasses, e da condição financeira de e) Orienta a formulação das ações que
efetivá-los, existe elevada possibilidade de integrarão o orçamento do exercício
desperdícios de volumes significativos de recursos, seguinte.
com corrupção e malversação, inviabilizando uma 12) (ESAF – AFC/CGU - 2008) De acordo com a
porção de novos programas governamentais. Constituição Federal, foi reservada à Lei de
É certo que os maiores ganhos agregados à Diretrizes Orçamentárias a função de:
LDO foram os Anexos: de Metas Fiscais e de Riscos a) definir, de forma regionalizada, as diretrizes,
Fiscais. os objetivos, as metas e prioridades da
No Anexo de Metas Fiscais (AMF) constarão as administração pública federal, incluindo as
metas bimestrais para receitas, despesas, resultados despesas de capital para o exercício
nominal e primário, e do montante da dívida pública, financeiro subseqüente.
considerando o histórico dos três anos anteriores e a b) estabelecer critérios e forma de limitação de
projeção para o exercício que entrar em vigor e os empenho, nos casos previstos na legislação.
dois seguintes. O AMF é o instrumento hábil para o
acompanhamento da execução do orçamento e, caso c) disciplinar as transferências de recursos a
suas metas não estejam sendo cumpridas, a limitação entidades públicas e privadas.
de empenho será necessária para o não d) dispor sobre alterações na legislação
comprometimento do cumprimento das metas do tributária.
governo.
e) dispor sobre o equilíbrio entre receitas e
Já o Anexo de Riscos Fiscais (ARF) dispõe despesas.
acerca do cálculo e utilização da Reserva de
Contingência, sobra de recursos necessária para a A Lei Orçamentária Anual (LOA) deve ser
cobertura de passivos contingentes e riscos fiscais elaborada em compatibilidade com o PPA e a LDO, em
imprevistos. Por passivos contingentes devemos conformidade com o disposto no art. 5º da LRF. Um
entender as despesas decorrentes de alguma item importante que deve constar na LOA, imposto
contingência, como, por exemplo, às relacionadas pela LRF, é a Reserva de Contingência (metodologia
com decisões judiciais, em que não há como precisar estabelecida na LDO), calculada com base na Receita
quando e se deverá ser quitado algum débito (por Corrente Líquida, que será utilizada para a cobertura
exemplo: um passivo contingente até freqüente no
de Passivos Contingentes e Riscos Fiscais Imprevistos, o PPA (regionalizados) e devem primar pela redução
dispostos no Anexo de Riscos Fiscais (ARF). das desigualdades inter-regionais, conforme critério
populacional.
A estrutura da LOA, conforme nossa
Constituição Federal, consta no Art. 165, parágrafo 5º: Vejamos uma questão de concurso sobre a
LOA:
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
13) (ESAF – APO/SP - 2009) O orçamento público
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes
pode ser entendido como um conjunto de
da União, seus fundos, órgãos e entidades da
informações que evidenciam as ações
administração direta e indireta, inclusive
governamentais, bem como um elo capaz de ligar
fundações instituídas e mantidas pelo Poder
os sistemas de planejamento e finanças. A
Público;
elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA),
II - o orçamento de investimento das segundo a Constituição Federal de 1988, deverá
empresas em que a União, direta ou espelhar:
indiretamente, detenha a maioria do capital
a) exclusivamente os investimentos.
social com direito a voto;
b) as metas fiscais somente para as despesas.
III - o orçamento da seguridade social,
abrangendo todas as entidades e órgãos a ela c) as estimativas de receita e a fixação de
vinculados, da administração direta ou despesas.
indireta, bem como os fundos e fundações
d) a autorização para a abertura de créditos
instituídos e mantidos pelo Poder Público.
adicionais extraordinários.
Duas observações contidas na CF/88 acerca da
e) a autorização para criação de novas taxas.
LOA merecem bastante destaque. Como já sabemos,
o PPA deve ser elaborado de forma regionalizada. O Os prazos para a elaboração das peças
objetivo declarado desse planejamento e privilegiar a Orçamentárias são os seguintes:
necessidade de diminuição das desigualdades sociais
existentes entre as regiões brasileiras. PPA
Pois bem, a LOA deve estar compatibilizada Envio para o Legislativo: até o dia 31/08 do
com essas determinações, vejamos os parágrafos 6º e primeiro ano do mandato do governante
7º: Aprovação pelo Legislativo: Até o final da
§ 6º - O projeto de lei orçamentária será seção legislativa (22/12)
acompanhado de demonstrativo Vigência: Válido pelos próximos 4 anos – 3
regionalizado do efeito, sobre as receitas e anos do atual mandante + 1 ano do gestor seguinte
despesas, decorrente de isenções, anistias,
remissões, subsídios e benefícios de natureza LDO
financeira, tributária e creditícia. Envio para o Legislativo: até o dia 15/04
§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, Aprovação pelo Legislativo: até o final da
deste artigo, compatibilizados com o plano primeira parte da seção legislativa (17/07)
plurianual, terão entre suas funções a de
reduzir desigualdades inter-regionais, Vigência: Até o final do exercício seguinte da
segundo critério populacional. sua aprovação.
pertencentes ao plano de contas único da 4) (ESAF SEFAZ SP Analista de Plan. 2009) Tomando
Administração Pública Federal. Essa estrutura consta por base as disposições contidas na Lei n.
no Manual da Receita Nacional, editado pela 4.320/64, assinale a opção falsa, a respeito da
Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a ser cumprido conceituação e classificação da receita
por todos os Entes Federados. Foram inseridas duas orçamentária brasileira.
rubricas de receitas orçamentárias entre as categorias
a) As receitas correntes, na sua maioria, estão
econômicas, a fim de permitir o atendimento ao
relacionadas com as modificações
conteúdo do § 1º do art. 50 da LRF. O objetivo, com
qualitativas do patrimônio.
essa inserção, é permitir a identificação das receitas
decorrentes de transações entre entidades e órgãos b) A previsão a menor não impede que seja
que compõem o orçamento fiscal e seguridade social, reconhecido e contabilizado o excesso de
tendo em vista que essas receitas não devem ser arrecadação como receita do exercício.
computadas quando da elaboração de demonstrações
contábeis consolidadas, pois representam c) As receitas de capital, na sua maioria, estão
duplicidades: item 7 – Receita Intraorçamentária relacionadas com fatos contábeis
Corrente; item 8 – Receita Intraorçamentária de permutativos do patrimônio.
Capital. d) As receitas decorrentes da prestação de
Conforme o Manual da Receita Nacional, a serviços por entidade pública são
classificação econômica tem a seguinte estrutura: classificadas como correntes.
arrecadação, o Estado fica mais rico, pois dispõe de pagamento é voluntário. São as receitas de Economia
maior volume de recursos para financiar seus gastos. Privada obtidas pelo governo. Este deve utilizar-se
desses recursos como forma de complementar a
Do ponto de vista contábil, o lançamento das
arrecadação tributária.
Receitas Efetivas não é precedido de registro de
reconhecimento, havendo o ingresso gerado impacto Exemplos de Receitas Originárias: Receitas de
direto no patrimônio da entidade. Aluguéis, Receitas de venda de bens (estoques de
produtos acabados, de mercadorias para revenda),
Dito isto, podemos afirmar o seguinte: Todas
Receitas de Aplicações Financeiras.
as Receitas Correntes geram variações efetivas
positivas no Patrimônio Líquido governamental. As Receitas Derivadas são aquelas em que o
Exceção: recebimento de dívida ativa, que é uma Estado manifesta, deliberadamente, seu poder de
receita não efetiva. (Obs: além das receitas correntes, império e cobra, compulsoriamente, tributos das
exceto a arrecadação da dívida ativa, temos as pessoas, a fim de financiar seus gastos
transferências de capital recebidas como receitas governamentais. Essa prerrogativa advém das
efetivas. Veremos isso adiante). competências constitucionais de que o Estado dispõe
para instituir e cobrar tributos. São encargos que as
A Receita Não-Efetiva caracteriza-se por não
pessoas não podem se negar a pagar, pois servem
se incorporar ao patrimônio, proporcionando apenas
como a base financeira para o desenvolvimento da
meras mutações patrimoniais (fatos permutativos).
atividade estatal. São as receitas de Economia Pública,
São os ingressos obtidos com contrapartida no passivo
ou Direito Público, obtidas pelo governo.
(aumento) ou no ativo (diminuição). Podemos afirmar,
portanto, que as receitas não-efetivas, vistas Exemplos de Receitas Derivadas: Receitas de
isoladamente, não afetam o Patrimônio Líquido do Tributos, de Contribuições Sociais e demais espécies
Ente Governamental. Com essa arrecadação, o Estado tritutárias.
não fica mais rico, visto que a entrada de recursos no
Vejamos algumas questões de concurso:
ativo foi contrabalanceada com o aumento do
passivo, ou a diminuição de outro ativo. 6) (ESAF SEFAZ SP Analista de Plan. 2009) Constituem
modalidade de receita derivada, exceto:
Dito isto, podemos afirmar o seguinte: Todas
as Receitas de Capital, além do recebimento de dívida a) tributos.
ativa, geram variações permutativas, ou mutações, no
Patrimônio Líquido governamental. Exceção: as b) penalidades pecuniárias.
Transferências de Capital Recebidas, que são fatos c) multas administrativas.
modificativos aumentativos para os Entes
recebedores dos recursos. d) taxas.
Tendo ocorrido o fato gerador, há condições das receitas, o novo entendimento emanado pelos
de se proceder ao registro contábil do direito da manuais técnicos de contabilidade, aplicados ao setor
fazenda pública em contrapartida a uma variação público, e pelas normas brasileiras de contabilidade
ativa, em contas do sistema patrimonial, o que aplicadas ao setor público, como vimos, é que a
representa o registro da receita por competência. receita é integralmente reconhecida pelo regime de
Competência. Assim, é possível se fazer a
Gostaria de, neste ponto, fazer uma distinção
hamonização das normas contábeis praticadas tanto
clara acerca do reconhecimento da receita pública na
pelo setor público quanto pelo privado.
contabilidade governamental.
Outra informação importante: as etapas da
Sob o enfoque orçamentário, a receita pública
receita orçamentária seguem a ordem de ocorrência
é reconhecida no momento da arrecadação (art. 35,
dos fenômenos econômicos, levando-se em
Lei 4.320/64). É por isso que dizemos que a receita
consideração o modelo de orçamento existente no
pública, sob esse enfoque, é mensurada pelo regime
país e a tecnologia utilizada. Dessa forma, a ordem
de caixa.
sistemática inicia-se com a previsão e termina com o
Sob o enfoque patrimonial, a receita pública é recolhimento, conforme fluxograma apresentado
reconhecida no momento do lançamento, através da abaixo.
movimentação de contas patrimoniais (sistema
patrimonial), representando a utilização do regime de
competência para o registro. Mas cuidado: o registro
da receita pelo lançamento, sob enfoque patrimonial,
gera lançamentos extraorçamentários, pois, como
vimos acima, só podemos considerar receitas
orçamentárias aquelas efetivamente arrecadadas.
RECEITA LANÇADA – Receita sob aspecto Patrimonial
– Receita Extraorçamentária
RECEITA ARRECADADA – Receita sob aspecto
Orçamentário – Receita Orçamentária
Algumas receitas não percorrem o estágio do
lançamento, conforme se depreende pelo art. 52 da
Lei nº 4.320/64:
Detalhe importante: toda Receita Lançada e
“São objeto de lançamento os impostos diretos e
não Arrecadada se transforma em Dívida Ativa. Nesse
quaisquer outras rendas com vencimento determinado
momento, a Receita deixa de ser reconhecida pelo
em lei, regulamento ou contrato.”
regime de caixa e passa a ser pelo regime de
A Arrecadação é a entrega, realizada pelos competência.
contribuintes ou devedores, aos agentes
A Dívida Ativa, regulamentada a partir da
arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente, dos
legislação pertinente, abrange os créditos a favor da
recursos devidos ao Tesouro.
Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram
O Recolhimento é a transferência dos valores apuradas, por não terem sido efetivamente recebidos
arrecadados à conta específica do Tesouro, nas datas aprazadas. É, portanto, uma fonte potencial
responsável pela administração e controle da de fluxos de caixa, com impacto positivo pela
arrecadação e programação financeira, observando-se recuperação de valores, espelhando créditos a
o Princípio da Unidade de Caixa, representado pelo receber, sendo contabilmente reconhecida no Ativo.
controle centralizado dos recursos arrecadados em
Não se confunde com a Dívida Passiva, que
cada ente.
representa as obrigações do Ente Público para com
Mas cuidado! Se as questões solicitarem qual terceiros, e que é contabilmente registrada no Passivo
o tratamento contábil das receitas sob o enfoque e denominada de Dívida Pública.
orçamentário, você responderá que elas são
A Dívida Ativa integra o grupamento de
reconhecidas pelo regime de Caixa. Mas se as
Contas a Receber e constitui uma parcela do Ativo de
questões cobrarem o enfoque geral da contabilização
grande destaque na estrutura patrimonial de qualquer juros de mora, de acordo com preceitos legais
órgão ou entidade pública. pertinentes aos débitos tributários. (Parágrafo
incluído pelo decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979).
Os montantes a serem registrados em Contas
a Receber devem ser mensurados por seu valor § 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos
líquido de realização, ou seja, pelo produto final em mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os
dinheiro ou equivalente que se espera obter, de valores correspondentes à respectiva atualização
forma a assegurar a fiel demonstração dos fatos monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de
contábeis. No entanto, nem sempre é possível que tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de
assegurar que os valores registrados efetivamente outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645,
serão recebidos, existindo um percentual de incerteza de 11 de dezembro de 1978.(Parágrafo incluído pelo
sobre a realização dos créditos. Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979).
A Lei 4.320/64 traz inúmeros dispositivos § 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita
acerca da dívida ativa, dispostos a seguir: na Procuradoria da Fazenda Nacional. (Parágrafo
incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979).”
“Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza
tributária ou não tributária, serão escriturados como A dívida ativa de natureza tributária decorre
receita do exercício em que forem arrecadados, nas do lançamento e não arrecadação dos tributos de
respectivas rubricas orçamentárias. (Redação dada competência de cada ente. Já os de natureza não
pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979). tributária decorrem dos lançamentos de multas que
não foram arrecadados.
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis
pelo transcurso do prazo para pagamento, serão DÍVIDA ATIVA TRIBUTÁRIA – TRIBUTOS DE
inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida COMPETÊNCIA DO ENTE
Ativa, em registro próprio, após apurada a sua
DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA – MULTAS LANÇADAS
liquidez e certeza, e a respectiva receita será
E NÃO ARRECADADAS
escriturada a esse título.(Parágrafo incluído pelo
Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979). A Lei de execução fiscal (Lei 6.830/80), em seu
art 3º, dispõe que: “A Dívida Ativa regularmente
§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda
inscrita goza de presunção de certeza e liquidez.”
Pública dessa natureza, proveniente de obrigação
legal relativa a tributos e respectivos adicionais e A expressão presunção dá idéia de presunção
multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais relativa, apenas. As bancas de concurso, para
créditos da Fazenda Pública, tais como os confundir os candidatos, colocam que a dívida ativa
provenientes de empréstimos compulsórios, goza de presunção absoluta de liquidez, o que não é
contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer correto.
origem ou natureza, exceto as tributárias, foros,
laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas Pode-se tirar tal conclusão da leitura do
processuais, preços de serviços prestados por parágrafo único, art. 3º, da Lei de Execução Fiscal: “A
estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, presunção a que se refere este artigo é relativa e
restituições, alcances dos responsáveis pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do
definitivamente julgados, bem assim os créditos executado ou de terceiro, a quem aproveite.”
decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de Portanto, a presunção de certeza e liquidez é
sub-rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra relativa, pois pode ser contestada por prova
garantia, de contratos em geral ou de outras inequívoca, cuja apresentação cabe ao sujeito passivo
obrigações legais. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei da obrigação tributária.
nº 1.735, de 20.12.1979).
