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Revisada e Atualizada

Julho de 2023
Sumário

modulo 0 6
0 Organização dos estudos 7
0.1 Manual de navegação da plataforma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
0.2 Conhecendo a prova do Certificado Nacional do Profissional de Investimento (CNPI) . 11

Módulo 1 15
1 MÓDULO I - FUNDAMENTOS DA ANÁLISE TÉCNICA 16
1.1 Principais premissas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.2 Diferenças conceituais entre a Análise Técnica e a Análise Fundamentalista . . . . . 17
1.3 Tipos de gráficos em Análise Técnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.4 Escalas aritmética e logarítmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.5 Indexação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.6 Gráficos perpétuos ou contínuos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Módulo 2 28
2 Teoria de Dow 29
2.1 Ideias básicas da Teoria de Dow . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.2 tenduxeancias-primuxe1ria-secunduxe1ria-e-terciuxe1ria . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.3 Regra da confirmação e a importância do volume . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

Módulo 3 36
3 Conceito de tendência 37
3.1 Definição, direção e força . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.2 Suporte e resistência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.3 Linhas de tendência e canais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.4 Consolidação, correção e rompimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Módulo 4 46
4 Figuras gráficas 47
4.1 Padrões de reversão e continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.2 Padrões e volume . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.3 Padrões e objetivos de preços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.4 Ombro-Cabeça-Ombro (OCO) normal e invertido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.5 Topos e fundos duplos e triplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.6 Triângulos simétricos, ascendentes e descendentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
4.7 Bandeiras, flâmulas, cunhas e retângulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.8 Gap e ilhas de reversão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

Módulo 5 69
5 Teoria das ondas de Elliot 70
5.1 Princípios de contagem das ondas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
5.2 Ondas impulsivas e corretivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
5.3 Números de Fibonacci, razões e correções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

Módulo 6 76
6 PADRÕES CANDLESTICK 77
6.1 Nomenclatura e figuras básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
6.2 Padrões de reversão altistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
6.3 Padrões de reversão baixistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
6.4 Padrões de continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

Módulo 7 90
7 Indicadores 91
7.1 Médias móveis simples e exponencial, cruzamento e bandas de Bollinger . . . . . . . 91
7.2 Conceito de momentum, sobrecompra, sobrevenda e divergência . . . . . . . . . . . . 94
7.3 Osciladores, momento ou Rate of Chances (ROC), estocástico, Índice de Força Relativa
(IFR) e linha e histograma ou Moving Average Convergence Divergence (MACD) . . . . . 95
7.4 On Balance Volume (OBV) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Módulo 7 99
8 Gerenciamento de risco 100
8.1 Fundamentos de retorno vs. risco e stop . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
8.2 Definição de objetivo e stop, suporte, resistência, Fibonacci e indicadores etc. . . . . . 101
8.3 Stop móvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

Módulo 9 103
9 Estratégias operacionais 104
9.1 Seguidor de tendência e contra-tendência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
9.1.1 Seguidor de tendência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
9.2 Estratégias de longo, médio, curto e curtíssimo prazo ou position, swing trade, day
trade e scalper . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
9.3 Combinações de diversas técnicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105

Módulo 10 107
10 Trading Systems 108
10.1 Fundamentos dos Sistemas Mecânicos (Robôs) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
10.2 Conceito de otimização e backtesting de indicadores técnicos . . . . . . . . . . . . . . 109

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modulo 0
Organização dos estudos

A organização é uma das virtudes mais importantes para quem realmente de-
seja conquistar a sua certificação. Você precisa saber, com bastante antecedência,
questões técnicas da prova. Por exemplo: quantidade total de questões, tempo
total de prova, tempo médio para cada questão e requisitos especiais de aprovação.
No caso da prova da CNPI Conteúdo Global, para que seja aprovado, o candidato
deve, além de acertar pelo menos 40 das 60 questões (66,67%), acertar também
pelo menos 50% do total de questões de cada um dos módulos. É por causa de
informações desse tipo que conhecer a prova é algo extremamente importante.
Além do conhecimento das regras e particularidades da prova, a organização tam-
bém diz respeito à concentração. Você precisa de foco total. Na medida do pos-
sível, as distrações devem ser eliminadas. Usando novamente o exemplo da prova
da CNPI, o tempo para responder as 60 questões é de 1h50. Fazendo os cálculos,
chegamos a uma média de menos de 2 minutos para cada questão. Você precisa
ser organizado para não se perder.
Acompanhamento das aulas
O acompanhamento das aulas é indispensável. Você não deve pegar atalhos. É
preciso assistir todos os conteúdos, de todos os módulos. Eu sei que muitas vezes
acabamos nos convencendo de que já sabemos determinado conteúdo. Mas eu
não quero que você caia nesse engano. Assista todas as aulas dos módulos, inde-
pendentemente da sua intimidade com os assuntos.
Além disso, para que o seu estudo seja proveitoso, você tem que pesquisar cada
palavra, cada termo, cada frase que não foi bem compreendida. O interesse é a
chave do sucesso. Se necessário, assista às aulas novamente, redobrando o nível
de atenção.
Realização do simulado modular
Depois de se organizar, de conhecer a prova e de estudar todos os conteúdos
de um determinado módulo, é chegada a hora de testar os conhecimentos na
prática. Para isso, você deve realizar os simulados modulares. Assim, sempre que
finalizar todas as aulas de um determinado módulo, você tem que se certificar de
que realmente internalizou as informações. A equipe pedagógica da Top Invest

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recomenda que você avance para um próximo módulo somente se o seu desem-
penho no simulado for de pelo menos 85% de acertos.
Uma excelente estratégia de aprendizado e correção de erros é a de responder às
questões justificando as respostas, e não apenas assinalando as alternativas. Isso
traz segurança psicológica e evita que, pela repetição, as questões sejam deco-
radas mecanicamente.
Repetição dos três primeiros passos para todos os módulos
O quarto passo da metodologia Top Invest consiste basicamente em repetir os
três passos anteriores, isto é, organização, acompanhamento completo das aulas
e realização de simulados modulares.
Não pule conteúdos nem aulas. Se você acha as questões sobre oSistema Finan-
ceiro Nacional muito fáceis, tudo bem. Mas não deixe de assistir às aulas e fazer o
simulado por causa disso.
Realização do simulado completo
A realização do simulado completo vem para unificar todas as recomendações
dos quatro passos anteriores. É a parte final dos estudos. Se você chegou até esse
ponto, a sua aprovação está quase chegando.
Para fazer o simulado completo, elimine todas as distrações e barulhos. Procure
um ambiente calmo e seguro para testar os seus conhecimentos. Assim como
para os simulados modulares, a recomendação da equipe pedagógica da Top In-
vest é que você agende a sua avaliação quando estiver com um percentual de
acerto de pelo menos 85% das questões.
Recursos pedagógicos
Para que você consiga avançar nos conteúdos, a Top Invest disponibiliza aposti-
las exclusivas e atualizadas para cada curso, além de materiais complementares,
mapas mentais e slides.
Caso precise da ajuda de um professor, envie um e-mail para suporte@topinvest.com.br
contando qual é a sua dúvida ou acesse a plataforma e, na área do aluno, acione
o chat ao vivo, que funciona em horário comercial.
Por que você quer a certificação?
Sempre que estudo para uma prova, certificação ou qualquer outra coisa do tipo,
penso o seguinte: "Estou praticamente sem vida social nesses últimos dias. Não
estou podendo fazer tudo que gostaria porque tenho de estudar. Mas, sei que
isso vai passar. Eu vou me dedicar 100% agora, dentro desse intervalo em que

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me propus a estudar e, depois de finalizada a prova, a minha rotina vai voltar ao
normal. É melhor fazer bem feito agora e aproveitar depois."
A motivação é uma grande aliada e, se você souber aproveitá-la corretamente,
com certeza vai conseguir a certificação que tanto deseja. O grande ponto é que
você não pode depender exclusivamente dela. Em muitas das vezes, a motivação
será sustentada pela disciplina. No domingo à tarde, não é normal que tenhamos
motivação para revisar conteúdos, certo? É por isso que só motivação não basta.
A disciplina é indispensável.
Técnica Pomodoro
Para manter o foco nos estudos você precisa de técnica. Não é só acessar a plataforma
e abrir o material, infelizmente. O tempo precisa ser controlado. Caso você ainda
não conheça, nós recomendamos a técnica de administração do tempo conhecida
como Pomodoro. Resumidamente, funciona assim: períodos de 45 minutos de
concentração seguidos por períodos de 5 minutos de intervalo e descanso. Além
disso, sempre que finalizar um dia de estudos, revise os conteúdos respondendo
questões de prova.
Recomendações finais para a prova
Lembre-se de que em algumas provas que envolvem questões de matemática
financeira, o uso da calculadora HP12c é indispensável. No mais, faça as questões
com calma e consciência, tendo sempre em mente que o tempo é limitado.
Em provas, é bastante comum que mais de uma questão acabe tratando do mesmo
assunto. Então, caso você não saiba responder ou esteja em dúvida numa alterna-
tiva qualquer, tenha um pouco de paciência e procure no restante das questões.
Talvez a resposta esteja duas páginas à frente.
Logo de cara, e sempre que isso for possível, elimine as assertivas absurdas. Isso vai
limpar o seu campo visual e facilitar o raciocínio. Se porventura você não souber
uma resposta e não a encontrar em outras questões, jamais deixe o gabarito em
branco. É melhor chutar do que não fazer, obviamente.
Quanto à parte psicológica e emotiva envolvida nas avaliações, mantenha a calma
e confie na sua primeira resposta. Existem alguns estudos que apontam que uma
das maiores causas de erros em exames e concursos públicos é a troca de re-
spostas motivada pela releitura. O nível de atenção de uma cabeça fresca e des-
cansada é sempre maior do que o de uma que esteja exaurida e desgastada, de-
pois de ter respondido mais de 30, 40, 50 questões.

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0.1. Manual de navegação da plataforma

Manual de navegação da plataforma


Autoatendimento
Na tela inicial da plataforma Top Invest, localizado no canto inferior direito, temos o
botão de autoatendimento. Ao clicar nele, você receberá algumas opções autom-
atizadas de suporte. Para falar com os professores, entretanto, você deve mandar
a sua mensagem em horário comercial, de segunda à sexta-feira.
Assinaturas
Ainda na tela inicial, mas agora na parte superior, você encontrará a aba de cursos.
Clicando sobre ela, os dois primeiros produtos que aparecem são os planos de
assinatura da Top Invest, respectivamente chamados Trilha de Sucesso e Prestige,
cujas renovações podem ser mensais ou anuais.
Cursos individuais
Abaixo das opções de assinaturas, você encontrará as opções de cursos individ-
uais, com acesso de seis meses ou doze meses, como, por exemplo, o curso de
formação da CPA-10 (Certificação Profissional da Anbima) e curso de formação da
CFP® (Certified Financial Planner).
.
Área do aluno
Assim que a sua compra é confirmada, você receberá no endereço de e-mail cadastrado
o seu login e senha. Somente com esses dados em mãos será possível acessar a
área do aluno. Nela, encontram-se todos os conteúdos correspondentes ao plano
que foi contratado.
Marcação de progresso e avaliação
Repare que logo abaixo de cada aula, no canto inferior direito, existem alguns
botões. Recomendamos e pedimos gentilmente que você não se esqueça de
avaliar com as "estrelas", para nos ajudar com as métricas e melhorias do sistema
de ensino, e também de marcar a conclusão de cada conteúdo, assim que finalizá-
lo, para que você tenha controle do progresso realizado ao longo do tempo.
Acesso aos simulados
Para acessar os simulados, você precisa acessar o site principal da Top Invest (top-

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invest.com.br) e, depois, buscar pela seção de simulados, no canto superior direito
da tela. Será necessário um cadastro de acesso. Mas não se preocupe, ele é gra-
tuito e rápido de se fazer.
Quanto às opções e variedades de provas, você pode escolher as provas que já es-
tão disponíveis ou ainda montar um teste personalizado, selecionando conteúdos
específicos, distribuição percentual e número de questões, tudo de acordo com
os seus interesses mais urgentes.
Funcionamento do suporte
Através da página principal do site da Top Invest, entrando na área do aluno, você
verá no canto superior direito da tela uma pequena aba escrito "Fale conosco, es-
tamos online!". Para iniciar o seu atendimento, basta clicar em cima dessa men-
sagem e escrever a sua dúvida. Todavia, lembre-se de que o atendimento pessoal
funciona de segunda a sexta-feira, apenas em horário comercial. Além do chat na
área do aluno, você também pode esclarecer as suas dúvidas por e-mail, enviando
a sua mensagem para suporte@topinvest.com.br
Acesso via aplicativo
Em primeiro lugar, procure pelo nosso aplicativo em sua loja de apps do celular.
Depois, insira as suas informações de cadastro e efetue o login. O funcionamento
e a disposição das informações são bastante intuitivas e via de regra coincidem
com o acesso pelo computador.

