Você está na página 1de 125

AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA

Prof. Garrido Neto


OS: 0970/4/12-Ramon

CONCURSO: TRF

1 - O que é um orçamento..................................................................................... 1
2 - Princípios Orçamentários................................................................................. 9
3 - Diretrizes orçamentárias................................................................................. 16
4 - Receitas públicas............................................................................................ 20
5 – Despesas públicas.......................................................................................... 28
ÍNDICE: 6 – Classificação institucional funcional-programática da despesa pública........... 38
7 – Lei de Responsabilidade Fiscal........................................................................ 49
8 – Questões FCC................................................................................................. 67
9 – Apêndice A – Artigos da CF/88........................................................................ 85
10 – Apêndice B – Lei 4.320/64............................................................................. 91
11 – Apêndice C – Lei complementar 101/2000 (LRF)........................................... 105

Caros colegas. Damos início, hoje, ao primeiro Secretaria da Fazendo do Estado do Ceará, obtendo
curso de Administração Financeira e Orçamentária aprovação no concurso realizado em 2007. Também
para o TRF. Abordaremos os principais aspectos da obtive aprovação nos seguintes concursos: SEFAZ
disciplina em voga e, concluído o curso, seremos Piauí – Analista do Tesouro Estadual – 2º Lugar (2007);
capazes de fazer praticamente qualquer questão de Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO
AFO cobrada pelas principais bancas: ESAF, FCC, - 2008), Analista de Gestão Financeira (1º Lugar);
CESPE. Ao final deste material, consta extensa lista de Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas do
exercícios com questões da Banca FCC e faremos Estado do Ceará – TCE – 9º Lugar (2008); Analista de
algumas ao longo do curso desta e de outras bancas. Controle Externo do Tribunal de Contas dos
Municípios – TCM (2010); e Analista de Orçamento do
Nossa metodologia será a de exposição da MPU – Ministério Público da União – 3º Lugar (2010).
teoria e resolução de exercícios. Todos os exercícios A experiência profissional é valiosa para a absorção
serão resolvidos ao longo do curso. Qualquer dúvida dos conhecimentos e o pleno entendimento da
oriunda da resolução dos exercícios pode ser tirada matéria e espero dispor disto para tornar este curso
em sala de aula ou através dos canais de comunicação bastante atraente e proveitoso. Então, mãos à obra!
que estabeleço com vocês desde já: meu email –
gnetoconcursos@gmail.com – e meu blog na internet
– http://gnetoconcurseiro.blogspot.com. Sempre que 1. O QUE É UM ORÇAMENTO?
encontrar algum assunto interessante, fruto das
discussões com os colegas, e não puder expor minhas Antes de começarmos a adentrar no
considerações em sala de aula, farei posts no blog e, conteúdo, é importante nos questionarmos acerca do
assim, teremos um veículo permanente de que significa a expressão “orçamento”. O que é
comunicação. Usaremos também o twitter orçamento? Pra que isso serve? Qual seu objetivo?
(@gnetoconcurso) para estabelecermos novos, e
Por que eu faço um orçamento? Elaborar
interativos, canais de comunicação com nossos
orçamento traz a idéia de controle, ou necessidade de
alunos. Teremos novidades, em breve. Espero que
se controlar os recursos disponíveis. Parte-se do
todos gostem do que teremos a oferecer. Tudo no
pressuposto que esses recursos são escassos. Ora, se
intuito de lhe ajudar a obter a aprovação nos
houvesse uma infinidade de dinheiro, por que eu
concursos que virão pela frente.
deveria me preocupar em aplicá-lo da maneira mais
Faço uma breve descrição do meu currículo. eficiente e eficaz possível?
Sou graduado em Ciências Contábeis pela
Claro, preciso fazer um orçamento para saber
Universidade Federal do Ceará (UFC), tendo obtido o
se posso “pagar” aquela conta que pretendo fazer, ou
título de bacharel no final de 2004. Sou especialista
aquela despesa que pretendo realizar. E qual meu
em Contabilidade Pública, mestrando em
parâmetro? Meu salário, ou o saldo da minha conta
Administração e Controladoria, e trabalho na área de
bancária! Em outras palavras: meu limite é o dinheiro
gestão governamental desde 2005. Atualmente,
que disponho. Não há como o céu ser o limite, se só
exerço o cargo de Analista Contábil-Financeiro da
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 1
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

possuo R$ 50,00 no bolso e a despesa monta um valor 1.1 O QUE É ORÇAMENTO PÚBLICO?
de R$ 100,00. Posso até me utilizar de um cartão de
Orçamento Público é o processo de previsão
crédito para efetuar tal compra, mas, como não terei
de receitas e fixação de despesas que darão respaldo
mesmo condições de pagar a fatura, vou ficar
à execução das políticas públicas. É um processo
devendo. E ficar devendo não é nada bom...
contínuo, dinâmico e flexível, que traduz em termos
O princípio mais básico de um orçamento, financeiros, para determinado período (um ano), os
seguindo nosso simples exemplo, é o EQUILÍBRIO planos e programas de trabalho do governo.
entre Dinheiro disponível (Receitas) e Gastos a serem
Atentemos para e expressão “flexível”. O
efetuados (Despesas). Portanto, para que exista um
orçamento público brasileiro possui um formato
orçamento, faz-se necessária a existência de equilíbrio
razoavelmente flexível, no que diz respeito às
entre receitas e despesas, a fim de que a execução
dotações orçamentárias iniciais que compõem o
desse controle não acarrete em déficits, ou dívidas,
planejado, no início de sua execução. Dizemos que
para o gestor do orçamento.
nosso orçamento é uma Lei Autorizativa. Isto quer
No setor privado, a elaboração e a execução dizer que os créditos autorizados podem ou não ser
do orçamento constituem uma prática gerencial, não realizados. E pior, podem até ser realizados, mas em
havendo a obrigatoriedade legal de sua utilização. No categorias de despesas diversas daquelas
setor público, a situação muda de figura. Em virtude estabelecidas no planejamento inicial.
de uma porção de leis, a prática orçamentária é
A justificativa para essa flexibilidade é
obrigatória no âmbito da Administração Pública.
justamente a “dinâmica” da execução das políticas
União, Estados, DF e Municípios são obrigados a
públicas. Aquelas prioridades previamente
prever e executar seus gastos governamentais através
estabelecidas podem ser substituídas por outras que
de um orçamento, aprovado por uma lei e executado
surgem ao longo do exercício financeiro. Para o
dentro daqueles limites estabelecidos.
atendimento destas prioridades, necessitamos de
A Administração Orçamentária e Financeira orçamento, que é “remanejado” para outros grupos
constitui ramo do Direito Financeiro que respalda a de despesas, distintos daqueles previamente
atividade financeira do estado (o ato de arrecadar e estabelecidos.
gastar os recursos públicos para o cumprimento dos
Existe uma fatia considerável da doutrina que
objetivos governamentais), cujo foco é o
perfilha pela linha da substituição do Orçamento
ORÇAMENTO PÚBLICO. Os principais ditames legais
Autorizativo pelo Orçamento Impositivo. Alegam que
que regulamentam a prática orçamentária no setor
a suposta facilidade de alteração do orçamento inicial
público são:
distorce o planejamento, tornando-o ineficaz. Para
1) A Lei 4.320/64; esses pensadores, é competência do gestor público
prever as situações e estabelecer suas prioridades
2) A Constituição Federal de 88 (Arts. 165 a
quando da elaboração do orçamento. Uma vez
169);
estabelecidas as metas, elas devem ser cumpridas em
3) A Lei Complementar 101/2000 (Lei de sua integralidade, sem que haja possibilidade de
Responsabilidade Fiscal); execução parcial ou remanejamento orçamentário
para outras categorias de despesa.
4) O Manual Técnico de Contabilidade
Aplicada ao Setor Público (STN); Contudo, cabe ressaltar que nosso modelo
orçamentário brasileiro continua sendo o de
5) O Decreto Federal 93.872/86; Orçamento Autorizativo. É importante conhecermos
6) O Decreto-Lei 200/67. tanto o Orçamento Autorizativo como o Orçamento
Impositivo, pois ambas as teorias têm sido cobradas
A obrigatoriedade de o setor público elaborar nos concursos públicos. A propósito, a questão
e gerir suas contas através de um planejamento discursiva do concurso da ANTAQ, organizado pelo
(orçamento) público está descrita na CF 88, art. 174: nosso querido CESPE, propôs uma dissertação sobre
“Como agente normativo e regulador da atividade as diferenças entre essas duas tipologias de
econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as orçamento.
funções de fiscalização, incentivo e planejamento,
sendo este determinante para o setor público e Cuidado! Não confundamos a flexibilidade no
indicativo para o setor privado.” remanejamento das dotações orçamentárias com a

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 2


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

rígida vinculação da arrecadação pública. Sob o vai diferenciar um do outro é apenas a competência
aspecto da receita pública, nosso modelo para sua elaboração.
orçamentário é extremamente rígido, apesar de
O Orçamento Legislativo é o processo de
existir um princípio orçamentário totalmente contra
discussão, elaboração e aprovação do instrumento
tal vinculação. Aprofundaremos todos esses conceitos
orçamentário realizado em sua totalidade pelo Poder
ao longo de nossa aula.
Legislativo. Caberá ao Executivo apenas a execução da
Para encerrarmos essa primeira parte, cabe proposta aprovada. Este tipo de orçamento já foi
apenas citarmos algumas características adicionais do utilizado no Brasil. A Constituição Imperial de 1824
Orçamento Público: estabeleceu a competência de elaboração do
orçamento anual para o Legislativo, sendo que, em
1) O Orçamento Público é uma Lei Formal: o
1826, uma emenda constitucional transferiu tal
orçamento público, após o processo de
competência para o Poder Executivo.
planejamento das políticas públicas, é
convertido em uma Lei Formal, sendo esta O Orçamento Executivo é o processo de
uma peça meramente autorizativa. discussão, elaboração, aprovação e execução do
instrumento orçamentário realizado em sua
2) O Orçamento Público é uma Lei Temporária:
totalidade pelo Poder Executivo. O Legislativo em
todo processo de planejamento necessita de
nada participa do processo orçamentário. Este
um marco temporal, para que se possa fazer o
modelo se identifica com os governos absolutistas,
comparativo entre o que foi executado e o
tendo sido adotado no Brasil na época do império.
que estava previamente estabelecido. A
vigência da lei de orçamento é de um ano, O Orçamento Misto possui procedimentos
conforme o princípio da anualidade. Segundo que envolvem os dois poderes em epígrafe, cada um
o art. 34 da Lei 4.320/64, o exercício com sua competência estabelecida e delimitada. O
financeiro coincide com o ano civil. processo de elaboração, além de sua execução, cabe
exclusivamente ao Poder Executivo, e a discussão e
3) O Orçamento Público é uma Lei Ordinária: o
aprovação da peça elaborada cabem ao Poder
processo legislativo que permeia a aprovação
Legislativo. Cabe também a este poder a fiscalização
do orçamento público é idêntico ao das leis
da execução orçamentária, com o auxílio dos
comuns. Contudo, apenas outra lei, em tese,
Tribunais de Contas. Surge aqui o conceito de controle
pode modificar algum dos dispositivos da lei
externo das contas públicas. Este é o tipo de
de orçamento.
orçamento adotado atualmente em nosso país, cuja
4) O Orçamento Público é uma Lei Especial: a lei regulamentação será abordada em momento
de orçamento é uma lei específica. Ou seja, oportuno.
essa lei não pode abranger outra matéria que
não seja a orçamentária. É vedado, por
exemplo, que na lei de orçamento haja 1.3 EVOLUÇÃO CONCEITUAL DO ORÇAMENTO
autorização para a criação de uma autarquia, PÚBLICO
já que esta matéria não diz respeito ao
Três fatores se fizeram determinantes para a
orçamento público.
evolução instrumental da elaboração e execução dos
orçamentos públicos no Brasil: o desenvolvimento do
estado democrático, o aumento da complexibilidade
1.2 ORÇAMENTO PÚBLICO CONFORME O REGIME
das transações econômicas e o avanço dos
JURÍDICO ADOTADO
conhecimentos em administração, contabilidade e
Uma classificação bastante importante dos economia.
tipos de orçamento público diz respeito à forma de
O orçamento surgiu, inicialmente, como uma
governo adotada. Em outras palavras, dependendo da
peça de mero controle de meios. A receita prevista
forma de governo estabelecida em um país,
era o alvo a ser alcançado pela despesa executada,
diferentes são as competências institucionais para a
não havendo muita preocupação acerca da realização
elaboração e execução do instrumento orçamentário.
daquela receita. Se esta não fosse arrecadada, o gasto
Existem, basicamente, três tipos de orçamento sob
público seria efetuado no montante autorizado pela
esse ponto de vista: o Orçamento Legislativo, o
lei, gerando inúmeros déficits e desequilíbrios das
Orçamento Executivo e o Orçamento Misto. O que
contas públicas. Havia a necessidade de aperfeiçoar o
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 3
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

processo orçamentário, a fim de mitigar os efeitos Podemos concluir, portanto, que o Orçamento
negativos da inexistência de um planejamento Tradicional é uma técnica que se caracteriza pela
coerente com a realidade do Estado. produção de um documento de previsão de receita e
autorização de despesa, com foco nos objetos de
À medida que as técnicas de planejamento e
gasto. Aliado a isso, ele é corrigido de acordo com o
de intervenção do estado na economia foram
que se gasta no exercício imediatamente anterior.
evoluindo, novas funções ao orçamento público
Desta forma, sua característica maior é a ênfase aos
tiveram que ser incorporadas. Em conseqüência disto,
objetos de gasto, ou seja, ao que se compra.
surgiram outras espécies de orçamento, que a seguir
serão apresentadas. O Orçamento tradicional não enfrenta as reais
necessidades da sociedade e da administração,
deixando de considerar objetivos econômicos e
1.3.1 ORÇAMENTO TRADICIONAL sociais. Essa técnica também é denominada de
orçamento incremental, pois toma por base o
O orçamento tradicional foi o primeiro montante de um determinado item de despesa de um
modelo de elaboração e execução do orçamento período, sobre a importância gasta no período
público visto no Brasil. Tinha como função principal anterior no mesmo item, definindo assim o montante
estabelecer o controle político sobre as finanças de despesa para o próximo exercício.
públicas. Através de controles contábeis e
institucionais, realizava o confronto entre as receitas
previstas, e as arrecadadas, com as despesas fixadas,
1.3.2 ORÇAMENTO DE DESEMPENHO
e as executadas. Ao estabelecer a receita como limite
de gastos, visava a evitar a expansão descontrolada O Orçamento de Desempenho foi uma
dos gastos públicos. tentativa de trazer ao instrumento orçamentário um
teor mais gerencial, agregando aos aspectos contábeis
O lema do orçamento tradicional era “as
a possibilidade de avaliar as prioridades da
coisas que o governo compra”. Havendo recurso
Administração Pública quando da execução do gasto.
disponível, o governo pode comprar, mesmo sem
Representou uma evolução ao modelo de orçamento
saber se aquela aquisição é relevante para o aumento
tradicional, melhorando o processo orçamentário de
do bem-estar das pessoas. Por que não havia esse
forma a garantir que o gestor pudesse avaliar não
controle? Porque o orçamento não tinha sido
somente o montante dos gastos, mas também os
concebido para propiciar as ferramentas necessárias
resultados da ação governamental. Este foi o segundo
para tal controle.
modelo orçamentário utilizado no Brasil.
Percebe-se, portanto, que o enfoque do
O lema deste modelo orçamentário era “as
orçamento tradicional se dá no objeto do gasto
coisas que o governo faz”. A ênfase era naquilo que o
público (o que eu vou comprar, apenas). A ênfase
governo construiu. Tem-se aqui, pela primeira vez, a
desse controle se limita a aspectos contábeis da
idéia de programa de governo. O Enfoque está
gestão (quanto mais receita arrecadada, mais posso
voltado para as realizações do governo. O orçamento
gastar). Ou seja, o foco do orçamento tradicional se
agrega ao equilíbrio (R = D) a alocação de recursos
restringe ao equilíbrio entre receita e despesa (R = D).
com base nos produtos finais a obter ou nas tarefas a
Não há qualquer vinculação entre planejamento
realizar.
(PPA) e orçamento (LOA) para a definição das
prioridades da administração. Contudo, ainda não houve demonstrada
ênfase entre planejamento (PPA) e orçamento (LOA).
E qual a conseqüência disso tudo? Os órgãos
Apesar do gasto público, agora, estar alinhado com
setoriais pressionando o governo por contínua
um objetivo, este não está pré-estabelecido em
ampliação de gastos, sem prévia avaliação destes com
nenhum documento. Não há uma meta pré-
as prioridades governamentais; e o governo
concebida. Novamente, os critérios para a elaboração
promovendo cortes indiscriminados de despesas das
do orçamento eram políticos e institucionais. O
unidades setoriais, com o intuito de viabilizar os
resultado disso foram os conhecidos “Elefantes
ajustes necessários para compensar eventuais
Brancos”, grandes obras que apenas começavam, mas
frustrações da receita arrecadada, ou para obter
ficavam pelo caminho, inacabadas. Prejuízos para os
recursos para outras unidades melhor posicionadas,
cofres públicos e para a população.
politicamente.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 4


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

E qual a conseqüência disso tudo? Os órgãos A ênfase do OBZ está nas necessidades reais
setoriais continuam pressionando o governo por de gastos públicos, evitando ao máximo os gastos
contínua ampliação de gastos; e o governo continua desnecessários e desperdícios. Há utilização de
promovendo cortes indiscriminados de despesas, das critérios técnicos e institucionais para a elaboração
unidades setoriais, para obter recursos para outras dos orçamentos. Contudo, ainda não é possível
unidades melhor posicionadas, politicamente. verificar vinculação entre Planejamento (PPA) e
Orçamento (LOA).
Portanto, o Orçamento de Desempenho (ou
de realizações) é uma técnica que se caracteriza pela Este modelo de orçamento nunca foi posto
verificação do que o governo realiza e não apenas o em prática no nosso país.
que ele compra, buscando interligar os objetivos de
gasto aos objetivos específicos das ações do governo
(projetos de obras e atividades de manutenção). 1.3.4 ORÇAMENTO PROGRAMA
Apesar da identificação de objetivos em cada ação
governamental, não está vinculado ao processo de Dos tipos de orçamento apresentados, este é
planejamento, não apresentando uma linha que o mais importante e, consequentemente, o que mais
norteie a realização das despesas públicas. cai em concursos públicos. Como o próprio nome já
diz, essa modalidade de orçamento está ligada aos
programas de governo, às realizações que tanto os
governantes almejam. Desta maneira, o orçamento-
1.3.3 ORÇAMENTO BASE-ZERO (OBZ)
programa é uma peça com ligação estreita ao
O Orçamento Base-Zero, ou OBZ, também é planejamento (PPA). Ele indica as ações, programas,
conhecido como orçamento não-incremental. E o que projetos e atividades governamentais, bem como seus
seria um orçamento incremental? Orçamento montantes monetários, as fontes de recursos e as
Incremental é aquele cuja definição dos montantes de metas de gestão dos mesmos.
recursos se realiza através de incorporação de
É importante entendermos isto: o
acréscimos marginais em cada item de despesa,
Orçamento-Programa é a única modalidade de
baseado no mesmo conjunto de despesas do
orçamento que vincula o Planejamento (PPA) à
orçamento anterior. O orçamento seguinte é apenas
execução, ou ao Orçamento (LOA), por intermédio
um incremento do anterior. Podemos perceber essa
das Diretrizes Orçamentárias (LDO).
prática nos dois modelos orçamentários que já
conhecemos: Orçamento Tradicional e Orçamento de O orçamento-programa foi difundido pela
Desempenho. Organização das Nações Unidas - ONU a partir do final
da década de 50, inspirado na experiência do
Qual o problema de um orçamento
orçamento de desempenho nos Estados Unidos da
incremental? Com o passar do tempo, algumas
América.
rubricas incrementadas podem não se constituir mais
objetivos do governo. A alocação de orçamento para O orçamento-programa foi implantado no
essas despesas se torna desperdício de dotações que Brasil através da Lei 4320/64. O art. 2º da referida lei
poderiam estar alocadas em outras áreas prioritárias. comprova nossa afirmação: “A Lei do Orçamento
Isto implicará em engessamento do orçamento e falta conterá a discriminação da receita e despesa de
de dotações ao longo do exercício financeiro. forma a evidenciar a política econômica financeira e
o programa de trabalho do Governo, obedecidos os
O lema do OBZ diz respeito a gastar de acordo
princípios de unidade, universalidade e anualidade”.
com os recursos disponíveis, evitando programas e
projetos não-econômicos. Seria “o que precisa ser O segundo registro de obrigatoriedade da
feito e o que não seria bom ser feito”. observação do orçamento-programa no âmbito
governamental está descrito no Decreto-Lei 200/67,
O processo de elaboração do OBZ exige que
em seu art. 15: “em cada ano será elaborado um
cada administrador justifique detalhadamente todas
orçamento-programa, que pormenorizará a etapa do
as dotações solicitadas em seu orçamento,
programa plurianual a ser realizada no exercício
apresentando os motivos que levam à execução dos
seguinte e que servirá de roteiro à execução
gastos. Todos os gastos devem ser novamente
coordenada do programa anual”.
justificados a cada novo ciclo. Assim, excluem-se as
dotações anteriores e colocam-se novas, todas Mas cuidado! Se uma questão de concurso
baseadas em justificativa para sua realização. cobrar qual foi o primeiro instrumento legal a citar o
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 5
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

orçamento-programa como modalidade orçamentária públicas abordaremos com mais profundidade essa
no Brasil foi a Lei 4320/64. classificação.
O lema do Orçamento-Programa esta ligado
aos objetivos do governo. Expõe o custo/benefício
1.3.5 O ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
entre “o que o governo faz e o que ele gasta para
fazer”. Existe ênfase no objetivo do gasto (se o gasto O orçamento participativo é um instrumento
alcançou o objetivo estabelecido no programa de que serve para alocar os recursos públicos de forma
governo). É uma concepção gerencial de Orçamento eficiente e eficaz de acordo com as demandas sociais.
Público (Aspectos Administrativos e de Ele surgiu através da iniciativa de elaborar o
Planejamento). Possui enfoque nos programas de orçamento público levando-se em conta a
governo (classificação funcional-programática), ou participação real e efetiva da população,
seja, toda despesa pública encontra-se dentro de um principalmente das associações, sindicatos e ONGs
programa de trabalho, vinculado ao planejamento. (sociedade organizada).
O orçamento-programa leva em consideração, A principal riqueza ou característica do
quando de sua elaboração, critérios unicamente Orçamento Participativo é a democratização da
técnicos. Não há viés político nem institucional em relação: “Estado X Sociedade”. O orçamento
sua elaboração. Há plena vinculação entre as metas participativo rompe com a visão tradicional da
estabelecidas no planejamento global (PPA) e os política, em que o cidadão praticamente encera a sua
resultados a serem alcançados (LOA), considerando participação no ato de votar, e os governantes eleitos
todas as diretrizes a serem seguidas para o alcance podem fazer o que bem entendem com o dinheiro
dos objetivos (LDO). público, por meio de políticas públicas imediatistas ou
populistas, objetivando atender a determinados
Outra observação importante. Os concursos
clientes. Nesse processo orçamentário o cidadão
em geral têm cobrado a definição de orçamento-
deixa de ser um simples coadjuvante para ser
programa sob o seguinte aspecto: um plano de
protagonista ativo da gestão pública.
trabalho expresso por um conjunto de ações a
realizar e pela identificação dos recursos necessários Vejamos uma questão sobre orçamento
à sua execução. participativo:
Outras características verificadas no 1) (ESAF APO/MPOG –2005) O orçamento
orçamento-programa: as relações insumo-produto, as participativo é um importante instrumento de
alternativas programáticas, o acompanhamento físico- participação do cidadão na gestão pública. A
financeiro, a avaliação de resultados e a gerência por respeito desse instrumento, indique a opção
objetivos. correta.
a) O processo de Orçamento Participativo gera
decisões públicas, pois permite que os
1.3.4.1.CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL-PROGRAMÁTICA
governantes exerçam, direta e
A implantação do orçamento-programa concretamente, a luta por seus interesses,
conduziu a Administração Pública à adoção da combinando a sua decisão individual com a
classificação funcional-programática. A necessidade participação coletiva.
de definição das áreas de atuação dos gastos públicos
b) O processo de Orçamento Participativo
motivou a adoção desta classificação. Analisando-a, é
permite a democratização da relação entre a
possível estabelecer ONDE o gasto foi feito, com O
União, Estados e Municípios, já que os
QUÊ foi gasto, PARA QUÊ foi gasto, o QUANTO foi
gestores públicos deixam de ser simples
gasto, e QUANDO foi gasto o dinheiro público. Ou
coadjuvantes da política tradicional para
seja, através dessa classificação é possível efetuar a
serem protagonistas ativos da gestão
avaliação dos programas governamentais e sua
pública.
compatibilidade com o planejamento plurianual.
c) O processo de Orçamento Participativo
A moderna classificação funcional-
contribui para a criação de uma esfera
programática aborda os seguintes itens: FUNÇÃO,
pública, estatal, em que os governantes
SUBFUNÇÃO, PROGRAMA, PROJETO, ATIVIDADE,
consolidam tanto processos de co-gestão
OPERAÇÕES ESPECIAIS. Na aula sobre as despesas

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 6


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

pública quanto mecanismos de controle Desta capacidade de influenciar o mercado


social sobre o Estado. por intermédio da política orçamentária, no intuito de
obter recursos para a diminuição das desigualdades
d) O processo de Orçamento Participativo tem
sociais, através das políticas e gastos públicos, o
a necessidade de um contínuo ajuste crítico,
Estado faz cumprir três funções econômicas básicas,
baseado em um princípio de auto-regulação,
essenciais à sua existência. Essas funções serão
com o intuito de aperfeiçoar os seus
expostas a seguir.
conteúdos democráticos e de planejamento,
e assegurar a sua não-estagnação.
e) O processo de Orçamento Participativo é 1.5 FUNÇÕES DO ORÇAMENTO PÚBLICO
aperfeiçoado pela acumulação de
As funções básicas da política orçamentária
experiências orçamentárias, onde o que era
são três: Função Alocativa, Função Distributiva e
apenas requerimento, demanda ou
Função Estabilizadora.
necessidade, muda de qualidade mediante o
processo eleitoral, adquirindo natureza
política.
1.5.1 FUNÇÃO ALOCATIVA
Existe certa dificuldade em oferecer
1.4 OBJETIVOS DA POLÍTICA ORÇAMENTÁRIA determinados bens às pessoas, devido às suas
características peculiares. Esses itens são
Toda e qualquer política orçamentária visa a
denominados Bens Públicos. Ou seja, não podem ser
mitigar dois problemas graves encontrados em todos
fornecidos de forma eficiente pelo mercado, pois não
os países do mundo, especialmente os em
há como se aplicar o sistema de preços para restringir
desenvolvimento:
o livre acesso das pessoas aos mesmos. Identificamos,
1) Mitigar as disparidades existentes entre renda em alguns casos, a aplicação do princípio da não
e riqueza; exclusão do consumo.
2) Reduzir as desigualdades sociais. Não há possibilidade de pagamentos
voluntários aos possíveis fornecedores desses bens e
Para que a política orçamentária possa
serviços denominados públicos. Portanto, perde-se a
apaziguar esses graves distúrbios sociais, faz-se
relação entre produtor e consumidor, surgindo a
necessário estabelecer objetivos específicos, dentre
necessidade de intervenção do governo para a
os quais se destacam:
geração destes bens públicos.
a) Corrigir as imperfeições do mercado;
O Estado, nesta função, atua como
b) Manter a estabilidade da economia; interventor das relações econômicas, adotando
políticas que visam a ampliar mercados, aumentar a
c) Fomentar o crescimento econômico; produtividade e satisfazer às demandas da sociedade.
d) Melhorar a distribuição de renda; O setor público deve alocar recursos e prover a
sociedade de bens e serviços em duas situações,
e) Universalizar o acesso aos bens públicos ou basicamente:
privados;
a) Investimentos em infra-estrutura e provisão de
f) Assegurar o cumprimento das funções básicas bens públicos: Visam impulsionar o crescimento
do Estado: Segurança, Justiça etc econômico e prover a população de bens e
Os objetivos da política orçamentária são serviços não fornecidos pelo mercado de forma
alcançados em razão da capacidade do estado em eficiente. Exemplos: serviços de transporte,
influenciar a economia, por meio da recombinação energia, comunicação, tecnologia, segurança
dos recursos arrecadados, no momento da realização publica, manutenção da justiça etc.
da despesa pública. Ao aplicar esses recursos b) Provisão de Bens Meritórios (ou Semi-Públicos):
arrecadados em programas e ações que respeitem os Como também já foi abordado, apesar dos bens
objetivos da política orçamentária, o Estado estará meritórios se submeterem ao princípio da
exercendo seu poder regulador junto ao mercado em exclusão, e sua exploração ser prerrogativa do
benefício da sociedade. setor privado, o fato de gerarem altos benefícios

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 7


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

sociais e externalidades positivas justifica a desses itens, que possuem alta participação no
produção, mesmo que parcial, pelo setor público. consumo das populações mais carentes.
Temos por principais exemplos os serviços de
Reforçando: A Função Distributiva se
educação e saúde.
manifesta pela necessidade de diminuição das
Em outras palavras, a função alocativa nada diferenças entre a produção de riqueza e a
mais é do que o financiamento dos gastos públicos, distribuição de renda de uma população. Para tanto,
em áreas prioritárias, através da política o Governo lança mão de instrumentos de
orçamentária. redistribuição da renda para garantir às populações
mais carentes acesso a melhores condições de vida.
Ele faz isto, basicamente, de três formas: Através da
1.5.2 FUNÇÃO DISTRIBUTIVA Tributação (cobrança progressiva de impostos),
através dos Gastos Públicos (direcionados às
A Função Distributiva visa à diminuição das populações de baixa renda) e através dos Subsídios
disparidades entre as variáveis renda e riqueza de (estimulando a produção de bens e serviços de
uma determinada população. Um Estado rico não primeira necessidade, como a cesta básica).
necessariamente resulta em pessoas abastadas de
recursos. No Brasil, inúmeros são os casos de Estados
e Municípios com grandes riquezas que contrastam
1.5.3 FUNÇÃO ESTABILIZADORA
com a pobreza e miserabilidade de seu povo. Em
outras palavras, as riquezas produzidas ficam nas A função estabilizadora do Estado passou a
mãos de poucas pessoas. Isto acontece porque ser defendida, de forma mais evidente, a partir da
critérios puramente econômicos de eficiência na formulação da Teoria Geral do Emprego, Juro e da
utilização dos fatores de produção não são suficientes Moeda, em 1936, pelo economista John Maynard
para garantir uma distribuição da renda mais justa à Keynes. É a conhecida Teoria Keynesiana. Até a
população. formulação da citada teoria, achava-se que o
mercado, por si só, conseguia se auto-ajustar ao nível
Assim sendo, cabem alguns ajustes
de pleno emprego da economia (lembram-se do
distributivos a serem operacionalizados pelo Governo,
ótimo de pareto?). Ou seja, não havia a necessidade
com o objetivo de promover uma distribuição de
de se preocupar com o desemprego e a inflação. O
renda mais justa pela sociedade. Para tanto, o
mercado conseguia se adaptar aos diferentes
Governo dispõe de três instrumentos básicos de
panoramas econômicos que surgiam. Com base nesse
redistribuição de renda: a tributação, os gastos
pensamento, o mercado só estaria disposto a
públicos, e os subsídios.
empregar pessoas até o limite de vendas dos seus
Através da Tributação, o Governo pode produtos.
efetuar uma redistribuição direta da renda, via
Entretanto, em épocas de altas flutuações na
tributação progressiva a indivíduos com renda mais
economia, especialmente as negativas, poderíamos
elevada. Em contrapartida, tributa com menos peso,
ter aumento do desemprego e da inflação,
podendo até mesmo nem “cobrar” tributos de
desestabilizando o crescimento econômico. É neste
indivíduos com renda mais baixa.
contexto que a atuação governamental é importante
Através dos Gastos Públicos, o Governo pode para assegurar os altos índices de emprego e
financiar programas voltados para as parcelas de crescimento. O governo, através de políticas
população de baixa renda, como a construção de governamentais, especialmente a fiscal e a
casas populares, programas que visam à geração do monetária, protegeria a economia de flutuações
primeiro emprego, à qualificação profissional, com os bruscas, inibindo o aumento do desemprego e os
recursos obtidos através da arrecadação de altos índices de inflação, assegurando a estabilização
impostos. do cenário econômico.
O Governo pode, ainda, impor alíquotas Por intermédio da política fiscal, o governo
tributárias mais severas a itens luxuosos ou pode direcionar seus gastos para consumo e
supérfluos, aumentando sua arrecadação, e cobrar investimento, impulsionando o aumento da demanda
alíquotas mais baixas a itens essenciais, como a cesta agregada, tendo como resultado um maior nível de
básica, estimulando, ou Subsidiando, a produção emprego e renda. Por outro lado, o governo também
pode reduzir alíquotas de impostos, com o intuito de

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 8


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

elevar a renda disponível das pessoas e estimular os durante o qual podem os parlamentares consentir em
gastos, gerando fator multiplicador de renda na delegar seus poderes e o período mínimo necessário
economia. aos governos para pôr o orçamento em execução”.
Através da política monetária, o governo A regra, quanto à elaboração dos programas
pode promover redução nas taxas de juros de governamentais, é que estes tenham sempre duração
empréstimos, estimulando o aumento dos anual. Contudo, temos uma exceção que consta em
investimentos, que por sua vez aumentam a demanda nossa legislação: a que trata dos programas
agregada e a renda nacional. O que se tem visto é que plurianuais. Qualquer programa, com vigência
o governo se utiliza de ambas as políticas econômicas, plurianual, só poderá constar no orçamento público
a fiscal e a monetária, para alcançar suas prioridades e caso esteja previsto no Plano Plurianual (PPA). Em
garantir a estabilização da economia. outras palavras, a vigência dos programas plurianuais
está adstrita ao exercício financeiro, só podendo
constar nos orçamentos seguintes caso existam metas
2. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS respectivas no PPA.
Os Princípios, em qualquer disciplina, têm o Vejamos o Art. 167, § 1º, da CF/88: “nenhum
condão de direcionar os comportamentos, a fim de investimento cuja execução ultrapasse um exercício
garantir o cumprimento dos meios necessários à financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no
obtenção dos fins desejados. Quanto ao Orçamento plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão,
Público, os Princípios Orçamentários visam a sob pena de crime de responsabilidade.”
aumentar a consistência da elaboração e execução
Podemos concluir, então, que a regra de
dos orçamentos da União, Estados, DF e Municípios.
vigência dos créditos orçamentários é anual, exceto
Todos os princípios orçamentários giram em torno do
quanto aos programas plurianuais constantes no PPA
equilíbrio das contas públicas e de sua correta gestão.
(autorizados por lei), em que sua execução pode
O objetivo é garantir o cumprimento dos programas
ultrapassar o exercício financeiro.
governamentais e da satisfação do bem-estar das
pessoas. A Lei 4.320/64 também faz singela menção ao
princípio da Anualidade:
Atualmente, dispomos de 10 (dez) princípios
orçamentários fundamentais: Anualidade, Unidade, “Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a
Universalidade, Exclusividade, Especificação, discriminação da receita e despesa de forma a
Publicidade, Orçamento Bruto, Não-Afetação das evidenciar a política econômica financeira e o
Receitas, Legalidade e Equilíbrio. Todos terão o devido programa de trabalho do Governo, obedecidos os
tratamento a partir de agora. princípios de unidade, universalidade e anualidade.”

2.1 PRINCÍPIO DA ANUALIDADE 2.2 PRINCÍPIO DA UNIDADE


Em uma simples acepção, o Princípio da Reza o Princípio da Unidade que o orçamento
Anualidade dispõe que os créditos orçamentários público deve ser uma peça una, única. Cada esfera
estão adstritos ao exercício social, ou exercício governamental deve possuir apenas um orçamento
financeiro, que é de um ano, já que a vigência da Lei anual. Ou seja, a União tem seu orçamento, único.
Orçamentária é anual. Estados, DF e Municípios, cada um tem o seu
também, sendo uma única lei, cada Ente elaborando a
A essência desse princípio, também
sua.
denominado Princípio da Periodicidade, é garantir a
possibilidade e reflexão contínua, periódica, a Muito cuidado! O princípio da Unidade não
respeito da elaboração e execução de cada orçamento significa apenas um orçamento para todas as esferas
anual. Um período de 12 meses é tempo suficiente de governo. Unidade não implica dizer que o
para que sejam avaliadas as políticas públicas e orçamento da União será o mesmo para Estados, DF,
estabelecidas novas prioridades, dependendo do e Municípios. Cada Ente elabora seu orçamento e o
contexto do momento. aprova através de uma lei, votada em cada casa
legislativa: Congresso Nacional, Assembléias
Renè Stourm, citado por Giacomoni (2009, p.
Legislativas e Câmaras Municipais.
73), afirma que: “um ano é o máximo de tempo

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 9


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Isto implica dizer que cada Município terá sua Especificamente para a União, que é o nosso
lei orçamentária anual, cada Estado e também a caso, a Decreto 93.872/86 (dispõe sobre a Conta
União. Única do Tesouro Nacional), estabelece o seguinte:
A Lei 4.320/64 também faz singela menção ao “Art. 1º A realização da receita e da despesa da União
princípio da Unidade: far-se-á por via bancária, em estrita observância ao
princípio de unidade de caixa (Lei nº 4.320/64, art. 56
“Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a
e Decreto-lei nº 200/67, art. 74)”.
discriminação da receita e despesa de forma a
evidenciar a política econômica financeira e o Temos, então, além do princípio da Unidade,
programa de trabalho do Governo, obedecidos os para a Lei Orçamentária Anual, o princípio da Unidade
princípios de unidade, universalidade e anualidade.” de Caixa, para o Caixa Único do Tesouro Nacional.
Outro detalhe importante: nossa CF/88 Vejamos uma questão de concurso sobre o
estabeleceu uma subdivisão na estrutura assunto:
orçamentária da LOA (Lei Orçamentária Anual), mas
2) (ESAF – AFC/STN –2008) Constitui evidência do
isto não significa a existência de mais de um
princípio da unidade orçamentária:
orçamento para cada Ente. Apenas para que se faça
maior controle sobre determinados gastos públicos, a) um orçamento que contenha todas as
ficou estabelecido que a Lei Orçamentária Anual receitas e todas as despesas.
deverá conter:
b) um único orçamento é examinado, aprovado
CF. Art. 165: e homologado e ainda a existência de um
caixa único e uma única contabilidade.
“§ 5º - A lei orçamentária anual
compreenderá:” c) a existência de um orçamento que abranja
tanto a área fiscal como a área
“I - o orçamento fiscal referente aos Poderes
previdenciária e o investimento das estatais.
da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações d) uma lei orçamentária anual que não
instituídas e mantidas pelo Poder Público;” contenha matéria estranha ao orçamento.
“II - o orçamento de investimento das e) um orçamento que abranja os Três Poderes
empresas em que a União, direta ou indiretamente, da União.
detenha a maioria do capital social com direito a
voto;”
“III - o orçamento da seguridade social, 2.3. PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE
abrangendo todas as entidades e órgãos a ela Conforme esse princípio, a Lei Orçamentária
vinculados, da administração direta ou indireta, bem Anual, Una, deverá conter todas as Receitas e
como os fundos e fundações instituídos e mantidos Despesas a serem executadas pelo Governo. É com
pelo Poder Público.” base nesse princípio que nenhum fato econômico
Portanto, a subdivisão da LOA em: Orçamento pode passar à margem do orçamento público.
Fiscal, Orçamento de Investimentos e Orçamento da A Universalidade na previsão das receitas e
Seguridade Social não representa desobediência ao despesas governamentais visa a garantir três
princípio da Unidade, já que ambas as divisões objetivos:
representam apenas um controle gerencial do destino
dos gastos governamentais. a) possibilitar conhecimento a priori de todas as
receitas e despesas a serem executadas em
Cabe ressaltar, adicionalmente, que a Lei determinado exercício;
4.320 estabeleceu uma variante do princípio da
Unidade, que é a Unidade de Tesouraria. Vejamos o b) impedir que sejam realizadas outras operações
que trata o art. 56 desta Lei: distintas daquelas autorizadas pelo orçamento;

“Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á c) conhecer o volume máximo dos gastos
em estrita observância ao princípio de unidade de governamentais que foram projetados para
tesouraria, vedada qualquer fragmentação para determinado exercício, a fim de autorizar a cobrança
criação de caixas especiais.”
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 10
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

de tributos no montante exato das despesas a serem O Orçamento de Investimentos apenas


atendidas. contempla o montante de recursos que o Governo
decidiu injetar nas empresas estatais (Empresas
A Lei 4.320/64 faz menção ao princípio da
Públicas e Sociedades de Economia Mista) a título de
Universalidade:
aumento de capital das empresas, renúncia no
“Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação recebimento de dividendos, concessão de aval para
da receita e despesa de forma a evidenciar a política obtenção de operações de crédito entre outros.
econômica financeira e o programa de trabalho do Dentre esses recursos, não se incluem aqueles
Governo, obedecidos os princípios de unidade, repassados para cobertura de despesas com pessoal
universalidade e anualidade.” ou custeio já que, neste caso, a empresa passará a ser
dependente e deverá integrar o Orçamento Fiscal.
“Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as
receitas, inclusive as de operações de crédito
autorizadas em lei.”
2.4 PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE
“Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as
O Princípio da Exclusividade é um dos que
despesas próprias dos órgãos do Governo e da
mais tem caído nos concursos públicos. Ele prega que
administração centralizada, ou que, por intermédio
não deve constar, na Lei Orçamentária Anual,
deles se devam realizar, observado o disposto no
dispositivo estranho à previsão da Receita e Fixação
artigo 2°.”
da Despesa. Isto implica dizer que a LOA é uma lei
Citemos novamente o Art. 165, § 5º, da CF/88 Específica e, sendo assim, não pode conter em seu
para darmos esclarecimentos adicionais: conteúdo, por exemplo, a autorização para a criação
de uma Autarquia ou autorização para a constituição
“§ 5º - A lei orçamentária anual de uma Empresa Pública.
compreenderá:”
O objetivo deste princípio é impedir que
“I - o orçamento fiscal referente aos Poderes matérias escusas fossem “colocadas” no meio da Lei
da União, seus fundos, órgãos e entidades da de Orçamento, sem que houvesse discussão das reais
administração direta e indireta, inclusive fundações necessidades de inserção daquela matéria em Lei.
instituídas e mantidas pelo Poder Público;”
Até aqui, tudo bem. Contudo, o importante é
“II - o orçamento de investimento das saber que existem duas exceções à regra da
empresas em que a União, direta ou indiretamente, Exclusividade: a LOA pode autorizar, em seu próprio
detenha a maioria do capital social com direito a texto, a abertura de Créditos Suplementares e a
voto;” autorização para contratação de Operações de
“III - o orçamento da seguridade social, Crédito, conforme dispõe a CF/88, Art. 165:
abrangendo todas as entidades e órgãos a ela “§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá
vinculados, da administração direta ou indireta, bem dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
como os fundos e fundações instituídos e mantidos da despesa, não se incluindo na proibição a
pelo Poder Público.” autorização para abertura de créditos suplementares
Observemos o inciso I. O orçamento fiscal e contratação de operações de crédito, ainda que por
abrange inúmeros setores do governo (abrangendo, antecipação de receita, nos termos da lei.”
também, a Administração Indireta). Inclusive, um A Lei 4.320/64 também dispõe do sobre o
entendimento não muito esclarecido pode concluir assunto:
que os incisos I e II estão confusos, já que ambos se
referem à Administração Indireta. “Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter
autorização ao Executivo para:”
Qual é o correto entendimento, então: O
Orçamento Fiscal abrange as seguintes entidades da “I - Abrir créditos suplementares até determinada
Administração Indireta: Autarquias, Fundações importância obedecidas as disposições do artigo 43;”
Públicas e Empresas Estatais Dependentes (empresas
“II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro,
controladas pelo Governo que recebem recursos os
operações de crédito por antecipação da receita, para
orçamentos fiscal e da seguridade social para
atender a insuficiências de caixa.”
pagamento de despesas com pessoal e custeio, conf.
Art. 2º, II, da LRF). Vejamos uma questão de concurso:
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 11
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

3) (ESAF - AFC/CGU - 2008) No Brasil, para que o A Lei 4.320 estabelece a obrigatoriedade da
controle orçamentário se tornasse mais eficaz, ao observância deste princípio, em seu Art. 5º:
longo dos anos, tornou-se necessário estabelecer
“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará
alguns princípios que orientassem a elaboração e
dotações globais destinadas a atender
a execução do orçamento. Assim, foram
indiferentemente a despesas de pessoal, material,
estabelecidos os chamados “Princípios
serviços de terceiros, transferências ou quaisquer
Orçamentários”, que visam estabelecer regras
outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu
para elaboração e controle do Orçamento. No
parágrafo único.”
tocante aos Princípios Orçamentários, indique a
opção correta. Existe uma exceção à observância da
Especificação:
a) O orçamento deve ser uno, ou seja, no
âmbito de cada esfera de Poder deve existir “Art. 20, Parágrafo único. Os programas
apenas um só orçamento para um exercício especiais de trabalho que, por sua natureza, não
financeiro. possam cumprir-se subordinadamente às normas
gerais de execução da despesa poderão ser custeadas
b) O princípio da exclusividade veda a inclusão,
por dotações globais, classificadas entre as Despesas
na lei orçamentária anual, de autorização
de Capital.”
para aumento da alíquota de contribuição
social, mesmo respeitando-se o prazo de As outras normas, constantes na Lei 4.320,
vigência previsto na Constituição. inerentes ao princípio da especificação são as
seguintes
c) A vinculação de receitas de taxas a fundos
legalmente constituídos é incompatível com “Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação
o princípio da não-afetação, definido na da despesa far-se-á no mínimo por elementos.”
Constituição Federal.
“§ 1º Entende-se por elementos o
d) O princípio da especificação estabelece que desdobramento da despesa com pessoal, material,
a lei orçamentária anual deverá especificar a serviços, obras e outros meios de que se serve a
margem de expansão das despesas administração publica para consecução dos seus fins.”
obrigatórias de caráter continuado,
conforme determina a Lei de Vejamos uma questão de concurso:
Responsabilidade Fiscal. 4) (FGV – Consultor Orçamentário do Senado – 2008)
e) O princípio do equilíbrio é A lei 4320/64 consagra princípios orçamentários que
constitucionalmente fixado e garante que o cuidam de aspectos substanciais a serem observados
montante das receitas correntes será igual na elaboração do orçamento. Em relação ao princípio
ao total das despesas correntes. da especificação assinale a afirmativa correta.
a) As receitas e despesas devem aparecer no
orçamento de maneira discriminada de tal forma que
2.5 PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO se possa saber, pormenorizadamente, a origem dos
recursos, bem como a sua aplicação.
O Princípio da Especificação, também
denominado Princípio da Discriminação, prega que b) O orçamento deve ser elaborado de maneira a
todas as Receitas e Despesas do orçamento público conter todas as receitas e despesas públicas, sem
devem aparecer de maneira detalhada, de tal forma quaisquer deduções ou compensações entre
que se possa saber, em seus pormenores, a origem e devedores e credores.
a aplicação dos recursos.
c) A lei orçamentária anual deverá conter apenas
A especificação é um dos pilares da matéria pertinente ao orçamento público, excluindo-
transparência na divulgação das informações se quaisquer dispositivos estranhos à previsão da
governamentais. Não basta tornar público, é preciso receita e à fixação das despesas, ressalvados os casos
que aquele relatório seja de fácil entendimento e previstos na legislação.
interpretação, para que qualquer pessoa saiba o que
está acontecendo com o dinheiro público. (Princípio d) O orçamento compreende uma unidade que
da Clareza) abrange as receitas e despesas de todos os Poderes e
Órgãos da Administração Pública pelos seus totais,

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 12


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

observada a discriminação quanto aos aspectos tem como escopo impedir que se incluam na lei
fiscais, sociais e previdenciários. orçamentária, quanto a determinado serviço
público, os saldos:
e) As receitas não poderão ter vinculação com
quaisquer despesas, órgãos ou fundos, ressalvada a (A) positivos.
vinculação prevista para as despesas com educação,
(B) negativos.
saúde e assistência social.
(C) positivos contábeis.
(D) negativos contábeis.
2.6 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
(E) positivos ou negativos.
Como em todo tipo de ato público, é preciso
se dar ampla divulgação aos orçamentos
governamentais, inclusive em meios eletrônicos.
Outro meio utilizado pelos governos para dar 2.8 PRINCÍPIO DA NÃO-AFETAÇÃO DAS RECEITAS
publicidade ao orçamento público é sua publicação no Este princípio afirma que não deve haver
diário oficial. Contudo, a publicidade não pode nem vinculação de Receitas a determinado tipo de
deve encontrar limites na mera publicação. Aqui, Despesa. Inclusive, esta afirmação encontra respaldo
fazemos íntima ligação entre este princípio e o da na nossa CF/88, no Art. 167:
clareza. Não basta a informação estar disponível, ela
precisa ser inteligível, compreensível a todos os “Art. 167. São vedados: ... IV - a vinculação de
cidadãos. receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação
dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a
2.7 PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO-BRUTO destinação de recursos para as ações e serviços
públicos de saúde, para manutenção e
Conforme este princípio, todas as Receitas e desenvolvimento do ensino e para realização de
Despesas constantes no Orçamento devem constar atividades da administração tributária, como
por seus valores brutos, vedadas quaisquer deduções. determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º,
A inserção dos valores brutos na proposta 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
orçamentária visa a impedir uma subestimação das operações de crédito por antecipação de receita,
dotações e das receitas, a fim de mascarar condutas previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no §
escusas. 4º deste artigo.”
Temos como exemplo o fato de Estados Contudo, a mesma CF, com base nesse
repassarem para os Municípios, por determinação dispositivo, autorizou a vinculação de Receitas a
constitucional, 25% do ICMS arrecadado. Quando da inúmeros tipos de despesas, que destacamos a seguir:
previsão, a mesma deve ser feita em seu valor total. A
saída do recurso para os Municípios via transferência a) A repartição do IR e do IPI para os Estados (FPE) e
governamental será feita a título de Despesa. para os Municípios (FPM) – art. 159;

A Lei 4.320 traz um dispositivo acerca da b) O IRRF pelos Estados e pelos Municípios fica com os
matéria em voga: mesmos - art. 157 e 158;

“Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei c) 50% do ITR vão para os Municípios (100% para os
de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer Municípios que fiscalizem e arrecadem o tributo) –
deduções.” art. 158;

“§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública d) 50% do IPVA arrecadado pelo Estado vão para os
deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, Municípios – art. 158;
no orçamento da entidade obrigada a transferência e, e) 25% do ICMS arrecadado pelo Estado vão para os
como receita, no orçamento da que as deva receber.” Municípios – art. 158;
Vejamos uma questão de concurso sobre o f) 20% dos impostos residuais instituídos pela União
assunto: vão para os Estados – art.157;
5) (FGV - Auditor Substituto de Conselheiro –
TCM/RJ – 2008) O princípio do orçamento bruto
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 13
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

g) 10% do IPI sob exportações vão para os Estados, a (E) CIDE.