Vejamos questões de concurso sobre o
§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em assunto:
moeda estrangeira será convertido ao correspondente
valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para 7) (ESAF ANEEL Analista Adm. 2006) Como estágio
compra, na data da notificação ou intimação do da receita pública, temos que só por meio
devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua __________, em conta específica, é que se pode
falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a dizer que os recursos estarão efetivamente
partir da conversão, a atualização monetária e os disponíveis para utilização pelos gestores
servidores, e não de uma entrada compensatória de vedada a realização de despesa cujo programa não
recursos. Quando tratamos do pagamento de salários, conste na LOA.
por exemplo, estamos diante de uma Despesa em
Cuidado! Diferentemente do tratamento
Sentido Estrito.
despendido à Receita Orçamentária, que pode ser
As Despesas Públicas, em sentido estrito, são executada mesmo não constando previsão na Lei
apenas aquelas que representam decréscimo Orçamentária, bastando o ingresso possuir caráter
definitivo de valores aos cofres públicos. Ou seja, só não-devolutivo, a Despesa NÃO pode ser executava
consideramos despesas públicas, no caso concreto, caso não haja fixação expressa de recursos na referida
quando não há registro prévio de entrada lei. Inclusive, tal afirmação ganha destaque em foro
compensatória, ocasionando devolução futura. Sob constitucional:
essa ótica, só são contabilizados como despesa os
CF. Art. 167. São vedados:
valores que não são resultado de uma
contraprestação. Outro exemplo de despesas em I - o início de programas ou projetos não
sentido estrito são os pagamentos de contratos de incluídos na lei orçamentária anual;
manutenção de ar condicionado. A origem do
desembolso foi um serviço prestado, cujos termos Desta forma, não é possível executar despesa
estão estabelecidos em um contrato, e o decréscimo sem que tenha havido prévia inclusão dos valores na
de valores representa uma diminuição no Patrimônio LOA. Não há exceção.
Líquido da Entidade Governamental. Vejamos uma questão de concurso
A resolução CFC nº 1.121/08, do Conselho 10) (ESAF SEFAZ SP Analista de Plan. 2009) Constitui
Federal de Contabilidade, assim define Despesa, em requisito para a despesa pública:
sentido estrito:
a) divulgação da execução orçamentária.
“... são decréscimos nos benefícios econômicos
durante o período contábil sob a forma de saída b) participação do legislativo.
de recursos ou redução de ativos ou c) realização de audiências, debates e
incremento em passivos, que resultem em consultas públicas.
decréscimo do patrimônio líquido...”
d) controle pelos tribunais de contas.
e) licitação.
5.2 CLASSIFICAÇÕES DA DESPESA
Mas, caso ocorra a necessidade de se
5.2.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA executar despesas não previstas pelo Orçamento?
Existem duas classificações da despesa Como é que isso será feito? Não se poderá gastar?
pública, quanto à sua natureza: Despesas Deve-se alterar a Lei de Orçamento e adequá-la às
Orçamentárias e Despesas Extra-orçamentárias. O que necessidades de momento?
vai diferenciar uma da outra é a sua autorização na Lei É possível se gastar sim, visto que a LOA é um
do Orçamento. instrumento de planejamento, formal, cujo objetivo é
As Despesas Orçamentárias são aquelas que nortear a ação governamental com vistas à efetiva
constam na Lei Orçamentária Anual (LOA) e execução das políticas públicas. Contudo, sendo uma
representarão desembolsos definitivos para os cofres peça de planejamento, alguns itens podem fugir da
públicos. As Despesas Orçamentárias são os gastos previsão inicial e, para isto, existe um mecanismo de
gerais do governo, utilizados como meio próprio para modificação do Orçamento, com vistas a adequá-lo à
operacionalizar as políticas públicas. Seu nova realidade. Estamos tratando dos Créditos
financiamento se dá através da arrecadação das Adicionais.
Receitas Orçamentárias. Contudo, percebamos, estamos tratando de
Portanto, podemos concluir que só é possível uma Lei (LOA). Logo, só será possível se alterar a Lei
executar despesas orçamentárias caso estejam Orçamentária através da elaboração de outra, que
autorizadas na LOA. Este procedimento deve “emenda” a Lei inicial.
obediência aos princípios da legalidade e Existem três formas de modificação da Lei
universalidade, uma vez que a Lei de Orçamento Fixa Orçamentária Anual, cujo objetivo, como já
um limite máximo de todos os gastos públicos, sendo afirmamos, é adequar o planejamento às novas
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necessidades que o momento demanda: Créditos UNIÃO – Créditos Abertos por medida provisória (CF.
Suplementares, Créditos Especiais e Créditos 88, art. 167, parágrafo 1º, d);
Extraordinários.
ESTADOS E MUNINCÍPIOS – Créditos abertos por
É possível abrir Créditos Suplementares caso Decreto (Lei 4.320/64, art. 44).
já exista a dotação orçamentária específica e a
OUTRO DETALHE IMPORTANTE: A CF. 88, no art. 167,
alteração sirva apenas como reforço da fixação inicial.
parágrafo 2º, permite a seguinte prática: se os
Quando se abre um crédito suplementar, não há a
Créditos ESPECIAIS e EXTRAORDINÁRIOS forem
abertura de uma nova rubrica de gasto. É preciso que
abertos nos últimos 4 meses do ano e remanescerem
já exista a categoria de gasto que se quer
dotações disponíveis, esses valores podem ser
suplementar.
reabertos no orçamento seguinte, nos limites de seus
CRÉDITO SUPLEMENTAR = REFORÇO DE DOTAÇÃO JÁ saldos.
EXISTENTE
FONTES DE ABERTURA PARA CRÉDITOS ADICIONAIS:
Detalhe importante: como exceção ao
A legislação inerente elenca algumas
princípio orçamentário da Exclusividade, a própria Lei
possibilidades de fontes para abertura dos créditos
Orçamentária pode autorizar, dentro de limites por
adicionais:
ela estabelecidos, a abertura de créditos
suplementares sem que haja necessidade de edição LEI 4.320/64 (art. 43, parágrafo 1º)
de uma nova lei. Contudo, isso não representa
desobediência ao princípio da Legalidade, visto que 1) Excesso de Arrecadação;
existe autorização para modificação dos valores 2) Anulação de Dotações Orçamentárias;
orçamentários, constando na própria lei de meios.
3) Obtenção de Operações de Crédito;
É possível abrir Créditos Especiais caso não
exista a dotação orçamentária específica e a alteração 4) Superávit Financeiro apurado em balanço
sirva como incremento de programas à fixação inicial. patrimonial de exercício anterior.
Quando se abre um crédito especial, há a abertura de CF. 88
uma nova rubrica de gasto. Essa modificação só
poderá ser efetuada através de uma nova Lei. A 1) Recursos sem despesas correspondentes (art.
exceção ao princípio orçamentário da Exclusividade 166, parágrafo 8º)
não alcança os créditos especiais (alcança apenas os LRF
suplementares).
1) Reserva de Contingência (Art. 5º)
CRÉDITO ESPECIAL = ATENDER DESPESAS QUE NÃO
POSSUEM DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA ESPECÍFICA CUIDADO! Só precisa haver prévia existência de fonte
para abertura de créditos suplementares e especiais.
É possível abrir Créditos Extraordinários para a Para os créditos extraordinários, não há necessidade
cobertura de despesas imprevistas ou urgentes. Os de justificativa de fonte de recursos para seu custeio.
exemplos mais clássicos desse tipo de situação são:
Guerra, Calamidade Pública, Grave Perturbação da Vejamos uma questão de concurso sobre o
Ordem, Catástrofes Naturais entre outros. assunto:
Assim como ocorre com os créditos especiais, 11) (ESAF ANA Analista Adm. 2009) Considerando as
os extraordinários farão surgir novas rubricas, e seu normas que regem o processo orçamentário,
nascimento INDEPENDE de autorização legislativa. O podemos afirmar que é permitida(o):
Poder Executivo autoriza a abertura dos créditos a) a concessão de créditos ilimitados.
extraordinários e, em seguida, concomitantemente,
envia projeto de alteração da LOA para o Legislativo b) a abertura de crédito extraordinário sem
providenciar as devidas alterações. prévia autorização legislativa.
c) o início de programas não incluídos na lei
orçamentária anual.
IMPORTANTE: Os instrumentos legais disponíveis para
cada esfera governamental efetivar a abertura de d) a realização de despesas que excedam os
créditos extraordinários são os seguintes: créditos orçamentários ou adicionais.
e) a vinculação de receita tributária, a qualquer terão de volta os recursos entregues, já não serão os
título, mediante Decreto do Poder contratados pela administração. Esses recursos
Executivo. entraram como receita extra-orçamentária e sairão
como despesa extra-orçamentária.
Recapitulando: tudo que entra como receita
12) (ESAF CGU AFC 2008) Ao longo do exercício
extra-orçamentária vai sair como despesa extra-
financeiro, pode ocorrer a necessidade de
orçamentária. Aqueles são denominados de ingressos
abertura de créditos adicionais para cobrir
extra-orçamentários e estes saídas extra-
despesas não-computadas ou insuficientemente
orçamentárias.
dotadas. Com base na legislação vigente, relativa
a esse assunto, identifique a opção incorreta. Toda entrada de caráter temporário faz surgir
uma dívida de curto prazo, ou dívida flutuante. Os
a) A abertura dos créditos suplementares e
desembolsos decorrentes da devolução dos referidos
especiais depende da existência de recursos
valores são classificados como Despesas Extra-
disponíveis para atender à despesa e será
orçamentárias.
precedida de exposição justificada.
Detalhe importante: o pagamento de restos a
b) Somente será admitida a abertura de crédito
pagar é classificado como despesa extra-
extraordinário para atender a despesas
orçamentária. O pagamento de operações de crédito
imprevisíveis e urgentes, como as
tipo ARO também é uma despesa extra-orçamentária.
decorrentes de guerra, comoção interna ou
Mas, cuidado! Os juros que incidem sobre a operação
calamidade pública, observado o disposto na
tipo ARO são despesa orçamentária, empenhada à
Constituição Federal.
conta Juros e Encargos da Dívida.
c) A vigência dos créditos especiais não pode
Vejamos uma questão de concurso:
ultrapassar o exercício financeiro em que
foram autorizados, em respeito ao princípio 13) (ESAF SEFAZ SP Analista de Plan. 2009) Assinale a
orçamentário da anualidade. opção falsa a respeito da conceituação e
classificação da despesa orçamentária brasileira.
d) Terão vigência até o final do exercício
financeiro os créditos extraordinários cujo a) A despesa orçamentária nem sempre é uma
ato de autorização tenha sido promulgado despesa de caráter econômico, ou seja, não
nos primeiros 4 (quatro) meses do exercício afeta a situação patrimonial líquida.
financeiro.
b) A devolução de depósitos feitos em garantia
e) Para fins de abertura de créditos é uma despesa que transita pelo orçamento,
suplementares e especiais, consideram-se embora sem afetar a situação patrimonial
recursos disponíveis os provenientes do líquida.
excesso de arrecadação, ou seja, do saldo
c) O consumo de um ativo do ente público
positivo das diferenças, acumuladas mês a
pode não decorrer de uma despesa
mês, entre a arrecadação prevista e a
orçamentária.
realizada, considerando-se, ainda, a
tendência do exercício. d) Na classificação econômica da despesa,
utiliza-se complementarmente a modalidade
As despesas orçamentárias são subdivididas
de aplicação para determinar se os recursos
em dois grupos: Despesas Correntes e despesas de
foram aplicados pela mesma esfera de
Capital (essa é a classificação quanto às categorias
governo ou se foram transferidos.
econômicas, que abordaremos adiante).
e) Na classificação econômica, os grupos de
As Despesas Extra-orçamentárias são aquelas
despesa têm a finalidade de agrupar as
executadas à margem do orçamento, justamente por
despesas que apresentam as mesmas
possuírem caráter transitório. Representam
características em relação ao objeto do
devolução de recursos recolhidos aos cofres públicos,
gasto.
de caráter apenas compensatório. Relembremos do
exemplo da Caução para participação em
procedimento licitatório. Todos os licitantes entregam
suas cauções no ato da habilitação. Os perdedores
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Os Restos a Pagar Processados são aqueles corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das
em que a despesa orçamentária percorreu os estágios contas públicas, conforme estabelecido na Lei de
de empenho e liquidação, restando pendente, apenas, Responsabilidade Fiscal – LRF.
o estágio do pagamento.
A LRF determina ainda, em seu artigo 42, que
Os Restos a Pagar Processados não podem ser qualquer despesa empenhada nos últimos oito meses
cancelados, tendo em vista que o fornecedor de do mandato deve ser totalmente paga no exercício,
bens/serviços cumpriu com a obrigação de fazer e a acabando por vetar sua inscrição ou parte dela em
administração não poderá deixar de cumprir com a Restos a Pagar, a não ser que haja suficiente
obrigação de pagar sob pena de estar deixando de disponibilidade de caixa para viabilizar seu
cumprir os Princípios da Moralidade que rege a correspondente pagamento.
Administração Pública e está previsto no artigo 37 da
Observa-se que, embora a Lei de
Constituição Federal. O cancelamento caracteriza,
Responsabilidade Fiscal não aborde o mérito do que
inclusive, forma de enriquecimento ilícito, conforme
pode ou não ser inscrito em Restos a Pagar, veda
Parecer nº 401/2000 da Procuradoria-Geral da
contrair obrigação no último ano do mandato do
Fazenda Nacional.
governante sem que exista a respectiva cobertura
Somente poderão ser inscritas em Restos a financeira, eliminando desta forma as heranças fiscais,
Pagar as despesas de competência do exercício conforme disposto no seu artigo 42:
financeiro, considerando-se como despesa liquidada
“Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão
aquela em que o serviço, obra ou material contratado
referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do
tenha sido prestado ou entregue e aceito pelo
seu mandato, contrair obrigação de despesa que não
contratante, e não liquidada, mas de competência do
possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que
exercício, aquela em que o serviço ou material
tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte
contratado tenha sido prestado ou entregue e que se
sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para
encontre, em 31 de dezembro de cada exercício
este efeito.
financeiro, em fase de verificação do direito adquirido
pelo credor ou quando o prazo para cumprimento da Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade
obrigação assumida pelo credor estiver vigente. de caixa serão considerados os encargos e despesas
compromissadas a pagar até o final do exercício.”
A inscrição de despesa em Restos a Pagar não-
processados é procedida após a depuração das Outro caso disposto em nossa legislação diz
despesas pela anulação de empenhos, no exercício respeito às Despesas de Exercícios Anteriores (DEA).
financeiro de sua emissão, ou seja, verificam-se quais São despesas fixadas, no orçamento vigente,
despesas devem ser inscritas em Restos a Pagar, decorrentes de compromissos assumidos em
anulam-se as demais e inscrevem-se os Restos a Pagar exercícios anteriores àquele em que deva ocorrer o
não-processados do exercício. pagamento. Não se confundem com restos a pagar,
tendo em vista que sequer foram empenhadas ou, se
Conforme estabelece o Decreto 93.872/86,
foram, tiveram seus empenhos anulados ou
arts. 67 a 70, os Restos a Pagar não Processados terão
cancelados.
sua inscrição mantida no patrimônio público até o
final do exercício seguinte ao seu registro (ou seja, os O artigo 37 da Lei nº 4.320/64 dispõe que as
registros devem ser mantidos no patrimônio por um despesas de exercícios encerrados, para as quais o
prazo de 12 meses, até 31 de dezembro do ano orçamento respectivo consignava crédito próprio,
subsequente à inscrição). Após o cancelamento, o com saldo suficiente para atendê-las, que não se
pagamento dos restos a pagar só poderá ser tenham processado na época própria, bem como os
reclamado à conta de Despesa de Exercícios Restos a Pagar com prescrição interrompida e os
anteriores, que conheceremos adiante. compromissos reconhecidos após o encerramento do
exercício correspondente poderão ser pagos à conta
Devemos conhecer ainda que prescreve em
de dotação específica consignada no orçamento,
cinco anos a dívida passiva relativa aos Restos a Pagar
discriminada por elementos, obedecida, sempre que
(quanto aos restos a pagar não processados,
possível, a ordem cronológica.
evidentemente).
O reconhecimento da obrigação de
A inscrição de Restos a Pagar deve observar
pagamento das despesas com exercícios anteriores
aos limites e condições de modo a prevenir riscos e
cabe à autoridade competente para empenhar a estabelecer como data-limite, para a entrega
despesa. do serviço, dia 31 de março.
