Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
K74f
Knuth, Valdecir
Fontes de Capital. / Valdecir Knuth – Indaial: UNIASSELVI,
2018.
CDD 658.15244
Valdecir Knuth
APRESENTAÇÃO...........................................................................07
CAPÍTULO 1
Decisões Financeiras de Curto e Longo...................................09
CAPÍTULO 2
Decisões Estratégicas de Financiamentos...............................91
CAPÍTULO 3
Decisões Táticas de Financiamentos........................................141
APRESENTAÇÃO
As vezes as empresas iniciam suas atividades com recursos financeiros
escassos, o que pode limitar bastante o campo de atuação dos gestores. Isto
reflete consideravelmente no resultado operacional destas empresas, podendo até
comprometer sua perenidade no mercado.
� Analisar a gestão dos ativos (caixa, conta a receber e estoques) como fatores
determinantes na geração do capital de giro da empresa (fluxo de caixa
operacional) e identificar de que forma os recursos podem ser investidos em
condições de risco a curto e longo prazo.
FONTES DE CAPITAL
10
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Contextualização
Neste capítulo, vamos estudar o capital de giro e sua importância para o
equilíbrio financeiro de uma empresa.
11
FONTES DE CAPITAL
Ciclo Financeiro
Pagamento
para
fornecedor
Legenda:
PME = Prazo médio de estoques
PMP = Prazo médio de pagamento ao fornecedor
PMRV = Prazo médio do recebimento das vendas
12
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Estocagem de
Compra de
Pagamento Produção produtos Venda Recebimento
matéria-prima
acabados
Prazo de
Prazo de Prazo de
Prazo de estocagem
pagamento a recebimento
produção de produtos
fornecedores de vendas
acabados
Prazo de estocagem de
matérias-primas
Tempo
dois um um um dois
meses mês mês mês meses
13
FONTES DE CAPITAL
Caixa
Compras Cobrança
Contas a pagar
Estoques Estoques
14
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Com base em Assaf Neto (2010, p. 555), na Figura 5, vamos avaliar o fluxo
dos recursos da empresa, com uma visão mais detalhada dos recursos das
vendas no período de curto prazo e vendas de longo prazo.
Realizável
Vendas a Vendas a
vista prazo
Estoque
de
produtos
acabados
Produção
15
FONTES DE CAPITAL
16
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Esta é uma dica facilmente aplicada nas empresas, justamente para criar
uma reserva financeira para as atividades operacionais. Os 10% são meramente
sugestivos, esse percentual pode ser maior.
17
18
FONTES DE CAPITAL
O valor da reserva financeira deve ser realizado com base nas receitas de
vendas da empresa, e o valor do caixa gerado depende muito da política de
crédito e cobrança da empresa.
A linha da variação no capital de giro é o valor que a cada ano deverá ser
alocado do saldo da conta caixa e bancos e transferir para a sua reserva.
Dessa forma, o gestor teria na sua conta de reserva de capital de giro o valor
de R$ 1.424.890,13.
b) Planeje-se
Atualmente é essencial que os gestores planejem as atividades Atualmente é
operacionais da empresa, assim como as receitas, custos dos produtos essencial que os
e despesas operacionais, com o objetivo de melhor geri-la e observar gestores planejem
as atividades
se em determinado momento ela não alcançou determinado resultado.
operacionais da
empresa, assim
É importante que o gestor perceba qual mudança no mercado como as receitas,
poderá prejudicar a empresa e assim elaborar novos planos para custos dos produtos
ajustar suas atividades operacionais. e despesas
operacionais, com o
objetivo de melhor
c) Deve e não nega? Pague assim que puder
geri-la e observar
se em determinado
Talvez um dos maiores entraves na gestão de recursos da empresa são momento ela
as próprias dívidas. Faça um planejamento do seu fluxo de caixa e não deixe não alcançou
muitas dívidas vencidas sem programação de pagamento. Separe e liquide determinado
primeiro as dívidas de menor valor, pois com menor quantidade de dívidas, há resultado.
a sensação de alívio nas contas da empresa. Caso houver dívidas que não será possível
liquidar no dia do vencimento, verifique se há muita incidência de juros ou não.
d) Desapegue
Caso a sua empresa possua algum tipo de imobilizado comum (móveis e utensílios)
que não está sendo utilizado, venda-o. É melhor gerar caixa, mesmo de menor valor, e
ao mesmo tempo, abrir maior espaço físico para planejar outras atividades.
19
FONTES DE CAPITAL
e) Aproveite os descontos
Administração de Caixa
Os gestores das empresas precisam estar atentos e observar alguns pontos
básicos para a excelência na administração do caixa da empresa. Segundo o
site CTP – Centro de Produções Técnicas (2018), o gestor pode se orientar na
administração do fluxo de caixa, observando alguns pontos básicos, como:
20
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
21
FONTES DE CAPITAL
22
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
23
FONTES DE CAPITAL
A geração do caixa É fato que a empresa apenas gera riqueza se houver valor
apenas pode ter agregado aos produtos que ela oferece de acordo com a marca deles,
sucesso se houver mas a geração do caixa apenas pode ter sucesso se houver uma
uma excelente excelente administração do Contas a Receber da empresa. Hoji (2012,
administração do p. 126) define que:
Contas a Receber
da empresa.
As contas a receber são geradas pelas vendas a prazo, que são
feitas após a concessão de crédito. As vendas a prazo geram
riscos de inadimplência e despesas com análise de crédito,
cobrança e recebimento, mas alavancam as vendas, isto é,
aumentam o volume de vendas e, consequentemente, o lucro.
25
FONTES DE CAPITAL
Hoji (2012, p. 129) explica que “uma política de crédito liberal aumenta
o volume de vendas muito mais que uma política rígida, porém gera mais
investimento em contas a receber e mais problemas de recebimento, o que exige
maior rigidez na cobrança”. Sobre a política de cobrança das empresas, Assaf
Neto (2010, p. 605) afirma que:
Administração de Estoques
Os estoques podem ser compreendidos como um dos principais ativos da
empresa. São eles que determinam parte do custo do produto que é vendido.
Estes ativos irão agregar valor à marca e incrementar o caixa da empresa.
26
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
27
FONTES DE CAPITAL
simples falta de atualização das entradas dos produtos nos estoques, pelo não
registro das notas fiscais de entrada ou a falta/atraso dos registros das baixas
do almoxarifado de materiais, também corrobora para gerar erros de decisão dos
gestores na administração dos materiais.
A perda na eficácia
A perda na eficácia da gestão dos estoques também incorre
da gestão dos
estoques também em prejuízos financeiros quando a empresa sofre com roubos,
incorre em prejuízos ou os estoques podem estar sendo destruídos se não estiverem
financeiros quando bem embalados e guardados para a produção (matéria-prima) e
a empresa sofre comercialização (produtos prontos). Problemas como este podem ser
com roubos, contornados se os gestores da empresa concentrarem seus esforços
ou os estoques
para procederem a imediata contabilização dos eventos das compras
podem estar
sendo destruídos e vendas no inventário da empresa, mantendo atualizada a contagem
se não estiverem física dos estoques.
bem embalados
e guardados Outro ponto importante a ser observado é prever a demanda dos
para a produção produtos na empresa, sincronizando com os controles dos estoques
(matéria-prima) e
para evitar faltas ou excessos, e poder atender às necessidades dos
comercialização
(produtos prontos). clientes em tempo hábil.