0.2. Conhecendo a prova do Certificado Nacional do Profissional de Investimento


(CNPI)

Conhecendo a prova do Certificado Nacional do Profissional de Investimento (CNPI)

O Certificado Nacional do Profissional de Investimento (CNPI) é um dos pré-requisitos


exigidos pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado
de Capitais do Brasil (APIMEC) para quem deseja se tornar analista de investimen-
tos. Com esta certificação, você fica autorizado a recomendar aplicações, inclusive
de valores mobiliários. Todas as disposições relativas ao cargo de analista de inves-
timentos constam na Resolução de número 20 da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM).
Divisão das provas

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Em se tratando do sistema de avaliação do CNPI, os conteúdos são divididos em
basicamente três grupos:

• Conteúdo Técnico (CT).

• Conteúdo Brasileiro (CB).

• Conteúdo Global (CG).

Para que possam exercer a profissão, os analistas fundamentalistas precisam da


aprovação tanto no conteúdo brasileiro quanto no conteúdo global. Por sua vez,
os analistas técnicos devem ser aprovados no conteúdo brasileiro e também no
técnico. Por último, os analistas plenos, isto é, aqueles que são habilitados e cer-
tificados para realizar análises fundamentalistas e análises técnicas, precisam ser
aprovados nas avaliações dos três tipos de conteúdos.
Estrutura das provas
Independentemente do grupo de conteúdos, cada prova da CNPI conta com 60
questões de múltipla escolha, e o tempo de resolução é de 1h50. Ou seja, são 110
minutos para responder 60 questões. Com esses dados, chegamos a uma média
de menos de 2 minutos por questão. Para quem está preparado, é bastante tran-
quilo. Mas, de qualquer maneira, a recomendação da Top Invest é que você esteja
sempre atento ao relógio.
Para conseguir a aprovação nos conteúdos técnico e brasileiro, você precisará de
68% de acerto, o que equivale a 40 questões. Já para o conteúdo global, além de
acertar 60% do total de questões, você ainda precisará acertar pelo menos 50% de
acerto em cada um dos dois módulos.
Conteúdo Brasileiro (CT)
Os tópicos das 60 questões da prova da CNPI --- Conteúdo Técnico (CT) são os
seguintes:

• Fundamentos de Análise Técnica.

• Teoria de Dow.

• Conceitos e Tendências.

• Figuras Gráficas.

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• Teoria das Ondas de Elliott.

• Padrões de Candlestick.

• Indicadores.

• Gerenciamento de Risco.

• Estratégias Operacionais.

• Trading Systems.

Conteúdo Brasileiro (CB)


Os tópicos das 60 questões da prova da CNPI --- Conteúdo Brasileiro (CB) são os
seguintes:

• Sistema Financeiro Nacional (SFN).

• Mercado de Capitais.

• Mercado de Renda Fixa.

• Mercado de Derivativos.

• Conceitos Econômicos.

• Conduta e Relacionamento.

• Integração de Questões Ambientais, Sociais e de Governança Corporativa


(ASG) às análises de investimentos.

Primeiro módulo do Conteúdo Global (CG)


Os tópicos das 30 questões do primeiro módulo da prova da CNPI --- Conteúdo
Global (CG) são os seguintes:

• Modelos de Avaliação de Ações.

• Análise de Operações de Empresas.

• Análise Setorial.

• Fundamentos de Finanças Corporativas.

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• Decisões de Financiamento a Curto Prazo.

• Decisões de Financiamento a Longo Prazo.

• Estrutura de Capital e Política de Dividendos.

• Fusões e Aquisições.

• Finanças Corporativas Internacionais.

Segundo módulo do Conteúdo Global (CG)


Os tópicos das 30 questões do segundo módulo da prova da CNPI --- Conteúdo
Global (CG) são os seguintes:

• Estrutura Conceitual Básica

• Demonstrações Contábeis.

• Elaboração de Relatórios.

• Demonstração dos Fluxos de Caixa.

• Ativos, Passivos e Patrimônio Líquido.

• Conversão das Demonstrações Contábeis em Moeda Estrangeira.

• Relatórios Contábeis e Análise de Demonstrações Contábeis.

• Instrumentos Analíticos para Estimativa de Retornos e Riscos.

• Questões Ambientais, Sociais e de Governança Corporativa (ASG) na Análise


Fundamentalista.

Inscrição e marcação das provas


Não existe uma ordem pré-fixada para a realização dos exames, e a inscrição para
qualquer uma das três provas deve ser realizada através do site oficial da Asso-
ciação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do
Brasil (APIMEC).

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Módulo 1
FUNDAMENTOS DA ANÁLISE TÉCNICA
MÓDULO I - FUNDAMENTOS DA ANÁLISE TÉCNICA

Fundamentos de Análise Técnica

1.1. Principais premissas

A Análise Técnica é um método que utiliza gráficos e indicadores baseados em


preços e volumes de negociação dos ativos, de modo que o mercado e as dinâmi-
cas dos preços possam ser observados e interpretados.
Resumidamente, a Análise Técnica consiste na avaliação conjunta de histórico de
preços, gráficos e indicadores de maior importância, com o intuito de determinar
padrões e comportamentos de mercado, fazendo com que seja possível projetar
a partir desses dados possibilidades futuras de movimentações, alocações e apli-
cações.
Feita essa breve introdução, temos que as três principais premissas da Análise
Técnica são:

• Os preços descontam tudo.


• Os preços se movem em tendências.
• A história se repete.

Os preços descontam tudo


Quando se diz na primeira premissa da Análise Técnica que "os preços descontam
tudo", isso significa que no valor de mercado dos ativos estão incluídas todas as
informações relevantes a seu respeito. Nesse sentido, o importante não é verificar
o porquê das variações de preço, mas como elas estão acontecendo, de maneira
que seja possível identificar tendências de estabilidade, aumento ou diminuição.
Mais uma vez, vale destacar que todos os fatores que afetam o preço são imediata-
mente descontados pelo mercado e refletidos no valor final dos ativos. Portanto, a
preocupação dos investidores deve ser única e exclusivamente com as oscilações
das cifras.

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Os grafistas sabem que existem diversos fatores que fazem com que os preços
do mercado aumentem ou diminuam. No entanto, isso não tem muita gravidade
para eles, já que o importante mesmo é a identificação das forças que estão at-
uando em cada situação e o estabelecimento de previsões futuras de curto, médio
e longo prazo.
Os preços se movem em tendências
A segunda premissa da Análise Técnica afirma que "os preços se movem em tendên-
cias". Isto é, existem períodos de tendências de estabilidade, aumento e diminuição.
Os preços retratam a ação dos investidores perante o mercado como um todo, e
os resultados dessa participação podem ser classificados como neutros, positivos
ou negativos. Dessa maneira, apesar da variedade das percepções, um analista de
investimentos atento e capacitado consegue identificar tendências com bastante
segurança.
A história se repete
A terceira premissa da Análise Técnica é que nada acontece pela primeira vez.
Guardadas as devidas proporções e feitas as ressalvas necessárias, os especialis-
tas acreditam que tudo que acontecerá no futuro será uma repetição do que já
aconteceu no mercado no passado.
No mercado financeiro, as movimentações são resultado da ação de grandes agru-
pamentos de investidores, cujas decisões muitas vezes acabam se baseando em
emoções e gatilhos de toda sorte, como os do medo e da ganância. A recorrência
quase que infinita desses comportamentos gera padrões que podem ser identi-
ficados e matematicamente reproduzidos em gráficos, de maneira que torna-se
possível analisar com detalhes os sentimentos e estratégias de maior influência
em um determinado momento, gerando assim previsibilidade e segurança para
movimentações futuras.

1.2. Diferenças conceituais entre a Análise Técnica e a Análise Fundamentalista

O profissional analista técnico é responsável pela elaboração de interpretações


de mercado com base nas tendências apresentadas, com o intuito de antecipar
movimentos futuros e aplicar adequadamente os recursos de seus clientes. Já o
analista fundamentalista é o profissional que se responsabiliza pela qualificação
e quantificação de fatores e elementos de mercado, de modo que o preço atual
e o preço real das empresas possam ser analisados com sobriedade, segurança e

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respaldo matemático e histórico. Assim, a principal diferença entre eles é que o
técnico se volta para as tendências do mercado, enquanto que o fundamentalista
se volta para os valores das empresas.
Análise Técnica
A Análise Técnica é aplicada nas ocasiões em que o objetivo é estudar as atividades
do mercado para antecipar o comportamento futuro dos preços. Para tanto, são
avaliados gráficos que representam o histórico de negociações de ativos e índices
associados.
Geralmente, o analista técnico considera como sendo inútil a definição de um
"preço intrínseco" para os ativos. Para ele, o valor real de uma aplicação é deter-
minado pelo mercado, de acordo com os movimentos de oferta e de procura.
Sendo assim, a Análise Técnica é uma importante ferramenta quando pensamos
em estratégias de curto prazo e investimentos rápidos. A propósito, a lei da oferta
e da demanda é a principal regra da modalidade técnica de análise.
Análise Fundamentalista
A Análise Fundamentalista é aplicada para avaliar o desempenho das empresas,
observado especialmente balanços patrimoniais, fluxos de caixa e resultados, de
modo que seja possível estabelecer um valor considerado como "preço intrínseco".
Assim, o analista fundamentalista trabalha com a diferença entre o preço real e o
preço virtual dos ativos, buscando assim obter retornos adicionais provocados por
eventuais discrepâncias entre o seu entendimento particular e o entendimento
do mercado como um todo. Se uma ação está muito acima do preço que real-
mente vale, a melhor estratégia é a de venda. Por outro lado, se o valor estiver
muito abaixo do que realmente valeria em condições normais de mercado, talvez
o mais interessante seja comprá-la agora e aguardar um período de valorização.
Dessa forma, as análises fundamentalistas aplicam-se mais adequadamente aos
investimentos de longo prazo. Contudo, isso não impossibilita que elas sejam
também aplicadas aos de médio e curto prazo.
Objetivos em comum das Análises Técnica e Fundamentalista
Como já dito anteriormente, a Análise Técnica é pautada na observação de gráfi-
cos e projeções matemáticas, considerando apenas os dados numéricos em seus
pareceres. Em contrapartida, a Análise Fundamentalista observa, mais do que
gráficos e projeções de tendências, as informações específicas das empresas e as
informações genéricas de expectativa de mercado.

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Seja como for, os dois tipos de análise têm como objetivo em comum o estudo
dos movimentos de mercado, para que seja possível entender o comportamento
futuro de determinadas empresas e suas respectivas ações.

1.3. Tipos de gráficos em Análise Técnica

Os gráficos são a principal ferramenta de trabalho do analista técnico. Os princi-


pais tipos são os seguintes:

• Gráfico de linhas.

• Gráfico de barras.

• Gráfico de candlesticks.

• Gráfico de pontos e figuras.