As despesas que não se tenham processado III. As despesas de exercícios encerrados, para
na época própria são aquelas cujo empenho tenha as quais o orçamento respectivo consignava
sido considerado insubsistente e anulado no créditos próprios, com saldo suficiente para
encerramento do exercício correspondente, mas que, atendê-las, que não tenha sido processadas,
dentro do prazo estabelecido, o credor tenha na época própria, e cuja obrigação tenha
cumprido sua obrigação. sido cumprida pelo credor, deverão ser
inscritas em Restos a Pagar do exercício e
Os restos a pagar com prescrição
pagas como tal.
interrompida são aqueles cancelados, mas ainda
vigente o direito do credor, como já abordamos IV. O empenho da despesa não poderá exceder
acima. o limite dos créditos concedidos, exceto no
caso de créditos extraordinários.
Os compromissos reconhecidos após o
encerramento do exercício são aqueles cuja obrigação V. Entre os estágios da despesa orçamentária,
de pagamento foi criada em virtude de lei, mas é somente na liquidação que se reconhece a
somente reconhecido o direito do reclamante após o obrigação a pagar.
encerramento do exercício correspondente.
a) V,V,F,V,F
Vejamos uma questão ce concurso:
b) V,V,F,F,V
18) (ESAF ANA Analista Adm. 2009) Quando do
c) F,V,F,F,V
pagamento de Restos a Pagar referente a uma
despesa qualquer, empenhada pelo valor d) V,F,V,F,F
estimado, verificou-se que o valor real a ser pago
era superior ao valor inscrito. Nesse caso, a e) V,F,V,V,F
diferença a maior deverá ser: 20) (FCC TJ PA 2009) No final do exercício de X1 o
a) empenhada à conta do orçamento vigente, contador da Prefeitura Tudo Certo percebeu que
para ser paga no exercício subsequente. existia um montante disponível em caixa de R$
1.000.000,00, despesas liquidadas e pagas de
b) inscrita em Restos a Pagar do exercício 2.000.000,00, despesas liquidadas e não pagas de
vigente. R$ 600.000,00 e despesas empenhadas e não
liquidadas de 500.000,00. Considerando que é o
c) empenhada à conta de Despesas de
último ano do mandato do prefeito e de acordo
Exercícios Anteriores.
com a Lei Complementar nº 101/2000, o valor
d) inscrita em Restos a Pagar do exercício da máximo a ser inscrito em Restos a Pagar, em
inscrição original. reais, é de
e) empenhada e paga à conta do orçamento do a) 500.000,00.
exercício da inscrição original.
b) 600.000,00.
19) (ESAF CGU AFC 2008) A Despesa Pública segue
c) 1.100.000,00.
um ordenamento jurídico, com requisitos que
precisam ser atendidos em uma seqüência d) 1.000.000,00.
específica, predeterminada e ordenada. No que
diz respeito a esse assunto, julgue os itens que se e) 900.000,00.
seguem e marque a opção que corresponde à 21) (FCC AUDITOR TCE AL 2008) É um exemplo de
ordem correta. despesa extra-orçamentária o pagamento de
I. É vedada a realização da despesa sem prévio a) amortização da dívida pública.
empenho, mas em casos especiais, previstos
na legislação específica, poderá ser b) restos a pagar de exercícios anteriores.
dispensada a emissão da nota de empenho. c) subvenções econômicas.
II. Ao final do exercício, não será anulado o d) subvenções sociais.
empenho da despesa cujo contrato
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Cabe ressaltar que uma unidade orçamentária responsabilidade pela execução de determinado
não corresponde necessariamente a uma estrutura programa.
administrativa, como ocorre, por exemplo, com
alguns fundos especiais e com as Unidades
Orçamentárias “Transferências a Estados, Distrito 6.1.2 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
Federal e Municípios”, “Encargos Financeiros da
União”, “Operações Oficiais de Crédito”, A classificação funcional segrega as dotações
“Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária orçamentárias em funções e subfunções, buscando
Federal” e “Reserva de Contingência”. responder basicamente à indagação “em que” área de
ação governamental a despesa será realizada. A atual
classificação funcional foi instituída pela Portaria nº
42, de 14 de abril de 1999, do Ministério do
Vejamos uma questão de concurso sobre o assunto:
Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), e é
1) (ESAF AFC CGU 2006) A classificação institucional composta de um rol de funções e subfunções
da despesa é um critério indispensável para a prefixadas, que servem como agregador dos gastos
fixação de responsabilidades e os conseqüentes públicos por área de ação governamental nas três
controles e avaliações. Aponte a única opção que esferas de Governo. Trata-se de classificação de
não pode ser considerada vantagem do critério aplicação comum e obrigatória, no âmbito da União,
institucional. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o
que permite a consolidação nacional dos gastos do
a) Permite comparar imediatamente os vários órgãos,
setor público.
em termos de dotações recebidas.
A classificação funcional é representada por
b) Usado de forma predominante, impede que se
cinco dígitos. Os dois primeiros referem-se à função,
tenha uma visão global das finalidades dos gastos
enquanto que os três últimos dígitos representam a
do governo, em termos das funções precípuas que
subfunção, que podem ser traduzidos como
deve cumprir.
agregadores das diversas áreas de atuação do setor
c) Permite identificar o agente responsável pelas público, nas esferas legislativa, executiva e judiciária.
dotações autorizadas pelo Legislativo, para dado
programa.
d) Serve como ponto de partida para o
estabelecimento de um programa de contabilização
de custos dos vários serviços ou unidades
administrativas.
e) Quando combinado com a classificação
funcional, permite focalizar num único ponto a
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3) (FCC Analista TCE AM 2008) Na classificação governo que, por sua vez, eram viabilizados
funcional, a despesa pública obedece à seguinte pelos programas de governo.
hierarquia:
São verdadeiras APENAS as afirmações
a) função, subfunção, programa, projeto,
a) II e IV.
atividade e operação especial.
b) III, IV e V.
b) função, subprograma, programa, projeto e
atividade. c) III.
c) programa, categoria econômica, natureza de d) I, II, IV e V.
despesa e elemento.
e) I, II e V.
d) órgão orçamentário, unidade orçamentária
e unidade de despesa. 5) (FCC Técnico MPU 2008) O instrumento de ação
governamental que é utilizado para alcançar o
e) categoria, natureza de despesa, modalidade objetivo de um programa, envolvendo um
de aplicação e elemento. conjunto de operações que se realizam de modo
contínuo e permanente, necessárias à
4) (FCC Assessor Adm. MPE RS 2008) Considere as
manutenção da referida ação, é denominado
afirmações com relação à nova classificação
orçamentária adotada no Brasil, a partir de 2000. a) subfunção.
I. Esse novo enfoque funcional-programático b) função.
permitiu uma visão mais precisa do "que o
governo compra", o que tem significado c) operação especial.
bastante diferente do critério anterior que d) projeto.
visualizava o "que o governo faz".
e) atividade.
II. A partir do orçamento do ano 2000, diversas
modificações foram estabelecidas na 6) (ESAF AFC CGU 2008) A classificação funcional e a
classificação vigente, procurando-se estrutura programática visam ao fornecimento
privilegiar o aspecto contábil do orçamento, de informações das realizações do governo e é
com adoção de práticas de sistematização e considerada a mais moderna das classificações
controle prévio dos gastos públicos no orçamentárias da despesa. A junção das duas,
âmbito federal. quando da execução da despesa no Siafi , forma
o Programa de Trabalho com a seguinte
III. O eixo principal dessas modificações foi a estrutura: Programa de Trabalho:
interligação entre o Planejamento (Plano AA.BBB.CCCC.DDDD.EEEE
Plurianual – PPA) e o Orçamento, por
intermédio da criação de Programas para Com relação ao assunto, indique a opção correta.
todas as ações de governo, com um gerente a) Na estrutura do Programa de Trabalho, a
responsável por metas e resultados codificação CCCC representa o Programa e a
concretos para a sociedade. codificação EEEE a ação governamental.
IV. De acordo com a nova metodologia, uma vez b) A ação, reconhecida na estrutura pelo
definido o programa e suas respectivas código DDDD, determina a escolha da
ações, classifica- se a despesa de acordo subfunção, reconhecida pela codificação
com a especificidade de seu conteúdo e BBB, estabelecendo uma relação única.
produto, em uma subfunção, independente
de sua relação institucional, ou seja, c) A subfunção, código BBB, poderá ser
independente de qual Ministério esteja combinada com qualquer função, código AA,
localizada aquela ação. em razão da competência do órgão
responsável pelo programa.
V. A adoção da classificação funcional-
programática representou um grande d) Quando o primeiro dígito da codificação
avanço na técnica de apresentação DDDD for um número ímpar significa que a
orçamentária, permitindo a vinculação das ação é uma atividade.
dotações orçamentárias a objetivos de
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a) com a correção de erros ou omissões; ou Caso ocorra algum problema no decorrer das
etapas que impeça a disponibilização da dotação
orçamentária, os órgãos poderão utilizar um instituto,
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desde que haja previsão na LDO, denominado a) o Presidente da República poderá enviar
duodécimo (instituto que possibilita aos órgãos, caso mensagem ao Congresso Nacional propondo
autorizado na LDO, a executar a cada mês do exercício a alteração do projeto de lei orçamentária a
financeiro, um doze avos do projeto de lei qualquer tempo.
orçamentária que está sendo apreciado de modo a
b) é prerrogativa do Presidente da República a
não prejudicar totalmente a execução prevista para o
iniciativa dos projetos de lei orçamentária.
exercício).
c) as emendas parlamentares aos projetos de
Conforme a Lei 4.320/64, quando o legislativo
lei orçamentária anual não poderão indicar
não recebe o projeto de lei orçamentária no prazo
como despesas a serem anuladas as
fixado nas constituições e leis orgânicas dos
destinadas ao pagamento de pessoal e seus
municípios, considerará como proposta a lei de
encargos.
orçamento vigente.
d) na fase de tramitação no Congresso
Nacional, cabe a uma comissão mista de
6.2.4 Controle Senadores e Deputados examinar e emitir
parecer sobre os projetos de lei que tratam
Nesta fase ocorre o acompanhamento e
de orçamento.
avaliação do processo de execução orçamentária, que
segundo a legislação em vigor será interno quando e) a proposta orçamentária para o exercício
realizado pelos agentes do próprio órgão, ou externo seguinte deverá ser enviada ao Congresso
quando realizado pelo poder legislativo, auxiliado Nacional até 31 de agosto do ano anterior.
tecnicamente pelo Tribunal de Contas.
12) (ESAF AFC MPOG/2005) A elaboração da lei
O controle será mais eficiente se realizado a orçamentária é a etapa que, efetivamente,
priori, ou seja, realizado preponderantemente sobre caracteriza a idéia de processo orçamentário,
atos ainda não concretizados, porém o que se observa compreendendo fases e operações. A discussão é
é que a avaliação ocorre, em grande parte, sobre o a fase dos trabalhos consagrada ao debate em
processo de despesa já realizado. Isto prejudica a plenário. Aponte a opção incorreta com relação
correção de falhas no processo de execução e, por às etapas da fase da discussão.
conseguinte inviabiliza o cumprimento das metas
a) emendas
estabelecidas.
b) voto do relator
Vejamos algumas questões de concurso sobre
o assunto: c) redação final
10) (ESAF AFC CGU/2006) - Para o Governo d) votação em plenário
operacionalizar o processo de alocação de
recursos da gestão pública ele se utilizado ciclo e) veto
da gestão, que se divide em etapas. A etapa em 13) (ESAF ACE TCU/2002) O Ciclo Orçamentário é a
que os atos e fatos são praticados na seqüência das etapas desenvolvidas pelo
Administração Pública para implementação da processo orçamentário. Assinale a única opção
ação governamental, e na qual ocorre o processo correta no tocante à etapa de elaboração do
de operacionalização objetiva e concreta de uma orçamento.
política pública denomina-se:
a) É fase de competência do Poder Legislativo.
a) Planejamento.
b) Constitui a concretização anual dos objetivos
b) Execução. e metas determinados para o setor público,
c) Programação. no processo de planejamento integrado.
financeiras. O Sub-Repasse tem correlação com a 19) (FCC Analista CVM 2006) A autorização de uma
Provisão. unidade orçamentária a uma unidade
administrativa subordinada processar despesas
Abaixo, segue figura que demonstra o fluxo da
orçamentárias denomina-se
programação financeira:
a) destaque.
b) provisão.
c) repasse.
d) subrepasse.
e) suprimento de fundos.
Em meados da década de 90, vivíamos um arrecadadas. Déficit impagável era apenas questão de
momento crítico na gestão das finanças públicas tempo.
brasileiras: a dívida externa se agigantava. A dívida
Todo o ambiente negativo até aqui exposto
interna, principalmente de Estados e Municípios, pior
nos trouxe uma conclusão: nosso modelo de gestão
ainda. O Brasil, frente a instituições de crédito
pública estava esgotado. Era preciso haver uma
internacionais, estava sem credibilidade (ou sem
reforma estrutural na forma de ação do Estado, para
crédito). Tudo resultado da irresponsabilidade de
que o mesmo continuasse a ser o responsável pela
gestores que, para demonstrar eficiência da sua
geração de Bem-Estar às pessoas, mas que suas
gestão, lançavam mão de mundos e fundos para
políticas fossem financiáveis, ou seja, o Estado
suceder obras públicas e dar satisfações à sociedade
precisava “caber em seu próprio bolso”.
acerca de seus atos. É a conhecidíssima “cultura do
cimento” imperando na gestão governamental. O primeiro passo ocorreu quando da
implantação do Plano Diretor de Reforma do Aparelho
Contudo, a maioria dessas obras não se
do Estado, em 1995. Passamos de uma Administração
financiava, ou seja, não seria bancada pelo Estado
Burocrática para uma Administração Gerencial, com
sem que se gerasse um déficit (R < D). A reincidência
foco saindo dos processos para os resultados. Houve
de resultados negativos fez surgir uma bola de neve
uma redefinição do papel do Estado, estabelecendo-
irreversível. Mas por quê? Porque, para que houvesse
se que este não poderia atuar em áreas típicas do
diminuição do déficit, seria necessário o corte de
setor privado. A conseqüência disso foram as
gastos públicos e isso nem passava pela cabeça dos
publicizações e privatizações de atividades até então
gestores, que utilizavam a máquina administrativa (e a
mantidas pelo Governo. O déficit gerado por essas
utilizam assim até os dias atuais) como forma de
atividades foi absorvido integralmente pelo mercado
manter interesses políticos junto aos seus eleitores.
e isto deu um fôlego para as finanças públicas.
Por outro lado, não havia uma legislação severa que
punisse, efetivamente, tais práticas lesivas ao A reforma administrativa da gestão pública
patrimônio público. brasileira teve seu grande marco na Emenda
Constitucional 19/98. Dentre suas determinações,
Além das obras públicas não serem
trouxe um prazo máximo de 180 dias para que o
financiáveis, na maioria das vezes os recursos para a
congresso nacional editasse uma lei complementar a
sua consecução vinham de empréstimos bancários.
fim de disciplinar as finanças públicas brasileiras,
Era muito fácil se realizar uma obra: bastava levar o
regulamentando, assim, vários dispositivos dos art.
projeto ao banco e este, caridosamente, emprestava
163 e 169 da Constituição Federal.
recursos financeiros ao Estado. Olhem só o tamanho
do abismo: a obra ficava pelo caminho e o Desta Forma, a segunda fase da implantação
empréstimo precisava ser honrado. Prejuízo pela não de políticas voltadas para o ajuste fiscal da máquina
conclusão da obra e pela continuidade dos administrativa se deu no final da década de 90. Como
pagamentos em troca de algo que nunca existiu para afirmamos no início desta aula, a adoção dessas
a população. políticas, voltadas para a gestão fiscal responsável, foi
motivada por imposição de organismos internacionais
Outro fator de grande destaque era a
de crédito, especialmente o Fundo Monetário
participação desenfreada do setor público junto a
Internacional (FMI). O Fundo trouxe ao Brasil a
atividades tipicamente destinadas à iniciativa privada.
experiência bem sucedida de gestão fiscal responsável
Como a burocracia e suas disfunções não permitiam
disseminada na Nova Zelândia, tendo por base o Fiscal
que o governo obtivesse resultados semelhantes aos
Responsability Act., de 1994. Outro documento
alcançados pelo mercado, as empresas estatais
famoso que estimulou o estudo do ajuste fiscal do
geravam consecutivos déficits a serem financiados por
Estado Brasileiro foi o tratado de Maastricht, de
quem? Pelo Estado, óbvio, com o dinheiro público.
autoria da CEE (Comunidade Econômica Européia).