Uma boa gestão de estoques passa por uma boa administração de sistemas.
Um sistema Enterprise Resource Planning (ERP) permite acompanhar em tempo
hábil as entradas e saídas dos produtos na empresa e, com precisão, o gestor
poderá tomar decisões para gerenciar os recursos em tempo hábil.
28
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Nos dias atuais, cada vez mais se torna evidente a necessidade de ampliar o
conceito de integração na logística para fora do ambiente da empresa, estendendo
aos fornecedores e clientes. O aumento da produtividade, a qualidade do produto
e o excelente nível de atendimento prestado ao cliente são fatores fundamentais
para a obtenção ou permanência de vantagens competitivas por parte das
empresas. Esta é uma realidade que não pode mais depender exclusivamente
dos processos internos da empresa, devendo incluir todas as partes envolvidas
no processo e que estão fora da empresa, como fornecedores e clientes.
29
FONTES DE CAPITAL
Para se ter uma ideia, Ching (2009, p. 66) apresenta alguns resultados de
empresas que estão integrando a cadeia logística.
30
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Fornecedor
Fabricante
Distribuidor
Loja
31
FONTES DE CAPITAL
Fonte: Via Brasil (2017), dados extraídos do boletim estatístico CNT, jul./out. (2016).
32
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
33
FONTES DE CAPITAL
Pesquisa em
Melhores características Melhor funcionalidade
desenvolvimento em
dos produtos dos produtos
conjunto com marketing
Atendimento, disponibilidade,
Melhor preço do produto
velocidade e qualidade
b) Ciclo de pedidos
34
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
O uso da mídia televisiva, por meio de propagandas com apelos O uso da mídia
visuais, é uma das opções de marketing que exerce forte influência na televisiva, por meio
cadeia de suprimentos. A imagem de um ator famoso ou atriz famosa de propagandas
utilizando determinados produtos ou novas tecnologias provoca no com apelos visuais,
é uma das opções
consumidor o desejo de adquiri-los (produtos de beleza etc.) ou utilizá-
de marketing
las (celulares, computador, carros etc.). O resultado é o aumento da que exerce forte
produção e maior movimentação da cadeia produtiva impulsionados influência na cadeia
pelo aumento do consumo. de suprimentos.
A imagem de um
Em síntese, muitas vezes uma simples propaganda na TV exerce ator famoso ou atriz
famosa utilizando
influência na demanda de consumo pelo produto, que, por sua vez,
determinados
está diretamente ligada à determinação do volume de produção e, por produtos ou novas
consequência, possui reflexos em toda a cadeia de suprimentos. tecnologias provoca
no consumidor o
Christopher (2010, p. 116) prossegue em seu raciocínio dizendo desejo de adquiri-
que “para enfrentar esse desafio, a organização precisa concentrar los (produtos de
beleza etc.) ou
seus esforços de modo que obtenha maior agilidade, a fim de responder
utilizá-las (celulares,
em intervalos de tempo menores, tanto em termos de mudança de computador, carros
volume quanto em termos de mudança de variedade”. etc.).
35
FONTES DE CAPITAL
Alta
Ágil ambientes previsíveis, de alto volume
e baixa variedade.
A “agilidade” é necessária em
Baixa
Baixo Alto
Volume
Fonte: Christopher (2010, p. 118).
36
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
37
FONTES DE CAPITAL
Por sua vez, Por sua vez, quando existe a previsibilidade da demanda de produtos,
quando existe a os tempos para reabastecimento são curtos e a melhor ferramenta de
previsibilidade gestão da cadeia de suprimentos responsiva é o tipo Kanban. O Kanban
da demanda de é um sistema que, por medidas de sinalização, controla os fluxos de
produtos, os tempos produção ou transportes em uma indústria. Essa é uma filosofia de
para reabastecimento
reabastecimento de forma continuada, em que a reposição dos materiais
são curtos e a
melhor ferramenta é feita à medida que o produto é vendido ou usado (isso ocorre em casos
de gestão da cadeia extremos de administração da cadeia de suprimentos).
de suprimentos
responsiva é o tipo Veja na figura a seguir o funcionamento das estratégias genéricas
Kanban. para a cadeia de suprimentos.
38
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Podemos ter lead time diferentes de acordo com a produção enxuta, pois ela será
em grande escala, e há menor necessidade de emissão de pedidos entre um lote de
produção e outro. O lead time curto existe em modelos de produção com a metodologia
Kanban, pois as reposições dos estoques são feitas à medida que determinados
volumes de insumos vão sendo consumidos, assim, há necessidade de encurtar o
tempo de reposição dos produtos com maior número de emissão de pedidos.
39
FONTES DE CAPITAL
40
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
41
FONTES DE CAPITAL
Observa-se então que uma boa ferramenta para controle de estoque e uma
contribuição para a minimização dos custos da cadeia de suprimento está no uso do
cálculo do ponto de ressuprimento, que vamos estudar a partir da próxima seção.
b) Planejamento do inventário
42
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Várias empresas sofrem com diversos fatores externos a ela e que condicionam
sua existência no mercado. Dentre alguns fatores, citam-se o marketing e as políticas
do governo. Por exemplo, existem incentivos a determinados segmentos industriais,
como o automobilístico e o de produtos eletrodomésticos, que estão relacionados
à redução da carga tributária. Como o mercado consumidor é impulsionado pela
oferta de produtos com preços reduzidos, a tendência é que esses segmentos da
economia tendam a aquecer o mercado e a busca desenfreada por eles a partir
do mercado consumidor acelere o sistema da produção das empresas industriais.
Sobre a reposição do estoque, Ballou (2006, p. 344-345) assevera que:
43
FONTES DE CAPITAL
44
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
R=DxT
Onde:
R=DxT
R = 40 Unidades ao dia x 10 dias
R = 400 Unidades em 10 dias
45
FONTES DE CAPITAL
Onde:
46
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
47
FONTES DE CAPITAL
Assim como todas Assim como todas as operações da empresa que possuem custos
as operações relacionados à sua manutenção e visam sua permanência no mercado, outros
da empresa que custos são preponderantes e essenciais para promover sua perenidade.
possuem custos
relacionados à sua
manutenção e visam A manutenção do estoque também tem um custo a ser analisado pelos
sua permanência gestores logísticos, com especial observação para alguns itens importantes,
no mercado, de acordo com Bowersox e Closs (2010, p. 232-233, grifos dos autores):
outros custos são
preponderantes a) Custo de capital. O aspecto mais controverso do custo de
e essenciais para manutenção de estoque é a determinação da taxa de custo mais
promover sua apropriada a ser aplicada ao capital investido. A experiência de
perenidade. muitas empresas mostra que os valores variam entre a taxa de
juros básica (prime rate) e 25%. O motivo para usar a taxa de
juros básica, ou outra taxa praticada no mercado financeiro, é
que ela seria uma taxa de oportunidade com que o mercado
estaria disposto a remunerar o capital se este não estivesse
investido em estoque. Quando são usadas taxas mais altas,
estas são aquelas aplicadas no retorno do investimento de
todo o capital da empresa. Recursos investidos em estoque
perdem seu poder de gerar lucro, restringem a disponibilidade
de capital e limitam outros investimentos.
b) Impostos. Nos Estados Unidos algumas regiões tributam
estoque como propriedade enquanto está armazenado em
instalações de distribuição. A alíquota de imposto e a base de
cálculo geralmente diferem de região para região. Normalmente,
o imposto é calculado sobre o volume de estoque em determinado
dia do ano, ou sobre o estoque médio de determinado período.