Gráfico de linhas
O gráfico de linhas é a representação mais simples de todas. O seu traçado é resul-
tado da união dos pontos cartesianos que representam os preços de fechamento
de cada período de negociações. Pelo fato de registrar apenas as informações
relativas ao fechamento do mercado, esse tipo de gráfico não descreve o compor-
tamento dos preços ao longo dos pregões.
A título de curiosidade, o gráfico de linhas pode dar origem a uma outra espécie de
gráfico, chamada de gráfico de áreas. No entanto, as diferenças são praticamente
estéticas e visuais, já que os valores representados em ambos são estritamente os
mesmos.

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Gráfico de barras
O gráfico de barras é um modelo de representação bem mais complexo que o
gráfico de linhas ou de áreas, por exemplo, já que uma única barra é capaz de
expressar, simultaneamente, os preços de máxima, de mínima, de abertura e de
fechamento dos ativos. As barras marcadas com a cor verde sinalizam que o valor
da abertura dos preços foi menor que o do fechamento. Já as barras que são mar-
cadas com a cor vermelha sinalizam que o valor de abertura dos preços foi maior
que o do fechamento.
A estrutura da unidade de análise do gráfico de barras é composta por quatro
pontos fundamentais: preço de abertura, preço de fechamento, preço máximo
e preço mínimo. Nas extremidades superior e inferior da linha vertical da barra
temos, respectivamente, os preços máximo e mínimo que o ativo alcançou ao
longo do pregão. O traço horizontal superior que fica do lado esquerdo representa
o preço de abertura, enquanto que o traço horizontal inferior que fica do lado di-
reito representa o preço de fechamento. Eventualmente os preços de abertura e
fechamento podem coincidir com os preços máximo e mínimo.

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Gráfico de candlesticks
O gráfico de candlesticks expressa tendências por meio de corpos e sombras que
destacam as oscilações de preços. Esse tipo de representação faz com que os
padrões de comportamento mercadológico sejam evidenciados, facilitando as
análises e também a previsibilidade dos movimentos de continuidade, reversão
ou indefinição dos valores.
Analogamente ao formato das barras, o formato dos candlesticks também apre-
senta as informações dos preços de abertura, de fechamento, de máximo e de
mínimo que as ações atingiram ao longo do período de negociação em análise.
Além disso, o sistema de coloração dos candlesticks utiliza o vermelho ou o preto
e o verde ou o branco para representar, respectivamente, que o preço de abertura
foi maior que o do fechamento ou que o preço de abertura foi menor que o do
fechamento.
A estrutura da unidade de análise do gráfico de candlesticks também é composta
por quatro pontos fundamentais: preço de abertura, preço de fechamento, preço
máximo e preço mínimo. Em relação ao modelo de barras, a diferença é que os
candlesticks facilitam as análises visuais de elementos como a variação dos preços
ao longo do pregão. Os preços máximo e mínimo ficam nas extremidades supe-
rior e inferior, respectivamente. Já os preços de abertura e fechamento ficam situ-
ados nas laterais, variando sua posição de acordo com a cor do candlestick: se o
corpo é vermelho ou preto, o valor de abertura fica na parte de cima; se o corpo é
verde ou branco, o valor de abertura fica na parte de baixo.

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Gráfico de ponto e figura
Apesar de o gráfico de ponto e figura se encontrar em desuso na prática cotidiana
dos analistas de investimentos, ele ainda é cobrado nas provas e, por isso, vale a
pena conhecê-lo. Esse modelo registra somente as mudanças de preço, de modo
que a cronologia não é considerada uma informação relevante, servindo apenas
como uma referência. Quanto à representação, os espaços preenchidos com "X"
significam que houve um movimento de alta nos preços dos ativos, enquanto que
os preenchidos com "O" significam o contrário, isto é, que houve um movimento
de baixa nos preços dos ativos.

22
23
1.4. Escalas aritmética e logarítmica

Quanto às Análises Técnicas, as proporções entre os valores podem ser definidas


pela escala aritmética ou linear e pela escala logarítmica. Vejamos a seguir as
principais diferenças entre elas.
Escala aritmética ou linear
A escala aritmética ou linear é certamente a mais utilizada na confecção de grá-
ficos em geral. De acordo com esse padrão, a distância entre um ponto e outro
corresponde a uma unidade de medida, de modo que todos eles apresentam a
mesma altura.
Se você compra uma ação por R$1,00 e ela se valoriza para R$2,00, o seu lucro na
venda será de 100%. Em contrapartida, se uma ação for comprada por R$10,00
e vendida por R$11,00, o lucro será de apenas 10%. Embora a variação tenha sido
exatamente a mesma nos dois casos, isto é, valorização de R$1,00, as porcentagens
relativas de valorização foram completamente diferentes.
Escala logarítmica
Seguindo os padrões da escala logarítmica, a distância entre dois pontos deixa
de ser uma unidade numérica e passa a ser uma porcentagem. Desse modo, os
espaçamentos gráficos entre os pontos 1 e 2, 10 e 20, 100 e 200 serão equidistantes.
Resumindo, na escala logarítmica as marcações unitárias são diferentes entre si,
enquanto que a variação percentual entre elas é sempre de 100%. Assim, as alturas
entre um ponto médio e seus respectivos pontos inferior e superior são diferentes.
Períodos gráficos
Os períodos gráficos correspondem ao intervalo de tempo selecionado para a avali-
ação dos ativos. Essa escolha está totalmente relacionada às estratégias particu-
lares dos analistas técnicos. É preciso considerar, por exemplo, se o objetivo do
estudo é de curtíssimo, curto, médio ou longo prazo.
Na prática, o eixo do tempo pode ser manipulado no gráfico, de modo a favorecer
o reconhecimento da movimentação dos ativos e o comportamento dos players
em determinados minutos, horas, dias, semanas ou meses.
Principais períodos gráficos
Os principais períodos gráficos são:

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• Período intradiário.

• Período diário.

• Períodos semanal e mensal.

Período diário
No período diário, cada barra ou candlestick representa um dia de negociação.
Períodos semanal e mensal
São os períodos mais utilizados para análises de médio e longo prazo.
Período intradiário
O período intradiário corresponde ao intervalo de tempo entre a abertura e o fechamento
de um pregão. O destaque fica para os tempos gráficos de 1, 5, 15, 30 e 60 minutos.
Dentro de um período intradiário existe uma infinidade de variáveis de curtíssimo
prazo que podem ser analisadas.

1.5. Indexação

A indexação é uma operação que divide o valor de um gráfico de desempenho de


negociação pelo valor de outro. Dessa forma, é possível verificar, por exemplo, o
potencial de valorização ou desvalorização do preço de ativos em comparação.
O processo de indexação funciona da seguinte maneira: um ativo chamado de
"indexado" é dividido por um ativo chamado "indexador". O quociente dessa razão
esclarece a potencialidade de valorização ou desvalorização do ativo indexado em
relação ao ativo indexador, que pode ser o dólar, a taxa de juros, a inflação ou até
mesmo uma outra ação.
Resultados da indexação
Os resultados de uma indexação podem apontar dois caminhos: o da valorização
ou o da desvalorização.
Dizemos que um ativo indexado se encontra com o status de valorizado quando:
a) o seu valor aumenta enquanto que o valor do ativo indexador diminui (valoriza-
ção absoluta). b) o seu valor aumenta mais do que o valor do ativo indexador
(valorização relativa).
Por outro lado, um ativo indexado se encontra com o status de desvalorizado

25
quando: a) o seu valor diminui enquanto que o valor do ativo indexador aumenta
(desvalorização absoluta). b) o seu valor aumenta menos do que o valor do ativo
indexador (desvalorização relativa).
Exemplo
Ao associar os ativos PETR4 como indexado e VALE5 como indexador, o gráfico
resultante será uma representação matemática da divisão da cotação do primeiro
pelo segundo. Contudo, vale ressaltar que a análise de gráficos de indexação deve
acontecer do mesmo jeito que a análise de gráficos de ativos isolados.
Sendo assim, se o gráfico apontar para o sentido de compra, deve-se comprar
PETR4 e vender VALE5. Em contrapartida, se apontar venda, deve-se comprar
VALE5 e vender PETR4.

1.6. Gráficos perpétuos ou contínuos

Em mercados futuros, existe uma particularidade que é a data de vencimento


dos contratos. Por esse motivo, as séries financeiras apresentadas nos gráficos
nem sempre são contínuas. Para inserir um gráfico descontinuado em um outro
gráfico que é contínuo, precisamos realizar uma espécie de emenda de contratos.
Dito de outro modo, os gráficos perpétuos são aqueles em que encontramos a
situação de uma série histórica de contratos futuros emendados uns nos out-
ros. As análises devem recair sobre a série, isto é, sobre os contratos que apre-
sentam períodos superiores à validade de um único contrato. Em se tratando de
continuidade, tem-se o histórico de emendar séries históricas, deixando entre os
pontos de contato de cada uma delas um determinado intervalo de tempo, au-
mentando assim o propósito temporal da análise, que deve recair sobre o período
que se encontra ao final do contrato.

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27
Módulo 2
TEORIA DE DOW
Teoria de Dow

2.1. Ideias básicas da Teoria de Dow

A Teoria de Dow, elaborada pelo jornalista norte-americano Charles Henry Dow, é


considerada como sendo a base de todo o estudo moderno da Análise Técnica de
Ativos de Renda Variável, especialmente no que se refere à abordagem do assunto
de reconhecimento de tendências.
Quando a média de um gráfico avança para cima, por exemplo, observamos uma
tendência crescente, confirmada por informações de preço e padrão de volume. O
movimento de crescimento se prolonga indefinidamente, até que uma reversão
de mercado aconteça.
Como já dito no primeiro parágrafo, essa teoria é um dos princípios fundamentais
para a Análise Técnica, e representa um dos primeiros passos para a atuação de
um profissional de operações day trade, por exemplo.
A teoria parte do pressuposto que o reconhecimento de tendências é imprescindível
para a avaliação do mercado financeiro e das movimentações dos preços das ações.
Ao ponderar sobre os preços dos ativos, precisamos de uma visão extensa de todos
os seus movimentos, passados e futuros. É justamente nesse ponto que a Teoria
de Dow contribui com a percepção técnica e a definição estratégica dos analistas
financeiros.
Princípios fundamentais da Teoria de Dow
A Teoria de Dow é fundamentada nos 7 princípios listados abaixo:

• Os índices descontam tudo.

• O mercado pode se desenvolver em linha.

• As médias são calculadas pelo preço de fechamento.

• O mercado tem 3 tipos de tendências: a tendência primária ou de maré, a


tendência secundária ou de ondas e, por último, a tendência terciária ou de
marolas.

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• A tendência primária apresenta 3 fases: a) tendência primária de alta: fase
de acumulação, fase de alta sensível e fase de euforia. b) tendência primária
de baixa: fase de distribuição, fase de pânico e fase de baixa sensível.

• O volume de negociações do ativo deve confirmar a tendência.

• A tendência continua até o surgimento de um sinal definitivo de que houve


reversão.

2.2. tenduxeancias-primuxe1ria-secunduxe1ria-e-terciuxe1ria

Recapitulando, a ideia básica da Teoria de Dow é que o preço de mercado de uma


ação reflete todas as informações disponíveis sobre ela. Para compreender essa
ideia com mais clareza, é preciso lembrar que o movimento de preço de mercado
é coordenado por 3 principais tipos de tendências: a primária, a secundária e a
terciária.

Tendência primária ou de maré

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A tendência primária corresponde aos movimentos mais duradouros e estáveis,
com períodos de longo prazo, que podem se estender por meses e até mesmo
anos, indicando a direção maior do mercado.
Tendência secundária ou de onda
A tendência secundária corresponde aos movimentos de direcionamento e cor-
reção da tendência primária, com períodos médio prazo, que podem se estender
de 3 semanas até 3 meses.
Tendência terciária ou de marola
A tendência terciária corresponde a pequenas variações de preços que aconte-
cem no desenvolvimento da tendência secundária, com períodos de curto prazo,
nunca passando de 1 mês.

