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Escola de Engenharia
Curso de Graduação em Engenharia Aeroespacial
Resumo
Palavras chave: Volumes Finitos, Diferenças Finitas, CFD, TVD, Esquemas Compactos
iii
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus, que sempre fez parte da minha vida, sempre me gui-
ando, mesmo durante os momentos mais sombrios.
Em seguida, aos meus pais, Vânia e Fernando, que sempre me colocaram como principal
em suas vidas nunca deixando faltar nada para o meu desenvolvimento, me ensinando e me
impulsionando sempre para coisas boas e melhores.
Ao meu irmão Lucas, que nunca deixou de me escutar quando necessário, pelas brinca-
deiras, pela paciência e pelas experiências únicas que me proporcionou.
À minha noiva e futura esposa Lorena, que a quase 6 anos me ajuda e também faz parte
da minha estrutura.
À Universidade Federal de Minas Gerais e todos os docentes que foram essenciais à
minha formação como engenheiro, especialmente ao meu orientador Prof. Bortolus que
aceitou com muita felicidade e incentivo me orientar neste trabalho.
“Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes.” - Isaac Newton
Sumário
Resumo i
Agradecimentos iii
Lista de Tabelas ix
1 Introdução 1
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.3 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.3.1 Objetivos Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.3.2 Objetivo específico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.4 Organização do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2 Revisão Bibliográfica 3
2.1 Modelagem e modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.2 Equações Diferenciais Parciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.3 Mecânica dos Fluidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3.1 Definição de Fluido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3.2 Fluidos Newtonianos e Não-Newtonianos . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3.3 Conjuntos Adimensionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3.4 Princípios Físicos Básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.4 Escoamentos Laminares e Turbulência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.5 Escoamentos Compressíveis e Incompressíveis . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.6 Escoamentos Externos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.7 Camada Limite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.8 Métodos de Discretização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.8.1 Diferenças Finitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.8.2 Volumes Finitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.8.3 Acoplamento Velocidade-Pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.8.4 Abordagem Implícita e Explícita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.8.5 Malha Escalonada/Decalada (Staggered Grid) . . . . . . . . . . . . 15
2.8.6 Condições de Contorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.8.7 Difusividade e Dispersividade Numérica . . . . . . . . . . . . . . 17
2.9 Solução de Sistemas de Equações Lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
v
vi SUMÁRIO
3 Metodologia 23
3.1 Problema Analisado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2 Recurso Computacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.3 Diferenças Finitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.3.1 Método da Projeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.3.2 Discretização Espacial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.3.3 Discretização Temporal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.3.4 Interpolação Espacial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.3.5 Condições de Contorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.3.6 Implementação em Código . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.4 Volumes Finitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.4.1 REMIXCS Improved . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.4.2 Discretização espacial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.4.3 Condições de Contorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.4.4 Implementação em Código . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4 Resultados 37
4.1 Simulações Realizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.2 Aspectos do Escoamento Simulado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.2.1 Campos de Pressão e Velocidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.2.2 Distribuição de Velocidades Próximo ao Cilindro . . . . . . . . . . 42
4.2.3 Coeficientes de Sustentação e Arrasto . . . . . . . . . . . . . . . . 45
5 Conclusões 51
5.1 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5.2 Propostas de Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Referências Bibliográficas 53
Lista de Figuras
ix
Capítulo 1
Introdução
1.1 Motivação
Os computadores são ferramentas muito versáteis e, atualmente, muito acessíveis. A área
de simulações computacionais é crescente, e vai de encontro a multidisciplinariedade da
engenharia. Dessa maneira, o estudo da área e suas aplicações é muito rico, inclusive na área
da Engenharia Aeroespacial.
1.2 Justificativa
Uma ferramenta imprescindível para a resolução de problemas e estudo de fenômenos físicos
hoje, é o uso de computadores. O avanço do poder de processamento tornou possível a
resolução de uma gama de problemas através de métodos numéricos que antes não podiam
ser explorados (Anderson, 1995). Dessa maneira, faz-se necessário o estudo destes métodos,
suas principais características, limitações, e até mesmo sua influência no resultado final. A
definição de suas características é necessária para a comparação entre cada um dos métodos,
objetivando-se escolher o mais adequado para a resolução de um determinado problema.
1.3 Objetivos
A presente seção propõe-se a apresentar os objetivos gerais e específicos, de forma a sinteti-
zar o que se pretende alcançar com o trabalho de monografia realizado.
Revisão Bibliográfica
Pela natureza do trabalho, tema e método de desenvolvimento, espera-se que a revisão bi-
bliográfica seja extensa. A abundância de artigos, livros e tutoriais disponíveis tornam o
processo revisional muito rico, mas também desafiador, no sentido de selecionar os materi-
ais mais relevantes.