Algumas regiões não tributam estoque.
c) Seguro. Normalmente o custo do seguro é calculado
com base em estimativa de risco ou exposição a risco, em
determinado período. Risco e exposição dependem da natureza
dos produtos e das instalações de armazenagem. Produtos de
grande valor, facilmente sujeitos a roubo, e produtos perigosos,
como combustíveis, têm custos de seguro mais elevados.
O custo de seguro também depende de características
preventivas nas instalações, como câmaras de segurança e
sistemas automáticos de extinção de incêndio.
d) Obsolescência. É a perda de utilidade de um produto
armazenado que não está coberto por seguro. Os cálculos
desse custo são baseados na experiência passada
relativamente a quantidades de produtos que devem ter seus
preços rebaixados, e quantidades que devem ser descartadas.
O conceito de obsolescência também pode ser ampliado para
incluir produtos que se tornam obsoletos pelo modelo. O custo
de obsolescência deve ser tratado com cautela e deve ser
limitado à perda direta relativa à armazenagem de estoque.
e) Armazenagem. O custo de armazenagem refere-se ao custo
de permanência incorrido com as instalações, sem considerar o
custo de manuseio dos produtos. Esse custo deve ser atribuído
especificamente aos produtos, pois não tem relação direta com
o valor do estoque. Dependendo do tipo de depósito usado
(público ou próprio, por exemplo), o custo total de armazenagem
pode ser direto, ou pode necessitar de apropriação.
48
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
49
FONTES DE CAPITAL
Outro aspecto Outro aspecto relevante trata-se dos custos da armazenagem, que
relevante trata-se leva em conta os custos da permanência dos estoques nos armazéns,
dos custos da pois utilizam espaços físicos que, se não forem rapidamente circulados
armazenagem, (circulação da mercadoria), consomem uma grande parcela do custo
que leva em
da depreciação do prédio, se for da própria empresa, ou do aluguel do
conta os custos
da permanência armazém, se não for da própria empresa.
dos estoques nos
armazéns, pois Vejamos o caso de uma empresa que mantém um valor de aluguel
utilizam espaços mensal em R$ 30.000,00 ao mês. Se ela tiver dois tipos de produtos
físicos que, se não com a mesma quantidade e o mesmo valor agregado, mas um tipo de
forem rapidamente
produto ficar estocado por dez dias, então o valor do aluguel apropriado
circulados (circulação
da mercadoria), para este produto será de R$ 10.000,00, e o outro produto, que ficar
consomem uma estocado 20 dias, terá o custo proporcional do aluguel para este estoque
grande parcela do de R$ 20.000,00. Essa conta, a princípio, é muito fácil, mas empresas
custo da depreciação com grande volume e variedade de estoques devem optar por cálculos
do prédio, se for da informatizados para melhor acurácia desses custos de armazenagem.
própria empresa,
ou do aluguel do
armazém, se não for Ballou (2006) complementa que as três classes gerais de custos
da própria empresa. relevantes de estoques estão pautadas em:
50
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Esses fatores são preponderantes para o cálculo dos custos dos estoques e
devem ser levados em consideração para que se evite qualquer tipo de perda no
resultado.
51
FONTES DE CAPITAL
52
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
produziu dois milhões de veículos com essa característica, ele terá que produzir
em média dois milhões de pares de amortecedores dianteiros ou traseiros para
atender a essa demanda, já que as peças possuem um tempo de vida útil e,
portanto, a cada período, em condições normais de uso, há a necessidade de
consumo dessa peça de reposição.
Com base em Bowersox e Closs (2010, p. 259), “em segundo lugar, esse
sistema assume que não existem limitações significativas de fabricação e de
capacidade de armazenagem. Essa hipótese, que limita sensivelmente o sistema,
implica que o produto pode ser fabricado e armazenado livremente até ser exigido
pelo centro de distribuição”.
53
FONTES DE CAPITAL
“Em quinto lugar, o sistema funciona com mais eficiência quando os perfis de
demanda dos clientes são relativamente estáveis e consistentes” (BOWERSOX;
CLOSS, 2010, p. 259).
Segundo Bowersox e Closs (2010, p. 259), “em sexto lugar, o sistema reativo
de controle de estoques determina o momento e a quantidade dos pedidos de
ressuprimento de cada centro de distribuição independentemente uns dos outros,
incluindo fontes de suprimento”.
54
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
e) Tipos de estoques
• Produtos acabados
55
FONTES DE CAPITAL
56
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
• Produtos em elaboração
• Matérias-primas
• Materiais auxiliares
• Almoxarifado
Cada empresa tem as suas peculiaridades e necessidades, e o almoxarifado
engloba todos os itens de estoque de consumo geral. Exemplo: produtos de
alimentação do pessoal, materiais de escritório, peças em geral e uma variedade
de itens. Geralmente representam uma quantidade muito grande de itens, mas de
pequeno valor total, não afetando os resultados financeiros da empresa.
57
FONTES DE CAPITAL
f) Armazenagem
→ localização;
→ dimensão da área;
→ arranjo físico e baias de atracação;
→ equipamentos para movimentação;
→ tipo e sistemas de armazenagem;
→ sistemas informatizados para localização de estoques; e
→ mão de obra disponível.
58
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
59
FONTES DE CAPITAL
60
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Este tipo de porta-paletes permite controlar o estoque pelo tipo de controle PEPS
(Primeiro a Entrar, Primeiro a sair), ou na sigla em inglês FIFO (First In, First Out).
61
FONTES DE CAPITAL
62
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
63
FONTES DE CAPITAL
Tipos de Investimentos
O termo investimentos
está associado a Genericamente, o termo investimentos está associado a
quaisquer aplicações quaisquer aplicações de recursos. São desembolsos que, pela sua
de recursos. São natureza, não são consumidos diretamente nos procedimentos,
desembolsos que,
tampouco representam despesas. Por exemplo, se for adquirida uma
pela sua natureza,
não são consumidos máquina Impressora de Camisetas Dtg P800 no valor de R$ 18.000,00,
diretamente nos a empresa está trocando recursos financeiros que estavam em caixa/
procedimentos, bancos por este tipo de bem.
tampouco
representam
despesas.