Havia, também, certo descontrole a respeito
Surge, então, após mais de um ano de
das políticas remuneratórias de pessoal.
discussão no Congresso Nacional, a Lei de
Reajustamento de salários de servidores, sem que se
Responsabilidade Fiscal (LRF), em 05 de Maio de 2000.
observassem os efetivos impactos financeiros dessas
A LRF traz normas de finanças públicas voltadas para a
medidas, e a criação desenfreada de cargos
responsabilidade na gestão fiscal, em conformidade
comissionados originou uma série de despesas que
com o disposto nos arts. 163 a 169 da Constituição
não conseguiam ser financiadas pelas receitas
Federal de 88 (dispõe o Art. 163 que cabe à Lei
§ 3º Para o cumprimento dos limites dispõe sobre finanças públicas. Está correto o
estabelecidos com base neste artigo, durante o que se afirma APENAS em
prazo fixado na lei complementar referida no
a) I.
caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios adotarão as seguintes providências: b) II.
I - redução em pelo menos vinte por cento das c) III.
despesas com cargos em comissão e funções de
confiança; d) I e III.
fiscal). Caso o Governo faça algum investimento em § 1o Serão computados no cálculo da receita corrente
suas empresas, do tipo: ingresso de recursos para líquida os valores pagos e recebidos em decorrência
aumento de capital, esses valores devem ser da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de
registrados no orçamento de investimento das 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do Ato das
empresas estatais. Disposições Constitucionais Transitórias.
A empresa estatal dependente é um conceito § 2o Não serão considerados na receita corrente
novo criado pela LRF. Esse tipo de empresa é líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e
dependente de recursos, oriundos do orçamento de Roraima os recursos recebidos da União para
fiscal, para financiar seus gastos operacionais. Se isto atendimento das despesas de que trata o inciso V do §
acontecer, suas receitas e despesas devem entrar no 1º do art. 19.
orçamento fiscal, além de qualquer investimento feito
§ 3o A receita corrente líquida será apurada somando-
pelo Governo, exceto se for para aumento da
se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos
participação acionária. Neste caso, como já sabemos,
onze anteriores, excluídas as duplicidades.
esses valores irão compor o orçamento de
investimento nas estatais. O inciso IV deste artigo inovou ao criar o
principal indicador de comprometimento dos gastos
Outro conceito muito importante, criado pela
públicos: a Receita Corrente Líquida (RCL). Os limites
LRF, é o da Receita Corrente Líquida (RCL). A RCL é o
de gastos estabelecidos por esta Lei, além de outros
grande indicador do limite dos gastos
percentuais específicos inclusos no corpo do texto,
governamentais. Ela é composta pelas Receitas
são calculados sobre a RCL.
Correntes do Governo, efetuados os devidos ajustes
(deduções), conforme dispõe o art. 2º, IV. Sua A RCL é composta pelas Receitas Correntes
apuração é feita através do somatório do mês de (Receita Tributária, Receita de Contribuições, Receita
referência com os onze meses imediatamente Patrimonial, Receita de Serviços, Receita
anteriores (desta forma, podemos concluir que esse Agropecuária, Receita Industrial, Transferências
demonstrativo sempre abrangerá 12 meses). Correntes e Outras Receitas Correntes), efetuando-se
determinadas deduções especificadas no mesmo
artigo. Para o cálculo do Demonstrativo da Receita
7.3.1 RECEITA CORRENTE LÍQUIDA (RCL) Corrente Líquida, considera-se o mês de referência, e
os onze meses imediatamente anteriores. A RCL
Vejamos o art. 2º, IV, da LRF:
representa o somatório de receitas de 12 meses.
Art. 2o Para os efeitos desta Lei Complementar,
O citado demonstrativo deve compor o
entende-se como:
Relatório Resumido de Execução Orçamentária
IV - receita corrente líquida: somatório das (RREO), de freqüência bimestral. Portanto, o Relatório
receitas tributárias, de contribuições, da RCL deve ser elaborado bimestralmente.
patrimoniais, industriais, agropecuárias, de
As deduções efetuadas nas Receitas
serviços, transferências correntes e outras
Correntes, para transformá-las em RCL são as
receitas também correntes, deduzidos:
seguintes, dependendo de cada ente federado:
a) na União, os valores transferidos aos
MUNICÍPIOS:
Estados e Municípios por determinação
constitucional ou legal, e as contribuições -Deduzem a Contribuição Social dos seus servidores
mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso para o financiamento do sistema próprio de
II do art. 195, e no art. 239 da Constituição; previdência (RPPS);
b) nos Estados, as parcelas entregues aos -Deduzem a Compensação Financeira entre regimes
Municípios por determinação constitucional; previdenciários;
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a -Deduzem a Contribuição dos Municípios para a
contribuição dos servidores para o custeio do formação do FUNDEB;
seu sistema de previdência e assistência social
-Deduzem as duplicidades.
e as receitas provenientes da compensação
financeira citada no § 9o do art. 201 da ESTADOS:
Constituição.
Além do que deduzem os Municípios, deduzem:
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entre o Resultado Operacional e Resultado Nominal? Temos um déficit primário quando a diferença
Sim! É possível, desde que não haja efeitos entre receitas e despesas, desconsiderando os efeitos
inflacionários no período. inflacionários e os juros líquidos reais, for menor do
que zero. Quando essa diferença for maior que zero,
RN = 100
estamos diante de um superávit primário.
Inflação = 0
Dos três superávits, qual é o mais importante?
RO = RN – efeitos inflacionários = 100 – 0 = 100 - - - - - O Primário! E por quê? Porque ele representa o
- - - RN = RO esforço fiscal do governo em ter uma gestão
responsável das finanças públicas, desconsiderando,
Temos um déficit operacional quando a para tanto, os efeitos financeiros de financiamentos
diferença entre receitas e despesas, desconsiderando obtidos e demais transações que geram esses
os efeitos inflacionários, for menor do que zero. encargos para o Estado (lembram que a condição
Quando essa diferença for maior que zero, estamos primeira para desafogar um déficit é diminuir o nível
diante de um superávit operacional. dos gastos públicos? Pois é, o indicador de
No Resultado Primário (RP2), temos o primeiro desempenho destas políticas é o resultado primário,
resultado obtido pelo Governo. Nele, além de se daí a grande importância de sua projeção no AMF e na
excluir os efeitos inflacionários do período, é LDO).
necessário também desconsiderar os efeitos Vejamos um exemplo com números para
financeiros decorrentes do pagamento de juros. facilitar o entendimento:
Podemos encontrar o RP de duas formas: 1)
Subtraindo do RO os juros líquidos reais do período NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO DO SETOR
(RP = RO – juros líquidos reais); 2) Subtraindo do RN, PÚBLICO (NFSP)
além dos juros líquidos reais do período, os efeitos
1. Receita Total 150.000
inflacionários (RP = RN – efeitos inflacionários – juros).
Segue abaixo uma representação gráfica do RP e sua Tributária 100.000
relação com o RN e o RO:
Contribuições 50.000
2. Despesa Total 90.000
Pessoal 50.000
Custeio 30.000
RN RO RP
ww Juros nominais da dívida público 10.000
.m
eg Correção Monetária (CM) 4.000
ali
nk- Juros Líquidos Reais (JLR) 6.000
ce.
co 3. Resultado Nominal (1 – 2) 60.000
m.
Pelo gráfico acima, percebe-se que o RP está
4. Resultado Operacional (3 – CM) 64.000
contido no RO e no RN. Mas,bré possível que haja
p
igualdade entre o Resultado Primário e os demais? 5. Resultado Primário (4 – JLR) 70.000
Sim! É possível. Desde que não haja efeitos
inflacionários nem juros líquidos reais no período. Na Vejamos, agora, algumas questões de concurso
prática, podemos ter déficit nominal, mas um sobre esse assunto:
superávit primário. Para que isto aconteça, basta 5) (ESAF STN 2008) Do ponto de vista fiscal, o déficit
haver altos pagamentos de juros pelo setor público, público é medido a partir do Resultado Primário.
decorrentes de empréstimos obtidos. Isso posto, é correto afirmar:
a) o Resultado Primário corresponde à
diferença entre receitas não-financeiras e
2 despesas não-financeiras.
As bancas de concurso mencionam que o Resultado
Primário é composto pela diferença entre Receitas b) entende-se por receita não-financeira: a
Primárias e Despesas Primárias. receita orçamentária arrecadada, mais as
instituição e efetiva arrecadação de todos os tributos § 3º O Poder Executivo de cada ente colocará
sob sua competência – Impostos (IPVA, ICMS, ITCD), à disposição dos demais Poderes e do Ministério
Taxas e Contribuições. Contudo, só será aplicada a Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final
sanção de vedação ao recebimento de transferências para encaminhamento de suas propostas
voluntárias a não previsão, instituição e efetiva orçamentárias, os estudos e as estimativas das
arrecadação de seus impostos (IPVA, ICMS, ITCD). receitas para o exercício subseqüente, inclusive da
corrente líquida, e as respectivas memórias de
A preocupação da LRF, no caso dos Estados, é
cálculo.
de garantir que tais entes federados possuam alguma
margem de independência financeira, ou seja, que Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as
não dependam exclusivamente das transferências receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder
recebidas da União para financiamento dos seus Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com
gastos públicos. a especificação, em separado, quando cabível, das
medidas de combate à evasão e à sonegação, da
Outro exemplo: no caso dos Municípios,
quantidade e valores de ações ajuizadas para
pressupõe gestão fiscal responsável da receita e
cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do
previsão, instituição e efetiva arrecadação de todos os
montante dos créditos tributários passíveis de
tributos sob sua competência – Impostos (IPTU,
cobrança administrativa.
ISSQN, ITBI), Taxas e Contribuições. Contudo, só será
aplicada a sanção de vedação ao recebimento de Quanto à realização de operações de crédito,
transferências voluntárias a não previsão, instituição e o art. 12, parágrafo 2º, está também com a sua
efetiva arrecadação de seus impostos (IPTU, ISSQN, eficácia suspensa, em virtude da ADI 2238-5. A
ITBI). justificativa diz respeito ao conflito existente com a
Constituição Federal, art. 167, III. A única diferença
A preocupação da LRF, no caso dos
entre ambos é que o dispositivo constitucional é mais
Municípios, é de garantir que tais entes federados
abrangente, incluindo na ressalva da regra de ouro
possuam alguma margem de independência
(operações de créditos não podem ser maiores que as
financeira, ou seja, que não dependam
despesas de capital do exercício), os créditos
exclusivamente das transferências recebidas da União
suplementares ou especiais abertos com finalidade
ou dos Estados para financiamento dos seus gastos
precisa, autorizados previamente pelo poder
públicos.
Legislativo. Como a LRF limitou-se a citar a regra geral,
Lembrem-se: sem dispor as ressalvas, foi de encontro com a CF.
Como sabemos, uma Lei Complementar não tem
GESTÃO FISCAL RESPONSÁVEL DA RECEITA – competência para limitar dispositivo constitucional
TRIBUTOS sem que haja autorização expressa no texto maior.
SANÇÃO (VEDAÇÃO AO RECEBIMENTO DE TRANSF. Já caiu uma questão de concurso sobre esse
VOLUNT.) – IMPOSTOS assunto:
Art. 12. As previsões de receita 8) (ESAF AFC MPOG 2002) No tocante à Lei de
observarão as normas técnicas e legais, considerarão Responsabilidade Fiscal, identifique a chamada
os efeitos das alterações na legislação, da variação “Regra de Ouro”.
do índice de preços, do crescimento econômico ou
de qualquer outro fator relevante e serão A) A transparência na gestão fiscal é o principal
acompanhadas de demonstrativo de sua evolução instrumento para o controle social.
nos últimos três anos, da projeção para os dois
B) As penalidades alcançam todos os
seguintes àquele a que se referirem, e da
responsáveis dos Três Poderes da União,
metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
Estados, Distrito Federal e Municípios, e
§ 1º Reestimativa de receita por parte do todo cidadão será parte legítima para
Poder Legislativo só será admitida se comprovado denunciar.
erro ou omissão de ordem técnica ou legal.
C) A Lei de Responsabilidade Fiscal é
§ 2º O montante previsto para as receitas de importante para o país, porque representa
operações de crédito não poderá ser superior ao das um enorme avanço na forma de administrar
despesas de capital constantes do projeto de lei os recursos públicos.
orçamentária.
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se aplica nos casos de cancelamento de dívidas ativas aumento de receita proveniente de elevação de
cujo custo de cobrança é superior ao valor do crédito. tributos.
Portanto: caso o poder público promova, em 10) (ESAF ANA Analista 2009) De acordo com a Lei
qualquer de seus atos, renúncia de receita (a renúncia de Responsabilidade Fiscal, constituem requisitos
compreende anistia, remissão, subsídio, crédito essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a
presumido, concessão de isenção em caráter não instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de
geral, alteração de alíquota ou modificação de base todos os tributos da competência constitucional
de cálculo que implique redução discriminada de do ente da Federação. Nos casos em que um
tributos ou contribuições, e outros benefícios que determinado ente deixe de observar tal
correspondam a tratamento diferenciado), é preciso dispositivo, ser-lhe-á vedada:
comprovar que esta medida não comprometerá as
a) a realização de transferências obrigatórias,
metas fiscais previstas no AMF e que a mesma estava
qualquer que seja o tributo.
prevista quando da elaboração da LOA. O impacto
deve ser verificado para o ano de referência e para os b) a realização de transferências obrigatórias,
dois seguintes. no que se refere aos impostos.
Além disso, tal medida precisa estar c) a realização de transferências voluntárias,
acompanhada por aumento permanente de outra qualquer que seja o tributo.
receita. Não é permitida a diminuição permanente de
despesa, pois isso acarretaria uma diminuição da d) a realização de transferências voluntárias,
proposta orçamentária, ocasionando mitigação de no que se refere aos impostos.
políticas governamentais. e) a realização de transferências obrigatórias e
Mais uma questão de concurso: voluntárias, no que se refere aos impostos.
Públicas”. O art. 359-D dispõe que ordenar despesa Convite são consideradas irrelevantes (isto é apenas
não autorizada por Lei traz como pena: Reclusão, de 1 um exemplo, podendo cada ente estipular tal valor).
(um) a 4 (quatro) anos. Portanto, não precisam observar as regras constantes
no art. 16.
Além disso, a Lei 8.429/92 (Lei de
Improbidade Administrativa) estabelece que os atos Dispõe, ainda, o parágrafo quarto, que se
de improbidade que acarretem prejuízo ao erário têm constitui condição necessária para o início da
por conseqüência, aos seus responsáveis, a execução da despesa (licitação e empenho) a
necessidade de se dar integral ressarcimento aos observância das normas constantes no art. 16. Aplica-
cofres públicos (art. 5º). Caberá, ainda, à autoridade se o mesmo dispositivo nos casos de desapropriação
administrativa responsável pelo inquérito de bens imóveis urbanos, para fins de desapropriação
administrativo, representar ao Ministério Público para por interesse social relevante, sendo esta feita através
a indisponibilidade dos bens do indiciado (art. 7º). de prévia e justa indenização em dinheiro (CF, art.
182, § 3º).
A adequação do gasto junto à LOA deve
observar o prazo de vigência dos créditos (limite ____________________________________________
máximo de 12 meses – princípio orçamentário da ____________________________________________
anualidade), sendo que tal dotação deve ser
Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter
específica e suficiente (princípio orçamentário da
continuado a despesa corrente derivada de lei,
especificação).
medida provisória ou ato administrativo normativo
Por fim, o aumento de despesa deve estar que fixem para o ente a obrigação legal de sua
acompanhado da sua memória de cálculo execução por um período superior a dois exercícios.
comprobatória, incluindo as premissas utilizadas para
§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem
composição dos valores.
despesa de que trata o caput deverão ser instruídos
Continuemos lendo os dispositivos seguintes: com a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e
demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.
____________________________________________
____________________________________________ § 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o
ato será acompanhado de comprovação de que a
§ 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a
despesa criada ou aumentada não afetará as metas de
despesa considerada irrelevante, nos termos em que
resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1o
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
do art.4o, devendo seus efeitos financeiros, nos
§ 4o As normas do caput constituem condição períodos seguintes, ser compensados pelo aumento
prévia para: permanente de receita ou pela redução permanente
de despesa.
I - empenho e licitação de serviços,
fornecimento de bens ou execução de obras; § 3o Para efeito do § 2o, considera-se
aumento permanente de receita o proveniente da
II - desapropriação de imóveis urbanos a que elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo,
se refere o § 3o do art. 182 da Constituição. majoração ou criação de tributo ou contribuição.