Por fim, para as equações elípticas, a região de influência é todo o domínio, ou seja, per-
turbações em qualquer ponto do domínio afetam toda a solução (Anderson, 1995). Exemplos
de escoamentos regidos por essas equações são: subsônico invíscido estacionário e invíscido
incompressível. Nas figuras apresentadas (2.1), (2.2) e (2.3) é possível identificar a diferença
quanto às condições de contorno do problema.
Para o caso de escoamentos viscosos incompressíveis, os quais são resolvidos neste tra-
balho, as equações resultantes têm características mistas: elípticas (no espaço) e parabólicas
(no tempo). As condições de contorno devem ser definidas para cada limite com uma condi-
ção inicial em todo o domínio, sendo que, para que um problema seja bem-posto é necessária
a definição suficiente das condições de contorno e iniciais.
2.3. MECÂNICA DOS FLUIDOS 5
Figura 2.4: Comportamento em tempos t (a) de um corpo sólido e (b) de um fluido sob a
ação de esforço tangencial constante.
Como exibido na imagem acima, se for disposto duas placas planas com um fluido qual-
quer entre elas, e aplicarmos uma força tangencial em uma das placas, haverá a movimenta-
ção contínua desta e a deformação do fluido.
du
τyx ∝ (2.1)
dy
6 CAPÍTULO 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Quando é possível definir uma constante simples para o relacionamento entre deformação
e tensão, podemos denominar o fluido como Newtoniano. A essa constante damos o nome
de viscosidade cinemática.
du
τyx = µ (2.2)
dy
Assim, são definidas a viscosidade cinemática (2.4) e a viscosidade dinâmica (2.3)
τyx
µ= du
(2.3)
dy
µ
ν= (2.4)
ρ
Já para o caso de fluidos não-newtonianos, existem diversos comportamentos diferentes.
Na figura 2.5, são apresentados tipos de comportamentos diferentes em relação a tensão-
deformação.
Figura 2.5: (a) Tensão tangencial, τ , e (b) viscosidade aparente, η, como função da taxa de
deformação para o escoamento unidimensional de vários fluidos não-newtonianos. Adaptado
de Robert W. Fox (1985)
• Conservação da energia
A conservação de massa pode ser expressa pela seguinte equação diferencial parcial:
∂ρ
+ ∇.(ρV) = 0 (2.9)
∂t
A conservação de momento, para um fluido Newtoniano compressível, em X, Y e Z,
respectivamente, pode ser definido pelas equações:
∂ρu ∂P
+ ∇.(ρuV) = − + µ∇2 u + Fx (2.10)
∂t ∂x
∂ρv ∂P
+ ∇.(ρvV) = − + µ∇2 v + Fy (2.11)
∂t ∂y
∂ρw ∂P
+ ∇.(ρwV) = − + µ∇2 w + Fz (2.12)
∂t ∂z
A demonstração completa das equações pode ser encontrada em diversos livros de me-
cânica dos fluidos como, por exemplo: Robert W. Fox (1985), Anderson (1995) e Versteeg
and Malalasekera (2007).
Uma consideração comumente utilizada nos problemas em que o escoamento possui pe-
quenos valores de M ach é a de incompressibilidade, ou seja, a densidade passa a ser cons-
tante em todo o campo e também independe do tempo. Assim, as equações (2.9) (2.10),
(2.11) e (2.12) se tornam:
∂u ∂v ∂w
+ + = 0 = ∇.V (2.13)
∂x ∂y ∂z
∂u ∂P 1 µ 2
+ ∇.(uV) = − + ∇ u + Fx (2.14)
∂t ∂x ρ ρ
∂v ∂P 1 µ 2
+ ∇.(vV) = − + ∇ v + Fy (2.15)
∂t ∂y ρ ρ
∂w ∂P 1 µ 2
+ ∇.(wV) = − + ∇ w + Fz (2.16)
∂t ∂z ρ ρ
2.4. ESCOAMENTOS LAMINARES E TURBULÊNCIA 9
A região mais distante do corpo onde as linhas de corrente são bem definidas indepen-
dente dos efeitos viscosos. Dessa maneira, poderia-se modelar o escoamento nestes pontos
através de modelos invíscidos.
Como representado na figura 2.6, a região próxima à superfície do corpo possui grande
influência da viscosidade, podendo ser denominada como camada limite. Define-se camada
limite a espessura ou distância até a superfície do corpo em que a velocidade do fluido é de
99% da velocidade da corrente livre.