Direcionamento das tendências


Existem 3 tipos de direcionamentos possíveis para o desenvolvimento de uma
tendência, de modo que seja qual for o momento em que se analisa o mercado,
certamente haveremos de encontrar um deles em predominância: a tendência
lateral, a tendência de alta e a tendência de baixa.
Tendência lateral
A tendência lateral ocorre quando o mercado encontra-se estável, isto é, sem grandes
movimentações de alta ou baixa.
Tendência de alta
Em momentos de tendência de alta, os picos e vales do gráfico de desempenho
dos ativos possuem sentido ascendente, isto é, as novas formações estarão sem-

31
pre em níveis de preço acima das formações anteriores.

Tendência de baixa
Em momentos de tendência de baixa, os picos e vales do gráfico de desempenho
dos ativos possuem sentido descendente, isto é, as novas formações estarão sem-
pre em níveis de preço abaixo das formações anteriores.

32
2.3. Regra da confirmação e a importância do volume

Regra da confirmação
A regra da confirmação determina que, para uma tendência ser de fato recon-
hecida, ela precisa da confirmação de dois índices diferentes. Ao sustentar essa
ideia, Charles Dow quis oferecer aos investidores um nível mais elevado de segu-
rança na compreensão dos movimentos dos preços. Atualmente, diversos parâmet-
ros podem ser aplicados para a confirmação de tendências, como, por exemplo,
os gráficos de índices de mercado de setores específicos ou ações de categorias
diferentes de uma mesma empresa.

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Comparação de índices diferentes
Dow afirma que os índices do mercado deveriam caminhar em conjunto, isto é,
com um justificando os comportamentos do outro. Em caso de conformidade, o
sinal que se passa a respeito do cenário em questão é de credibilidade.
A base desse pensamento tem relação com as origens dos índices. Cada um de-
les está ligado com uma parte específica e importante dos setores da economia,
fato este que justifica a complementaridade. Sendo assim, se todos os índices
apontam para uma mesma direção, pode-se dizer que a análise é confiável.
Exemplo
Caso o Ibovespa apresente movimentos de alta e o Índice de Consumo (ICON)
apresente movimentos de baixa, não seria possível confirmar, de acordo com o
modelo teórico de Dow, se uma empresa do setor econômico de consumo se en-
contra em alta ou baixa.
Importância do volume
No contexto da Teoria de Dow, o volume é definido como sendo a quantidade
de ações que foram negociadas por todos os participantes no mercado durante o
pregão. Assim, a análise da reação do volume quanto aos movimentos dos preços
é uma das maneiras de se aferir o engajamento dos investidores no que diz re-
speito à propensão vigente.
Em uma tendência principal de alta, por exemplo, temos a probabilidade de que
o volume acate os preços, isto é, que aumente ou diminua em conformidade com
os movimentos deles. Já em uma tendência principal de baixa, essa correlação
é investida, e o esperado é que os movimentos dos preços e dos volumes sejam

34
contrários e, quando um aumenta, o outro diminui.

35
Módulo 3
CONCEITO DE TENDÊNCIA
Conceito de tendência

3.1. Definição, direção e força

Conceito de topos e fundos


Os topos são os pontos de maior valor numérico em cada elemento gráfico. Em
contrapartida, os fundos são os pontos de menor valor numérico. Dessa forma,
os valores limitantes da parte superior do gráfico são os topos, enquanto que da
parte inferior são os fundos.

Conceito de tendência

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Uma tendência de preços pode ser descrita como sendo um determinado sen-
tido de movimentação e direcionamento do mercado. O objetivo fundamental
dos investidores, com base em análises técnicas, é a identificação de tendências
em estágio inicial, aproveitando assim vantagens e benefícios capazes de propor-
cionar lucro.
Conceito de direção
Chama-se de tendência a direção escolhida pelo mercado, dentro de um contexto
de inconstância de preços. De acordo com as disposições de topos e fundos, den-
tro de um gráfico de análise técnica, as tendências podem ser classificadas em 3
categorias: tendências laterais, tendências de alta e tendências de baixa.
Tendência lateral
A tendência lateral é também conhecida como tendência linear ou indefinida,
caracterizando-se por um padrão em que os topos e fundos permanecem mais ou
menos na mesma faixa de preços por um determinado intervalo de tempo. Em
períodos assim ocorre aquilo que chamamos de equilíbrio de forças, que resulta
numa espécie de lateralidade nos gráficos, apontando que o mercado entrou em
uma fase de estabilidade ou consolidação entre as posições compradas e vendi-
das de um ativo.
Tendência de alta
A tendência de alta é caracterizada por um padrão em que os topos e os fundos
são sempre ascendentes. Isto significa que cada novo elemento gráfico apresenta
valores de topo e de fundo maiores que o elemento imediatamente anterior. Fun-
dos ascendentes, por exemplo, apontam um otimismo no mercado em relação
ao ativo analisado, o que significa também que os investidores estão propensos a
comprá-lo por preços acima do que seria considerado normal.
Tendência de baixa
A tendência de baixa é caracterizada por um padrão em que os topos e os fun-
dos são sempre descendentes. Isto significa que cada novo elemento do gráfico
apresenta valores de topo e de fundo menores que o elemento imediatamente
anterior. Topos descendentes, por exemplo, apontam um pessimismo no mer-
cado em relação ao ativo analisado, o que significa também que os investidores
estão propensos a vendê-lo por preços abaixo do que seria considerado normal.
Conceito de força
Uma tendência de alta é o resultado de uma força compradora que supera uma

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força vendedora. Por outro lado, uma tendência de baixa é o resultado de uma
força vendedora que supera uma força compradora. Resumindo, quanto maior a
força dos compradores, maior será a força da tendência de alta, e quanto maior a
força dos vendedores, maior será a força da tendência de baixa.

3.2. Suporte e resistência

Nos gráficos de análise de desempenho, observamos que os preços não se mod-


ificam obedecendo a movimentos constantes. Contudo, em muitas das vezes é
possível observar uma conduta repetitiva de retornos, especialmente quando de-
terminados estágios e patamares são alcançados. Ao traçarmos linhas que vão
desde os pontos em que houve conversão de sentido, utilizando as informações
de fundos e topos, teremos, respectivamente, as regiões gráficas de suporte (in-
ferior) e de resistência (superior).
Suporte
Desde que esse fato tenha se repetido pelo menos uma vez, o suporte corre-
sponde a uma região gráfica em que os preços param de cair e começam o movi-
mento de conversão. Neste estágio, a força dos compradores excede a dos vende-
dores, e os preços tende a aumentar. As regiões de suporte são facilmente identi-
ficadas porque se estabelecem a partir dos valores de fundo, localizando-se, por-
tanto, na parte inferior do gráfico.

Resistência
Desde que esse fato tenha se repetido pelo menos uma vez, a resistência corre-

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sponde a uma região gráfica em que os preços param de subir e começam o movi-
mento de conversão. Neste estágio, a força dos vendedores excede a força dos
compradores, e os preços tendem a diminuir. As regiões de resistência são facil-
mente identificadas porque se estabelecem a partir dos valores de topo, localizando-
se, portanto, na parte superior do gráfico.
Interconversão de suporte e resistência
Havendo o caso de uma resistência ser superada, e se o mercado continuar em
tendência de alta, é bastante provável que ela seja transformada, nesse segundo
momento, em um suporte. De maneira análoga, havendo o caso de um suporte
ser perfurado, e se o mercado continuar em tendência de queda, é bastante provável
que ele seja transformado, nesse segundo momento, em uma resistência.

3.3. Linhas de tendência e canais

As tendências correspondem aos direcionamentos que o mercado apresenta. Elas


podem ser de estabilização, de alta ou de baixa. Quando falamos de alta, os topos

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e os fundos são progressivamente crescentes. Já se a tendência é de baixa, o movi-
mento é exatamente o contrário. Por último, se a tendência é lateral, os valores se
mantêm mais ou menos constantes.
Linha de Tendência Lateral (LTL)
A Linha de Tendência Lateral (LTL) é resultante de duas outras linhas horizontais e
paralelas entre si, traçadas a partir de topos e fundos acontecidos numa mesma
área de preços.
Linha de Tendência de Alta (LTA)
A Linha de Tendência de Alta (LTA) pode ser traçada ao ligarmos dois fundos con-
secutivamente ascendentes. Ela será confirmada quando os preços de um ter-
ceiro fundo continuarem o movimento de alta, após chegar na delimitação da
linha. ,

O grau de relevância de uma LTA aumenta de acordo com a duração e também


com o número de vezes que seu traçado é testado e respeitado.
Linhas de Tendência de Baixa (LTB)

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A Linha de Tendência de Baixa (LTB) pode ser traçada ao ligarmos dois topos con-
secutivamente descendentes. Ela será confirmada quando os preços de um ter-
ceiro topo continuarem o movimento de baixa, após chegar na delimitação da
linha.
O grau de relevância de uma LTB aumenta de acordo com a duração e também
com o número de vezes que o seu traçado é testado e respeitado.

3.4. Consolidação, correção e rompimento

Consolidação
A consolidação de suportes e resistências forma nos gráficos uma região de equi-
líbrio de preços chamada de área de congestão. Isto é, os aumentos e as diminuições
nos valores ficam sempre muito próximas dos valores máximos e mínimos já atingi-
dos anteriormente. Assim sendo, podemos dizer que a consolidação é respon-
sável pela formação de tendências laterais, já que os desvios de preços de topos e
fundos são praticamente desconsideráveis.
A força de uma área de congestão representa para os analistas técnicos um im-
portante sinalizador do comportamento do mercado. Quanto maior a intensi-
dade da congestão, maior será também o impulso necessário para que os preços
ultrapassem e rompam os limites. Em contrapartida, quanto maior o impulso de
rompimento, maior será a capacidade de prolongamento temporal da tendência
em questão.

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Correção
A correção é um tipo de ação que repara ou corrige sutil e momentaneamente
o caminho trilhado pelos preços dos ativos, fazendo com que eles "microscopi-
camente" contrariem a tendência principal. Em uma situação de alta, a correção
coloca os preços para baixo, e, em uma tendência de baixa, coloca-os para cima.

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Rompimento
Em gráficos que apresentam comportamentos nitidamente marcados, podemos
identificar linhas de suporte e de resistência bem estabelecidas. Nas demais situ-
ações, isto é, quando não conseguimos identificar com clareza, contando com o
auxílio das linhas de suporte, de resistência, de tendência de alta e de tendência
de baixa, se a movimentação é de aumento ou diminuição dos preços, dizemos
que o cenário é de rompimento.
Dito de outra forma, o rompimento é uma movimentação dos preços que extrap-
ola as zonas de suporte e resistência anteriormente definidas. Os rompimentos
acontecem somente sob a influência de determinadas condições do mercado,
especialmente quando os preços dos ativos sobem acima da resistência ou caem
abaixo do suporte.
Em se tratando de rompimentos, os dois elementos fundamentais que precisam
ser compreendidos são os pivôs de alta e de baixa. Os primeiros aparecem ao final
de tendências de baixa, enquanto que os últimos aparecem ao final de tendências
de alta.

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45
Módulo 4
FIGURAS GRÁFICAS
Figuras gráficas

4.1. Padrões de reversão e continuidade

Os padrões de continuidade, como o próprio nome indica, mostram que a tendên-


cia do movimento é de manter o comportamento vigente. Já os padrões de re-
versão representam o oposto, isto é, mostram que a tendência do movimento é
de inversão.
Padrões de continuidade
As principais figuras gráficas de padrão de continuidade são:

• Triângulos simétricos ascendentes ou descendentes.

• Cunhas ascendentes ou descendentes.

• Retângulos de alta ou de baixa.

• Flâmulas de alta ou de baixa.

• Bandeiras de alta ou de baixa.