A LRF afasta das rígidas normas inerentes à § 4o A comprovação referida no § 2o,
expansão dos gastos públicos as despesas apresentada pelo proponente, conterá as premissas e
consideradas irrelevantes. O objetivo foi o de não metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do
tornar a máquina pública ainda mais burocratizada exame de compatibilidade da despesa com as demais
inclusive para execução de despesas de pequena normas do plano plurianual e da lei de diretrizes
monta. orçamentárias.
Quem deve atribuir tal característica aos § 5o A despesa de que trata este artigo não
diversos tipos de gastos é a Lei de Diretrizes será executada antes da implementação das medidas
Orçamentárias (LDO). Critérios objetivos têm sido referidas no § 2o, as quais integrarão o instrumento
escolhidos para a definição de quais despesas são que a criar ou aumentar.
irrelevantes. O critério mais comum é o de definir um
percentual sobre a modalidade licitatória Convite. § 6o O disposto no § 1o não se aplica às
Geralmente, os entes públicos definem que despesas despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao
correspondentes a 5% do valor previsto para o
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d) 0,6% (seis décimos por cento) para o a) estabeleceu um limite para as despesas de
Ministério Público da União; pessoal, como percentual da Receita
Corrente Líquida, para cada nível de
II - na esfera estadual:
governo, além de estabelecer subtetos
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, específicos para cada um poderes.
incluído o Tribunal de Contas do Estado;
b) além de proibir que a despesa com pessoal
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; ultrapasse 50% da Receita Corrente Líquida,
independentemente do nível de governo,
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o estabeleceu um teto de remuneração
Executivo; específico para presidentes, governadores e
d) 2% (dois por cento) para o Ministério prefeitos.
Público dos Estados; c) reforçou a proibição de despesas com
III - na esfera municipal: pessoal acima de 60% da Receita Tributária
Disponível para cada governo, além de
a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, estabelecer um teto máximo para os
incluído o Tribunal de Contas do Município, quando poderes executivos de 50% da RTD.
houver;
d) proibiu o uso de recursos tributários
b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o oriundos de transferências constitucionais
Executivo. para o pagamento de despesas com pessoal,
§ 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de além de proibir a contratação de dívidas nos
cada esfera, os limites serão repartidos entre seus últimos meses de governo sem previsão de
órgãos de forma proporcional à média das despesas recursos suficientes para saldá-las.
com pessoal, em percentual da receita corrente e) limitou as despesas com pessoal a 60% da
líquida, verificadas nos três exercícios financeiros Receita Corrente Líquida para todos os níveis
imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei de governo, estabelecendo, ainda, subtetos
Complementar. específicos para cada um dos poderes.
Detalhe Importante: o parágrafo 1º traz 13) (ESAF AFC TCU 2000) A Lei de Reponsabilidade
importante regra acerca da definição dos limites dos Fiscal constitui um avanço importante para
órgãos do Judiciário e Legislativo. Cabe aqui combater o crônico desequilíbrio da
importante observação, pois a LRF não definiu os Administração Pública. Identifique, nas opções
limites de gastos com pessoal dos Tribunais de abaixo, a afirmativa que não traduz a
Contas. Contudo, como, pela lei, os TC’s compõem os preocupação da Lei de Reponsabilidade Fiscal.
gastos do Legislativo, os percentuais globais desse
poder devem comportar os gastos dos TC’s. A A) Definir as metas fiscais anuais para os três
distribuição dos percentuais específicos de cada TC’s e exercícios seguintes.
da casa legislativa foi definida com base nas médias B) Criar mecanismos de compensação para as
de gastos dos últimos três anos anteriores à vigência despesas de caráter permanente.
da LRF.
C) Limitar a relação entre a Receita Total e os
O aumento das despesas de pessoal deve gastos públicos com pessoal.
obediência aos preceitos básicos para expansão dos
gastos governamentais. Além disso, é nulo qualquer D) Fixar limites para o endividamento público.
ato que acarrete aumento de despesa, praticado nos
E) Impor limites de gastos com despesas de
últimos 180 dias de mandato do titular do respectivo
pessoal.
órgão público.
Se a despesa com pessoal ultrapassar 95% do
Vamos a mais uma questão de concurso:
limite respectivo (esse é o conhecido limite
12) (FCC IPEA Tec. Desenv. e Adm. 2004) A aprovação prudencial), algumas atitudes já precisam ser tomadas
da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC.101/2000) para que se impeça o alcance do limite de gastos com
teve um impacto significativo nos padrões da pessoal. A partir desse ponto, qualquer ato que
gestão fiscal da administração pública nos três acarrete aumento de despesa fica proibido (aumentos
níveis de governo. Entre outros aspectos, a LRF de salário acima da reposição inflacionária, criação de
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LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF) 17) (FCC Analista TCE GO 2009) Considere os fatos a
seguir:
15) (FCC Analista DP São Paulo 2009) De acordo com
a Lei no 101/2000, a Lei Orçamentária Anual - Lançamento da previsão da receita e da
deverá conter reserva de contingência, cujo fixação da despesa referente à aprovação do
montante será definido com base na Receita orçamento de uma entidade pública com
Corrente Líquida. Uma receita que NÃO se inclui base na Lei Orçamentária Anual, no valor de
no cálculo da Receita Corrente Líquida de um R$ 2.000.000,00.
município é aquela oriunda de - Empenho de despesas com: pessoal R$
(A) arrecadação de impostos. 800.000,00; serviços de terceiros R$
(B) operações de crédito. 122.000,00; material de consumo R$
(C) transferências correntes. 184.000,00; aquisição de imóveis R$
(D) dívida ativa. 242.000,00; juros e encargos da dívida
(E) taxas pela prestação de serviços. fundada R$ 80.000,00.
- Liquidação de despesas com: pessoal R$
16) (FCC Analista DP São Paulo 2009) Segundo a Lei 800.000,00; serviços de terceiros R$
da Responsabilidade Fiscal: 100.000,00; material de consumo R$
(A) A despesa total de pessoal dos Estados e 170.000,00; aquisição de imóveis R$
Municípios, em cada período de apuração, 112.000,00; juros e encargos da dívida
não pode ultrapassar 40% de suas fundada R$ 80.000,00.
respectivas receitas líquidas, sob pena de - Pagamento de despesas com: pessoal R$
limitação de empenho. 743.000,00; serviços de terceiros R$
(B) Considera-se obrigatória de caráter 96.000,00; material de consumo R$
continuado a despesa corrente derivada de 170.000,00; aquisição de imóveis R$
lei, medida provisória ou ato administrativo 36.000,00; juros e encargos da dívida
normativo, que fixem para o ente a fundada R$ 80.000,00.
obrigação legal de sua execução por um - Pagamento de Restos a Pagar no valor de R$
período superior ao do mandato do chefe do 90.000,00.
Poder Executivo. - Inscrição de Tributos em Dívida Ativa no
(C) A destinação de recursos para, direta ou valor de R$ 36.000,00.
indiretamente, cobrir déficits de pessoas
jurídicas deverá ser autorizada por lei O valor da inscrição de restos a pagar
específica, atender às condições processados no período foi
estabelecidas na lei de diretrizes (A) R$ 47.000,00
orçamentárias e estar prevista no (B) R$ 137.000,00
orçamento ou em seus créditos adicionais. (C) R$ 166.000,00
(D) R$ 303.000,00
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24) (FCC Analista TCE GO 2009) Os créditos (D) universalidade, anualidade, competência e
suplementares abertos no mês de julho de publicidade.
determinado exercício poderão vigorar (E) anualidade, competência, transparência e
(A) até o final do exercício seguinte desde que publicidade.
reabertos pelo seu saldo.
(B) até o mês de julho do exercício seguinte. 2) (FCC Analista TRF 2ª Região 2007) Conforme
(C) durante o prazo estipulado pela lei que artigo 2o, da Lei no 4320/64, a Lei do Orçamento
autorizou sua abertura. deverá obedecer os princípios da
(D) durante a vigência do plano plurianual. a) Anualidade, Universalidade e Unidade.
(E) até o final do exercício em que foram b) Atualização Monetária, Consistência e
abertos. Materialidade.
c) Entidade, Continuidade e Oportunidade.
25) (FCC Analista DP São Paulo 2009) Em relação aos d) Oportunidade, Prudência e Competência.
créditos adicionais, é correto afirmar: e) Objetividade, Prudência e Continuidade.
(A) a abertura de créditos especiais somente é
permitida para atender despesas 3) (FCC Analista TCE MA 2005) A Lei de Orçamento
imprevisíveis e urgentes, tais como as conterá discriminação
decorrentes de calamidade pública. a) somente da receita de forma a evidenciar a
(B) a iniciativa da criação dos créditos adicionais política econômico-financeira e o programa
é do Poder Legislativo e sua aprovação de trabalho do Governo, obedecidos os
depende da chancela do Poder Executivo. princípios de clareza, competência e
(C) os créditos especiais e suplementares pluralidade.
podem ser abertos sem indicação da fonte b) somente da despesa de forma a evidenciar a
dos recursos correspondentes que os política econômico-financeira e o programa
financiarão. de trabalho do Governo, obedecidos os
(D) os créditos extraordinários são aqueles que princípios de clareza, competência e
se destinam ao reforço de dotação unidade.
orçamentária específica. c) da receita e despesa de forma a evidenciar a
(E) os créditos suplementares têm vigência política econômico-financeira e o programa
adstrita ao exercício financeiro em que de trabalho do Governo, obedecidos os
foram abertos. princípios de unidade, universalidade e
anualidade.
GABARITO d) somente da receita de forma a evidenciar a
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 política econômico-financeira e o programa
A E E B A C D A D C de trabalho do Governo, obedecidos os
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 princípios de clareza, competência e
D D B C B E B D C D anualidade.
21 22 23 24 25 e) somente da despesa de forma a evidenciar a
A D A E E política econômico-financeira e o programa
de trabalho do Governo, obedecidos os
QUESTÕES FCC – GRUPO 2 princípios de clareza, competência e
universalidade.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS:
PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL
1) (FCC Analista TCE GO 2009) São princípios
orçamentários gerais substanciais que regem o 4) (FCC Analista TRE AL 2010) O Anexo de Riscos
orçamento, além do da exclusividade, os de Fiscais, de acordo com a Lei de Responsabilidade
(A) unidade, universalidade, anualidade e Fiscal, integrará o projeto de Lei
equilíbrio. (A) do Plano Plurianual.
(B) unidade, universalidade, competência e (B) Orçamentária Anual.
equilíbrio. (C) de Diretrizes Orçamentárias.
(C) universalidade, anualidade, transparência e (D) de Diretrizes Fiscais.
publicidade. (E) de Diretrizes Plurianuais.
(C) contabilizada como uma variação ativa referirem e para os demais constantes do
independente da execução orçamentária. Plano Purianual.
(D) classificada como uma interferência (B) plurianuais, em valores correntes e
financeira. constantes, relativas a receitas, despesas,
(E) registrada como uma receita resultados nominal e primário e montante
extraorçamentária. da dívida pública, para o exercício a que se
referirem e para os dois seguintes.
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF) (C) anuais, em valores correntes e constantes,
relativas a receitas, despesas, resultados
21) (FCC Analista TRE AL 2010) Se a dívida nominal e primário e montante da dívida
consolidada de um ente da Federação pública, para o exercício a que se referirem e
ultrapassar o respectivo limite ao final de um para os demais constantes do Plano
quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até Purianual.
o término dos três subsequentes, reduzindo o (D) anuais, em valores correntes e constantes,
excedente, no primeiro quadrimestre, em pelo relativas a receitas, despesas, resultados
menos nominal e primário e montante da dívida
(A) 5% pública, onde serão avaliados os passivos
(B) 10% contingentes e outros riscos capazes de
(C) 15% afetar as contas públicas.
(D) 25% (E) anuais, em valores correntes e constantes,
(E) 35% relativas a receitas, despesas, resultados
nominal e primário e montante da dívida
22) (FCC Analista TCE GO 2009) A dívida fundada pública, para o exercício a que se referirem e
compreende para os dois seguintes.
(A) os restos a pagar, excluídos os serviços da ASSUNTOS DIVERSOS
dívida.
(B) as operações de crédito para antecipação da 25) (FCC Analista TCE GO 2009) Em 31 de dezembro
receita orçamentária. de 20x0, último ano do mandato, o prefeito do
(C) as consignações a pagar. município de Barra Brava autorizou o
(D) os depósitos cauções recebidos de terceiros. cancelamento de empenhos de material de
(E) as operações de crédito com prazo inferior a consumo não-processados no valor de R$
12 meses, cujas receitas tenham constado 100.000,00, visando a adequar o fechamento
no orçamento. contábil às disponibilidades de caixa.
Permaneceram os saldos de R$ 150.000,00 em
23) (FCC Analista TCE GO 2009) A Lei no 101/2000 Restos a pagar processados e R$ 50.000,00 em
prevê que, quando o Poder Executivo Restos a pagar não-processados. Durante o ano
ultrapassar 90% (noventa por cento) do limite de 20x1, um dos fornecedores, inscrito em
definido para a despesa total com pessoal, ele Restos a Pagar não-processados, deixou de
será alertado pelo efetuar a entrega dos produtos licitados no
(A) Poder Judiciário. valor de R$ 30.000,00 e um fornecedor cujo
(B) Tribunal de Contas. empenho fora cancelado no ano anterior,
(C) Poder Legislativo. efetuou a entrega das mercadorias licitadas em
(D) Conselho Municipal. 20x0, no valor de R$ 50.000,00. Nesse caso, no
(E) Setor de Contabilidade. ano de 20x1 deve-se efetuar o cancelamento de
restos a pagar
24) (FCC Analista TCE GO 2009) De acordo com a Lei (A) processados no valor de R$ 30.000,00 e
Complementar 101/2000, o Anexo de Metas efetuar um novo empenho no valor de R$
Fiscais que integrará a Lei de Diretrizes 50.000,00 com saldo da rubrica de Material
Orçamentárias deverá dispor sobre o de consumo de 20x1.
estabelecimento de metas (B) não-processados no valor de R$ 30.000,00 e
(A) plurianuais, em valores correntes e efetuar um novo empenho no valor de R$
constantes, relativas a receitas, despesas, 50.000,00 com saldo da rubrica de Material
resultados nominal e primário e montante de Consumo de 20x1.
da dívida pública, para o exercício a que se
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26) (FCC Analista TCE GO 2009) Considere as seguintes informações extraídas do Balancete da Prefeitura
Modelo, em 31/12/20x8, último ano do mandato do atual prefeito, com valores em reais:
Considerando que não existia saldo inicial de Restos a pagar não-processados no exercício de 20x8 e visando
a adequar o encerramento do exercício de 20x8, em atendimento ao disposto na Lei no 4.320/64 e Lei
Complementar no 101/00, em 31/12/20x8 os saldos de Restos a pagar processados e não-processados serão,
respectivamente
(A) R$ 90.000,00 e R$ 30.000,00
(B) R$ 90.000,00 e R$ 80.000,00
(C) R$ 120.000,00 e R$ 30.000,00
(D) R$ 120.000,00 e R$ 80.000,00
(E) R$ 80.000,00 e R$ 90.000,00
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
A A C C A C B A D B E C B C E E D C D A D E B E D C
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(D) superado o limite da despesa de pessoal, o (B) a Lei Orçamentária Anual (LOA),
poder dispõe de dois quadrimestres para estabelecendo as metas de resultados
retomar-lhe. primário e nominal para o exercício a que se
(E) para a despesa de pessoal, os limites são referirem e para os dois seguintes.
verificados a cada doze meses. (C)) o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO), estabelecendo em valores correntes e
constantes a meta para o montante da
12) (FCC ANALISTA TCE SP 2005) Cumprindo dívida pública para o exercício a que se
determinação constitucional, a Lei de referir e para os dois seguintes.
Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar no (D) a Lei Orçamentária Anual (LOA),
101/2000) dispõe que a despesa total com estabelecendo as metas de resultados
pessoal, em cada período de apuração e em primário e nominal somente para o exercício
cada ente da Federação, não poderá exceder os a que se referir.
percentuais da receita corrente líquida, a seguir (E) o Plano Plurianual (PPA) disposto pela
discriminados: Constituição Federal, estabelecendo as
(A) União, Estados e Municípios: 50%. metas anuais em valores correntes e
(B) Municípios e Estados: 50% e União: 60%. constantes relativas a receitas, despesas,
(C)) União: 50% e Estados e Municípios: 60%. resultado nominal e primário e o montante
(D) União, Estados e Municípios: 60%. da dívida pública.