Outro ponto em que a viscosidade também tem papel importante está associado à posição
imediatamente atrás do corpo, esta localidade é marcada pela mistura do escoamento não
perturbado e o escoamento perturbado pelo corpo. A esta região é dado o nome de esteira.
É importante lembrar que as definições anteriormente definidas também são válidas para
ambos os escoamentos, ou seja, para escoamentos internos e externos existem efeitos asso-
ciados à turbulência e compressibilidade.
Na figura 2.7 está representado o escoamento em torno de um corpo rombudo para dife-
rentes valores de Número de Reynolds. Um corpo rombudo pode ser definido como o corpo
que possui razão espessura comprimento grande. Como pode ser visto, para valores baixos
de Reynolds (a) e (b) temos a apresentação de um escoamento simétrico. Para valores próxi-
mos a 100 existe a formação de uma estrutura não estacionária denominada Vórtices de Von
2.7. CAMADA LIMITE 11
Figura 2.7: Escoamento no entorno de um cilindro circular: (a) Re < 1; (b) 5 < Re < 40;
(c) 100 < Re < 200; (d) Re ≈ 104 e (e) Re ≈ 106 . Adaptado de Davidson (2004) .
Karman (c). Com valores crescentes (d) e (e) há a formação de instabilidades e consequente
formação de turbulência.
Como pode ser visto na figura 2.8 com o aumento do valor de x, há também o aumento
12 CAPÍTULO 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
∂ 2u ∂ 3u ∆x2
∂u ux+∆x,y − ux,y ∆x
= − − + ... (2.20)
∂x x,y ∆x ∂x2 x,y 2 ∂x3 x,y 6
Assim, da equação (2.20) pode-se observar que para valores pequenos de ∆x os termos
que envolvem derivadas de ordem mais alta tendem a ser nulos. Dessa forma, podemos
escrever:
∂u ux+∆x,y − ux,y
= + O(∆x) (2.21)
∂x x,y ∆x
De maneira semelhante, também é possível utilizar ∆x negativo, obtendo a seguinte
expressão:
2.8 Métodos de Discretização 13
∂ 2u ∂ 3u ∆x2
∂u ux−∆x,y − ux,y −∆x
= − − + ... (2.23)
∂x x,y −∆x ∂x2 x,y 2 ∂x3 x,y 6
Assim, da equação (2.23) pode-se observar que para valores pequenos de ∆x os termos
que envolvem derivadas de ordem mais alta tendem a ser nulos. Sendo assim podemos
formular:
∂u ux,y − ux−∆x,y
= + O(∆x) (2.24)
∂x x,y ∆x
Utilizando métodos similares é possível generalizar a resolução para um caso geral de-
pendente do grau da derivada, do número de pontos e da posição de cada ponto. Uma ferra-
menta como a disponibilizada em (Taylor) é capaz de calcular as discretizações para diversos
esquemas simples. Para uso posterior, é apresentado abaixo algumas das discretizações mais
comuns:
∂u ux+∆x,y − ux−∆x,y
= + O(∆x)2 (2.25)
∂x x,y 2∆x
2
∂ u ux+∆x,y − 2ux−∆x,y + ux−∆x,y
2
= + O(∆x)2 (2.26)
∂x x,y ∆x2
Esquemas de diferenciação compactos são capazes de oferecer grande acurácia espec-
tral, com altas ordens erro de truncamento e com o uso de poucos pontos necessários para
o cálculo. Para conseguir estas características, os esquemas são implícitos, ou seja, faz-se
necessário o cálculo simultâneo das derivadas através de sistemas lineares. Em geral, para
garantir a viabilidade destes esquemas, os sistemas lineares são do tipo tridiagonais ou pen-
tadiagonais, os quais podem ser resolvidos por algoritmos simples e eficientes (exemplo,
Algoritmo de Thomas).
Z Z Z Z Z Z Z Z
∂
( ρφ dV ) dt+ n. (ρφu) dA dt = n.(Γgradφ) dA dt+ Sφ dV dt
∆t ∂t CV ∆t A ∆t A ∆t CV
(2.27)
Com Γ igual a difusividade, CV um volume de controle e A as faces do volume de
controle. O termo Sφ representa um termo fonte para a quantidade φ.
14 CAPÍTULO 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Com:
aP = aW + aE + aS + aN + aB + aT + a0P + ∆F − Sp (2.29)
ρ0P ∆V
a0P = (2.30)
∆t
S̄∆V = Su + Sp φP (2.31)
Os valores dos coeficientes aW , aE , aS , aN , aB , aT , ∆F são dependentes do método de
discretização utilizado e relacionam o valor do campo para todos os pontos. O valor φα é o
valor da variável a ser conservada em uma das faces (leste, oeste, sul, norte, cima e baixo)
ou no centróide (P).