Triângulos simétricos ascendentes ou descendentes


Os triângulos simétricos são figuras de continuidade que sinalizam, dentro do
período de análise, momentos de consolidação ou congestão dos preços. Eles são
formados por pelo menos dois topos descendentes e dois fundos ascendentes.
Os topos são ligados por uma linha diagonal descendente que funciona como re-
sistência, e os fundos, ligados por uma linha diagonal ascendente que faz o papel
de suporte do padrão. Após traçá-las, verifica-se com mais clareza a formação dos
triângulos simétricos.

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Bandeiras e flâmulas de alta ou de baixa Ambas as figuras possuem muitas car-
acterísticas em comum, e são bastante úteis quando o assunto é a continuidade
dos movimentos.
Os movimentos de força proeminente e quase vertical que antecedem as suas
formações formam o chamado "mastro". Depois disso, ocorrem ainda correções
de movimentos, em casos de congestão. Por último, teremos a partir da ativação
uma retomada, completando os requisitos característicos de formação de ban-
deiras e flâmulas.
De modo resumido, a única diferença entre as duas figuras reside no formato: as
bandeiras são paralelogramos, enquanto que as flâmulas são triângulos.

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Retângulos de alta e de baixa
Os retângulos são formações laterais em que os preços oscilam, respeitando uma
linha de suporte e uma de resistência. Apesar de serem horizontais, vale destacar
que nem sempre elas se encontram em perfeito paralelismo entre si.

Cunhas ascendentes ou descendentes


Assim como os triângulos, as cunhas são formações que resultam de duas linhas
simultaneamente convergentes. A diferença entre as figuras reside no fato de que
nas cunhas as linhas são concomitantemente inclinadas na mesma direção. Por
fim, as definições de uma cunha têm sentido oposto à sua conotação.

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Padrões de reversão
O primeiro sinal de mudança de direcionamento é a ruptura de uma linha de
tendência. Em casos assim, costumam-se encontrar as chamadas figuras de re-
versão, as quais apontam apenas o início de uma tendência lateral, e não neces-
sariamente o início de uma contrariedade do movimento principal. Seja como for,
o aparecimento de uma figura de reversão qualquer aumenta consideravelmente
a probabilidade de uma reversão de movimento.
As principais figuras gráficas de padrão de reversão são:

• Ombro-Cabeça-Ombro (OCO) normal ou invertido.

• Topo duplo e fundo duplo.

• Topo triplo e fundo triplo.

Ombro-Cabeça-Ombro (OCO) normal ou invertido


Como se pode imaginar, o padrão OCO lembra de fato os ombros e a cabeça de
uma pessoa.
O mercado forma um topo inicial (primeiro ombro) e, em seguida, retorna à linha-
base, que será chamada de linha de pescoço. Desse ponto em diante, acontece
um movimento de alta que supera o topo anterior, formando assim a cabeça, sug-
erindo uma tendência de alta. A partir dessa cabeça, os preços retornam mais
uma vez à linha de pescoço, e, em seguida, apresentam um novo movimento de
subida, formando um topo final (segundo ombro). Em casos assim, o volume cos-
tuma decrescer conforme o padrão se constrói, apresentando uma elevação acel-
erada no corte da linha de pescoço.

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Topo duplo e fundo duplo
O topo duplo sinaliza o final de uma movimentação de alta no mercado. Ele é
formado quando os preços sobem até um determinado nível, geralmente com
aumento de volume ao longo desse percurso. Atingido o patamar-limite, inicia-
se um processo de retração, diminuindo assim o volume de negociações.

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Após a retração, uma nova movimentação de alta é iniciada, até que se alcance
novamente o nível de preços anterior. Nesta segunda etapa, o volume pode, in-
clusive, ser menor do que o volume gerado na formação do primeiro topo.
Os fundos duplos apresentam as mesmas características dos topos duplos, mas o
seu comportamento gráfico é invertido, indicando reversões para tendências de
alta. São cabíveis exatamente os mesmos conceitos em relação ao patamar-limite
dos preços. Conforme os fundos vão se formando, haverá um aumento do volume
de negociações associadas, fato este que só muda quando a reação volta à linha
de base.

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Topo triplo e fundo triplo
Todos os conceitos de fundos e topos duplos são aplicados ao caso dos fundos e
topos triplos. A única diferença consiste na aparição gráfica de um topo ou de um
fundo a mais.

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4.2. Padrões e volume

Em análises técnicas, o volume de negociação é extremamente importante para


a constituição das figuras gráficas, especialmente na determinação e na confir-
mação da continuidade ou reversão de tendências. De modo geral, ele reflete
a quantidade integral de ativos que estão sendo negociados por todos os partici-
pantes do mercado, em determinado período, e costuma ser plotado em histogra-
mas.
O volume é indispensável para a confirmação da validade dos movimentos de
preços e dos padrões gráficos. Se o mercado sobe com um volume muito alto
de negociações, é praticamente certeza que os preços se manterão em alta. Por
outro lado, se o mercado se eleva com um volume muito baixo, é bem provável
que esse movimento não irá se sustentar por muito tempo.
Quando os mercados estão em baixa, a análise do volume de negociações pode
ser considerada insuficiente para a emissão segura de recomendações técnicas,
já que os movimentos de queda podem continuar mesmo com poucas negoci-
ações. Sendo assim, paralelamente ao histograma de volume, podemos incluir
também uma média móvel do número de negociações, de modo que seja pos-
sível estabelecer parâmetros mais seguros de avaliação, com menos parcialidade
e probabilidade de erro.

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4.3. Padrões e objetivos de preços

O objetivo dos padrões gráficos é facilitar a tomada de decisões no que se refere


à continuidade ou reversão de tendências. Os padrões indicam indicam objetivos
concretos, isto é, níveis que serão presumidamente alcançados pelos preços de
acordo com o movimento vigente.
Geralmente, a projeção dos movimentos futuros dos preços está baseada na altura
dos padrões, considerados a partir dos seus respectivos pontos de rompimento.

4.4. Ombro-Cabeça-Ombro (OCO) normal e invertido

Ombro-Cabeça-Ombro (OCO) normal


O padrão Ombro-Cabeça-Ombro (OCO) normal é considerado como sendo a figura
de reversão baixista de maior confiabilidade. Como já dito anteriormente, o nome
se justifica pela conformação do seu traçado, que muito se parece com a cabeça
e os ombros de uma pessoa.
O OCO acontece quando o mercado se depara com uma tendência de alta, com
uma sequência de topos e fundos crescente, até haver uma falha na progressão
dos valores, rompendo para baixo a linha de suporte dos últimos dois fundos, tam-
bém conhecida como linha de pescoço normal.

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Ombro-Cabeça-Ombro (OCO) invertido
A despeito de também ser um padrão de reversão, o OCO invertido se diferencia
do OCO normal porque tem características de alta. Assim como a normal, a figura
invertida também tem muita credibilidade junto aos analistas técnicos.
O OCO invertido acontece quando o mercado se depara com uma tendência de
baixa, com uma sequência de topos decrescentes, até haver uma falha na re-
gressão dos valores, rompendo para cima a linha de resistência dos últimos dois
tipos, também conhecida como linha de pescoço invertida.

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4.5. Topos e fundos duplos e triplos

Topos duplos
Os topos duplos são um padrão de reversão baixista que se potencializa ao final
de tendências altistas. Após uma reparação do mercado, um novo topo chega
ao mesmo nível do topo anterior e, no decorrer das transações, a linha de base
representada pelo antigo fundo é rompida para baixo.

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Fundos duplos
Os fundos duplos são um padrão de reversão altista que se potencializa ao final de
tendências de baixa. Após uma reparação do mercado, um novo fundo chega ao
mesmo nível do fundo anterior e, no decorrer das transações, o teto representado
pela antiga resistência é rompido para cima.

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Topos triplos
Os topos triplos são um padrão de reversão baixista que se potencializa no final
de uma tendência de alta. Após uma reparação do mercado, dois novos topos
chegam ao mesmo nível do topo anterior e, no decorrer das transações, a base
representada pelos antigos fundos é rompida para baixo.

Fundos triplos
Os fundos triplos são um padrão de reversão altista que se potencializa ao final de
tendências de baixa. Após uma reparação do mercado, dois novos fundos chegam
ao mesmo nível dos fundos anteriores e, no decorrer das transações, o teto repre-
sentado pelas antigas resistências é rompido para cima.

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4.6. Triângulos simétricos, ascendentes e descendentes

Triângulos comuns
De modo geral, os triângulos são regiões de congestão em que os topos e fundos
apresentam abrangências progressivamente reduzidas, tendendo assim para a
direita. Essa figura gráfica aparece a partir do desenho de duas linhas, uma de
suporte e outra de resistência, que se encontram em um vértice. O desenho do
triângulo se realiza a partir de dois fundos e dois topos, e podem ser classificados
em ascendentes ou descendentes.
Triângulos simétricos
Os triângulos simétricos são decorrentes da união de duas linhas de tendência,
uma Linha de Tendência de Alta (LTA) e uma Linha de Tendência de Baixa (LTB),
que apresentam inclinação e angulação idênticas.
Esse tipo de figura demonstra um cenário de estabilidade de forças entre com-
pradores e vendedores, o que via de regra ocasiona a continuidade da tendência
que vigorava anteriormente.
A credibilidade do triângulo simétrico aumenta à medida em que se compravam
as respectivas veracidades da LTA e da LTB, o que acontece quando cada uma
delas é afetada pelos preços em pelo menos três ocasiões distintas.

60
Triângulos ascendentes
Os triângulos ascendentes são decorrentes da união de uma LTA e uma linha hor-
izontal de resistência, sugerindo assim mercados em alta.
Embora apresente relativa estabilidade de forças entre compradores e vendedores,
a suspeita que recai sobre eles é a de que os preços haverão de rompê-los na di-
reção ascendente.
A credibilidade do triângulo ascendente junto aos analistas, que já é naturalmente
alta, torna-se ainda mais robusta com a comprovação da LTA e da linha horizontal
de resistência, fatos estes que acontecem quando cada uma delas é afetada pelos
preços em pelo menos três ocasiões distintas.

61
Triângulos descendentes
Os triângulos descendentes são decorrentes da união entre uma LTB e uma linha
horizontal de suporte. Esse tipo de figura gráfica surge em mercados que se en-
contram em baixa.
Embora sinalizem uma relativa estabilidade de força entre compradores e vende-
dores, a suspeita é que os preços haverão de rompê-los na direção descendente.
A credibilidade do triângulo descendente junto aos analistas, que já é natural-
mente alta, torna-se ainda mais robusta com a comprovação da LTB e da linha
horizontal de suporte, fatos estes que acontecem quando cada uma delas é afe-
tada pelos preços em pelo menos três ocasiões distintas.

62
4.7. Bandeiras, flâmulas, cunhas e retângulos

As bandeiras, flâmulas, cunhas e retângulos são figuras gráficas que sinalizam a


continuidade da tendência principal. Ou seja, se o mercado estava em alta, a prob-
abilidade maior é de que continue em alta; do mesmo modo, se estava em baixa,
a probabilidade maior é de que assim permanceça.
Bandeiras
As bandeiras são figuras que aparecem em áreas de congestão, e são formadas a
partir de um forte movimento direcional. Geralmente, elas acontecem em cenários
que indicam a continuidade da tendência vigente, seja ela de alta ou baixa.
Flâmulas
As flâmulas são figuras gráficas que aparecem em áreas de congestão, e são tam-
bém formadas a partir de um forte movimento direcional, assim como as ban-
deiras. Geralmente, elas acontecem em cenários que indicam a continuidade da
tendência vigente, seja ela de alta ou baixa.
Cunhas
Como os triângulos, as cunhas são figuras gráficas formadas a partir de duas linhas
que concorrem para um mesmo vértice. A diferença entre um e outro é que nas

63
cunhas, o movimento de aproximação das linhas é simultâneo e com o mesmo
grau de inclinação.
Retângulos

Os retângulos são figuras laterais em que os preços variam respeitando uma linha
de suporte e uma de resistência. Ainda que horizontais, elas nem sempre apre-
sentam um perfeito paralelismo entre si.
Com frequência, os retângulos funcionam como figuras de indicação de continuidade,
mas isso não significa que não podem também caracterizar determinados padrões
de reversão, tanto de topos quanto de fundos.