64
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
a) Orçamento de capital
65
FONTES DE CAPITAL
66
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
b) Projetos independentes
67
FONTES DE CAPITAL
São aqueles que possuem a mesma função e por isso competem uns com
os outros, de forma que a aceitação de um elimina a aceitação de outros. Por
exemplo, para expandir a produção, a empresa pode ampliar a sua fábrica,
adquirir outra companhia ou terceirizar parte da produção. Em um terreno de
esquina, podemos construir um prédio de apartamentos ou um posto de gasolina.
Vejamos um exemplo:
68
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Fonte: O autor.
Resumindo:
69
FONTES DE CAPITAL
70
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Vejamos um exemplo:
Fonte: O autor.
F REG
120.000 ENTER CHS FV
12 i
1n
PV? 107.143
71
FONTES DE CAPITAL
da empresa
150.000éENTER
de 12%CHS
a.a. FV
e o prazo máximo aceito para retorno do investimento
é quatro
2 n anos:
PV? 119.579
Resumindo:
72
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Assaf Neto (2005, p. 319) descreve que “a medida do valor presente líquido
é obtida pela diferença entre o valor presente dos benefícios líquidos de caixa,
previstos para cada período do horizonte de duração do projeto, e o valor presente
do investimento (desembolso de caixa)”. Formalmente, costuma-se adotar a
seguinte expressão de cálculo do NPV:
n n
NPV = ∑ FCt t I0 + ∑
It
t =1 (1 + k( t =1 (1 + k (t
Se o valor do VPL é positivo, então VPL > 0. Significa que a soma da data
zero até o final de todo o fluxo de caixa é maior que o valor investido. Como
estamos trabalhando com estimativas futuras de um projeto, podemos dizer que o
capital investido será:
1) recuperado;
2) remunerado na taxa de juros que mede o custo de capital da empresa; e
3) gerará um lucro extra, na data zero, igual ao VPL.
0 1 2 3 4 5 6 7
600
i = 12%
F REG
600 CHS g Cfo
120 g CFj
150 g CFj
200 g CFj
220 g CFj
150 g CFj
180 g CFj
80 g CFj
12 i f NPV → $121.387,53.
74
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Verificar se este projeto deve ser aceito por meio da utilização do método do
VPL e considerar um custo de capital igual a 10% a.a.
HP 12C
f REG
2500 CHS g CFo
350 g CFJ
450 g CFJ
500 g CFJ
750 g CFJ
750 g CFJ
800 g CFJ
1000 g CFJ
10 i f NPV → 508.428,39.
75
FONTES DE CAPITAL
Ou:
76
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Onde:
77
FONTES DE CAPITAL
Decisões de Investimento em
Condições e Risco
O crescimento, a expansão dos mercados e a evolução das tecnologias
retratam um ambiente altamente globalizado, no qual podemos ter empresas
instaladas em nossa cidade, em que parte do seu capital social pode ser externo
ou totalmente internacional.
Uma parcela significativa destas empresas tem sua forma jurídica de Sociedades
Anônimas (S.A.). Além desta modalidade, também destacamos as joint-ventures,
uma parceria contratual entre as partes de investimentos, trocas e participação de
resultados em determinados projetos, mantendo a independência das partes.
Para melhorar a As empresas internacionais, além dos impostos, taxas e alíquotas locais,
relação comercial também assumem responsabilidades de tributação internacional. Há que se
entre os países considerar no orçamento de capital destas empresas que, além do Imposto de
e as empresas
internacionais, Renda local, há a incidência de imposto estrangeiro sobre as remessas.
os governos de
determinados países Para melhorar a relação comercial entre os países e as empresas
se unem para criar internacionais, os governos de determinados países se unem para criar e
e manter blocos
econômicos, tais manter blocos econômicos, tais como: Nafta, União Europeia e Mercosul.
como: Nafta, União
Europeia e Mercosul. Além das demonstrações que estudamos, as empresas de caráter
internacional precisam ter as suas demonstrações financeiras, que, geralmente,
envolvem questões de consolidação, tradução de contas individuais, unificação
das moedas e divulgação de lucros internacionais.
78
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
79
FONTES DE CAPITAL
80
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
81
FONTES DE CAPITAL
82
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
a) Riscos
Supondo que destes US$ 3.000,00 tenhamos dado uma entrada de US$
1.000,00 e o saldo para 30 dias, tivemos uma saída de capital de US$ 1.000,00 ou
R$ 1.550,00. Ficamos devendo US$ 2.000,00 e a quantos reais (R$)? A resposta
a esta pergunta vai depender da variação cambial.
83
FONTES DE CAPITAL
• Baixa do câmbio: supondo que o dólar tenha tido uma queda e passou
ao valor de R$ 1,40 ao final destes 30 dias, nosso valor devido passa
a ser de R$ 2.800,00 (US$ 2.000,00 x R$ 1,40). Esta condição é ainda
mais favorável para o resultado da empresa, pois do saldo devedor de
R$ 3.100,00, agora precisamos pagar os mesmos US$ 2.000,00, mas
em reais este valor representa uma queda de R$ 300,00.
84
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Atividades de Estudos:
85
FONTES DE CAPITAL
Algumas Considerações
Prezado acadêmico, com isso finalizamos o Capítulo 1.
Neste capítulo, você conheceu este tema e pôde compreendê-lo, que trata
da necessidade e importância do capital de giro na empresa. Se for positivo, o
capital de giro reflete a qualidade das decisões dos gestores na empresa, mas,
se for negativo, é necessário verificar quais foram as causas que levaram a isso.
Por sua vez, o tempo de retorno do investimento pode ser em prazo menor,
caso a empresa tenha excelentes controles para os seus estoques, os quais
podem ser considerados de extrema importância para a empresa, pois com eles a
empresa gera valor, ou seja, agrega valor.
86
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
Referências
ARAÚJO, Sérgio Guedes da Cunha et al. Análise do comportamento dos
investidores em ações de João Pessoa/PB. 2010. In: TORRES, Inácio
Alves; BARROS, Fábio Segatto. Investimentos financeiros: uma análise dos
alunos investidores de uma Instituição de ensino superior de Brasília – DF.
Disponível em: <https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/gti/article/
download/2804/2401>. Acesso em: 18 julho 2018.
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços. 10. ed. São Paulo: Atlas,
2012.
87
FONTES DE CAPITAL
88
Capítulo 1 Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo
89
FONTES DE CAPITAL
VIA BRASIL. Você sabe quais modais são mais utilizados no Brasil para
transporte de carga? Via Brasil Transaéreo, 16 março 2017. Disponível em:
<http://www.viabrasiltransaereo.com.br/blog/modais-transporte-carga/>. Acesso
em: 29 maio 2018.
90
C APÍTULO 2
Decisões Estratégicas de
Financiamentos
92
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
Contextualização
Neste capítulo, vamos estudar a aplicação das origens dos recursos nas
empresas e a forma de avaliar se os investimentos atendem às expectativas dos
investidores.