(E) União: 40%, Estados: 50% e Municípios: 60%.
16) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) O limite de gastos
13) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) As disposições da de pessoal foi fixado do seguinte modo:
Lei Complementar no 101/00 (Lei de (A) a despesa de pessoal global da União,
Responsabilidade Fiscal) são aplicáveis Estados e Municípios não poderá exceder a
(A) exclusivamente ao Poder Executivo. 60% da Receita Corrente Líquida.
(B) exclusivamente ao Poder Legislativo. (B)) o limite para as despesas com pessoal do
(C) exclusivamente ao Poder Judiciário. Ministério Público Estadual foi fixado em 2%,
(D) exclusivamente à Administração Direta. devendo a sua apuração ser efetuada
(E)) ao Distrito Federal e empresas estatais quadrimestralmente.
dependentes. (C) o limite de gastos com pessoal para o poder
executivo municipal corresponderá a 54% da
14) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) O limite de gastos receita total arrecadada pelo município,
de pessoal e endividamento público serão durante o exercício civil.
calculados com base na Receita Corrente Líquida (D) na esfera estadual o Poder Legislativo não
que é composta basicamente por receitas poderá extrapolar ao limite de 3% da Receita
(A) tributárias, patrimoniais, industriais, Corrente Líquida, excluindo-se na apuração,
agropecuárias e de serviços. os gastos com pessoal do Tribunal de Contas
(B) correntes e de capital arrecadadas até o do Estado.
bimestre de referência. (E) na esfera federal o Poder Legislativo não
(C) correntes e de capital arrecadadas no poderá extrapolar ao limite de 2,5% da
bimestre de referência. Receita Corrente Líquida, excluindo-se na
(D) correntes e de capital arrecadadas no mês apuração, os gastos com pessoal do Tribunal
de referência e nos 11 meses anteriores. de Contas da União.
(E) tributárias, patrimoniais, operações de
créditos e decorrentes de alienação de 17) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Para o
ativos. acompanhamento dos gastos de pessoal a LRF
criou mecanismos de controle e gerenciamento,
15) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) O Anexo de Metas estabelecendo percentuais preventivos e regras
Fiscais deverá integrar de recondução quando verificada eventual
(A) o Plano Plurianual (PPA) disposto pela extrapolação dos limites legais. Diante disto é
Constituição Federal, estabelecendo metas correto afirmar que
de resultados primário e nominal para o seu
período de vigência. (A)) fica vedada a contratação de pessoal a
qualquer título nas Fundações Municipais,
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(E) não se pode dizer que erra ou acerta, vez (E) a cota-parte do Fundo de Participação dos
que cada entidade pública adota seu próprio Estados.
regime de contabilização.
27) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Nos termos da Lei
22) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Despesa de no 4.320, de 1964, os recursos que podem
mutação patrimonial: financiar créditos suplementares e especiais
(A) pessoal e encargos sociais. são:
(B) equipamentos e material permanente. (A) Superávit financeiro do ano anterior,
(C) serviços de consultoria. excesso de arrecadação, anulação de
(D) subvenção social. dotação, operação de crédito.
(E) juros sobre a dívida por contrato. (B) superávit orçamentário do ano anterior,
ativo real líquido, anulação de dotação,
23) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Como se operação de crédito.
contabilizam as entradas compensatórias de (C) operação de crédito por antecipação da
ativo e passivo financeiros? receita, superávit financeiro, excesso de
(A) as receitas: de forma extra-orçamentária; as arrecadação, anulação de dotação.
despesas: de modo orçamentário. (D) superávit econômico, excesso de
(B) de maneira orçamentária. arrecadação, anulação parcial de dotação e
(C) no sistema compensado do Balanço operação de crédito.
Patrimonial. (E) superveniências e insubsistências ativas.
(D) as receitas: de forma orçamentária; as
despesas: de modo extra-orçamentário. 28) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) No processo
(E) de forma extra-orçamentária. orçamentário nacional
(A) as emendas ao projeto de lei orçamentária
Considerando-se os seguintes números de podem se amparar no corte de qualquer
execução orçamentária e financeira: despesa prevista.
Despesa Empenhada em 2006 ..................... $ 23.000 (B) remetido o projeto orçamentário ao
Despesa Liquidada em 2006 ......................... $ 20.000 Legislativo, o Chefe do Poder Executivo não
Despesa Paga em 2006 ................................. $ 18.000 pode mais solicitar qualquer modificação.
(C) os Poderes Legislativo e Judiciário também
24) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Findo o exercício podem iniciar projetos de lei relativos ao
de 2006, qual o montante de Restos a Pagar plano plurianual, diretrizes orçamentárias e
Processados? orçamento anual.
(A) 2.000 (D) a criação de fundos dispensa autorização
(B) 3.000 legislativa.
(C) 5.000 (E) as operações de crédito, em regra, não
(D) 41.000 podem superar o montante das despesas de
(E) 43.000 capital.
25) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Findo o exercício 29) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Fonte que classifica
de 2006, qual o montante de Restos a Pagar a receita de dividendos distribuídos por
Não-Processados? empresa da qual a Prefeitura é acionista:
(A) 43.000 (A) De capital.
(B) 41.000 (B) Tributária.
(C) 5.000 (C) Patrimonial.
(D) 3.000 (D) Transferência intergovernamental.
(E) 2.000 (E) Industrial.
26) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Receita efetiva é 30) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) De acordo com sua
(A) a colocação de títulos públicos no mercado natureza econômica, a classificação da despesa
financeiro. compõe-se de
(B) a operação de crédito. (A) categoria, função e subfunção.
(C) a alienação de bens imóveis. (B) órgão de orçamento, programa e elemento
(D) o recebimento de valores emprestados. de despesa.
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(C) categoria, grupo de natureza e elemento de 36) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Em relação à
despesa. despesa pública é correto afirmar:
(D) função, subfunção e programa. (A)) A ordem de pagamento da despesa será
(E) órgão de orçamento, unidade de orçamento materializada em documentos processados
e unidade de despesa. pelo serviço de contabilidade.
(B) É vedada a realização de despesa sem prévio
31) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Para seu próprio empenho e sob hipótese alguma será
uso, o Tribunal Regional Eleitoral adquiriu dispensada a emissão da nota de empenho.
prédio usado. O grupo de despesa que o (C) Serão indicados no empenho o nome do
contador classifica tal gasto é credor, a especificação, a importância da
(A) Inversões Financeiras. despesa, os comprovantes da entrega de
(B) Investimentos. material ou da prestação efetiva do serviço.
(C) Equipamentos e Material Permanente. (D) São tipos de empenhos da despesa: global,
(D) Serviços de Terceiros. extraordinário, estimativo e ordinário.
(E) Despesa de Pessoal. (E) É vedada, sob qualquer hipótese, a
redistribuição de parcelas das dotações de
32) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Liquidar despesa pessoal de uma para outra unidade
pública é orçamentária.
(A) pagá-la corretamente.
(B) subtrair seu valor do saldo da dotação. 37) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) De acordo com a
(C) reservar orçamentariamente o valor Lei no 4.320/64 o empenho da despesa não
correspondente. poderá exceder o limite de créditos concedidos
(D) verificar se o credor faz jus ao pagamento. e estes poderão ser adicionados através de
(E) anular a correlata Nota de Empenho. créditos. Diante disto é correto afirmar:
(A) É vedada a realização de despesa sem prévio
33) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) De acordo com a empenho e este consiste na verificação do
Lei no 4.320, de 1964, os créditos adicionais direito adquirido do credor, tendo por base
extraordinários são os títulos e documentos comprobatórios do
(A) abertos por lei. respectivo crédito.
(B) autorizados por lei. (B)) Somente os créditos suplementares e
(C) autorizados por lei e abertos por decreto. especiais dependem da existência de
(D) autorizados por decreto. recursos disponíveis para a ocorrência de
(E) abertos por decreto. despesa pública.
(C) Os créditos adicionais são classificados como
34) (FCC ANALISTA TCE SP 2005) NÃO constituem suplementares quando destinados a reforço
categorias econômicas da receita pública as de dotação orçamentária e especiais quando
Receitas destinados a atender despesas urgentes e
(A) de Endividamento. imprevistas, em caso de guerra ou
(B) de Capital. calamidade pública.
(C)) de Doações. (D) Os créditos extraordinários serão
(D) de Transferências. autorizados por lei e abertos por decreto,
(E) Correntes. destinando-se as despesas urgentes e
imprevistas em caso de guerra e comoção
35) (FCC ANALISTA TCE SP 2005) A cobertura de intestina.
deficits na manutenção das empresas públicas, (E) O empenho da despesa que consiste na
de natureza autárquica ou não, far-se-á verificação do direito adquirido do credor
mediante poderá ser efetuado por estimativa quando
(A) subvenções sociais. o montante não possa ser determinado, ou
(B) superveniências passivas. global quando se tratar de despesas
(C)) subvenções econômicas. contratuais ou sujeitas a parcelamentos.
(D) insubsistências passiva.
(E) insubsistências ativas.
38) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) O tributo é (B) lei complementar do Poder Legislativo, que
conceituado como uma receita dará imediato conhecimento ao Poder
(A) própria, instituída pelas entidades de direito Executivo.
privado, compreendendo os impostos, as (C) lei ordinária do Poder Legislativo, que dará
taxas e contribuições nos termos da imediato conhecimento ao Poder Executivo.
Constituição e das leis vigentes em matéria (D) decreto do Poder Executivo, que submeterá
tributária destinando-se seu produto ao a imediata aprovação do Poder Legislativo.
custeio de atividades gerais ou específicas (E)) decreto do Poder Executivo, que dará
exercidas por essas entidades. imediato conhecimento ao Poder
(B)) derivada, instituída pelas entidades de Legislativo.
direito público, compreendendo os
impostos, as taxas e contribuições nos 41) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) A nota de
termos da Constituição e das leis vigentes empenho indicará além do nome do credor, a
em matéria tributária destinando-se seu (A) comprovação da entrega de material ou da
produto ao custeio de atividades gerais ou prestação efetiva do serviço.
específicas exercidas por essas entidades. (B) especificação e a importância da despesa,
(C) própria, instituída pelas entidades de direito apenas.
público, compreendendo os impostos, as (C) destinação e a importância da despesa.
taxas e contribuições nos termos da (D)) representação e a importância da despesa
Constituição e das leis vigentes em matéria bem como a dedução desta do saldo da
tributária destinando-se seu produto ao dotação própria.
custeio de atividades gerais exercidas por (E) especificação da despesa, apenas.
essas entidades.
(D) derivada, instituída pelas entidades de 42) (FCC ANALISTA CONTÁBIL ARCE CE 2006) Na
direito privado, compreendendo os classificação funcional-programática, a despesa
impostos, as taxas e contribuições nos pública desdobra-se em
termos da Constituição e das leis vigentes (A)) função, subfunção, programa, projeto,
em matéria tributária destinando-se seu atividade e operação especial.
produto ao custeio de atividades específicas (B) função, subprograma, programa, projeto e
exercidas por essas entidades. atividade.
(E) própria, instituída pelas entidades de direito (C) programa, categoria econômica, natureza de
público, compreendendo os impostos, as despesa e elemento.
taxas e contribuições nos termos da (D) órgão orçamentário, unidade orçamentária
Constituição e das leis vigentes em matéria e unidade de despesa.
tributária destinando-se seu produto ao (E) categoria, natureza de despesa, modalidade
custeio de atividades específicas exercidas de aplicação e elemento.
por essas entidades.
43) (FCC ANALISTA CONTÁBIL ARCE CE 2006)
39) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Pertencem ao Emendas legislativas ao orçamento podem
exercício financeiro as receitas valer-se da anulação parcial ou total de
(A) previstas e as despesas nele liquidadas. (A) despesas de pessoal.
(B) nele recolhidas e as despesas empenhadas. (B) encargos patronais.
(C)) nele arrecadadas e as despesas nele (C) gastos voltados ao serviço da dívida.
legalmente empenhadas. (D))serviços de terceiros.
(D) lançadas e as despesas pagas. (E) transferências tributárias constitucionais.
(E) nele previstas e as despesas nele legalmente
pagas. 44) (FCC ANALISTA CONTÁBIL ARCE CE 2006) No
estágio da liquidação da despesa governamental
40) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Os créditos (A) a Administração efetua o devido abatimento
extraordinários serão abertos por do saldo da dotação.
(A) medida provisória do Poder Executivo, que (B) o fornecedor recebe cópia da Nota de
submeterá a aprovação do Poder Legislativo. Empenho.
(C) o fornecedor recebe o pagamento pelos
materiais entregues ou serviços prestados.
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GABARITO (...)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
D C C D A B C E D D Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Nacional:
D C E A C B A E B A (...)
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
A B E A D E A E C C V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
A D E C C A B B E E delegação legislativa;
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
(...)
D A D E D B C B D B
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo
APÊNDICE A – ARTIGOS DA CF/88 QUE TRATAM DE Presidente da República e apreciar os relatórios sobre
ORÇAMENTO a execução dos planos de governo;
Seção II - DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer
NACIONAL
de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do os da administração indireta;
Presidente da República, não exigida esta para o
XI - zelar pela preservação de sua competência
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas
legislativa em face da atribuição normativa dos outros
as matérias de competência da União, especialmente
Poderes;
sobre:
(...)
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de
rendas; XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de
Contas da União;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orçamento anual, operações de crédito, dívida pública (...)
e emissões de curso forçado;
Seção IV - DO SENADO FEDERAL
(...)
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
IV - planos e programas nacionais, regionais e
setoriais de desenvolvimento; I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente
da República nos crimes de responsabilidade, bem
(...) como os Ministros de Estado e os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da
IX - organização administrativa, judiciária, do
mesma natureza conexos com aqueles; (Redação
Ministério Público e da Defensoria Pública da União e
dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
dos Territórios e organização judiciária, do Ministério
Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal; (...)
X - criação, transformação e extinção de cargos, V - autorizar operações externas de natureza
empregos e funções públicas, observado o que financeira, de interesse da União, dos Estados, do
estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
VI - fixar, por proposta do Presidente da República,
XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da limites globais para o montante da dívida consolidada
administração pública; (Redação dada pela Emenda da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Constitucional nº 32, de 2001) Municípios;
(...) VII - dispor sobre limites globais e condições para as
operações de crédito externo e interno da União, dos
XIII - matéria financeira, cambial e monetária,
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas
instituições financeiras e suas operações;
autarquias e demais entidades controladas pelo Poder a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na
Público federal; administração direta e autárquica ou aumento de sua
remuneração;
VIII - dispor sobre limites e condições para a
concessão de garantia da União em operações de b) organização administrativa e judiciária, matéria
crédito externo e interno; tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal
da administração dos Territórios;
IX - estabelecer limites globais e condições para o
montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito c) servidores públicos da União e Territórios, seu
Federal e dos Municípios; regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria;(Redação dada pela Emenda
(...) Constitucional nº 18, de 1998)
Seção VIII - DO PROCESSO LEGISLATIVO (...)
Subseção I - Disposição Geral
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o
Art. 59. O processo legislativo compreende a Presidente da República poderá adotar medidas
elaboração de: provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela
I - emendas à Constituição;
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
II - leis complementares;
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre
III - leis ordinárias; matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001)
IV - leis delegadas;
I - relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
V - medidas provisórias; 32, de 2001)
VI - decretos legislativos; (...)
VII - resoluções. d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias,
orçamento e créditos adicionais e suplementares,
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela
elaboração, redação, alteração e consolidação das
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
leis.
(...)
(...)
Seção II - Das Atribuições do Presidente da República
Subseção III - Das Leis
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e
República:
ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a
ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na direção superior da administração federal;
forma e nos casos previstos nesta Constituição.
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da previstos nesta Constituição;
República as leis que:
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
Armadas; execução;
Parágrafo único. O Presidente da República poderá § 1º - É vedado ao banco central conceder, direta ou
delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a
e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao qualquer órgão ou entidade que não seja instituição
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral financeira.
da União, que observarão os limites traçados nas
§ 2º - O banco central poderá comprar e vender
respectivas delegações.
títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o
Seção III - Da Responsabilidade do Presidente da objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de
República juros.
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do § 3º - As disponibilidades de caixa da União serão
Presidente da República que atentem contra a depositadas no banco central; as dos Estados, do
Constituição Federal e, especialmente, contra: Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou
entidades do Poder Público e das empresas por ele
(...) controladas, em instituições financeiras oficiais,
ressalvados os casos previstos em lei.