título de IPI-Exportação – art. 159;
h) 25% do IPI-Exportação recebido pelos Estados vão
7) (FCC - Auditor Substituto de Conselheiro - TCE/SP
para os Municípios – art. 159;
- 2008) Sobre o princípio da não-vinculação ou
i) 29% da CIDE-Combustíveis vão para os Estados – não-afetação, a Constituição Federal dispõe:
art. 159;
I. É vedada a vinculação de receita de imposto
j) 25% da CIDE-Combutíveis recebida pelo Estado vão a órgão, fundo ou despesa, ressalvados os
para os Municípios – art. 159; casos previstos em lei complementar.
k) o repasse que Estados e Municípios recebem da II. Haverá vinculação de receita de imposto
União, através do SUS - art. 198, § 2º; para destinação de recursos para ações e
serviços públicos de saúde, para o
l) o repasse que Estados e Municípios recebem da
desenvolvimento do ensino e para a
União, através do FUNDEB – art. 212;
realização de atividades da administração
m) possibilidade de destinação de parcela da tributária.
arrecadação para a modernização da administração
III. É vedada a vinculação de receita de
tributária – art. 37, XXII;
impostos para prestação de garantias às
n) prestação de garantia a operações de crédito tipo operações de crédito por antecipação de
ARO – art. 165, § 8º; receita ou para prestação de garantia ou
contragarantia à União e para pagamento de
o) vinculação de impostos a título de garantia ou débitos para com esta.
contragarantia à União e para pagamento de débitos
com esta – art. 167, § 4º. Está correto o que se afirma APENAS em
As vinculações são tantas que a União (A) I.
conseguiu, através de uma emenda constitucional,
(B) I e II.
aprovar a DRU (Desvinculação de Receitas da União).
Pela DRU, o governo desvincula ate 20% de suas (C) I e III.
receitas vinculadas e aplica esses recursos nos gastos
(D) II.
gerais da União. Sem a DRU, a gestão financeira do
Governo Federal estaria bastante comprometida. (E) II e III.
Detalhe Importante: É possível estabelecer
mais vinculações para as Receitas Públicas? Sim!
Desde que haja alteração no texto constitucional, 2.9 PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO
através de emenda, é possível ampliar o rol de Este é o princípio basilar do Orçamento
vinculações da receita pública. (A propósito, a EC Governamental. Não há como se falar em
42/2003 incluiu nesse rol a vinculação de receitas planejamento se não houver equilíbrio entre Receitas
para o aperfeiçoamento da administração tributária). e Despesas. Inclusive, não existe possibilidade legal de
Vejamos uma questão de concurso: se autorizar orçamento com Despesa Fixada maior
que Receita Prevista. Entretanto, não há problema da
6) (FGV - Auditor Substituto de Conselheiro – peça inicial constar Receita maior que Despesa. Neste
TCM/RJ – 2008) A vinculação de receitas de caso, o “desequilíbrio” é permitido.
impostos a órgão, fundo, ou despesa é defesa,
salvo quanto à repartição do produto da A propósito, o “desequilíbrio” entre Receitas e
arrecadação do seguinte tributo: Despesas, com Receita > Despesa, é fonte para
abertura de créditos adicionais. Mas este é um
(A) IPTU. assunto para as próximas aulas.
(B) ISS. Em especial, podemos destacar a famosa
Regra de Ouro: o Poder Constituinte brasileiro
(C) IOF.
resolveu estabelecer, especificamente, a
(D) II. impossibilidade de haver déficit nas operações de
capital. Dispõe o Art. 167, III, que é vedada a obtenção

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 14


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

de Operações de Crédito em Montante superior às que o Legislativo dá ao Executivo para a abertura de


Despesas de Capital. Reforça, portanto, o equilíbrio no créditos adicionais, até determinado limite.
orçamento de capital para inibição de déficits e,
Seguem os excertos da Lei 4.320 sobre o
consequentemente, o pagamento de juros e dívidas.
Princípio da Legalidade, já citados na abordagem do
Vejamos mais uma questão de concurso: Princípio da Universalidade:
8) (ESAF – Analista Administrativo - ANA - 2009) “Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as
Assinale a opção verdadeira a respeito do receitas, inclusive as de operações de crédito
princípio orçamentário do equilíbrio. autorizadas em lei.”
a) É o princípio pelo qual as despesas fixadas e “Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as
as receitas estimadas são executadas no despesas próprias dos órgãos do Governo e da
exercício, cumprindo dessa forma a administração centralizada, ou que, por intermédio
disposição da lei orçamentária anual. deles se devam realizar, observado o disposto no
artigo 2°.”
b) O princípio do equilíbrio orçamentário se
verifica pela suficiência das receitas
correntes para cobrir as necessidades
2.11. PRINCÍPIO DA PROGRAMAÇÃO
correntes e de capital.
Esse princípio tem caído com grande
c) Constitui equilíbrio orçamentário a
freqüência nos concursos mais recentes. Conforme
coincidência dos valores estimados com os
dispõe, o orçamento deve expressar as realizações e
realizados da receita pública e os valores
objetivos da forma programada, planejada. Esse
fixados e realizados da despesa.
princípio dispõe que o orçamento deve ter o
d) É a visão pela qual o orçamento de conteúdo e a forma de programação.
investimento não ultrapassa as receitas de
Logo em seu §1º do Art.1º, a LRF determina
capital dentro do exercício considerado.
que a responsabilidade na gestão fiscal pressuponha a
e) É o princípio pelo qual o montante da ação planejada e transparente. No seu Art. 8º reforça
despesa autorizada em cada exercício o princípio, pois determina que até trinta dias após a
financeiro não poderá ser superior ao total publicação dos orçamentos, o Poder Executivo
de receitas estimadas para o mesmo estabelecerá a programação financeira e o
período. cronograma de execução mensal de desembolso.
O princípio da programação vincula as normas
orçamentárias à consecução e à finalidade do Plano
2.10. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Plurianual e aos programas nacionais, regionais e
Este é outro princípio básico de orçamento setoriais de desenvolvimento. A programação se
governamental. Estabelece este princípio que todo o estabelece por intermédio do programa de trabalho
planejamento orçamentário estará respaldado por do governo, sendo que o PPA termina no programa
uma lei. Qualquer alteração a ser feita no de trabalho e a LOA começa nele.
planejamento, precisa passar pro outro processo
Vamos a mais uma questão de concurso:
legislativo. Isto possibilita o controle do Poder
Legislativo sobre os atos do Poder Executivo, já que, 9) (FCC – Auditor Substituto de Conselheiro –
dentre as atribuições legislativas constantes no nosso TCE/AL – 2008) A doutrina não considera
ordenamento jurídico, está a fiscalização contábil, princípio orçamentário o princípio da:
orçamentária e financeira do Executivo.
(A) legalidade.
Por exemplo, caso uma dotação orçamentária
(B) exclusividade.
não seja suficiente para cobrir as despesas que irão
acontecer ao longo do exercício financeiro, faz-se (C) unidade.
necessário emendar a LOA através de uma nova Lei,
discutida e aprovada pela Câmara Legislativa. Não (D) programação.
podemos esquecer que, dentre as exceções à (E) anterioridade.
exclusividade, consta a autorização, na própria LOA,

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 15


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

3. DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS Já observamos que existem duas categorias


de gastos públicos que merecem especial atenção:
Nossa Constituição Federal de 1988 prevê a
Despesas com Bens de Capital (e sua respectiva
elaboração de três peças Orçamentárias:
manutenção) e Despesas Continuadas, que não
1) PPA – Plano Plurianual; podem ser cortadas com apenas uma “canetada” do
gestor. Esse deve ser o foco do planejamento de
2) LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias; médio/curto prazo.
3) LOA – Lei Orçamentária Anual. O Plano Plurianual é um planejamento de
A lógica de funcionamento desse tripé guarda Médio prazo que abarca, em sua elaboração, a
íntima ligação com o orçamento-programa. Nosso preocupação com aquelas duas categorias de gastos.
planejamento governamental é todo pautado em Para confirmar isto, vejamos o que diz a CF/88:
programas de governo, cuja aplicação ensejará o Art. 165:
alcance dos objetivos governamentais, que são,
dentre outros: a satisfação do bem-estar das pessoas “§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual
e a melhoria das condições de vida da população, estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
principalmente das mais carentes. objetivos e metas da administração pública federal
para as despesas de capital e outras delas decorrentes
Pois bem, para que esses objetivos ambientais e para as relativas aos programas de duração
sejam alcançados, faz-se necessário um meticuloso continuada.”
planejamento das áreas vitais para a ação das políticas
públicas. Lembremos: os recursos são escassos, mas Lembrem dessa expressão: DOM (Diretrizes,
as necessidades são inúmeras. É preciso ter cuidado Objetivos e Metas). E é DOM para quê? Para as
com os passos que se dão, pois uma política mal Despesas de Capital, aquelas delas decorrentes, e
formulada poderá acarretar perda de recursos para os Programas de Duração Continuada (ou
públicos e isto é ruim para todos nós. despesas continuadas).
No tocante aos riscos das políticas públicas, Só mais um detalhe: como deve ser um
existe um determinado tipo de gasto que é muito planejamento com o intuito de agregar aqueles dois
sensível a prejuízos e quando se começa a gastar não objetivos ambientais do Estado: promoção do bem-
tem mais volta: são os Bens de Capital (as grandes estar e diminuição das desigualdades sociais, o PPA
obras e construções). Não é à toa que temos, ainda precisa ser regionalizado e observar essas diferenças.
em nossos dias, algumas obras inacabadas, fruto de
Uma última observação sobre o PPA consta no
maus planejamentos e desperdícios de recursos
parágrafo 4º deste artigo:
públicos. Nós também os chamamos de “Elefantes
Brancos”. “§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e
setoriais previstos nesta Constituição serão
Mesmo que uma construção ou obra tenha
elaborados em consonância com o plano plurianual e
sucesso, ou seja, seja terminada, não há garantia que
apreciados pelo Congresso Nacional.”
a mesma poderá ser mantida. Dizemos isso porque,
desse novo prédio, surgirão custos de manutenção, O Plano Plurianual, após a fase de
como: água, luz, telefone, material de expediente, planejamento e elaboração, se traduzirá em
móveis, maquinário em geral, instalações. Tudo isso programas de governo. Esses programas serão os
precisa de dinheiro para se adquirir e manter. Então, mesmos utilizados quando da elaboração da Lei
não basta apenas construir. É preciso ter recursos Orçamentária Anual. É por isso que se diz isto: “O PPA
para manter. termina no programa e a LOA começa nele”.
Outra área sensível é aquela que gera gastos Vejamos uma questão de concurso sobre esse
contínuos, que não poderão ser “cortados” tão assunto:
facilmente. Falamos de despesas com pessoal.
10) (FCC – Procurador de Contas – TCE/AL – 2008)
Contratação de servidores é um gasto arriscado, pois,
Quando a lei estabelece, de forma regionalizada,
uma vez assumido o compromisso continuado de
as diretrizes, objetivos e metas da administração
pagamento da despesa, não há como diminuir o
pública federal para as despesas de capital e
volume de gastos com essas categorias.
outras delas decorrentes e para as relativas aos

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 16


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

programas de duração continuada, está governamental. Tal atribuição foi contemplada


instituindo: através de Lei de Responsabilidade Fiscal, LRF.
(A) a lei orçamentária anual. A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu art.
4º, trouxe uma série de inovações para a LDO:
(B) as diretrizes orçamentárias.
“Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias
(C) o orçamento da seguridade social.
atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da
(D) o orçamento das empresas estatais. Constituição e:
(E) o plano plurianual. I - disporá também sobre:
A integração entre planejamento (PPA) e a) equilíbrio entre receitas e despesas;
orçamento (LOA) é feita através da Lei de Diretrizes
b) critérios e forma de limitação de
Orçamentárias (LDO). Diretriz dá idéia de norma, de
empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na
conduta a se seguir. As Diretrizes Orçamentárias são
alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso
os passos que devem ser dados para que se mantenha
II do § 1o do art. 31;
a vinculação entre o planejamento e a execução do
orçamento público. e) normas relativas ao controle de custos
e à avaliação dos resultados dos programas
A CF/88 dispõe de algumas informações
financiados com recursos dos orçamentos;
importantes a respeito da LDO:
f) demais condições e exigências para
Art. 165:
transferências de recursos a entidades públicas e
“§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias privadas;”
compreenderá as metas e prioridades da
A LRF também instituiu como parte integrante
administração pública federal, incluindo as despesas
da LDO dois Anexos: Metas Fiscais (AMF) e Riscos
de capital para o exercício financeiro subseqüente,
Fiscais (ARF).
orientará a elaboração da lei orçamentária anual,
disporá sobre as alterações na legislação tributária e Percebamos, também, neste ponto. As
estabelecerá a política de aplicação das agências atribuições da LDO, inovações estabelecidas pela Lei
financeiras oficiais de fomento.” de Responsabilidade Fiscal, são inerentes ao controle
da execução do orçamento. Sendo assim, as normas
O foco da LDO, conforme estabelece nossa
da CF e da LRF para a LDO se complementam, e
Constituição Federal, é o planejamento da ação
garantem que este instrumento de planejamento das
governamental. Desta maneira, quatro são os
metas governamentais disponha de condições para
instrumentos de norteamento da elaboração do
acompanhar a elaboração e a execução orçamentária.
planejamento governamental e das ações de governo.
Cabem, ainda, alguns comentários sobre as
A LDO deve estabelecer as metas da
inovações trazidas pela LRF à LDO.
administração pública, incluindo:
Quanto ao equilíbrio entre receitas e
- Disciplinar as despesas de capital para o
despesas, este já era consagrado como princípio
exercício seguinte;
orçamentário, disto nós sabemos. Entretanto, como a
- Disciplinar a elaboração da Lei Orçamentária LDO incorporou a si uma ênfase no controle da
Anual; execução orçamentária, desde a constituição das
metas fiscais deve ser primada a correta previsão de
- Dispor acerca das alterações na legislação receitas e fixação despesas a fim de corrigir desvios ou
tributária; evitar riscos capazes de afetar o equilíbrio das contas
- Disciplinar a política de aplicação das públicas.
agências financeiras oficiais de fomento. A limitação de empenho, inovação trazida
Percebamos. O foco dos itens da LDO pela LRF ao controle da execução orçamentária, é o
respaldados por nossa Constituição Federal é instrumento hábil a limitar o aumento de gastos caso
justamente a elaboração da peça orçamentária, em as metas de receitas não estejam comportando as
seus diversos aspectos. Contudo, nada constava previsões estabelecidas para as mesmas. À medida
acerca do controle da execução do orçamento que a receita não ocorre como esperado, as despesas

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 17


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

não poderão ser executadas em sua totalidade. Assim, âmbito governamental decorre de decisões
o gestor necessita contingenciar o orçamento e coibir trabalhistas – reclamações de servidores por horas-
a execução da despesa acima da arrecadação. Desta extras não pagas). Riscos fiscais imprevistos são
forma, também se evitam desvios e riscos tendentes a situações decorrentes de: Guerra, Calamidade Pública
desequilibrar as contas do governo. ou Grave Comoção Interna.
O controle de custos e avaliação dos Vejamos mais uma questão de concurso:
programas governamentais começa a ganhar
11) (ESAF – APO/SP - 2009) Assinale a opção que
destaque no âmbito governamental. Contudo, ainda
apresenta uma das principais características da
não dispomos de normas efetivas para avaliar
lei de diretrizes orçamentárias, segundo a
programas e identificar o que é custo ou desperdício,
Constituição Federal de 1988.
em virtude do grau de subjetividade da matéria. A LRF
quis, na verdade, estimular uma tendência na a) Especifica as alterações da legislação
administração pública: o caráter gerencial na gestão tributária e do PPA.
dos recursos públicos, a fim de evitar gastos
desnecessários e fazer “render” o dinheiro da b) Define a política de atuação dos bancos
população. Desta forma, mais políticas públicas estatais federais.
podem ser atendidas sem a necessidade de aumentar c) Define as metas e prioridades da
ainda mais a carga de tributos e contribuições. administração pública federal.
As transferências de recursos dos orçamentos d) Determina os valores máximos a serem
para entidades públicas e privadas sempre foi um transferidos, voluntariamente, aos Estados,
problema para a gestão financeira do tesouro Distrito Federal e Municípios.
governamental. Isto porque se não houver efetivo
controle dos repasses, e da condição financeira de e) Orienta a formulação das ações que
efetivá-los, existe elevada possibilidade de integrarão o orçamento do exercício
desperdícios de volumes significativos de recursos, seguinte.
com corrupção e malversação, inviabilizando uma 12) (ESAF – AFC/CGU - 2008) De acordo com a
porção de novos programas governamentais. Constituição Federal, foi reservada à Lei de
É certo que os maiores ganhos agregados à Diretrizes Orçamentárias a função de:
LDO foram os Anexos: de Metas Fiscais e de Riscos a) definir, de forma regionalizada, as diretrizes,
Fiscais. os objetivos, as metas e prioridades da
No Anexo de Metas Fiscais (AMF) constarão as administração pública federal, incluindo as
metas bimestrais para receitas, despesas, resultados despesas de capital para o exercício
nominal e primário, e do montante da dívida pública, financeiro subseqüente.
considerando o histórico dos três anos anteriores e a b) estabelecer critérios e forma de limitação de
projeção para o exercício que entrar em vigor e os empenho, nos casos previstos na legislação.
dois seguintes. O AMF é o instrumento hábil para o
acompanhamento da execução do orçamento e, caso c) disciplinar as transferências de recursos a
suas metas não estejam sendo cumpridas, a limitação entidades públicas e privadas.
de empenho será necessária para o não d) dispor sobre alterações na legislação
comprometimento do cumprimento das metas do tributária.
governo.
e) dispor sobre o equilíbrio entre receitas e
Já o Anexo de Riscos Fiscais (ARF) dispõe despesas.
acerca do cálculo e utilização da Reserva de
Contingência, sobra de recursos necessária para a A Lei Orçamentária Anual (LOA) deve ser
cobertura de passivos contingentes e riscos fiscais elaborada em compatibilidade com o PPA e a LDO, em
imprevistos. Por passivos contingentes devemos conformidade com o disposto no art. 5º da LRF. Um
entender as despesas decorrentes de alguma item importante que deve constar na LOA, imposto
contingência, como, por exemplo, às relacionadas pela LRF, é a Reserva de Contingência (metodologia
com decisões judiciais, em que não há como precisar estabelecida na LDO), calculada com base na Receita
quando e se deverá ser quitado algum débito (por Corrente Líquida, que será utilizada para a cobertura
exemplo: um passivo contingente até freqüente no

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 18


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

de Passivos Contingentes e Riscos Fiscais Imprevistos, o PPA (regionalizados) e devem primar pela redução
dispostos no Anexo de Riscos Fiscais (ARF). das desigualdades inter-regionais, conforme critério
populacional.
A estrutura da LOA, conforme nossa
Constituição Federal, consta no Art. 165, parágrafo 5º: Vejamos uma questão de concurso sobre a
LOA:
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
13) (ESAF – APO/SP - 2009) O orçamento público
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes
pode ser entendido como um conjunto de
da União, seus fundos, órgãos e entidades da
informações que evidenciam as ações
administração direta e indireta, inclusive
governamentais, bem como um elo capaz de ligar
fundações instituídas e mantidas pelo Poder
os sistemas de planejamento e finanças. A
Público;
elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA),
II - o orçamento de investimento das segundo a Constituição Federal de 1988, deverá
empresas em que a União, direta ou espelhar:
indiretamente, detenha a maioria do capital
a) exclusivamente os investimentos.
social com direito a voto;
b) as metas fiscais somente para as despesas.
III - o orçamento da seguridade social,
abrangendo todas as entidades e órgãos a ela c) as estimativas de receita e a fixação de
vinculados, da administração direta ou despesas.
indireta, bem como os fundos e fundações
d) a autorização para a abertura de créditos
instituídos e mantidos pelo Poder Público.
adicionais extraordinários.
Duas observações contidas na CF/88 acerca da
e) a autorização para criação de novas taxas.
LOA merecem bastante destaque. Como já sabemos,
o PPA deve ser elaborado de forma regionalizada. O Os prazos para a elaboração das peças
objetivo declarado desse planejamento e privilegiar a Orçamentárias são os seguintes:
necessidade de diminuição das desigualdades sociais
existentes entre as regiões brasileiras. PPA

Pois bem, a LOA deve estar compatibilizada Envio para o Legislativo: até o dia 31/08 do
com essas determinações, vejamos os parágrafos 6º e primeiro ano do mandato do governante
7º: Aprovação pelo Legislativo: Até o final da
§ 6º - O projeto de lei orçamentária será seção legislativa (22/12)
acompanhado de demonstrativo Vigência: Válido pelos próximos 4 anos – 3
regionalizado do efeito, sobre as receitas e anos do atual mandante + 1 ano do gestor seguinte
despesas, decorrente de isenções, anistias,
remissões, subsídios e benefícios de natureza LDO
financeira, tributária e creditícia. Envio para o Legislativo: até o dia 15/04
§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, Aprovação pelo Legislativo: até o final da
deste artigo, compatibilizados com o plano primeira parte da seção legislativa (17/07)
plurianual, terão entre suas funções a de
reduzir desigualdades inter-regionais, Vigência: Até o final do exercício seguinte da
segundo critério populacional. sua aprovação.

A LOA deve prestigiar a característica de LOA


regionalização em, pelo menos, dois critérios: Envio para o Legislativo: até o dia 31/08 do
Demonstrativo Regionalizado, sobre receitas e primeiro ano do mandato do governante.
despesas, decorrentes do BRASIL – Benefícios
Financeiros, Creditícios e Tributários; Remissões; Aprovação pelo Legislativo: Até o final da
Anistias; Subsídios; e Isenções. (o “L” você seção legislativa (22/12)
desconsidera, é só pra formar a palavra e ajudar a Vigência: até o final do exercício seguinte ao
memorizar); O Orçamento Fiscal (I) e o Orçamento de da sua aprovação.
Investimentos (II) devem estar compatibilizados com

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 19


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Mais questões para encerrar o assunto: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10


D B B A E E D E E C
14) (FUNRIO SUPRAMA CONTADOR) Dentre os
11 12 13 14 15
instrumentos de Planejamento Governamental,
aquele que compreenderá as metas e prioridades C D C B C
da Administração Pública Federal, incluindo as
despesas de capital para o exercício financeiro 4. RECEITAS PÚBLICAS
subseqüente, orientará a elaboração da lei
orçamentária anual, disporá sobre as alterações 4.1 CONCEITO AMPLO E ESTRITO
na legislação tributária e estabelecerá a política
As Receitas Públicas, em sentido amplo,
de aplicação das agências financeiras oficiais de
representam todo e qualquer ingresso aos cofres
fomento é o(a)
públicos. Independente da forma que esse ingresso se
A) Lei Orçamentária Anual. dá, entrou nas contas do governo, deve ser
contabilizado como Receita.
B) Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Existem duas formas de ingresso de recursos
C) Plano Plurianual. no caixa do governo: através de receitas que não
D) Orçamento Fiscal. exigirão contraprestação e através de outras que
exigirão contraprestação, ou devolução futura. Sob
E) Cronograma de Desembolso. essa ótica, a contabilização de qualquer recebimento
deve ser feita via receita, mesmo que haja
necessidade de devolução futura dos recursos. Por
15) (FCC TRT 3ª REGIÃO 2007) O investimento cuja exemplo: temos o recebimento de cauções como
duração ultrapasse um exercício financeiro requisito para participação em licitações. Esse recurso
somente poderá ser iniciado se for previamente recebido é apenas transitório, contudo, deve ser dada
incluído a entrada dos valores recebidos e feita essa
A) na Lei orçamentária. contabilização como receita, em sentido amplo.
Quando da devolução dos valores, em
B) na Lei de Diretrizes Orçamentárias. contraprestação, contabilizamos a saída como
C) no Plano Plurianual. despesa.

D) no Plano de Diretor. As Receitas Públicas, em sentido estrito, são


apenas aquelas que representam acréscimo definitivo
E) na Lei de Diretrizes e Bases. de valores aos cofres públicos. Ou seja, só
consideramos receitas públicas, de fato, quando não
Na próxima aula continuaremos nosso curso.
há contraprestação, ou devolução futura. Sob essa
Um abraço.
ótica, só são contabilizados como receita os valores
que não exigirão contraprestação. Temos como
exemplo de receitas em sentido estrito a arrecadação
de impostos, já que estes recursos, uma vez entregues
GABARITO aos cofres públicos, não mais retornarão ao bolso dos
contribuintes, a não ser através de políticas públicas
1) RESPOSTA: “D”. O processo de orçamento (ou gastos públicos).
participativo tem a necessidade de um contínuo
ajuste crítico, ou seja, a cada ano são realizados O manual técnico de contabilidade, aplicado
ajustes com base nas críticas sobre as decisões do ao setor público, dispõe esta definição a respeito da
passado. Isso significa auto-regulação, com o intuito Receita Pública, em sentido estrito:
de aperfeiçoar os seus conteúdos democráticos e de
“Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter
planejamento, e assegurar a sua não-estagnação do
não devolutivo auferidas pelo poder público em
processo orçamentário (modelo anterior). Estimular a
qualquer esfera governamental, para a alocação e
participação da população também traz essa
cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o
obrigatoriedade de estabelecer processos de revisão
ingresso orçamentário constitui uma receita pública,
das decisões do passado, a fim de que essas passem a
pois tem como finalidade atender às despesas
ser as decisões do povo e os gastos públicos
públicas.
acompanhem as novas prioridades destacadas.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 20


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Vejamos uma questão de concurso: previsão, ou em virtude de arrecadação de receitas


que não constavam na LOA.
1) (ESAF SEFAZ SP Analista de Plan. 2009) Sobre as
receitas públicas, assinale a opção correta. Vamos a um exemplo: o governo recebe uma
doação em dinheiro para a construção de um hospital.
a) Preço econômico é o valor do bem ou
Como deve ser efetuada essa contabilização?
serviço segundo a relação entre oferta e
procura. A doação estava prevista no orçamento?
Dificilmente há possibilidade de previsão de doações,
b) Receita é a entrada de dinheiro e bens nos
pois esta é uma atitude espontânea e até inesperada.
cofres públicos.
A receita vai impactar os cofres públicos? Sim.
c) Entradas são movimentos de caixa
destinados a mera troca de valores ou Será preciso devolvê-la, pelo menos
devolução futura. diretamente? Não.
d) Preço político consiste na receita cobrada Então, estamos diante de uma receita em
para satisfação de uma necessidade comum sentido estrito. São receitas que o governo dispõe,
e indivisível a todos. sem precisar se preocupar em devolver ao bolso de
quem entregou tais recursos. Logo, será possível
e) Todo ingresso constitui receita, mas nem
arrecadá-las, independente de constar ou não no
toda receita constitui ingresso.
orçamento. Contudo, para que haja atualização da
LOA, faz-se necessário registrar a previsão da
arrecadação das doações, mas somente após seu
4.2 CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA efetivo recolhimento.
4.2.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA Portanto, a segunda conclusão que tiramos é
Existem duas classificações da receita pública, que as receitas orçamentárias geralmente estão
quanto à sua natureza: Receitas Orçamentárias e previstas no orçamento anual. Contudo, em alguns
Receitas Extra-orçamentárias. casos, não há essa previsão. Isso não implica dizer que
tais receitas não poderão ser arrecadadas. Efetua-se o
As Receitas Orçamentárias são aquelas que recolhimento dos recursos aos cofres do governo,
constam na Lei Orçamentária Anual (LOA) e como receita orçamentária, e atualiza-se a LOA
representarão receitas definitivas para os cofres conforme tal arrecadação.
públicos. Como já vimos, as receitas arrecadadas em
virtude de previsão orçamentária não serão As receitas orçamentárias são subdivididas em
devolvidas, pelo menos de forma direta, ao bolso dos dois grupos: Receitas Correntes e Receitas de Capital
contribuintes. O objetivo de se efetuar esse tipo de (essa é a classificação quanto às categorias
receita é o financiamento das despesas econômicas, que abordaremos adiante).
governamentais, também constantes no orçamento Sob o enfoque orçamentário, as receitas são
público. executadas quando há a arrecadação das mesmas,
Portanto, a primeira conclusão que tiramos é conforme dispõe o art. 35 da Lei 4.320/64.
que as receitas orçamentárias só poderão ser As Receitas Extra-orçamentárias são aquelas
arrecadadas se autorizadas pela LOA. Este que possuem caráter temporário. Representam
procedimento deve obediência ao princípio da recursos recolhidos aos cofres públicos, mas que há
universalidade, já que devem constar na lei de necessidade de devolução posterior. Relembremos do
orçamento todas as receitas públicas a serem exemplo da Caução para participação em
arrecadadas durante o exercício financeiro. procedimento licitatório. Todos os licitantes entregam
Mas cuidado! Não é porque determinada suas cauções no ato da habilitação. Os perdedores
receita orçamentária não foi considerada na LOA que terão de volta os recursos entregues, já não serão os
não poderá ser executada (arrecadada). É por isso que contratados pela administração. Esses recursos
utilizamos a terminologia “Previsão” para a receita entraram como receita extra-orçamentária e sairão
constante na lei de orçamento, porque este valor como despesa extra-orçamentária.
pode ser diferente do previsto, quer seja por Conclusão: tudo que entra como receita extra-
arrecadação ocorrida em montante maior do que a orçamentária vai sair como despesa extra-

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 21


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

orçamentária. Aqueles são denominados de ingressos - Pagamento de despesas com: pessoal R$


extra-orçamentários e estes saídas extra- 500.000,00; serviços de terceiros R$ 60.000,00;
orçamentárias. aquisição de imóveis R$ 400.000,00; amortização
da dívida fundada R$ 60.000,00.
Toda entrada de caráter temporário faz surgir
uma dívida de curto prazo, ou dívida flutuante. Por - Pagamento de restos a pagar no valor de R$
isso mesmo dizemos que as receitas extra- 400.000,00.
orçamentárias não aumentam em definitivo o caixa
- Baixa de bem móvel destruído por sinistro no
governamental, pois existe uma contrapartida, ou
valor de R$ 20.000,00.
seja, uma contraprestação de devolver o dinheiro
recebido em um futuro próximo. - Inscrição de tributos em dívida ativa no valor de
R$ 27.000,00.
Detalhe importante: a inscrição em restos a
pagar do exercício constitui um exemplo clássico de - Recebimento de cauções no valor de R$
inclusão de receita extra-orçamentária, e tem caído 30.000,00.
bastante em concursos.
- Correção monetária da dívida fundada no valor
Outro exemplo clássico de receita extra- de R$ 50.000,00.
orçamentária é a obtenção de operação de crédito
por antecipação de receita orçamentária (ARO). Há O valor das receitas extraorçamentárias foi, em
apenas uma entrada via conta bancária e um registro R$.
concomitante de reconhecimento da obrigação a a) 50.000,00.
pagar (o “empréstimo” concedido pelo banco).
b) 40.000,00.
Para concluir, como o próprio nome já diz, as
receitas extra-orçamentárias são executadas à c) 80.000,00.
margem do orçamento governamental. d) 30.000,00.
Vejamos uma interessante questão de e) 400.000,00.
concurso.
2) (FCC TRE PI 2009) Considere os fatos
relacionados a seguir: 4.2.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CATEGORIAS
ECONÔMICAS
- Lançamento da previsão da receita e da ficação
da despesa referente a aprovação do orçamento Quanto à classificação econômica, assim como
de uma entidade pública com base na Lei dispõe a Lei 4.320/64 (art. 11), as Receitas
orçamnetária Anual, no valor de R$ 1.000.000.00. subdividem-se em:

- Arrecadação de tributos no valor de R$ Receitas Correntes, e Receitas de Capital.


900.000,00. Por sua vez cada grupo possui suas devidas
- Recebimento de créditos tributários inscritos em subdivisões:
dívida ativa no valor de R$ 10.000,00 RECEITAS CORRENTES
- Operações de crédito para compra de bens -Receitas Tributárias
imóveis no valor de R$ 200.000,00.
-Receitas de Contribuições
- Empenho de despesas com : pessoal R$
500.000,00; serviços de terceiros R$ 70.000,00; -Receitas Patrimoniais
aquisição de imóveis R$ 400.000,00; amortização -Receitas de Serviços
da dívida fundada R$ 60.000,00, juros e encargo
da dívida fundada R$ 40.000,00. -Receitas Agropecuárias
- Liquidação de despesas com: pessoal R$ -Receitas Industriais
500.000,00; serviços de terceiros R$ 60.000,00;
-Transferências Correntes
aquisição de imóveis R$ 400.000,00; amortização
da dívida fundada R$ 60.000,00, juros e encargo -Outras Receitas Correntes
da dívida fundada R$ 40.000,00.
RECEITAS DE CAPITAL
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 22
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

-Alienação de Bens Indenizações e Restituições


-Operações de Crédito 50
Operações de Crédito Internas
-Amortização de Empréstimos 100
-Transferências de Capital Receita de Serviços Recreativos e Culturais
100
-Outras Receitas de Capital
Receitas Imobiliárias
OBS: A Lei 4.320/64 dispõe que o superávit do 200
orçamento corrente é uma Receita de Capital Extra- Taxas
Orçamentária. 500
A Lei 4.320/64, ainda no art. 11, descreve uma Transferências da União para cobrir despesas
característica bastante interessante acerca das correntes
receitas correntes. Sigamos ao texto do artigo para 5.000
efetuarmos os devidos comentários: Transferências do Estado para cobrir despesas
“§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, correntes
de contribuições, patrimonial, agropecuária, 3.000
industrial, de serviços e outras e, ainda, as
provenientes de recursos financeiros recebidos de
outras pessoas de direito público ou privado, quando A Receita Corrente foi de, em milhares de reais,
destinadas a atender despesas classificáveis em a) 11.850.
Despesas Correntes.”
b) 11.800.
Essa última característica, grifada por nós no
texto, apesar de se relacionar diretamente com as c) 11.730.
transferências correntes, caracteriza muito bem o d) 11.940.
que são receitas correntes. São todas aquelas
utilizadas, prioritariamente, para financiar as despesas e) 11.930.
correntes do governo (os gastos com manutenção da
máquina administrativa). Sob esse contexto, as
transferências de recursos feitas de uma entidade “§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da
pública para outra são denominadas de transferências realização de recursos financeiros oriundos de
correntes. constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de
bens e direitos; os recursos recebidos de outras
RECEITAS CORRENTES – ATENDEM ÀS DESPESAS pessoas de direito público ou privado, destinados a
CORRENTES (MANUTENÇÃO DA MÁQUINA) atender despesas classificáveis em Despesas de
Vejamos mais uma questão de concurso sobre Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.”
o assunto: Neste caso, também, o trecho grifado por nós
3) (FCC TJ PA 2009) Considere os dados relativos às no texto caracteriza muito bem o que são receitas de
receitas orçamentárias arrecadadas pela capital, apesar de se aplicar, no caso em tela, às
Prefeitura Modelo no exercício de X1: transferências de capital. São todas aquelas utilizadas,
prioritariamente, para financiar as despesas de capital
do governo (os gastos com expansão da máquina
R$ (mil) administrativa). Sob esse contexto, as transferências
Alienação de Bens Imóveis de recursos feitas de uma entidade pública para
30 outra, a fim de financiar a aquisição de bens de capital
Amortização de Financiamentos ou amortizar dívidas, são denominadas de
10 transferências de capital.
Dívida Ativa RECEITAS DE CAPITAL – ATENDEM ÀS
80 DESPESAS DE CAPITAL (EXPANSÃO DA MÁQUINA)
Impostos Precisamos, ainda, conhecer a classificação da
3.000 receita com relação à estrutura contábil das contas

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 23


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

pertencentes ao plano de contas único da 4) (ESAF SEFAZ SP Analista de Plan. 2009) Tomando
Administração Pública Federal. Essa estrutura consta por base as disposições contidas na Lei n.
no Manual da Receita Nacional, editado pela 4.320/64, assinale a opção falsa, a respeito da
Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a ser cumprido conceituação e classificação da receita
por todos os Entes Federados. Foram inseridas duas orçamentária brasileira.
rubricas de receitas orçamentárias entre as categorias
a) As receitas correntes, na sua maioria, estão
econômicas, a fim de permitir o atendimento ao
relacionadas com as modificações
conteúdo do § 1º do art. 50 da LRF. O objetivo, com
qualitativas do patrimônio.
essa inserção, é permitir a identificação das receitas
decorrentes de transações entre entidades e órgãos b) A previsão a menor não impede que seja
que compõem o orçamento fiscal e seguridade social, reconhecido e contabilizado o excesso de
tendo em vista que essas receitas não devem ser arrecadação como receita do exercício.
computadas quando da elaboração de demonstrações
contábeis consolidadas, pois representam c) As receitas de capital, na sua maioria, estão
duplicidades: item 7 – Receita Intraorçamentária relacionadas com fatos contábeis
Corrente; item 8 – Receita Intraorçamentária de permutativos do patrimônio.
Capital. d) As receitas decorrentes da prestação de
Conforme o Manual da Receita Nacional, a serviços por entidade pública são
classificação econômica tem a seguinte estrutura: classificadas como correntes.

X . Y . Z . A . B . CC . DD e) A Lei n. 4.320/64 determina que os créditos


tributários não recebidos no exercício em
1º Nível: Grupo (Receita) - X que são exigíveis devem ser inscritos em
dívida ativa.
2º Nível: Categoria Econômica - Y
3º Nível: Origem - Z
5) (ESAF ENAP 2006 Téc. Superior) A receita pública,
4º Nível: Espécie - A
quanto à sua natureza, é dividida em
5º Nível: Rubrica - B Orçamentária e Extraorçamentária. Assinale
abaixo a única receita que é classificada como
6º Nível: Alínea - CC
Receita Orçamentária.
7º Nível: Subalínea – DD
a) Depósitos de terceiros.
Vejamos um exemplo desse tipo de
b) Receita de operações de crédito.
classificação, referente à arrecadação de imposto de
renda, pessoas físicas: c) Salários não-reclamados.
1º Nível: 4.0.0.0.0.00.00 Grupo – Receita d) Operações de crédito por antecipação de
receita.
2º Nível: 4.1.0.0.0.00.00 Categoria Econômica –
Receita Corrente e) Cauções em dinheiro.
3º Nível: 4.1.1.0.0.00.00 Origem – Receita Tributária
4º Nível: 4.1.1.1.0.00.00 Espécie – Impostos 4.2.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À AFETAÇÃO
PATRIMONIAL
5º Nível: 4.1.1.1.2.00.00 Rubrica – Impostos sobre o
Patrimônio e a Renda Quanto à afetação patrimonial, as receitas
podem se dividir em: Efetivas e Não-Efetivas.
6º Nível: 4.1.1.1.2.04.00 Alínea – Imposto sobre a
Renda e Proventos de qualquer natureza A Receita Efetiva caracteriza-se por se
incorporar ao patrimônio, proporcionando aumento
7º Nível: 4.1.1.1.2.04.10 Subalínea – Pessoa Física
no mesmo. São os ingressos obtidos sem que haja
qualquer contrapartida no passivo (aumento) ou no
ativo (diminuição). Podemos afirmar, portanto, que as
Vejamos algumas questões de concurso: receitas efetivas, vistas isoladamente, aumentam o
Patrimônio Líquido do Ente Governamental. Com essa

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 24


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

arrecadação, o Estado fica mais rico, pois dispõe de pagamento é voluntário. São as receitas de Economia
maior volume de recursos para financiar seus gastos. Privada obtidas pelo governo. Este deve utilizar-se
desses recursos como forma de complementar a
Do ponto de vista contábil, o lançamento das
arrecadação tributária.
Receitas Efetivas não é precedido de registro de
reconhecimento, havendo o ingresso gerado impacto Exemplos de Receitas Originárias: Receitas de
direto no patrimônio da entidade. Aluguéis, Receitas de venda de bens (estoques de
produtos acabados, de mercadorias para revenda),
Dito isto, podemos afirmar o seguinte: Todas
Receitas de Aplicações Financeiras.
as Receitas Correntes geram variações efetivas
positivas no Patrimônio Líquido governamental. As Receitas Derivadas são aquelas em que o
Exceção: recebimento de dívida ativa, que é uma Estado manifesta, deliberadamente, seu poder de
receita não efetiva. (Obs: além das receitas correntes, império e cobra, compulsoriamente, tributos das
exceto a arrecadação da dívida ativa, temos as pessoas, a fim de financiar seus gastos
transferências de capital recebidas como receitas governamentais. Essa prerrogativa advém das
efetivas. Veremos isso adiante). competências constitucionais de que o Estado dispõe
para instituir e cobrar tributos. São encargos que as
A Receita Não-Efetiva caracteriza-se por não
pessoas não podem se negar a pagar, pois servem
se incorporar ao patrimônio, proporcionando apenas
como a base financeira para o desenvolvimento da
meras mutações patrimoniais (fatos permutativos).
atividade estatal. São as receitas de Economia Pública,
São os ingressos obtidos com contrapartida no passivo
ou Direito Público, obtidas pelo governo.
(aumento) ou no ativo (diminuição). Podemos afirmar,
portanto, que as receitas não-efetivas, vistas Exemplos de Receitas Derivadas: Receitas de
isoladamente, não afetam o Patrimônio Líquido do Tributos, de Contribuições Sociais e demais espécies
Ente Governamental. Com essa arrecadação, o Estado tritutárias.
não fica mais rico, visto que a entrada de recursos no
Vejamos algumas questões de concurso:
ativo foi contrabalanceada com o aumento do
passivo, ou a diminuição de outro ativo. 6) (ESAF SEFAZ SP Analista de Plan. 2009) Constituem
modalidade de receita derivada, exceto:
Dito isto, podemos afirmar o seguinte: Todas
as Receitas de Capital, além do recebimento de dívida a) tributos.
ativa, geram variações permutativas, ou mutações, no
Patrimônio Líquido governamental. Exceção: as b) penalidades pecuniárias.
Transferências de Capital Recebidas, que são fatos c) multas administrativas.
modificativos aumentativos para os Entes
recebedores dos recursos. d) taxas.

Todo lançamento de Receita Não-Efetiva vai e) preços públicos


gerar uma contrapartida em uma Mutação Passiva.
Isto decorre do fato de que o dinheiro recebido está
atrelado a uma contraprestação, ou uma obrigação 4.2.5 ESTÁGIOS DA RECEITA PÚBLICA
para posterior pagamento. Quatro são os estágios da Receita Pública: um
de planejamento (previsão) e três de execução
(Lançamento, Arrecadação e Recolhimento).
4.2.4 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À COERCITIVIDADE
O Manual da Receita Nacional dispõe sobre as
Quanto à Coercitividade, as Receitas podem principais características acerca das fases da receita
ser : Originárias e Derivadas. pública.
As Receitas Originárias são aquelas em que Segundo o Código Tributário Nacional, art.
não há manifestação do poder de império do Estado 142, lançamento é o procedimento administrativo
em cobrar tributos das pessoas, para o financiamento tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da
dos gastos governamentais. Esse tipo de receita surge obrigação correspondente, determinar a matéria
quando o Estado resolve dispor de sua própria mão- tributável, calcular o montante do tributo devido,
de-obra ou patrimônio e obtém receitas através do identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a
fruto de sua exploração. Advém de atos negociais, aplicação da penalidade cabível.
revestidos de prerrogativas de direito privado, onde o
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 25
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Tendo ocorrido o fato gerador, há condições das receitas, o novo entendimento emanado pelos
de se proceder ao registro contábil do direito da manuais técnicos de contabilidade, aplicados ao setor
fazenda pública em contrapartida a uma variação público, e pelas normas brasileiras de contabilidade
ativa, em contas do sistema patrimonial, o que aplicadas ao setor público, como vimos, é que a
representa o registro da receita por competência. receita é integralmente reconhecida pelo regime de
Competência. Assim, é possível se fazer a
Gostaria de, neste ponto, fazer uma distinção
hamonização das normas contábeis praticadas tanto
clara acerca do reconhecimento da receita pública na
pelo setor público quanto pelo privado.
contabilidade governamental.
Outra informação importante: as etapas da
Sob o enfoque orçamentário, a receita pública
receita orçamentária seguem a ordem de ocorrência
é reconhecida no momento da arrecadação (art. 35,
dos fenômenos econômicos, levando-se em
Lei 4.320/64). É por isso que dizemos que a receita
consideração o modelo de orçamento existente no
pública, sob esse enfoque, é mensurada pelo regime
país e a tecnologia utilizada. Dessa forma, a ordem
de caixa.
sistemática inicia-se com a previsão e termina com o
Sob o enfoque patrimonial, a receita pública é recolhimento, conforme fluxograma apresentado
reconhecida no momento do lançamento, através da abaixo.
movimentação de contas patrimoniais (sistema
patrimonial), representando a utilização do regime de
competência para o registro. Mas cuidado: o registro
da receita pelo lançamento, sob enfoque patrimonial,
gera lançamentos extraorçamentários, pois, como
vimos acima, só podemos considerar receitas
orçamentárias aquelas efetivamente arrecadadas.
RECEITA LANÇADA – Receita sob aspecto Patrimonial
– Receita Extraorçamentária
RECEITA ARRECADADA – Receita sob aspecto
Orçamentário – Receita Orçamentária
Algumas receitas não percorrem o estágio do
lançamento, conforme se depreende pelo art. 52 da
Lei nº 4.320/64:
Detalhe importante: toda Receita Lançada e
“São objeto de lançamento os impostos diretos e
não Arrecadada se transforma em Dívida Ativa. Nesse
quaisquer outras rendas com vencimento determinado
momento, a Receita deixa de ser reconhecida pelo
em lei, regulamento ou contrato.”
regime de caixa e passa a ser pelo regime de
A Arrecadação é a entrega, realizada pelos competência.
contribuintes ou devedores, aos agentes
A Dívida Ativa, regulamentada a partir da
arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente, dos
legislação pertinente, abrange os créditos a favor da
recursos devidos ao Tesouro.
Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram
O Recolhimento é a transferência dos valores apuradas, por não terem sido efetivamente recebidos
arrecadados à conta específica do Tesouro, nas datas aprazadas. É, portanto, uma fonte potencial
responsável pela administração e controle da de fluxos de caixa, com impacto positivo pela
arrecadação e programação financeira, observando-se recuperação de valores, espelhando créditos a
o Princípio da Unidade de Caixa, representado pelo receber, sendo contabilmente reconhecida no Ativo.
controle centralizado dos recursos arrecadados em
Não se confunde com a Dívida Passiva, que
cada ente.
representa as obrigações do Ente Público para com
Mas cuidado! Se as questões solicitarem qual terceiros, e que é contabilmente registrada no Passivo
o tratamento contábil das receitas sob o enfoque e denominada de Dívida Pública.
orçamentário, você responderá que elas são
A Dívida Ativa integra o grupamento de
reconhecidas pelo regime de Caixa. Mas se as
Contas a Receber e constitui uma parcela do Ativo de
questões cobrarem o enfoque geral da contabilização

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 26


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

grande destaque na estrutura patrimonial de qualquer juros de mora, de acordo com preceitos legais
órgão ou entidade pública. pertinentes aos débitos tributários. (Parágrafo
incluído pelo decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979).
Os montantes a serem registrados em Contas
a Receber devem ser mensurados por seu valor § 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos
líquido de realização, ou seja, pelo produto final em mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os
dinheiro ou equivalente que se espera obter, de valores correspondentes à respectiva atualização
forma a assegurar a fiel demonstração dos fatos monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de
contábeis. No entanto, nem sempre é possível que tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de
assegurar que os valores registrados efetivamente outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645,
serão recebidos, existindo um percentual de incerteza de 11 de dezembro de 1978.(Parágrafo incluído pelo
sobre a realização dos créditos. Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979).
A Lei 4.320/64 traz inúmeros dispositivos § 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita
acerca da dívida ativa, dispostos a seguir: na Procuradoria da Fazenda Nacional. (Parágrafo
incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979).”
“Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza
tributária ou não tributária, serão escriturados como A dívida ativa de natureza tributária decorre
receita do exercício em que forem arrecadados, nas do lançamento e não arrecadação dos tributos de
respectivas rubricas orçamentárias. (Redação dada competência de cada ente. Já os de natureza não
pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979). tributária decorrem dos lançamentos de multas que
não foram arrecadados.
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis
pelo transcurso do prazo para pagamento, serão DÍVIDA ATIVA TRIBUTÁRIA – TRIBUTOS DE
inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida COMPETÊNCIA DO ENTE
Ativa, em registro próprio, após apurada a sua
DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA – MULTAS LANÇADAS
liquidez e certeza, e a respectiva receita será
E NÃO ARRECADADAS
escriturada a esse título.(Parágrafo incluído pelo
Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979). A Lei de execução fiscal (Lei 6.830/80), em seu
art 3º, dispõe que: “A Dívida Ativa regularmente
§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda
inscrita goza de presunção de certeza e liquidez.”
Pública dessa natureza, proveniente de obrigação
legal relativa a tributos e respectivos adicionais e A expressão presunção dá idéia de presunção
multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais relativa, apenas. As bancas de concurso, para
créditos da Fazenda Pública, tais como os confundir os candidatos, colocam que a dívida ativa
provenientes de empréstimos compulsórios, goza de presunção absoluta de liquidez, o que não é
contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer correto.
origem ou natureza, exceto as tributárias, foros,
laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas Pode-se tirar tal conclusão da leitura do
processuais, preços de serviços prestados por parágrafo único, art. 3º, da Lei de Execução Fiscal: “A
estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, presunção a que se refere este artigo é relativa e
restituições, alcances dos responsáveis pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do
definitivamente julgados, bem assim os créditos executado ou de terceiro, a quem aproveite.”
decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de Portanto, a presunção de certeza e liquidez é
sub-rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra relativa, pois pode ser contestada por prova
garantia, de contratos em geral ou de outras inequívoca, cuja apresentação cabe ao sujeito passivo
obrigações legais. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei da obrigação tributária.
nº 1.735, de 20.12.1979).
Vejamos questões de concurso sobre o
§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em assunto:
moeda estrangeira será convertido ao correspondente
valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para 7) (ESAF ANEEL Analista Adm. 2006) Como estágio
compra, na data da notificação ou intimação do da receita pública, temos que só por meio
devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua __________, em conta específica, é que se pode
falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a dizer que os recursos estarão efetivamente
partir da conversão, a atualização monetária e os disponíveis para utilização pelos gestores