Estrutura de Capital
A estrutura de capital das empresas é formada por capital próprio A estrutura
(Ke), ou recursos dos sócios, e capital de terceiros (Ki), ou empréstimos e de capital das
financiamentos de instituições financeiras. Esses recursos são totalmente empresas é formada
necessários para que a empresa possa operar e permanecer atuante no por capital próprio
(Ke), ou recursos
mercado, independentemente da sua área de atuação, com finalidades
dos sócios, e capital
lucrativas ou não. Segundo Groppelli e Nikbakht (2005, p. 189): de terceiros (Ki),
ou empréstimos
A estrutura de capital é a composição do e financiamentos
financiamento de uma empresa. Relacionada do de instituições
lado direito do balanço patrimonial, ela indica as
financeiras.
principais fontes de fundos externos obtidos por
meio de financiamento. A estrutura de capital da empresa
consiste em dívidas de longo prazo, em ações preferenciais
e ordinárias.
93
FONTES DE CAPITAL
94
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
Ross et al. (2002) são bem específicos ao afirmar que a estrutura de capital
poderá variar sempre, a todo instante, de acordo com as necessidades da
empresa. E, conforme Brigham e Ehrhardt (2010, p. 616-617, grifos dos autores):
95
FONTES DE CAPITAL
Dividas de
longo prazo
Ativos
Permanentes
– tangíveis Patrimônio dos
– intangíveis acionistas
a) Custo de capital
96
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
97
FONTES DE CAPITAL
98
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
sem risco (títulos públicos, por exemplo). A diferença entre essas taxas é mais
bem entendida como um prêmio pelo risco incorrido.
Conforme Ross, Westerfield e Jordan (2010, p. 340), “[...] o WACC nos diz
que o custo de capital da empresa inteira é igual à média ponderada dos custos
dos diversos componentes de sua estrutura de capital”.
99
FONTES DE CAPITAL
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social R$ 200.000,00
TOTAL R$ 100.000,00 TOTAL R$1.000.000,00
Fonte: O autor.
− Resultado operacional.
− Planejamento da apuração do IRPJ/CSLL
− Capacidade para gerar resultados para quitar os juros sobre capital de
terceiros, o valor do IRPJ/CSLL e os dividendos dos investidores.
− Economia do IRPJ/CSLL gerada pela captação dos recursos.
100
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
CAPITAL PRÓPRIO
R$ 200.000,00 x 0,1500 = 0,0375
R$ 800.000,00
TOTAL = 0,20250
Fonte: O autor.
Neste caso, a taxa do CMPC Bruto está na ordem de 20,25% como custo
de capital para manter os investimentos na empresa ABC. Isso é perigoso para a
geração de resultados da empresa, você pode perceber que na média ponderada o
custo de captação de recursos financeiros da empresa em capital próprio é de 3,75%,
pois os 15% remunerados ao acionista são baseados na captação de R$ 200.000,00,
e o custo de captação de capital próprio é de 16,50% na média ponderada, que é
exageradamente maior, praticamente o triplo dos recursos captados dos sócios. Isso
corrobora com Brigham e Ehrhardt (2010, p. 616), que abordam que:
101
FONTES DE CAPITAL
CAPITAL DE TERCEIROS
R$ 600.000,00 x 0,1452 = 0,10890
R$ 800.000,00
CAPITAL PRÓPRIO
R$ 200.000,00 x 0,0990 = 0,02475
R$ 800.000,00
TOTAL = 0,13365
Fonte: O autor.
102
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
Fonte: O autor.
103
FONTES DE CAPITAL
Fonte: O autor.
Uma das formas que iremos propor aqui é a redução em 8% das despesas
operacionais. Com essa redução, a Demonstração do Resultado do Exercício –
DRE se apresenta da seguinte forma:
104
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
Fonte: O autor.
Na figura a seguir, note que há um ciclo que deve ser adotado na empresa em
que os investimentos devem gerar recursos (custos de produção), os quais serão
transformados em caixa conforme as vendas dos produtos e serviços da empresa.
105
FONTES DE CAPITAL
{ Consumo associado
à elaboração do
produto ou serviço
{ Consumo
associado
ao período
Investimentos
Gastos
Fonte: O autor.
CAPITAL PRÓPRIO
R$ 600.000,00x 0,1500 = 0,1125
R$ 800.000,00
TOTAL = 0,16750
Fonte: O autor.
106
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
Fonte: O autor.
O risco mais alto tende a abaixar o preço de uma ação. “a empresa deve
Mas um ROE esperado mais alto tende a aumentá-lo.
ganhar uma
Portanto, a estrutura de capital ótima deve atingir
taxa mínima de
um equilíbrio entre o risco e o retorno, de modo a
maximizar o preço da ação da empresa. retorno para
cobrir o custo de
geração de fundos
Desta forma, a empresa terá menor risco para honrar seus para financiar os
compromissos de captação de recursos financeiros. investimentos,
de outra forma,
Segundo Groppelli e Nikbakht (2010, p. 160), “a empresa deve ninguém se
ganhar uma taxa mínima de retorno para cobrir o custo de geração interessaria em
comprar seus títulos,
de fundos para financiar os investimentos, de outra forma, ninguém
ações preferenciais
se interessaria em comprar seus títulos, ações preferenciais e ações e ações ordinárias”.
ordinárias”.
107
FONTES DE CAPITAL
Isso significa que esse custo de capital é o mínimo que a empresa deve
atingir para pagar seus investidores e induzi-los a arriscar seus fundos.
108
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
a) Do tomador de recursos, ou
Risco de crédito
b) Do emitente de um título de crédito.
c) Do comprador a prazo.
109
FONTES DE CAPITAL
Ainda segundo Brigham e Ehrhardt (2010, p. 620, grifos dos autores), existem
fatores que interferem no risco do negócio, sendo os principais:
110
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
111
FONTES DE CAPITAL
Assim, o risco do prazo pela não liquidação das dívidas assumidas, segundo
Groppelli e Nikbakht (2010, p. 77), significam que “[...] quanto maior o tempo em
que os fundos permanecem aplicados, maior é o risco envolvido”.
Isso pode ser perigoso para a empresa, pois se o investidor tirar o mais
rápido possível o dinheiro investido, pouco sobrará para reinvestir na própria
empresa e, quem sabe, reduzir o risco financeiro ao longo do tempo. E isso pode
reduzir o preço das ações para as empresas de capital aberto em decorrência
dessa incerteza gerada.
112
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
a) Estrutura Modigliani-Miller
VL = VU + TCB
Onde:
VL = Empresa Alavancada
VU = Empresa Não Alavancada
TCB = TC é imposto de renda corporativo (IRPJ + CSLL) e B é o valor da
dívida assumida.
Assim, o valor da empresa é maximizado com o uso de dívida.
113
FONTES DE CAPITAL
Merton Miller concluiu que nos casos em que ocorrer a tributação progressiva
da pessoa física (TS), sempre que a sua alíquota do imposto de renda for igual ou
superior à pessoa jurídica (TC), não irá gerar nenhum tipo de ganho ou perda pelo
simples uso do capital de terceiros. Esta pesquisa demonstra que a ideia anterior
sobre a irrelevância da estrutura de capital na determinação do valor da empresa
era válida. A vantagem fiscal do endividamento irá ocorrer apenas quando a
alíquota de imposto de renda da pessoa física for inferior à da pessoa jurídica.