Também se define duas quantidades associadas à convecção e difusão respectivamente
nas equações 2.32 e 2.33.
Γf ace
Df ace = Af ace (2.33)
δxP f ace
∂T ∂ 2T
=α 2 (2.34)
∂t ∂x
Utilizando uma abordagem explícita:
2.8 Métodos de Discretização 15
Tin+1 − Tin n
α(Ti+1 − 2Tin + Ti−1
n
)
= (2.35)
∆t (∆x)2
∆t
Tin+1 = Tin + α (T n − 2Tin + Ti−1
n
) (2.36)
(∆x)2 i+1
Utilizando uma abordagem implícita [Crank-Nicolson (Anderson, 1995)] com o valor
sendo considerado com uma média temporal dos valores:
Tin+1 − Tin 1
[T n+1 + Ti+1
2 i+1
n
] − 12 [2Tin+1 + 2Tin ] + 12 [Ti−1
n+1 n
+ Ti−1 ]
=α 2
(2.37)
∆t (∆x)
Assim, a equação (2.35) pode ser utilizada para calcular o valor da temperatura num
ponto, enquanto no caso da equação (2.37) é necessário a solução para todos os pontos
simultaneamente (para cada ponto há uma equação que a relaciona com os pontos próximos).
A principal vantagem da abordagem explícita é a simplicidade de se implementar e oti-
mizar um código que calcule os valores a um passo de tempo posterior. A principal desvan-
tagem está relacionada ao fato de que para valores de passo de tempo ∆t > ∆t0 a solução
se torna instável e a solução diverge. Na abordagem implícita a estabilidade é muitas vezes
garantida para quaisquer valores de passo no tempo, sendo apenas impeditivo considerando
o aumento do erro para cada passo de tempo e o principal ponto negativo está associado ao
grande esforço computacional de se resolver sistemas de equações grandes.
∂U ∂W ∂V
= = =0 (2.39)
∂y ∂x ∂z
A condição de não deslizamento aplicada ao corpo pode ser implementada por meio da
consideração de velocidade lateral nula na superfície do corpo.
V.n̂ = 0 (2.40)
Na entrada, as velocidades são impostas como região de far field, isto é, velocidade não
perturbada.
V = (U∞ , 0, 0) (2.41)
Na região de saída, é aplicada a conservação de massa, ou seja, dada as velocidades
existentes no ponto, a velocidade na direção normal (em direção à saída) é calculada de
maneira a garantir a conservação de massa.
∇.V = 0 (2.42)
ut+∆t
i − uti uti − uti−1
+a =0 (2.44)
∆t ∆x
Utilizando uma expansão de Taylor nos pontos uit+∆t e uti−1 , substituindo na equação
discretizada e após um rearranjo, é possível chegar em:
∂u ∂u a∆x ∂ 2 u a∆x2 ∂ 3u
+a = (1 − ν) 2 + (3ν − 2ν 2 − 1) 3 + ... (2.45)
∂t ∂x 2 ∂x 6 ∂x
Com
a∆t
ν= (2.46)
∆x
Observe que a equação 2.45 é uma equação diferencial parcial, e que a discretização dada
em 2.44 corresponde à solução exata desta. Os termos do lado direito correspondem ao erro
de discretização.
Os termos relacionados à segunda derivada possuem o efeito de difusão (relembre a equa-
ção do calor), enquanto os termos de terceira ordem produzem um efeito dispersivo. Como
estes termos estão diretamente associados à discretização numérica, eles são chamados difu-
são e dispersão numérica.
Outra maneira de se analisar o efeito difusivo e dispersivo de um esquema numérico, é
através da análise espectral. No livro de Tapan K. Sengupta (2019) é apresentado a função
de transferência para diversos comprimentos de onda para diversos esquemas:
Figura 2.11: (a) Parte real e (b) Parte Imaginária. Extraído de Tapan K. Sengupta (2019)
Na figura 2.11 está representada a parte real e imaginária dos esquemas centrais de se-
gunda, quarta e sexta ordem e esquemas enviesados de primeira e segunda ordem. A parcela
real, representa a resolução espacial do esquema, já a parcela imaginária denota a difusão
numérica adicionada pela discretização, valores positivos indicam possíveis instabilidades.
2.9. SOLUÇÃO DE SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 19
d1 a1 0 0 0 ... u1 c1
b2 d2 a2 0 0 ... u2 c2
0 b 3 d 3 a3 0 ...
u3 = c3
0 0 b 4 d 4 a4 (2.47)
...
u4 c4
0 0 0 b5 d 5 ... ... ...