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 27


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

financeiros, de acordo com a programação que d) Conceitua-se como Receita Tributária a


for estabelecida. resultante da cobrança de tributos pagos
pelos contribuintes em razão de suas
a) do empenho
atividades, suas rendas e suas propriedades.
b) da liquidação
e) Será considerada Receita de Capital o
c) do pagamento superávit do Orçamento Corrente, segundo
disposição da Lei Federal n. 4.320/64.
d) da arrecadação
e) do recolhimento
5. DESPESAS PÚBLICAS
Até o momento, discorremos acerca das
8) (ESAF ANA Analista Adm. 2009) Acerca da Dívida fontes de recursos para o financiamento dos gastos
Ativa, é correto afirmar: públicos. A partir deste momento, conheceremos as
a) a Dívida Ativa inscrita goza da presunção de regras acerca do registro das aplicações de recursos
liquidez e certeza, e tem equivalência de do governo nas Despesas Públicas.
prova pré-constituída contra o devedor.
b) no âmbito da União, compete à Receita 5.1 CONCEITO AMPLO E ESTRITO
Federal do Brasil apurar a liquidez e certeza
dos créditos tributários a serem inscritos em As Despesas Públicas, em sentido amplo,
Dívida Ativa. representam toda e qualquer saída de dinheiro dos
cofres públicos. Independente da forma que esse
c) apenas créditos tributários são passíveis de dispêndio (também denominado de desembolso) se
inscrição em Dívida Ativa. dá, saiu dinheiro das contas do governo, deve ser
d) considera-se absoluta a presunção de contabilizado como Despesa.
liquidez e certeza de crédito inscrito em Existem duas formas de saída, a título de
Dívida Ativa. desembolso, de recursos do caixa do governo:
e) no âmbito da União, compete à Receita Primeiro, através de desembolsos precedidos
Federal do Brasil apurar a liquidez e certeza de entrada de recursos nos cofres públicos, mas que
dos créditos não-tributários a serem deveriam ser devolvidos posteriormente. A entrada
inscritos em Dívida Ativa. do recurso era meramente transitória, portanto,
9) (ESAF TCU AFC 2006) Consoante o disposto na Lei deveria ser devolvido em seguida. Continuamos com o
Federal n. 4.320/64 a receita classificar-se-á nas exemplo do recebimento de cauções: o ingresso do
seguintes categorias econômicas: Receitas recurso é registrado como receita, em sentido amplo.
Correntes e Receitas de Capital. Aponte a opção Como o mesmo possui o caráter de transitoriedade,
falsa com relação a esse tema. deve sair dos cofres públicos em um futuro próximo.
Quando houver essa saída, deve ser efetuada como
a) As Receitas de Capital são as provenientes Despesa, em sentido amplo.
de operações de crédito, cobrança de multas
e juros de mora, alienação de bens, de Segundo, através de desembolsos em que não
amortização de empréstimos concedidos, de há registro prévio de entrada de recursos nem a
indenizações e restituições, de necessidade de devolução futura. Ou seja, a Despesa
transferências de capital e de outras receitas efetuada não possuía vinculação com uma Receita. O
de capital. que fez surgir a obrigação de pagamento foi uma
relação entre partes, sendo que uma entrega o objeto
b) São Receitas Correntes as receitas da negociação e a outra se compromete a efetuar o
tributárias, patrimonial, agropecuária, pagamento em virtude da aquisição. Desta maneira, o
industrial, de contribuições, de serviços e gasto é independente, desvinculado, em tese, e deve
diversas e, ainda, as transferências ser financiado com as Receitas de caráter não
correntes. devolutivo. Temos como exemplo o pagamento de
c) Os tributos são receitas que a doutrina salários de servidores. A obrigatoriedade surgiu por
classifica como derivadas. intermédio da força de trabalho oferecida pelos

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 28


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

servidores, e não de uma entrada compensatória de vedada a realização de despesa cujo programa não
recursos. Quando tratamos do pagamento de salários, conste na LOA.
por exemplo, estamos diante de uma Despesa em
Cuidado! Diferentemente do tratamento
Sentido Estrito.
despendido à Receita Orçamentária, que pode ser
As Despesas Públicas, em sentido estrito, são executada mesmo não constando previsão na Lei
apenas aquelas que representam decréscimo Orçamentária, bastando o ingresso possuir caráter
definitivo de valores aos cofres públicos. Ou seja, só não-devolutivo, a Despesa NÃO pode ser executava
consideramos despesas públicas, no caso concreto, caso não haja fixação expressa de recursos na referida
quando não há registro prévio de entrada lei. Inclusive, tal afirmação ganha destaque em foro
compensatória, ocasionando devolução futura. Sob constitucional:
essa ótica, só são contabilizados como despesa os
CF. Art. 167. São vedados:
valores que não são resultado de uma
contraprestação. Outro exemplo de despesas em I - o início de programas ou projetos não
sentido estrito são os pagamentos de contratos de incluídos na lei orçamentária anual;
manutenção de ar condicionado. A origem do
desembolso foi um serviço prestado, cujos termos Desta forma, não é possível executar despesa
estão estabelecidos em um contrato, e o decréscimo sem que tenha havido prévia inclusão dos valores na
de valores representa uma diminuição no Patrimônio LOA. Não há exceção.
Líquido da Entidade Governamental. Vejamos uma questão de concurso
A resolução CFC nº 1.121/08, do Conselho 10) (ESAF SEFAZ SP Analista de Plan. 2009) Constitui
Federal de Contabilidade, assim define Despesa, em requisito para a despesa pública:
sentido estrito:
a) divulgação da execução orçamentária.
“... são decréscimos nos benefícios econômicos
durante o período contábil sob a forma de saída b) participação do legislativo.
de recursos ou redução de ativos ou c) realização de audiências, debates e
incremento em passivos, que resultem em consultas públicas.
decréscimo do patrimônio líquido...”
d) controle pelos tribunais de contas.
e) licitação.
5.2 CLASSIFICAÇÕES DA DESPESA
Mas, caso ocorra a necessidade de se
5.2.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA executar despesas não previstas pelo Orçamento?
Existem duas classificações da despesa Como é que isso será feito? Não se poderá gastar?
pública, quanto à sua natureza: Despesas Deve-se alterar a Lei de Orçamento e adequá-la às
Orçamentárias e Despesas Extra-orçamentárias. O que necessidades de momento?
vai diferenciar uma da outra é a sua autorização na Lei É possível se gastar sim, visto que a LOA é um
do Orçamento. instrumento de planejamento, formal, cujo objetivo é
As Despesas Orçamentárias são aquelas que nortear a ação governamental com vistas à efetiva
constam na Lei Orçamentária Anual (LOA) e execução das políticas públicas. Contudo, sendo uma
representarão desembolsos definitivos para os cofres peça de planejamento, alguns itens podem fugir da
públicos. As Despesas Orçamentárias são os gastos previsão inicial e, para isto, existe um mecanismo de
gerais do governo, utilizados como meio próprio para modificação do Orçamento, com vistas a adequá-lo à
operacionalizar as políticas públicas. Seu nova realidade. Estamos tratando dos Créditos
financiamento se dá através da arrecadação das Adicionais.
Receitas Orçamentárias. Contudo, percebamos, estamos tratando de
Portanto, podemos concluir que só é possível uma Lei (LOA). Logo, só será possível se alterar a Lei
executar despesas orçamentárias caso estejam Orçamentária através da elaboração de outra, que
autorizadas na LOA. Este procedimento deve “emenda” a Lei inicial.
obediência aos princípios da legalidade e Existem três formas de modificação da Lei
universalidade, uma vez que a Lei de Orçamento Fixa Orçamentária Anual, cujo objetivo, como já
um limite máximo de todos os gastos públicos, sendo afirmamos, é adequar o planejamento às novas
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 29
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

necessidades que o momento demanda: Créditos UNIÃO – Créditos Abertos por medida provisória (CF.
Suplementares, Créditos Especiais e Créditos 88, art. 167, parágrafo 1º, d);
Extraordinários.
ESTADOS E MUNINCÍPIOS – Créditos abertos por
É possível abrir Créditos Suplementares caso Decreto (Lei 4.320/64, art. 44).
já exista a dotação orçamentária específica e a
OUTRO DETALHE IMPORTANTE: A CF. 88, no art. 167,
alteração sirva apenas como reforço da fixação inicial.
parágrafo 2º, permite a seguinte prática: se os
Quando se abre um crédito suplementar, não há a
Créditos ESPECIAIS e EXTRAORDINÁRIOS forem
abertura de uma nova rubrica de gasto. É preciso que
abertos nos últimos 4 meses do ano e remanescerem
já exista a categoria de gasto que se quer
dotações disponíveis, esses valores podem ser
suplementar.
reabertos no orçamento seguinte, nos limites de seus
CRÉDITO SUPLEMENTAR = REFORÇO DE DOTAÇÃO JÁ saldos.
EXISTENTE
FONTES DE ABERTURA PARA CRÉDITOS ADICIONAIS:
Detalhe importante: como exceção ao
A legislação inerente elenca algumas
princípio orçamentário da Exclusividade, a própria Lei
possibilidades de fontes para abertura dos créditos
Orçamentária pode autorizar, dentro de limites por
adicionais:
ela estabelecidos, a abertura de créditos
suplementares sem que haja necessidade de edição LEI 4.320/64 (art. 43, parágrafo 1º)
de uma nova lei. Contudo, isso não representa
desobediência ao princípio da Legalidade, visto que 1) Excesso de Arrecadação;
existe autorização para modificação dos valores 2) Anulação de Dotações Orçamentárias;
orçamentários, constando na própria lei de meios.
3) Obtenção de Operações de Crédito;
É possível abrir Créditos Especiais caso não
exista a dotação orçamentária específica e a alteração 4) Superávit Financeiro apurado em balanço
sirva como incremento de programas à fixação inicial. patrimonial de exercício anterior.
Quando se abre um crédito especial, há a abertura de CF. 88
uma nova rubrica de gasto. Essa modificação só
poderá ser efetuada através de uma nova Lei. A 1) Recursos sem despesas correspondentes (art.
exceção ao princípio orçamentário da Exclusividade 166, parágrafo 8º)
não alcança os créditos especiais (alcança apenas os LRF
suplementares).
1) Reserva de Contingência (Art. 5º)
CRÉDITO ESPECIAL = ATENDER DESPESAS QUE NÃO
POSSUEM DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA ESPECÍFICA CUIDADO! Só precisa haver prévia existência de fonte
para abertura de créditos suplementares e especiais.
É possível abrir Créditos Extraordinários para a Para os créditos extraordinários, não há necessidade
cobertura de despesas imprevistas ou urgentes. Os de justificativa de fonte de recursos para seu custeio.
exemplos mais clássicos desse tipo de situação são:
Guerra, Calamidade Pública, Grave Perturbação da Vejamos uma questão de concurso sobre o
Ordem, Catástrofes Naturais entre outros. assunto:

Assim como ocorre com os créditos especiais, 11) (ESAF ANA Analista Adm. 2009) Considerando as
os extraordinários farão surgir novas rubricas, e seu normas que regem o processo orçamentário,
nascimento INDEPENDE de autorização legislativa. O podemos afirmar que é permitida(o):
Poder Executivo autoriza a abertura dos créditos a) a concessão de créditos ilimitados.
extraordinários e, em seguida, concomitantemente,
envia projeto de alteração da LOA para o Legislativo b) a abertura de crédito extraordinário sem
providenciar as devidas alterações. prévia autorização legislativa.
c) o início de programas não incluídos na lei
orçamentária anual.
IMPORTANTE: Os instrumentos legais disponíveis para
cada esfera governamental efetivar a abertura de d) a realização de despesas que excedam os
créditos extraordinários são os seguintes: créditos orçamentários ou adicionais.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 30


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

e) a vinculação de receita tributária, a qualquer terão de volta os recursos entregues, já não serão os
título, mediante Decreto do Poder contratados pela administração. Esses recursos
Executivo. entraram como receita extra-orçamentária e sairão
como despesa extra-orçamentária.
Recapitulando: tudo que entra como receita
12) (ESAF CGU AFC 2008) Ao longo do exercício
extra-orçamentária vai sair como despesa extra-
financeiro, pode ocorrer a necessidade de
orçamentária. Aqueles são denominados de ingressos
abertura de créditos adicionais para cobrir
extra-orçamentários e estes saídas extra-
despesas não-computadas ou insuficientemente
orçamentárias.
dotadas. Com base na legislação vigente, relativa
a esse assunto, identifique a opção incorreta. Toda entrada de caráter temporário faz surgir
uma dívida de curto prazo, ou dívida flutuante. Os
a) A abertura dos créditos suplementares e
desembolsos decorrentes da devolução dos referidos
especiais depende da existência de recursos
valores são classificados como Despesas Extra-
disponíveis para atender à despesa e será
orçamentárias.
precedida de exposição justificada.
Detalhe importante: o pagamento de restos a
b) Somente será admitida a abertura de crédito
pagar é classificado como despesa extra-
extraordinário para atender a despesas
orçamentária. O pagamento de operações de crédito
imprevisíveis e urgentes, como as
tipo ARO também é uma despesa extra-orçamentária.
decorrentes de guerra, comoção interna ou
Mas, cuidado! Os juros que incidem sobre a operação
calamidade pública, observado o disposto na
tipo ARO são despesa orçamentária, empenhada à
Constituição Federal.
conta Juros e Encargos da Dívida.
c) A vigência dos créditos especiais não pode
Vejamos uma questão de concurso:
ultrapassar o exercício financeiro em que
foram autorizados, em respeito ao princípio 13) (ESAF SEFAZ SP Analista de Plan. 2009) Assinale a
orçamentário da anualidade. opção falsa a respeito da conceituação e
classificação da despesa orçamentária brasileira.
d) Terão vigência até o final do exercício
financeiro os créditos extraordinários cujo a) A despesa orçamentária nem sempre é uma
ato de autorização tenha sido promulgado despesa de caráter econômico, ou seja, não
nos primeiros 4 (quatro) meses do exercício afeta a situação patrimonial líquida.
financeiro.
b) A devolução de depósitos feitos em garantia
e) Para fins de abertura de créditos é uma despesa que transita pelo orçamento,
suplementares e especiais, consideram-se embora sem afetar a situação patrimonial
recursos disponíveis os provenientes do líquida.
excesso de arrecadação, ou seja, do saldo
c) O consumo de um ativo do ente público
positivo das diferenças, acumuladas mês a
pode não decorrer de uma despesa
mês, entre a arrecadação prevista e a
orçamentária.
realizada, considerando-se, ainda, a
tendência do exercício. d) Na classificação econômica da despesa,
utiliza-se complementarmente a modalidade
As despesas orçamentárias são subdivididas
de aplicação para determinar se os recursos
em dois grupos: Despesas Correntes e despesas de
foram aplicados pela mesma esfera de
Capital (essa é a classificação quanto às categorias
governo ou se foram transferidos.
econômicas, que abordaremos adiante).
e) Na classificação econômica, os grupos de
As Despesas Extra-orçamentárias são aquelas
despesa têm a finalidade de agrupar as
executadas à margem do orçamento, justamente por
despesas que apresentam as mesmas
possuírem caráter transitório. Representam
características em relação ao objeto do
devolução de recursos recolhidos aos cofres públicos,
gasto.
de caráter apenas compensatório. Relembremos do
exemplo da Caução para participação em
procedimento licitatório. Todos os licitantes entregam
suas cauções no ato da habilitação. Os perdedores
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 31
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

14) (FCC TRE PI 2009) A amortização do principal 4 – Investimentos


referente a operações de créditos por
5 – Inversões Financeiras
antecipação de receita orçamentária
corresponde a uma. 6 – Amortização da Dívida
a) receita extraorçamentária. MM – Modalidade de Aplicação
b) despesa extraorçamentária. 90 – Aplicações Diretas
c) despesa orçamentária de capital. 91 – Transferências Intragovernamentais
d) despesa orçamentária de juros e encargos Vejamos mais uma questão de concurso:
da dívida.
e) despesa orçamentária de amortização de
dívida. 15) (ESAF CGU AFC 2008) Sobre os conceitos e
classificações relacionados com Despesa Pública,
assinale a opção correta.
5.2.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CATEGORIAS a) Segundo a Portaria Interministerial n.
ECONÔMICAS 163/2001, a discriminação da despesa,
quanto à sua natureza, deverá constar da Lei
Quanto à classificação econômica, as
Orçamentária, no mínimo, por categoria
Despesas subdividem-se em:
econômica, grupo de natureza de despesa,
Despesas Correntes, e modalidade de aplicação e elemento da
despesa.
Despesas de Capital.
b) Os Grupos de Natureza da Despesa podem
Por sua vez cada grupo possui suas devidas
relacionar-se indistintamente com qualquer
subdivisões:
Categoria Econômica da Despesa.
DESPESAS CORRENTES
c) São exemplos de despesas de capital
-Pessoal e Encargos aquelas derivadas do pagamento do serviço
da dívida: Juros e amortização da dívida.
-Juros e Encargos da Dívida
d) A Modalidade de Aplicação permite a
-Outras Despesas Correntes identificação das despesas intra-
DESPESAS DE CAPITAL orçamentárias.

-Investimentos e) Toda despesa corrente é uma despesa


primária, mas nem toda despesa primária é
-Inversões Financeiras uma despesa corrente.
-Amortização da Dívida Classificam-se como Despesas Correntes todas
A classificação Orçamentária da Despesa aquelas que não contribuem, diretamente, para a
Pública obedece a uma nomenclatura de 8 dígitos, formação ou aquisição de um bem de capital.
resumida na seguinte expressão: C.G.MM.EE.DD, Representam, na verdade, a manutenção da máquina
onde: administrativa. São as despesas de custeio da
administração publica a serem financiadas através de
C – Categoria Econômica Receitas Correntes.
3 – Despesas Correntes Classificam-se como Despesas de Capital
4 – Despesas de Capital todas aquelas que contribuem, diretamente, para a
formação ou aquisição de um bem de capital.
G – Grupo de Natureza da Despesa Representam, na verdade, a expansão da máquina
1 – Pessoal e Encargos Sociais administrativa. São as despesas com aquisição de
bens de capital ou amortização de dívidas que devem
2 – Juros e Encargos da Dívida ser financiadas, preferencialmente, pelas Receitas de
Capital.
3 – Outras Despesas Correntes

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 32


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Despesas de Pessoal são Despesas Vejamos uma questão de concurso:


orçamentárias de natureza remuneratória decorrente
16) (ESAF ANA Analista Adm. 2009) Considerada a
do efetivo exercício de cargo, emprego ou função de
categorização da despesa pública, classificam-se
confiança no setor público, do pagamento dos
como investimentos as despesas com o (a):
proventos de aposentadorias, reformas e pensões,
das obrigações trabalhistas de responsabilidade do a) planejamento e a execução de obras.
empregador, incidentes sobre a folha de salários,
contribuição a entidades fechadas de previdência, b) aquisição de imóveis ou bens de capital já em
outros benefícios assistenciais classificáveis neste utilização.
grupo de despesa, bem como soldo, gratificações, c) aquisição de títulos representativos do capital de
adicionais e outros direitos remuneratórios, empresas ou entidades de qualquer espécie, já
pertinentes a este grupo de despesa, previstos na constituídas, quando a operação não importe
estrutura remuneratória dos militares, e ainda, aumento do capital.
despesas com o ressarcimento de pessoal requisitado,
despesas com a contratação temporária para atender d) constituição ou aumento do capital de empresas.
a necessidade de excepcional interesse público e e) pagamento de contribuições e subvenções.
despesas com contratos de terceirização de mão-de-
obra que se refiram à substituição de servidores e
empregados públicos, em atendimento ao disposto 5.2.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À AFETAÇÃO
no artigo 18, § 1o, da Lei Complementar nº PATRIMONIAL
101/2000.
Quanto à afetação patrimonial, as despesas
Juros e Encargos da Dívida são despesas podem se dividir em: Efetivas e Não-Efetivas.
orçamentárias com o pagamento de juros, comissões
e outros encargos de operações de crédito internas e A Despesa Efetiva caracteriza-se por se
externas contratadas, bem como da dívida pública desincorporar ao patrimônio, proporcionando
mobiliária. diminuição no mesmo. São os desembolsos efetuados
sem que houvesse prévia inclusão de recursos no
Outras Despesas Correntes são despesas Ativo da Entidade Governamental. Podemos afirmar,
orçamentárias com aquisição de material de portanto, que as despesas efetivas, vistas
consumo, pagamento de diárias, contribuições, isoladamente, diminuem o Patrimônio Líquido do
subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, Ente Governamental. Com esse dispêndio, o Estado
além de outras despesas da categoria econômica fica mais “pobre”, pois dispõe de menor volume de
"Despesas Correntes" não classificáveis nos demais recursos para financiar seus gastos.
grupos de natureza de despesa.
Do ponto de vista contábil, o lançamento das
Investimentos são Despesas orçamentárias Despesas Efetivas não é precedido de registro de
com o planejamento e a execução de obras, inclusive reconhecimento, havendo decréscimo gerando
com a aquisição de imóveis considerados necessários impacto negativo no patrimônio da entidade.
à realização destas últimas, e com a aquisição de
instalações, equipamentos e material permanente. Dito isto, podemos afirmar o seguinte: Todas
as Despesas Correntes geram variações efetivas
Inversões Financeiras são Despesas negativas no Patrimônio Líquido governamental.
orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de Exceção: aquisição de material de consumo e a
capital já em utilização; aquisição de títulos liberação de suprimento de fundos, que são despesas
representativos do capital de empresas ou entidades não efetiva.
de qualquer espécie, já constituídas, quando a
operação não importe aumento do capital; e com a A Despesa Não-Efetiva caracteriza-se por não
constituição ou aumento do capital de empresas. se incorporar ao patrimônio, proporcionando apenas
meras mutações patrimoniais (fatos permutativos).
A Amortização da Dívida Pública representa São os desembolsos efetuados com contrapartida no
as Despesas orçamentárias com o pagamento e/ou passivo (diminuição) ou no ativo (aumento). Podemos
refinanciamento do principal e da atualização afirmar, portanto, que as despesas não-efetivas, vistas
monetária ou cambial da dívida pública interna e isoladamente, não afetam o Patrimônio Líquido do
externa, contratual ou mobiliária. Ente Governamental. Com esse dispêndio, o Estado
não fica mais “pobre”, pois a entrada de um ativo foi
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 33
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

contrabalanceada com o surgimento de um passivo, e documentos comprobatórios do respectivo crédito.


ou a diminuição de um ativo originou o surgimento de Essa verificação deve constatar:
um outro, com igual valor.
a) a origem e o objeto do que se deve pagar;
Dito isto, podemos afirmar o seguinte: Todas
b) a importância exata a pagar;
as Despesas de Capital, além da aquisição de material
de consumo, geram variações permutativas, ou c) a quem se deve pagar a importância, para
mutações, no Patrimônio Líquido governamental. extinguir a obrigação.
Exceção: as transferências de capital repassadas e a
aquisição de bens de uso comum do povo, que são Diz ainda a lei que a Liquidação da Despesa
despesas efetivas (diminuem o patrimônio público em deverá ter por base o contrato, ajuste ou acordo
definitivo). respectivo, a nota de empenho da operação e os
comprovantes da entrega de material ou da prestação
Todo lançamento de Despesa Não-Efetiva efetiva do serviço.
original contrapartida em uma Mutação Ativa. Isto
ocorre porque a despesa, de fato, não ocorreu, ou O pagamento da despesa só será efetuado
seja, o patrimônio líquido não foi diminuído. Como quando ordenado após sua regular liquidação. O
essas Despesas são consideradas como tal apenas por documento utilizado para respaldar os pagamentos
imposição legal, é preciso efetuar o registro adicional do governo é a ordem de pagamento. Ordem de
da Mutação Ativa para contrabalancear os valores pagamento é o despacho exarado por autoridade
registrados. competente, determinando que a despesa seja paga.
Só poderá ser exarada em documentos processados
pelos serviços de contabilidade
5.2.4 ESTÁGIOS DA DESPESA PÚBLICA Vejamos uma questão de concurso:
Quatro são os estágios da Despesa Pública: 17) (ESAF MPOG APO 2008) Assinale a única opção
um de planejamento (fixação) e três de execução correta.
(Empenho, Liquidação e Pagamento).
a) A Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964, foi
Sob o enfoque orçamentário, a despesa recepcionada pela ordem constitucional
pública é reconhecida no momento do empenho (art. vigente com status de lei ordinária.
35, Lei 4.320/64). É por isso que dizemos que a
despesa pública, sob esse enfoque, é mensurada pelo b) define fundo especial como o produto de
regime de competência. receitas específicas que se vinculem,
independentemente de lei, à realização de
É vedada a realização de despesa sem prévio determinados objetivos ou serviços.
empenho, conforme dispõe o art. 60 da Lei 4.320/64.
Contudo, em casos especiais, previstos na legislação c) permite que haja deduções nas receitas e
específica, será dispensada a emissão da nota de despesas que, obrigatoriamente, devam
empenho. constar da lei orçamentária.

Existem três tipos de empenho: Ordinário, d) condiciona o pagamento de uma despesa à


Global e por Estimativa. sua liquidação e realização, bem como à
existência de prévio empenho.
Será feito por estimativa o empenho da
despesa cujo montante não se possa determinar. Já o e) considera os investimentos, realizados com
empenho global será efetuado quando estivermos freqüência pelo Estado, como despesas
tratando de despesas vinculadas a contrato ou correntes.
instrumento congênere, sujeitas a parcelamento e Tanto no enfoque orçamentário, como no
cujo valor total se possa exprimir com exatidão. O patrimonial, a despesa sempre será registrada pelo
empenho ordinário é aquele efetuado em parcela regime de competência.
única cujo pagamento será efetuado todo de uma vez,
sem parcelamento. Detalhe importante: toda Despesa
Empenhada e não Paga se transforma em Restos a
O artigo 63 da Lei 4.320/64 dispõe que a Pagar. Esses restos constituirão a Dívida Flutuante.
liquidação da despesa consiste na verificação do Podem-se distinguir dois tipos de Restos a Pagar, os
direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos Processados e os Não-processados.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 34


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Os Restos a Pagar Processados são aqueles corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das
em que a despesa orçamentária percorreu os estágios contas públicas, conforme estabelecido na Lei de
de empenho e liquidação, restando pendente, apenas, Responsabilidade Fiscal – LRF.
o estágio do pagamento.
A LRF determina ainda, em seu artigo 42, que
Os Restos a Pagar Processados não podem ser qualquer despesa empenhada nos últimos oito meses
cancelados, tendo em vista que o fornecedor de do mandato deve ser totalmente paga no exercício,
bens/serviços cumpriu com a obrigação de fazer e a acabando por vetar sua inscrição ou parte dela em
administração não poderá deixar de cumprir com a Restos a Pagar, a não ser que haja suficiente
obrigação de pagar sob pena de estar deixando de disponibilidade de caixa para viabilizar seu
cumprir os Princípios da Moralidade que rege a correspondente pagamento.
Administração Pública e está previsto no artigo 37 da
Observa-se que, embora a Lei de
Constituição Federal. O cancelamento caracteriza,
Responsabilidade Fiscal não aborde o mérito do que
inclusive, forma de enriquecimento ilícito, conforme
pode ou não ser inscrito em Restos a Pagar, veda
Parecer nº 401/2000 da Procuradoria-Geral da
contrair obrigação no último ano do mandato do
Fazenda Nacional.
governante sem que exista a respectiva cobertura
Somente poderão ser inscritas em Restos a financeira, eliminando desta forma as heranças fiscais,
Pagar as despesas de competência do exercício conforme disposto no seu artigo 42:
financeiro, considerando-se como despesa liquidada
“Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão
aquela em que o serviço, obra ou material contratado
referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do
tenha sido prestado ou entregue e aceito pelo
seu mandato, contrair obrigação de despesa que não
contratante, e não liquidada, mas de competência do
possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que
exercício, aquela em que o serviço ou material
tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte
contratado tenha sido prestado ou entregue e que se
sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para
encontre, em 31 de dezembro de cada exercício
este efeito.
financeiro, em fase de verificação do direito adquirido
pelo credor ou quando o prazo para cumprimento da Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade
obrigação assumida pelo credor estiver vigente. de caixa serão considerados os encargos e despesas
compromissadas a pagar até o final do exercício.”
A inscrição de despesa em Restos a Pagar não-
processados é procedida após a depuração das Outro caso disposto em nossa legislação diz
despesas pela anulação de empenhos, no exercício respeito às Despesas de Exercícios Anteriores (DEA).
financeiro de sua emissão, ou seja, verificam-se quais São despesas fixadas, no orçamento vigente,
despesas devem ser inscritas em Restos a Pagar, decorrentes de compromissos assumidos em
anulam-se as demais e inscrevem-se os Restos a Pagar exercícios anteriores àquele em que deva ocorrer o
não-processados do exercício. pagamento. Não se confundem com restos a pagar,
tendo em vista que sequer foram empenhadas ou, se
Conforme estabelece o Decreto 93.872/86,
foram, tiveram seus empenhos anulados ou
arts. 67 a 70, os Restos a Pagar não Processados terão
cancelados.
sua inscrição mantida no patrimônio público até o
final do exercício seguinte ao seu registro (ou seja, os O artigo 37 da Lei nº 4.320/64 dispõe que as
registros devem ser mantidos no patrimônio por um despesas de exercícios encerrados, para as quais o
prazo de 12 meses, até 31 de dezembro do ano orçamento respectivo consignava crédito próprio,
subsequente à inscrição). Após o cancelamento, o com saldo suficiente para atendê-las, que não se
pagamento dos restos a pagar só poderá ser tenham processado na época própria, bem como os
reclamado à conta de Despesa de Exercícios Restos a Pagar com prescrição interrompida e os
anteriores, que conheceremos adiante. compromissos reconhecidos após o encerramento do
exercício correspondente poderão ser pagos à conta
Devemos conhecer ainda que prescreve em
de dotação específica consignada no orçamento,
cinco anos a dívida passiva relativa aos Restos a Pagar
discriminada por elementos, obedecida, sempre que
(quanto aos restos a pagar não processados,
possível, a ordem cronológica.
evidentemente).
O reconhecimento da obrigação de
A inscrição de Restos a Pagar deve observar
pagamento das despesas com exercícios anteriores
aos limites e condições de modo a prevenir riscos e

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 35


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

cabe à autoridade competente para empenhar a estabelecer como data-limite, para a entrega
despesa. do serviço, dia 31 de março.
As despesas que não se tenham processado III. As despesas de exercícios encerrados, para
na época própria são aquelas cujo empenho tenha as quais o orçamento respectivo consignava
sido considerado insubsistente e anulado no créditos próprios, com saldo suficiente para
encerramento do exercício correspondente, mas que, atendê-las, que não tenha sido processadas,
dentro do prazo estabelecido, o credor tenha na época própria, e cuja obrigação tenha
cumprido sua obrigação. sido cumprida pelo credor, deverão ser
inscritas em Restos a Pagar do exercício e
Os restos a pagar com prescrição
pagas como tal.
interrompida são aqueles cancelados, mas ainda
vigente o direito do credor, como já abordamos IV. O empenho da despesa não poderá exceder
acima. o limite dos créditos concedidos, exceto no
caso de créditos extraordinários.
Os compromissos reconhecidos após o
encerramento do exercício são aqueles cuja obrigação V. Entre os estágios da despesa orçamentária,
de pagamento foi criada em virtude de lei, mas é somente na liquidação que se reconhece a
somente reconhecido o direito do reclamante após o obrigação a pagar.
encerramento do exercício correspondente.
a) V,V,F,V,F
Vejamos uma questão ce concurso:
b) V,V,F,F,V
18) (ESAF ANA Analista Adm. 2009) Quando do
c) F,V,F,F,V
pagamento de Restos a Pagar referente a uma
despesa qualquer, empenhada pelo valor d) V,F,V,F,F
estimado, verificou-se que o valor real a ser pago
era superior ao valor inscrito. Nesse caso, a e) V,F,V,V,F
diferença a maior deverá ser: 20) (FCC TJ PA 2009) No final do exercício de X1 o
a) empenhada à conta do orçamento vigente, contador da Prefeitura Tudo Certo percebeu que
para ser paga no exercício subsequente. existia um montante disponível em caixa de R$
1.000.000,00, despesas liquidadas e pagas de
b) inscrita em Restos a Pagar do exercício 2.000.000,00, despesas liquidadas e não pagas de
vigente. R$ 600.000,00 e despesas empenhadas e não
liquidadas de 500.000,00. Considerando que é o
c) empenhada à conta de Despesas de
último ano do mandato do prefeito e de acordo
Exercícios Anteriores.
com a Lei Complementar nº 101/2000, o valor
d) inscrita em Restos a Pagar do exercício da máximo a ser inscrito em Restos a Pagar, em
inscrição original. reais, é de
e) empenhada e paga à conta do orçamento do a) 500.000,00.
exercício da inscrição original.
b) 600.000,00.
19) (ESAF CGU AFC 2008) A Despesa Pública segue
c) 1.100.000,00.
um ordenamento jurídico, com requisitos que
precisam ser atendidos em uma seqüência d) 1.000.000,00.
específica, predeterminada e ordenada. No que
diz respeito a esse assunto, julgue os itens que se e) 900.000,00.
seguem e marque a opção que corresponde à 21) (FCC AUDITOR TCE AL 2008) É um exemplo de
ordem correta. despesa extra-orçamentária o pagamento de
I. É vedada a realização da despesa sem prévio a) amortização da dívida pública.
empenho, mas em casos especiais, previstos
na legislação específica, poderá ser b) restos a pagar de exercícios anteriores.
dispensada a emissão da nota de empenho. c) subvenções econômicas.
II. Ao final do exercício, não será anulado o d) subvenções sociais.
empenho da despesa cujo contrato
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 36
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

e) de imóvel ou de bem de capital já em Sobre esta forma de processamento da despesa


utilização pelo órgão público. pública, considere:
Ademais, existe um caso especial de execução I. existe a necessidade de recurso orçamentário e
da despesa pública, é o regime de adiantamento, ou empenho na dotação própria.
de suprimento de fundos. Vejamos o que a lei
II. não pode ser utilizado para despesas já realizadas
4.320/64 diz a respeito:
nem maiores que as quantias adiantadas.
Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável
III. não necessita obedecer a legislação sobre
aos casos de despesas expressamente
licitação, por tratar-se de despesas de pequeno
definidos em lei e consiste na entrega de
valor.
numerário a servidor, sempre precedida de
empenho na dotação própria para o fim de IV. em casos excepcionais, pode ser feita a servidor
realizar despesas, que não possam responsável por mais de dois adiantamentos.
subordinar-se ao processo normal de
aplicação. V. não pode ser superior a 5% do limite
estabelecido no artigo 23, inciso II, alínea a da Lei
Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor nº 8.666/93)
em alcance nem a responsável por dois
adiantamento. É correto o que se afirma APENAS em

No regime de suprimento de fundos, efetua- a) I, II e III.


se o empenho da despesa, entrega-se o numerário ao b) I, II e IV.
servidor designado como supridor. Este executa as
despesas e presta contas do suprimento. Neste c) I, II e V.
momento é efetuada a liquidação do suprimento de d) II, III e IV.
fundos e efetuada a baixa da obrigação relativa ao
servidor. e) II, III e V.

O Governo Federal, atualmente, executa seus


suprimento de fundos através do Cartão Corporativo 24) (FCC TRF 2ª Região 2007) O regime de
(também denominado cartão de pagamentos do adiantamento
governo federal).
a) dispensa edição de lei específica disciplinadora.
Vejamos mais uma questão:
b) por suprir casos excepcionais, dispensa o prévio
22) (FCC Auditor Fiscal SEFAZ BA 2004) Submetem-se empenho.
à prestação de contas específicas por se tratarem
de despesas já empenhadas, desembolsadas e c) pode beneficiar empreiteiros que necessitem
objeto de controle contábil especial recursos para insumos aplicados em obras
públicas.
a) os suprimentos ou adiantamentos ordinários.
b) as antecipações de diárias para viagem e d) pode ser, também, beneficiar prestadores de
serviço. serviços públicos.
c) as despesas dos fundos especiais. e) atende despesas que não se subordinam ao
d) as despesas de Sentenças Judiciárias. processo normal de aplicação.

e) as despesas de exercícios anteriores. Caríssimos, encerramos aqui nossa aula. Na


próxima continuaremos. Um abraço.
23) (FCC TJ PA 2009) O Regime de adiantamento é
um processamento especial da despesa pública
orçamentária, através do qual se coloca o
numerário à disposição de um funcionário ou
servidor, a fim de dar-lhe condições de realizar
gastos que, por sua natureza, não possam
obedecer ou depender de trâmites normais.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 37


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

GABARITO 6.1.1 CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 A classificação institucional reflete a estrutura
A C E A B E E A A B organizacional de alocação dos créditos
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 orçamentários, e está estruturada em dois níveis
B C B B D A D C B D hierárquicos: órgão orçamentário e unidade
21 22 23 24 orçamentária. Constitui unidade orçamentária o
B A C E agrupamento de serviços subordinados ao mesmo
órgão ou repartição a que serão consignadas dotações
próprias, conforme estabelece o artigo 14 da Lei nº
6 CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL FUNCIONAL- 4.320/1964. As dotações são consignadas às unidades
PROGRAMÁTICA DA DESPESA PÚBLICA orçamentárias, responsáveis pela realização das
ações.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)
disciplinou, em seu art. 51, que cabe à União efetuar a No caso do Governo Federal, o código da
consolidação das contas públicas nacionais, incluindo classificação institucional compõe-se de cinco dígitos,
as dos Estados e Municípios. Para tanto, a mesma Lei, sendo os dois primeiros reservados à identificação
no art. 50, § 2º, estabelece que a edição de normas do órgão e os demais à unidade orçamentária.
gerais para consolidação das contas públicas caberá
ao órgão central de contabilidade da União (Secretaria
do Tesouro Nacional – STN), enquanto não RASCUNHO:
implantado o conselho de gestão fiscal, de que trata o
art. 67.
A classificação institucional funcional-
programática é matéria integrante da estrutura
orçamentária da despesa pública brasileira e deve ser
seguida por todos os entes federados (União, Estados,
DF e Municípios). Tal obrigatoriedade guarda respaldo
nas portarias 42/99 e 163/01. O Manual da Despesa
Nacional, de autoria da STN, consolidou o
entendimento da legislação brasileira que trata de
Direito Financeiro e estabeleceu um documento único
de interpretação e regulamentação da matéria
inerente à despesa pública.
Desta maneira, é possível se conhecer as
características mais importantes da classificação
institucional funcional-programática, que se constitui
o principal elo entre o Planejamento (PPA) e o
Orçamento (LOA), no âmbito do planejamento e
execução das políticas públicas. Através dessa
classificação, a estrutura do orçamento-programa
ganha corpo. Sigamos, portanto, às principais
características da classificação aqui exposta:

6.1 ESTRUTURA DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA


A partir de agora, conheceremos as principais
características, e que têm caído nos últimos
concursos, dos elementos que compõem a
classificação institucional funcional-programática da
despesa. Citaremos como exemplo, sempre que
possível, a estrutura existente na União, já que
Estados, DF e Municípios devem seguir tal tendência.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 38


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Cabe ressaltar que uma unidade orçamentária responsabilidade pela execução de determinado
não corresponde necessariamente a uma estrutura programa.
administrativa, como ocorre, por exemplo, com
alguns fundos especiais e com as Unidades
Orçamentárias “Transferências a Estados, Distrito 6.1.2 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
Federal e Municípios”, “Encargos Financeiros da
União”, “Operações Oficiais de Crédito”, A classificação funcional segrega as dotações
“Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária orçamentárias em funções e subfunções, buscando
Federal” e “Reserva de Contingência”. responder basicamente à indagação “em que” área de
ação governamental a despesa será realizada. A atual
classificação funcional foi instituída pela Portaria nº
42, de 14 de abril de 1999, do Ministério do
Vejamos uma questão de concurso sobre o assunto:
Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), e é
1) (ESAF AFC CGU 2006) A classificação institucional composta de um rol de funções e subfunções
da despesa é um critério indispensável para a prefixadas, que servem como agregador dos gastos
fixação de responsabilidades e os conseqüentes públicos por área de ação governamental nas três
controles e avaliações. Aponte a única opção que esferas de Governo. Trata-se de classificação de
não pode ser considerada vantagem do critério aplicação comum e obrigatória, no âmbito da União,
institucional. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o
que permite a consolidação nacional dos gastos do
a) Permite comparar imediatamente os vários órgãos,
setor público.
em termos de dotações recebidas.
A classificação funcional é representada por
b) Usado de forma predominante, impede que se
cinco dígitos. Os dois primeiros referem-se à função,
tenha uma visão global das finalidades dos gastos
enquanto que os três últimos dígitos representam a
do governo, em termos das funções precípuas que
subfunção, que podem ser traduzidos como
deve cumprir.
agregadores das diversas áreas de atuação do setor
c) Permite identificar o agente responsável pelas público, nas esferas legislativa, executiva e judiciária.
dotações autorizadas pelo Legislativo, para dado
programa.
d) Serve como ponto de partida para o
estabelecimento de um programa de contabilização
de custos dos vários serviços ou unidades
administrativas.
e) Quando combinado com a classificação
funcional, permite focalizar num único ponto a
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 39
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

6.1.2.1 FUNÇÃO relacionadas na Portaria nº 42/1999. Existe ainda a


possibilidade de matricialidade na conexão entre
A função é representada pelos dois primeiros
função e subfunção, ou seja, combinar uma função
dígitos da classificação funcional e pode ser traduzida
com qualquer subfunção. Deve-se adotar como
como o maior nível de agregação das diversas áreas
função aquela que é típica ou principal do órgão.
de atuação do setor público. A função se relaciona
Assim, a programação de um órgão, via de regra, é
com a missão institucional do órgão, por exemplo,
classificada em uma única função, ao passo que a
cultura, educação, saúde, defesa, que, na União,
subfunção é escolhida de acordo com a especificidade
guarda relação com os respectivos Ministérios.
de cada ação governamental.
A função “Encargos Especiais” engloba as
A exceção à matricialidade encontra-se na
despesas orçamentárias em relação às quais não se
função 28 – Encargos Especiais e suas subfunções
pode associar um bem ou serviço a ser gerado no
típicas que só podem ser utilizadas conjugadas.
processo produtivo corrente, tais como: dívidas,
ressarcimentos, indenizações e outras afins, Exemplos:
representando, portanto, uma agregação neutra.
Nesse caso, na União, as ações estarão associadas
aos programas do tipo "Operações Especiais" que
constarão apenas do orçamento, não integrando o
PPA.
Muito cuidado: Operações Especiais não
integram o PPA, apenas a LOA.
A dotação global denominada “Reserva de
Contingência”, a ser utilizada como fonte de recursos
para abertura de créditos adicionais, atendendo ao Vejamos mais uma questão de concurso:
disposto no artigo 5º, inciso III, da Lei Complementar
nº 101, de 2000, sob coordenação do órgão 2) (FCC Técnico MPU 2007) Considere o seguinte
responsável pela sua destinação, será identificada nos código de um programa de trabalho:
orçamentos de todas as esferas de Governo pelo - 39 Ministério dos Transportes
código “99.999.9999.xxxx.xxxx”, no que se refere às - 201 Departamento Nacional de Estradas de
classificações por função e subfunção e estrutura Rodagem
programática, onde o “x” representa a codificação da
- 26 Transporte
ação e o respectivo detalhamento.
- 782 Transporte Rodoviário
Ou seja, a motivação para a utilização da - 0663 Segurança nas Rodovias Federais
Reserva de Contingência, quer seja para o pagamento - 2324 Manutenção da Sinalização Rodoviária
de passivos contingentes, quer seja para a cobertura
O número que designa a subfunção é
de riscos fiscais imprevistos, terá seu detalhamento
efetuado, em nível de ação (projetos e/ou atividades) a) 39
a partir da classificação “x”. b) 26
c) 782
d) 0663
6.1.2.2 SUBFUNÇÃO
e) 2324
A subfunção, indicada pelos três últimos
dígitos da classificação funcional, representa um nível
de agregação imediatamente inferior à função e deve 6.1.3 ESTRUTURA PROGRAMÁTICA
evidenciar cada área da atuação governamental, por Toda ação do Governo está estruturada em
intermédio da agregação de determinado programas orientados para a realização dos objetivos
subconjunto de despesas e identificação da natureza estratégicos definidos no Plano Plurianual – PPA para
básica das ações que se aglutinam em torno das o período de quatro anos. Conforme estabelecido no
funções. artigo 3º da Portaria nº 42/1999, a União, os Estados,
As subfunções podem ser combinadas com o Distrito Federal e os Municípios estabelecerão, em
funções diferentes daquelas às quais estão atos próprios, suas estruturas de programas, códigos

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 40


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

e identificação, respeitados os conceitos e podendo ser composto inclusive por despesas de


determinações nela contidos. Ou seja, todos os entes natureza tipicamente administrativas.
devem ter seus trabalhos organizados por programas,
mas cada um estabelecerá sua estrutura própria de
acordo com a referida Portaria. 6.1.3.2 AÇÃO
As ações são operações das quais resultam
produtos (bens ou serviços), que contribuem para
6.1.3.1 PROGRAMA
atender ao objetivo de um programa. Incluem-se
Programa é o instrumento de organização da também no conceito de ação as transferências
atuação governamental que articula um conjunto de obrigatórias ou voluntárias a outros entes da
ações que concorrem para a concretização de um federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de
objetivo comum preestabelecido, mensurado por subsídios, subvenções, auxílios, contribuições,
indicadores instituídos no plano, visando à solução de doações, entre outros, e os financiamentos.
um problema ou ao atendimento de determinada
As ações, conforme suas características
necessidade ou demanda da sociedade.
podem ser classificadas como atividades, projetos ou
O programa é o módulo comum integrador operações especiais.
entre o plano e o orçamento. O plano termina no
a) Atividade
programa e o orçamento começa no programa, o que
confere a esses instrumentos uma integração desde a É um instrumento de programação utilizado
origem. O programa, como módulo integrador, e as para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo
ações, como instrumentos de realização dos um conjunto de operações que se realizam de modo
programas. contínuo e permanente, das quais resulta um produto
ou serviço necessário à manutenção da ação de
A organização das ações do governo sob a
Governo.
forma de programas visa proporcionar maior
racionalidade e eficiência na administração pública e Exemplo: “Fiscalização e Monitoramento das
ampliar a visibilidade dos resultados e benefícios Operadoras de Planos e Seguros Privados de
gerados para a sociedade, bem como elevar a Assistência à Saúde”.
transparência na aplicação dos recursos públicos.
b) Projeto
Cada programa deve conter objetivo,
indicador que quantifica a situação que o programa É um instrumento de programação utilizado
tenha como finalidade modificar e os produtos (bens para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo
e serviços) necessários para atingir o objetivo. A partir um conjunto de operações, limitadas no tempo, das
do programa são identificadas as ações sob a forma quais resulta um produto que concorre para a
de atividades, projetos ou operações especiais, expansão ou o aperfeiçoamento da ação de Governo.
especificando os respectivos valores e metas e as Exemplo: “Implantação da rede nacional de
unidades orçamentárias responsáveis pela realização bancos de leite humano”.
da ação. A cada projeto ou atividade só poderá estar
associado um produto, que, quantificado por sua c) Operação Especial
unidade de medida, dará origem à meta. Despesas que não contribuem para a manutenção,
Os Programas são classificados em dois tipos: expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo,
das quais não resulta um produto, e não gera
- Programas Finalísticos: dos quais resultam contraprestação direta sob a forma de bens ou
bens ou serviços ofertados diretamente à sociedade, serviços.
cujos resultados sejam passíveis de mensuração;
Exemplo: transferências constitucionais para
- Programas de Apoio às Políticas Públicas e Estados e Municípios, pagamento de juros da dívida
Áreas Especiais: são programas voltados aos serviços pública, pagamento de PASEP, contribuição patronal
típicos de Estado, ao planejamento, à formulação de ao INSS.
políticas setoriais, à coordenação, à avaliação ou ao
controle dos programas finalísticos, resultando em Vejamos mais uma questão de concurso:
bens ou serviços ofertados ao próprio Estado,

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 41


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

3) (FCC Analista TCE AM 2008) Na classificação governo que, por sua vez, eram viabilizados
funcional, a despesa pública obedece à seguinte pelos programas de governo.
hierarquia:
São verdadeiras APENAS as afirmações
a) função, subfunção, programa, projeto,
a) II e IV.
atividade e operação especial.
b) III, IV e V.
b) função, subprograma, programa, projeto e
atividade. c) III.
c) programa, categoria econômica, natureza de d) I, II, IV e V.
despesa e elemento.
e) I, II e V.
d) órgão orçamentário, unidade orçamentária
e unidade de despesa. 5) (FCC Técnico MPU 2008) O instrumento de ação
governamental que é utilizado para alcançar o
e) categoria, natureza de despesa, modalidade objetivo de um programa, envolvendo um
de aplicação e elemento. conjunto de operações que se realizam de modo
contínuo e permanente, necessárias à
4) (FCC Assessor Adm. MPE RS 2008) Considere as
manutenção da referida ação, é denominado
afirmações com relação à nova classificação
orçamentária adotada no Brasil, a partir de 2000. a) subfunção.
I. Esse novo enfoque funcional-programático b) função.
permitiu uma visão mais precisa do "que o
governo compra", o que tem significado c) operação especial.
bastante diferente do critério anterior que d) projeto.
visualizava o "que o governo faz".
e) atividade.
II. A partir do orçamento do ano 2000, diversas
modificações foram estabelecidas na 6) (ESAF AFC CGU 2008) A classificação funcional e a
classificação vigente, procurando-se estrutura programática visam ao fornecimento
privilegiar o aspecto contábil do orçamento, de informações das realizações do governo e é
com adoção de práticas de sistematização e considerada a mais moderna das classificações
controle prévio dos gastos públicos no orçamentárias da despesa. A junção das duas,
âmbito federal. quando da execução da despesa no Siafi , forma
o Programa de Trabalho com a seguinte
III. O eixo principal dessas modificações foi a estrutura: Programa de Trabalho:
interligação entre o Planejamento (Plano AA.BBB.CCCC.DDDD.EEEE
Plurianual – PPA) e o Orçamento, por
intermédio da criação de Programas para Com relação ao assunto, indique a opção correta.
todas as ações de governo, com um gerente a) Na estrutura do Programa de Trabalho, a
responsável por metas e resultados codificação CCCC representa o Programa e a
concretos para a sociedade. codificação EEEE a ação governamental.
IV. De acordo com a nova metodologia, uma vez b) A ação, reconhecida na estrutura pelo
definido o programa e suas respectivas código DDDD, determina a escolha da
ações, classifica- se a despesa de acordo subfunção, reconhecida pela codificação
com a especificidade de seu conteúdo e BBB, estabelecendo uma relação única.
produto, em uma subfunção, independente
de sua relação institucional, ou seja, c) A subfunção, código BBB, poderá ser
independente de qual Ministério esteja combinada com qualquer função, código AA,
localizada aquela ação. em razão da competência do órgão
responsável pelo programa.
V. A adoção da classificação funcional-
programática representou um grande d) Quando o primeiro dígito da codificação
avanço na técnica de apresentação DDDD for um número ímpar significa que a
orçamentária, permitindo a vinculação das ação é uma atividade.
dotações orçamentárias a objetivos de
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 42
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

e) As operações especiais são ações que não c) Um programa, do ponto de vista


contribuem para a manutenção das ações de orçamentário, é o conjunto de atividades e
governo, das quais não resultam um projetos relacionados a uma determinada
produto, e não geram contraprestação função de governo com vistas ao
direta sob a forma de bens ou serviços e são cumprimento da finalidade do Estado.
identificadas pelo primeiro dígito da
d) É o conjunto de ações de caráter continuado
codificação EEEE.
com vista à prestação de serviços à
sociedade.
7) (ESAF MPU 2004) Na classificação funcional e) Os programas de governo são considerados
programática das despesas públicas, a partir dos temporários e permanentes, dependendo
orçamentos de 2000, foi criada a classificação das condições de perenidade das ações
"Operações Especiais" para algumas despesas. A desenvolvidas pelo ente público.
despesa que não se enquadra nesse grupo é
a) a participação acionária.
6.2 CICLO ORÇAMENTÁRIO
b) a amortização e o encargo da dívida pública.
O orçamento passa por diversas fases até
c) o fundo de participação. estar pronto para ser executado, inicia-se com uma
proposta que se transformará em projeto de lei que
d) a despesa variável com pessoal militar.
será apreciado, emendado, aprovado, sancionado e
e) o pagamento de sentença judicial. publicado passando pela execução, momento em que
ocorre a arrecadação da receita e a realização da
8) (ESAF Analista Plan. SEFAZ SP 2009) A despesa, dentro do exercício financeiro, até o
classificação programática é considerada a mais acompanhamento e avaliação da execução, realizada
moderna classificação orçamentária de despesa pelos controles internos e externos.
pública. A portaria n. 42/99, do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, propôs um Sendo assim, o orçamento passa pelas
elenco de funções e subfunções padronizadas seguintes fases:
para a União, Estados e Municípios. Assim, de
> Elaboração do projeto de lei;
acordo com a referida Portaria, a despesa que
não se inclui na nova classificação é a despesa > Apreciação, estudo e proposição de emendas;
por:
> Votação, sanção e publicação da Lei Orçamentária;
a) Função.
> Execução da Lei Orçamentária;
b) Projeto.
> Acompanhamento e avaliação da execução
c) Subprograma. orçamentária
d) Atividade.
e) Subfunção.
9) (ESAF Analista Plan. SEFAZ SP 2009) Assinale a
opção verdadeira a respeito dos programas de
governo.
a) Programa é o conjunto de ações de uma
unidade orçamentária e visa à integração do
plano de governo do ente ao orçamento.
b) Programa é um módulo integrador entre o
plano e o orçamento e tem como
instrumento de sua realização as ações de
governo.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 43