64
4.8. Gap e ilhas de reversão

Gap
O gap ocorre quando se registra no mercado um movimento de salto ou de queda
nos preços por um período suficientemente extenso que faça com que haja um
intervalo de preços em que não houve nenhuma negociação.
Em gráficos de periodicidade diária, os gaps de alta surgem quando a cotação
mínima do dia é maior do que a cotação máxima do dia anterior. Analogamente,
os gaps de baixa são produzidos quando a maior cotação do dia é inferior à menor
cotação do dia anterior.
Os gaps são muito comuns nos gráficos diários, mas sua definição continua sendo
válida para quaisquer tipos de periodicidades gráficas, sendo que, quanto maior o
intervalo de tempo analisado, menor a probabilidade de surgimento de intervalos
sem negociação.
Tipos de gap
Como já dito acima, em análise técnica, o gap nada mais é que um intervalo

65
gráfico em que não há o registro de informações de negociação. Esses vácuos
surgem quando a próxima posição de valores não se inicia no mesmo ponto em
que a última posição parou.
Os principais tipos de gaps são:

• Gap de área ou comum.

Sempre ocorre em áreas de congestão, restritos a curtíssimos intervalos


de tempo, com pouca relevância para a análise como um todo.

• Gap de fuga ou corte.

Acontece em áreas de congestão, indicando o resultado da formação e


levando os preços para fora delas.

• Gap de medida ou continuação.

Encontra-se localizado em tendências atuais, sendo bastante comum


que a partir dele os preços caminhem praticamente a mesma distância
que totalizaram antes da sua formação. Em alguns casos específicos, o
gap de medida ou continuação pode sinalizar consolidação de tendên-
cia.

• Gap de exaustão.

O gap de exaustão evidencia a finalização de uma tendência. Isto é, não é suce-


dido por novas tendências altistas, quando a tendência vigente é de alta, e nem
por novas tendências baixistas, quando a tendência vigente é de baixa. Neste
tipo de intervalo, aparecem alguns sinais de fraqueza do movimento que podem
sinalizar que os ativos estão retornando ao seu valor médio.

66
Ilha de reversão
A ilha de reversão corresponde a uma pequena área de congestão, separada por
dois gaps diferentes, um de exaustão e outro de fuga. Ela acontece quando, após
a constatação de um gap de exaustão, os preços entram numa espécie de con-
solidação momentânea, seguida por uma reversão súbita e, por último, passando
novamente por uma área sem negociações, mas agora em sentido contrário, por
meio de um gap de fuga.
Esse tipo de figura é bastante comum em análises técnicas, e a sua presença
costuma sinalizar a formação de topos e fundos de grande relevância. Em out-
ras palavras, quando dois gaps, um voltado para cima e outro voltado para baixo,
ocorrem na mesma faixa de preços, separando o gráfico em duas áreas distintas,
temos caracterizada a figura conhecida como ilha de reversão.

67
68
Módulo 5
TEORIA DAS ONDAS DE ELLIOTT
Teoria das ondas de Elliot

5.1. Princípios de contagem das ondas

Introdução
Em 1946, Ralph Nelson Elliott publicou um livro chamado O segredo da lei da na-
tureza do universo, em que compila o resultado de mais de duas décadas de es-
tudos inspirados na Teoria de Dow, nos quais estabelece um comparativo entre
o ciclo das marés e das ondas com a flutuação dos preços no mercado de ações,
considerando especialmente as movimentações do Índice Dow-Jones.
Elementos fundamentais
O Princípio das Ondas de Elliot prega que todas as atividades humanas são orien-
tadas sob os auspícios de três elementos fundamentais, sendo eles:

• Padrão.

Por exemplo: cinco ondas de impulso, três de correção; quatro ondas de


impulso, duas de correção; e, três ondas de impulso, uma de correção.
Novamente: cinco ondas de impulso, três de correção; quatro ondas de
impulso, duas de correção; e, três ondas de impulso, uma de correção.

• Proporção.

Relações com a série de Fibonacci.

• Tempo.

Ciclos muito longos de flutuação de preços.

Uma vez que esses três elementos estejam explicados, as conclusões resultantes
das regras podem ser aplicadas em determinados movimentos de mercado, in-
clusive nos que se referem aos preços das ações.

70
Princípios de contagem das ondas
Em seus Princípios de contagem de ondas, Elliot relata que o mercado segue
um ritmo repetitivo de cinco ondas de avanço, seguidas por três de declínio. A
primeira, a terceira e a quinta onda seguem a tendência principal, e por isso são
chamadas de "ondas de impulso". Já a segunda e a quarta são ondas corretivas.
Depois da quinta, consideramos que o avanço em questão está finalizado.
Na fase de declínio que vem logo em seguida, temos que três ondas de correção se
iniciam e se dividem em uma estrutura nomeada como estrutura ABC. Finalizada
essa última etapa, um novo ciclo pode começar.
Cada onda de correção da estrutura ABC se subdivide em três outras ondas menores,
sendo que duas delas caminham no sentido da correção e a outra vai no sentido
contrário, corrigindo a própria correção.

5.2. Ondas impulsivas e corretivas

Conforme já visto anteriormente, a primeira, a terceira e a quinta onda são de im-


pulso, enquanto que a segunda e a quarta são de correção. O avanço só estará
finalizado quando a quinta onde tiver se extinguido.
As três ondas de correção da tendência principal são nomeadas sucessivamente

71
pelas letras A, B e C. A primeira e a última impulsionam a correção da tendência
principal, enquanto que a do meio corrige a própria correção da onda principal.
Uma onda impulsiva representa uma maior movimentação de preços. A tendên-
cia ascendente continua a atingir preços elevados porque os movimentos cres-
centes são maiores que os decrescentes, os quais acontecem permeando as on-
das maiores.
Explicado de outra maneira, as ondas corretivas são sempre ondas de menor ex-
pressão, que acontecem no interior de um movimento de tendência, seja ela de
alta ou de baixa. A dimensão de cada onda é medida pela distância vertical entre
os níveis que demarcam as suas extremidades de início e fim.

Regras básicas
O padrão das ondas precisa obedecer concomitantemente três regras básicas,
para que a contagem funcione corretamente:

• A segunda onda nunca retrocede 100% ou mais que o ponto mínimo da


primeira.

72
• A dimensão da terceira onda jamais poderá ser a menor entre as cinco primeiras
ondas.

• A quarta onda não alcança o nível de preços da primeira.

Em uma contagem de ondas, por exemplo, se qualquer uma das três regras acima
não estiver aplicada, a contagem é inválida para o modelo elaborado por Elliott.
Será necessário, portanto, zerar a contagem e encontrar um novo ponto de par-
tida, de modo que todas as três condições básicas sejam satisfeitas.

5.3. Números de Fibonacci, razões e correções

A base matemática para o Princípio da Onda foi extraída de uma sequência espe-
cial de números encontrada no Livro do Ábaco, publicado no século XII, de autoria
de Leonardo Fibonacci, que foi responsável pela introdução do sistema numérico
decimal na Europa.
Fibonacci demonstrou em seu livro a solução para o enigma dos coelhos, que
pode ser descrito pelo seguinte enunciado: "Iniciando-se uma observação com
apenas 1 casal de coelhos, colocado dentro de uma área fechada, quantos pares
de coelhos teremos em um ano, sabendo que cada casal pode gerar um novo par
a cada mês, a partir do segundo mês?"
Foi a resposta dada a esse problema que originou a sequência numérica con-
hecida como sequência de Fibonacci: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144 e assim
por diante. De acordo com os padrões estabelecidos, a soma dos dois números
imediatamente anteriores resultam no número posterior. Além disso, o resultado
da divisão entre dois números consecutivos, tendo o maior como numerador e o
menor como denominador, sempre se aproxima de 1,618.

73
Na natureza, a aparição de padrões matemáticos como o da razão de Fibonacci,
que corresponde a aproximadamente 1,618, demonstram a sua beleza e complex-
idade quase surreais. O número de ouro ou razão de Fibonacci aparece em di-
versos contextos de vida concreta, como, por exemplo, na formação das pétalas
de flores, no padrão de depósito de calcário da concha de crustáceos, na confor-
mação das galáxias, em báculos e brotos de plantas e também em obras feitas
pelo homem, como no caso da pintura Monalisa, de Leonardo Da Vinci.

74
A genialidade de Elliott reside no fato de que ele foi o primeiro a trazer a série de
Fibonacci para o contexto do mercado financeiro, observando que as ondas corre-
tivas seguem regularmente as razões de Fibonacci, o que permitiu o desenvolvi-
mento das técnicas de previsibilidade dos impulsos. A segunda onda, por exem-
plo, faz sempre uma correção de aproximadamente 61,8% da primeira, enquanto
que a terceira corresponde a 161,8% do seu valor numérico. Ambos os números
são as duas faces da razão de Fibonacci.

75
Módulo 6
PADRÕES CANDLESTICK
PADRÕES CANDLESTICK

6.1. Nomenclatura e figuras básicas

Estrutura
Para constituir um gráfico de candlesticks, precisamos de quatro informações
básicas para compô-los. Se o gráfico considera um período diário, logicamente
as informações devem ser com essa mesma referência.
Para a composição de um candlestick de período diário, portanto, devemos levar
em consideração: a) preço mínimo do dia. b) preço máximo do dia. c) preço de
abertura. d) preço de fechamento.
Um candle apresenta os preços de abertura e fechamento com uma espécie de
interligação, formando assim a estrutura chamada de "corpo". Os preços máxi-
mos e mínimos são exibidos através de linhas verticais chamadas "sombras", posi-
cionadas na parte superior e inferior do corpo.

77
Cores
Se o valor de fechamento do período for maior que o de abertura, seja ele diário
ou não, o candle terá um corpo reproduzido nas cores branca ou verde, enquanto
que, se o valor de fechamento for menor do que o de abertura, as cores serão preta
ou vermelha.
Figuras básicas
As figuras básicas possibilitam a análise do comportamento dos compradores e
vendedores ao longo de um determinado período de tempo. Simples ou com-
postas, elas podem representar padrões de continuidade ou reversão de tendên-
cias.
As principais figuras de candles são as seguintes:

• Figura de dia longo (long day).

Longo período de extensão de valores, com longa variação, desde a aber-


tura até o fechamento.

• Figura de dia curto (short day)

Período com curta variação entre os valores de abertura e fechamento


e também entre os valores máximo e mínimo.

78
• Marubozu

Amplo período de alta ou de baixa, praticamente extinguindo a pre-


sença das sombras.

• Estrela.

Corpo pequeno em gap, com um candle de corpo grande. O gap é de


corpo, e as sombras são curtas.

• Spinning top.

Grande extensão entre os preços máximo e mínimo, com pouca vari-


ação entre os preços de abertura e de fechamento.

79
Dojis
Os dojis são candles com valores de abertura e fechamento iguais ou extrema-
mente próximos uns dos outros. Os principais tipos de dojis são:

• Doji estrela.

Tem as sombras com a mesma altura.

• Doji libélula.

Tem a sombra superior diminuída ou anulada.

• Doji tumba.

Tem a sobra inferior diminuída ou anulada.

6.2. Padrões de reversão altistas

As figuras de reversão altistas são aquelas que aparecem ao final de períodos de


baixa, marcando o início de períodos de movimentação crescente. As principais
figuras de reversão altistas são:

• Martelo.

Corpo pequeno e sombra abaixo de no mínimo duas vezes o tamanho


do corpo. Para ser definida como martelo, uma figura precisa se mani-
festar ao término de movimentos de baixa.

80
• Martelo invertido.

Sombra acima, com pelo menos duas vezes o tamanho do seu corpo,
sinalizando fraqueza da tendência e aparecendo também ao término
de movimentos de baixa.

• Engolfo de alta.

Dois candles consecutivos, com sombras pequenas, de modo que o


corpo do segundo encubra por completo o corpo do primeiro. É essen-
cial que o corpo do primeiro seja escuro e menor que o do segundo, que
necessariamente deve ser claro.