VI - a lei orçamentária;
III - a realização de operações de créditos que § 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse
excedam o montante das despesas de capital, um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia
ressalvadas as autorizadas mediante créditos inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a
suplementares ou especiais com finalidade precisa, inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria
§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão
absoluta;
vigência no exercício financeiro em que forem
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, autorizados, salvo se o ato de autorização for
fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do promulgado nos últimos quatro meses daquele
produto da arrecadação dos impostos a que se exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus
referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
para as ações e serviços públicos de saúde, para financeiro subseqüente.
manutenção e desenvolvimento do ensino e para
§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente
realização de atividades da administração tributária,
será admitida para atender a despesas imprevisíveis e
como determinado, respectivamente, pelos arts. 198,
urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos
interna ou calamidade pública, observado o disposto com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
no art. 62. complementar referida no caput, a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias seguintes providências: (Incluído pela Emenda
geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 Constitucional nº 19, de 1998)
e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158
e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou I - redução em pelo menos vinte por cento das
contragarantia à União e para pagamento de débitos despesas com cargos em comissão e funções de
para com esta. (Incluído pela Emenda Constitucional confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
nº 3, de 1993) 19, de 1998)
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído
orçamentárias, compreendidos os créditos pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo
e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o anterior não forem suficientes para assegurar o
dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei cumprimento da determinação da lei complementar
complementar a que se refere o art. 165, § 9º. referida neste artigo, o servidor estável poderá perder
Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de o cargo, desde que ato normativo motivado de cada
2004) um dos Poderes especifique a atividade funcional, o
órgão ou unidade administrativa objeto da redução de
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos de 1998)
Municípios não poderá exceder os limites
estabelecidos em lei complementar. § 5º O servidor que perder o cargo na forma do
parágrafo anterior fará jus a indenização
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento correspondente a um mês de remuneração por ano
de remuneração, a criação de cargos, empregos e de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem 19, de 1998)
como a admissão ou contratação de pessoal, a
qualquer título, pelos órgãos e entidades da § 6º O cargo objeto da redução prevista nos
administração direta ou indireta, inclusive fundações parágrafos anteriores será considerado extinto,
instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão vedada a criação de cargo, emprego ou função com
ser feitas: (Renumerado do parágrafo único, pela atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) quatro anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente
para atender às projeções de despesa de pessoal e § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a
aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído pela serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º - Para aplicação dos critérios de que trata este Distrito Federal, de acordo com o disposto no art. 5º,
artigo, excluem-se das despesas totais as relativas: inciso XV, letra b, da Constituição Federal.
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará identificados por números de códigos decimal, na
dotações globais destinadas a atender forma dos Anexos ns. 3 e 4.
indiferentemente a despesas de pessoal, material,
serviços de terceiros, transferências ou quaisquer § 2º Completarão os números do código decimal
outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu referido no parágrafo anterior os algarismos
parágrafo único. caracterizadores da classificação funcional da
despesa, conforme estabelece o Anexo n. 5.
Art. 6º Tôdas as receitas e despesas constarão da
Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas § 3° O código geral estabelecido nesta lei não
quaisquer deduções. prejudicará a adoção de códigos locais.
RECEITAS CORRENTES
§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as
RECEITA TRIBUTÁRIA dotações para manutenção de serviços anteriormente
criados, inclusive as destinadas a atender a obras de
Impostos conservação e adaptação de bens imóveis.
Taxas § 2º Classificam-se como Transferências
Correntes as dotações para despesas as quais não
Contribuições de Melhoria
corresponda contraprestação direta em bens ou
RECEITA DE CONTRIBUIÇOES serviços, inclusive para contribuições e subvenções
destinadas a atender à manifestação de outras
RECEITA PATRIMONIAL entidades de direito público ou privado.
RECEITA AGROPECUÁRIA § 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos
desta lei, as transferências destinadas a cobrir
RECEITA INDUSTRIAL
despesas de custeio das entidades beneficiadas,
RECEITA DE SERVIÇOS distinguindo-se como:
Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes § 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as
categorias econômicas: dotações destinadas a:
Obras Públicas
Serviços em Regime de Programação Especial SEÇÃO I - Das Despesas Correntes
Equipamentos e Instalações
Material Permanente SUBSEÇÃO ÚNICA - Das Transferências Correntes
Participação em Constituição ou Aumento de
Capital de Empresas ou Entidades Industriais ou I) Das Subvenções Sociais
Agrícolas
Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das
possibilidades financeiras a concessão de subvenções
sociais visará a prestação de serviços essenciais de despesa poderão ser custeadas por dotações globais,
assistência social, médica e educacional, sempre que a classificadas entre as Despesas de Capital.
suplementação de recursos de origem privada
aplicados a Esses objetivos, revelar-se mais
econômica.
SUBSEÇÃO SEGUNDA - Das Transferências de Capital
Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre
Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará
que possível, será calculado com base em unidades de
auxílio para investimentos que se devam incorporar
serviços efetivamente prestados ou postos à
ao patrimônio das Empresas privadas de fins
disposição dos interessados obedecidos os padrões
lucrativos.
mínimos de eficiência prèviamente fixados.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se
Art. 17. Somente à instituição cujas condições de
às transferências de capital à conta de fundos
funcionamento forem julgadas satisfatórias pelos
especiais ou dotações sob regime excepcional de
órgãos oficiais de fiscalização serão concedidas
aplicação.
subvenções.
SEÇÃO PRIMEIRA - Das Previsões Plurienais I - tabelas explicativas da despesa, sob a forma
estabelecida no artigo 22, inciso III, letras d, e e f;
Art. 23. As receitas e despesas de capital serão
objeto de um Quadro de Recursos e de Aplicação de II - justificação pormenorizada de cada dotação
Capital, aprovado por decreto do Poder Executivo, solicitada, com a indicação dos atos de aprovação de
abrangendo, no mínimo um triênio. projetos e orçamentos de obras públicas, para cujo
início ou prosseguimento ela se destina.
Parágrafo único. O Quadro de Recursos e de
Aplicação de Capital será anualmente reajustado Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de
acrescentando-se-lhe as previsões de mais um ano, de arrecadação organizar demonstrações mensais da
modo a assegurar a projeção contínua dos períodos. receita arrecadada, segundo as rubricas, para
servirem de base a estimativa da receita, na proposta
Art. 24. O Quadro de Recursos e de Aplicação de orçamentária.
Capital abrangerá:
Parágrafo único. Quando houver órgão central de
I - as despesas e, como couber, também as orçamento, essas demonstrações ser-lhe-ão
receitas previstas em planos especiais aprovados em remetidas mensalmente.
lei e destinados a atender a regiões ou a setores da
administração ou da economia; Art. 30. A estimativa da receita terá por base as
demonstrações a que se refere o artigo anterior à
II - as despesas à conta de fundos especiais e, arrecadação dos três últimos exercícios, pelo menos
como couber, as receitas que os constituam; bem como as circunstâncias de ordem conjuntural e
outras, que possam afetar a produtividade de cada
III - em anexos, as despesas de capital das
fonte de receita.
entidades referidas no Título X desta lei, com
indicação das respectivas receitas, para as quais Art. 31. As propostas orçamentárias parciais
forem previstas transferências de capital. serão revistas e coordenadas na proposta geral,
considerando-se a receita estimada e as novas
Art. 25. Os programas constantes do Quadro de
circunstâncias.
Recursos e de Aplicação de Capital sempre que
possível serão correlacionados a metas objetivas em
termos de realização de obras e de prestação de
serviços.
TÍTULO III - Da elaboração da Lei de Orçamento orçamento, discriminada por elementos, obedecida,
sempre que possível, a ordem cronológica.
Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária
no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Art. 38. Reverte à dotação a importância de
Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo despesa anulada no exercício, quando a anulação
considerará como proposta a Lei de Orçamento ocorrer após o encerramento deste considerar-se-á
vigente. receita do ano em que se efetivar.
Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de
Lei de Orçamento que visem a: natureza tributária ou não tributária, serão
escriturados como receita do exercício em que forem
a) alterar a dotação solicitada para despesa de arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.
custeio, salvo quando provada, nesse ponto a
inexatidão da proposta; § 1º - Os créditos de que trata este artigo,
exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento,
b) conceder dotação para o início de obra cujo serão inscritos, na forma da legislação própria, como
projeto não esteja aprovado pelos órgãos Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua
competentes; liquidez e certeza, e a respectiva receita será
escriturada a esse título. (Parágrafo incluído pelo
c) conceder dotação para instalação ou
Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)
funcionamento de serviço que não esteja
anteriormente criado; § 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da
Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de
d) conceder dotação superior aos quantitativos
obrigação legal relativa a tributos e respectivos
prèviamente fixados em resolução do Poder
adicionais e multas, e Dívida Ativa não Tributária são
Legislativo para concessão de auxílios e subvenções.
os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os
provenientes de empréstimos compulsórios,
contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer
TÍTULO IV - Do Exercício Financeiro origem ou natureza, exceto as tributárias, foros,
laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o
processuais, preços de serviços prestados por
ano civil.
estabelecimentos públicos, indenizações, reposições,
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: restituições, alcances dos responsáveis
definitivamente julgados, bem assim os créditos
I - as receitas nele arrecadadas; decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de
subrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra
II - as despesas nele legalmente empenhadas. garantia, de contratos em geral ou de outras
obrigações legais. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei
Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as
nº 1.735, de 20.12.1979)
despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de
dezembro distinguindo-se as processadas das não § 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em
processadas. moeda estrangeira será convertido ao
correspondente valor na moeda nacional à taxa
Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a
cambial oficial, para compra, na data da notificação
conta de créditos com vigência plurienal, que não
ou intimação do devedor, pela autoridade
tenham sido liquidados, só serão computados como
administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da
Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito.
Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a
Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, atualização monetária e os juros de mora, de acordo
para as quais o orçamento respectivo consignava com preceitos legais pertinentes aos débitos
crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, tributários. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº
que não se tenham processado na época própria, bem 1.735, de 20.12.1979)
como os Restos a Pagar com prescrição interrompida
§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os
e os compromissos reconhecidos após o
créditos mencionados nos parágrafos anteriores, bem
encerramento do exercício correspondente poderão
como os valores correspondentes à respectiva
ser pagos à conta de dotação específica consignada no
atualização monetária, à multa e juros de mora e ao § 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para
encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-lei nº os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças
1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e
Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978. a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do
§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita exercício.
na Procuradoria da Fazenda Nacional.
§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis,
provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á
a importância dos créditos extraordinários abertos no
TÍTULO V - Dos Créditos Adicionais exercício.
Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos
de despesa não computadas ou insuficientemente por decreto do Poder Executivo, que deles dará
dotadas na Lei de Orçamento. imediato conhecimento ao Poder Legislativo.
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência
adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos,
I - suplementares, os destinados a reforço de
salvo expressa disposição legal em contrário, quanto
dotação orçamentária;
aos especiais e extraordinários.
II - especiais, os destinados a despesas para as
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará
quais não haja dotação orçamentária específica;
a importância, a espécie do mesmo e a classificação
III - extraordinários, os destinados a despesas da despesa, até onde for possível.
urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção
intestina ou calamidade pública.
TÍTULO VI - Da Execução do Orçamento
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais
serão autorizados por lei e abertos por decreto CAPÍTULO I - Da Programação da Despesa
executivo.
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados,
especiais depende da existência de recursos o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas
disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida trimestrais da despesa que cada unidade
de exposição justificativa. orçamentária fica autorizada a utilizar.
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo
artigo, desde que não comprometidos: anterior atenderá aos seguintes objetivos:
I - o superávit financeiro apurado em balanço a) assegurar às unidades orçamentárias, em
patrimonial do exercício anterior; tempo útil a soma de recursos necessários e
suficientes a melhor execução do seu programa anual
II - os provenientes de excesso de arrecadação;
de trabalho;
III - os resultantes de anulação parcial ou total de
b) manter, durante o exercício, na medida do
dotações orçamentárias ou de créditos adicionais,
possível o equilíbrio entre a receita arrecadada e a
autorizados em Lei;
despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo
IV - o produto de operações de credito eventuais insuficiências de tesouraria.
autorizadas, em forma que juridicamente possibilite
Art. 49. A programação da despesa orçamentária,
ao poder executivo realizá-las.
para feito do disposto no artigo anterior, levará em
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a conta os créditos adicionais e as operações extra-
diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo orçamentárias.
financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos
Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas
créditos adicionais transferidos e as operações de
durante o exercício, observados o limite da dotação e
credito a eles vinculadas.
o comportamento da execução orçamentária.
II - a nota de empenho;
TÍTULO VII - Dos Fundos Especiais
III - os comprovantes da entrega de material ou
da prestação efetiva do serviço. Art. 71. Constitui fundo especial o produto de
receitas especificadas que por lei se vinculam à
Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho realização de determinados objetivos ou serviços,
exarado por autoridade competente, determinando facultada a adoção de normas peculiares de aplicação.
que a despesa seja paga.
Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias
Parágrafo único. A ordem de pagamento só vinculadas a turnos especiais far-se-á através de
poderá ser exarada em documentos processados dotação consignada na Lei de Orçamento ou em
pelos serviços de contabilidade (Veto rejeitado no créditos adicionais.
D.O. 05/05/1964)
Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei
Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado que o instituiu, o saldo positivo do fundo especial
por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos apurado em balanço será transferido para o exercício
por estabelecimentos bancários credenciados e, em seguinte, a crédito do mesmo fundo.
casos excepcionais, por meio de adiantamento.
Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá
Art. 66. As dotações atribuídas às diversas determinar normas peculiares de controle, prestação
unidades orçamentárias poderão quando e tomada de contas, sem de qualquer modo, elidir a
expressamente determinado na Lei de Orçamento ser competência específica do Tribunal de Contas ou
movimentadas por órgãos centrais de administração órgão equivalente.
geral.
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Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de despesas, administrem ou guardem bens a ela
execução orçamentária será prévia, concomitante e pertencentes ou confiados.
subseqüente.
Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de
Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas Contas ou órgão equivalente, a tomada de contas dos
anual, quando instituída em lei, ou por fim de gestão, agentes responsáveis por bens ou dinheiros públicos
poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, será realizada ou superintendida pelos serviços de
prestação ou tomada de contas de todos os contabilidade.
responsáveis por bens ou valores públicos.
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão
Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da organizados de forma a permitirem o
proposta orçamentária ou a outro indicado na acompanhamento da execução orçamentária, o
legislação, caberá o controle estabelecido no inciso III conhecimento da composição patrimonial, a
do artigo 75. determinação dos custos dos serviços industriais, o
levantamento dos balanços gerais, a análise e a
Parágrafo único. Esse controle far-se-á, quando interpretação dos resultados econômicos e
for o caso, em termos de unidades de medida, financeiros.
prèviamente estabelecidos para cada atividade.
Art. 86. A escrituração sintética das operações
Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou financeiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo método
órgãos equivalentes verificar a exata observância dos das partidas dobradas.
limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade
orçamentária, dentro do sistema que for instituído Art. 87. Haverá controle contábil dos direitos e
para Esse fim. obrigações oriundos de ajustes ou contratos em que a
administração pública for parte.
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Art. 112. Para cumprimento do disposto no artigo Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
precedente, a União, os Estados, os Municípios e o 23.3.1964, retificada no DOU de 9.4.1964 e retificada
Distrito Federal remeterão ao mencionado órgão, até no DOU de 3.6.1964
30 de abril, os orçamentos do exercício, e até 30 de
junho, os balanços do exercício anterior. Download para anexos
Parágrafo único. O pagamento, pela União, de Vide alteração dos anexos pela portaria STN nº
auxílio ou contribuição a Estados, Municípios ou 749/2009
Distrito Federal, cuja concessão não decorra de
imperativo constitucional, dependerá de prova do Vide Portaria STN nº 749, de 15.12.2009
atendimento ao que se determina neste artigo.