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

6.2.1 Elaboração b) com os dispositivos do texto do projeto de


lei.
A primeira etapa, elaboração do projeto de lei
orçamentária, tem início com a definição de cada § 4º - As emendas ao projeto de lei de
unidade gestora da sua proposta parcial de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas
orçamento, A setorial orçamentária recebe todas as quando incompatíveis com o plano plurianual.
propostas parciais de todas as unidades que
§ 5º - O Presidente da República poderá
compõem o órgão e consolida tudo numa única
enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor
proposta do órgão.
modificação nos projetos a que se refere este artigo
Todas essas propostas setoriais dos órgãos de enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista,
todos os poderes, executivo, legislativo e judiciário, da parte cuja alteração é proposta.”
são encaminhadas para o órgão central do sistema de
Destaque importante: o Presidente da
orçamento e gestão, para nova consolidação, daí
República poderá efetuar modificações no texto do
surge o projeto de lei orçamentária que será
orçamento após seu envio para o Congresso
submetido ao Presidente da República que fará o
Nacional? Sim! Desde que a parte a ser alterada ainda
encaminhamento do projeto ao Congresso Nacional,
não tenha sido posta em votação na comissão Mista
por meio de mensagem.
de Orçamento.
Cuidado! A LDO traz todas as orientações que
O projeto de lei orçamentária, assim como as
deverão ser seguidas quando da elaboração da LOA.
emendas propostas ao projeto após parecer da
comissão mista permanente serão apreciadas pelo
plenário das duas casas do Congresso Nacional.
6.2.2 Aprovação
Com a aprovação do projeto pelo plenário do
Após o projeto ser remetido ao Congresso
Congresso Nacional, o projeto será devolvido ao
Nacional, ele será apreciado pela Comissão Mista
Presidente da República que poderá sancioná-lo ou
Permanente de Orçamento composta de deputados e
propor vetos. Havendo a sanção o projeto deverá ser
senadores, prevista no artigo 166 da CF/88. Esta
encaminhado para publicação.
comissão tem a função de examinar e emitir parecer
sobre o projeto, bem como acompanhar e fiscalizar o Lembre-se! Se todas as etapas ocorrerem
orçamento. dentro dos prazos legais previstos, a lei orçamentária
começará a ser executada no início do exercício
A Constituição Federal de 88, no art. 166,
financeiro, após o detalhamento da despesa, feito por
parágrafo 3º, dispõe a seguinte regra a respeito das
meio do QDD.
emendas ao projeto de lei orçamentária:
“§ 3º - As emendas ao projeto de lei do
orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem 6.2.3 Execução
somente podem ser aprovadas caso:
No início do exercício financeiro, após a
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e publicação do Quadro de detalhamento da Despesa –
com a lei de diretrizes orçamentárias; QDD, os órgãos começarão a executar o orçamento (O
QDD é um documento contendo dados mais analíticos
II - indiquem os recursos necessários,
acerca da autorização dada na lei, em nível de
admitidos apenas os provenientes de anulação de
projeto, atividade, operação especial e elemento de
despesa, excluídas as que incidam sobre:
despesa).
a) dotações para pessoal e seus encargos;
Para que os órgãos possam começar a
b) serviço da dívida; executar o orçamento, empenhar, liquidar, pagar,
arrecadar receita, etc, a Secretaria do Tesouro
c) transferências tributárias constitucionais Nacional providencia a consignação da dotação
para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou orçamentária, em nível de QDD, a todos os órgãos e
III - sejam relacionadas: ministérios contemplados na lei de meios.

a) com a correção de erros ou omissões; ou Caso ocorra algum problema no decorrer das
etapas que impeça a disponibilização da dotação
orçamentária, os órgãos poderão utilizar um instituto,
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 44
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

desde que haja previsão na LDO, denominado a) o Presidente da República poderá enviar
duodécimo (instituto que possibilita aos órgãos, caso mensagem ao Congresso Nacional propondo
autorizado na LDO, a executar a cada mês do exercício a alteração do projeto de lei orçamentária a
financeiro, um doze avos do projeto de lei qualquer tempo.
orçamentária que está sendo apreciado de modo a
b) é prerrogativa do Presidente da República a
não prejudicar totalmente a execução prevista para o
iniciativa dos projetos de lei orçamentária.
exercício).
c) as emendas parlamentares aos projetos de
Conforme a Lei 4.320/64, quando o legislativo
lei orçamentária anual não poderão indicar
não recebe o projeto de lei orçamentária no prazo
como despesas a serem anuladas as
fixado nas constituições e leis orgânicas dos
destinadas ao pagamento de pessoal e seus
municípios, considerará como proposta a lei de
encargos.
orçamento vigente.
d) na fase de tramitação no Congresso
Nacional, cabe a uma comissão mista de
6.2.4 Controle Senadores e Deputados examinar e emitir
parecer sobre os projetos de lei que tratam
Nesta fase ocorre o acompanhamento e
de orçamento.
avaliação do processo de execução orçamentária, que
segundo a legislação em vigor será interno quando e) a proposta orçamentária para o exercício
realizado pelos agentes do próprio órgão, ou externo seguinte deverá ser enviada ao Congresso
quando realizado pelo poder legislativo, auxiliado Nacional até 31 de agosto do ano anterior.
tecnicamente pelo Tribunal de Contas.
12) (ESAF AFC MPOG/2005) A elaboração da lei
O controle será mais eficiente se realizado a orçamentária é a etapa que, efetivamente,
priori, ou seja, realizado preponderantemente sobre caracteriza a idéia de processo orçamentário,
atos ainda não concretizados, porém o que se observa compreendendo fases e operações. A discussão é
é que a avaliação ocorre, em grande parte, sobre o a fase dos trabalhos consagrada ao debate em
processo de despesa já realizado. Isto prejudica a plenário. Aponte a opção incorreta com relação
correção de falhas no processo de execução e, por às etapas da fase da discussão.
conseguinte inviabiliza o cumprimento das metas
a) emendas
estabelecidas.
b) voto do relator
Vejamos algumas questões de concurso sobre
o assunto: c) redação final
10) (ESAF AFC CGU/2006) - Para o Governo d) votação em plenário
operacionalizar o processo de alocação de
recursos da gestão pública ele se utilizado ciclo e) veto
da gestão, que se divide em etapas. A etapa em 13) (ESAF ACE TCU/2002) O Ciclo Orçamentário é a
que os atos e fatos são praticados na seqüência das etapas desenvolvidas pelo
Administração Pública para implementação da processo orçamentário. Assinale a única opção
ação governamental, e na qual ocorre o processo correta no tocante à etapa de elaboração do
de operacionalização objetiva e concreta de uma orçamento.
política pública denomina-se:
a) É fase de competência do Poder Legislativo.
a) Planejamento.
b) Constitui a concretização anual dos objetivos
b) Execução. e metas determinados para o setor público,
c) Programação. no processo de planejamento integrado.

d) Orçamentação. c) Compreende a fixação de objetivos


concretos para o período considerado, bem
e) Controle como o cálculo dos recursos humanos,
materiais e financeiros, necessários à sua
11) (ESAF AFC SEFAZCE/2006) - A respeito da
materialização e concretização.
elaboração do Orçamento Geral da União, é
correto afirmar, exceto:
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 45
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

d) Configura-se na necessidade de que o povo, mandato do presidente eleito, para


através de seus representantes, intervenha execução nos quatro anos seguintes. O PPA
na decisão de suas próprias aspirações, bem é instituído por lei, estabelecendo, de forma
como na maneira de alcançá-las. regionalizada, as diretrizes, objetivos e
metas da Administração Pública para as
e) É a etapa que impõe a necessidade de um
despesas de capital, e outras delas
sistema estatístico cuja informação básica se
decorrentes e para aquelas referentes a
obtém em cada uma das repartições ou
programas de duração continuada.
órgãos.
III. A LDO tem a finalidade precípua de orientar
14) (FCC Analista PGE RJ 2009) No ciclo
a elaboração dos orçamentos fiscal, da
orçamentário, a etapa de elaboração do
seguridade social e de investimento das
orçamento envolve a previsão das receitas
empresas estatais, compreendendo as
públicas em que, conforme a Lei Complementar
metas e prioridades da administração
nº 101/2000,
pública, incluindo as despesas de capital
a) a estimativa do impacto orçamentário- para o exercício financeiro subsequente.
financeiro da renúncia de receita não será
IV. O Orçamento Fiscal compreende os poderes
considerada na previsão de receitas na lei
da União, os Fundos, os Órgãos, as
orçamentária, desde que as metas de
Autarquias, inclusive as especiais, e as
resultados fiscais não sejam afetadas.
Fundações instituídas e mantidas pela
b) as estimativas serão realizadas com base na União; abrangendo, também, as empresas
escolha de um dos seguintes critérios: públicas e sociedades de economia mista em
evolução histórica das receitas arrecadadas, que a União, direta ou indiretamente,
mudança da legislação tributária, variação detenha a maioria do capital social com
dos índices de preço ou crescimento direito a voto.
econômico.
V. O Orçamento de Seguridade Social é parte
c) a reestimativa da receita poderá ser feita integrante da Lei de Diretrizes
pelo Poder Legislativo se comprovado erro Orçamentárias e compreende todos os
ou omissão de ordem técnica ou legal. órgãos e entidades a quem compete
executar ações nas áreas de saúde,
d) os montantes de receitas de operações de previdência e assistência social, quer sejam
crédito poderão ser superiores aos das da Administração Direta ou Indireta, bem
despesas de capital constantes do projeto de como os fundos e fundações instituídos e
lei orçamentária. mantidos pelo Poder Público.
e) o Poder Executivo colocará os estudos e as a) Estão corretas APENAS as afirmativas III, IV e V.
estimativas à disposição dos demais Poderes
e do Ministério Público no prazo máximo de b) Estão corretas APENAS as afirmativas I e II.
trinta dias após o encaminhamento da
c) Estão corretas APENAS as afirmativas I, II e V.
proposta orçamentária.
d) Estão corretas APENAS as afirmativas II, III e IV.
15) (FCC Analista PGE RJ 2009) Com relação aos
componentes do Ciclo Orçamentário e) Estão corretas APENAS as afirmativas III e IV.
estabelecido pela Constituição Federal de 1988:
16) (FCC Analista TRF 5ª Região 2008) Elaboração,
I. A proposta da LOA compreende os três tipos estudo/aprovação, execução e avaliação são
distintos de orçamentos da União, a saber: seqüências das etapas desenvolvidas pelo
Orçamento Fiscal, Orçamento de processo orçamentário denominado
Investimento das Empresas Estatais e
a) plano de diretrizes orçamentárias.
Orçamento Plurianual.
b) plano plurianual.
II. Na esfera federal, o Governo ordena suas
ações com a finalidade de atingir objetivos e c) ciclo orçamentário.
metas por meio do PPA, um plano de médio
prazo elaborado no primeiro ano de d) plano de orçamentos anuais.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 46


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

e) sistema de planejamento integrado.

6.3 DESCENTRALIZAÇÃO DE CRÉDITOS


ORÇAMENTÁRIOS E FINANCEIROS
A Lei de meios (LOA) contempla as unidades
setoriais de orçamento de cada órgão com dotações
orçamentárias. Entretanto, existe um grande número
de unidades que realizam gastos e que, por
conseguinte, necessitam de dotações orçamentárias
também. Essas unidades administrativas recebem o
orçamento por descentralização da unidade
orçamentária, via de regra.
Portanto, as descentralizações de créditos Após ocorrida a descentralização
orçamentários ocorrem quando for efetuada orçamentária de créditos, efetua-se a segunda etapa
movimentação de parte do orçamento, mantidas as do processo, que é a descentralização financeira de
classificações institucional, funcional, programática e recursos. São três as figuras inerentes à
econômica, para que outras unidades administrativas descentralização financeira: Cota, Repasse e Sub-
possam executar a despesa orçamentária. Repasse. Essas três figuras possuem íntima relação
Quando a descentralização envolver unidades com as etapas do processo de descentralização
gestoras de um mesmo órgão tem-se a orçamentária de recursos. Quando da abordagem de
descentralização interna, também chamada de cada item, faremos as devidas correlações.
provisão. Se, porventura, a movimentação de crédito A Cota é a primeira figura da descentralização
ocorrer entre unidades gestoras de órgãos ou financeira. Caracteriza-se pela transferência de
entidades de estrutura diferente, ter-se-á uma recursos financeiros do órgão central de programação
descentralização externa, também denominada de financeira para as setoriais financeiras. Em outras
destaque. palavras, ocorre Cota quando a Secretaria de
Na descentralização, as dotações serão Fazenda/Tesouro libera as disponibilidades fnanceiras
empregadas obrigatória e integralmente na vinculadas ao orçamento para qualquer orgão
consecução do objetivo previsto pelo programa de pertencente à estrutura adiministrativa. A Cota tem
trabalho pertinente, respeitada fielmente a correlação com a Dotação (ou Fixação).
classificação funcional e por programas. Portanto, a O Repasse é a descentralização das
única diferença é que a execução da despesa disponibilidades financeiras vincluadas ao orçamento,
orçamentária será realizada por outro órgão ou recebidas anteriormente por intermédio de uma Cota
entidade. do órgão central de programação financeira, sendo de
Existe, ainda, a descentralização de recursos competência dos órgãos setoriais de programação
orçamentários do órgão central fde orçamento para financeira, que os transfere para outro órgão. Em
as setoriais orçamentárias. Denominamos esse outras palavras, o Repasse se caracteriza pela
procedimento de Dotação (ou Fixação). transferência de recursos financeiros de uma unidade
setorial para outra, não pertencente à estrutura
DESCENTRALIZAÇÃO DE RECURSOS DO administrativa da repassadora. É o que denominamos
ÓRGÃO CENTRAL PARA AS SETORIAIS – DOTAÇÃO (OU de descentralização externa de disponibilidades
FIXAÇÃO) financeiras. O Repasse tem correlação com o
DESCENTRALIZAÇÃO INTERNA – PROVISÃO Destaque.

DESCENTRALIZAÇÃO EXTERNA - DESTAQUE O Sub-Repasse é a descentralização de


disponibilidades financeiras vinculadas ao orçamento,
A figura abaixo descreve como ocorre a realizadas pelos órgãos setoriais de programação
descentralização de recursos orçamentários: financeira, para as unidades executoras a eles
vinculadas, pertencentes a mesma estrutura
administrativa. Ou seja, sub-repasse é
descentralização interna de disponibilidades
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 47
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

financeiras. O Sub-Repasse tem correlação com a 19) (FCC Analista CVM 2006) A autorização de uma
Provisão. unidade orçamentária a uma unidade
administrativa subordinada processar despesas
Abaixo, segue figura que demonstra o fluxo da
orçamentárias denomina-se
programação financeira:
a) destaque.
b) provisão.
c) repasse.
d) subrepasse.
e) suprimento de fundos.

20) (FCC CVM 2006 Analista) A descentralização de


recursos financeiros processa-se a partir
a) do superávit financeiro.
b) do excesso de arrecadação.
c) do suprimento de fundos.
Mais algumas questões de concurso: d) da unidade de tesouraria.
17) (FCC ANALISTA MPU/2007) – Na execução e) dos destaques.
orçamentária e financeira, os termos destaque e
repasse estão relacionados, respectivamente,
com: GABARITO
a) Obtenção de autorização de créditos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
extraordinários e créditos especiais. B C A B E B D C B B
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
b) Fixação da reserva de contingências e
liberação financeira de créditos adicionais. A E C C D C D E B D

c) Autorização de despesa orçamentária e


previsão de receita extra-orçamentária. 7. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF)

d) Autorização orçamentária e transferência de 7.1 LRF – ESCOPO


recursos financeiros. Precisamos nos perguntar acerca de uma
e) Autorização de despesa extra-orçamentária expressão que será exaustivamente pronunciada
e arrecadação de receita orçamentária. nesta aula: o que significa responsabilidade fiscal? Por
que foi necessário estabelecer um conceito de gestão
18) (ESAF SEPRO Analista Fin. 2001) A contrapartida fiscal responsável das finanças públicas? Qual deve
financeira para a descentralização de um crédito ser o tamanho da preocupação do governo com o
orçamentário no valor de R$ 5.000,00, realizada nível dos gastos públicos e do déficit fiscal. Déficit é
para unidade gestora integrante do próprio algo bom ou ruim? Todas essas perguntas são
órgão, equivale a um/uma respondidas quando da análise do escopo da Lei de
a) cota de R$ 5.000,00 Responsabilidade Fiscal.

b) repasse de R$ 5.000,00 Em primeiro lugar, a adoção de normas


voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, no
c) provisão de R$ 5.000,00 Brasil, não foram adotadas por livre e espontânea
d) destaque de R$ 5.000,00 vontade. Houve, na verdade, uma verdadeira
imposição externa à implantação de normatização
e) sub-repasse de R$ 5.000,00 capaz de frear a malversação dos recursos públicos.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 48


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Em meados da década de 90, vivíamos um arrecadadas. Déficit impagável era apenas questão de
momento crítico na gestão das finanças públicas tempo.
brasileiras: a dívida externa se agigantava. A dívida
Todo o ambiente negativo até aqui exposto
interna, principalmente de Estados e Municípios, pior
nos trouxe uma conclusão: nosso modelo de gestão
ainda. O Brasil, frente a instituições de crédito
pública estava esgotado. Era preciso haver uma
internacionais, estava sem credibilidade (ou sem
reforma estrutural na forma de ação do Estado, para
crédito). Tudo resultado da irresponsabilidade de
que o mesmo continuasse a ser o responsável pela
gestores que, para demonstrar eficiência da sua
geração de Bem-Estar às pessoas, mas que suas
gestão, lançavam mão de mundos e fundos para
políticas fossem financiáveis, ou seja, o Estado
suceder obras públicas e dar satisfações à sociedade
precisava “caber em seu próprio bolso”.
acerca de seus atos. É a conhecidíssima “cultura do
cimento” imperando na gestão governamental. O primeiro passo ocorreu quando da
implantação do Plano Diretor de Reforma do Aparelho
Contudo, a maioria dessas obras não se
do Estado, em 1995. Passamos de uma Administração
financiava, ou seja, não seria bancada pelo Estado
Burocrática para uma Administração Gerencial, com
sem que se gerasse um déficit (R < D). A reincidência
foco saindo dos processos para os resultados. Houve
de resultados negativos fez surgir uma bola de neve
uma redefinição do papel do Estado, estabelecendo-
irreversível. Mas por quê? Porque, para que houvesse
se que este não poderia atuar em áreas típicas do
diminuição do déficit, seria necessário o corte de
setor privado. A conseqüência disso foram as
gastos públicos e isso nem passava pela cabeça dos
publicizações e privatizações de atividades até então
gestores, que utilizavam a máquina administrativa (e a
mantidas pelo Governo. O déficit gerado por essas
utilizam assim até os dias atuais) como forma de
atividades foi absorvido integralmente pelo mercado
manter interesses políticos junto aos seus eleitores.
e isto deu um fôlego para as finanças públicas.
Por outro lado, não havia uma legislação severa que
punisse, efetivamente, tais práticas lesivas ao A reforma administrativa da gestão pública
patrimônio público. brasileira teve seu grande marco na Emenda
Constitucional 19/98. Dentre suas determinações,
Além das obras públicas não serem
trouxe um prazo máximo de 180 dias para que o
financiáveis, na maioria das vezes os recursos para a
congresso nacional editasse uma lei complementar a
sua consecução vinham de empréstimos bancários.
fim de disciplinar as finanças públicas brasileiras,
Era muito fácil se realizar uma obra: bastava levar o
regulamentando, assim, vários dispositivos dos art.
projeto ao banco e este, caridosamente, emprestava
163 e 169 da Constituição Federal.
recursos financeiros ao Estado. Olhem só o tamanho
do abismo: a obra ficava pelo caminho e o Desta Forma, a segunda fase da implantação
empréstimo precisava ser honrado. Prejuízo pela não de políticas voltadas para o ajuste fiscal da máquina
conclusão da obra e pela continuidade dos administrativa se deu no final da década de 90. Como
pagamentos em troca de algo que nunca existiu para afirmamos no início desta aula, a adoção dessas
a população. políticas, voltadas para a gestão fiscal responsável, foi
motivada por imposição de organismos internacionais
Outro fator de grande destaque era a
de crédito, especialmente o Fundo Monetário
participação desenfreada do setor público junto a
Internacional (FMI). O Fundo trouxe ao Brasil a
atividades tipicamente destinadas à iniciativa privada.
experiência bem sucedida de gestão fiscal responsável
Como a burocracia e suas disfunções não permitiam
disseminada na Nova Zelândia, tendo por base o Fiscal
que o governo obtivesse resultados semelhantes aos
Responsability Act., de 1994. Outro documento
alcançados pelo mercado, as empresas estatais
famoso que estimulou o estudo do ajuste fiscal do
geravam consecutivos déficits a serem financiados por
Estado Brasileiro foi o tratado de Maastricht, de
quem? Pelo Estado, óbvio, com o dinheiro público.
autoria da CEE (Comunidade Econômica Européia).
Havia, também, certo descontrole a respeito
Surge, então, após mais de um ano de
das políticas remuneratórias de pessoal.
discussão no Congresso Nacional, a Lei de
Reajustamento de salários de servidores, sem que se
Responsabilidade Fiscal (LRF), em 05 de Maio de 2000.
observassem os efetivos impactos financeiros dessas
A LRF traz normas de finanças públicas voltadas para a
medidas, e a criação desenfreada de cargos
responsabilidade na gestão fiscal, em conformidade
comissionados originou uma série de despesas que
com o disposto nos arts. 163 a 169 da Constituição
não conseguiam ser financiadas pelas receitas
Federal de 88 (dispõe o Art. 163 que cabe à Lei

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 49


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Complementar Nacional, aplicável a todos os entes da I - finanças públicas;


federação, disciplinar as finanças públicas brasileiras).
II - dívida pública externa e interna, incluída a
Ou seja, a LRF veio para regulamentar os dispositivos
das autarquias, fundações e demais entidades
constitucionais citados e trazer inovadores conceitos
controladas pelo Poder Público;
para as finanças públicas.
III - concessão de garantias pelas entidades
É importante que estejamos atentos ao
públicas;
parágrafo primeiro, do art. 1º, da LRF. Lá é possível
obter as quatro vertentes de atuação do governo para IV - emissão e resgate de títulos da dívida
garantir o equilíbrio de suas contas: pública;
“§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal V - fiscalização das instituições financeiras;
pressupõe a ação planejada e transparente, em que
se previnem riscos e corrigem desvios capazes de V - fiscalização financeira da administração
afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o pública direta e indireta;
cumprimento de metas de resultados entre receitas e VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e
despesas e a obediência a limites e condições no que entidades da União, dos Estados, do Distrito
tange a renúncia de receita, geração de despesas Federal e dos Municípios;
com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas
consolidada e mobiliária, operações de crédito, VII - compatibilização das funções das instituições
inclusive por antecipação de receita, concessão de oficiais de crédito da União, resguardadas as
garantia e inscrição em Restos a Pagar.” características e condições operacionais plenas
das voltadas ao desenvolvimento regional.
As quatro vertentes motivadoras da gestão
fiscal responsável constam no referido dispositivo ____________________________________________
(três delas de forma explícita): Planejamento – a ação ____________________________________________
planejada é essencial para o equilíbrio das contas Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo
públicas, pois é através dela que os gestores vão da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
medir seus passos, conforme as disponibilidades de Municípios não poderá exceder os limites
recursos, para o cumprimento das políticas estabelecidos em lei complementar.
governamentais; Transparência – a ação transparente
viabiliza o controle dos gastos públicos pelo Controle § 1º A concessão de qualquer vantagem ou
Externo (Legislativo e Tribunais de Contas) e pelo aumento de remuneração, a criação de cargos,
Controle Social (a sociedade como um todo, de forma empregos e funções ou alteração de estrutura de
individual – os cidadãos – ou organizada – através de carreiras, bem como a admissão ou contratação
ONGS); Controle – é através deste instituto que a de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e
sociedade se torna capaz de avaliar a Eficiência, entidades da administração direta ou indireta,
Eficácia, Efetividade e Economicidade dos programas inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
governamentais, perceber se o gasto público, ou poder público, só poderão ser feitas:
política pública, era necessário e, caso não seja, I - se houver prévia dotação orçamentária
possibilite a Responsabilização dos gestores públicos. suficiente para atender às projeções de despesa
A Responsabilização é a tônica da LRF. Ao longo dos de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
seus artigos, existem inúmeras sanções aplicáveis
caso haja descumprimento dos preceitos nela II - se houver autorização específica na lei de
constantes. diretrizes orçamentárias, ressalvadas as
empresas públicas e as sociedades de economia
mista.
7.2 PREVISÃO CONSTITUCIONAL DA LRF: § 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei
A LRF regulamentou alguns dispositivos complementar referida neste artigo para a
expressos no art. 163 e todo o art. 169 da adaptação aos parâmetros ali previstos, serão
Constituição Federal de 88: imediatamente suspensos todos os repasses de
verbas federais ou estaduais aos Estados, ao
CF/88: Distrito Federal e aos Municípios que não
Art. 163. Lei complementar disporá sobre: observarem os referidos limites.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 50


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

§ 3º Para o cumprimento dos limites dispõe sobre finanças públicas. Está correto o
estabelecidos com base neste artigo, durante o que se afirma APENAS em
prazo fixado na lei complementar referida no
a) I.
caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios adotarão as seguintes providências: b) II.
I - redução em pelo menos vinte por cento das c) III.
despesas com cargos em comissão e funções de
confiança; d) I e III.

II - exoneração dos servidores não estáveis. e) II e III.

§ 4º Se as medidas adotadas com base no


parágrafo anterior não forem suficientes para 2) (FCC Fiscal SP 2007) De acordo com a Lei de
assegurar o cumprimento da determinação da lei Responsabilidade Fiscal, para o equilíbrio das
complementar referida neste artigo, o servidor contas públicas, dentre outras ações, inclui-se
estável poderá perder o cargo, desde que ato
normativo motivado de cada um dos Poderes a) o impedimento absoluto de renúncia de
especifique a atividade funcional, o órgão ou receita.
unidade administrativa objeto da redução de b) o impedimento absoluto da existência de
pessoal. restos a pagar.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do c) o aumento da carga tributária por meio de
parágrafo anterior fará jus a indenização tributação regressiva.
correspondente a um mês de remuneração por
ano de serviço. d) a fixação de limites e condições na geração
de despesas com pessoal.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos
parágrafos anteriores será considerado extinto, e) a vedação de operações de crédito.
vedada a criação de cargo, emprego ou função
com atribuições iguais ou assemelhadas pelo
prazo de quatro anos.
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a 7.3 CONCEITOS (ART. 2º)
serem obedecidas na efetivação do disposto no § Dos conceitos trazidos pela LRF, em seu art.
4º. 2º, cabe destacar a diferença entre empresa
________________________________________ controlada e empresa estatal dependente:
________________________________________ Art. 2o Para os efeitos desta Lei Complementar,
O que faremos, a partir de agora, é identificar entende-se como:
os pontos mais importantes desta Lei, principalmente II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do
no que diz respeito ao que tem caído nos concursos capital social com direito a voto pertença, direta ou
públicos. indiretamente, a ente da Federação;
Mas, antes disso, vejamos duas questões de III - empresa estatal dependente: empresa controlada
concurso: que receba do ente controlador recursos financeiros
1) (FCC Fiscal SP 2007) Analise as afirmações abaixo. para pagamento de despesas com pessoal ou de
custeio em geral ou de capital, excluídos, no último
I. Dispõe o artigo 163, inciso I, da Constituição caso, aqueles provenientes de aumento de
Federal, que a lei ordinária disporá sobre finanças participação acionária;
públicas.
A empresa controlada é aquela cujo controle
II. A lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000) acionário pertence ao governo, contudo seu
estabelece normas de finanças públicas voltadas funcionamento independe de interferência financeira
para a responsabilidade na gestão fiscal. (ou seja, a empresa é independente financeiramente).
III. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000) se As despesas e receitas dessas entidades não
refere à responsabilidade na gestão fiscal e não compõem o orçamento governamental (orçamento

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 51


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

fiscal). Caso o Governo faça algum investimento em § 1o Serão computados no cálculo da receita corrente
suas empresas, do tipo: ingresso de recursos para líquida os valores pagos e recebidos em decorrência
aumento de capital, esses valores devem ser da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de
registrados no orçamento de investimento das 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do Ato das
empresas estatais. Disposições Constitucionais Transitórias.
A empresa estatal dependente é um conceito § 2o Não serão considerados na receita corrente
novo criado pela LRF. Esse tipo de empresa é líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e
dependente de recursos, oriundos do orçamento de Roraima os recursos recebidos da União para
fiscal, para financiar seus gastos operacionais. Se isto atendimento das despesas de que trata o inciso V do §
acontecer, suas receitas e despesas devem entrar no 1º do art. 19.
orçamento fiscal, além de qualquer investimento feito
§ 3o A receita corrente líquida será apurada somando-
pelo Governo, exceto se for para aumento da
se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos
participação acionária. Neste caso, como já sabemos,
onze anteriores, excluídas as duplicidades.
esses valores irão compor o orçamento de
investimento nas estatais. O inciso IV deste artigo inovou ao criar o
principal indicador de comprometimento dos gastos
Outro conceito muito importante, criado pela
públicos: a Receita Corrente Líquida (RCL). Os limites
LRF, é o da Receita Corrente Líquida (RCL). A RCL é o
de gastos estabelecidos por esta Lei, além de outros
grande indicador do limite dos gastos
percentuais específicos inclusos no corpo do texto,
governamentais. Ela é composta pelas Receitas
são calculados sobre a RCL.
Correntes do Governo, efetuados os devidos ajustes
(deduções), conforme dispõe o art. 2º, IV. Sua A RCL é composta pelas Receitas Correntes
apuração é feita através do somatório do mês de (Receita Tributária, Receita de Contribuições, Receita
referência com os onze meses imediatamente Patrimonial, Receita de Serviços, Receita
anteriores (desta forma, podemos concluir que esse Agropecuária, Receita Industrial, Transferências
demonstrativo sempre abrangerá 12 meses). Correntes e Outras Receitas Correntes), efetuando-se
determinadas deduções especificadas no mesmo
artigo. Para o cálculo do Demonstrativo da Receita
7.3.1 RECEITA CORRENTE LÍQUIDA (RCL) Corrente Líquida, considera-se o mês de referência, e
os onze meses imediatamente anteriores. A RCL
Vejamos o art. 2º, IV, da LRF:
representa o somatório de receitas de 12 meses.
Art. 2o Para os efeitos desta Lei Complementar,
O citado demonstrativo deve compor o
entende-se como:
Relatório Resumido de Execução Orçamentária
IV - receita corrente líquida: somatório das (RREO), de freqüência bimestral. Portanto, o Relatório
receitas tributárias, de contribuições, da RCL deve ser elaborado bimestralmente.
patrimoniais, industriais, agropecuárias, de
As deduções efetuadas nas Receitas
serviços, transferências correntes e outras
Correntes, para transformá-las em RCL são as
receitas também correntes, deduzidos:
seguintes, dependendo de cada ente federado:
a) na União, os valores transferidos aos
MUNICÍPIOS:
Estados e Municípios por determinação
constitucional ou legal, e as contribuições -Deduzem a Contribuição Social dos seus servidores
mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso para o financiamento do sistema próprio de
II do art. 195, e no art. 239 da Constituição; previdência (RPPS);
b) nos Estados, as parcelas entregues aos -Deduzem a Compensação Financeira entre regimes
Municípios por determinação constitucional; previdenciários;
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a -Deduzem a Contribuição dos Municípios para a
contribuição dos servidores para o custeio do formação do FUNDEB;
seu sistema de previdência e assistência social
-Deduzem as duplicidades.
e as receitas provenientes da compensação
financeira citada no § 9o do art. 201 da ESTADOS:
Constituição.
Além do que deduzem os Municípios, deduzem:
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 52
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

-Transferências Constitucionais para os Municípios. e) normas relativas ao controle de custos e à


avaliação dos resultados dos programas financiados
UNIÃO:
com recursos dos orçamentos;
Além do que deduzem os Estados e os Municípios,
f) demais condições e exigências para
deduzem:
transferências de recursos a entidades públicas e
-Transferências Legais para Estados e Municípios privadas;
(notem que a União deduz as transferências
Os § 1º e 3º deste artigo ainda estabelecem
Constitucionais e Legais, enquanto os Estados
que devem compor a LDO o anexo de Metas Fiscais
deduzem apenas as transferências Constitucionais de
(AMF) e o Anexo de Riscos Fiscais (ARF). O AMF tem o
recursos).
objetivo de estabelecer as metas anuais, em valores
UNIÃO – TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS E correntes e constantes, das receitas, despesas,
LEGAIS resultado nominal, resultado primário e montante da
dívida pública para o exercício a que se referirem e
ESTADOS – TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS para os dois seguintes. Já o ARF deve conter os
-A Contribuição patronal e dos empregados, passivos contingentes e os demais riscos fiscais
repassada ao INSS, para o financiamento da capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas. O
Seguridade Social; anexo deve destacar, ainda, quais providências devem
ser tomadas, caso tais fatos de fato ocorram.
-A Contribuição do PIS e do PASEP, utilizadas para
financiamento do seguro desemprego e do abono O Anexo de Metas Fiscais deve, ainda, conter:
para os inscritos nos referidos programas; 1) O demonstrativo do cumprimento das metas do
Considera-se no cálculo da RCL dos Estados e ano anterior;
Municípios, como Receita Corrente, a transferência 2) A apresentação das metas anuais, com impactos
recebida a título de ICMS Desoneração, conforme referentes aos últimos 3 anos e projeção para os dois
preceitua a LC 87/96 (Lei Kandir). Para a União, esse seguintes;
repasse de Recursos é dedução de Receita Corrente.
3) Evolução do Patrimônio Líquido e a destinação dos
7.4 INOVAÇÕES AOS INSTRUMENTOS DE recursos decorrentes de alienação de ativos (nos
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO últimos 3 exercícios);
A LRF também trouxe importantes inovações 4) A situação financeira e atuarial dos regimes de
ao processo integrado de planejamento e orçamento previdência e outros fundos atuariais;
governamental. Quanto ao PPA, o art. 3º apresentava
várias regras. Contudo, este artigo foi vetado, quando 5) A estimativa do impacto das renúncias de receita e
da sua sanção pelo presidente à época. Infelizmente, expansão das despesas obrigatórias de caráter
a única referência legal acerca do PPA, existente em continuado.
nosso ordenamento jurídico, continua sendo aquela
Olhem esta questão de concurso:
contida no art. 165, § 1º da CF/88.
3) (ESAF AFC STN 2005) A publicação da Lei
Quanto à LDO, o art. 4º estabelece vários
Complementar nº 101/00, denominada Lei de
requisitos adicionais a serem cumpridos:
Responsabilidade Fiscal (LRF), contribuiu para
Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o maior controle, organização e transparência do
disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e: orçamento. Com a LRF, a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) tornou-se o instrumento
I - disporá também sobre: mais importante para a obtenção do equilíbrio
a) equilíbrio entre receitas e despesas; permanente nas contas públicas. Identifique a
opção incorreta no tocante às exigências que a
b) critérios e forma de limitação de empenho, a LRF trouxe em relação à LDO.
ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do
inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do a) Estabelecer limitações à redução de
art. 31; despesas obrigatórias de caráter
continuado.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 53


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

b) Dispor sobre o controle de custos e A propósito, precisamos estabelecer três


avaliação dos resultados dos programas conceitos fundamentais a respeito do resultado do
financiados pelo orçamento. governo. Podemos ter, basicamente, três tipos de
resultado: O Resultado Nominal, o Resultado
c) Disciplinar as transferências de recursos a
Operacional e o Resultado Primário. Ambos estão
entidades públicas e privadas.
baseados na seguinte premissa: representam a
d) Estabelecer critérios e formas de limitação diferença entre Receitas e Despesas. O que vai
de empenho, na ocorrência de arrecadação diferenciar um modelo do outro é que valores
da receita inferior ao esperado, de modo a deverão ser deduzidos.
não comprometer as metas de resultado
No Resultado Nominal (RN), temos o último
primário e nominal, previstas para o
resultado obtido pelo governo, abrangendo todas as
exercício.
receitas e todas as despesas, inclusive as relacionadas
e) Quantificar o resultado primário a ser obtido a operações financeiras (despesas com juros1). Inclui-
com vistas à redução do montante da dívida se, também, a variação decorrente da correção
e das despesas com juros. monetária do período, caso haja desvalorização da
moeda com o passar do tempo. O RN é o resultado
global do governo, representando a variação líquida
4) (ESAF AFC CGU 2008) Com a publicação da Lei de do endividamento público em determinado período.
Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n. Chamamos o RN também de Necessidades de
101/2000), a Lei de Diretrizes Orçamentárias - Financiamento do Setor Público (NFSP). Se as receitas
LDO assumiu novas prerrogativas, entre as quais totais forem superiores às despesas totais, estamos
a de apresentar o Anexo de Metas Fiscais - AMF e diante de um superávit nominal. Caso contrário (D >
o Anexo de Riscos Fiscais - ARF. Em relação ao R), falamos que houve um déficit nominal.
AMF e ARF não se pode afirmar: No Resultado Operacional (RO), utilizamos o
a) No ARF, serão avaliados os passivos Resultado Nominal, excluindo do mesmo os efeitos
contingentes e outros riscos capazes de inflacionários do período. Ou seja, no RO
afetar as contas públicas, informando as desconsidero os efeitos da inflação nos saldos da
providências a serem tomadas, caso se dívida pública (e dos juros nominais) e dos ativos do
concretizem. Governo. Assim, estabeleço um critério uniforme de
b) o AMF estabelece as metas de Receita, avaliação do resultado obtido na gestão
Despesa, Resultado Primário e Nominal e governamental. Para chegarmos ao RO, basta
montante da dívida pública a serem pegarmos o RN e subtrair do mesmo os efeitos
observadas no exercício financeiro a que se inflacionários do período (RO = RN – efeitos
refere, além de indicar as metas fiscais para inflacionários). Segue abaixo uma representação
os dois exercícios seguintes. gráfica do RO e sua relação com o RN:
c) de acordo com as últimas Leis de
Diretrizes Orçamentárias da União, os riscos
fiscais podem ser classifi cados em duas
grandes categorias: Riscos orçamentários e
Riscos de dívida. RN RO
d) faz parte do AMF o demonstrativo da
estimativa e compensação da renúncia de
receita e da margem de expansão das
despesas obrigatórias de caráter
continuado.
e) considerando os riscos dos déficits atuariais Pelo gráfico acima, percebe-se que o RO está
dos sistemas de previdência, a LRF contido no RN. Mas, é possível que haja igualdade
determina que integre o ARF a avaliação da
1
situação financeira e atuarial do regime Mencionamos a expressão “despesas com juros” ao invés de operações financeiras
para facilitar o entendimento e nos acostumarmos com a linguagem usada pela ESAF,
próprio dos servidores públicos. principalmente. Contudo, sempre que mencionarmos tal expressão, entenda como o
saldo líquido das operações financeiras

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 54


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

entre o Resultado Operacional e Resultado Nominal? Temos um déficit primário quando a diferença
Sim! É possível, desde que não haja efeitos entre receitas e despesas, desconsiderando os efeitos
inflacionários no período. inflacionários e os juros líquidos reais, for menor do
que zero. Quando essa diferença for maior que zero,
RN = 100
estamos diante de um superávit primário.
Inflação = 0
Dos três superávits, qual é o mais importante?
RO = RN – efeitos inflacionários = 100 – 0 = 100 - - - - - O Primário! E por quê? Porque ele representa o
- - - RN = RO esforço fiscal do governo em ter uma gestão
responsável das finanças públicas, desconsiderando,
Temos um déficit operacional quando a para tanto, os efeitos financeiros de financiamentos
diferença entre receitas e despesas, desconsiderando obtidos e demais transações que geram esses
os efeitos inflacionários, for menor do que zero. encargos para o Estado (lembram que a condição
Quando essa diferença for maior que zero, estamos primeira para desafogar um déficit é diminuir o nível
diante de um superávit operacional. dos gastos públicos? Pois é, o indicador de
No Resultado Primário (RP2), temos o primeiro desempenho destas políticas é o resultado primário,
resultado obtido pelo Governo. Nele, além de se daí a grande importância de sua projeção no AMF e na
excluir os efeitos inflacionários do período, é LDO).
necessário também desconsiderar os efeitos Vejamos um exemplo com números para
financeiros decorrentes do pagamento de juros. facilitar o entendimento:
Podemos encontrar o RP de duas formas: 1)
Subtraindo do RO os juros líquidos reais do período NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO DO SETOR
(RP = RO – juros líquidos reais); 2) Subtraindo do RN, PÚBLICO (NFSP)
além dos juros líquidos reais do período, os efeitos
1. Receita Total 150.000
inflacionários (RP = RN – efeitos inflacionários – juros).
Segue abaixo uma representação gráfica do RP e sua Tributária 100.000
relação com o RN e o RO:
Contribuições 50.000
2. Despesa Total 90.000
Pessoal 50.000
Custeio 30.000
RN RO RP
ww Juros nominais da dívida público 10.000
.m
eg Correção Monetária (CM) 4.000
ali
nk- Juros Líquidos Reais (JLR) 6.000
ce.
co 3. Resultado Nominal (1 – 2) 60.000
m.
Pelo gráfico acima, percebe-se que o RP está
4. Resultado Operacional (3 – CM) 64.000
contido no RO e no RN. Mas,bré possível que haja
p
igualdade entre o Resultado Primário e os demais? 5. Resultado Primário (4 – JLR) 70.000
Sim! É possível. Desde que não haja efeitos
inflacionários nem juros líquidos reais no período. Na Vejamos, agora, algumas questões de concurso
prática, podemos ter déficit nominal, mas um sobre esse assunto:
superávit primário. Para que isto aconteça, basta 5) (ESAF STN 2008) Do ponto de vista fiscal, o déficit
haver altos pagamentos de juros pelo setor público, público é medido a partir do Resultado Primário.
decorrentes de empréstimos obtidos. Isso posto, é correto afirmar:
a) o Resultado Primário corresponde à
diferença entre receitas não-financeiras e
2 despesas não-financeiras.
As bancas de concurso mencionam que o Resultado
Primário é composto pela diferença entre Receitas b) entende-se por receita não-financeira: a
Primárias e Despesas Primárias. receita orçamentária arrecadada, mais as

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 55


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

operações de crédito, as receitas de termos de resultado primário no exercício


privatização e as receitas provenientes de financeiro correspondente, uma vez que
rendimentos de aplicações financeiras. criam para o ente da Federação um direito
junto ao setor privado interno e/ou externo,
c) entende-se por despesa não-financeira: a
tais como concessão de empréstimos e
despesa total, aí incluídas aquelas com
financiamentos, aquisição de títulos de
amortização e encargos da dívida interna e
crédito e representativos de capital já
externa (amortização mais juros).
integralizado, constituição ou aumento de
d) do ponto de vista fiscal, ou pelo critério capital de empresas e pagamento de juros e
"acima da linha", ocorre déficit público amortização de dívidas.
quando o total das receitas não- -financeiras
b) não pressionam ou aumentam o
é superior às despesas não-financeiras.
endividamento líquido do Governo em
e) nos casos em que o total das receitas termos de resultado primário no exercício
próprias de um ente público (sem considerar financeiro correspondente, uma vez que
empréstimos) é inferior às despesas criam para o ente da Federação uma
realizadas, temos um superávit primário. obrigação junto ao setor privado interno
apenas, tais como o pagamento de
6) (ESAF SEFAZ CE 2007) O demonstrativo da empréstimos e financiamentos, a venda de
execução orçamentária do Setor Público, em um títulos de crédito, constituição ou aumento
determinado exercício, apresentou o seguinte de capital de empresas e pagamento de
resultado em unidades monetárias: juros e amortização de dívidas.
Receita c) pressionam ou aumentam o endividamento
Receita Tributária-$ 3.000.000 líquido do Governo em termos de resultado
primário no exercício financeiro
Receita de Aplicações Financeiras-$ 600.000 correspondente, uma vez que criam para o
Receita de Operações de Crédito-$ 500.000 ente da Federação uma obrigação junto ao
setor privado interno e/ou externo, tais
Despesa como solicitação de empréstimos e
Despesas Correntes-$ 2.000.000 financiamentos, aquisição de títulos de
crédito e representativos de capital já
Despesa de Juros da Dívida Pública-$ 350.000 integralizado, constituição ou aumento de
Despesa de Capital-$ 500.000 capital de empresas e pagamento de juros e
amortização de dívidas.
Despesa de Amortização da Dívida Pública-$
700.000 d) não pressionam ou diminuem o
endividamento líquido do Governo em
Identifique, nas opções abaixo, o montante que termos de resultado primário no exercício
corresponda ao resultado primário desse financeiro correspondente, uma vez que
exercício. criam para o ente da Federação uma
obrigação junto ao setor privado interno,
A) $ 1.050.000
tais como concessão de empréstimos e
B) $ 550.000 financiamentos, aquisição de títulos de
crédito e representativos de capital já
C) $ 700.000
integralizado, constituição ou aumento de
D) $ 500.000 capital de empresas e pagamento de juros e
amortização de dívidas.
E) $ 200.000
e) diminuem o endividamento líquido do
7) (FCC Analista Ministerial MPE-PE 2006)
Governo em termos de resultado primário
Consideram-se como despesas financeiras
no exercício financeiro correspondente, uma
aquelas que
vez que criam para o ente da Federação um
a) não pressionam ou aumentam o direito junto ao setor privado interno e/ou
endividamento líquido do Governo em externo, tais como concessão de