0 0 0 0 b6 ... uN cN
Pode-se transformar o sistema tridiagonal em um sistema bidiagonal superior:
d1 a1 0 0 0 ... u1 c1
0 d02 a2 0 0 ... u2 c02
0 0 d03 a3 0 ... u3 c03
0 0 0 d04 a4 ... u4 = c04 (2.48)
0 0 0 ... ... ... ... ...
0 0 0 0 0 d0N uN c0N
Com
bi ai−1
d0i = di − (2.49)
d0i−1
c0i−1 bi
c0i = ci − (2.50)
d0i−1
Observe que a solução da última equação é direta, ou seja:
c0N
uN = 0 (2.51)
dN
Logo, pode-se utilizar o método de substituições sucessivas para o cálculo de cada variá-
vel seguindo a fórmula
c0i − ai ui+1
ui = (2.52)
d0i
2.10 Computação
Atualmente, a Ciência da Computação está inserida em todas as áreas da engenharia e aplica-
ções da ciência. O computador moderno expandiu as possibilidades de simulações e tornou
acessível para qualquer pessoa o estudo de fenômenos físicos por meio de simulações numé-
ricas.
• Mapeamento direto para operações e tipos integrados (built in operations and types)
em hardware para garantir uso eficiente de memória e operações baixo nível
Dessa maneira, entende-se que ao utilizar essa linguagem é possível apresentar um có-
digo eficiente, que utiliza tecnologias mais próximas do processador, mantendo ainda a pos-
sibilidade de um código limpo e manutenível.
2.10.2 Código
O desenvolvimento do código foi feito seguindo o padrão Programação Orientado a Objetos.
Todo o código foi implementado tendo em vista as seguintes considerações:
• Velocidade: Por fim, como princípio fundamental, o código foi otimizado após os
testes utilizando as ferramentas conhecidas pelo autor. Quando este requisito entrou
em confronto com os anteriores, prezou-se sempre pela velocidade.
2.10.3 Compilador/IDE
A escolha do ambiente de desenvolvimento foi baseada apenas na familiaridade do autor.
Microsoft Visual Studio é um ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) para desenvol-
vimento de software. Ele dá suporte às linguagens Visual Basic, C, C++, C# e F#. A versão
gratuita é denominada Community, e é orientada para desenvolvedores individuais e peque-
nas equipes. A IDE dá suporte ao chamado IntelliSense componente de auto-completar e
refatoramento de código.
Uma das principais vantagens do uso de uma IDE é a possibilidade de uso de um de-
purador. O depurador do Visual Studio é capaz de apresentar em tempo de execução locais
na memória, o código de máquina executado e até mesmo os registradores associados. Em
momentos que, há a necessidade de se diagnosticar problemas na implementação, seu uso é
oportuno.
22 CAPÍTULO 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Metodologia
Para alcançar os objetivos propostos para este trabalho, foi adotada uma abordagem quali-
quantitativa: com a comparação dos valores das propriedades do campo entre si bem como
a análise quantitativa dada pelo uso de pós processamento.
distâncias foram escolhidas de maneira a reduzir os efeitos das condições de contorno no far
stream do problema e alguns valores bases foram retirados de Yong Cao (2019). O valor de
D foi definido como 2 centímetros, a densidade do fluido a unidade, a velocidade do campo
livre 0, 15 m/s e a viscosidade dinâmica escolhida de maneira a proporcionar o Número de
Reynolds escolhido.
A condição de não deslizamento foi obtida por meio dos diferentes métodos diferentes
apresentados nas seções sobre condições de contorno. É aplicada a consideração de incom-
pressibilidade e coeficientes constantes.
Memória Sistema
Processador HD
RAM Operacional
I5-7200U 16 GB 1 TB Windows 10
Um tempo estimado de 15 dias foi considerado como máximo para tornar viável o cálculo
dos resultados.
3.3. DIFERENÇAS FINITAS 25
00 00 00 b a
α2 uj+1 + uj + α2 uj−1 = 2
(uj+2 − 2uj + uj−2 ) + 2 (uj+1 − 2uj + uj−1 ) (3.4)
4h h
00 1
Uj = (Uj+1 − 2Uj + Uj−1 ) (3.5)
h2
00 1
U1 = (2U1 − 5U2 + 4U3 − U4 ) (3.6)
h2
00 1
UN = (2UN − 5UN −1 + 4UN −2 − UN −3 ) (3.7)
h2
26 CAPÍTULO 3. METODOLOGIA
1
U00 = ± (−25U0 + 48±1 − 36U±2 + 16U±3 − 3U±4 ) (3.10)
12h
0 1
U±1 =± (−3U0 − 10±1 + 18U±2 − 6U±3 − U±4 ) (3.11)
12h
Tabela 3.2: Coeficientes utilizados no método SUCS com escoamento na direção positiva.