81
• Linha penetrante.

Dois candles consecutivos, sendo o primeiro de corpo escuro, e o se-


gundo, de corpo claro. É essencial que o segundo candle abra padrões
de reversão altistas abaixo do último fechamento, e finalize a sua perfor-
mance percorrendo pelo menos a metade do corpo do candle anterior,
mas sem abrangê-lo por completo.

• Harami ou mulher grávida.

Dois candles consecutivos, sendo que o primeiro deve apresentar um


longo corpo de baixa, enquanto que o segundo, um pequeno corpo de
alta.

82
• Bebê abandonado.

Três candles, sendo que o segundo está em gap, tanto de corpo quanto
de sombras, com o candle anterior e com os padrões de reversão al-
tistas do posterior. Normalmente, o segundo candle tem um corpo pe-
queno, parecido com uma estrela. Caso não ocorram os dois gaps, a
figura passa a ser chamada de "estrela da manhã".

6.3. Padrões de reversão baixistas

As figuras de reversão baixistas são aquelas que aparecem ao final de períodos de


alta, marcando o início de períodos de movimentação decrescente. As principais
figuras de reversão baixistas são:

• Estrela cadente.

83
Candle de corpo pequeno, com sobra superior de pelo menos duas vezes
o tamanho do corpo, parecido com a figura de martelo invertido, da
qual se diferencia por sua posição, que vem logo em seguida de uma
tendência de alta.

• Enforcado.

Candle com sobra inferior de pelo menos duas vezes o tamanho do


corpo, com aparição restrita ao final de movimentos de alta.

• Engolfo de baixa.

Dois candles consecutivos, com sombras pequenas, sendo que o corpo


do segundo cobre inteiramente o do primeiro. É indispensável que o
corpo do primeiro candle seja claro e menor que o do segundo, que
deve ser escuro.

84
• Nuvem negra.

Dois candles consecutivos, sendo o corpo do primeiro claro, e o do se-


gundo, escuro. É indispensável que o segundo candle abra acima do
valor do último fechamento, e feche percorrendo pelo menos metade
do corpo do candle anterior, mas sem abrangê-lo por completo.

• Harami ou mulher grávida.

Dois candles consecutivos, sendo o primeiro com um longo corpo de


alta, e o segundo, com um pequeno corpo de baixa. É indispensável
que o corpo do segundo seja menor que o do primeiro, e inteiramente
coberto por ele.

85
• Bebê abandonado.

Três candles, sendo que o segundo se encontra em padrões de reversão


baixistas, com gap de corpo e de sombras em relação aos dois candles
vizinhos. Caso esses dois gaps não aconteçam, o nome da figura passa
a ser "estrela da tarde".

6.4. Padrões de continuidade

As figuras de continuidade são aquelas que dão sequência às tendências vigentes


em determinado intervalo de observação. As principais figuras de continuidade
são:

• Método de alta em três.

Cinco candles. O primeiro claro e de corpo longo, seguido por três can-
dles escuros e de corpo curto, terminando com um candle de corpo
claro e longo o suficiente para fechar acima do corpo do primeiro.

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• Gap de alta Tasuki.

Três candles. Os dois primeiros de corpo claro, separados em gap, e o


terceiro, de corpo escuro, com tamanho apenas suficiente para fechar
o gap.

• Padrão de linhas brancas lado a lado de alta.

Três candles de alta, sendo que o segundo separa em gap o primeiro, e


os dois últimos apresentam formas semelhantes.

87
• Método de baixa em três.

Cinco candles, sendo o primeiro escuro e longo, seguido por três can-
dles claros e curtos, terminando com um candle de corpo escuro e ape-
nas longo o suficiente para fechar abaixo do corpo do primeiro.

• Gap de baixa Tasuki.

Três candles, sendo os dois primeiros de corpo escuro, separados em


gap, e o terceiro, de corpo claro, com tamanho suficiente para não fechar
o gap.

• Padrão de linhas lado a lado de baixa.

Diferentemente do padrão de linhas lado a lado de alta, apresenta um


candle de baixa e dois de alta, sendo que o segundo se separa por um
gap do primeiro, enquanto que os dois últimos apresentam formas semel-
hantes.

88
89
Módulo 7
INDICADORES
Indicadores

7.1. Médias móveis simples e exponencial, cruzamento e bandas de Bollinger

Médias móveis
Em análises gráficas, as médias móveis são indicadores que representam o de-
sempenho das médias de preços ao longo de um determinado intervalo de tempo.
A interligação dessas médias forma uma linha em gradatividade, no gráfico.
Uma média móvel simples é formada a partir de uma base de dados relacionados
com os ativos ou índices em análise, e são geralmente extraídas dos seus preços
de fechamento, em um determinado intervalo de tempo.
As médias móveis podem ser classificadas em:

• Média Móvel Aritmética (MMA) ou Média Móvel Simples (MMS).

Calculada através da soma dos preços de uma determinada quantidade


de dias, e divida pela quantidade total de dias analisados.

• Média Móvel Exponencial (MME).

Utiliza-se um coeficiente que atribui um peso matemático maior para


os preços mais recentes, concedendo a MME a capacidade de observar
mais de perto as oscilações de preços mais atualizadas.

91
Objetivo
O objetivo das médias móveis é a suavização das variações de preços nos gráfi-
cos, atribuição esta que permite aos analistas identificarem com mais facilidade
a direção da tendência que está em curso.
Uma disposição ascendente na linha de uma média móvel aponta para uma tendên-
cia de alta, enquanto que uma descendente, para uma tendência de baixa. Os
preços que flutuam acima e abaixo de uma média móvel com disposição hori-
zontal sinalizam uma tendência natural.
Cruzamento
As médias móveis podem ser mescladas com outros fatores de análise. Os prin-
cipais cruzamentos, como são chamadas essas operações conjuntas com médias
móveis, são os seguintes:

• Média móvel com preços.

Possibilita a distinção de sinais de compra, quando os preços cruzam


a média móvel de baixo para cima, e de venda, quando os preços as
cruzam de cima para baixo.

• Média móvel com outra média móvel.

92
Possibilita a constatação de sinais de compra, quando a média móvel
mais rápida cruza a mais lenta de baixo para cima, e de venda, quando
a mais rápida cruza a mais lenta de cima para baixo.

Bandas de Bollinger
As bandas de Bollinger são constituídas por três linhas, sendo que a principal delas
é uma Média Móvel Aritmética de 20 períodos (MMA-20).
Partindo dessa linha principal, são estabelecidas outras duas linhas secundárias,
que constituem a banda superior e inferior do traçado, de modo que ambas este-
jam localizadas a uma distância que se aproxima do valor do Desvio Padrão (DP)
da MMA.
As Bandas de Bollinger são um um dos indicadores mais utilizados pelos analistas
técnicos, pois, sabendo que o DP é uma medida de dispersão que sinaliza que au-
menta com a variância dos dados, então, quanto maior a instabilidade dos preços,
maior será a largura da banda.
O movimento de crescimento das bandas indica um aumento na instabilidade
dos ativos. A retração das bandas, por outro lado, pode prever o início de um forte
movimento direcional, que resultará em uma nova expansão, e assim sucessiva-

93
mente.

7.2. Conceito de momentum, sobrecompra, sobrevenda e divergência

Momentum
O momentum é um oscilador, isto é, um acompanhante de tendências, represen-
tando a diferença entre o preço de fechamento no instante presente em relação
aos preços de fechamento dos períodos anteriores.
Quando o momentum está no fundo e começa a subir, a indicação é de compra.
Caso contrário, a indicação será de venda.
Sobrecompra
Em momentos de região de sobrecompra, espera-se que haja uma diminuição da
força compradora, o que pode representar oportunidades de venda.
Sobrevenda
Em momentos de região de sobrevenda, espera-se que haja um aumento das

94
possibilidades de compra, já que os vendedores não estão demonstrando tanta
força de negociação.
Os níveis de sobrecompra e sobrevenda são delimitados por linhas horizontais, e
podem ser regulados de forma que o oscilador permaneça nessas regiões por um
intervalo de tempo relativamente curto.
Divergências
As divergências são um dos sinais mais importantes da análise técnica, já que
apontam o enfraquecimento e a probabilidade de reversão das principais tendên-
cias em curso. Elas ocorrem quando o desempenho dos indicadores não acom-
panha o desempenho do gráfico de preços, tanto em momentos de baixa quanto
de alta.
Os principais tipos de divergências, portanto, são:

• Divergência de baixa.

Acontece quando os preços formam topos consecutivamente mais al-


tos, enquanto o oscilador apresenta topos cada vez mais baixos.

• Divergência de alta.

Acontece quando os preços formam fundos consecutivamente mais


baixos, enquanto o oscilador apresenta fundos cada vez mais altos.

De modo resumido, as divergências apontam que o final de uma tendência e o


aparecimento de uma reversão estão bastante próximos.

7.3. Osciladores, momento ou Rate of Chances (ROC), estocástico, Índice de Força Rel-
ativa (IFR) e linha e histograma ou Moving Average Convergence Divergence (MACD)

Osciladores
Quando o mercado se move sem uma direção determinada, o que é o normal na
maior parte do tempo, os rastreadores perdem sua importância, dando lugar aos
indicadores chamados de osciladores.

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Os osciladores foram desenvolvidos para funcionar quando o mercado apresenta
tendência lateral. Para tanto, a sua construção obedece limites predeterminados,
como os que ficam entre 0 e 100% ou -1 e 1.
Momento ou Rate of Chances (ROC)
O momento é um indicador que como oscilador mensura a velocidade de uma
tendência e também a existência de regiões de sobrecompra e sobrevenda.
Sua fórmula é bastante simples, e consiste basicamente em diminuir do preço de
fechamento atual o preço de fechamento de uma determinada quantidade de
dias passados.
O resultado, que pode ser positivo ou negativo, é plotado em forma de linha, em
torno do eixo horizontal de valor zero. O Rate of Chances (ROC) é basicamente
igual ao momento, diferindo-se apenas na sua forma de apresentação, que se dá
numa versão percentual.
Estocástico
O estocástico é um oscilador com duas linhas, que exibe o posicionamento em
que o preço se encontra em relação a máxima e a mínima de determinado período.
Ele se justifica na constatação de que, em movimentos de alta, o preço do fechamento
tende a ser mais próximo do preço máximo, bem como em movimentos de alta,
o preço tende a ser mais próximo do preço de mínimo.
Índice de Força Relativa (IFR)
Através do acompanhamento das mudanças dos preços de fechamento, o Índice
de Força Relativa (IFR) apresenta-se habilitado para fornecer uma medida de força
entre os compradores e vendedores.
Quanto maior a força relativa dos compradores, mais o indicador se aproxima de
100%, e, quanto maior a força relativa dos vendedores, mais o índice se aproxima
de 0. Assim, como qualquer outro oscilador, o IFR limita regiões de sobrecompra
e sobrevenda, cujos valores mais aceitos na prática são de 70% e 30%, respectiva-
mente.
Linha e histograma ou Moving Average Convergence Divergence (MACD)
Este oscilador foi criado a partir da técnica de cruzamento das médias móveis,
observando que quando duas delas se movem de modo convergente e semel-
hante, a diferença vai diminuindo até chegar a zero, ponto em que acontece o
cruzamento.

96
7.4. On Balance Volume (OBV)

On Balance Volume (OBV)


Também conhecido como "saldo de volume", o comportamento esperado do On
Balance Volume (OBV) é o de manutenção da inclinação voltada para cima, em
tendências de alta, ou da inclinação voltada para baixo, em tendências de baixa.
Em mercados laterais, o OBV transforma-se em um indicador de tendência futura.
Como as suas informações geralmente antecipam os preços, o OBV é visto como
um indicador antecedente. Aliás, essa premissa vem da relação de causa e efeito
entre volumes de negociação e preços de mercado.