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 56


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

empréstimos e financiamentos, aquisição de de despesas efetuadas), o Governo necessita efetuar


títulos de crédito e representativos de a limitação de Empenho, nos limites e critérios
capital já integralizado, constituição ou estabelecidos na LDO. A verificação é feita
aumento de capital de empresas e comparando o que foi realizado com o que estava
pagamento de juros e amortização de previsto nas metas de resultado nominal e primário,
dívidas. constantes no AMF. Cada poder, por ato próprio,
deverá promover a redução de empenhos até que a
Quanto à LOA, a LRF, no art. 5º, consagrou a
situação se restabeleça aos patamares previstos. À
vinculação entre planejamento e orçamento,
medida que for ocorrendo o restabelecimento da
estabelecendo a obrigatoriedade de observação,
receita, as dotações reduzidas serão recompostas
quando da elaboração do projeto de lei orçamentária,
proporcionalmente à recuperação da receita.
da compatibilidade deste com o PPA e a LDO.
Detalhe: caso os demais poderes não
Outra inovação trazida pela Lei foi a
promovam a limitação de empenho, em 30 dias, fica
normatização da Reserva de Contingência, calculada
autorizado o poder executivo a fazê-lo (esse artigo
através de percentual incidente sobre a RCL. Sua
está com sua eficácia suspensa pelo STF, através da
utilização deve estar disciplinada na Lei de Diretrizes
ADI 2238-5. Entende a corte suprema que, ao invadir
Orçamentárias (LDO) e só pode ser usada para a
a esfera de competência de cada poder, o Executivo,
cobertura de Passivos Contingentes e Riscos Fiscais
ao promover a limitação de empenho dos demais
imprevistos, capazes de afetar o equilíbrio das contas
poderes, está interferindo na independência dos
públicas.
mesmos).
Dois pontos de suma importância constam no
Não será objeto de limitação de empenho as
parágrafo 4º e 5º do mesmo artigo. Dizem respeito à
despesas vinculadas a obrigações constitucionais e
consignação de créditos ordinários constantes na LOA.
legais, inclusive aquelas decorrentes de pagamento
Não é possível dotar a Lei Orçamentária de crédito
dos juros da dívida pública (serviço da dívida).
com finalidade específica ou com valor ilimitado. Isto
quer dizer que não pode haver, no orçamento,
programas com denominações gerais, do tipo:
7.6 RECEITAS PÚBLICAS E RENÚNCIA DE RECEITA
despesas diversas, programa de atenção básica e
geral (sem especificação do tipo de programa), Art. 11. Constituem requisitos essenciais da
despesas gerais entre outros congêneres. responsabilidade na gestão fiscal a
instituição, previsão e efetiva arrecadação de
Também não é possível a vigência de dotação
todos os tributos da competência
para investimento ultrapassando o exercício
constitucional do ente da Federação.
financeiro, sem que haja expressa previsão e
vinculação com os programas estabelecidos no PPA. Parágrafo único. É vedada a realização de
Inclusive, esta disposição consta no art. 167, § 1º da transferências voluntárias para o ente que
CF/88, sendo considerado crime de responsabilidade não observe o disposto no caput, no que se
seu descumprimento. refere aos impostos.
Constitui responsabilidade na gestão fiscal da
Receita a instituição, arrecadação e cobrança de todos
7.5 ESTABELECIMENTO DE METAS PARA A EXECUÇÃO
os tributos de competência de cada Ente
ORÇAMENTÁRIA
Governamental. Isto implica dizer que, cada esfera
Até trinta dias após a aprovação da LOA, o política (União, Estados, DF e Municípios) deve ter
Poder Executivo precisa publicar a programação especial atenção a sua gestão tributária.
financeira e o cronograma mensal de desembolso,
A LRF estabelece sanção administrativa para
através de Decreto. Esses documentos representam o
os Entes que não cumprem este dispositivo. Contudo,
planejamento financeiro necessário para garantir que
deve-se observar a instituição, arrecadação e
todas as despesas serão pagas com as receitas
cobrança dos impostos, apenas. Se os impostos não
arrecadadas.
forem instituídos e arrecadados, o Ente em questão
Contudo, caso isto não esteja ocorrendo (ou fica proibido de receber transferências voluntárias.
seja, houve queda na arrecadação e,
Por exemplo: no caso dos Estados, pressupõe
consequentemente, riscos de atraso nos pagamentos
gestão fiscal responsável da receita e previsão,
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 57
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

instituição e efetiva arrecadação de todos os tributos § 3º O Poder Executivo de cada ente colocará
sob sua competência – Impostos (IPVA, ICMS, ITCD), à disposição dos demais Poderes e do Ministério
Taxas e Contribuições. Contudo, só será aplicada a Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final
sanção de vedação ao recebimento de transferências para encaminhamento de suas propostas
voluntárias a não previsão, instituição e efetiva orçamentárias, os estudos e as estimativas das
arrecadação de seus impostos (IPVA, ICMS, ITCD). receitas para o exercício subseqüente, inclusive da
corrente líquida, e as respectivas memórias de
A preocupação da LRF, no caso dos Estados, é
cálculo.
de garantir que tais entes federados possuam alguma
margem de independência financeira, ou seja, que Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as
não dependam exclusivamente das transferências receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder
recebidas da União para financiamento dos seus Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com
gastos públicos. a especificação, em separado, quando cabível, das
medidas de combate à evasão e à sonegação, da
Outro exemplo: no caso dos Municípios,
quantidade e valores de ações ajuizadas para
pressupõe gestão fiscal responsável da receita e
cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do
previsão, instituição e efetiva arrecadação de todos os
montante dos créditos tributários passíveis de
tributos sob sua competência – Impostos (IPTU,
cobrança administrativa.
ISSQN, ITBI), Taxas e Contribuições. Contudo, só será
aplicada a sanção de vedação ao recebimento de Quanto à realização de operações de crédito,
transferências voluntárias a não previsão, instituição e o art. 12, parágrafo 2º, está também com a sua
efetiva arrecadação de seus impostos (IPTU, ISSQN, eficácia suspensa, em virtude da ADI 2238-5. A
ITBI). justificativa diz respeito ao conflito existente com a
Constituição Federal, art. 167, III. A única diferença
A preocupação da LRF, no caso dos
entre ambos é que o dispositivo constitucional é mais
Municípios, é de garantir que tais entes federados
abrangente, incluindo na ressalva da regra de ouro
possuam alguma margem de independência
(operações de créditos não podem ser maiores que as
financeira, ou seja, que não dependam
despesas de capital do exercício), os créditos
exclusivamente das transferências recebidas da União
suplementares ou especiais abertos com finalidade
ou dos Estados para financiamento dos seus gastos
precisa, autorizados previamente pelo poder
públicos.
Legislativo. Como a LRF limitou-se a citar a regra geral,
Lembrem-se: sem dispor as ressalvas, foi de encontro com a CF.
Como sabemos, uma Lei Complementar não tem
GESTÃO FISCAL RESPONSÁVEL DA RECEITA – competência para limitar dispositivo constitucional
TRIBUTOS sem que haja autorização expressa no texto maior.
SANÇÃO (VEDAÇÃO AO RECEBIMENTO DE TRANSF. Já caiu uma questão de concurso sobre esse
VOLUNT.) – IMPOSTOS assunto:
Art. 12. As previsões de receita 8) (ESAF AFC MPOG 2002) No tocante à Lei de
observarão as normas técnicas e legais, considerarão Responsabilidade Fiscal, identifique a chamada
os efeitos das alterações na legislação, da variação “Regra de Ouro”.
do índice de preços, do crescimento econômico ou
de qualquer outro fator relevante e serão A) A transparência na gestão fiscal é o principal
acompanhadas de demonstrativo de sua evolução instrumento para o controle social.
nos últimos três anos, da projeção para os dois
B) As penalidades alcançam todos os
seguintes àquele a que se referirem, e da
responsáveis dos Três Poderes da União,
metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
Estados, Distrito Federal e Municípios, e
§ 1º Reestimativa de receita por parte do todo cidadão será parte legítima para
Poder Legislativo só será admitida se comprovado denunciar.
erro ou omissão de ordem técnica ou legal.
C) A Lei de Responsabilidade Fiscal é
§ 2º O montante previsto para as receitas de importante para o país, porque representa
operações de crédito não poderá ser superior ao das um enorme avanço na forma de administrar
despesas de capital constantes do projeto de lei os recursos públicos.
orçamentária.
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 58
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

D) A contratação de operações de crédito em I - demonstração pelo proponente de que a


cada exercício fica limitada ao montante da renúncia foi considerada na estimativa de receita da
despesa de capital. lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não
afetará as metas de resultados fiscais previstas no
E) Nenhum ato que provoque aumento da
anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
despesa de pessoal, nos Poderes Legislativo
e Executivo, poderá ser editado nos 180 II - estar acompanhada de medidas de
dias anteriores ao final da legislatura ou compensação, no período mencionado no caput, por
mandato dos chefes do Poder Executivo. meio do aumento de receita, proveniente da
elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo,
Conforme dispõe a LRF, serão, no mínimo, quatro
majoração ou criação de tributo ou contribuição.
as premissas a serem utilizadas para a elaboração
da Receita Prevista que comporá o PLOA: § 1º A renúncia compreende anistia, remissão,
subsídio, crédito presumido, concessão de isenção
a) Normas Legais Vigentes (especialmente os
em caráter não geral, alteração de alíquota ou
comandos da LDO);
modificação de base de cálculo que implique redução
b) Efeitos das alterações na Legislação Tributária discriminada de tributos ou contribuições, e outros
(desde que autorizadas previamente pela benefícios que correspondam a tratamento
LDO); diferenciado.
c) Efeitos decorrentes da Inflação do Período § 2º Se o ato de concessão ou ampliação do
(variação nos índices de preços); incentivo ou benefício de que trata o caput deste
artigo decorrer da condição contida no inciso II, o
d) Efeitos decorrentes do crescimento da benefício só entrará em vigor quando implementadas
economia. as medidas referidas no mencionado inciso.
e) Deve-se considerar, ainda, qualquer outro § 3o O disposto neste artigo não se aplica:
fator relevante, desde que conste a
possibilidade de ocorrência na LDO. I - às alterações das alíquotas dos impostos
previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da
Toda estimativa deve estar acompanhada de Constituição, na forma do seu § 1o;
demonstrativo da evolução das receitas nos últimos
três anos e de sua projeção para os dois seguintes, II - ao cancelamento de débito cujo montante
junto à memória de cálculo e premissas utilizadas seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.
(dentre as citadas na lista acima).
Para que seja efetivada Renúncia de Receita, é
Uma vez elaborada a previsão da Receita e preciso que haja estimativa do impacto de sua
enviada pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional, implantação no exercício que deva entrar em vigor e
esta só poderá ser alterada pelo Poder Legislativo nos dois subseqüentes, além de atender às demais
caso verifique-se, de forma comprovada, que houve determinações constantes na LDO e a pelo menos
erro ou omissão de ordem técnica ou legal. Não é uma das seguintes características:
permitido, portanto, que haja remanejamento ou
a) Que a Renúncia de Receita não afetará as
reestimativa de previsões orçamentárias de receita de
metas fiscais do governo;
forma indiscriminada.
b) Medidas compensatórias que originem
Dispõe a LRF desta maneira acerca da
aumento permanente de receita (elevação de
Renúncia de Receita:
alíquotas, ampliação da base de cálculo,
Art. 14. A concessão ou ampliação de majoração ou criação de tributo ou
incentivo ou benefício de natureza tributária da qual contribuição) – no exercício que entrar em
decorra renúncia de receita deverá estar vigor e nos dois seguintes;
acompanhada de estimativa do impacto
Não se aplica o disposto nesta seção aos
orçamentário-financeiro no exercício em que deva
seguintes tributos de competência da União: II
iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao
(Imposto de Importação), IE (Imposto de Exportação),
disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo
IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) e IOF
menos uma das seguintes condições:
(Imposto Sobre Operações Financeiras). Também não

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 59


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

se aplica nos casos de cancelamento de dívidas ativas aumento de receita proveniente de elevação de
cujo custo de cobrança é superior ao valor do crédito. tributos.
Portanto: caso o poder público promova, em 10) (ESAF ANA Analista 2009) De acordo com a Lei
qualquer de seus atos, renúncia de receita (a renúncia de Responsabilidade Fiscal, constituem requisitos
compreende anistia, remissão, subsídio, crédito essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a
presumido, concessão de isenção em caráter não instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de
geral, alteração de alíquota ou modificação de base todos os tributos da competência constitucional
de cálculo que implique redução discriminada de do ente da Federação. Nos casos em que um
tributos ou contribuições, e outros benefícios que determinado ente deixe de observar tal
correspondam a tratamento diferenciado), é preciso dispositivo, ser-lhe-á vedada:
comprovar que esta medida não comprometerá as
a) a realização de transferências obrigatórias,
metas fiscais previstas no AMF e que a mesma estava
qualquer que seja o tributo.
prevista quando da elaboração da LOA. O impacto
deve ser verificado para o ano de referência e para os b) a realização de transferências obrigatórias,
dois seguintes. no que se refere aos impostos.
Além disso, tal medida precisa estar c) a realização de transferências voluntárias,
acompanhada por aumento permanente de outra qualquer que seja o tributo.
receita. Não é permitida a diminuição permanente de
despesa, pois isso acarretaria uma diminuição da d) a realização de transferências voluntárias,
proposta orçamentária, ocasionando mitigação de no que se refere aos impostos.
políticas governamentais. e) a realização de transferências obrigatórias e
Mais uma questão de concurso: voluntárias, no que se refere aos impostos.

9) (ESAF Fiscal Natal 2008) A partir da vigência da


Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a concessão 7.7 REGRAS INERENTES AO AUMENTO DA DESPESA
ou ampliação de incentivos e o benefício de PÚBLICA
natureza tributária da qual decorra Renúncia de
Receita estão sujeitas a regras mais rígidas. Com Vejamos o que a LRF traz no seu art. 15:
relação à Renúncia de Receita e à LRF, identifique Art. 15. Serão consideradas não autorizadas,
a opção falsa entre as indicadas abaixo. irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração
a) A renúncia de receita deverá estar de despesa ou assunção de obrigação que não
acompanhada de estimativa de impacto atendam o disposto nos arts. 16 e 17.
orçamentário - financeiro no exercício em que
deva iniciar sua vigência e nos dois exercícios Despesa Pública nada mais é do que o
seguintes. instrumento, utilizado pelo governo para a
viabilização das políticas públicas, necessário ao
b) A renúncia de receita compreende anistia, atendimento dos objetivos principais do Estado:
remissão, subsídio, crédito presumido, concessão promoção do bem-estar e diminuição das
em caráter não geral, alteração de alíquota ou desigualdades sociais.
modificação de base de cálculo que implique
redução discriminada de tributos ou Através da realização de despesas, o governo
contribuições. contrai obrigações (por exemplo, desde o Empenho
há a geração de obrigação futura de pagamento para
c) Cada governante deverá demonstrar que a o Estado), financiáveis por intermédio da arrecadação
renúncia de receita foi considerada na Lei das receitas públicas, em observância ao princípio do
Orçamentária Anual (LOA). equilíbrio orçamentário (R = D).
d) A renúncia de receita não poderá afetar as metas Só é possível se executar despesa pública caso
previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias haja prévia e expressa fixação legal. Tal fixação se dá
(LDO). através da Lei Orçamentária Anual (LOA). Contudo,
e) Cada governante deverá demonstrar que a além de constar em Lei, a geração de despesa ou
renúncia de receita não será compensada por assunção de compromisso deve observar as regras
constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal, sob
pena de tais atos serem considerados não
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 60
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

autorizados, irregulares e lesivos ao patrimônio trabalho, não sejam ultrapassados os limites


público, nos termos dos art. 15, 16 e 17. estabelecidos para o exercício;
O que são despesas irregulares? São aquelas II - compatível com o plano plurianual e a lei
efetuadas em descumprimento à regra jurídica posta. de diretrizes orçamentárias, a despesa que se
conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e
O que são despesas lesivas ao patrimônio
metas previstos nesses instrumentos e não infrinja
público? São aquelas que, caso sua execução não
qualquer de suas disposições.
obedeça aos dispositivos da LRF, representam
prejuízo aos cofres públicos. Qualquer prática § 2o A estimativa de que trata o inciso I do
exercida por agente, público ou não, configurando-se caput será acompanhada das premissas e
prejuízo ao erário, é considerada ato de improbidade metodologia de cálculo utilizadas.
administrativa, passível de sanções, conforme dispõe
O artigo 16 descreve regra interessante acerca
a Lei 8.429/92.
da assunção de compromissos por parte do poder
O que são despesas não autorizadas? público. Estabelece que qualquer ação governamental
Qualquer geração de despesa, ou assunção de a qual acarrete aumento de despesa (Criação,
obrigação de pagamento, deve possuir como vertente Expansão ou Aperfeiçoamento da ação) deverá estar
o impacto financeiro no orçamento e a sincronia com acompanhada de demonstrativo do impacto
os instrumentos de planejamento previstos na orçamentário-financeiro da implantação no exercício
Constituição Federal de 88 (PPA, LDO e LOA). A em que vá entrar em vigor e nos dois seguintes
execução de despesa sem o respaldo da LRF (arts. 15 (marco temporal geral de análise dos impactos).
a 17) será considerada não autorizada, ou seja, não
Eis o detalhe: a ação governamental deve
poderá subtrair recursos do orçamento público.
representar aumento no volume de despesas e seu
Portanto, o orçamento público não deve autorizar a
impacto deverá estar evidenciado, abrangendo
execução de despesas fora dos preceitos legais
cobertura orçamentária e financeira pelo prazo de 3
expostos pela LRF.
anos.
Concluindo: a expansão de gasto público que
Além disso, o ordenador da despesa deve
não observar as regras expostas nos arts. 15, 16 e 17
expedir declaração afirmando que tal impacto guarda
da LRF é considerada irregular (ou fora dos
adequação com os instrumentos legais de
parâmetros legais - ilegal), lesiva ao patrimônio
planejamento e orçamento governamental (Lei
público (constitui crime de improbidade
Orçamentária Anual, Plano Plurianual e Lei de
administrativa) e não autorizada (ou seja, o
Diretrizes Orçamentárias). Qualquer despesa que não
orçamento público não deve permitir sua execução).
observe essa adequação é considerada irregular, não
Art. 16. A criação, expansão ou autorizada e lesiva ao patrimônio público.
aperfeiçoamento de ação governamental que
Neste ponto, a LRF trouxe uma clara inovação
acarrete aumento da despesa será acompanhado de:
no sentido de atribuir responsabilidade aos
I - estimativa do impacto orçamentário- signatários do processo de planejamento e execução
financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e orçamentária. É o que nós denominamos de
nos dois subseqüentes; accountability (e até citamos isso na primeira aula,
como um dos pilares da LRF).
II - declaração do ordenador da despesa de
que o aumento tem adequação orçamentária e Ao considerar esse tipo de prática (não
financeira com a lei orçamentária anual e demonstrar o impacto orçamentário-financeiro do
compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de aumento do gasto no marco temporal de 3 anos; e
diretrizes orçamentárias. não constar declaração do ordenador de despesa da
adequação do gasto junto ao PPA, LDO e LOA) como
§ 1o Para os fins desta Lei Complementar,
despesa irregular, ou não autorizada, ou, ainda, lesiva
considera-se:
ao patrimônio público, a LRF trouxe a possibilidade de
I - adequada com a lei orçamentária anual, a tipificar tal prática como crime, coisa que foi feita pela
despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou Lei 10.028/00 – Lei de Crimes Fiscais.
que esteja abrangida por crédito genérico, de forma
A Lei 10.028/00 inseriu um capítulo no Código
que somadas todas as despesas da mesma espécie,
Penal Brasileiro (CP), “dos crimes contra as Finanças
realizadas e a realizar, previstas no programa de
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 61
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Públicas”. O art. 359-D dispõe que ordenar despesa Convite são consideradas irrelevantes (isto é apenas
não autorizada por Lei traz como pena: Reclusão, de 1 um exemplo, podendo cada ente estipular tal valor).
(um) a 4 (quatro) anos. Portanto, não precisam observar as regras constantes
no art. 16.
Além disso, a Lei 8.429/92 (Lei de
Improbidade Administrativa) estabelece que os atos Dispõe, ainda, o parágrafo quarto, que se
de improbidade que acarretem prejuízo ao erário têm constitui condição necessária para o início da
por conseqüência, aos seus responsáveis, a execução da despesa (licitação e empenho) a
necessidade de se dar integral ressarcimento aos observância das normas constantes no art. 16. Aplica-
cofres públicos (art. 5º). Caberá, ainda, à autoridade se o mesmo dispositivo nos casos de desapropriação
administrativa responsável pelo inquérito de bens imóveis urbanos, para fins de desapropriação
administrativo, representar ao Ministério Público para por interesse social relevante, sendo esta feita através
a indisponibilidade dos bens do indiciado (art. 7º). de prévia e justa indenização em dinheiro (CF, art.
182, § 3º).
A adequação do gasto junto à LOA deve
observar o prazo de vigência dos créditos (limite ____________________________________________
máximo de 12 meses – princípio orçamentário da ____________________________________________
anualidade), sendo que tal dotação deve ser
Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter
específica e suficiente (princípio orçamentário da
continuado a despesa corrente derivada de lei,
especificação).
medida provisória ou ato administrativo normativo
Por fim, o aumento de despesa deve estar que fixem para o ente a obrigação legal de sua
acompanhado da sua memória de cálculo execução por um período superior a dois exercícios.
comprobatória, incluindo as premissas utilizadas para
§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem
composição dos valores.
despesa de que trata o caput deverão ser instruídos
Continuemos lendo os dispositivos seguintes: com a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e
demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.
____________________________________________
____________________________________________ § 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o
ato será acompanhado de comprovação de que a
§ 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a
despesa criada ou aumentada não afetará as metas de
despesa considerada irrelevante, nos termos em que
resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1o
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
do art.4o, devendo seus efeitos financeiros, nos
§ 4o As normas do caput constituem condição períodos seguintes, ser compensados pelo aumento
prévia para: permanente de receita ou pela redução permanente
de despesa.
I - empenho e licitação de serviços,
fornecimento de bens ou execução de obras; § 3o Para efeito do § 2o, considera-se
aumento permanente de receita o proveniente da
II - desapropriação de imóveis urbanos a que elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo,
se refere o § 3o do art. 182 da Constituição. majoração ou criação de tributo ou contribuição.
A LRF afasta das rígidas normas inerentes à § 4o A comprovação referida no § 2o,
expansão dos gastos públicos as despesas apresentada pelo proponente, conterá as premissas e
consideradas irrelevantes. O objetivo foi o de não metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do
tornar a máquina pública ainda mais burocratizada exame de compatibilidade da despesa com as demais
inclusive para execução de despesas de pequena normas do plano plurianual e da lei de diretrizes
monta. orçamentárias.
Quem deve atribuir tal característica aos § 5o A despesa de que trata este artigo não
diversos tipos de gastos é a Lei de Diretrizes será executada antes da implementação das medidas
Orçamentárias (LDO). Critérios objetivos têm sido referidas no § 2o, as quais integrarão o instrumento
escolhidos para a definição de quais despesas são que a criar ou aumentar.
irrelevantes. O critério mais comum é o de definir um
percentual sobre a modalidade licitatória Convite. § 6o O disposto no § 1o não se aplica às
Geralmente, os entes públicos definem que despesas despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao
correspondentes a 5% do valor previsto para o
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 62
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

reajustamento de remuneração de pessoal de que margem de expansão (ou aumento permanente de


trata o inciso X do art. 37 da Constituição. receita, ou diminuição permanente de outra despesa),
INCLUINDO as medidas que acarretaram o aumento
§ 7o Considera-se aumento de despesa a
ou criação da despesa.
prorrogação daquela criada por prazo determinado.
Como vimos, quanto à receita, só seria
O Art. 17 estabelece regras necessárias ao
efetivada a renúncia se as medidas de compensação
correto entendimento das despesas obrigatórias de
fossem integralmente concretizadas. Quanto à
caráter continuado (DOCC). Para a LRF, DOCC é
despesa, o tratamento é idêntico.
qualquer obrigação que surja em virtude de Lei,
Medida Provisória, ou Instrumento Normativo Detalhe importante: prorrogação de despesa
congênere, criando obrigação para o Ente público com com prazo determinado é enquadrada como aumento
prazo superior a dois exercícios. de despesa (DOCC), e, conforme a LRF, deve passar
pelos mesmos procedimentos de justificativa do
Detalhe Importante: só consideramos DOCC
acréscimo.
Despesas Correntes. Já caíram em vários concursos,
tentando enganar nos candidatos, que DOCC As regras inerentes às DOCC não se aplicam
poderiam ser Despesas de Capital. Isso não é verdade. ao reajustamento de salários de servidores públicos,
conforme dispõe o Art. 37, X, da CF (correção
DOCC = DESPESAS CORRENTES COM DURAÇÃO
inflacionária anual), nem quanto ao pagamento dos
SUPERIOR A DOIS EXERCÍCIOS
juros da dívida pública.
Os critérios de justificativa, através de
Vejamos uma questão de concurso:
metodologia de cálculo e premissas adotadas, com
marco temporal de 3 exercícios (no exercício em que 10) (ESAF AFC STN 2008) Segundo dispõe a Lei
vá entrar em vigor a DOCC e nos dois seguintes), além Complementar n. 101/2000 - Lei de
de adequação com os instrumentos legais de Responsabilidade Fiscal - LRF, as despesas de
planejamento e execução orçamentária (PPA, LDO, caráter continuado são as que têm a seguinte
LOA) – conforme dispõe o conteúdo do art. 16, devem característica:
ser também observados quando da criação e/ou
A) são as despesas correntes e de capital
expansão das despesas obrigatórias de caráter
definidas como necessárias à manutenção
continuado.
dos projetos criados no Plano Plurianual -
Assim como na Receita, é preciso justificar se PPA.
a ampliação da margem das despesas obrigatórias de
B) são as despesas correntes e de capital
caráter continuado está prevista nas metas fiscais do
destinadas ao custeio da máquina
AMF e se houve demonstradas medidas de
administrativa decorrentes de
compensação, no exercício em que vá entrar em vigor
determinações da Lei de Diretrizes
e nos dois seguintes: quer seja por aumento
Orçamentárias - LDO.
permanente de receita, que seja por diminuição de
outra despesa. C) são os gastos relativos à implantação de
programas e serviços decorrentes da
A LRF considera aumento permanente de
reestruturação de órgãos do Estado.
receita:
D) são as despesas correntes derivadas de lei,
- a proveniente da elevação de alíquotas
medida provisória ou ato administrativo
- da ampliação da base de cálculo normativo que fixe para o ente a obrigação
legal de sua execução por um período
- da majoração ou criação de tributo ou contribuição.
superior a dois exercícios.
Tais medidas devem estar acompanhadas com
E) são os gastos permanentes oriundos de
a memória de cálculo e as premissas utilizadas, além,
determinação legal ou judicial e que devem
claro, da observância da compatibilidade do aumento
ser pagos com recursos dos exercícios
da despesa com as normas previstas no PPA e LDO.
seguintes.
Detalhe Importante: assim como na Receita, o
11) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal,
aumento das DOCC não será efetivado antes de
considera-se obrigatória de caráter continuado a
implementadas as medidas de compensação da
despesa corrente derivada de lei, medida
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 63
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

provisória ou ato administrativo normativo, que do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda


fixe para o ente a obrigação legal de sua Constitucional no 19 (servidores dos territórios
execução: federais transformados em Estados – AP e RR – cargos
em extinção);
a) por um período superior a três exercícios.
VI - com inativos, ainda que por intermédio de
b) por um período superior a dois exercícios.
fundo específico, custeadas por recursos
c) até o encerramento do Plano Plurianual provenientes:
vigente.
a) da arrecadação de contribuições dos
d) até o encerramento do Plano Plurianual segurados;
subsequente.
b) da compensação financeira de que trata o §
e) por um período superior a um exercício. 9o do art. 201 da Constituição;
c) das demais receitas diretamente
arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade,
7.8 LIMITES E VEDAÇÕES inclusive o produto da alienação de bens, direitos e
7.8.1 LIMITE DE GASTOS COM PESSOAL ativos, bem como seu superávit financeiro.

Outra inovação trazida pela LRF guarda § 2o Observado o disposto no inciso IV do §


relação com os limites de gastos com pessoal dos 1o, as despesas com pessoal decorrentes de
poderes e esferas da Administração Pública. Os limites sentenças judiciais serão incluídas no limite do
gerais por esfera de governo foram assim respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
estabelecidos: (observar o regime de competência).

UNIÃO: 50% Houve também a repartição desses limites


globais por poder, tudo constante no art. 20 da LRF.
ESTADOS E DF: 60% Os limites dos órgãos do Legislativo e Judiciário foram
MUNICÍPIOS: 60% distribuídos com base na média de gastos com
pessoal dos últimos três anos anteriores à publicação
Contudo, alguns gastos efetivados pelos Entes da Lei. Observação importante: para critério de
governamentais podem ser desconsiderados, quando cálculo dos limites de pessoal, os gastos dos Tribunais
do cálculo do montante de gastos com pessoal para de Contas (TCU, na União; TCE’s e TCM’s nos Estados
fins de limite de gastos: e DF; e TCM nos municípios de São Paulo e do Rio de
§ 1o Na verificação do atendimento dos Janeiro) serão incorporados ao respectivo Poder
limites definidos neste artigo, não serão computadas Legislativo de cada esfera.
as despesas: Art. 20. A repartição dos limites globais do art.
I - de indenização por demissão de servidores 19 não poderá exceder os seguintes percentuais:
ou empregados; I - na esfera federal:
II - relativas a incentivos à demissão a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por
voluntária; cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de
III - derivadas da aplicação do disposto no Contas da União;
inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição; (Horas b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
Extras do Congresso Nacional, em virtude de
convocação extraordinária) c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos
por cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três
IV - decorrentes de decisão judicial e da por cento) para as despesas com pessoal decorrentes
competência de período anterior ao da apuração a do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da
que se refere o § 2o do art. 18; (despesas de exercícios Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no
anteriores) 19, repartidos de forma proporcional à média das
V - com pessoal, do Distrito Federal e dos despesas relativas a cada um destes dispositivos, em
Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos percentual da receita corrente líquida, verificadas nos
transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV três exercícios financeiros imediatamente anteriores
ao da publicação desta Lei Complementar;
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 64
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

d) 0,6% (seis décimos por cento) para o a) estabeleceu um limite para as despesas de
Ministério Público da União; pessoal, como percentual da Receita
Corrente Líquida, para cada nível de
II - na esfera estadual:
governo, além de estabelecer subtetos
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, específicos para cada um poderes.
incluído o Tribunal de Contas do Estado;
b) além de proibir que a despesa com pessoal
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; ultrapasse 50% da Receita Corrente Líquida,
independentemente do nível de governo,
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o estabeleceu um teto de remuneração
Executivo; específico para presidentes, governadores e
d) 2% (dois por cento) para o Ministério prefeitos.
Público dos Estados; c) reforçou a proibição de despesas com
III - na esfera municipal: pessoal acima de 60% da Receita Tributária
Disponível para cada governo, além de
a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, estabelecer um teto máximo para os
incluído o Tribunal de Contas do Município, quando poderes executivos de 50% da RTD.
houver;
d) proibiu o uso de recursos tributários
b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o oriundos de transferências constitucionais
Executivo. para o pagamento de despesas com pessoal,
§ 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de além de proibir a contratação de dívidas nos
cada esfera, os limites serão repartidos entre seus últimos meses de governo sem previsão de
órgãos de forma proporcional à média das despesas recursos suficientes para saldá-las.
com pessoal, em percentual da receita corrente e) limitou as despesas com pessoal a 60% da
líquida, verificadas nos três exercícios financeiros Receita Corrente Líquida para todos os níveis
imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei de governo, estabelecendo, ainda, subtetos
Complementar. específicos para cada um dos poderes.
Detalhe Importante: o parágrafo 1º traz 13) (ESAF AFC TCU 2000) A Lei de Reponsabilidade
importante regra acerca da definição dos limites dos Fiscal constitui um avanço importante para
órgãos do Judiciário e Legislativo. Cabe aqui combater o crônico desequilíbrio da
importante observação, pois a LRF não definiu os Administração Pública. Identifique, nas opções
limites de gastos com pessoal dos Tribunais de abaixo, a afirmativa que não traduz a
Contas. Contudo, como, pela lei, os TC’s compõem os preocupação da Lei de Reponsabilidade Fiscal.
gastos do Legislativo, os percentuais globais desse
poder devem comportar os gastos dos TC’s. A A) Definir as metas fiscais anuais para os três
distribuição dos percentuais específicos de cada TC’s e exercícios seguintes.
da casa legislativa foi definida com base nas médias B) Criar mecanismos de compensação para as
de gastos dos últimos três anos anteriores à vigência despesas de caráter permanente.
da LRF.
C) Limitar a relação entre a Receita Total e os
O aumento das despesas de pessoal deve gastos públicos com pessoal.
obediência aos preceitos básicos para expansão dos
gastos governamentais. Além disso, é nulo qualquer D) Fixar limites para o endividamento público.
ato que acarrete aumento de despesa, praticado nos
E) Impor limites de gastos com despesas de
últimos 180 dias de mandato do titular do respectivo
pessoal.
órgão público.
Se a despesa com pessoal ultrapassar 95% do
Vamos a mais uma questão de concurso:
limite respectivo (esse é o conhecido limite
12) (FCC IPEA Tec. Desenv. e Adm. 2004) A aprovação prudencial), algumas atitudes já precisam ser tomadas
da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC.101/2000) para que se impeça o alcance do limite de gastos com
teve um impacto significativo nos padrões da pessoal. A partir desse ponto, qualquer ato que
gestão fiscal da administração pública nos três acarrete aumento de despesa fica proibido (aumentos
níveis de governo. Entre outros aspectos, a LRF de salário acima da reposição inflacionária, criação de
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 65
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

cargos públicos, nomeação de servidores, pagamento aposentadoria ou de falecimento de


de horas extras – exceto quando há convocação servidores das áreas de educação, saúde e
extraordinária, a pedido do Presidente da República, segurança.
do Congresso Nacional, na forma do art. 57 da CF –
entre outros). Cuidado: a revisão geral de salários,
prevista na CF/88, art. 37, X, está garantida, 7.8.2 TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS
independente de que nível esteja o limite de gastos. A
verificação desse limite será feita a cada Assim dispõe a LRF acerca das transferências
quadrimestre, através de demonstrativo próprio voluntárias:
constante do Relatório de Gestão Fiscal (RGF). Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar,
Se a despesa com pessoal ultrapassar os entende-se por transferência voluntária a entrega de
limites, em cada poder ou esfera de governo, além recursos correntes ou de capital a outro ente da
das medidas a serem tomadas quando é alcançado o Federação, a título de cooperação, auxílio ou
limite prudencial, outras deverão ser acrescentas à assistência financeira, que não decorra de
lista de procedimentos, visando à recondução dos determinação constitucional, legal ou os destinados
limites: redução de 20% dos cargos comissionados, ao Sistema Único de Saúde.
demissão de servidores não estáveis entre outras § 1o São exigências para a realização de
medidas. Os limites devem ser reconduzidos em dois transferência voluntária, além das estabelecidas na lei
quadrimestres, sendo que a fração mínima a ser de diretrizes orçamentárias:
reduzida no primeiro é de 1/3.
I - existência de dotação específica;
As sanções administrativas, enquanto os
limites não forem reconduzidos, são: impedimento de II - (VETADO)
receber transferências voluntárias, impedimento de III - observância do disposto no inciso X do art.
contrair operações de crédito, impedimento de 167 da Constituição;
receber avais e garantias, diretas ou indiretas, de
outro Ente governamental. IV - comprovação, por parte do beneficiário,
de:
Vejamos mais uma questão de concurso para
encerrar essa primeira parte: a) que se acha em dia quanto ao pagamento
de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao
14) (ESAF FISCAL SEFA-PA 2002) Na Lei de ente transferidor, bem como quanto à prestação de
Responsabilidade Fiscal foram fixados limites de contas de recursos anteriormente dele recebidos;
gastos com pessoal, como percentual das
receitas para os Três Poderes da União, dos b) cumprimento dos limites constitucionais
Estados e Distrito Federal e dos Municípios, bem relativos à educação e à saúde;
como mecanismos de correção dos desvios, c) observância dos limites das dívidas
quando as despesas ultrapassarem esses limites. consolidada e mobiliária, de operações de crédito,
Identifique o desvio que não é pertinente à inclusive por antecipação de receita, de inscrição em
despesa de pessoal. Restos a Pagar e de despesa total com pessoal;
a) Concessão de vantagem, aumento, reajuste ou d) previsão orçamentária de contrapartida.
adequação de remuneração a qualquer
título. § 2o É vedada a utilização de recursos
transferidos em finalidade diversa da pactuada.
b) Estimativas do impacto da aplicação dos
limites a cada uma das três esferas de § 3o Para fins da aplicação das sanções de
governo. suspensão de transferências voluntárias constantes
desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas
c) Alteração de estrutura de carreira que relativas a ações de educação, saúde e assistência
implique aumento de despesa. social.
d) Criação de cargo, emprego ou função.
e) Provimento de cargo público, admissão ou 16) (ESAF SEFAZ CE 2007) A Lei Complementar
contratação de pessoal a qualquer título, n.101/2000, entre as diversas diretrizes acerca
ressalvada a reposição decorrente de das transferências voluntárias, estabelece que:

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 66


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

a) transferência voluntária é a entrega de (A) pela alocação de recursos visar à consecução


recursos a outro ente da Federação que não de objetivos e metas.
decorra de determinação constitucional, (B) pela ênfase na legalidade no cumprimento
legal ou os destinados às ações de saúde. do orçamento.
b) é permitida a realização de transferências (C) por estar dissociado dos processos de
voluntárias para o pagamento de despesas planejamento e programação das ações
com pessoal dos entes da Federação. públicas.
c) é exigência para a realização de (D) pela inexistência de sistemas de
transferências voluntárias a existência de acompanhamento e medição do trabalho.
prévia dotação orçamentária que a autorize. (E) por adotar como principais critérios de
d) é exigência para a realização de classificação: unidades administrativas e
transferências voluntárias a comprovação elementos de despesa.
por parte do beneficiário do cumprimento
aos limites constitucionais com educação, PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS:
saúde e segurança.
e) não se aplicam as sanções de suspensão das 2) (FCC Analista DP São Paulo 2009) Em relação aos
transferências voluntárias no caso das princípios orçamentários, é correto afirmar:
destinadas às ações de saúde, educação e (A) o princípio da anualidade estabelece que o
segurança. orçamento deve ter vigência de um ano, que
não necessariamente precisa coincidir com o
17) (ESAF FISCAL Recife 2003) Para receberem ano civil.
transferências voluntárias, os Municípios não (B) como o princípio da exclusividade estatui
deverão comprovar que: que a lei orçamentária anual não poderá
a) instituíram e arrecadam efetivamente todos conter dispositivo estranho à previsão de
os tributos de sua competência, no que se receita e fixação da despesa, a peça
refere aos impostos, taxas e contribuições orçamentária não poderá conter autorização
de melhoria. para créditos suplementares.
b) estão em dia com os pagamentos de (C) o fato de a lei orçamentária anual brasileira
tributos, empréstimos e financiamentos ser decomposta em três orçamentos (fiscal,
devidos ao ente transferidor. da seguridade social e de investimentos)
c) estão cumprindo os limites constitucionais implica que ela não atende ao princípio da
relativos aos gastos com saúde e educação. universalidade orçamentária previsto na Lei
d) os limites relativos a pessoal, dívidas e no 4.320/1964 e na Constituição Federal/
operações de crédito, bem como as 1988.
condições para inscrição em restos a pagar, (D) segundo o princípio da não afetação de
estão sendo respeitados. receitas, é vedada a vinculação de impostos
e) seu orçamento prevê a contrapartida a órgão, fundo ou despesa, sendo que a
Constituição Federal de 1988 fortaleceu esse
GABARITO princípio, ao impedir quaisquer exceções ao
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 mesmo.
B D A E A D A D E D (E) o princípio do orçamento bruto tem seu
11 12 13 14 15 16 17 cerne no art. 6o da Lei no 4.320/1964, que
D B A C B C A estatui que as receitas e despesas constarão
da lei orçamentária pelos seus totais,
vedadas quaisquer deduções.
QUESTÕES FCC – GRUPO 1
3) (FCC Analista TCE GO 2009) O art. 5o da Lei no
TIPOS DE ORÇAMENTO 4.320/64 ao determinar que a Lei de Orçamento
não consignará dotações globais destinadas a
1) (FCC Analista TCE GO 2009) O orçamento- atender indiferentemente a despesas de
programa se diferencia do orçamento pessoal, material, serviços de terceiros,
tradicional transferências ou quaisquer outras, ressalvado o
disposto no artigo 20 e seu parágrafo único,

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 67


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

incorpora às suas disposições o princípio IV. O Congresso pode apresentar emendas ao


orçamentário da projeto de lei orçamentária que, caso
(A) exclusividade. aprovadas, deverão constar da peça
(B) unidade. orçamentária, cabendo ao Poder Executivo
(C) universalidade. indicar os recursos para o seu
(D) anualidade. financiamento.
(E) especificação.
É correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL (B) I e III.
(C) II e III.
4) (FCC Analista DP São Paulo 2009) Em relação ao (D) II e IV.
Plano Plurianual, à lei de diretrizes (E) III e IV.
orçamentárias e à lei orçamentária anual, é
correto afirmar: 6) (FCC Analista TCE GO 2009) No ciclo
(A) na lei orçamentária anual, em determinados orçamentário, uma das atividades realizadas
casos e desde que aprovado pelo Congresso durante o processo de elaboração do orçamento
nacional, há a possibilidade de concessão ou é
utilização de créditos ilimitados. (A) a proposição pelo poder legislativo de
(B) as emendas propostas pelo Congresso ao emendas ao projeto de lei do orçamento.
projeto de lei de diretrizes orçamentárias (B) a aprovação de um quadro de cotas
não poderão ser aprovadas quando trimestrais de despesa que cada unidade fica
incompatíveis com o plano plurianual. autorizada a utilizar.
(C) o projeto de lei orçamentária será (C) a apresentação das premissas, metodologia
acompanhado de um Anexo de Riscos e memórias de cálculos de previsões de
Fiscais, onde serão avaliados os passivos receita pelo poder executivo.
contingentes e outros riscos capazes de (D) o estabelecimento da programação
afetar as contas públicas, informando as financeira e do cronograma de execução
providências a serem tomadas, caso se mensal de desembolso.
concretizem. (E) a publicação resumida do relatório de
(D) o orçamento da seguridade social terá, entre execução orçamentária.
suas funções, a de reduzir desigualdades
inter-regionais, segundo critério 7) (FCC Analista TCE GO 2009) Sobre as disposições
populacional. constitucionais e legais referentes à Lei de
(E) a realização de operações de créditos que Diretrizes Orçamentárias (LDO), considere:
excedam o montante das despesas de I. A LDO disporá sobre normas relativas ao
capital são expressamente proibidas, sendo controle de custos dos programas
que a Constituição Federal/ 1988 não prevê financiados com recursos dos orçamentos.
qualquer exceção à essa regra. II. A LDO disporá sobre as orientações para
elaboração da Lei do Plano Plurianual, assim
5) (FCC Analista DP São Paulo 2009) Em relação à como sobre as alterações na legislação
elaboração, discussão, votação e aprovação da tributária.
proposta orçamentária da União, analise as III. A LDO compreenderá as metas e prioridades
afirmações abaixo. da administração pública federal, incluindo
I. O projeto de lei orçamentária será as despesas de capital para o exercício
encaminhado até quatro meses antes do financeiro subsequente.
encerramento do exercício financeiro. IV. As emendas ao projeto de Lei do Orçamento
II. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia Anual somente podem ser aprovadas caso
administrativa e financeira. sejam compatíveis com o Plano Plurianual e
III. O projeto de lei orçamentária será com a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
examinado pelo Congresso Nacional, para
apreciação, em separado, da Câmara de Está correto o que se afirma APENAS em
Deputados e do Senado Federal. (A) I e II.
(B) II e III.
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 68
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

(C) III e IV.


(D) I, III e IV. 11) (FCC Analista DP São Paulo 2009) É um ingresso
(E) II, III e IV. de recursos classificado como receita extra-
orçamentária o recebimento de
8) (FCC Analista TCE GO 2009) O prefeito do (A) arrecadação de foros e laudêmios.
município de Queluz pretende realizar a (B) cauções e depósitos.
construção de um hospital nos dois próximos (C) juros sobre a dívida ativa do ente público.
exercícios financeiros, mas verificou que o (D) empréstimos obtidos por antecipação de
investimento não está incluído no Plano receitas.
Plurianual (PPA). Neste caso, o prefeito poderá (E) valores relativos à alienação de bens do
iniciar a obra ativo permanente do ente público.
(A) desde que exista uma lei que autorize a
inclusão da despesa no PPA, sob pena de 12) (FCC Analista TCE GO 2009) Considere os itens
crime de responsabilidade. extraídos dos relatórios de execução
(B) desde que seja uma prioridade definida na orçamentária relativos às despesas de uma
Lei de Diretrizes Orçamentárias dos dois Prefeitura no exercício de X1:
próximos exercícios, mesmo não havendo Despesas R$ (mil)
alteração no PPA.
(C) desde que a despesa seja fixada na Lei Construção de posto de saúde................. 150.000
Orçamentária Anual dos dois próximos Consultas Médicas ................................... 600.000
exercícios, não necessitando alterar o PPA. Função Educação ..................................... 980.000
(D) pois trata-se de uma despesa decorrente de Limpeza de ruas e praças ........................ 145.000
despesa de capital, não precisando estar Material de Consumo .............................. 135.000
incluída no PPA. Pessoal e Encargos Sociais .................... 1.200.000
(E) haja vista tratar-se de um programa de Poder Legislativo...................................... 127.000
duração continuada, não precisando estar Reorganização do Setor de Suprimentos ...
incluída no PPA. .....................................................................50.000
Secretaria da Saúde.................................. 800.000
Secretaria de Planejamento e Orçamento
RECEITAS E DESPESAS .................................................................. 150.000
Serviços de Consultoria Jurídica ................ 25.000
9) (FCC Analista DP São Paulo 2009) Constitui um Atenção Básica à Saúde ........................... 700.000
exemplo de despesa extra-orçamentária: Serviços de Terceiros.................................. 85.000
(A) pagamento de juros sobre a dívida pública Ensino Fundamental ................................ 842.000
interna.
(B) despesas com construção de imóveis para A soma dos itens que se referem à classificação
uso do ente público. da despesa por atividades é, em milhares de
(C) subvenções econômicas concedidas a reais,
empresas públicas. (A) 1.542.000
(D) pagamento de restos a pagar de exercício (B) 855.000
anterior. (C) 795.000
(E) amortização da dívida pública interna. (D) 745.000
(E) 225.000
10) (FCC Analista DP São Paulo 2009) Constitui um
exemplo de receita de capital a decorrente de 13) (FCC Analista TCE GO 2009) No orçamento
recebimento de público, vários critérios são considerados na
(A) juros sobre valores inscritos na dívida ativa. classificação das despesas. As categorias
(B) aluguéis de imóveis de propriedade do ente “Projeto” e “Operações Especiais” fazem parte da
público. classificação
(C) recursos em virtude de operações de crédito (A) funcional.
concedidas por terceiros. (B) por programas.
(D) taxas, pelo exercício do poder de polícia. (C) por categorias econômicas.
(E) contribuições de intervenção sobre o (D) por modalidade de aplicação de recursos.
domínio econômico. (E) por elementos.
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 69
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

(D) Se a dívida consolidada de um ente da


14) (FCC Analista TCE GO 2009) É exemplo de Federação ultrapassar o respectivo limite ao
despesa orçamentária: final de um ano, deverá ser a ele
(A) o pagamento de restos a pagar de exercícios reconduzida até o término dos dois
anteriores. subsequentes, reduzindo o excedente em
(B) o reconhecimento da correção monetária da pelo menos 50% (cinquenta por cento) no
dívida fundada. primeiro.
(C) o pagamento de juros de empréstimos (E) Integrará o projeto de lei orçamentária o
referentes à antecipação da receita Anexo de Metas Fiscais, em que serão
orçamentária. estabelecidas metas anuais, em valores
(D) o recolhimento dos valores retidos na folha correntes e constantes, relativas a receitas,
de pagamentos a título de contribuição despesas, resultados nominal e primário e
previdenciária. montante da dívida pública, para o exercício
(E) a devolução de depósitos feitos a favor da a que se referirem e para os dois seguintes.
entidade pública a título de caução.
RESTOS A PAGAR

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF) 17) (FCC Analista TCE GO 2009) Considere os fatos a
seguir:
15) (FCC Analista DP São Paulo 2009) De acordo com
a Lei no 101/2000, a Lei Orçamentária Anual - Lançamento da previsão da receita e da
deverá conter reserva de contingência, cujo fixação da despesa referente à aprovação do
montante será definido com base na Receita orçamento de uma entidade pública com
Corrente Líquida. Uma receita que NÃO se inclui base na Lei Orçamentária Anual, no valor de
no cálculo da Receita Corrente Líquida de um R$ 2.000.000,00.
município é aquela oriunda de - Empenho de despesas com: pessoal R$
(A) arrecadação de impostos. 800.000,00; serviços de terceiros R$
(B) operações de crédito. 122.000,00; material de consumo R$
(C) transferências correntes. 184.000,00; aquisição de imóveis R$
(D) dívida ativa. 242.000,00; juros e encargos da dívida
(E) taxas pela prestação de serviços. fundada R$ 80.000,00.
- Liquidação de despesas com: pessoal R$
16) (FCC Analista DP São Paulo 2009) Segundo a Lei 800.000,00; serviços de terceiros R$
da Responsabilidade Fiscal: 100.000,00; material de consumo R$
(A) A despesa total de pessoal dos Estados e 170.000,00; aquisição de imóveis R$
Municípios, em cada período de apuração, 112.000,00; juros e encargos da dívida
não pode ultrapassar 40% de suas fundada R$ 80.000,00.
respectivas receitas líquidas, sob pena de - Pagamento de despesas com: pessoal R$
limitação de empenho. 743.000,00; serviços de terceiros R$
(B) Considera-se obrigatória de caráter 96.000,00; material de consumo R$
continuado a despesa corrente derivada de 170.000,00; aquisição de imóveis R$
lei, medida provisória ou ato administrativo 36.000,00; juros e encargos da dívida
normativo, que fixem para o ente a fundada R$ 80.000,00.
obrigação legal de sua execução por um - Pagamento de Restos a Pagar no valor de R$
período superior ao do mandato do chefe do 90.000,00.
Poder Executivo. - Inscrição de Tributos em Dívida Ativa no
(C) A destinação de recursos para, direta ou valor de R$ 36.000,00.
indiretamente, cobrir déficits de pessoas
jurídicas deverá ser autorizada por lei O valor da inscrição de restos a pagar
específica, atender às condições processados no período foi
estabelecidas na lei de diretrizes (A) R$ 47.000,00
orçamentárias e estar prevista no (B) R$ 137.000,00
orçamento ou em seus créditos adicionais. (C) R$ 166.000,00
(D) R$ 303.000,00
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 70
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

(E) R$ 572.000,00 Complementar nº 101/2000, o valor máximo a


ser inscrito em Restos a Pagar, em reais, é de
18) (FCC Analista TCE GO 2009) Considere os fatos a a) 500.000,00.
seguir: b) 600.000,00.
Em relação aos Restos a Pagar e de acordo com a c) 1.100.000,00.
Lei no 101/2000, é vedado ao titular do Poder d) 1.000.000,00.
Executivo, contrair obrigação de despesas que e) 900.000,00.
não possa ser cumprida integralmente ou que
tenha parcelas a serem pagas no exercício 21) (FCC Analista MPE SE 2009) Será inscrito como
seguinte sem que haja suficiente disponibilidade restos a pagar a diferença entre despesa
de caixa para este efeito a) empenhada e despesa paga.
(A) nos últimos dois meses de cada exercício. b) prevista e despesa empenhada.
(B) nos últimos dois trimestres do seu mandato. c) empenhada e despesa liquidada.
(C) nos últimos dois bimestres do seu mandato. d) fixada e despesa empenhada.
(D) nos últimos dois quadrimestres do seu e) fixada e despesa paga. Legislação
mandato.
(E) no último quadrimestre do seu mandato. 22) (FCC Analista TRF 2ª Região 2007) Restos a Pagar
a) provêm do regime de caixa da despesa,
19) (FCC Analista TJ PA 2009) A questão baseia-se integrando a dívida flutuante.
nos dados abaixo. b) advêm do regime de competência da
No encerramento de 2008, a Prefeitura do despesa, compondo a dívida fundada.
Município de Antunes apurou os seguintes dados c) subdividem-se em liquidados e processados.
(em R$): d) decorrem do regime de competência da
despesa, compondo a dívida flutuante.
Dados Valor e) são despesas liquidadas e pagas no mesmo
exercício de competência.
Receita prevista ................................................ 100,00
Receita arrecadada ........................................... 110,00
Despesa fixada .................................................. 100,00
Despesa paga....................................................... 60,00 CRÉDITOS ADICIONAIS
Inscrição de restos a pagar processados ..............20,00
Inscrição de restos a pagar não processados ...... 10,00 23) (FCC Analista TCE GO 2009) Considere os dados
Repasses de duodécimos a Câmara municipal.... 10,00 extraídos dos relatórios de execução
Depósitos de terceiros recebidos no exercício .... 10,00 orçamentária de uma prefeitura:
Pagamento de restos a pagar de
exercícios anteriores ............................................20,00 Arrecadação do 1º Período de X1 (janeiro/julho)
....................................................... R$ 300.000,00
A despesa orçamentária liquidada (em R$) no Arrecadação do 2º Período de X1
exercício totalizou (agosto/dezembro)......................... R$ 400.000,00
a) 50,00. Arrecadação do 1º Período de X2
b) 100,00. (janeiro/julho)................................ R$ 330.000,00
c) 80,00. Receita prevista para
d) 70,00. X2................................................... R$ 755.000,00
e) 60,00. Abertura de créditos extraordinários em
maio/X2............................................ R$ 10.000,00
20) (FCC Analista TJ PA 2009) No final do exercício O valor de excesso de arrecadação que poderia
de X1 o contador da Prefeitura Tudo Certo ser usado para dar cobertura à abertura de
percebeu que existia um montante disponível créditos especiais era, em reais,
em caixa de R$ 1.000.000,00, despesas (A) 5.000,00
liquidadas e pagas de 2.000.000,00, despesas (B) 15.000,00
liquidadas e não pagas de R$ 600.000,00 e (C) 30.000,00
despesas empenhadas e não liquidadas de (D) 45.000,00
500.000,00. Considerando que é o último ano do (E) 55.000,00
mandato do prefeito e de acordo com a Lei
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 71
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