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II - empresa controlada: sociedade cuja maioria Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá
do capital social com direito a voto pertença, direta o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e:
ou indiretamente, a ente da Federação;
I - disporá também sobre:
III - empresa estatal dependente: empresa
controlada que receba do ente controlador recursos a) equilíbrio entre receitas e despesas;
financeiros para pagamento de despesas com pessoal
b) critérios e forma de limitação de empenho, a
ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no
ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do
último caso, aqueles provenientes de aumento de
inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do
participação acionária;
art. 31;
IV - receita corrente líquida: somatório das
c) (VETADO)
receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais,
industriais, agropecuárias, de serviços, transferências d) (VETADO)
correntes e outras receitas também correntes,
deduzidos: e) normas relativas ao controle de custos e à
avaliação dos resultados dos programas financiados
a) na União, os valores transferidos aos Estados e com recursos dos orçamentos;
Municípios por determinação constitucional ou legal,
e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I f) demais condições e exigências para
e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição; transferências de recursos a entidades públicas e
privadas;
b) nos Estados, as parcelas entregues aos
Municípios por determinação constitucional; II - (VETADO)
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Art. 7o O resultado do Banco Central do Brasil, § 2o Não serão objeto de limitação as despesas
apurado após a constituição ou reversão de reservas, que constituam obrigações constitucionais e legais do
constitui receita do Tesouro Nacional, e será ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do
transferido até o décimo dia útil subseqüente à serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes
aprovação dos balanços semestrais. orçamentárias.
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que somadas todas as despesas da mesma espécie, § 4o A comprovação referida no § 2o, apresentada
realizadas e a realizar, previstas no programa de pelo proponente, conterá as premissas e metodologia
trabalho, não sejam ultrapassados os limites de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de
estabelecidos para o exercício; compatibilidade da despesa com as demais normas do
plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.
II - compatível com o plano plurianual e a lei de
diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme § 5o A despesa de que trata este artigo não será
com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas executada antes da implementação das medidas
previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer referidas no § 2o, as quais integrarão o instrumento
de suas disposições. que a criar ou aumentar.
II - desapropriação de imóveis urbanos a que se Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar,
refere o § 3o do art. 182 da Constituição. entende-se como despesa total com pessoal: o
somatório dos gastos do ente da Federação com os
ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a
mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos,
Subseção I - Da Despesa Obrigatória de Caráter civis, militares e de membros de Poder, com
Continuado quaisquer espécies remuneratórias, tais como
vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios,
Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter
proventos da aposentadoria, reformas e pensões,
continuado a despesa corrente derivada de lei,
inclusive adicionais, gratificações, horas extras e
medida provisória ou ato administrativo normativo
vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como
que fixem para o ente a obrigação legal de sua
encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente
execução por um período superior a dois exercícios.
às entidades de previdência.
§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa
§ 1o Os valores dos contratos de terceirização de
de que trata o caput deverão ser instruídos com a
mão-de-obra que se referem à substituição de
estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar
servidores e empregados públicos serão
a origem dos recursos para seu custeio.
contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal".
§ 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato
§ 2o A despesa total com pessoal será apurada
será acompanhado de comprovação de que a despesa
somando-se a realizada no mês em referência com as
criada ou aumentada não afetará as metas de
dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o
resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1o
regime de competência.
do art. 4o, devendo seus efeitos financeiros, nos
períodos seguintes, ser compensados pelo aumento Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art.
permanente de receita ou pela redução permanente 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em
de despesa. cada período de apuração e em cada ente da
Federação, não poderá exceder os percentuais da
§ 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento
receita corrente líquida, a seguir discriminados:
permanente de receita o proveniente da elevação de
alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou I - União: 50% (cinqüenta por cento);
criação de tributo ou contribuição.
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II - Estados: 60% (sessenta por cento); c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por
cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por
III - Municípios: 60% (sessenta por cento). cento) para as despesas com pessoal decorrentes do
que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da
§ 1o Na verificação do atendimento dos limites
Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no
definidos neste artigo, não serão computadas as
19, repartidos de forma proporcional à média das
despesas:
despesas relativas a cada um destes dispositivos, em
I - de indenização por demissão de servidores ou percentual da receita corrente líquida, verificadas nos
empregados; três exercícios financeiros imediatamente anteriores
ao da publicação desta Lei Complementar;
II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
d) 0,6% (seis décimos por cento) para o
III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II Ministério Público da União;
do § 6o do art. 57 da Constituição;
II - na esfera estadual:
IV - decorrentes de decisão judicial e da
competência de período anterior ao da apuração a a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído
que se refere o § 2o do art. 18; o Tribunal de Contas do Estado;
V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
do Amapá e Roraima, custeadas com recursos
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o
transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV
Executivo;
do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda
Constitucional no 19; d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público
dos Estados;
VI - com inativos, ainda que por intermédio de
fundo específico, custeadas por recursos III - na esfera municipal:
provenientes:
a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído
a) da arrecadação de contribuições dos o Tribunal de Contas do Município, quando houver;
segurados;
b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o
b) da compensação financeira de que trata o § 9o Executivo.
do art. 201 da Constituição;
§ 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada
c) das demais receitas diretamente arrecadadas esfera, os limites serão repartidos entre seus órgãos
por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o de forma proporcional à média das despesas com
produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem pessoal, em percentual da receita corrente líquida,
como seu superávit financeiro. verificadas nos três exercícios financeiros
imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei
§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as
Complementar.
despesas com pessoal decorrentes de sentenças
judiciais serão incluídas no limite do respectivo Poder § 2o Para efeito deste artigo entende-se como
ou órgão referido no art. 20. órgão:
Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 I - o Ministério Público;
não poderá exceder os seguintes percentuais:
II- no Poder Legislativo:
I - na esfera federal:
a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de
a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) Contas da União;
para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da
União; b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os
Tribunais de Contas;
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o
Tribunal de Contas do Distrito Federal;
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Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites II - obter garantia, direta ou indireta, de outro
estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final ente;
de cada quadrimestre.
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III - contratar operações de crédito, ressalvadas III - observância do disposto no inciso X do art.
as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária 167 da Constituição;
e as que visem à redução das despesas com pessoal.
IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:
o o
§ 4 As restrições do § 3 aplicam-se
imediatamente se a despesa total com pessoal a) que se acha em dia quanto ao pagamento de
exceder o limite no primeiro quadrimestre do último tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao
ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão ente transferidor, bem como quanto à prestação de
referidos no art. 20. contas de recursos anteriormente dele recebidos;
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I - demonstração de que os limites e condições excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por
guardam coerência com as normas estabelecidas cento) no primeiro.
nesta Lei Complementar e com os objetivos da política
fiscal; § 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que
nele houver incorrido:
II - estimativas do impacto da aplicação dos
limites a cada uma das três esferas de governo; I - estará proibido de realizar operação de crédito
interna ou externa, inclusive por antecipação de
III - razões de eventual proposição de limites receita, ressalvado o refinanciamento do principal
diferenciados por esfera de governo; atualizado da dívida mobiliária;
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§ 2o O disposto no caput não impede Estados e III - não será autorizada se forem cobrados outros
Municípios de comprar títulos da dívida da União encargos que não a taxa de juros da operação,
como aplicação de suas disponibilidades. obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica
financeira, ou à que vier a esta substituir;
Art. 36. É proibida a operação de crédito entre
uma instituição financeira estatal e o ente da IV - estará proibida:
Federação que a controle, na qualidade de
beneficiário do empréstimo. a) enquanto existir operação anterior da mesma
natureza não integralmente resgatada;
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe
instituição financeira controlada de adquirir, no b) no último ano de mandato do Presidente,
mercado, títulos da dívida pública para atender Governador ou Prefeito Municipal.
investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de
§ 1o As operações de que trata este artigo não
emissão da União para aplicação de recursos próprios.
serão computadas para efeito do que dispõe o inciso
Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e III do art. 167 da Constituição, desde que liquidadas
estão vedados: no prazo definido no inciso II do caput.
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Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em I - por instituições financeiras estatais, que se
operações de crédito internas ou externas, submeterão às normas aplicáveis às instituições
observados o disposto neste artigo, as normas do art. financeiras privadas, de acordo com a legislação
32 e, no caso da União, também os limites e as pertinente;
condições estabelecidos pelo Senado Federal.
II - pela União, na forma de lei federal, a
§ 1o A garantia estará condicionada ao empresas de natureza financeira por ela controladas,
oferecimento de contragarantia, em valor igual ou direta e indiretamente, quanto às operações de
superior ao da garantia a ser concedida, e à seguro de crédito à exportação.
adimplência da entidade que a pleitear relativamente
a suas obrigações junto ao garantidor e às entidades § 9o Quando honrarem dívida de outro ente, em
por este controladas, observado o seguinte: razão de garantia prestada, a União e os Estados
poderão condicionar as transferências constitucionais
I - não será exigida contragarantia de órgãos e ao ressarcimento daquele pagamento.
entidades do próprio ente;
§ 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido
II - a contragarantia exigida pela União a Estado honrada pela União ou por Estado, em decorrência de
ou Município, ou pelos Estados aos Municípios, garantia prestada em operação de crédito, terá
poderá consistir na vinculação de receitas tributárias suspenso o acesso a novos créditos ou financiamentos
diretamente arrecadadas e provenientes de até a total liquidação da mencionada dívida.
transferências constitucionais, com outorga de
poderes ao garantidor para retê-las e empregar o
respectivo valor na liquidação da dívida vencida.
Seção VI - Dos Restos a Pagar
o
§ 2 No caso de operação de crédito junto a
Art. 41. (VETADO)
organismo financeiro internacional, ou a instituição
federal de crédito e fomento para o repasse de Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão
recursos externos, a União só prestará garantia a ente referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do
que atenda, além do disposto no § 1o, as exigências seu mandato, contrair obrigação de despesa que não
legais para o recebimento de transferências possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que
voluntárias. tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte
sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para
§ 3o (VETADO)
este efeito.
§ 4o (VETADO)
Parágrafo único. Na determinação da
o
§ 5 É nula a garantia concedida acima dos limites disponibilidade de caixa serão considerados os
fixados pelo Senado Federal. encargos e despesas compromissadas a pagar até o
final do exercício.
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III - Presidente de Tribunal e demais membros de § 2o O relatório será publicado até trinta dias
Conselho de Administração ou órgão decisório após o encerramento do período a que corresponder,
equivalente, conforme regimentos internos dos com amplo acesso ao público, inclusive por meio
órgãos do Poder Judiciário; eletrônico.
I - comparativo com os limites de que trata esta Seção V - Das Prestações de Contas
Lei Complementar, dos seguintes montantes:
Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do
a) despesa total com pessoal, distinguindo a com Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as
inativos e pensionistas; dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos
b) dívidas consolidada e mobiliária; no art. 20, as quais receberão parecer prévio,
separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.
c) concessão de garantias;
§ 1o As contas do Poder Judiciário serão
d) operações de crédito, inclusive por
apresentadas no âmbito:
antecipação de receita;
I - da União, pelos Presidentes do Supremo
e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores,
II - indicação das medidas corretivas adotadas ou consolidando as dos respectivos tribunais;
a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;
II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais
III - demonstrativos, no último quadrimestre: de Justiça, consolidando as dos demais tribunais.
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II - limites e condições para realização de Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que
operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar; devidamente escriturados em sistema centralizado de
liquidação e custódia, poderão ser oferecidos em
III - medidas adotadas para o retorno da despesa caução para garantia de empréstimos, ou em outras
total com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos transações previstas em lei, pelo seu valor econômico,
arts. 22 e 23; conforme definido pelo Ministério da Fazenda.
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quinto exercício seguinte ao da publicação desta Lei inferior a 1% (um por cento), no período
Complementar. correspondente aos quatro últimos trimestres.
§ 1o A divulgação dos relatórios e demonstrativos § 2o A taxa de variação será aquela apurada pela
deverá ser realizada em até trinta dias após o Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
encerramento do semestre. Estatística ou outro órgão que vier a substituí-la,
adotada a mesma metodologia para apuração dos PIB
§ 2o Se ultrapassados os limites relativos à nacional, estadual e regional.
despesa total com pessoal ou à dívida consolidada,
enquanto perdurar esta situação, o Município ficará § 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser
sujeito aos mesmos prazos de verificação e de retorno adotadas as medidas previstas no art. 22.
ao limite definidos para os demais entes.
§ 4o Na hipótese de se verificarem mudanças
Art. 64. A União prestará assistência técnica e drásticas na condução das políticas monetária e
cooperação financeira aos Municípios para a cambial, reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo
modernização das respectivas administrações referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado em
tributária, financeira, patrimonial e previdenciária, até quatro quadrimestres.
com vistas ao cumprimento das normas desta Lei
Complementar. Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de
forma permanente, da política e da operacionalidade
§ 1o A assistência técnica consistirá no da gestão fiscal serão realizados por conselho de
treinamento e desenvolvimento de recursos humanos gestão fiscal, constituído por representantes de todos
e na transferência de tecnologia, bem como no apoio os Poderes e esferas de Governo, do Ministério
à divulgação dos instrumentos de que trata o art. 48 Público e de entidades técnicas representativas da
em meio eletrônico de amplo acesso público. sociedade, visando a:
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no § 1o O conselho a que se refere o caput instituirá
caso de estado de defesa ou de sítio, decretado na formas de premiação e reconhecimento público aos
forma da Constituição. titulares de Poder que alcançarem resultados
meritórios em suas políticas de desenvolvimento
Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal
70 serão duplicados no caso de crescimento real baixo pautada pelas normas desta Lei Complementar.
ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional,
regional ou estadual por período igual ou superior a § 2o Lei disporá sobre a composição e a forma de
quatro trimestres. funcionamento do conselho.
§ 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é
variação real acumulada do Produto Interno Bruto criado o Fundo do Regime Geral de Previdência Social,
vinculado ao Ministério da Previdência e Assistência
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Social, com a finalidade de prover recursos para o ultrapassará, em percentual da receita corrente
pagamento dos benefícios do regime geral da líquida, a despesa verificada no exercício
previdência social. imediatamente anterior, acrescida de até 10% (dez
por cento), se esta for inferior ao limite definido na
§ 1o O Fundo será constituído de: forma do art. 20.
I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos
Instituto Nacional do Seguro Social não utilizados na Poderes e órgãos referidos no art. 20 não poderá
operacionalização deste; exceder, em percentual da receita corrente líquida, a
do exercício anterior à entrada em vigor desta Lei
II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe
Complementar, até o término do terceiro exercício
sejam adjudicados ou que lhe vierem a ser vinculados
seguinte.
por força de lei;
Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei
III - receita das contribuições sociais para a
Complementar serão punidas segundo o Decreto-Lei
seguridade social, previstas na alínea a do inciso I e no
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a
inciso II do art. 195 da Constituição;
Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei no
IV - produto da liquidação de bens e ativos de 201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2
pessoa física ou jurídica em débito com a Previdência de junho de 1992; e demais normas da legislação
Social; pertinente.
V - resultado da aplicação financeira de seus Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político,
ativos; associação ou sindicato é parte legítima para
denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão
VI - recursos provenientes do orçamento da competente do Ministério Público o descumprimento
União. das prescrições estabelecidas nesta Lei
Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº
§ 2o O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional
131, de 2009).
do Seguro Social, na forma da lei.
Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes
Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou
prazos para o cumprimento das determinações
vier a instituir regime próprio de previdência social
dispostas nos incisos II e III do parágrafo único do art.
para seus servidores conferir-lhe-á caráter
48 e do art. 48-A: (Incluído pela Lei Complementar nº
contributivo e o organizará com base em normas de
131, de 2009).
contabilidade e atuária que preservem seu equilíbrio
financeiro e atuarial. I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios com mais de 100.000 (cem
Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja
mil) habitantes; (Incluído pela Lei Complementar nº
despesa total com pessoal no exercício anterior ao da
131, de 2009).
publicação desta Lei Complementar estiver acima dos
limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 deverá II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham
enquadrar-se no respectivo limite em até dois entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil)
exercícios, eliminando o excesso, gradualmente, à habitantes; (Incluído pela Lei Complementar nº 131,
razão de, pelo menos, 50% a.a. (cinqüenta por cento de 2009).
ao ano), mediante a adoção, entre outras, das
medidas previstas nos arts. 22 e 23. III – 4 (quatro) anos para os Municípios que
tenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes.
Parágrafo único. A inobservância do disposto no (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
caput, no prazo fixado, sujeita o ente às sanções
previstas no § 3o do art. 23. Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste
artigo serão contados a partir da data de publicação
Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. da lei complementar que introduziu os dispositivos
37 da Constituição, até o término do terceiro exercício referidos no caput deste artigo. (Incluído pela Lei
financeiro seguinte à entrada em vigor desta Lei Complementar nº 131, de 2009).
Complementar, a despesa total com pessoal dos
Poderes e órgãos referidos no art. 20 não
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