Clímax
Tendo em vista o acompanhamento da acumulação ou a distribuição voltada
para determinados conjuntos de ações, índices ou setores, os especialistas desen-
volveram com base no OBV um segundo indicador, chamado de Clímax.

97
O Clímax monitora os momentos em que o mercado, um determinado índice ou
setor da economia está sobrecomprado ou sobrevendido. Quando o Clímax aden-
tra em uma dessas regiões, a chance de ocorrer uma reversão dos movimentos
de alta ou baixa vigentes é muito grande.

98
Módulo 7
GERENCIAMENTO DE RISCO
Gerenciamento de risco

8.1. Fundamentos de retorno vs. risco e stop

Retorno vs. risco


Em operações com renda variável, os retornos são intimamente relacionados com
os riscos envolvidos. Perdas são comuns, ainda mais quando tratamos de ativos
com risco considerável, e, quanto maior o número de operações realizadas, maior
também é a probabilidade de perder capital aqui e acolá. Desse modo, o objetivo
do analista técnico, com o suporte do conhecimento e da experiência de mercado,
é acertar mais vezes do que errar, com os lucros superando os prejuízos.
Em muitos dos casos, reaver os prejuízos exige ganhos percentuais muito maiores
do que os fatores que desencadearam as perdas. Assim, é importante que o lu-
cro médio obtido nas operações seja sempre maior que a perda média. Para que
isso aconteça, os analistas planejam cada uma de suas ações, levando em con-
sideração tanto as possibilidades de lucro quanto as de prejuízo, chegando assim
à conclusão se a relação de risco e retorno é interessante ou não. Via de regra
considera-se que a relação 3:1 entre retornos e riscos. Ou seja, num cenário qual-
quer, predispõe-se a perder 1 unidade monetária para ganhar 3.
Objetivo ou stop
A principal ferramenta de análise de risco é o stop, que funciona tanto para gan-
hos quanto para perdas. O stop pode ser determinado pela simples fixação de um
valor absoluto ou ainda de um percentual sobre o preço do ativo. Esse estabelec-
imento do objetivo pode sofrer oscilações, em função de vários fatores, incluindo
aspectos subjetivos particulares do analista.
O stop de ganho corresponde ao nível predeterminado de preços que, ao ser
atingido, confirma a expectativa de valorização feita pelo analista, de modo que
ele se retira da operação. O stop de perda funciona de maneira análoga, mas
destina-se às perdas, e não aos ganhos, servindo como uma proteção patrimo-
nial.
Fatores e influências

100
É possível listar três principais motivos que influenciam as tomadas de decisão:

• Tendência vigente.

Deve-se considerar o contexto atual das operações, como, por exemplo,


o efeito manada.

• Volatilidade do ativo.

• Deve-se considerar a maneira com que os preços variam.

• Horizonte de tempo.

Deve-se considerar o tamanho dos prazos. Os mais curtos costumam


apresentar expectativas menores do que os mais longos.

8.2. Definição de objetivo e stop, suporte, resistência, Fibonacci e indicadores etc.

Definição de objetivo e stop


O objetivo ou stop de ganho é o nível predeterminado de preços que, ao ser atingido,
confirma a expectativa de ganhos do analista e provoca a sua saída das operações.
Ele pode ser determinado em valores absolutos ou percentuais, e isso varia de
acordo com os objetivos e particularidades de cada um.
Como já dito, podemos listar que a tendência vigente, a volatilidade dos ativos e
o horizonte de tempo são os três principais fatores que influenciam nas tomadas
de decisão. É justamente aqui que a análise técnica entra. Ela auxilia na determi-
nação dos objetivos, buscando reduzir as perdas e aumentar os ganhos potenci-
ais.
Para trabalhar com segurança, os analistas se valem de conhecimentos e técnicas
como o uso dos conceitos e estratégias de suporte e resistência, de proteção de
dimensões e figuras gráficas e, ainda, a de padrões de ondas de Elliot e razões
de Fibonacci, identificando assim comportamentos repetitivos e reversões, por
exemplo.
Assim como o stop de ganho, o objetivo ou stop de perda é o nível predetermi-
nado de preços que, ao ser atingido, acende o alerta de prejuízos nos operadores
e analistas, provocando também a sua saída das operações.

101
Posto isso, nunca se deve iniciar uma operação sem que a perda máxima admi-
tida esteja previamente definida. Para a definição arbitrária de um percentual de
perda máxima sobre o valor da operação, podemos considerar o nível inferior da
mínima do último candle que gerou a compra ou o nível superior da máxima do
último candle que gerou a venda à descoberto, o nível inferior do último suporte
nas compras e ainda o nível da última resistência nas vendas à descoberto.

8.3. Stop móvel

Após a abertura da posição, é possível haver um deslocamento amplo de preços,


o que resulta no distanciamento do stop loss predeterminado. O stop loss, muitas
vezes, precisa ser deslocado para cima, no caso as posições compradas para baixo
e no caso de posições vendidas.
O stop móvel pode ser deslocado com a ajuda de indicadores exclusivamente
desenvolvidos e adequados para esse tipo de objetivo. Nesse sentido, o Sistema
Parabólico de Preço e Tempo (SAR) é aplicado para balizar os níveis de stop móvel
para posições de curto e longo prazo, de modo a movimentar os limites de perdas
e ganhos não apenas em função do preço, mas também do tempo, deslocando-se
periodicamente sempre na direção da tendência vigente.

102
Módulo 9
ESTRATÉGIAS OPERACIONAIS
Estratégias operacionais

9.1. Seguidor de tendência e contra-tendência

9.1. Seguidor de tendência

Esta estratégia é a mais adotada pelos analistas, certamente porque representa a


menor quantidade de riscos. Ela corresponde na abertura de posições sempre a
favor da tendência principal. Se a tendência for de alta, o seguidor só aceita abrir
posições compradas, por exemplo, ao passo que, para abrir posições de venda, o
pressuposto necessário é que a tendência principal seja de baixa.
A entrada ou a saída dos seguidores é geralmente atrasada, justamente porque a
tendência já está em curso quando eles operam as suas funções. Por conta dos
atrasos, a segurança quanto às perdas acaba tendo como contrapartida a redução
da lucratividade. Assim, a estratégia dos seguidores é mais recomendada para
objetivos de médio e longo prazo.
Contra-tendência
As posições reconhecidas como contra-tendência são tentativas de acertar o início
ou o final de uma tendência, operando reversões nos níveis de suportes e resistên-
cias. De modo geral, é bem mais arriscada que as seguidoras de tendências, mas
têm a vantagem da possibilidade de gerar retornos adicionais consideráveis em
horizontes de curto prazo.

9.2. Estratégias de longo, médio, curto e curtíssimo prazo ou position, swing trade,
day trade e scalper

Operações de longo prazo ou position


As operações financeiras podem durar meses ou até mesmo anos. Por isso, uma
das recomendações de maior segurança é que sejam protegidas com estratégias
seguidoras de tendência.

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Operações de médio prazo ou swing trade
O swing trade consiste em atos ou impulsos e correções. Isto é, movimentos
consecutivos de alta e de baixa, normalmente direcionados a favor da tendência,
ainda que eventualmente possa estar contra ela. As operações dessa modalidade
podem durar de 2 dias a 4 semanas.
Operações de curto prazo ou day trade
O day trade acontece quando as posições são iniciadas e encerradas em um mesmo
pregão. Os gráficos utilizados podem ser de 1 até 15 minutos.
Operações de curtíssimo prazo ou scalper
O scalper é caracterizado por uma grande quantidade de operações de compra
e venda, cujas posições são abertas e fechadas em intervalos que podem corre-
sponder a frações de segundo.

9.3. Combinações de diversas técnicas

Em análise técnica, a utilização combinada de componentes do gráfico de preços


com os gráficos de indicadores pode resultar em um sistema determinante de
muita utilidade para a avaliação e confirmação das operações.
O objetivo é determinar composições que ajudem o analista a detectar e aproveitar
sinais no gráfico de preços que sejam também reforçados pelos indicadores e
vice-versa.
Principais combinações

• Rompimento de suportes e resistências com candles e indicadores.

• Entrada em seguidora de tendência a partir de candle de reversão em cor-


reções.

• Rompimentos de de Linha de Tendência de Alta (LTA) e Linha de Tendên-


cia de Baixa (LTB) em correções de tendência com sinais antecipados pelos
indicadores.

• Compra e venda dentro das consolidações a partir de candles de reversão e


sinais de osciladores.

• Expansão das Bandas de Bollinger.

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• Candles de reversão fora das Bandas de Bollinger.

106
Módulo 10
TRADING SYSTEMS
Trading Systems

10.1. Fundamentos dos Sistemas Mecânicos (Robôs)

Os sistemas mecânicos de operações são ferramentas operacionais executadas


por computação, por meio do cumprimento de códigos específicos que determi-
nam a entrada e a saída das operações em momentos específicos.
O sistema acompanha a movimentação dos preços e, a partir da utilização das
regras anteriormente definidas, sinais de compra e venda são gerados de forma
mecânica e automatizada, mas com a possibilidade do analista operador executar
ou não as ordens.
Elementos fundamentais
Os elementos fundamentais de um sistema mecânico podem ser resumidos em:

• Definição do tempo do gráfico ou time frame.

• Regras de entradas e saídas, aplicação de suportes, candles e indicadores.

• Gerenciamento de riscos.

Estabelecimento de stops de ganho, de perda e stops móveis.

• Simulação histórica ou backtesting.

Apuração de resultados futuros, com a utilização das regras de entrada e


saída, durante uma série histórica de preços. Habitualmente, é dividida
em duas partes: 1) base de testes, isto é, regras que são empregadas
para avaliação de desempenho. 2) base futura, funcionando como um
teste de estratégias em um grupo de preços ainda não conhecido pelo
robô.

• Validação.

108
Com o objetivo de confirmar as ações ou retificar as regras inicialmente
estabelecidas.

• Ações automatizadas.

Resumindo, temos a seguinte estrutura: 1) definição de tempo (diário, semanal,


mensal). 2) definição de entradas e saídas (suporte, candles, indicadores). 3) geren-
ciamento de risco (stop de ganho, stop de venda e stop móvel). 4) simulação e
validação (confirmação de ações ou retificação de estratégias). 5) Ações automa-
tizadas (sinalizações gráficas e disparos de ordens).

10.2. Conceito de otimização e backtesting de indicadores técnicos

Backtesting de indicadores técnicos


O backtesting nada mais é que um teste histórico, que permite analisarmos a
estratégia por meio da produção de estatísticas de desempenho, de modo que
seja possível verificar:

• O lucro ou o prejuízo acumulado no período de acumulação.

• O percentual de acerto do sistema.

• O número e a média das operações ganhadoras e perdedoras.

• O fator de ganho ou a razão entre lucro e prejuízo.

• O máximo de acumulação de lucros ou run-up e o máximo de acumulação


de perdas ou drawdown.

A partir dessas estatísticas, o analista consegue apurar se ao longo do período em


questão o trading system:

• Teve ou não uma boa performance.

• Atingiu ou não a alternativa de comprar os ativos no início do período en-


volvido com a única saída final, estratégia esta conhecida como comprar e
manter ou buy and hold.

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• Conquistou os movimentos para os quais foi inicialmente desenhado.

• Apontou ou não as eficiências de entradas e saídas.

• Alcançou ou não uma relação de retorno e risco compatível com o perfil da


estratégia selecionada.

Otimização
A otimização é um instrumento disponível em softwares de backtesting que ajusta
os parâmetros dos indicadores e dos níveis de stops através da análise de uma
série de combinações entre eles, dentro de uma determinada série histórica.
Essa ferramenta proporciona escolher no mar de combinações e possibilidades a
parametrização dos indicadores e dos níveis de stops que oferecem os melhores
resultados para o trading system.
Eis os objetivos da otimização:

• Potencializar o lucro líquido apresentado.

• Ampliar a razão de ganhos sobre as perdas.

• Aumentar o percentual de operações ganhadoras em relação ao número to-


tal de operações realizadas.

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