24) (FCC Analista TCE GO 2009) Os créditos (D) universalidade, anualidade, competência e
suplementares abertos no mês de julho de publicidade.
determinado exercício poderão vigorar (E) anualidade, competência, transparência e
(A) até o final do exercício seguinte desde que publicidade.
reabertos pelo seu saldo.
(B) até o mês de julho do exercício seguinte. 2) (FCC Analista TRF 2ª Região 2007) Conforme
(C) durante o prazo estipulado pela lei que artigo 2o, da Lei no 4320/64, a Lei do Orçamento
autorizou sua abertura. deverá obedecer os princípios da
(D) durante a vigência do plano plurianual. a) Anualidade, Universalidade e Unidade.
(E) até o final do exercício em que foram b) Atualização Monetária, Consistência e
abertos. Materialidade.
c) Entidade, Continuidade e Oportunidade.
25) (FCC Analista DP São Paulo 2009) Em relação aos d) Oportunidade, Prudência e Competência.
créditos adicionais, é correto afirmar: e) Objetividade, Prudência e Continuidade.
(A) a abertura de créditos especiais somente é
permitida para atender despesas 3) (FCC Analista TCE MA 2005) A Lei de Orçamento
imprevisíveis e urgentes, tais como as conterá discriminação
decorrentes de calamidade pública. a) somente da receita de forma a evidenciar a
(B) a iniciativa da criação dos créditos adicionais política econômico-financeira e o programa
é do Poder Legislativo e sua aprovação de trabalho do Governo, obedecidos os
depende da chancela do Poder Executivo. princípios de clareza, competência e
(C) os créditos especiais e suplementares pluralidade.
podem ser abertos sem indicação da fonte b) somente da despesa de forma a evidenciar a
dos recursos correspondentes que os política econômico-financeira e o programa
financiarão. de trabalho do Governo, obedecidos os
(D) os créditos extraordinários são aqueles que princípios de clareza, competência e
se destinam ao reforço de dotação unidade.
orçamentária específica. c) da receita e despesa de forma a evidenciar a
(E) os créditos suplementares têm vigência política econômico-financeira e o programa
adstrita ao exercício financeiro em que de trabalho do Governo, obedecidos os
foram abertos. princípios de unidade, universalidade e
anualidade.
GABARITO d) somente da receita de forma a evidenciar a
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 política econômico-financeira e o programa
A E E B A C D A D C de trabalho do Governo, obedecidos os
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 princípios de clareza, competência e
D D B C B E B D C D anualidade.
21 22 23 24 25 e) somente da despesa de forma a evidenciar a
A D A E E política econômico-financeira e o programa
de trabalho do Governo, obedecidos os
QUESTÕES FCC – GRUPO 2 princípios de clareza, competência e
universalidade.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS:
PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL
1) (FCC Analista TCE GO 2009) São princípios
orçamentários gerais substanciais que regem o 4) (FCC Analista TRE AL 2010) O Anexo de Riscos
orçamento, além do da exclusividade, os de Fiscais, de acordo com a Lei de Responsabilidade
(A) unidade, universalidade, anualidade e Fiscal, integrará o projeto de Lei
equilíbrio. (A) do Plano Plurianual.
(B) unidade, universalidade, competência e (B) Orçamentária Anual.
equilíbrio. (C) de Diretrizes Orçamentárias.
(C) universalidade, anualidade, transparência e (D) de Diretrizes Fiscais.
publicidade. (E) de Diretrizes Plurianuais.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 72


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

5) (FCC Analista TRE AL 2010) A lei orçamentária (E) Sub-repasse.


não consignará dotação para investimento, que
não esteja previsto no plano plurianual ou em RECEITA E DESPESA PÚBLICA
lei que autorize a sua inclusão, conforme
disposto no art. 167 § 1o da Constituição, cuja 8) (FCC Analista TRE AL 2010) Quanto à natureza,
duração seja superior a segundo a doutrina, a despesa pública se divide
(A) 1 ano. em
(B) 2 anos. (A) orçamentária e extraorçamentária.
(C) 3 anos. (B) originária e derivada.
(D) 4 anos. (C) corrente e de capital.
(E) 6 meses. (D) ordinárias e extraorçamentárias.
(E) orçamentárias e extraordinárias.
6) (FCC Analista TCE GO 2009) A elaboração do
Plano Plurianual, previsto pela Constituição 9) (FCC Analista TRE AL 2010) No que se refere à
Federal de 1988, é de competência do Poder regularidade, as despesas destinadas à
Executivo. É correto afirmar que a Lei que o manutenção contínua dos serviços públicos,
instituir estabelecerá de forma classificam-se como
(A) regionalizada, as diretrizes, objetivos e (A) permanentes.
metas da administração pública federal para (B) orçamentárias.
as despesas de capital e despesas correntes (C) correntes.
e para as relativas aos programas de (D) ordinárias.
duração continuada. (E) contínuas.
(B) regionalizada, as diretrizes, objetivos e
metas da administração pública federal para 10) (FCC Analista TRE AL 2010) Segundo a
as despesas de custeio e outras dela classificação econômica da despesa, as dotações
decorrentes e para as relativas aos para aquisição de imóveis considerados
programas de duração continuada. necessários para execução de obras serão
(C) regionalizada, as diretrizes, objetivos e classificadas como
metas da administração pública federal para (A) inversões financeiras.
as despesas de capital e outras delas (B) investimentos.
decorrentes e para as relativas aos (C) corrente.
programas de duração continuada. (D) inversões qualitativas.
(D) centralizada, as diretrizes, objetivos e metas (E) inversões patrimoniais.
da administração pública federal para as
despesas de capital e despesas correntes e 11) (FCC Analista TRE AL 2010) Considere as
para as relativas aos programas definidos seguintes assertivas:
como emergenciais pelo Poder Executivo. I. As dotações destinadas a constituição ou
(E) centralizada, as diretrizes, objetivos e metas aumento de capital de empresas que visem
da administração pública federal para as a objetivos comerciais ou financeiros serão
despesas com pessoal até o limite fiscal classificadas como inversões financeiras.
previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal e II. No conceito econômico, as despesas de
para as relativas aos programas definidos capital classificadas como inversões
como emergenciais pelo Poder Executivo. financeiras geram serviços que contribuem
para o aumento do Produto Interno Bruto.
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA III. As dotações destinadas a constituição ou
aumento de capital de empresas que visem
7) (FCC Analista TRE AL 2010) A descentralização a objetivos comerciais ou financeiros serão
externa de créditos orçamentários realizada em classificadas como investimento.
nível de órgão setorial entre unidades gestoras Sobre dotações, está correto o que se afirma
de Órgãos/Ministérios denomina-se: APENAS em
(A) Provisão. (A) I e II.
(B) Destaque. (B) II e III.
(C) Dotação. (C) III.
(D) Repasse. (D) II.
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 73
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

(E) I categorias econômicas Receitas Correntes e


Receitas de Capital. As Receitas Correntes
12) (FCC Analista TRE AL 2010) De acordo com o compreendem as receitas tributária, de
artigo 12 da Lei no 4.320/64, as despesas para as contribuições,
quais não corresponda a contraprestação direta (A) de serviços, de operações de crédito e
em bens e serviços são classificadas como alienação de bens.
(A) custeio. (B) patrimonial, agropecuária e de operações de
(B) inversões financeiras. crédito.
(C) transferências correntes ou de capital. (C) patrimonial, de operações de crédito e
(D) investimentos. alienação de bens.
(E) operações especiais. (D) patrimonial, agropecuária, industrial e de
serviços.
13) (FCC Analista TRE AL 2010) O descumprimento (E) agropecuária, industrial, de serviços e
pelo credor das obrigações constantes do alienação de bens.
empenho, impedindo o ente público de receber
o material entregue, implica no cancelamento 18) (FCC Analista TCE GO 2009) “O planejamento, a
do estágio da despesa denominado: programação e o orçamento, como um sistema
(A) Liquidação. integrado de gerência, têm por objetivo avaliar
(B) Empenho. os custos para a consecução das metas traçadas
(C) Pagamento. em comparação com os benefícios a serem
(D) Fixação. esperados dos mesmos, e assim tornar possível
(E) Previsão. o uso inteligente pelo poder público.” (SILVA,
Lino M. Contabilidade Governamental. São
14) (FCC Analista TRE AL 2010) Segundo a Paulo: Atlas, 2004). Assim, verifica-se um
Classificação da Despesa por Programas, gastos esforço para integrar os planos e orçamentos
com inativos, amortizações e encargos são por meio de um instrumento de organização das
enquadrados em ações do tipo ações governamentais, visando a realização dos
(A) atividade. objetivos pretendidos pelos gestores públicos,
(B) projeto. denominado de
(C) operações especiais. (A) projeto.
(D) custeio. (B) atividade.
(E) transferências correntes. (C) programa.
(D) operações especiais.
15) (FCC Analista TRE AL 2010) O instrumento de (E) plano de governo.
organização da ação governamental buscando a
concretização dos objetivos propostos é
denominado CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS E ADICIONAIS
(A) projeto.
(B) ação. 19) (FCC Analista TRE AL 2010) O mecanismo
(C) função. utilizado para reforçar dotação orçamentária
(D) subfunção. que se tornou insuficiente durante o exercício
(E) programa. denomina-se crédito
(A) complementar.
16) (FCC Analista TRE AL 2010) As dotações para (B) especial.
concessão de auxílios para Inversões Financeiras (C) extraordinário.
serão classificadas como (D) suplementar.
(A) Subvenções. (E) ordinário.
(B) Transferências Correntes.
(C) Inversões Financeiras. 20) (FCC Analista TRE AL 2010) Ocorrendo a
(D) Investimentos. anulação de um empenho, no exercício da sua
(E) Transferências de Capital. emissão, a importância anulada será
(A) revertida à dotação.
17) (FCC Analista TCE GO 2009) De acordo com a Lei (B) contabilizada com receita orçamentária.
no 4.320/64, as receitas classificam-se nas
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 74
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

(C) contabilizada como uma variação ativa referirem e para os demais constantes do
independente da execução orçamentária. Plano Purianual.
(D) classificada como uma interferência (B) plurianuais, em valores correntes e
financeira. constantes, relativas a receitas, despesas,
(E) registrada como uma receita resultados nominal e primário e montante
extraorçamentária. da dívida pública, para o exercício a que se
referirem e para os dois seguintes.
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF) (C) anuais, em valores correntes e constantes,
relativas a receitas, despesas, resultados
21) (FCC Analista TRE AL 2010) Se a dívida nominal e primário e montante da dívida
consolidada de um ente da Federação pública, para o exercício a que se referirem e
ultrapassar o respectivo limite ao final de um para os demais constantes do Plano
quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até Purianual.
o término dos três subsequentes, reduzindo o (D) anuais, em valores correntes e constantes,
excedente, no primeiro quadrimestre, em pelo relativas a receitas, despesas, resultados
menos nominal e primário e montante da dívida
(A) 5% pública, onde serão avaliados os passivos
(B) 10% contingentes e outros riscos capazes de
(C) 15% afetar as contas públicas.
(D) 25% (E) anuais, em valores correntes e constantes,
(E) 35% relativas a receitas, despesas, resultados
nominal e primário e montante da dívida
22) (FCC Analista TCE GO 2009) A dívida fundada pública, para o exercício a que se referirem e
compreende para os dois seguintes.
(A) os restos a pagar, excluídos os serviços da ASSUNTOS DIVERSOS
dívida.
(B) as operações de crédito para antecipação da 25) (FCC Analista TCE GO 2009) Em 31 de dezembro
receita orçamentária. de 20x0, último ano do mandato, o prefeito do
(C) as consignações a pagar. município de Barra Brava autorizou o
(D) os depósitos cauções recebidos de terceiros. cancelamento de empenhos de material de
(E) as operações de crédito com prazo inferior a consumo não-processados no valor de R$
12 meses, cujas receitas tenham constado 100.000,00, visando a adequar o fechamento
no orçamento. contábil às disponibilidades de caixa.
Permaneceram os saldos de R$ 150.000,00 em
23) (FCC Analista TCE GO 2009) A Lei no 101/2000 Restos a pagar processados e R$ 50.000,00 em
prevê que, quando o Poder Executivo Restos a pagar não-processados. Durante o ano
ultrapassar 90% (noventa por cento) do limite de 20x1, um dos fornecedores, inscrito em
definido para a despesa total com pessoal, ele Restos a Pagar não-processados, deixou de
será alertado pelo efetuar a entrega dos produtos licitados no
(A) Poder Judiciário. valor de R$ 30.000,00 e um fornecedor cujo
(B) Tribunal de Contas. empenho fora cancelado no ano anterior,
(C) Poder Legislativo. efetuou a entrega das mercadorias licitadas em
(D) Conselho Municipal. 20x0, no valor de R$ 50.000,00. Nesse caso, no
(E) Setor de Contabilidade. ano de 20x1 deve-se efetuar o cancelamento de
restos a pagar
24) (FCC Analista TCE GO 2009) De acordo com a Lei (A) processados no valor de R$ 30.000,00 e
Complementar 101/2000, o Anexo de Metas efetuar um novo empenho no valor de R$
Fiscais que integrará a Lei de Diretrizes 50.000,00 com saldo da rubrica de Material
Orçamentárias deverá dispor sobre o de consumo de 20x1.
estabelecimento de metas (B) não-processados no valor de R$ 30.000,00 e
(A) plurianuais, em valores correntes e efetuar um novo empenho no valor de R$
constantes, relativas a receitas, despesas, 50.000,00 com saldo da rubrica de Material
resultados nominal e primário e montante de Consumo de 20x1.
da dívida pública, para o exercício a que se
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 75
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

(C) processados no valor de R$ 30.000,00 e RASCUNHO:


efetuar um novo empenho no valor de R$
50.000,00 na rubrica de Despesas de
Exercícios anteriores, no orçamento de
20x1.
(D) não-processados no valor de R$ 30.000,00 e
efetuar um novo empenho no valor de R$
50.000,00 na rubrica de Despesas de
Exercícios anteriores, no orçamento de
20x1.
(E) não-processados no valor de R$ 30.000,00 e
efetuar um novo empenho no valor de R$
50.000,00 com saldo de R$ 30.000,00 da
rubrica de Material de Consumo e R$
20.000,00 da rubrica de Despesas de
exercícios anteriores em 20x1.

26) (FCC Analista TCE GO 2009) Considere as seguintes informações extraídas do Balancete da Prefeitura
Modelo, em 31/12/20x8, último ano do mandato do atual prefeito, com valores em reais:

Considerando que não existia saldo inicial de Restos a pagar não-processados no exercício de 20x8 e visando
a adequar o encerramento do exercício de 20x8, em atendimento ao disposto na Lei no 4.320/64 e Lei
Complementar no 101/00, em 31/12/20x8 os saldos de Restos a pagar processados e não-processados serão,
respectivamente
(A) R$ 90.000,00 e R$ 30.000,00
(B) R$ 90.000,00 e R$ 80.000,00
(C) R$ 120.000,00 e R$ 30.000,00
(D) R$ 120.000,00 e R$ 80.000,00
(E) R$ 80.000,00 e R$ 90.000,00

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
A A C C A C B A D B E C B C E E D C D A D E B E D C
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 76
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

QUESTÕES FCC – GRUPO 3 (D) a contratação de operações de crédito,


ALCANCE/ABRANGÊNCIA DO DIREITO FINANCEIRO ainda que por antecipação de receita, nos
termos da lei.
1) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) A Lei no 4.320, de (E) a autorização para abertura de créditos
1964 alcança, necessariamente: extraordinários para atender a despesas
(A) Prefeituras, Administração direta dos previstas de forma insuficiente no
Estados, sociedades de economia mista. orçamento.
(B) Fundações de direito privado, empresas
públicas, Prefeituras. 5) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Constarão da Lei
(C) Prefeituras, fundações de direito público, de Orçamento todas as
empresas públicas. (A)) receitas e despesas pelos seus totais,
(D) Administração direta dos Estados, vedadas quaisquer deduções.
Prefeituras, autarquias. (B) receitas pelos seus líquidos, já incluídas as
(E) Empresas públicas, sociedades de economia deduções.
mista, fundações públicas. (C) despesas pelos seus brutos, incluindo os
acréscimos.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS (D) receitas e despesas pelos seus líquidos, já
incluídas as deduções.
2) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Nas entidades de (E) receitas e despesas pelos seus brutos,
direito público, o exercício financeiro vai de incluídos os acréscimos.
(A) 1o de janeiro a 31 de dezembro, com
período adicional de 30 dias para liquidação PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL
de empenhos.
(B) 2 de janeiro a 31 de dezembro. 6) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Emendas ao
(C) 1o de janeiro a 31 de dezembro. projeto de lei do orçamento anual ou aos
(D) 1o de janeiro a 31 de dezembro, com projetos que o modifiquem somente podem ser
período adicional de 60 dias para liquidação aprovadas caso
de empenhos. (A) sejam relacionados exclusivamente com os
(E) 1o de janeiro a 30 de novembro. dispositivos do texto do projeto da lei de
diretrizes orçamentárias.
3) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) O princípio (B) indiquem os recursos necessários, admitidos
orçamentário que resta excepcionado quando o apenas os provenientes de anulação de
Parlamento autoriza, na lei orçamentária, a despesa, excluídas a que incidam sobre o
contratação de operações de crédito por serviço da dívida.
antecipação da receita (ARO) é: (C) indiquem os recursos necessários, admitidos
(A) unidade. os provenientes de anulação de dotações de
(B) exclusividade. pessoal e seus encargos.
(C) universalidade. (D) sejam compatíveis apenas com o plano
(D) orçamento bruto. plurianual.
(E) não-afetação de receitas. (E) sejam compatíveis apenas com as metas e
prioridades do Anexo de Metas Fiscais.
4) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Em matéria
orçamentária, o princípio da exclusividade, 7) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) As normas gerais
consagrado na Constituição Federal de 1988, de direito financeiro definem uma cronologia
estabelece a vedação de conteúdos estranhos à para o planejamento e execução dos
fixação da despesa e à previsão da receita, orçamentos públicos, envolvendo as suas
excetuando receitas e despesas, apresentando a seguinte
(A) a autorização para criação de estruturas lógica e seqüência temporal:
administrativas. (A) Fase do planejamento orçamentário com a
(B) a propositura de emendas parlamentares elaboração da Lei de Diretrizes
sem indicação de fontes de recursos. Orçamentárias (LDO), do Plano Plurianual
(C) o remanejamento de dotações entre (PPA) e da Lei Orçamentária Anual (LOA) e
diferentes categorias de programação. fase da execução orçamentária com a
previsão da receita e sua arrecadação; e com
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 77
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

relação às despesas a sua fixação, (B) recursos subordinados ao mesmo órgão ou


liquidação, empenhamento e pagamento. repartição a que será consignado
(B) Fase da execução orçamentária com a classificação genérica.
previsão da receita e sua arrecadação, com (C) serviços subordinados ao mesmo órgão ou
relação às despesas a sua fixação, repartição a que será consignada
pagamento, liquidação e empenhamento, e classificação genérica.
a fase de planejamento orçamentário com a (D)) serviços subordinados ao mesmo órgão ou
elaboração da Lei de Diretrizes repartição a que será consignada
Orçamentárias (LDO), da Lei Orçamentária classificação própria.
Anual (LOA) e do Plano Plurianual (PPA). (E) pessoas e recursos subordinados a diversos
(C)) Fase de planejamento orçamentário com a órgãos a que serão consignados recursos
elaboração do Plano Plurianual (PPA), da Lei genéricos.
de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e da Lei
Orçamentária Anual (LOA), e a fase de RESTOS A PAGAR
execução orçamentária com a previsão da
receita e sua arrecadação; e com relação às 10) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) As despesas
despesas a fixação, empenhamento, empenhadas e não pagas até o final do exercício
liquidação e pagamento. financeiro são consideradas como restos a
(D) Fase de execução orçamentária com a pagar. Sobre a matéria é correto afirmar:
previsão da receita e sua arrecadação, e com (A) Dividem-se em duas categorias: as
relação às despesas a fixação, processadas, aquelas que foram
empenhamento, pagamento e liquidação, e empenhadas e pendem de liquidação e as
a fase de planejamento orçamentário com a não processadas, aquelas que foram
elaboração da Lei de Diretrizes empenhadas e pendem de pagamento.
Orçamentárias (LDO), do Plano Plurianual (B) Compõem-se unicamente de obrigações a
(PPA) e da Lei Orçamentária Anual (LOA). longo prazo.
(E) Fase de planejamento orçamentário com a (C) Os empenhos decorrentes de contratos com
elaboração da Lei de Diretrizes vigência plurienal, que não tenham sido
Orçamentárias (LDO), do Plano Plurianual liquidados, serão computados pelo valor
(PPA) e da Lei Orçamentária Anual (LOA) e a total como restos a pagar ao final do
fase de execução orçamentária com a primeiro exercício financeiro.
previsão da receita e sua arrecadação, e com (D)) Os restos a pagar com prescrição
relação às despesas a fixação, interrompida poderão ser pagos à conta de
empenhamento, pagamento e liquidação. dotação específica consignada no
orçamento.
8) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) NÃO é parte (E) A anulação de restos a pagar não será
integrante da Lei de Orçamento o considerada como receita no exercício em
(A) quadro das dotações por órgãos do governo que se efetivar.
e da administração.
(B) quadro discriminativo da receita por fontes LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
e respectiva legislações.
(C) sumário geral da receita por fontes e da 11) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Conforme a Lei
despesa por funções do governo. Complementar no 101, de 2000,
(D) quadro demonstrativo da receita e despesa (A) a lei de diretrizes orçamentárias (LDO)
segundo as categorias econômicas na forma desdobra-se nos orçamento fiscal, de
do Anexo no 1. investimento das estatais e de seguridade
(E)) quadro geral da despesa por fontes e da social.
receita por funções de estado. (B) caso a receita bimensal evolua abaixo do
esperado, haverá acionamento do limite
9) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Constitui unidade prudencial.
orçamentária o agrupamento de (C) obrigatória de caráter continuado é a
(A) pessoas não subordinadas ao mesmo órgão despesa de capital instituída por lei, que se
ou repartição. estende por período superior a dois
exercícios.
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 78
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

(D) superado o limite da despesa de pessoal, o (B) a Lei Orçamentária Anual (LOA),
poder dispõe de dois quadrimestres para estabelecendo as metas de resultados
retomar-lhe. primário e nominal para o exercício a que se
(E) para a despesa de pessoal, os limites são referirem e para os dois seguintes.
verificados a cada doze meses. (C)) o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO), estabelecendo em valores correntes e
constantes a meta para o montante da
12) (FCC ANALISTA TCE SP 2005) Cumprindo dívida pública para o exercício a que se
determinação constitucional, a Lei de referir e para os dois seguintes.
Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar no (D) a Lei Orçamentária Anual (LOA),
101/2000) dispõe que a despesa total com estabelecendo as metas de resultados
pessoal, em cada período de apuração e em primário e nominal somente para o exercício
cada ente da Federação, não poderá exceder os a que se referir.
percentuais da receita corrente líquida, a seguir (E) o Plano Plurianual (PPA) disposto pela
discriminados: Constituição Federal, estabelecendo as
(A) União, Estados e Municípios: 50%. metas anuais em valores correntes e
(B) Municípios e Estados: 50% e União: 60%. constantes relativas a receitas, despesas,
(C)) União: 50% e Estados e Municípios: 60%. resultado nominal e primário e o montante
(D) União, Estados e Municípios: 60%. da dívida pública.
(E) União: 40%, Estados: 50% e Municípios: 60%.
16) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) O limite de gastos
13) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) As disposições da de pessoal foi fixado do seguinte modo:
Lei Complementar no 101/00 (Lei de (A) a despesa de pessoal global da União,
Responsabilidade Fiscal) são aplicáveis Estados e Municípios não poderá exceder a
(A) exclusivamente ao Poder Executivo. 60% da Receita Corrente Líquida.
(B) exclusivamente ao Poder Legislativo. (B)) o limite para as despesas com pessoal do
(C) exclusivamente ao Poder Judiciário. Ministério Público Estadual foi fixado em 2%,
(D) exclusivamente à Administração Direta. devendo a sua apuração ser efetuada
(E)) ao Distrito Federal e empresas estatais quadrimestralmente.
dependentes. (C) o limite de gastos com pessoal para o poder
executivo municipal corresponderá a 54% da
14) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) O limite de gastos receita total arrecadada pelo município,
de pessoal e endividamento público serão durante o exercício civil.
calculados com base na Receita Corrente Líquida (D) na esfera estadual o Poder Legislativo não
que é composta basicamente por receitas poderá extrapolar ao limite de 3% da Receita
(A) tributárias, patrimoniais, industriais, Corrente Líquida, excluindo-se na apuração,
agropecuárias e de serviços. os gastos com pessoal do Tribunal de Contas
(B) correntes e de capital arrecadadas até o do Estado.
bimestre de referência. (E) na esfera federal o Poder Legislativo não
(C) correntes e de capital arrecadadas no poderá extrapolar ao limite de 2,5% da
bimestre de referência. Receita Corrente Líquida, excluindo-se na
(D) correntes e de capital arrecadadas no mês apuração, os gastos com pessoal do Tribunal
de referência e nos 11 meses anteriores. de Contas da União.
(E) tributárias, patrimoniais, operações de
créditos e decorrentes de alienação de 17) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Para o
ativos. acompanhamento dos gastos de pessoal a LRF
criou mecanismos de controle e gerenciamento,
15) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) O Anexo de Metas estabelecendo percentuais preventivos e regras
Fiscais deverá integrar de recondução quando verificada eventual
(A) o Plano Plurianual (PPA) disposto pela extrapolação dos limites legais. Diante disto é
Constituição Federal, estabelecendo metas correto afirmar que
de resultados primário e nominal para o seu
período de vigência. (A)) fica vedada a contratação de pessoal a
qualquer título nas Fundações Municipais,
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 79
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

ressalvada a reposição decorrente de mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e


aposentadoria ou falecimento de servidores dos Municípios.
das áreas de educação, saúde e segurança,
quando o percentual de gastos exceder a 19) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Constituem
51,3% da Receita Corrente Líquida. requisitos essenciais da responsabilidade na
(B) se a despesa total com pessoal tiver gestão fiscal:
extrapolado o limite legal, o percentual (A) previsão e efetiva arrecadação de todos os
excedente deverá ser eliminado nos 3 tributos da competência constitucional do
quadrimestres subseqüentes, reduzindo o ente da Federação.
excedente em pelo menos 25% no primeiro (B)) instituição, previsão e efetiva arrecadação
quadrimestre. de todos os tributos da competência
(C) se a despesa total com pessoal tiver constitucional do ente da Federação.
extrapolado o limite legal, o percentual (C) instituição e efetiva arrecadação de todos os
excedente deverá ser eliminado nos 2 tributos da competência constitucional do
quadrimestres subseqüentes, reduzindo-se ente da Federação.
2/3 do excesso no primeiro quadrimestre. (D) efetiva arrecadação de todos os tributos da
(D) fica vedada a concessão de aumento salarial competência constitucional do ente da
nas Autarquias Federais, Estaduais ou Federação.
Municipais, ressalvada a revisão prevista na (E) previsão e efetiva arrecadação de todos os
Constituição, quando a despesa total impostos da competência constitucional do
exceder a 90% do seu limite legal. ente da Federação.
(E) durante o prazo de redução e enquanto
perdurar o excesso, o ente não poderá 20) (FCC ANALISTA CONTÁBIL ARCE CE 2006) Nos
receber transferências voluntárias e termos da Lei Complementar no 101/2000,
contratar operações de crédito. constatando- se que a insuficiente arrecadação
pode inviabilizar as metas de resultado fiscal,
18) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Com o advento da deverá haver
LRF, a exemplo do planejamento e da (A)) limitação de empenho e de movimentação
transparência fiscal, a dívida pública constitui financeira, por ato de cada Poder.
um dos pontos estruturais da gestão fiscal (B) urgente providência para elevação da
responsável. Quanto à competência para legislar receita.
sobre a matéria é correto afirmar que compete (C) contingenciamento de empenho, por ato
ao exclusivo do chefe do Poder Executivo.
(A) Senado Federal fixar, por iniciativa própria, (D) restrição de movimentação financeira,
limites globais para o montante da dívida somente nos Poderes Executivo e
consolidada da União, dos Estados, do Legislativo.
Distrito Federal e dos Municípios. (E) corte de despesas de pessoal.
(B) Congresso Nacional autorizar operações
externas de natureza financeira, de interesse RECEITAS E DESPESAS
da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios. 21) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Contador de
(C) Banco Central do Brasil autorizar operações autarquia contabiliza receita somente quando o
externas de natureza financeira, de interesse dinheiro adentra as contas bancárias e registra
da União, dos Estados, do Distrito Federal, despesa apenas quando o pagamento é
dos Territórios e dos Municípios. efetivado. Nesse cenário, tal profissional
(D) Senado Federal dispor somente sobre (A) erra, porque a despesa deve ser registrada
limites globais para as operações de crédito quando efetivamente empenhada.
externo e interno da União, dos Estados, do (B) acerta, porque a receita deve ser
Distrito Federal e dos Municípios, de suas contabilizada sob o regime de competência.
autarquias e demais entidades controladas (C) erra, porque receita e despesa são
pelo Poder Público Federal. escrituradas sob o regime de competência.
(E)) Senado Federal estabelecer limites globais e (D) acerta, porque a despesa deve ser registrada
condições para o montante da dívida sob o regime de caixa.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 80


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

(E) não se pode dizer que erra ou acerta, vez (E) a cota-parte do Fundo de Participação dos
que cada entidade pública adota seu próprio Estados.
regime de contabilização.
27) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Nos termos da Lei
22) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Despesa de no 4.320, de 1964, os recursos que podem
mutação patrimonial: financiar créditos suplementares e especiais
(A) pessoal e encargos sociais. são:
(B) equipamentos e material permanente. (A) Superávit financeiro do ano anterior,
(C) serviços de consultoria. excesso de arrecadação, anulação de
(D) subvenção social. dotação, operação de crédito.
(E) juros sobre a dívida por contrato. (B) superávit orçamentário do ano anterior,
ativo real líquido, anulação de dotação,
23) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Como se operação de crédito.
contabilizam as entradas compensatórias de (C) operação de crédito por antecipação da
ativo e passivo financeiros? receita, superávit financeiro, excesso de
(A) as receitas: de forma extra-orçamentária; as arrecadação, anulação de dotação.
despesas: de modo orçamentário. (D) superávit econômico, excesso de
(B) de maneira orçamentária. arrecadação, anulação parcial de dotação e
(C) no sistema compensado do Balanço operação de crédito.
Patrimonial. (E) superveniências e insubsistências ativas.
(D) as receitas: de forma orçamentária; as
despesas: de modo extra-orçamentário. 28) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) No processo
(E) de forma extra-orçamentária. orçamentário nacional
(A) as emendas ao projeto de lei orçamentária
Considerando-se os seguintes números de podem se amparar no corte de qualquer
execução orçamentária e financeira: despesa prevista.
Despesa Empenhada em 2006 ..................... $ 23.000 (B) remetido o projeto orçamentário ao
Despesa Liquidada em 2006 ......................... $ 20.000 Legislativo, o Chefe do Poder Executivo não
Despesa Paga em 2006 ................................. $ 18.000 pode mais solicitar qualquer modificação.
(C) os Poderes Legislativo e Judiciário também
24) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Findo o exercício podem iniciar projetos de lei relativos ao
de 2006, qual o montante de Restos a Pagar plano plurianual, diretrizes orçamentárias e
Processados? orçamento anual.
(A) 2.000 (D) a criação de fundos dispensa autorização
(B) 3.000 legislativa.
(C) 5.000 (E) as operações de crédito, em regra, não
(D) 41.000 podem superar o montante das despesas de
(E) 43.000 capital.

25) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Findo o exercício 29) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Fonte que classifica
de 2006, qual o montante de Restos a Pagar a receita de dividendos distribuídos por
Não-Processados? empresa da qual a Prefeitura é acionista:
(A) 43.000 (A) De capital.
(B) 41.000 (B) Tributária.
(C) 5.000 (C) Patrimonial.
(D) 3.000 (D) Transferência intergovernamental.
(E) 2.000 (E) Industrial.

26) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Receita efetiva é 30) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) De acordo com sua
(A) a colocação de títulos públicos no mercado natureza econômica, a classificação da despesa
financeiro. compõe-se de
(B) a operação de crédito. (A) categoria, função e subfunção.
(C) a alienação de bens imóveis. (B) órgão de orçamento, programa e elemento
(D) o recebimento de valores emprestados. de despesa.
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 81
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

(C) categoria, grupo de natureza e elemento de 36) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Em relação à
despesa. despesa pública é correto afirmar:
(D) função, subfunção e programa. (A)) A ordem de pagamento da despesa será
(E) órgão de orçamento, unidade de orçamento materializada em documentos processados
e unidade de despesa. pelo serviço de contabilidade.
(B) É vedada a realização de despesa sem prévio
31) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Para seu próprio empenho e sob hipótese alguma será
uso, o Tribunal Regional Eleitoral adquiriu dispensada a emissão da nota de empenho.
prédio usado. O grupo de despesa que o (C) Serão indicados no empenho o nome do
contador classifica tal gasto é credor, a especificação, a importância da
(A) Inversões Financeiras. despesa, os comprovantes da entrega de
(B) Investimentos. material ou da prestação efetiva do serviço.
(C) Equipamentos e Material Permanente. (D) São tipos de empenhos da despesa: global,
(D) Serviços de Terceiros. extraordinário, estimativo e ordinário.
(E) Despesa de Pessoal. (E) É vedada, sob qualquer hipótese, a
redistribuição de parcelas das dotações de
32) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Liquidar despesa pessoal de uma para outra unidade
pública é orçamentária.
(A) pagá-la corretamente.
(B) subtrair seu valor do saldo da dotação. 37) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) De acordo com a
(C) reservar orçamentariamente o valor Lei no 4.320/64 o empenho da despesa não
correspondente. poderá exceder o limite de créditos concedidos
(D) verificar se o credor faz jus ao pagamento. e estes poderão ser adicionados através de
(E) anular a correlata Nota de Empenho. créditos. Diante disto é correto afirmar:
(A) É vedada a realização de despesa sem prévio
33) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) De acordo com a empenho e este consiste na verificação do
Lei no 4.320, de 1964, os créditos adicionais direito adquirido do credor, tendo por base
extraordinários são os títulos e documentos comprobatórios do
(A) abertos por lei. respectivo crédito.
(B) autorizados por lei. (B)) Somente os créditos suplementares e
(C) autorizados por lei e abertos por decreto. especiais dependem da existência de
(D) autorizados por decreto. recursos disponíveis para a ocorrência de
(E) abertos por decreto. despesa pública.
(C) Os créditos adicionais são classificados como
34) (FCC ANALISTA TCE SP 2005) NÃO constituem suplementares quando destinados a reforço
categorias econômicas da receita pública as de dotação orçamentária e especiais quando
Receitas destinados a atender despesas urgentes e
(A) de Endividamento. imprevistas, em caso de guerra ou
(B) de Capital. calamidade pública.
(C)) de Doações. (D) Os créditos extraordinários serão
(D) de Transferências. autorizados por lei e abertos por decreto,
(E) Correntes. destinando-se as despesas urgentes e
imprevistas em caso de guerra e comoção
35) (FCC ANALISTA TCE SP 2005) A cobertura de intestina.
deficits na manutenção das empresas públicas, (E) O empenho da despesa que consiste na
de natureza autárquica ou não, far-se-á verificação do direito adquirido do credor
mediante poderá ser efetuado por estimativa quando
(A) subvenções sociais. o montante não possa ser determinado, ou
(B) superveniências passivas. global quando se tratar de despesas
(C)) subvenções econômicas. contratuais ou sujeitas a parcelamentos.
(D) insubsistências passiva.
(E) insubsistências ativas.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 82


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

38) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) O tributo é (B) lei complementar do Poder Legislativo, que
conceituado como uma receita dará imediato conhecimento ao Poder
(A) própria, instituída pelas entidades de direito Executivo.
privado, compreendendo os impostos, as (C) lei ordinária do Poder Legislativo, que dará
taxas e contribuições nos termos da imediato conhecimento ao Poder Executivo.
Constituição e das leis vigentes em matéria (D) decreto do Poder Executivo, que submeterá
tributária destinando-se seu produto ao a imediata aprovação do Poder Legislativo.
custeio de atividades gerais ou específicas (E)) decreto do Poder Executivo, que dará
exercidas por essas entidades. imediato conhecimento ao Poder
(B)) derivada, instituída pelas entidades de Legislativo.
direito público, compreendendo os
impostos, as taxas e contribuições nos 41) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) A nota de
termos da Constituição e das leis vigentes empenho indicará além do nome do credor, a
em matéria tributária destinando-se seu (A) comprovação da entrega de material ou da
produto ao custeio de atividades gerais ou prestação efetiva do serviço.
específicas exercidas por essas entidades. (B) especificação e a importância da despesa,
(C) própria, instituída pelas entidades de direito apenas.
público, compreendendo os impostos, as (C) destinação e a importância da despesa.
taxas e contribuições nos termos da (D)) representação e a importância da despesa
Constituição e das leis vigentes em matéria bem como a dedução desta do saldo da
tributária destinando-se seu produto ao dotação própria.
custeio de atividades gerais exercidas por (E) especificação da despesa, apenas.
essas entidades.
(D) derivada, instituída pelas entidades de 42) (FCC ANALISTA CONTÁBIL ARCE CE 2006) Na
direito privado, compreendendo os classificação funcional-programática, a despesa
impostos, as taxas e contribuições nos pública desdobra-se em
termos da Constituição e das leis vigentes (A)) função, subfunção, programa, projeto,
em matéria tributária destinando-se seu atividade e operação especial.
produto ao custeio de atividades específicas (B) função, subprograma, programa, projeto e
exercidas por essas entidades. atividade.
(E) própria, instituída pelas entidades de direito (C) programa, categoria econômica, natureza de
público, compreendendo os impostos, as despesa e elemento.
taxas e contribuições nos termos da (D) órgão orçamentário, unidade orçamentária
Constituição e das leis vigentes em matéria e unidade de despesa.
tributária destinando-se seu produto ao (E) categoria, natureza de despesa, modalidade
custeio de atividades específicas exercidas de aplicação e elemento.
por essas entidades.
43) (FCC ANALISTA CONTÁBIL ARCE CE 2006)
39) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Pertencem ao Emendas legislativas ao orçamento podem
exercício financeiro as receitas valer-se da anulação parcial ou total de
(A) previstas e as despesas nele liquidadas. (A) despesas de pessoal.
(B) nele recolhidas e as despesas empenhadas. (B) encargos patronais.
(C)) nele arrecadadas e as despesas nele (C) gastos voltados ao serviço da dívida.
legalmente empenhadas. (D))serviços de terceiros.
(D) lançadas e as despesas pagas. (E) transferências tributárias constitucionais.
(E) nele previstas e as despesas nele legalmente
pagas. 44) (FCC ANALISTA CONTÁBIL ARCE CE 2006) No
estágio da liquidação da despesa governamental
40) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Os créditos (A) a Administração efetua o devido abatimento
extraordinários serão abertos por do saldo da dotação.
(A) medida provisória do Poder Executivo, que (B) o fornecedor recebe cópia da Nota de
submeterá a aprovação do Poder Legislativo. Empenho.
(C) o fornecedor recebe o pagamento pelos
materiais entregues ou serviços prestados.
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 83
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

(D) o fornecedor dá total quitação à (E) em face do princípio da anualidade, não


Administração. pode haver despesas de exercícios
(E)) a Administração recebe o objeto contratado, anteriores.
habilitando- se o fornecedor ao pagamento.
DÍVIDA PÚBLICA
45) (FCC ANALISTA CONTÁBIL ARCE CE 2006) Os
créditos especiais e extraordinários 49) (FCC ANALISTA TCE MA 2005) Dívida Pública,
(A) destinam-se ao reforço de dotação preexistente. segundo o professor Domingos D’Amore, “são
(B) vigoram somente no exercício em que são todos os compromissos assumidos pelo governo
autorizados. e os respectivos juros”. É correto afirmar que
(C) podem ser abertos até o limite determinado quanto ao aspecto temporal de sua liquidação, a
na lei orçamentária anual. dívida pode ser de longo e de curto prazo,
(D)) podem ser reabertos no exercício seguinte, contendo ainda as seguintes características:
desde que autorizados a partir do mês de (A) a dívida fundada ou consolidada é aquela
setembro. que representa um compromisso a longo
(E) não podem, em quaisquer circunstâncias, se prazo, necessariamente com valor
relacionar a despesa obrigatória de caráter previamente determinado, garantida por
continuado. título do governo, que rendem juros e são
amortizáveis ou resgatáveis, com
46) (FCC ANALISTA CONTÁBIL ARCE CE 2006) Os vencimento previamente fixado.
créditos suplementares e especiais são (B) o prazo de amortização da dívida pública é
financiados com recursos irrelevante para caracterizar a sua natureza
(A) de operações de crédito por antecipação da jurídica.
receita orçamentária (ARO). (C) de acordo com a Lei de Responsabilidade
(B) do superávit financeiro apurado em balanço Fiscal é vedada a contração de dívidas no
patrimonial do exercício anterior. último ano de mandato sem a
(C) de superávit registrado na Demonstração correspondente disponibilidade de caixa.
das Variações Patrimoniais. (D)) a dívida flutuante caracteriza-se por indicar
(D) do superávit da execução orçamentária. débitos de curto prazo, advindos de
(E) de excesso de arrecadação do exercício compromissos assumidos por prazo inferior
anterior. a doze meses.
(E) compõem a dívida flutuante: os restos a
47) (FCC ANALISTA CONTÁBIL ARCE CE 2006) É pagar, as operações de crédito com prazo de
extra-orçamentário exigibilidade superior a doze meses; os
(A) a despesa de pessoal que excede os limites serviços da dívida a pagar; os depósitos e os
legais. débitos de tesouraria.
(B) qualquer empréstimo autorizado após a
promulgação da lei de orçamento. OUTROS ASSUNTOS
(C)) o depósito realizado por fornecedor da
Administração. 50) (FCC ANALISTA TRE PB 2007) Segundo o direito
(D) o gasto com serviços de terceiros. financeiro, o regime de adiantamento
(E) o pagamento do serviço da dívida, quer o (A) pode ser utilizado por servidor em alcance.
principal, os juros ou outros encargos. (B) pode ser utilizado por servidor responsável
por outro adiantamento.
48) (FCC ANALISTA CONTÁBIL ARCE CE 2006) A teor (C) dispensa empenho na dotação própria.
da Lei no 4.320, de 1964, (D) só pode ser utilizado por servidor já
(A) a receita é contabilizada sob o regime de aprovado em estágio probatório.
competência. (E) pode ser utilizado por funcionário de
(B)) a despesa é orçamentariamente empresa que presta serviços à
contabilizada quando empenhada. Administração.
(C) a despesa submete-se ao regime de caixa.
(D) o exercício financeiro nem sempre coincide
com o ano civil.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 84


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

GABARITO (...)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
D C C D A B C E D D Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Nacional:
D C E A C B A E B A (...)
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
A B E A D E A E C C V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
A D E C C A B B E E delegação legislativa;
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
(...)
D A D E D B C B D B
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo
APÊNDICE A – ARTIGOS DA CF/88 QUE TRATAM DE Presidente da República e apreciar os relatórios sobre
ORÇAMENTO a execução dos planos de governo;
Seção II - DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer
NACIONAL
de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do os da administração indireta;
Presidente da República, não exigida esta para o
XI - zelar pela preservação de sua competência
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas
legislativa em face da atribuição normativa dos outros
as matérias de competência da União, especialmente
Poderes;
sobre:
(...)
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de
rendas; XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de
Contas da União;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orçamento anual, operações de crédito, dívida pública (...)
e emissões de curso forçado;
Seção IV - DO SENADO FEDERAL
(...)
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
IV - planos e programas nacionais, regionais e
setoriais de desenvolvimento; I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente
da República nos crimes de responsabilidade, bem
(...) como os Ministros de Estado e os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da
IX - organização administrativa, judiciária, do
mesma natureza conexos com aqueles; (Redação
Ministério Público e da Defensoria Pública da União e
dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
dos Territórios e organização judiciária, do Ministério
Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal; (...)
X - criação, transformação e extinção de cargos, V - autorizar operações externas de natureza
empregos e funções públicas, observado o que financeira, de interesse da União, dos Estados, do
estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
VI - fixar, por proposta do Presidente da República,
XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da limites globais para o montante da dívida consolidada
administração pública; (Redação dada pela Emenda da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Constitucional nº 32, de 2001) Municípios;
(...) VII - dispor sobre limites globais e condições para as
operações de crédito externo e interno da União, dos
XIII - matéria financeira, cambial e monetária,
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas
instituições financeiras e suas operações;

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 85


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

autarquias e demais entidades controladas pelo Poder a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na
Público federal; administração direta e autárquica ou aumento de sua
remuneração;
VIII - dispor sobre limites e condições para a
concessão de garantia da União em operações de b) organização administrativa e judiciária, matéria
crédito externo e interno; tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal
da administração dos Territórios;
IX - estabelecer limites globais e condições para o
montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito c) servidores públicos da União e Territórios, seu
Federal e dos Municípios; regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria;(Redação dada pela Emenda
(...) Constitucional nº 18, de 1998)
Seção VIII - DO PROCESSO LEGISLATIVO (...)
Subseção I - Disposição Geral
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o
Art. 59. O processo legislativo compreende a Presidente da República poderá adotar medidas
elaboração de: provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela
I - emendas à Constituição;
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
II - leis complementares;
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre
III - leis ordinárias; matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001)
IV - leis delegadas;
I - relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
V - medidas provisórias; 32, de 2001)
VI - decretos legislativos; (...)
VII - resoluções. d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias,
orçamento e créditos adicionais e suplementares,
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela
elaboração, redação, alteração e consolidação das
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
leis.
(...)
(...)
Seção II - Das Atribuições do Presidente da República
Subseção III - Das Leis
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e
República:
ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a
ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na direção superior da administração federal;
forma e nos casos previstos nesta Constituição.
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da previstos nesta Constituição;
República as leis que:
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
Armadas; execução;

II - disponham sobre: V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 86


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

a) organização e funcionamento da administração I - finanças públicas;


federal, quando não implicar aumento de despesa
nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída II - dívida pública externa e interna, incluída a das
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) autarquias, fundações e demais entidades controladas
pelo Poder Público;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
vagos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
2001)
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
(...)
V - fiscalização financeira da administração pública
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano direta e indireta; (Redação dada pela Emenda
plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Constitucional nº 40, de 2003)
e as propostas de orçamento previstos nesta
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e
Constituição;
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dos Municípios;
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
VII - compatibilização das funções das instituições
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
oficiais de crédito da União, resguardadas as
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, características e condições operacionais plenas das
na forma da lei; voltadas ao desenvolvimento regional.

XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos


termos do art. 62;
Art. 164. A competência da União para emitir moeda
(...) será exercida exclusivamente pelo banco central.

Parágrafo único. O Presidente da República poderá § 1º - É vedado ao banco central conceder, direta ou
delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a
e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao qualquer órgão ou entidade que não seja instituição
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral financeira.
da União, que observarão os limites traçados nas
§ 2º - O banco central poderá comprar e vender
respectivas delegações.
títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o
Seção III - Da Responsabilidade do Presidente da objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de
República juros.

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do § 3º - As disponibilidades de caixa da União serão
Presidente da República que atentem contra a depositadas no banco central; as dos Estados, do
Constituição Federal e, especialmente, contra: Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou
entidades do Poder Público e das empresas por ele
(...) controladas, em instituições financeiras oficiais,
ressalvados os casos previstos em lei.
VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.


Seção II - DOS ORÇAMENTOS
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei
especial, que estabelecerá as normas de processo e Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo
julgamento. estabelecerão:

(...) I - o plano plurianual;

CAPÍTULO II - DAS FINANÇAS PÚBLICAS II - as diretrizes orçamentárias;

Seção I - NORMAS GERAIS III - os orçamentos anuais.