Com base no modelo de Modigliani e Miller (1958), considerando a tributação da
pessoa física e da jurídica e que TB é a tributação dos ativos de renda fixa da
empresa, Miller (1977) propõe que o valor de mercado da empresa seja calculado
conforme a seguinte equação:
Onde:
VL = Empresa Alavancada
VU = Empresa Não Alavancada
TC = Imposto de renda corporativo (IRPJ + CSLL)
B = Valor da dívida assumida.
TS = Tributação da Pessoa Física
TB = Tributação de ativos de renda fixa
114
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
Ainda com base em Modigliani e Miller (1958), está confirmado que os gestores
das empresas não deveriam ter preocupação com relação ao tipo de financiamento
dos investimentos da empresa (se for por capital próprio ou capital de terceiros),
pois o valor da empresa não se alteraria com os tipos de escolhas feitas.
115
FONTES DE CAPITAL
b) Modelo de Hamada
116
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
c) Modelos de Trade-off
117
FONTES DE CAPITAL
CAPITAL PRÓPRIO
R$ 200.000,00 x 0,1500 = 0,0375
R$ 800.000,00
TOTAL = 0,24750
Fonte: O autor.
118
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
Fonte: O autor.
Então, os gestores das empresas sempre deverão buscar um certo Os gestores das
equilíbrio em relação aos impactos do benefício fiscal e as dificuldades empresas sempre
financeiras, possibilitando atingir um ponto de endividamento que deverão buscar
um certo equilíbrio
maximize o seu valor.
em relação aos
impactos do
As empresas que usam dívidas, em vez de patrimônio líquido, benefício fiscal e
segundo Damodaran (2004, p. 443), se beneficiam de duas formas: as dificuldades
financeiras,
Em primeiro lugar, elas obtêm um benefício possibilitando
tributário, porque os juros sobre a dívida são atingir um ponto
dedutíveis dos impostos, enquanto que os de endividamento
dividendos pagos para os acionistas não o são. que maximize o seu
E em segundo lugar, a dívida dá condições para valor.
que as empresas imponham uma disciplina aos
administradores. As empresas devem fazer pagamentos
regulares para os portadores de dívidas, e os administradores
que investem em maus projetos aumentam a probabilidade de
serem incapazes de honrar esses compromissos.
119
FONTES DE CAPITAL
mais o valor dos efeitos colaterais que dessa vez incluem, além do benefício
fiscal, os custos de falência e outros tipos de estresses financeiros. Os autores
ilustram esse aspecto por meio da figura a seguir.
Valor real
Valor com
divida nula
Valor se a firma não
utilizasse alavancagem
financeira
0 D1 D2 Alavancagem
120
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
Caso o gestor decida trabalhar com alta liquidez, este mantém um nível de
endividamento baixo e por si só evita o risco financeiro com o uso de poucos
recursos de capital de terceiros em sua estrutura financeira.
O gestor abre mão da rentabilidade que poderia ser proporcionada por estes
recursos. E quanto maior for o nível de endividamento, menor será a liquidez e
isso gerará maior risco financeiro.
d) Modelos de sinalização
121
FONTES DE CAPITAL
Isso significa que Isso significa que os dividendos serão pagos por aquelas empresas
os dividendos serão que tiverem investimentos com bom retorno financeiro e econômico. Se
pagos por aquelas uma empresa optar por recursos de terceiros para novos investimentos,
empresas que analistas de empresas do mercado de crédito irão avaliar se ela
tiverem investimentos apresenta boas condições de pagamento antes de concederem o
com bom retorno
empréstimo. Os demonstrativos contábeis são uma forma de identificar
financeiro e
econômico. se a empresa possui capacidade de saldar suas obrigações.
122
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
e) Alavancagem
123
FONTES DE CAPITAL
• Alavancagem operacional
Pode ser definida como o uso potencial de custos fixos operacionais para
aumentar os efeitos de mudança das vendas sobre o lucro da empresa antes dos
juros e do Imposto de Renda - LAJIR (corresponde ao lucro operacional), ou seja,
a alavancagem operacional revela como uma alteração no volume de atividade
influi sobre o lucro operacional da empresa.
124
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
Fonte: O autor.
125
FONTES DE CAPITAL
GAO = RV - CDV
RV – (CDV – CDF)
Onde:
Margem de Contribuição
LAJAIR
126
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
Fonte: O autor.
Comparando este valor de 2,5 com o GAO de 2,15 antes da alteração para
maiores custos fixos, verifica-se que quanto maior forem os custos operacionais
fixos em relação aos variáveis, tanto maior será o GAO.
• Alavancagem financeira
127
FONTES DE CAPITAL
128
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
Fonte: O autor.
129
FONTES DE CAPITAL
GAF = LAJIR
LAJIR – JUROS
Quando se altera o valor do LAJIR (por exemplo, +20%, +30%, +50%, ...), o
grau de alavancagem permanece o mesmo. O que altera é o resultado final, porque
a cada unidade monetária de aumento haverá “tanto a mais” de resultado final.
– Alavancagem combinada
Grau de Alavancagem Combinada (GAC) = Variação percentual do Lucro Líquido ou GAO x GAF
Variação % Receitas*
130
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
Fonte: O autor.
131
FONTES DE CAPITAL
Ou:
Mix de Financiamentos
O valor da empresa considera duas categorias de investimentos, que são os
investimentos já realizados e os que serão feitos. Para o financiamento desses
ativos, as empresas podem buscar recursos financeiros de duas fontes. Uma
delas é recorrer a empréstimos de banco ou de outros financiadores, sendo esse
tipo de financiamento classificado como dívida. E a outra fonte é utilizar recursos
do proprietário ou proprietários dos negócios. Neste caso, os recursos são
classificados como patrimônio líquido.
132
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
133
FONTES DE CAPITAL
134
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
Atividades de Estudos:
135
FONTES DE CAPITAL
Algumas Considerações
Prezado acadêmico, com isso finalizamos o Capítulo 2.
Essa “dúvida” é gerada com base nos riscos financeiro e operacional que a
empresa pode incorrer. Para isso, existem algumas teorias de estudo de capital
que devem ser consideradas, como a de Modigliani e Miller (1958), que diz
que a estrutura de capital adotada na empresa é totalmente irrelevante para se
estabelecer o valor de mercado da empresa. Hamada, por sua vez, afirma que
as empresas que estão altamente endividadas incorrem no risco de aumentar o
custo de remuneração dos investidores pelo seu capital social investido. O risco
de a empresa sofrer insolvência financeira é elevado e por isso há necessidade
de manter atraídos os investidores. Somente é possível mantê-los com altas
remunerações e dividendos para que tenham o retorno mais rápido possível e
reduzir o efeito psicológico de que a empresa possa ter problemas financeiros.
O trade-off estabelece a existência de uma estrutura de capital ótima para o
empreendimento, uma vez que existe uma mescla de recursos financeiros
advindos de capital próprio e também recursos financeiros de capital de terceiros
alheio. Ambos os recursos deverão maximizar o valor da empresa no mercado. E o
modelo de sinalização estabelece que o mercado se constitui em uma importante
fonte de informação, pois em uma transação econômica os agentes envolvidos
podem lidar com os problemas de seleção adversa.