α−1 α1 C−1 C0 C1 C2
1 1 −5 −1 1
6 2 9 2
1 18
Tabela 3.3: Coeficientes utilizados no método SUCS com escoamento na direção negativa.
Nas tabelas 3.2 e 3.3 estão apresentados os valores das constantes utilizadas no cálculo
das derivadas. A utilização destes coeficientes resulta em um esquema de quinta ordem.
Na figura 3.3 é possível observar as melhores características associadas ao método SUCS
quando comparadas ao método Upwind de quinta ordem não compacto. Também é possível
notar a maior difusão associada à maiores números de onda em (b).
∂U∗
U∗ = Un + δt (3.12)
∂t n
3.3. DIFERENÇAS FINITAS 27
Figura 3.3: Análise espectral do método SUCS de quinta ordem. Retirado de Fan (2016).
δt ∂U∗
U∗1 = Un + (3.13)
2 ∂t n
δt ∂U∗1
U∗2 =U + n
(3.14)
2 ∂t n
∂U∗2
U∗3 n
= U + δt (3.15)
∂t n
!
∗
δt ∂U ∂U∗1 ∂U∗2 ∂U∗3
U∗ = Un + +2 +2 + (3.16)
6 ∂t n ∂t n ∂t n ∂t n
∂U∗
Para o caso deste trabalho, ∂t n
é dado pelas equações (2.14), (2.15) e (2.16).
aI b
I
αI Ûj−1 + Ûj + αI Ûj+1 = Uj− 1 + Uj+ 1 + Uj− 3 + Uj+ 3 (3.17)
2 2 2 2 2 2
3
αI = (3.18)
10
1
aI = (9 + 10αI ) (3.19)
8
1
bI = (6αI − 1) (3.20)
8
1
Û1 = (U 1 + U 3 ) (3.21)
2 2 2
1
ÛN = (UN − 1 + UN + 1 ) (3.22)
2 2 2
• Entrada do campo;
• Saída do campo;
• Condições de parede;
A entrada do campo é dada pela imposição dos valores, isto é, o valor da velocidade
é definido como o valor da velocidade não perturbada. A saída é imposta para garantir a
validade da equação da continuidade discretizada no ponto.
As condições de parede são feitas de maneira mista: As velocidades perpendiculares são
definidas diretamente no campo, e as velocidades paralelas são dadas de maneira a garantir
que a velocidade no ponto médio (que consiste na parede do sólido) seja nula. Isto se dá pela
utilização de uma malha decalada.
O restante dos contornos é calculado garantindo zero gradiente nas velocidades paralelas
e nula nas velocidades perpendiculares.
Uma questão a ser resolvida é que a pressão analisada é diferencial. Sendo assim, para
evitar problemas numéricos, é aplicado um valor nulo em algum ponto dentro do campo, de
maneira a normalizar o valor em torno de zero.
void SquareCylinder2DStaggeredField::UpdateBCFlatPlate()
{
// extrapolate outlet (i = NX - 1)
cUnp(iu + 1, 0, k) = cUnp(iu, 0, k) +
cWnp(i, 0, k - 1) - cWnp(i, 0, k);
}
}
std::thread dphidtumomThread(&SquareCylinder2DStaggeredField::CalcdphidtUmomAdv,
&fdcolfield, std::ref(fdcolfield.cdUdtn),
std::ref(aa), std::ref(bb), std::ref(cc));
/*
Para o caso do RK4, repete o processo
acima para cada derivada no tempo 'parcial'.
--------------------------------------------------------
Para o caso de Euler não utiliza a divisão por 2.0 acima
e segue para os calculos abaixo.
*/
X
Ap φp = Anp φnp + b (3.23)
A equação da pressão é obtida por meio da substituição das velocidades na equação
discretizada da continuidade e pode ser escrita como:
X
ap p p = anp pnp + b∗ (3.24)
r + r2
ψ(r)V anAlbada = (3.30)
1 + r2
3.4. VOLUMES FINITOS 33
Coeficiente UPWIND
Fw
Aw Dw + 2
Fe
Ae De − 2
Fs
As Ds + 2
Fn
An Dn − 2
Fb
Ab Db − 2
Ft
At Dt − 2
Ap AW + AE + AS + AN + AB + AT + ∆ F
∆F Fe - Fw + Fn - Fs + Ft - Fb
φP − φW
re+ = (3.32)
φE − φP
φP − φW
rw+ = (3.33)
φE − φP
Nas equações 3.32 e 3.33 estão apresentados os valores no caso de escoamento na direção
positiva e nas equações 3.34 e 3.35 os valores no caso de escoamento na direção negativa.