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:


Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 87
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual abertura de créditos suplementares e contratação de


estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, operações de crédito, ainda que por antecipação de
objetivos e metas da administração pública federal receita, nos termos da lei.
para as despesas de capital e outras delas decorrentes
e para as relativas aos programas de duração § 9º - Cabe à lei complementar:
continuada.
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os
§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá prazos, a elaboração e a organização do plano
as metas e prioridades da administração pública plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei
federal, incluindo as despesas de capital para o orçamentária anual;
exercício financeiro subseqüente, orientará a
II - estabelecer normas de gestão financeira e
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre
patrimonial da administração direta e indireta bem
as alterações na legislação tributária e estabelecerá a
como condições para a instituição e funcionamento
política de aplicação das agências financeiras oficiais
de fundos.
de fomento.
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano
§ 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após
plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
o encerramento de cada bimestre, relatório resumido
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas
da execução orçamentária.
duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e regimento comum.
setoriais previstos nesta Constituição serão
§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de
elaborados em consonância com o plano plurianual e
Senadores e Deputados:
apreciados pelo Congresso Nacional.
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, anualmente pelo Presidente da República;
seus fundos, órgãos e entidades da administração
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
programas nacionais, regionais e setoriais previstos
mantidas pelo Poder Público;
nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a
II - o orçamento de investimento das empresas em fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação
que a União, direta ou indiretamente, detenha a das demais comissões do Congresso Nacional e de
maioria do capital social com direito a voto; suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo § 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão


todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na
administração direta ou indireta, bem como os fundos forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do
e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Congresso Nacional.
Público.
§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento
§ 6º - O projeto de lei orçamentária será anual ou aos projetos que o modifiquem somente
acompanhado de demonstrativo regionalizado do podem ser aprovadas caso:
efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a
isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de
lei de diretrizes orçamentárias;
natureza financeira, tributária e creditícia.
II - indiquem os recursos necessários, admitidos
§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste
apenas os provenientes de anulação de despesa,
artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão
excluídas as que incidam sobre:
entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-
regionais, segundo critério populacional. a) dotações para pessoal e seus encargos;
§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo b) serviço da dívida;
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
não se incluindo na proibição a autorização para c) transferências tributárias constitucionais para
Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 88
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

III - sejam relacionadas: § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às


operações de crédito por antecipação de receita,
a) com a correção de erros ou omissões; ou previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no §
4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem
orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
prévia autorização legislativa e sem indicação dos
incompatíveis com o plano plurianual.
recursos correspondentes;
§ 5º - O Presidente da República poderá enviar
VI - a transposição, o remanejamento ou a
mensagem ao Congresso Nacional para propor
transferência de recursos de uma categoria de
modificação nos projetos a que se refere este artigo
programação para outra ou de um órgão para outro,
enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista,
sem prévia autorização legislativa;
da parte cuja alteração é proposta.
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das
diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão VIII - a utilização, sem autorização legislativa
enviados pelo Presidente da República ao Congresso específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
Nacional, nos termos da lei complementar a que se seguridade social para suprir necessidade ou cobrir
refere o art. 165, § 9º. déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos
mencionados no art. 165, § 5º;
§ 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste
artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem
as demais normas relativas ao processo legislativo. prévia autorização legislativa.
§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, X - a transferência voluntária de recursos e a
emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária concessão de empréstimos, inclusive por antecipação
anual, ficarem sem despesas correspondentes de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas
poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante instituições financeiras, para pagamento de despesas
créditos especiais ou suplementares, com prévia e com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados,
específica autorização legislativa. do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 167. São vedados:
XI - a utilização dos recursos provenientes das
I - o início de programas ou projetos não incluídos na
contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II,
lei orçamentária anual;
para a realização de despesas distintas do pagamento
II - a realização de despesas ou a assunção de de benefícios do regime geral de previdência social de
obrigações diretas que excedam os créditos que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda
orçamentários ou adicionais; Constitucional nº 20, de 1998)

III - a realização de operações de créditos que § 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse
excedam o montante das despesas de capital, um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia
ressalvadas as autorizadas mediante créditos inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a
suplementares ou especiais com finalidade precisa, inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria
§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão
absoluta;
vigência no exercício financeiro em que forem
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, autorizados, salvo se o ato de autorização for
fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do promulgado nos últimos quatro meses daquele
produto da arrecadação dos impostos a que se exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus
referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
para as ações e serviços públicos de saúde, para financeiro subseqüente.
manutenção e desenvolvimento do ensino e para
§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente
realização de atividades da administração tributária,
será admitida para atender a despesas imprevisíveis e
como determinado, respectivamente, pelos arts. 198,

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 89


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos
interna ou calamidade pública, observado o disposto com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
no art. 62. complementar referida no caput, a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias seguintes providências: (Incluído pela Emenda
geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 Constitucional nº 19, de 1998)
e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158
e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou I - redução em pelo menos vinte por cento das
contragarantia à União e para pagamento de débitos despesas com cargos em comissão e funções de
para com esta. (Incluído pela Emenda Constitucional confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
nº 3, de 1993) 19, de 1998)

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído
orçamentárias, compreendidos os créditos pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo
e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o anterior não forem suficientes para assegurar o
dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei cumprimento da determinação da lei complementar
complementar a que se refere o art. 165, § 9º. referida neste artigo, o servidor estável poderá perder
Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de o cargo, desde que ato normativo motivado de cada
2004) um dos Poderes especifique a atividade funcional, o
órgão ou unidade administrativa objeto da redução de
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos de 1998)
Municípios não poderá exceder os limites
estabelecidos em lei complementar. § 5º O servidor que perder o cargo na forma do
parágrafo anterior fará jus a indenização
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento correspondente a um mês de remuneração por ano
de remuneração, a criação de cargos, empregos e de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem 19, de 1998)
como a admissão ou contratação de pessoal, a
qualquer título, pelos órgãos e entidades da § 6º O cargo objeto da redução prevista nos
administração direta ou indireta, inclusive fundações parágrafos anteriores será considerado extinto,
instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão vedada a criação de cargo, emprego ou função com
ser feitas: (Renumerado do parágrafo único, pela atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) quatro anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente
para atender às projeções de despesa de pessoal e § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a
aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído pela serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes (...)


orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
sociedades de economia mista. (Incluído pela Emenda
TRANSITÓRIAS
Constitucional nº 19, de 1998)
(...)
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei
complementar referida neste artigo para a adaptação Art. 35. O disposto no art. 165, § 7º, será cumprido de
aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente forma progressiva, no prazo de até dez anos,
suspensos todos os repasses de verbas federais ou distribuindo-se os recursos entre as regiões
estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos macroeconômicas em razão proporcional à
Municípios que não observarem os referidos limites. população, a partir da situação verificada no biênio
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 1986-87.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 90


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

§ 1º - Para aplicação dos critérios de que trata este Distrito Federal, de acordo com o disposto no art. 5º,
artigo, excluem-se das despesas totais as relativas: inciso XV, letra b, da Constituição Federal.

I - aos projetos considerados prioritários no plano


plurianual;
TÍTULO I - Da Lei de Orçamento
II - à segurança e defesa nacional;
CAPÍTULO I - Disposições Gerais
III - à manutenção dos órgãos federais no Distrito
Federal; Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a
discriminação da receita e despesa de forma a
IV - ao Congresso Nacional, ao Tribunal de Contas da evidenciar a política econômica financeira e o
União e ao Poder Judiciário; programa de trabalho do Governo, obedecidos os
princípios de unidade universalidade e anualidade.
V - ao serviço da dívida da administração direta e
indireta da União, inclusive fundações instituídas e § 1° Integrarão a Lei de Orçamento:
mantidas pelo Poder Público federal.
I - Sumário geral da receita por fontes e da
§ 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a despesa por funções do Governo;
que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas
as seguintes normas: II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa
segundo as Categorias Econômicas, na forma do
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o Anexo nº. 1;
final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subseqüente, será encaminhado até III - Quadro discriminativo da receita por fontes e
quatro meses antes do encerramento do primeiro respectiva legislação;
exercício financeiro e devolvido para sanção até o
IV - Quadro das dotações por órgãos do Governo
encerramento da sessão legislativa;
e da Administração.
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será
§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento:
encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido I - Quadros demonstrativos da receita e planos de
para sanção até o encerramento do primeiro período aplicação dos fundos especiais;
da sessão legislativa;
II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma
III - o projeto de lei orçamentária da União será dos Anexos ns. 6 a 9;
encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido III - Quadro demonstrativo do programa anual de
para sanção até o encerramento da sessão legislativa. trabalho do Governo, em termos de realização de
obras e de prestação de serviços.
(...)
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas
as receitas, inclusive as de operações de crédito
APÊNDICE B – LEI 4.320/64 autorizadas em lei.
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para Parágrafo único. Não se consideram para os fins
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da deste artigo as operações de credito por antecipação
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito da receita, as emissões de papel-moeda e outras
Federal. entradas compensatórias, no ativo e passivo
financeiros . (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei; Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas
as despesas próprias dos órgãos do Governo e da
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR administração centralizada, ou que, por intermédio
deles se devam realizar, observado o disposto no
Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito artigo 2°.
financeiro para elaboração e controle dos orçamentos
e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 91
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará identificados por números de códigos decimal, na
dotações globais destinadas a atender forma dos Anexos ns. 3 e 4.
indiferentemente a despesas de pessoal, material,
serviços de terceiros, transferências ou quaisquer § 2º Completarão os números do código decimal
outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu referido no parágrafo anterior os algarismos
parágrafo único. caracterizadores da classificação funcional da
despesa, conforme estabelece o Anexo n. 5.
Art. 6º Tôdas as receitas e despesas constarão da
Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas § 3° O código geral estabelecido nesta lei não
quaisquer deduções. prejudicará a adoção de códigos locais.

§ 1º As cotas de receitas que uma entidade


pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como
CAPÍTULO II - Da Receita
despesa, no orçamento da entidade obrigada a
transferência e, como receita, no orçamento da que Art. 9º Tributo e a receita derivada instituída
as deva receber. pelas entidades de direito publico, compreendendo os
impostos, as taxas e contribuições nos termos da
§ 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo
constituição e das leis vigentes em matéria financeira,
anterior, o calculo das cotas terá por base os dados
destinado-se o seu produto ao custeio de atividades
apurados no balanço do exercício anterior aquele em
gerais ou especificas exercidas por essas entidades
que se elaborar a proposta orçamentária do governo
(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
obrigado a transferência. (Veto rejeitado no D.O.
05/05/1964) Art. 10. (Vetado).
Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter Art. 11 - A receita classificar-se-á nas
autorização ao Executivo para: seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes
e Receitas de Capital. (Redação dada pelo Decreto Lei
I - Abrir créditos suplementares até determinada
nº 1.939, de 20.5.1982)
importância obedecidas as disposições do artigo 43;
(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964) § 1º - São Receitas Correntes as receitas
tributária, de contribuições, patrimonial,
II - Realizar em qualquer mês do exercício
agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda,
financeiro, operações de crédito por antecipação da
as provenientes de recursos financeiros recebidos de
receita, para atender a insuficiências de caixa.
outras pessoas de direito público ou privado, quando
§ 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento destinadas a atender despesas classificáveis em
indicará as fontes de recursos que o Poder Executivo Despesas Correntes. (Redação dada pelo Decreto Lei
fica autorizado a utilizar para atender a sua cobertura. nº 1.939, de 20.5.1982)

§ 2° O produto estimado de operações de crédito § 2º - São Receitas de Capital as provenientes da


e de alienação de bens imóveis somente se incluirá na realização de recursos financeiros oriundos de
receita quando umas e outras forem especìficamente constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de
autorizadas pelo Poder Legislativo em forma que bens e direitos; os recursos recebidos de outras
jurìdicamente possibilite ao Poder Executivo realizá- pessoas de direito público ou privado, destinados a
las no exercício. atender despesas classificáveis em Despesas de
Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.
§ 3º A autorização legislativa a que se refere o (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de
parágrafo anterior, no tocante a operações de crédito, 20.5.1982)
poderá constar da própria Lei de Orçamento.
§ 3º - O superávit do Orçamento Corrente
Art. 8º A discriminação da receita geral e da resultante do balanceamento dos totais das receitas e
despesa de cada órgão do Governo ou unidade despesas correntes, apurado na demonstração a que
administrativa, a que se refere o artigo 2º, § 1º, se refere o Anexo nº 1, não constituirá item de receita
incisos III e IV obedecerá à forma do Anexo n. 2. orçamentária. (Redação dada pelo Decreto Lei nº
1.939, de 20.5.1982)
§ 1° Os itens da discriminação da receita e da
despesa, mencionados nos artigos 11, § 4°, e 13, serão
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 92
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

§ 4º - A classificação da receita obedecerá ao Investimentos


seguinte esquema: (Redação dada pelo Decreto Lei nº Inversões Financeiras
1.939, de 20.5.1982)
Transferências de Capital

RECEITAS CORRENTES
§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as
RECEITA TRIBUTÁRIA dotações para manutenção de serviços anteriormente
criados, inclusive as destinadas a atender a obras de
Impostos conservação e adaptação de bens imóveis.
Taxas § 2º Classificam-se como Transferências
Correntes as dotações para despesas as quais não
Contribuições de Melhoria
corresponda contraprestação direta em bens ou
RECEITA DE CONTRIBUIÇOES serviços, inclusive para contribuições e subvenções
destinadas a atender à manifestação de outras
RECEITA PATRIMONIAL entidades de direito público ou privado.
RECEITA AGROPECUÁRIA § 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos
desta lei, as transferências destinadas a cobrir
RECEITA INDUSTRIAL
despesas de custeio das entidades beneficiadas,
RECEITA DE SERVIÇOS distinguindo-se como:

TRANSFERÊNCIAS CORRENTES I - subvenções sociais, as que se destinem a


instituições públicas ou privadas de caráter
OUTRAS RECEITAS CORRENTES assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;

RECEITAS DE CAPITAL II - subvenções econômicas, as que se destinem a


Empresas públicas ou privadas de caráter industrial,
OPERAÇÕES DE CRÉDITO comercial, agrícola ou pastoril.
ALIENAÇÃO DE BENS § 4º Classificam-se como investimentos as
dotações para o planejamento e a execução de obras,
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
inclusive as destinadas à aquisição de imóveis
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL considerados necessários à realização destas últimas,
bem como para os programas especiais de trabalho,
OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL aquisição de instalações, equipamentos e material
permanente e constituição ou aumento do capital de
Empresas que não sejam de caráter comercial ou
CAPÍTULO III - Da Despesa financeiro.

Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes § 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as
categorias econômicas: dotações destinadas a:

I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já


em utilização;
DESPESAS CORRENTES
II - aquisição de títulos representativos do capital
Despesas de Custeio de Empresas ou entidades de qualquer espécie, já
constituídas, quando a operação não importe
Transferências Correntes aumento do capital;

III - constituição ou aumento do capital de


entidades ou Empresas que visem a objetivos
DESPESAS DE CAPITAL
comerciais ou financeiros, inclusive operações
bancárias ou de seguros.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 93


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

§ 6º São Transferências de Capital as dotações Inversões Financeiras


para investimentos ou inversões financeiras que
outras pessoas de direito público ou privado devam Aquisição de Imóveis
realizar, independentemente de contraprestação Participação em Constituição ou Aumento de
direta em bens ou serviços, constituindo essas Capital de Empresas ou Entidades Comerciais ou
transferências auxílios ou contribuições, segundo Financeiras
derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei Aquisição de Títulos Representativos de Capital de
especialmente anterior, bem como as dotações para Empresa em Funcionamento
amortização da dívida pública. Constituição de Fundos Rotativos
Concessão de Empréstimos
Art. 13. Observadas as categorias econômicas do
art. 12, a discriminação ou especificação da despesa
por elementos, em cada unidade administrativa ou Diversas Inversões Financeiras
órgão de governo, obedecerá ao seguinte esquema:
Transferências de Capital

Amortização da Dívida Pública


DESPESAS CORRENTES Auxílios para Obras Públicas
Auxílios para Equipamentos e Instalações
Despesas de Custeio Auxílios para Inversões Financeiras

Pessoa Civil Outras Contribuições


Pessoal Militar
Material de Consumo
Serviços de Terceiros
Art. 14. Constitui unidade orçamentária o
Encargos Diversos
agrupamento de serviços subordinados ao mesmo
órgão ou repartição a que serão consignadas dotações
próprias. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Transferências Correntes
Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão
Subvenções Sociais consignadas dotações a unidades administrativas
Subvenções Econômicas subordinadas ao mesmo órgão.
Inativos
Pensionistas Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da
Salário Família e Abono Familiar despesa far-se-á no mínimo por elementos. (Veto
Juros da Dívida Pública rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Contribuições de Previdência Social
§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento
da despesa com pessoal, material, serviços, obras e
outros meios de que se serve a administração publica
Diversas Transferências Correntes. para consecução dos seus fins. (Veto rejeitado no D.O.
05/05/1964)

§ 2º Para efeito de classificação da despesa,


DESPESAS DE CAPITAL considera-se material permanente o de duração
superior a dois anos.
Investimentos

Obras Públicas
Serviços em Regime de Programação Especial SEÇÃO I - Das Despesas Correntes
Equipamentos e Instalações
Material Permanente SUBSEÇÃO ÚNICA - Das Transferências Correntes
Participação em Constituição ou Aumento de
Capital de Empresas ou Entidades Industriais ou I) Das Subvenções Sociais
Agrícolas
Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das
possibilidades financeiras a concessão de subvenções

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 94


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

sociais visará a prestação de serviços essenciais de despesa poderão ser custeadas por dotações globais,
assistência social, médica e educacional, sempre que a classificadas entre as Despesas de Capital.
suplementação de recursos de origem privada
aplicados a Esses objetivos, revelar-se mais
econômica.
SUBSEÇÃO SEGUNDA - Das Transferências de Capital
Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre
Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará
que possível, será calculado com base em unidades de
auxílio para investimentos que se devam incorporar
serviços efetivamente prestados ou postos à
ao patrimônio das Empresas privadas de fins
disposição dos interessados obedecidos os padrões
lucrativos.
mínimos de eficiência prèviamente fixados.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se
Art. 17. Somente à instituição cujas condições de
às transferências de capital à conta de fundos
funcionamento forem julgadas satisfatórias pelos
especiais ou dotações sob regime excepcional de
órgãos oficiais de fiscalização serão concedidas
aplicação.
subvenções.

II) Das Subvenções Econômicas


TÍTULO II - Da Proposta Orçamentária
Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção
das Empresas públicas, de natureza autárquica ou CAPÍTULO I - Conteúdo e Forma da Proposta
não, far-se-á mediante subvenções econômicas Orçamentária
expressamente incluídas nas despesas correntes do
orçamento da União, do Estado, do Município ou do Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder
Distrito Federal. Executivo encaminhará ao Poder Legislativo nos
prazos estabelecidos nas Constituições e nas Leis
Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, Orgânicas dos Municípios, compor-se-á:
como subvenções econômicas:
I - Mensagem, que conterá: exposição
a) as dotações destinadas a cobrir a diferença circunstanciada da situação econômico-financeira,
entre os preços de mercado e os preços de revenda, documentada com demonstração da dívida fundada e
pelo Governo, de gêneros alimentícios ou outros flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar
materiais; e outros compromissos financeiros exigíveis;
exposição e justificação da política econômica-
b) as dotações destinadas ao pagamento de
financeira do Governo; justificação da receita e
bonificações a produtores de determinados gêneros
despesa, particularmente no tocante ao orçamento de
ou materiais.
capital;
Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda
II - Projeto de Lei de Orçamento;
financeira, a qualquer título, a Empresa de fins
lucrativos, salvo quando se tratar de subvenções cuja III - Tabelas explicativas, das quais, além das
concessão tenha sido expressamente autorizada em estimativas de receita e despesa, constarão, em
lei especial. colunas distintas e para fins de comparação:

a) A receita arrecadada nos três últimos


exercícios anteriores àquele em que se elaborou a
SEÇÃO II - Das Despesas de Capital
proposta;
SUBSEÇÃO PRIMEIRA - Dos Investimentos
b) A receita prevista para o exercício em que se
Art. 20. Os investimentos serão discriminados na elabora a proposta;
Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de
c) A receita prevista para o exercício a que se
outras aplicações.
refere a proposta;
Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho
d) A despesa realizada no exercício
que, por sua natureza, não possam cumprir-se
imediatamente anterior;
subordinadamente às normas gerais de execução da

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 95


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

e) A despesa fixada para o exercício em que se Parágrafo único. Consideram-se metas os


elabora a proposta; e resultados que se pretendem obter com a realização
de cada programa.
f) A despesa prevista para o exercício a que se
refere a proposta. Art. 26. A proposta orçamentária conterá o
programa anual atualizado dos investimentos,
IV - Especificação dos programas especiais de inversões financeiras e transferências previstos no
trabalho custeados por dotações globais, em termos Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital.
de metas visadas, decompostas em estimativa do
custo das obras a realizar e dos serviços a prestar,
acompanhadas de justificação econômica, financeira,
social e administrativa. SEÇÃO SEGUNDA - Das Previsões Anuais

Parágrafo único. Constará da proposta Art. 27. As propostas parciais de orçamento


orçamentária, para cada unidade administrativa, guardarão estrita conformidade com a política
descrição sucinta de suas principais finalidades, com econômica-financeira, o programa anual de trabalho
indicação da respectiva legislação. do Governo e, quando fixado, o limite global máximo
para o orçamento de cada unidade administrativa.

Art. 28 As propostas parciais das unidades


CAPÍTULO II - Da Elaboração da Proposta administrativas, organizadas em formulário próprio,
Orçamentária serão acompanhadas de:

SEÇÃO PRIMEIRA - Das Previsões Plurienais I - tabelas explicativas da despesa, sob a forma
estabelecida no artigo 22, inciso III, letras d, e e f;
Art. 23. As receitas e despesas de capital serão
objeto de um Quadro de Recursos e de Aplicação de II - justificação pormenorizada de cada dotação
Capital, aprovado por decreto do Poder Executivo, solicitada, com a indicação dos atos de aprovação de
abrangendo, no mínimo um triênio. projetos e orçamentos de obras públicas, para cujo
início ou prosseguimento ela se destina.
Parágrafo único. O Quadro de Recursos e de
Aplicação de Capital será anualmente reajustado Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de
acrescentando-se-lhe as previsões de mais um ano, de arrecadação organizar demonstrações mensais da
modo a assegurar a projeção contínua dos períodos. receita arrecadada, segundo as rubricas, para
servirem de base a estimativa da receita, na proposta
Art. 24. O Quadro de Recursos e de Aplicação de orçamentária.
Capital abrangerá:
Parágrafo único. Quando houver órgão central de
I - as despesas e, como couber, também as orçamento, essas demonstrações ser-lhe-ão
receitas previstas em planos especiais aprovados em remetidas mensalmente.
lei e destinados a atender a regiões ou a setores da
administração ou da economia; Art. 30. A estimativa da receita terá por base as
demonstrações a que se refere o artigo anterior à
II - as despesas à conta de fundos especiais e, arrecadação dos três últimos exercícios, pelo menos
como couber, as receitas que os constituam; bem como as circunstâncias de ordem conjuntural e
outras, que possam afetar a produtividade de cada
III - em anexos, as despesas de capital das
fonte de receita.
entidades referidas no Título X desta lei, com
indicação das respectivas receitas, para as quais Art. 31. As propostas orçamentárias parciais
forem previstas transferências de capital. serão revistas e coordenadas na proposta geral,
considerando-se a receita estimada e as novas
Art. 25. Os programas constantes do Quadro de
circunstâncias.
Recursos e de Aplicação de Capital sempre que
possível serão correlacionados a metas objetivas em
termos de realização de obras e de prestação de
serviços.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 96


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

TÍTULO III - Da elaboração da Lei de Orçamento orçamento, discriminada por elementos, obedecida,
sempre que possível, a ordem cronológica.
Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária
no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Art. 38. Reverte à dotação a importância de
Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo despesa anulada no exercício, quando a anulação
considerará como proposta a Lei de Orçamento ocorrer após o encerramento deste considerar-se-á
vigente. receita do ano em que se efetivar.

Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de
Lei de Orçamento que visem a: natureza tributária ou não tributária, serão
escriturados como receita do exercício em que forem
a) alterar a dotação solicitada para despesa de arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.
custeio, salvo quando provada, nesse ponto a
inexatidão da proposta; § 1º - Os créditos de que trata este artigo,
exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento,
b) conceder dotação para o início de obra cujo serão inscritos, na forma da legislação própria, como
projeto não esteja aprovado pelos órgãos Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua
competentes; liquidez e certeza, e a respectiva receita será
escriturada a esse título. (Parágrafo incluído pelo
c) conceder dotação para instalação ou
Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)
funcionamento de serviço que não esteja
anteriormente criado; § 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da
Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de
d) conceder dotação superior aos quantitativos
obrigação legal relativa a tributos e respectivos
prèviamente fixados em resolução do Poder
adicionais e multas, e Dívida Ativa não Tributária são
Legislativo para concessão de auxílios e subvenções.
os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os
provenientes de empréstimos compulsórios,
contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer
TÍTULO IV - Do Exercício Financeiro origem ou natureza, exceto as tributárias, foros,
laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o
processuais, preços de serviços prestados por
ano civil.
estabelecimentos públicos, indenizações, reposições,
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: restituições, alcances dos responsáveis
definitivamente julgados, bem assim os créditos
I - as receitas nele arrecadadas; decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de
subrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra
II - as despesas nele legalmente empenhadas. garantia, de contratos em geral ou de outras
obrigações legais. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei
Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as
nº 1.735, de 20.12.1979)
despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de
dezembro distinguindo-se as processadas das não § 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em
processadas. moeda estrangeira será convertido ao
correspondente valor na moeda nacional à taxa
Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a
cambial oficial, para compra, na data da notificação
conta de créditos com vigência plurienal, que não
ou intimação do devedor, pela autoridade
tenham sido liquidados, só serão computados como
administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da
Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito.
Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a
Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, atualização monetária e os juros de mora, de acordo
para as quais o orçamento respectivo consignava com preceitos legais pertinentes aos débitos
crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, tributários. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº
que não se tenham processado na época própria, bem 1.735, de 20.12.1979)
como os Restos a Pagar com prescrição interrompida
§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os
e os compromissos reconhecidos após o
créditos mencionados nos parágrafos anteriores, bem
encerramento do exercício correspondente poderão
como os valores correspondentes à respectiva
ser pagos à conta de dotação específica consignada no

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 97


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

atualização monetária, à multa e juros de mora e ao § 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para
encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-lei nº os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças
1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e
Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978. a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do
§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita exercício.
na Procuradoria da Fazenda Nacional.
§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis,
provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á
a importância dos créditos extraordinários abertos no
TÍTULO V - Dos Créditos Adicionais exercício.
Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos
de despesa não computadas ou insuficientemente por decreto do Poder Executivo, que deles dará
dotadas na Lei de Orçamento. imediato conhecimento ao Poder Legislativo.
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência
adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos,
I - suplementares, os destinados a reforço de
salvo expressa disposição legal em contrário, quanto
dotação orçamentária;
aos especiais e extraordinários.
II - especiais, os destinados a despesas para as
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará
quais não haja dotação orçamentária específica;
a importância, a espécie do mesmo e a classificação
III - extraordinários, os destinados a despesas da despesa, até onde for possível.
urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção
intestina ou calamidade pública.
TÍTULO VI - Da Execução do Orçamento
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais
serão autorizados por lei e abertos por decreto CAPÍTULO I - Da Programação da Despesa
executivo.
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados,
especiais depende da existência de recursos o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas
disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida trimestrais da despesa que cada unidade
de exposição justificativa. orçamentária fica autorizada a utilizar.
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo
artigo, desde que não comprometidos: anterior atenderá aos seguintes objetivos:
I - o superávit financeiro apurado em balanço a) assegurar às unidades orçamentárias, em
patrimonial do exercício anterior; tempo útil a soma de recursos necessários e
suficientes a melhor execução do seu programa anual
II - os provenientes de excesso de arrecadação;
de trabalho;
III - os resultantes de anulação parcial ou total de
b) manter, durante o exercício, na medida do
dotações orçamentárias ou de créditos adicionais,
possível o equilíbrio entre a receita arrecadada e a
autorizados em Lei;
despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo
IV - o produto de operações de credito eventuais insuficiências de tesouraria.
autorizadas, em forma que juridicamente possibilite
Art. 49. A programação da despesa orçamentária,
ao poder executivo realizá-las.
para feito do disposto no artigo anterior, levará em
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a conta os créditos adicionais e as operações extra-
diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo orçamentárias.
financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos
Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas
créditos adicionais transferidos e as operações de
durante o exercício, observados o limite da dotação e
credito a eles vinculadas.
o comportamento da execução orçamentária.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 98


AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

CAPÍTULO II - Da Receita empenhar, no último mês do mandato do Prefeito,


mais do que o duodécimo da despesa prevista no
Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou orçamento vigente.
aumentado sem que a lei o estabeleça, nenhum será
cobrado em cada exercício sem prévia autorização § 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no
orçamentária, ressalvados a tarifa aduaneira e o mesmo período, assumir, por qualquer forma,
imposto lançado por motivo de guerra. compromissos financeiros para execução depois do
término do mandato do Prefeito.
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos
diretos e quaisquer outras rendas com vencimento § 3º As disposições dos parágrafos anteriores não
determinado em lei, regulamento ou contrato. se aplicam nos casos comprovados de calamidade
pública.
Art. 53. O lançamento da receita, o ato da
repartição competente, que verifica a procedência do § 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os
crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve empenhos e atos praticados em desacordo com o
o débito desta. disposto nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem
prejuízo da responsabilidade do Prefeito nos termos
Art. 54. Não será admitida a compensação da do Art. 1º, inciso V, do Decreto-lei n.º 201, de 27 de
observação de recolher rendas ou receitas com direito fevereiro de 1967.
creditório contra a Fazenda Pública.
Art. 60. É vedada a realização de despesa sem
Art. 55. Os agentes da arrecadação devem prévio empenho.
fornecer recibos das importâncias que arrecadarem.
§ 1º Em casos especiais previstos na legislação
§ 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa específica será dispensada a emissão da nota de
que paga a soma arrecadada, proveniência e empenho.
classificação, bem como a data a assinatura do agente
arrecadador. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964) § 2º Será feito por estimativa o empenho da
despesa cujo montante não se possa determinar.
§ 2º Os recibos serão fornecidos em uma única
via. § 3º É permitido o empenho global de despesas
contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.
Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-
se-á em estrita observância ao princípio de unidade Art. 61. Para cada empenho será extraído um
de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para documento denominado "nota de empenho" que
criação de caixas especiais. indicará o nome do credor, a representação e a
importância da despesa bem como a dedução desta
Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do saldo da dotação própria.
do artigo 3. desta lei serão classificadas como receita
orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as Art. 62. O pagamento da despesa só será
receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de efetuado quando ordenado após sua regular
operações de crédito, ainda que não previstas no liquidação.
Orçamento.
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na
verificação do direito adquirido pelo credor tendo por
base os títulos e documentos comprobatórios do
CAPÍTULO III - Da Despesa respectivo crédito.
Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado § 1° Essa verificação tem por fim apurar:
de autoridade competente que cria para o Estado
obrigação de pagamento pendente ou não de I - a origem e o objeto do que se deve pagar;
implemento de condição.
II - a importância exata a pagar;
Art. 59 - O empenho da despesa não poderá
exceder o limite dos créditos concedidos. III - a quem se deve pagar a importância, para
extinguir a obrigação.
§ 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da
Constituição Federal, é vedado aos Municípios
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 99
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e


feitos ou serviços prestados terá por base: a adjudicação de obras e serviços serão regulados em
lei, respeitado o princípio da concorrência.
I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

II - a nota de empenho;
TÍTULO VII - Dos Fundos Especiais
III - os comprovantes da entrega de material ou
da prestação efetiva do serviço. Art. 71. Constitui fundo especial o produto de
receitas especificadas que por lei se vinculam à
Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho realização de determinados objetivos ou serviços,
exarado por autoridade competente, determinando facultada a adoção de normas peculiares de aplicação.
que a despesa seja paga.
Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias
Parágrafo único. A ordem de pagamento só vinculadas a turnos especiais far-se-á através de
poderá ser exarada em documentos processados dotação consignada na Lei de Orçamento ou em
pelos serviços de contabilidade (Veto rejeitado no créditos adicionais.
D.O. 05/05/1964)
Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei
Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado que o instituiu, o saldo positivo do fundo especial
por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos apurado em balanço será transferido para o exercício
por estabelecimentos bancários credenciados e, em seguinte, a crédito do mesmo fundo.
casos excepcionais, por meio de adiantamento.
Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá
Art. 66. As dotações atribuídas às diversas determinar normas peculiares de controle, prestação
unidades orçamentárias poderão quando e tomada de contas, sem de qualquer modo, elidir a
expressamente determinado na Lei de Orçamento ser competência específica do Tribunal de Contas ou
movimentadas por órgãos centrais de administração órgão equivalente.
geral.

Parágrafo único. É permitida a redistribuição de


parcelas das dotações de pessoal, de uma para outra TÍTULO VIII - Do Controle da Execução Orçamentária
unidade orçamentária, quando considerada
indispensável à movimentação de pessoal dentro das CAPÍTULO I - Disposições Gerais
tabelas ou quadros comuns às unidades interessadas,
Art. 75. O controle da execução orçamentária
a que se realize em obediência à legislação específica.
compreenderá:
Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda
I - a legalidade dos atos de que resultem a
Pública, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão
arrecadação da receita ou a realização da despesa, o
na ordem de apresentação dos precatórios e à conta
nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
dos créditos respectivos, sendo proibida a designação
de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e II - a fidelidade funcional dos agentes da
nos créditos adicionais abertos para Esse fim. administração, responsáveis por bens e valores
públicos;
Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos
casos de despesas expressamente definidos em lei e III - o cumprimento do programa de trabalho
consiste na entrega de numerário a servidor, sempre expresso em termos monetários e em termos de
precedida de empenho na dotação própria para o fim realização de obras e prestação de serviços.
de realizar despesas, que não possam subordinar-se
ao processo normal de aplicação.

Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em CAPÍTULO II - Do Controle Interno


alcance nem a responsável por dois adiantamento.
Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos
(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
de controle a que se refere o artigo 75, sem prejuízo
das atribuições do Tribunal de Contas ou órgão
equivalente.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 100
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de despesas, administrem ou guardem bens a ela
execução orçamentária será prévia, concomitante e pertencentes ou confiados.
subseqüente.
Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de
Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas Contas ou órgão equivalente, a tomada de contas dos
anual, quando instituída em lei, ou por fim de gestão, agentes responsáveis por bens ou dinheiros públicos
poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, será realizada ou superintendida pelos serviços de
prestação ou tomada de contas de todos os contabilidade.
responsáveis por bens ou valores públicos.
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão
Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da organizados de forma a permitirem o
proposta orçamentária ou a outro indicado na acompanhamento da execução orçamentária, o
legislação, caberá o controle estabelecido no inciso III conhecimento da composição patrimonial, a
do artigo 75. determinação dos custos dos serviços industriais, o
levantamento dos balanços gerais, a análise e a
Parágrafo único. Esse controle far-se-á, quando interpretação dos resultados econômicos e
for o caso, em termos de unidades de medida, financeiros.
prèviamente estabelecidos para cada atividade.
Art. 86. A escrituração sintética das operações
Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou financeiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo método
órgãos equivalentes verificar a exata observância dos das partidas dobradas.
limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade
orçamentária, dentro do sistema que for instituído Art. 87. Haverá controle contábil dos direitos e
para Esse fim. obrigações oriundos de ajustes ou contratos em que a
administração pública for parte.

Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados


CAPÍTULO III - Do Controle Externo com individuação do devedor ou do credor e
especificação da natureza, importância e data do
Art. 81. O controle da execução orçamentária,
vencimento, quando fixada.
pelo Poder Legislativo, terá por objetivo verificar a
probidade da administração, a guarda e legal Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos
emprêgo dos dinheiros públicos e o cumprimento da ligados à administração orçamentária, financeira
Lei de Orçamento. patrimonial e industrial.
Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará
contas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido nas
Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios. CAPÍTULO II - Da Contabilidade Orçamentária e
Financeira
§ 1º As contas do Poder Executivo serão
submetidas ao Poder Legislativo, com Parecer prévio Art. 90 A contabilidade deverá evidenciar, em
do Tribunal de Contas ou órgão equivalente. seus registros, o montante dos créditos orçamentários
vigentes, a despesa empenhada e a despesa realizada,
§ 2º Quando, no Município não houver Tribunal à conta dos mesmos créditos, e as dotações
de Contas ou órgão equivalente, a Câmara de disponíveis.
Vereadores poderá designar peritos contadores para
verificarem as contas do prefeito e sobre elas Art. 91. O registro contábil da receita e da
emitirem parecer. despesa far-se-á de acôrdo com as especificações
constantes da Lei de Orçamento e dos créditos
adicionais.
TÍTULO IX - Da Contabilidade Art. 92. A dívida flutuante compreende:
CAPÍTULO I - Disposições Gerais I - os restos a pagar, excluídos os serviços da
dívida;
Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a
Fazenda Pública a situação de todos quantos, de II - os serviços da dívida a pagar;
qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 101
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

III - os depósitos; Art. 100 As alterações da situação líquida


patrimonial, que abrangem os resultados da execução
IV - os débitos de tesouraria. orçamentária, bem como as variações independentes
dessa execução e as superveniências e insubsistência
Parágrafo único. O registro dos restos a pagar far-
ativas e passivas, constituirão elementos da conta
se-á por exercício e por credor distinguindo-se as
patrimonial.
despesas processadas das não processadas.

Art. 93. Tôdas as operações de que resultem


débitos e créditos de natureza financeira, não CAPÍTULO IV - Dos Balanços
compreendidas na execução orçamentária, serão
também objeto de registro, individuação e controle Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão
contábil. demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço
Financeiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstração
das Variações Patrimoniais, segundo os Anexos
números 12, 13, 14 e 15 e os quadros demonstrativos
CAPÍTULO III - Da Contabilidade Patrimonial e
constantes dos Anexos números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11,
Industrial
16 e 17.
Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os
Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as
bens de caráter permanente, com indicação dos
receitas e despesas previstas em confronto com as
elementos necessários para a perfeita caracterização
realizadas.
de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua
guarda e administração. Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a
receita e a despesa orçamentárias bem como os
Art. 95 A contabilidade manterá registros
recebimentos e os pagamentos de natureza extra-
sintéticos dos bens móveis e imóveis.
orçamentária, conjugados com os saldos em espécie
Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e provenientes do exercício anterior, e os que se
imóveis terá por base o inventário analítico de cada transferem para o exercício seguinte.
unidade administrativa e os elementos da
Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício
escrituração sintética na contabilidade.
serão computados na receita extra-orçamentária para
Art. 97. Para fins orçamentários e determinação compensar sua inclusão na despesa orçamentária.
dos devedores, ter-se-á o registro contábil das
Art. 104. A Demonstração das Variações
receitas patrimoniais, fiscalizando-se sua efetivação.
Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no
Art. 98. A divida fundada compreende os patrimônio, resultantes ou independentes da
compromissos de exigibilidade superior a doze meses, execução orçamentária, e indicará o resultado
contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário patrimonial do exercício.
ou a financeiro de obras e serviços públicos. (Veto
Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:
rejeitado no D.O. 05/05/1964)
I - O Ativo Financeiro;
Parágrafo único. A dívida fundada será
escriturada com individuação e especificações que II - O Ativo Permanente;
permitam verificar, a qualquer momento, a posição
dos empréstimos, bem como os respectivos serviços III - O Passivo Financeiro;
de amortização e juros.
IV - O Passivo Permanente;
Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que
não organizados como empresa pública ou V - O Saldo Patrimonial;
autárquica, manterão contabilidade especial para
VI - As Contas de Compensação.
determinação dos custos, ingressos e resultados, sem
prejuízo da escrituração patrimonial e financeiro § 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos
comum. e valores realizáveis independentemente de
autorização orçamentária e os valores numerários.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 102
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, Parágrafo único. Compreendem-se nesta


créditos e valores, cuja mobilização ou alienação disposição as Empresas com autonomia financeira e
dependa de autorização legislativa. administrativa cujo capital pertencer, integralmente,
ao Poder Público.
§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as
dívidas fundadas e outros pagamento independa de Art. 108. Os orçamentos das entidades referidas
autorização orçamentária. no artigo anterior vincular-se-ão ao orçamento da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as Federal, pela inclusão:
dívidas fundadas e outras que dependam de
autorização legislativa para amortização ou resgate. I - como receita, salvo disposição legal em
contrário, de saldo positivo previsto entre os totais
§ 5º Nas contas de compensação serão das receitas e despesas;
registrados os bens, valores, obrigações e situações
não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, II - como subvenção econômica, na receita do
imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o orçamento da beneficiária, salvo disposição legal em
patrimônio. contrário, do saldo negativo previsto entre os totais
das receitas e despesas.
Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais
obedecerá as normas seguintes: § 1º Os investimentos ou inversões financeiras da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
I - os débitos e créditos, bem como os títulos de Federal, realizados por intermédio das entidades
renda, pelo seu valor nominal, feita a conversão, aludidas no artigo anterior, serão classificados como
quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio receita de capital destas e despesa de transferência
vigente na data do balanço; de capital daqueles.
II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de § 2º As previsões para depreciação serão
aquisição ou pelo custo de produção ou de computadas para efeito de apuração do saldo líquido
construção; das mencionadas entidades.
III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio Art. 109. Os orçamentos e balanços das entidades
ponderado das compras. compreendidas no artigo 107 serão publicados como
complemento dos orçamentos e balanços da União,
§ 1° Os valores em espécie, assim como os
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal a
débitos e créditos, quando em moeda estrangeira,
que estejam vinculados.
deverão figurar ao lado das correspondentes
importâncias em moeda nacional. Art. 110. Os orçamentos e balanços das entidades
já referidas, obedecerão aos padrões e normas
§ 2º As variações resultantes da conversão dos
instituídas por esta lei, ajustados às respectivas
débitos, créditos e valores em espécie serão levadas à
peculiaridades.
conta patrimonial.
Parágrafo único. Dentro do prazo que a legislação
§ 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens
fixar, os balanços serão remetidos ao órgão central de
móveis e imóveis.
contabilidade da União, dos Estados, dos Municípios e
do Distrito Federal, para fins de incorporação dos
resultados, salvo disposição legal em contrário.
TÍTULO X - Das Autarquias e Outras Entidades

Art. 107. As entidades autárquicas ou


paraestatais, inclusive de previdência social ou TÍTULO XI - Disposições Finais
investidas de delegação para arrecadação de
Art. 111. O Conselho Técnico de Economia e
contribuições para fiscais da União, dos Estados, dos
Finanças do Ministério da Fazenda, além de outras
Municípios e do Distrito Federal terão seus
apurações, para fins estatísticos, de interesse
orçamentos aprovados por decreto do Poder
nacional, organizará e publicará o balanço
Executivo, salvo se disposição legal expressa
consolidado das contas da União, Estados, Municípios
determinar que o sejam pelo Poder Legislativo.
e Distrito Federal, suas autarquias e outras entidades,
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 103
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

bem como um quadro estruturalmente idêntico, Waldyr Ramos Borges


baseado em dados orçamentários. Expedito Machado
Oswaldo Costa Lima Filho
§ 1º Os quadros referidos neste artigo terão a Júlio Forquim Sambaquy
estrutura do Anexo n. 1. Amaury Silva
Anysio Botelho
§ 2 O quadro baseado nos orçamentos será
Wilson Fadul
publicado até o último dia do primeiro semestre do
Antonio Oliveira Brito
próprio exercício e o baseado nos balanços, até o
Egydio Michaelsen
último dia do segundo semestre do exercício imediato
àquele a que se referirem.

Art. 112. Para cumprimento do disposto no artigo Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
precedente, a União, os Estados, os Municípios e o 23.3.1964, retificada no DOU de 9.4.1964 e retificada
Distrito Federal remeterão ao mencionado órgão, até no DOU de 3.6.1964
30 de abril, os orçamentos do exercício, e até 30 de
junho, os balanços do exercício anterior. Download para anexos

Parágrafo único. O pagamento, pela União, de Vide alteração dos anexos pela portaria STN nº
auxílio ou contribuição a Estados, Municípios ou 749/2009
Distrito Federal, cuja concessão não decorra de
imperativo constitucional, dependerá de prova do Vide Portaria STN nº 749, de 15.12.2009
atendimento ao que se determina neste artigo.

Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das


APÊNDICE C – LEI COMPLEMENTAR 101/2000 (LRF)
presentes normas, o Conselho Técnico de Economia e
Finanças do Ministério da Fazenda atenderá a
Estabelece normas de finanças públicas voltadas
consultas, coligirá elementos, promoverá o
para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras
intercâmbio de dados informativos, expedirá
providências.
recomendações técnicas, quando solicitadas, e
atualizará sempre que julgar conveniente, os anexos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
que integram a presente lei. Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei Complementar:
Parágrafo único. Para os fins previstos neste
artigo, poderão ser promovidas, quando necessário,
conferências ou reuniões técnicas, com a participação
de representantes das entidades abrangidas por estas CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
normas.
Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas
Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a de finanças públicas voltadas para a responsabilidade
partir de 1º de janeiro de 1964 para o fim da na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título
elaboração dos orçamentos e a partir de 1º de janeiro VI da Constituição.
de 1965, quanto às demais atividades estatuídas.
§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal
(Redação dada pela Lei nº 4.489, de 19.11.1964)
pressupõe a ação planejada e transparente, em que
Art. 115. Revogam-se as disposições em se previnem riscos e corrigem desvios capazes de
contrário. afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o
cumprimento de metas de resultados entre receitas e
Brasília, 17 de março de 1964; 143º da Independência despesas e a obediência a limites e condições no que
e 76º da República. tange a renúncia de receita, geração de despesas com
pessoal, da seguridade social e outras, dívidas
JOÃO GULART
consolidada e mobiliária, operações de crédito,
Abelardo Jurema
inclusive por antecipação de receita, concessão de
Sylvio Borges de Souza Motta
garantia e inscrição em Restos a Pagar.
Jair Ribeiro
João Augusto de Araújo Castro

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 104
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

§ 2o As disposições desta Lei Complementar sistema de previdência e assistência social e as


obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os receitas provenientes da compensação financeira
Municípios. citada no § 9o do art. 201 da Constituição.

§ 3o Nas referências: § 1o Serão computados no cálculo da receita


corrente líquida os valores pagos e recebidos em
I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos decorrência da Lei Complementar no 87, de 13 de
Municípios, estão compreendidos: setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste
abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário § 2o Não serão considerados na receita corrente
e o Ministério Público; líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e
de Roraima os recursos recebidos da União para
b) as respectivas administrações diretas, fundos,
atendimento das despesas de que trata o inciso V do §
autarquias, fundações e empresas estatais
1o do art. 19.
dependentes;
§ 3o A receita corrente líquida será apurada
II - a Estados entende-se considerado o Distrito
somando-se as receitas arrecadadas no mês em
Federal;
referência e nos onze anteriores, excluídas as
III - a Tribunais de Contas estão incluídos: duplicidades.
Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do
Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos
Municípios e Tribunal de Contas do Município. CAPÍTULO II - DO PLANEJAMENTO
o
Art. 2 Para os efeitos desta Lei Complementar, Seção I - Do Plano Plurianual
entende-se como:
Art. 3o (VETADO)
I - ente da Federação: a União, cada Estado, o
Distrito Federal e cada Município; Seção II - Da Lei de Diretrizes Orçamentárias

II - empresa controlada: sociedade cuja maioria Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá
do capital social com direito a voto pertença, direta o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e:
ou indiretamente, a ente da Federação;
I - disporá também sobre:
III - empresa estatal dependente: empresa
controlada que receba do ente controlador recursos a) equilíbrio entre receitas e despesas;
financeiros para pagamento de despesas com pessoal
b) critérios e forma de limitação de empenho, a
ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no
ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do
último caso, aqueles provenientes de aumento de
inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do
participação acionária;
art. 31;
IV - receita corrente líquida: somatório das
c) (VETADO)
receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais,
industriais, agropecuárias, de serviços, transferências d) (VETADO)
correntes e outras receitas também correntes,
deduzidos: e) normas relativas ao controle de custos e à
avaliação dos resultados dos programas financiados
a) na União, os valores transferidos aos Estados e com recursos dos orçamentos;
Municípios por determinação constitucional ou legal,
e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I f) demais condições e exigências para
e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição; transferências de recursos a entidades públicas e
privadas;
b) nos Estados, as parcelas entregues aos
Municípios por determinação constitucional; II - (VETADO)

c) na União, nos Estados e nos Municípios, a III - (VETADO)


contribuição dos servidores para o custeio do seu
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 105
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e


orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão com as normas desta Lei Complementar:
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e
constantes, relativas a receitas, despesas, resultados I - conterá, em anexo, demonstrativo da
nominal e primário e montante da dívida pública, para compatibilidade da programação dos orçamentos com
o exercício a que se referirem e para os dois os objetivos e metas constantes do documento de
seguintes. que trata o § 1o do art. 4o;

§ 2o O Anexo conterá, ainda: II - será acompanhado do documento a que se


refere o § 6o do art. 165 da Constituição, bem como
I - avaliação do cumprimento das metas relativas das medidas de compensação a renúncias de receita e
ao ano anterior; ao aumento de despesas obrigatórias de caráter
continuado;
II - demonstrativo das metas anuais, instruído
com memória e metodologia de cálculo que III - conterá reserva de contingência, cuja forma
justifiquem os resultados pretendidos, comparando- de utilização e montante, definido com base na
as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de
evidenciando a consistência delas com as premissas e diretrizes orçamentárias, destinada ao:
os objetivos da política econômica nacional;
a) (VETADO)
III - evolução do patrimônio líquido, também nos
últimos três exercícios, destacando a origem e a b) atendimento de passivos contingentes e outros
aplicação dos recursos obtidos com a alienação de riscos e eventos fiscais imprevistos.
ativos;
§ 1o Todas as despesas relativas à dívida pública,
IV - avaliação da situação financeira e atuarial: mobiliária ou contratual, e as receitas que as
atenderão, constarão da lei orçamentária anual.
a) dos regimes geral de previdência social e
próprio dos servidores públicos e do Fundo de § 2o O refinanciamento da dívida pública constará
Amparo ao Trabalhador; separadamente na lei orçamentária e nas de crédito
adicional.
b) dos demais fundos públicos e programas
estatais de natureza atuarial; § 3o A atualização monetária do principal da
dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a
V - demonstrativo da estimativa e compensação variação do índice de preços previsto na lei de
da renúncia de receita e da margem de expansão das diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica.
despesas obrigatórias de caráter continuado.
§ 4o É vedado consignar na lei orçamentária
o
§ 3 A lei de diretrizes orçamentárias conterá crédito com finalidade imprecisa ou com dotação
Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os ilimitada.
passivos contingentes e outros riscos capazes de
afetar as contas públicas, informando as providências § 5o A lei orçamentária não consignará dotação
a serem tomadas, caso se concretizem. para investimento com duração superior a um
exercício financeiro que não esteja previsto no plano
§ 4o A mensagem que encaminhar o projeto da plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão,
União apresentará, em anexo específico, os objetivos conforme disposto no § 1o do art. 167 da Constituição.
das políticas monetária, creditícia e cambial, bem
como os parâmetros e as projeções para seus § 6o Integrarão as despesas da União, e serão
principais agregados e variáveis, e ainda as metas de incluídas na lei orçamentária, as do Banco Central do
inflação, para o exercício subseqüente. Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio
administrativo, inclusive os destinados a benefícios e
assistência aos servidores, e a investimentos.

Seção III - Da Lei Orçamentária Anual § 7o (VETADO)

Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, Art. 6o (VETADO)


elaborado de forma compatível com o plano

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 106
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Art. 7o O resultado do Banco Central do Brasil, § 2o Não serão objeto de limitação as despesas
apurado após a constituição ou reversão de reservas, que constituam obrigações constitucionais e legais do
constitui receita do Tesouro Nacional, e será ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do
transferido até o décimo dia útil subseqüente à serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes
aprovação dos balanços semestrais. orçamentárias.