Referências
ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
136
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
137
FONTES DE CAPITAL
______. Administração financeira. 2. ed. Trad. Célio Knipel Moeria. São Paulo:
Saraiva, 2005.
MODIGLIANI, F.; MILLER, M. H. The cost of capital, corporation finance and the
theory of investment. The American Economic Review, v. 48, n. 3, Jun. 1958, p.
261-297. Publicado por American Economic Association.
138
Capítulo 2 Decisões Estratégicas de
SILVA, J. P. da. Análise financeira das empresas. 10. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
139
FONTES DE CAPITAL
140
C APÍTULO 3
Decisões Táticas de Financiamentos
142
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
Contextualização
Neste capítulo, vamos estudar alguns tipos de financiamentos, e um dos
mais optados por pessoas físicas e jurídicas é o contrato de leasing ou contrato
de arrendamento mercantil. Assim, no enfoque a este tipo de financiamento,
vamos aprender sua definição, características e os aspectos legais aplicados a
esse contrato, bem como a respeito de sua classificação e reavaliação.
Leasing
O contrato de leasing não é o mesmo que contrato de locação, embora o
termo leasing, em inglês derive do verbo to lease, que significa alugar. Pode-se
dizer que o leasing se caracteriza por ser um misto de financiamento, locação e
uma potencial operação de compra e venda ao final do contrato.
143
FONTES DE CAPITAL
144
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
Desta forma, existem vantagens ao fazer uso do leasing, mas esta decisão
deve ser tomada com cautela. Conforme Damodaran (2004, p. 406-407),
145
FONTES DE CAPITAL
146
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
147
FONTES DE CAPITAL
148
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
Mas, conforme França (2009, s.p.), o Superior Tribunal de Justiça aprovou a Súmula no
369, na data de 17/02/2009, com a seguinte definição: "No contrato de arrendamento
mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a
notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora".
149
FONTES DE CAPITAL
Informativo nº 0364
Período: 18 a 22 de agosto de 2008. Primeira Turma
LEASING. LEGITIMIDADE. BEM. USO INDEVIDO.
A Turma reiterou que a empresa de arrendamento mercantil é
parte ilegítima para figurar no polo passivo da demanda advinda
do uso indevido do bem pelo arrendatário. No caso, cuidava-se
da execução da multa administrativa por transporte irregular de
passageiros. Precedentes citados: AgRg no Ag 909.245-SP, DJ
7/5/2008, e REsp 787.429-SP, DJ 4/5/2006. REsp 1.066.087-SP,
Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 21/8/2008."
Informativo nº 0339
Período: 12 a 23 de novembro de 2007. Quarta Turma
RESPONSABILIDADE CIVIL. SEGURO DPVAT.
ARRENDATÁRIO.
Trata-se de ação regressiva proposta por companhia
de seguro contra sociedade de arrendamento mercantil, no
intuito de reaver indenização que pagou a título de DPVAT,
Em síntese, é em acidente causado por veículo objeto de contrato de
previsível que a arrendamento mercantil (leasing). A Turma entendeu que a
ausência de regras arrendante é parte ilegítima passiva na presente ação, mesmo
que disciplinem que não recolhido o prêmio do seguro DPVAT pelo arrendatário.
Apesar de aquele ser proprietário do bem, a posse direta e
o direito material
uso é exclusivo deste. A atividade de leasing tem por finalidade
do contrato de financiar o bem e não o uso, que pertence ao arrendatário,
leasing continuará que age com toda aparência de dono. REsp 436.201-SP, Rel.
provocando Min. Aldir Passarinho Junior, julgado em 13/11/2007 (FRANÇA,
divergências sobre 2009, s. p.).
suas consequências
jurídicas. A solução Em síntese, é previsível que a ausência de regras que disciplinem
seria a promulgação o direito material do contrato de leasing continuará provocando
de uma lei
divergências sobre suas consequências jurídicas. A solução seria a
substantiva sobre o
tema. promulgação de uma lei substantiva sobre o tema.
Classificação de Arrendamento
Mercantil ou Contrato de Leasing
A classificação do arrendamento mercantil é definida antes do início do
contrato. Uma alteração ou reavaliação da classificação do arrendamento durante
a vigência do contrato é possível somente nos casos em que o arrendatário e o
arrendador concordem em alterar disposições estabelecidas no contrato, não se
tratando de uma simples renovação contratual.
150
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
151
FONTES DE CAPITAL
152
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
153
FONTES DE CAPITAL
Os bens que são Os bens que são sujeitos à operação de arrendamento mercantil
sujeitos à operação financeiro terão reconhecidos os gastos com depreciação igualmente
de arrendamento como os outros bens depreciáveis pela legislação em vigor, para as
mercantil financeiro empresas de porte pequenas e médias.
terão reconhecidos
os gastos com
depreciação Se eventualmente ocorrer a razoabilidade certeza de que o
igualmente como arrendatário permanecerá com a propriedade do bem no final do prazo
os outros bens do contrato de arrendamento mercantil, esse ativo imobilizado deverá
depreciáveis pela ser totalmente depreciado durante o prazo que irá vigorar o contrato (do
legislação em vigor, arrendamento mercantil) ou da sua vida útil, destes, o que for menor.
para as empresas
de porte pequenas e
médias. Conforme Brigham e Ehrhardt (2010), o arrendatário e o
arrendador avaliam o arrendamento mercantil. O arrendatário avalia
se o arrendamento mercantil de um ativo é mais vantajoso que a compra, e o
arrendador avalia se os pagamentos pelo contrato de leasing produzem um
retorno satisfatório sobre o capital investido no bem arrendado. Em relação à
avaliação pelo arrendatário, Brigham e Ehrhardt (2010, p. 787) dizem que:
154
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
155
FONTES DE CAPITAL
250.000,00 CHS PV
71.500,00 FV
30 n
2,2 i
PMT
Sobre esse valor incide ainda imposto sobre serviços – ISS. Admitindo uma
alíquota de 2% sobre o valor da contraprestação, tem-se:
156
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
157
FONTES DE CAPITAL
158
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
Quadro 1 – Lançamentos
D – Máquinas e equipamentos – Arrendamento mercantil (Ativo não circulante-
R$ 30.000,00
imobilizado)
D – Encargos financeiros a apropriar (Conta redutora-Passivo circulante) R$ 3.000,00
D – Encargos financeiros a apropriar (Conta redutora-Passivo não circulante) R$ 3.000,00
C – Arrendamento mercantil a pagar (Passivo circulante) R$18.000,00
C – Arrendamento mercantil a pagar (Passivo não circulante) R$ 18.000,00
Apropriação mensal dos encargos
D – Encargos financeiros (Conta de resultado) R$ 250,00
C – Encargos financeiros a Apropriar (Conta redutora – Passivo circulante) R$ 250,00
Os pagamentos são contabilizados de forma simples
D – Arrendamento mercantil a pagar (Passivo circulante) R$ 1.500,00
C – Bancos conta movimento (Ativo circulante) R$ 1.500,00
Deve-se contabilizar a depreciação uma vez que o bem está registrado no Imobilizado.