φEE − φE
re− = (3.34)
φE − φP
φE − φP
rw− = (3.35)
φP − φW
2∆A
SP = −µ (3.36)
∆h
34 CAPÍTULO 3. METODOLOGIA
Assim como para o caso das diferenças finitas, o código completo pode ser encontrado
na página do GitHub do autor, como referenciado nas referências bibliográficas (Pimentel,
b).
3.4. VOLUMES FINITOS 35
void FieldRectCylinder2D::SetBCFlatPlate()
{
// SET INITIAL VALUES
SetUValueInterval({ ciCyInit, ciCyEnd + 1 }, { ckCyInit, ckCyEnd }, 0.0);
SetWValueInterval({ ciCyInit, ciCyEnd }, { ckCyInit, ckCyEnd + 1 }, 0.0);
SetPValueInterval({ ciCyInit, ciCyEnd }, { ckCyInit, ckCyEnd }, 0.0);
// WALL (1)
SetSpWValueInterval({ ciCyInit - 1, ciCyInit }, { ckCyInit, ckCyEnd + 1 },
-cMU * cdA / (cdd / 2.0));
// WALL (2)
SetSpWValueInterval({ ciCyEnd, ciCyEnd + 1 }, { ckCyInit, ckCyEnd + 1 },
-cMU * cdA / (cdd / 2.0));
// WALL (4)
SetSpUValueInterval({ ciCyInit, ciCyEnd + 1 }, { ckCyInit - 1, ckCyInit },
-cMU * cdA / (cdd / 2.0));
// WALL (3)
SetSpUValueInterval({ ciCyInit, ciCyEnd + 1 }, { ckCyEnd, ckCyEnd + 1 },
-cMU * cdA / (cdd / 2.0));
}
field.SetBCFlatPlate();
// u
for (int K = 1; K < NZ - 1; K++)
for (int i = 2; i < NX - 1; i++)
{
if (i >= field.ciCyInit && i < field.ciCyEnd + 1 &&
K >= field.ckCyInit && K < field.ckCyEnd)
{
// DENTRO OU NA PAREDE DO SÓLIDO
continue;
}
field.cUVelField[(K * NX) + i] =
field.cUHatVelField[(K * NX) + i]
+ (
(field.cPressureField[(K * NX) + i - 1] -
field.cPressureField[(K * NX) + i])
*(dd / field.caijkU[(K * NX) + i])
);
}
/*
Corrige velocidade vertical
Calcula os residuos das velocidades
Escreve na tela dados e em caso de convergencia,
salva os valores calculados em disco e finaliza
o loop principal.
*/
}
u0Field = field.cUVelField;
w0Field = field.cWVelField;
}
Resultados
Após a implementação dos métodos apresentados nas seções 3.4.1 e 3.3.1, e a construção do
problema a ser utilizado como benchmark, (apresentado em no tópico 3.1) selecionou-se uma
série de combinações de discretizações a serem simuladas. Estas simulações foram então
analisadas e foram calculadas parâmetros globais, como coeficiente de sustentação e arrasto.
Além disso, gráficos e figuras foram produzidas com o intuito de facilitar a visualização dos
resultados.
37
38 CAPÍTULO 4. RESULTADOS
Figura 4.1: Campo de pressão. Passo de malha 0, 002. Discretização utilizada: Van Al-
bada/Euler.
Observando as figuras 4.1, 4.2 e 4.3 fica claro que, com o aumento do número de ele-
mentos empregados e conseguinte refino da malha, há o surgimento de mais detalhes no
escoamento. Esse efeito pode ser visto especialmente em posições próximas às superfícies
superior e inferior do cilindro.
Por meio da figura 4.4 é possível identificar que, ao utilizar uma discretização com me-
lhores características, mesmo no caso mais grosseiro, temos resultados mais próximos do
resultado encontrado na figura 4.3, ou seja, o uso da discretização SUCS proporciona um
detalhamento do campo maior mesmo com o uso de menos células de discretização.
No campo de velocidade horizontal dado nas figuras 4.5, 4.6 e 4.7 pode ser observado
o mesmo efeito de melhor qualidade de solução, dado um método com melhores caracterís-
ticas. A solução encontrada utilizando o método Upwind apresenta menos detalhes que a
solução utilizando o método Van Albada e o método SUCS apresenta melhor detalhamento
do campo que o Van Albada.
4.2. ASPECTOS DO ESCOAMENTO SIMULADO 39
Figura 4.2: Campo de pressão. Passo de malha 0, 001. Discretização utilizada: Van Al-
bada/Euler.
Figura 4.3: Campo de pressão. Passo de malha 0, 0005. Discretização utilizada: Van Al-
bada/Euler.