§ 1o O resultado negativo constituirá obrigação § 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário


do Tesouro para com o Banco Central do Brasil e será e o Ministério Público não promoverem a limitação no
consignado em dotação específica no orçamento. prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo
autorizado a limitar os valores financeiros segundo os
§ 2o O impacto e o custo fiscal das operações critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
realizadas pelo Banco Central do Brasil serão (Vide ADIN 2.238-5)
demonstrados trimestralmente, nos termos em que
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União. § 4o Até o final dos meses de maio, setembro e
fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o
§ 3o Os balanços trimestrais do Banco Central do cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre,
Brasil conterão notas explicativas sobre os custos da em audiência pública na comissão referida no § 1o do
remuneração das disponibilidades do Tesouro art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas
Nacional e da manutenção das reservas cambiais e a Legislativas estaduais e municipais.
rentabilidade de sua carteira de títulos, destacando os
de emissão da União. § 5o No prazo de noventa dias após o
encerramento de cada semestre, o Banco Central do
Brasil apresentará, em reunião conjunta das
comissões temáticas pertinentes do Congresso
Seção IV - Da Execução Orçamentária e do
Nacional, avaliação do cumprimento dos objetivos e
Cumprimento das Metas
metas das políticas monetária, creditícia e cambial,
Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas
orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de operações e os resultados demonstrados nos
diretrizes orçamentárias e observado o disposto na balanços.
alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo
Art. 10. A execução orçamentária e financeira
estabelecerá a programação financeira e o
identificará os beneficiários de pagamento de
cronograma de execução mensal de desembolso.
sentenças judiciais, por meio de sistema de
Parágrafo único. Os recursos legalmente contabilidade e administração financeira, para fins de
vinculados a finalidade específica serão utilizados observância da ordem cronológica determinada no
exclusivamente para atender ao objeto de sua art. 100 da Constituição.
vinculação, ainda que em exercício diverso daquele
em que ocorrer o ingresso.
CAPÍTULO III - DA RECEITA PÚBLICA
Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que
a realização da receita poderá não comportar o Seção I - Da Previsão e da Arrecadação
cumprimento das metas de resultado primário ou
nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Art. 11. Constituem requisitos essenciais da
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato responsabilidade na gestão fiscal a instituição,
próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da
subseqüentes, limitação de empenho e competência constitucional do ente da Federação.
movimentação financeira, segundo os critérios fixados
pela lei de diretrizes orçamentárias. Parágrafo único. É vedada a realização de
transferências voluntárias para o ente que não
§ 1o No caso de restabelecimento da receita observe o disposto no caput, no que se refere aos
prevista, ainda que parcial, a recomposição das impostos.
dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de
forma proporcional às reduções efetivadas. Art. 12. As previsões de receita observarão as
normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
alterações na legislação, da variação do índice de

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 107
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

preços, do crescimento econômico ou de qualquer meio do aumento de receita, proveniente da elevação


outro fator relevante e serão acompanhadas de de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração
demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, ou criação de tributo ou contribuição.
da projeção para os dois seguintes àquele a que se
referirem, e da metodologia de cálculo e premissas § 1o A renúncia compreende anistia, remissão,
utilizadas. subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em
caráter não geral, alteração de alíquota ou
§ 1o Reestimativa de receita por parte do Poder modificação de base de cálculo que implique redução
Legislativo só será admitida se comprovado erro ou discriminada de tributos ou contribuições, e outros
omissão de ordem técnica ou legal. benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado.
§ 2o O montante previsto para as receitas de
operações de crédito não poderá ser superior ao das § 2o Se o ato de concessão ou ampliação do
despesas de capital constantes do projeto de lei incentivo ou benefício de que trata o caput deste
orçamentária. (Vide ADIN 2.238-5) artigo decorrer da condição contida no inciso II, o
benefício só entrará em vigor quando implementadas
§ 3o O Poder Executivo de cada ente colocará à as medidas referidas no mencionado inciso.
disposição dos demais Poderes e do Ministério
Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final § 3o O disposto neste artigo não se aplica:
para encaminhamento de suas propostas
orçamentárias, os estudos e as estimativas das I - às alterações das alíquotas dos impostos
receitas para o exercício subseqüente, inclusive da previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da
corrente líquida, e as respectivas memórias de Constituição, na forma do seu § 1o;
cálculo.
II - ao cancelamento de débito cujo montante
o
Art. 13. No prazo previsto no art. 8 , as receitas seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.
previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo,
em metas bimestrais de arrecadação, com a
especificação, em separado, quando cabível, das CAPÍTULO IV - DA DESPESA PÚBLICA
medidas de combate à evasão e à sonegação, da
quantidade e valores de ações ajuizadas para Seção I - Da Geração da Despesa
cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do
Art. 15. Serão consideradas não autorizadas,
montante dos créditos tributários passíveis de
irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração
cobrança administrativa.
de despesa ou assunção de obrigação que não
atendam o disposto nos arts. 16 e 17.

Seção II - Da Renúncia de Receita Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento


de ação governamental que acarrete aumento da
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo despesa será acompanhado de:
ou benefício de natureza tributária da qual decorra
renúncia de receita deverá estar acompanhada de I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro
estimativa do impacto orçamentário-financeiro no no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois
exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois subseqüentes;
seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes
II - declaração do ordenador da despesa de que o
orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes
aumento tem adequação orçamentária e financeira
condições:
com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o
I - demonstração pelo proponente de que a plano plurianual e com a lei de diretrizes
renúncia foi considerada na estimativa de receita da orçamentárias.
lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não
§ 1o Para os fins desta Lei Complementar,
afetará as metas de resultados fiscais previstas no
considera-se:
anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
I - adequada com a lei orçamentária anual, a
II - estar acompanhada de medidas de
despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou
compensação, no período mencionado no caput, por
que esteja abrangida por crédito genérico, de forma
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 108
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

que somadas todas as despesas da mesma espécie, § 4o A comprovação referida no § 2o, apresentada
realizadas e a realizar, previstas no programa de pelo proponente, conterá as premissas e metodologia
trabalho, não sejam ultrapassados os limites de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de
estabelecidos para o exercício; compatibilidade da despesa com as demais normas do
plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.
II - compatível com o plano plurianual e a lei de
diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme § 5o A despesa de que trata este artigo não será
com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas executada antes da implementação das medidas
previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer referidas no § 2o, as quais integrarão o instrumento
de suas disposições. que a criar ou aumentar.

§ 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput § 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas


será acompanhada das premissas e metodologia de destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento
cálculo utilizadas. de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do
art. 37 da Constituição.
§ 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a
despesa considerada irrelevante, nos termos em que § 7o Considera-se aumento de despesa a
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias. prorrogação daquela criada por prazo determinado.

§ 4o As normas do caput constituem condição


prévia para:
Seção II - Das Despesas com Pessoal
I - empenho e licitação de serviços, fornecimento
de bens ou execução de obras; Subseção I - Definições e Limites

II - desapropriação de imóveis urbanos a que se Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar,
refere o § 3o do art. 182 da Constituição. entende-se como despesa total com pessoal: o
somatório dos gastos do ente da Federação com os
ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a
mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos,
Subseção I - Da Despesa Obrigatória de Caráter civis, militares e de membros de Poder, com
Continuado quaisquer espécies remuneratórias, tais como
vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios,
Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter
proventos da aposentadoria, reformas e pensões,
continuado a despesa corrente derivada de lei,
inclusive adicionais, gratificações, horas extras e
medida provisória ou ato administrativo normativo
vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como
que fixem para o ente a obrigação legal de sua
encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente
execução por um período superior a dois exercícios.
às entidades de previdência.
§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa
§ 1o Os valores dos contratos de terceirização de
de que trata o caput deverão ser instruídos com a
mão-de-obra que se referem à substituição de
estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar
servidores e empregados públicos serão
a origem dos recursos para seu custeio.
contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal".
§ 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato
§ 2o A despesa total com pessoal será apurada
será acompanhado de comprovação de que a despesa
somando-se a realizada no mês em referência com as
criada ou aumentada não afetará as metas de
dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o
resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1o
regime de competência.
do art. 4o, devendo seus efeitos financeiros, nos
períodos seguintes, ser compensados pelo aumento Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art.
permanente de receita ou pela redução permanente 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em
de despesa. cada período de apuração e em cada ente da
Federação, não poderá exceder os percentuais da
§ 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento
receita corrente líquida, a seguir discriminados:
permanente de receita o proveniente da elevação de
alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou I - União: 50% (cinqüenta por cento);
criação de tributo ou contribuição.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 109
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

II - Estados: 60% (sessenta por cento); c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por
cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por
III - Municípios: 60% (sessenta por cento). cento) para as despesas com pessoal decorrentes do
que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da
§ 1o Na verificação do atendimento dos limites
Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no
definidos neste artigo, não serão computadas as
19, repartidos de forma proporcional à média das
despesas:
despesas relativas a cada um destes dispositivos, em
I - de indenização por demissão de servidores ou percentual da receita corrente líquida, verificadas nos
empregados; três exercícios financeiros imediatamente anteriores
ao da publicação desta Lei Complementar;
II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
d) 0,6% (seis décimos por cento) para o
III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II Ministério Público da União;
do § 6o do art. 57 da Constituição;
II - na esfera estadual:
IV - decorrentes de decisão judicial e da
competência de período anterior ao da apuração a a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído
que se refere o § 2o do art. 18; o Tribunal de Contas do Estado;

V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
do Amapá e Roraima, custeadas com recursos
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o
transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV
Executivo;
do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda
Constitucional no 19; d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público
dos Estados;
VI - com inativos, ainda que por intermédio de
fundo específico, custeadas por recursos III - na esfera municipal:
provenientes:
a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído
a) da arrecadação de contribuições dos o Tribunal de Contas do Município, quando houver;
segurados;
b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o
b) da compensação financeira de que trata o § 9o Executivo.
do art. 201 da Constituição;
§ 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada
c) das demais receitas diretamente arrecadadas esfera, os limites serão repartidos entre seus órgãos
por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o de forma proporcional à média das despesas com
produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem pessoal, em percentual da receita corrente líquida,
como seu superávit financeiro. verificadas nos três exercícios financeiros
imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei
§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as
Complementar.
despesas com pessoal decorrentes de sentenças
judiciais serão incluídas no limite do respectivo Poder § 2o Para efeito deste artigo entende-se como
ou órgão referido no art. 20. órgão:
Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 I - o Ministério Público;
não poderá exceder os seguintes percentuais:
II- no Poder Legislativo:
I - na esfera federal:
a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de
a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) Contas da União;
para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da
União; b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os
Tribunais de Contas;
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o
Tribunal de Contas do Distrito Federal;

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 110
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal


Tribunal de Contas do Município, quando houver; exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite,
são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20
III - no Poder Judiciário: que houver incorrido no excesso:
a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou
Constituição; adequação de remuneração a qualquer título, salvo os
derivados de sentença judicial ou de determinação
b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros,
legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no
quando houver.
inciso X do art. 37 da Constituição;
§ 3o Os limites para as despesas com pessoal do
II - criação de cargo, emprego ou função;
Poder Judiciário, a cargo da União por força do inciso
XIII do art. 21 da Constituição, serão estabelecidos III - alteração de estrutura de carreira que
mediante aplicação da regra do § 1o. implique aumento de despesa;
§ 4o Nos Estados em que houver Tribunal de IV - provimento de cargo público, admissão ou
Contas dos Municípios, os percentuais definidos nas contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a
alíneas a e c do inciso II do caput serão, reposição decorrente de aposentadoria ou
respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4% falecimento de servidores das áreas de educação,
(quatro décimos por cento). saúde e segurança;
§ 5o Para os fins previstos no art. 168 da V - contratação de hora extra, salvo no caso do
Constituição, a entrega dos recursos financeiros disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição
correspondentes à despesa total com pessoal por e as situações previstas na lei de diretrizes
Poder e órgão será a resultante da aplicação dos orçamentárias.
percentuais definidos neste artigo, ou aqueles fixados
na lei de diretrizes orçamentárias. Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder
ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites
§ 6o (VETADO) definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas
previstas no art. 22, o percentual excedente terá de
ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes,
Subseção II - Do Controle da Despesa Total com sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-
Pessoal se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3o e
4o do art. 169 da Constituição.
Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que
provoque aumento da despesa com pessoal e não § 1o No caso do inciso I do § 3o do art. 169 da
atenda: Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tanto
pela extinção de cargos e funções quanto pela
I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei redução dos valores a eles atribuídos. (Vide ADIN
Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e 2.238-5)
no § 1o do art. 169 da Constituição;
§ 2o É facultada a redução temporária da jornada
II - o limite legal de comprometimento aplicado de trabalho com adequação dos vencimentos à nova
às despesas com pessoal inativo. carga horária.(Vide ADIN 2.238-5)
Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o § 3o Não alcançada a redução no prazo
ato de que resulte aumento da despesa com pessoal estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente
expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final não poderá:
do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão
referido no art. 20. I - receber transferências voluntárias;

Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites II - obter garantia, direta ou indireta, de outro
estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final ente;
de cada quadrimestre.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 111
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

III - contratar operações de crédito, ressalvadas III - observância do disposto no inciso X do art.
as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária 167 da Constituição;
e as que visem à redução das despesas com pessoal.
IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:
o o
§ 4 As restrições do § 3 aplicam-se
imediatamente se a despesa total com pessoal a) que se acha em dia quanto ao pagamento de
exceder o limite no primeiro quadrimestre do último tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao
ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão ente transferidor, bem como quanto à prestação de
referidos no art. 20. contas de recursos anteriormente dele recebidos;

b) cumprimento dos limites constitucionais


relativos à educação e à saúde;
Seção III - Das Despesas com a Seguridade Social
c) observância dos limites das dívidas consolidada
Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à e mobiliária, de operações de crédito, inclusive por
seguridade social poderá ser criado, majorado ou antecipação de receita, de inscrição em Restos a
estendido sem a indicação da fonte de custeio total, Pagar e de despesa total com pessoal;
nos termos do § 5o do art. 195 da Constituição,
atendidas ainda as exigências do art. 17. d) previsão orçamentária de contrapartida.

§ 1o É dispensada da compensação referida no § 2o É vedada a utilização de recursos transferidos


art. 17 o aumento de despesa decorrente de: em finalidade diversa da pactuada.

I - concessão de benefício a quem satisfaça as § 3o Para fins da aplicação das sanções de


condições de habilitação prevista na legislação suspensão de transferências voluntárias constantes
pertinente; desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas
relativas a ações de educação, saúde e assistência
II - expansão quantitativa do atendimento e dos social.
serviços prestados;

III - reajustamento de valor do benefício ou


serviço, a fim de preservar o seu valor real. CAPÍTULO VI - DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS
PÚBLICOS PARA O SETOR PRIVADO
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se a benefício
ou serviço de saúde, previdência e assistência social, Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou
inclusive os destinados aos servidores públicos e indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas
militares, ativos e inativos, e aos pensionistas. ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada
por lei específica, atender às condições estabelecidas
na lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no
orçamento ou em seus créditos adicionais.
CAPÍTULO V - DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS
§ 1o O disposto no caput aplica-se a toda a
Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, administração indireta, inclusive fundações públicas e
entende-se por transferência voluntária a entrega de empresas estatais, exceto, no exercício de suas
recursos correntes ou de capital a outro ente da atribuições precípuas, as instituições financeiras e o
Federação, a título de cooperação, auxílio ou Banco Central do Brasil.
assistência financeira, que não decorra de
determinação constitucional, legal ou os destinados § 2o Compreende-se incluída a concessão de
ao Sistema Único de Saúde. empréstimos, financiamentos e refinanciamentos,
inclusive as respectivas prorrogações e a composição
§ 1o São exigências para a realização de de dívidas, a concessão de subvenções e a
transferência voluntária, além das estabelecidas na lei participação em constituição ou aumento de capital.
de diretrizes orçamentárias:
Art. 27. Na concessão de crédito por ente da
I - existência de dotação específica; Federação a pessoa física, ou jurídica que não esteja
sob seu controle direto ou indireto, os encargos
II - (VETADO)
financeiros, comissões e despesas congêneres não

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 112
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de IV - concessão de garantia: compromisso de


captação. adimplência de obrigação financeira ou contratual
assumida por ente da Federação ou entidade a ele
Parágrafo único. Dependem de autorização em lei vinculada;
específica as prorrogações e composições de dívidas
decorrentes de operações de crédito, bem como a V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão
concessão de empréstimos ou financiamentos em de títulos para pagamento do principal acrescido da
desacordo com o caput, sendo o subsídio atualização monetária.
correspondente consignado na lei orçamentária.
§ 1o Equipara-se a operação de crédito a
Art. 28. Salvo mediante lei específica, não assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas
poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de pelo ente da Federação, sem prejuízo do
operações de crédito, para socorrer instituições do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.
Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante a
concessão de empréstimos de recuperação ou § 2o Será incluída na dívida pública consolidada da
financiamentos para mudança de controle acionário. União a relativa à emissão de títulos de
responsabilidade do Banco Central do Brasil.
§ 1o A prevenção de insolvência e outros riscos
ficará a cargo de fundos, e outros mecanismos, § 3o Também integram a dívida pública
constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro consolidada as operações de crédito de prazo inferior
Nacional, na forma da lei. a doze meses cujas receitas tenham constado do
orçamento.
§ 2o O disposto no caput não proíbe o Banco
Central do Brasil de conceder às instituições § 4o O refinanciamento do principal da dívida
financeiras operações de redesconto e de mobiliária não excederá, ao término de cada exercício
empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta financeiro, o montante do final do exercício anterior,
dias. somado ao das operações de crédito autorizadas no
orçamento para este efeito e efetivamente realizadas,
acrescido de atualização monetária.

CAPÍTULO VII - DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO

Seção I - Definições Básicas Seção II - Dos Limites da Dívida Pública e das


Operações de Crédito
Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar,
são adotadas as seguintes definições: Art. 30. No prazo de noventa dias após a
publicação desta Lei Complementar, o Presidente da
I - dívida pública consolidada ou fundada: República submeterá ao:
montante total, apurado sem duplicidade, das
obrigações financeiras do ente da Federação, I - Senado Federal: proposta de limites globais
assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou para o montante da dívida consolidada da União,
tratados e da realização de operações de crédito, para Estados e Municípios, cumprindo o que estabelece o
amortização em prazo superior a doze meses; inciso VI do art. 52 da Constituição, bem como de
limites e condições relativos aos incisos VII, VIII e IX do
II - dívida pública mobiliária: dívida pública mesmo artigo;
representada por títulos emitidos pela União,
inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e II - Congresso Nacional: projeto de lei que
Municípios; estabeleça limites para o montante da dívida
mobiliária federal a que se refere o inciso XIV do art.
III - operação de crédito: compromisso financeiro 48 da Constituição, acompanhado da demonstração
assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, de sua adequação aos limites fixados para a dívida
emissão e aceite de título, aquisição financiada de consolidada da União, atendido o disposto no inciso I
bens, recebimento antecipado de valores do § 1o deste artigo.
provenientes da venda a termo de bens e serviços,
arrendamento mercantil e outras operações § 1o As propostas referidas nos incisos I e II do
assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos caput e suas alterações conterão:
financeiros;
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 113
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

I - demonstração de que os limites e condições excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por
guardam coerência com as normas estabelecidas cento) no primeiro.
nesta Lei Complementar e com os objetivos da política
fiscal; § 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que
nele houver incorrido:
II - estimativas do impacto da aplicação dos
limites a cada uma das três esferas de governo; I - estará proibido de realizar operação de crédito
interna ou externa, inclusive por antecipação de
III - razões de eventual proposição de limites receita, ressalvado o refinanciamento do principal
diferenciados por esfera de governo; atualizado da dívida mobiliária;

IV - metodologia de apuração dos resultados II - obterá resultado primário necessário à


primário e nominal. recondução da dívida ao limite, promovendo, entre
outras medidas, limitação de empenho, na forma do
§ 2o As propostas mencionadas nos incisos I e II art. 9o.
do caput também poderão ser apresentadas em
termos de dívida líquida, evidenciando a forma e a § 2o Vencido o prazo para retorno da dívida ao
metodologia de sua apuração. limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará
também impedido de receber transferências
§ 3o Os limites de que tratam os incisos I e II do voluntárias da União ou do Estado.
caput serão fixados em percentual da receita corrente
líquida para cada esfera de governo e aplicados § 3o As restrições do § 1o aplicam-se
igualmente a todos os entes da Federação que a imediatamente se o montante da dívida exceder o
integrem, constituindo, para cada um deles, limites limite no primeiro quadrimestre do último ano do
máximos. mandato do Chefe do Poder Executivo.

§ 4o Para fins de verificação do atendimento do § 4o O Ministério da Fazenda divulgará,


limite, a apuração do montante da dívida consolidada mensalmente, a relação dos entes que tenham
será efetuada ao final de cada quadrimestre. ultrapassado os limites das dívidas consolidada e
mobiliária.
§ 5o No prazo previsto no art. 5o, o Presidente da
República enviará ao Senado Federal ou ao Congresso § 5o As normas deste artigo serão observadas nos
Nacional, conforme o caso, proposta de manutenção casos de descumprimento dos limites da dívida
ou alteração dos limites e condições previstos nos mobiliária e das operações de crédito internas e
incisos I e II do caput. externas.

§ 6o Sempre que alterados os fundamentos das


propostas de que trata este artigo, em razão de
instabilidade econômica ou alterações nas políticas Seção IV - Das Operações de Crédito
monetária ou cambial, o Presidente da República
Subseção I - Da Contratação
poderá encaminhar ao Senado Federal ou ao
Congresso Nacional solicitação de revisão dos limites. Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o
cumprimento dos limites e condições relativos à
§ 7o Os precatórios judiciais não pagos durante a
realização de operações de crédito de cada ente da
execução do orçamento em que houverem sido
Federação, inclusive das empresas por eles
incluídos integram a dívida consolidada, para fins de
controladas, direta ou indiretamente.
aplicação dos limites.
§ 1o O ente interessado formalizará seu pleito
fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos
Seção III - Da Recondução da Dívida aos Limites e jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o
interesse econômico e social da operação e o
Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da atendimento das seguintes condições:
Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de
um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o I - existência de prévia e expressa autorização
término dos três subseqüentes, reduzindo o para a contratação, no texto da lei orçamentária, em
créditos adicionais ou lei específica;

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 114
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

II - inclusão no orçamento ou em créditos § 5o Os contratos de operação de crédito externo


adicionais dos recursos provenientes da operação, não conterão cláusula que importe na compensação
exceto no caso de operações por antecipação de automática de débitos e créditos.
receita;
Art. 33. A instituição financeira que contratar
III - observância dos limites e condições fixados operação de crédito com ente da Federação, exceto
pelo Senado Federal; quando relativa à dívida mobiliária ou à externa,
deverá exigir comprovação de que a operação atende
IV - autorização específica do Senado Federal, às condições e limites estabelecidos.
quando se tratar de operação de crédito externo;
§ 1o A operação realizada com infração do
V - atendimento do disposto no inciso III do art. disposto nesta Lei Complementar será considerada
167 da Constituição; nula, procedendo-se ao seu cancelamento, mediante
a devolução do principal, vedados o pagamento de
VI - observância das demais restrições
juros e demais encargos financeiros.
estabelecidas nesta Lei Complementar.
§ 2o Se a devolução não for efetuada no exercício
§ 2o As operações relativas à dívida mobiliária
de ingresso dos recursos, será consignada reserva
federal autorizadas, no texto da lei orçamentária ou
específica na lei orçamentária para o exercício
de créditos adicionais, serão objeto de processo
seguinte.
simplificado que atenda às suas especificidades.
§ 3o Enquanto não efetuado o cancelamento, a
§ 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1o,
amortização, ou constituída a reserva, aplicam-se as
considerar-se-á, em cada exercício financeiro, o total
sanções previstas nos incisos do § 3o do art. 23.
dos recursos de operações de crédito nele ingressados
e o das despesas de capital executadas, observado o § 4o Também se constituirá reserva, no montante
seguinte: equivalente ao excesso, se não atendido o disposto no
inciso III do art. 167 da Constituição, consideradas as
I - não serão computadas nas despesas de capital
disposições do § 3o do art. 32.
as realizadas sob a forma de empréstimo ou
financiamento a contribuinte, com o intuito de
promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de
competência do ente da Federação, se resultar a Subseção II - Das Vedações
diminuição, direta ou indireta, do ônus deste;
Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá
II - se o empréstimo ou financiamento a que se títulos da dívida pública a partir de dois anos após a
refere o inciso I for concedido por instituição publicação desta Lei Complementar.
financeira controlada pelo ente da Federação, o valor
da operação será deduzido das despesas de capital; Art. 35. É vedada a realização de operação de
crédito entre um ente da Federação, diretamente ou
III - (VETADO) por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou
empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas
§ 4o Sem prejuízo das atribuições próprias do entidades da administração indireta, ainda que sob a
Senado Federal e do Banco Central do Brasil, o forma de novação, refinanciamento ou postergação
Ministério da Fazenda efetuará o registro eletrônico de dívida contraída anteriormente.
centralizado e atualizado das dívidas públicas interna
e externa, garantido o acesso público às informações, § 1o Excetuam-se da vedação a que se refere o
que incluirão: caput as operações entre instituição financeira estatal
e outro ente da Federação, inclusive suas entidades
I - encargos e condições de contratação; da administração indireta, que não se destinem a:
II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas I - financiar, direta ou indiretamente, despesas
consolidada e mobiliária, operações de crédito e correntes;
concessão de garantias.
II - refinanciar dívidas não contraídas junto à
própria instituição concedente.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 115
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

§ 2o O disposto no caput não impede Estados e III - não será autorizada se forem cobrados outros
Municípios de comprar títulos da dívida da União encargos que não a taxa de juros da operação,
como aplicação de suas disponibilidades. obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica
financeira, ou à que vier a esta substituir;
Art. 36. É proibida a operação de crédito entre
uma instituição financeira estatal e o ente da IV - estará proibida:
Federação que a controle, na qualidade de
beneficiário do empréstimo. a) enquanto existir operação anterior da mesma
natureza não integralmente resgatada;
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe
instituição financeira controlada de adquirir, no b) no último ano de mandato do Presidente,
mercado, títulos da dívida pública para atender Governador ou Prefeito Municipal.
investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de
§ 1o As operações de que trata este artigo não
emissão da União para aplicação de recursos próprios.
serão computadas para efeito do que dispõe o inciso
Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e III do art. 167 da Constituição, desde que liquidadas
estão vedados: no prazo definido no inciso II do caput.

I - captação de recursos a título de antecipação § 2o As operações de crédito por antecipação de


de receita de tributo ou contribuição cujo fato receita realizadas por Estados ou Municípios serão
gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do efetuadas mediante abertura de crédito junto à
disposto no § 7o do art. 150 da Constituição; instituição financeira vencedora em processo
competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central
II - recebimento antecipado de valores de do Brasil.
empresa em que o Poder Público detenha, direta ou
indiretamente, a maioria do capital social com direito § 3o O Banco Central do Brasil manterá sistema
a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da de acompanhamento e controle do saldo do crédito
legislação; aberto e, no caso de inobservância dos limites,
aplicará as sanções cabíveis à instituição credora.
III - assunção direta de compromisso, confissão
de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor
de bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão,
Subseção IV - Das Operações com o Banco Central do
aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando
Brasil
esta vedação a empresas estatais dependentes;
Art. 39. Nas suas relações com ente da
IV - assunção de obrigação, sem autorização
Federação, o Banco Central do Brasil está sujeito às
orçamentária, com fornecedores para pagamento a
vedações constantes do art. 35 e mais às seguintes:
posteriori de bens e serviços.
I - compra de título da dívida, na data de sua
colocação no mercado, ressalvado o disposto no § 2o
Subseção III - Das Operações de Crédito por deste artigo;
Antecipação de Receita Orçamentária
II - permuta, ainda que temporária, por
Art. 38. A operação de crédito por antecipação de intermédio de instituição financeira ou não, de título
receita destina-se a atender insuficiência de caixa da dívida de ente da Federação por título da dívida
durante o exercício financeiro e cumprirá as pública federal, bem como a operação de compra e
exigências mencionadas no art. 32 e mais as venda, a termo, daquele título, cujo efeito final seja
seguintes: semelhante à permuta;

I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do III - concessão de garantia.


início do exercício;
§ 1o O disposto no inciso II, in fine, não se aplica
II - deverá ser liquidada, com juros e outros ao estoque de Letras do Banco Central do Brasil, Série
encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de Especial, existente na carteira das instituições
cada ano; financeiras, que pode ser refinanciado mediante
novas operações de venda a termo.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 116
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

§ 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar § 6o É vedado às entidades da administração


diretamente títulos emitidos pela União para indireta, inclusive suas empresas controladas e
refinanciar a dívida mobiliária federal que estiver subsidiárias, conceder garantia, ainda que com
vencendo na sua carteira. recursos de fundos.

§ 3o A operação mencionada no § 2o deverá ser § 7o O disposto no § 6o não se aplica à concessão


realizada à taxa média e condições alcançadas no dia, de garantia por:
em leilão público.
I - empresa controlada a subsidiária ou
o
§ 4 É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos controlada sua, nem à prestação de contragarantia
da dívida pública federal existentes na carteira do nas mesmas condições;
Banco Central do Brasil, ainda que com cláusula de
reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária. II - instituição financeira a empresa nacional, nos
termos da lei.

§ 8o Excetua-se do disposto neste artigo a


Seção V - Da Garantia e da Contragarantia garantia prestada:

Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em I - por instituições financeiras estatais, que se
operações de crédito internas ou externas, submeterão às normas aplicáveis às instituições
observados o disposto neste artigo, as normas do art. financeiras privadas, de acordo com a legislação
32 e, no caso da União, também os limites e as pertinente;
condições estabelecidos pelo Senado Federal.
II - pela União, na forma de lei federal, a
§ 1o A garantia estará condicionada ao empresas de natureza financeira por ela controladas,
oferecimento de contragarantia, em valor igual ou direta e indiretamente, quanto às operações de
superior ao da garantia a ser concedida, e à seguro de crédito à exportação.
adimplência da entidade que a pleitear relativamente
a suas obrigações junto ao garantidor e às entidades § 9o Quando honrarem dívida de outro ente, em
por este controladas, observado o seguinte: razão de garantia prestada, a União e os Estados
poderão condicionar as transferências constitucionais
I - não será exigida contragarantia de órgãos e ao ressarcimento daquele pagamento.
entidades do próprio ente;
§ 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido
II - a contragarantia exigida pela União a Estado honrada pela União ou por Estado, em decorrência de
ou Município, ou pelos Estados aos Municípios, garantia prestada em operação de crédito, terá
poderá consistir na vinculação de receitas tributárias suspenso o acesso a novos créditos ou financiamentos
diretamente arrecadadas e provenientes de até a total liquidação da mencionada dívida.
transferências constitucionais, com outorga de
poderes ao garantidor para retê-las e empregar o
respectivo valor na liquidação da dívida vencida.
Seção VI - Dos Restos a Pagar
o
§ 2 No caso de operação de crédito junto a
Art. 41. (VETADO)
organismo financeiro internacional, ou a instituição
federal de crédito e fomento para o repasse de Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão
recursos externos, a União só prestará garantia a ente referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do
que atenda, além do disposto no § 1o, as exigências seu mandato, contrair obrigação de despesa que não
legais para o recebimento de transferências possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que
voluntárias. tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte
sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para
§ 3o (VETADO)
este efeito.
§ 4o (VETADO)
Parágrafo único. Na determinação da
o
§ 5 É nula a garantia concedida acima dos limites disponibilidade de caixa serão considerados os
fixados pelo Senado Federal. encargos e despesas compromissadas a pagar até o
final do exercício.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 117
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

CAPÍTULO VIII - DA GESTÃO PATRIMONIAL atendimento do disposto no § 3o do art. 182 da


Constituição, ou prévio depósito judicial do valor da
Seção I - Das Disponibilidades de Caixa indenização.
Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da
Federação serão depositadas conforme estabelece o §
3o do art. 164 da Constituição. Seção III - Das Empresas Controladas pelo Setor
Público
§ 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de
previdência social, geral e próprio dos servidores Art. 47. A empresa controlada que firmar
públicos, ainda que vinculadas a fundos específicos a contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e
que se referem os arts. 249 e 250 da Constituição, metas de desempenho, na forma da lei, disporá de
ficarão depositadas em conta separada das demais autonomia gerencial, orçamentária e financeira, sem
disponibilidades de cada ente e aplicadas nas prejuízo do disposto no inciso II do § 5o do art. 165 da
condições de mercado, com observância dos limites e Constituição.
condições de proteção e prudência financeira.
Parágrafo único. A empresa controlada incluirá
o
§ 2 É vedada a aplicação das disponibilidades de em seus balanços trimestrais nota explicativa em que
que trata o § 1o em: informará:

I - títulos da dívida pública estadual e municipal, I - fornecimento de bens e serviços ao


bem como em ações e outros papéis relativos às controlador, com respectivos preços e condições,
empresas controladas pelo respectivo ente da comparando-os com os praticados no mercado;
Federação;
II - recursos recebidos do controlador, a qualquer
II - empréstimos, de qualquer natureza, aos título, especificando valor, fonte e destinação;
segurados e ao Poder Público, inclusive a suas
empresas controladas. III - venda de bens, prestação de serviços ou
concessão de empréstimos e financiamentos com
preços, taxas, prazos ou condições diferentes dos
vigentes no mercado.
Seção II - Da Preservação do Patrimônio Público
CAPÍTULO IX - DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E
Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital FISCALIZAÇÃO
derivada da alienação de bens e direitos que integram
o patrimônio público para o financiamento de Seção I - Da Transparência da Gestão Fiscal
despesa corrente, salvo se destinada por lei aos
regimes de previdência social, geral e próprio dos Art. 48. São instrumentos de transparência da
servidores públicos. gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação,
inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os
Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias;
lei orçamentária e as de créditos adicionais só as prestações de contas e o respectivo parecer prévio;
incluirão novos projetos após adequadamente o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o
atendidos os em andamento e contempladas as Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
despesas de conservação do patrimônio público, nos desses documentos.
termos em que dispuser a lei de diretrizes
orçamentárias. Parágrafo único. A transparência será assegurada
também mediante: (Redação dada pela Lei
Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente Complementar nº 131, de 2009).
encaminhará ao Legislativo, até a data do envio do
projeto de lei de diretrizes orçamentárias, relatório I – incentivo à participação popular e realização
com as informações necessárias ao cumprimento do de audiências públicas, durante os processos de
disposto neste artigo, ao qual será dada ampla elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes
divulgação. orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei
Complementar nº 131, de 2009).
Art. 46. É nulo de pleno direito ato de
desapropriação de imóvel urbano expedido sem o

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 118
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

II – liberação ao pleno conhecimento e Seção II - Da Escrituração e Consolidação das Contas


acompanhamento da sociedade, em tempo real, de
informações pormenorizadas sobre a execução Art. 50. Além de obedecer às demais normas de
orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de contabilidade pública, a escrituração das contas
acesso público; (Incluído pela Lei Complementar nº públicas observará as seguintes:
131, de 2009).
I - a disponibilidade de caixa constará de registro
III – adoção de sistema integrado de próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão,
administração financeira e controle, que atenda a fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e
padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder escriturados de forma individualizada;
Executivo da União e ao disposto no art. 48-A.
II - a despesa e a assunção de compromisso serão
(Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
registradas segundo o regime de competência,
Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II apurando-se, em caráter complementar, o resultado
do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação dos fluxos financeiros pelo regime de caixa;
disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o
III - as demonstrações contábeis compreenderão,
acesso a informações referentes a: (Incluído pela Lei
isolada e conjuntamente, as transações e operações
Complementar nº 131, de 2009).
de cada órgão, fundo ou entidade da administração
I – quanto à despesa: todos os atos praticados direta, autárquica e fundacional, inclusive empresa
pelas unidades gestoras no decorrer da execução da estatal dependente;
despesa, no momento de sua realização, com a
IV - as receitas e despesas previdenciárias serão
disponibilização mínima dos dados referentes ao
apresentadas em demonstrativos financeiros e
número do correspondente processo, ao bem
orçamentários específicos;
fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou
jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o V - as operações de crédito, as inscrições em
caso, ao procedimento licitatório realizado; (Incluído Restos a Pagar e as demais formas de financiamento
pela Lei Complementar nº 131, de 2009). ou assunção de compromissos junto a terceiros,
deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o
II – quanto à receita: o lançamento e o
montante e a variação da dívida pública no período,
recebimento de toda a receita das unidades gestoras,
detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo de
inclusive referente a recursos extraordinários.
credor;
(Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
VI - a demonstração das variações patrimoniais
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do
dará destaque à origem e ao destino dos recursos
Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o
provenientes da alienação de ativos.
exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão
técnico responsável pela sua elaboração, para § 1o No caso das demonstrações conjuntas,
consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da excluir-se-ão as operações intragovernamentais.
sociedade.
§ 2o A edição de normas gerais para consolidação
Parágrafo único. A prestação de contas da União das contas públicas caberá ao órgão central de
conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das contabilidade da União, enquanto não implantado o
agências financeiras oficiais de fomento, incluído o conselho de que trata o art. 67.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social, especificando os empréstimos e § 3o A Administração Pública manterá sistema de
financiamentos concedidos com recursos oriundos custos que permita a avaliação e o acompanhamento
dos orçamentos fiscal e da seguridade social e, no da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.
caso das agências financeiras, avaliação
Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá,
circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades
até o dia trinta de junho, a consolidação, nacional e
no exercício.
por esfera de governo, das contas dos entes da
Federação relativas ao exercício anterior, e a sua
divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso
público.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 119
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

§ 1o Os Estados e os Municípios encaminharão Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido


suas contas ao Poder Executivo da União nos demonstrativos relativos a:
seguintes prazos:
I - apuração da receita corrente líquida, na forma
I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo definida no inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim
do respectivo Estado, até trinta de abril; como a previsão de seu desempenho até o final do
exercício;
II - Estados, até trinta e um de maio.
II - receitas e despesas previdenciárias a que se
§ 2o O descumprimento dos prazos previstos refere o inciso IV do art. 50;
neste artigo impedirá, até que a situação seja
regularizada, que o ente da Federação receba III - resultados nominal e primário;
transferências voluntárias e contrate operações de
crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do IV - despesas com juros, na forma do inciso II do
principal atualizado da dívida mobiliária. art. 4o;

V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão


referido no art. 20, os valores inscritos, os
Seção III - Do Relatório Resumido da Execução pagamentos realizados e o montante a pagar.
Orçamentária
§ 1o O relatório referente ao último bimestre do
Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art. exercício será acompanhado também de
165 da Constituição abrangerá todos os Poderes e o demonstrativos:
Ministério Público, será publicado até trinta dias após
o encerramento de cada bimestre e composto de: I - do atendimento do disposto no inciso III do art.
167 da Constituição, conforme o § 3o do art. 32;
I - balanço orçamentário, que especificará, por
categoria econômica, as: II - das projeções atuariais dos regimes de
previdência social, geral e próprio dos servidores
a) receitas por fonte, informando as realizadas e a públicos;
realizar, bem como a previsão atualizada;
III - da variação patrimonial, evidenciando a
b) despesas por grupo de natureza, discriminando alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela
a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o decorrentes.
saldo;
§ 2o Quando for o caso, serão apresentadas
II - demonstrativos da execução das: justificativas:

a) receitas, por categoria econômica e fonte, I - da limitação de empenho;


especificando a previsão inicial, a previsão atualizada
para o exercício, a receita realizada no bimestre, a II - da frustração de receitas, especificando as
realizada no exercício e a previsão a realizar; medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal,
adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e
b) despesas, por categoria econômica e grupo de cobrança.
natureza da despesa, discriminando dotação inicial,
dotação para o exercício, despesas empenhada e
liquidada, no bimestre e no exercício;
Seção IV - Do Relatório de Gestão Fiscal
c) despesas, por função e subfunção.
Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será
§ 1o Os valores referentes ao refinanciamento da emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos referidos
dívida mobiliária constarão destacadamente nas no art. 20 Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo:
receitas de operações de crédito e nas despesas com
I - Chefe do Poder Executivo;
amortização da dívida.
II - Presidente e demais membros da Mesa
§ 2o O descumprimento do prazo previsto neste
Diretora ou órgão decisório equivalente, conforme
artigo sujeita o ente às sanções previstas no § 2o do
regimentos internos dos órgãos do Poder Legislativo;
art. 51.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 120
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

III - Presidente de Tribunal e demais membros de § 2o O relatório será publicado até trinta dias
Conselho de Administração ou órgão decisório após o encerramento do período a que corresponder,
equivalente, conforme regimentos internos dos com amplo acesso ao público, inclusive por meio
órgãos do Poder Judiciário; eletrônico.

IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos § 3o O descumprimento do prazo a que se refere


Estados. o § 2o sujeita o ente à sanção prevista no § 2o do art.
51.
Parágrafo único. O relatório também será
assinado pelas autoridades responsáveis pela § 4o Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54
administração financeira e pelo controle interno, bem deverão ser elaborados de forma padronizada,
como por outras definidas por ato próprio de cada segundo modelos que poderão ser atualizados pelo
Poder ou órgão referido no art. 20. conselho de que trata o art. 67.

Art. 55. O relatório conterá:

I - comparativo com os limites de que trata esta Seção V - Das Prestações de Contas
Lei Complementar, dos seguintes montantes:
Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do
a) despesa total com pessoal, distinguindo a com Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as
inativos e pensionistas; dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos
b) dívidas consolidada e mobiliária; no art. 20, as quais receberão parecer prévio,
separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.
c) concessão de garantias;
§ 1o As contas do Poder Judiciário serão
d) operações de crédito, inclusive por
apresentadas no âmbito:
antecipação de receita;
I - da União, pelos Presidentes do Supremo
e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores,
II - indicação das medidas corretivas adotadas ou consolidando as dos respectivos tribunais;
a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;
II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais
III - demonstrativos, no último quadrimestre: de Justiça, consolidando as dos demais tribunais.

a) do montante das disponibilidades de caixa em § 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de


trinta e um de dezembro; Contas será proferido no prazo previsto no art. 57
pela comissão mista permanente referida no § 1o do
b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas: art. 166 da Constituição ou equivalente das Casas
Legislativas estaduais e municipais.
1) liquidadas;
§ 3o Será dada ampla divulgação dos resultados
2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por
da apreciação das contas, julgadas ou tomadas.
atenderem a uma das condições do inciso II do art. 41;
Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer
3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o
prévio conclusivo sobre as contas no prazo de
limite do saldo da disponibilidade de caixa;
sessenta dias do recebimento, se outro não estiver
4) não inscritas por falta de disponibilidade de estabelecido nas constituições estaduais ou nas leis
caixa e cujos empenhos foram cancelados; orgânicas municipais.

c) do cumprimento do disposto no inciso II e na § 1o No caso de Municípios que não sejam


alínea b do inciso IV do art. 38. capitais e que tenham menos de duzentos mil
habitantes o prazo será de cento e oitenta dias.
§ 1o O relatório dos titulares dos órgãos
mencionados nos incisos II, III e IV do art. 54 conterá § 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em
apenas as informações relativas à alínea a do inciso I, recesso enquanto existirem contas de Poder, ou órgão
e os documentos referidos nos incisos II e III. referido no art. 20, pendentes de parecer prévio.

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 121
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Art. 58. A prestação de contas evidenciará o V - fatos que comprometam os custos ou os


desempenho da arrecadação em relação à previsão, resultados dos programas ou indícios de
destacando as providências adotadas no âmbito da irregularidades na gestão orçamentária.
fiscalização das receitas e combate à sonegação, as
ações de recuperação de créditos nas instâncias § 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas
administrativa e judicial, bem como as demais verificar os cálculos dos limites da despesa total com
medidas para incremento das receitas tributárias e de pessoal de cada Poder e órgão referido no art. 20.
contribuições.
§ 3o O Tribunal de Contas da União acompanhará
o cumprimento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art.
39.
Seção VI - Da Fiscalização da Gestão Fiscal

Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com


o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de CAPÍTULO X - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
controle interno de cada Poder e do Ministério
Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar
Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta
limites inferiores àqueles previstos nesta Lei
Lei Complementar, com ênfase no que se refere a:
Complementar para as dívidas consolidada e
I - atingimento das metas estabelecidas na lei de mobiliária, operações de crédito e concessão de
diretrizes orçamentárias; garantias.

II - limites e condições para realização de Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que
operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar; devidamente escriturados em sistema centralizado de
liquidação e custódia, poderão ser oferecidos em
III - medidas adotadas para o retorno da despesa caução para garantia de empréstimos, ou em outras
total com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos transações previstas em lei, pelo seu valor econômico,
arts. 22 e 23; conforme definido pelo Ministério da Fazenda.

IV - providências tomadas, conforme o disposto Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o


no art. 31, para recondução dos montantes das custeio de despesas de competência de outros entes
dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos da Federação se houver:
limites;
I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e
V - destinação de recursos obtidos com a na lei orçamentária anual;
alienação de ativos, tendo em vista as restrições
constitucionais e as desta Lei Complementar; II - convênio, acordo, ajuste ou congênere,
conforme sua legislação.
VI - cumprimento do limite de gastos totais dos
legislativos municipais, quando houver. Art. 63. É facultado aos Municípios com
população inferior a cinqüenta mil habitantes optar
§ 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes por:
ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem:
I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4o do art. 30
I - a possibilidade de ocorrência das situações ao final do semestre;
previstas no inciso II do art. 4o e no art. 9o;
II - divulgar semestralmente:
II - que o montante da despesa total com pessoal
ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite; a) (VETADO)

III - que os montantes das dívidas consolidada e b) o Relatório de Gestão Fiscal;


mobiliária, das operações de crédito e da concessão
c) os demonstrativos de que trata o art. 53;
de garantia se encontram acima de 90% (noventa por
cento) dos respectivos limites; III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano
plurianual, o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de
IV - que os gastos com inativos e pensionistas se
Riscos Fiscais da lei de diretrizes orçamentárias e o
encontram acima do limite definido em lei;
anexo de que trata o inciso I do art. 5o a partir do

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 122
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

quinto exercício seguinte ao da publicação desta Lei inferior a 1% (um por cento), no período
Complementar. correspondente aos quatro últimos trimestres.

§ 1o A divulgação dos relatórios e demonstrativos § 2o A taxa de variação será aquela apurada pela
deverá ser realizada em até trinta dias após o Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
encerramento do semestre. Estatística ou outro órgão que vier a substituí-la,
adotada a mesma metodologia para apuração dos PIB
§ 2o Se ultrapassados os limites relativos à nacional, estadual e regional.
despesa total com pessoal ou à dívida consolidada,
enquanto perdurar esta situação, o Município ficará § 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser
sujeito aos mesmos prazos de verificação e de retorno adotadas as medidas previstas no art. 22.
ao limite definidos para os demais entes.
§ 4o Na hipótese de se verificarem mudanças
Art. 64. A União prestará assistência técnica e drásticas na condução das políticas monetária e
cooperação financeira aos Municípios para a cambial, reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo
modernização das respectivas administrações referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado em
tributária, financeira, patrimonial e previdenciária, até quatro quadrimestres.
com vistas ao cumprimento das normas desta Lei
Complementar. Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de
forma permanente, da política e da operacionalidade
§ 1o A assistência técnica consistirá no da gestão fiscal serão realizados por conselho de
treinamento e desenvolvimento de recursos humanos gestão fiscal, constituído por representantes de todos
e na transferência de tecnologia, bem como no apoio os Poderes e esferas de Governo, do Ministério
à divulgação dos instrumentos de que trata o art. 48 Público e de entidades técnicas representativas da
em meio eletrônico de amplo acesso público. sociedade, visando a:

§ 2o A cooperação financeira compreenderá a I - harmonização e coordenação entre os entes da


doação de bens e valores, o financiamento por Federação;
intermédio das instituições financeiras federais e o
repasse de recursos oriundos de operações externas. II - disseminação de práticas que resultem em
maior eficiência na alocação e execução do gasto
Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública público, na arrecadação de receitas, no controle do
reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da endividamento e na transparência da gestão fiscal;
União, ou pelas Assembléias Legislativas, na hipótese
dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a III - adoção de normas de consolidação das contas
situação: públicas, padronização das prestações de contas e dos
relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que
I - serão suspensas a contagem dos prazos e as trata esta Lei Complementar, normas e padrões mais
disposições estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70; simples para os pequenos Municípios, bem como
outros, necessários ao controle social;
II - serão dispensados o atingimento dos
resultados fiscais e a limitação de empenho prevista IV - divulgação de análises, estudos e
no art. 9o. diagnósticos.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no § 1o O conselho a que se refere o caput instituirá
caso de estado de defesa ou de sítio, decretado na formas de premiação e reconhecimento público aos
forma da Constituição. titulares de Poder que alcançarem resultados
meritórios em suas políticas de desenvolvimento
Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal
70 serão duplicados no caso de crescimento real baixo pautada pelas normas desta Lei Complementar.
ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional,
regional ou estadual por período igual ou superior a § 2o Lei disporá sobre a composição e a forma de
quatro trimestres. funcionamento do conselho.

§ 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é
variação real acumulada do Produto Interno Bruto criado o Fundo do Regime Geral de Previdência Social,
vinculado ao Ministério da Previdência e Assistência
Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 123
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Social, com a finalidade de prover recursos para o ultrapassará, em percentual da receita corrente
pagamento dos benefícios do regime geral da líquida, a despesa verificada no exercício
previdência social. imediatamente anterior, acrescida de até 10% (dez
por cento), se esta for inferior ao limite definido na
§ 1o O Fundo será constituído de: forma do art. 20.
I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos
Instituto Nacional do Seguro Social não utilizados na Poderes e órgãos referidos no art. 20 não poderá
operacionalização deste; exceder, em percentual da receita corrente líquida, a
do exercício anterior à entrada em vigor desta Lei
II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe
Complementar, até o término do terceiro exercício
sejam adjudicados ou que lhe vierem a ser vinculados
seguinte.
por força de lei;
Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei
III - receita das contribuições sociais para a
Complementar serão punidas segundo o Decreto-Lei
seguridade social, previstas na alínea a do inciso I e no
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a
inciso II do art. 195 da Constituição;
Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei no
IV - produto da liquidação de bens e ativos de 201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2
pessoa física ou jurídica em débito com a Previdência de junho de 1992; e demais normas da legislação
Social; pertinente.

V - resultado da aplicação financeira de seus Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político,
ativos; associação ou sindicato é parte legítima para
denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão
VI - recursos provenientes do orçamento da competente do Ministério Público o descumprimento
União. das prescrições estabelecidas nesta Lei
Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº
§ 2o O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional
131, de 2009).
do Seguro Social, na forma da lei.
Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes
Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou
prazos para o cumprimento das determinações
vier a instituir regime próprio de previdência social
dispostas nos incisos II e III do parágrafo único do art.
para seus servidores conferir-lhe-á caráter
48 e do art. 48-A: (Incluído pela Lei Complementar nº
contributivo e o organizará com base em normas de
131, de 2009).
contabilidade e atuária que preservem seu equilíbrio
financeiro e atuarial. I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios com mais de 100.000 (cem
Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja
mil) habitantes; (Incluído pela Lei Complementar nº
despesa total com pessoal no exercício anterior ao da
131, de 2009).
publicação desta Lei Complementar estiver acima dos
limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 deverá II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham
enquadrar-se no respectivo limite em até dois entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil)
exercícios, eliminando o excesso, gradualmente, à habitantes; (Incluído pela Lei Complementar nº 131,
razão de, pelo menos, 50% a.a. (cinqüenta por cento de 2009).
ao ano), mediante a adoção, entre outras, das
medidas previstas nos arts. 22 e 23. III – 4 (quatro) anos para os Municípios que
tenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes.
Parágrafo único. A inobservância do disposto no (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
caput, no prazo fixado, sujeita o ente às sanções
previstas no § 3o do art. 23. Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste
artigo serão contados a partir da data de publicação
Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. da lei complementar que introduziu os dispositivos
37 da Constituição, até o término do terceiro exercício referidos no caput deste artigo. (Incluído pela Lei
financeiro seguinte à entrada em vigor desta Lei Complementar nº 131, de 2009).
Complementar, a despesa total com pessoal dos
Poderes e órgãos referidos no art. 20 não

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 124
AFO PARA CONCURSOS | APOSTILA
Prof. Garrido Neto
OS: 0970/4/12-Ramon

Art. 73-C. O não atendimento, até o


encerramento dos prazos previstos no art. 73-B, das
determinações contidas nos incisos II e III do ANOTAÇÕES
parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente
à sanção prevista no inciso I do § 3o do art. 23. ___________________________________________
___________________________________________
(Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009). ___________________________________________
___________________________________________
Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na ___________________________________________
data da sua publicação. ___________________________________________
___________________________________________
Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de ___________________________________________
31 de maio de 1999. ___________________________________________
___________________________________________
Brasília, 4 de maio de 2000; 179o da ___________________________________________
Independência e 112o da República. ___________________________________________
___________________________________________
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO ___________________________________________
Pedro Malan ___________________________________________
___________________________________________
Martus Tavares
___________________________________________
___________________________________________
Este texto não substitui o publicada no D.O. de
___________________________________________
5.5.2000 ___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 125

Você também pode gostar