D – Depreciação (Conta de resultado)
C – Depreciação acumulada de máquinas e equipamentos – arrendamento mercantil
Fonte: O autor
159
FONTES DE CAPITAL
Quadro 2 – Lançamentos
“Venda” do bem por meio do leasing:
D– Contas a receber (Ativo circulante) R$ 18.000,00
D– Contas a receber (Ativo não circulante) R$ 18.000,00
C– Receitas financeiras a apropriar (Conta redutora-Ativo circulante) R$ 3.000,00
C– Receitas financeiras a apropriar (Conta redutora-Ativo não circulante) R$ 3.000,00
C– Receita de vendas (Conta de resultado) R$ 30.000,00
Apropriação mensal das receitas financeiras
D– Receitas financeiras a apropriar (Conta redutora-Ativo circulante) R$ 250,00
C– Receitas financeiras (Conta de resultado) R$ 250,00
Contabilização dos recebimentos
D– Bancos conta movimento (Ativo circulante) R$ 1.500,00
C– Contas a receber (Ativo circulante) R$ 1.500,00
Fonte: O autor
160
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
Contudo, França (2009) alerta que o leasing pode ser mais vantajoso O leasing pode ser
na redução de tributos para a empresa arrendatária. Porém, devem-se mais vantajoso na
analisar a conjuntura do momento e a perspectiva a médio prazo da redução de tributos
economia a fim de avaliar se não há isenções ou reduções fiscais de para a empresa
tributos incidentes em outros contratos semelhantes concedidas pelo arrendatária.
Estado e que sejam naquele momento mais vantajoso do que o leasing.
Os efeitos fiscais nas operações de leasing dos Estados Unidos são abordados
por Brigham e Ehrhardt (2010, p. 783, grifos dos autores) da seguinte forma:
161
FONTES DE CAPITAL
162
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
163
FONTES DE CAPITAL
164
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
165
FONTES DE CAPITAL
166
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
167
FONTES DE CAPITAL
Observe na Tabela 1 que a empresa que arrenda o bem não possui alterações
no balanço patrimonial em comparação ao balanço patrimonial da empresa que
toma emprestado e adquire o bem para o imobilizado. Nesse caso, o balanço
patrimonial da empresa que arrenda o bem do imobilizado fica semelhante à
situação da empresa antes do arrendamento mercantil.
Voltando ao CPC 6, em seu parágrafo 10, está bem claro que, para classificar
o arrendamento mercantil entre financeiro ou operacional, deverá ser avaliada a
essência da transação e não a forma do contrato.
Qualquer custo direto inicial que ocorrer pelo arrendatário deve ser adicionado
à quantia reconhecida como ativo.
168
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
169
FONTES DE CAPITAL
170
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
Warrants
Os chamados “Bônus de subscrição” ou “warrants” são uma espécie Os chamados
de opções de compras de ações, mas do tipo americana, de determinada “Bônus de
empresa por um preço predefinido e o seu titular poderá comprar subscrição” ou
determinada quantidade de ações durante um período de tempo. “warrants” são
uma espécie de
opções de compras
O termo “warrant” tem a origem no verbo assegurar, garantir, de ações, mas do
certificar, autorizar. E na área do Direito, o termo “warrant” possui os tipo americana,
seguintes principais significados: de determinada
empresa por um
a) Documento que autoriza alguém a praticar um ato como preço predefinido
e o seu titular
efetuar uma prisão, tomar uma propriedade, efetuar uma
poderá comprar
busca ou executar uma decisão judicial. determinada
b) Concede a garantia de produtos pelos vendedores e quantidade de ações
fabricantes. durante um período
c) Documentos referentes a mercadorias depositadas. de tempo.
171
FONTES DE CAPITAL
172
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
173
FONTES DE CAPITAL
15
valor do warrant
5 valor intrínseco do
warrant (na data de
vencimento)
0
0 5 10 15 20 25 30
-5
valor da ação
Fonte: O autor.
Conforme Assaf Neto e Lima (2011), o valor teórico é calculado pela diferença
entre o preço de mercado das ações e o preço da opção definido no título e
multiplicada, ainda, pela quantidade estabelecida de ações no contrato, de acordo
com a seguinte fórmula:
Onde:
174
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
Segundo Assaf Neto e Lima (2011, p. 122, grifo dos autores) vamos a um
exemplo de valor de um warrant:
175
FONTES DE CAPITAL
do preço da ação.
Caso, por exemplo, um investidor adquira um warrant a $ 6,00
e as ações por $ 20,00, totalizando um investimento de $ 26,00,
e o preço da ação após a compra eleva-se para $ 21,00, o valor
teórico do warrant passaria a VW = 3[21,00 – 18,00] = $ 9,00, o
que garante uma valorização de 50% no preço de mercado do
warrant (passou de $ 6,00 para $ 9,00) para um acréscimo de
5% no preço de mercado da ação.
Conversíveis
Os títulos Os títulos conversíveis possuem características que podem estar
conversíveis presentes nos contratos de emissão, permitindo que estes atendam às
possuem necessidades tanto do emissor quanto do investidor. Dependendo da
características estruturação do contrato, um título conversível pode se comportar sobre
que podem estar diferentes aspectos como uma dívida junto a terceiros, como a emissão
presentes nos
de ações ou algo entre estas duas formas de captação. Descontos na
contratos de
emissão, permitindo emissão, presença da opção de venda e pagamento de cupom produzem
que estes atendam no título conversível a característica de dívida com terceiros.
às necessidades
tanto do emissor Em relação aos títulos conversíveis, Damodaran (2004, p. 411)
quanto do investidor. apresenta a definição como sendo aquele que:
176
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
Mas, quais são as razões que levam as empresas a emitirem títulos de dívida
conversível?
177
FONTES DE CAPITAL
• Títulos permutáveis: títulos permutáveis são aqueles emitidos por uma empresa
e conversíveis em ações de outra instituição. Existem títulos conversíveis não
domésticos que são conversíveis em ações cotadas em uma determinada
moeda, em que o cronograma de preços de exercício da opção de venda ou da
opção de compra é estabelecido em uma outra moeda. Como a taxa de câmbio
entre as moedas em questão está mudando constantemente, este fato gera um
efeito considerável no comportamento do preço do título.
178
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
179
FONTES DE CAPITAL
180
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
Se esses títulos fossem títulos puros, com uma taxa de cupom de 3,25% e
um rendimento até o vencimento de 5,80% (com base na classificação do título), o
valor desse título simples teria sido:
O valor total da opção de conversão nos títulos conversíveis pode então ser
estimado como a seguir:
181
FONTES DE CAPITAL
Essa conversão surge pela aplicação da compra de uma ação por um preço
de conversão utilizando o conversível no seu valor de face (valor negociado).
Atividades de Estudos:
182
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
Algumas Considerações
Prezado acadêmico! Com isso finalizamos o Capítulo 3.
183
FONTES DE CAPITAL
Referências
ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Curso de administração
financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
184
Capítulo 3 Decisões Táticas de Financiamentos
185
FONTES DE CAPITAL
186