40 CAPÍTULO 4. RESULTADOS
Figura 4.4: Campo de pressão. Passo de malha 0, 002. Discretização utilizada: SUCS/RK4.
Figura 4.5: Campo de velocidade horizontal U. Passo de malha 0, 002. Discretização utili-
zada: Upwind/RK4.
4.2. ASPECTOS DO ESCOAMENTO SIMULADO 41
Figura 4.6: Campo de velocidade horizontal U. Passo de malha 0, 002. Discretização utili-
zada: SUCS/RK4.
Figura 4.7: Campo de velocidade horizontal U. Passo de malha 0, 002. Discretização utili-
zada: Van Albada/Euler.
42 CAPÍTULO 4. RESULTADOS
As figuras 4.8 e 4.9 podem ser utilizadas para comparar o uso de discretizações temporais
de ordem de acurácia diferentes. Para o escoamento analisado, o uso de resoluções temporais
mais altas, como RK4 não produziram grandes efeitos no campo da solução.
Figura 4.8: Campo de velocidade vertical W. Passo de malha 0, 0005. Discretização utili-
zada: SUCS/RK4.
Figura 4.9: Campo de velocidade vertical W. Passo de malha 0, 0005. Discretização utili-
zada: SUCS/Euler.
maiores gradientes de velocidade. Para a análise abaixo, foram escolhidos os campos com o
tempo para o qual o CL é máximo e a posição mediana da parede superior do cilindro.
Figura 4.11: Detalhe de ponto de recirculação próximo à face superior do cilindro utilizando
malha fina.
0.4
Discretização grosseira
Discretização média
0.3 Discretização fina
0.2
0.1
0
Cl
−0.1
−0.2
−0.3
−0.4
12 12.5 13 13.5 14 14.5 15
Tempo [s]
0.5
Discretização grosseira
0.4 Discretização média
Discretização fina
0.3
0.2
0.1
0
Cl
−0.1
−0.2
−0.3
−0.4
−0.5
12 12.5 13 13.5 14 14.5 15
Tempo [s]
0.3
Discretização grosseira
Discretização média
0.2 Discretização fina
0.1
0
Cl
−0.1
−0.2
−0.3
12 12.5 13 13.5 14 14.5 15
Tempo [s]
0.3
Discretização grosseira
Discretização média
0.2 Discretização fina
0.1
0
Cl
−0.1
−0.2
−0.3
12 12.5 13 13.5 14 14.5 15
Tempo [s]
As figuras 4.18, 4.19, 4.20 e 4.21 apresentam o valor do coeficiente de arrasto bidimensi-
onal para os diferentes métodos de discretização e níveis de refinamento de malha. Pode-se
observar que em todos os gráficos há o surgimento de oscilações de frequência mais alta que
para o caso da sustentação. Estas oscilações possuem também menor amplitude.
48 CAPÍTULO 4. RESULTADOS
1.6
Discretização grosseira
Discretização média
1.58 Discretização fina
1.56
1.54
Cd
1.52
1.5
1.48
1.46
12 12.5 13 13.5 14 14.5 15
Tempo [s]
1.7
Discretização grosseira
Discretização média
Discretização fina
1.65
1.6
Cd
1.55
1.5
1.45
12 12.5 13 13.5 14 14.5 15
Tempo [s]
Ao analisar as figuras 4.20 e 4.21 é possível identificar uma variação não existente para
as outras simulações. Para o caso utilizando a discretização Upwind observa-se que, para
uma discretização grosseira, existe algum tipo de variação no Cd com o tempo seguindo uma
diminuição. Para o caso da utilização do método TVD Van Albada, foi identificado que há o
surgimento de uma segunda oscilação de baixa frequência.
4.2. ASPECTOS DO ESCOAMENTO SIMULADO 49
1.57
Discretização grosseira
1.565 Discretização média
Discretização fina
1.56
1.555
1.55
Cd
1.545
1.54
1.535
1.53
1.525
1.52
12 13 14 15 16 17 18 19
Tempo [s]
1.57
1.56
1.55
1.54
1.53
Cd
1.52
1.51
1.5
1.49
Discretização grosseira
1.48 Discretização média
Discretização fina
1.47
12 12.5 13 13.5 14 14.5 15
Tempo [s]
Conclusões
em média 24 horas por segundo de simulação. O tempo de execução de cada algoritmo dado
o nível de otimização empregado em cada um destes garantiu que a performance de todos
fosse próxima.
Também é notável que, em diversas regiões do escoamento apresentado, o aumento de
elementos não se faz importante, sendo essencialmente processamento desperdiçado. Dessa
maneira, a inclusão de malhas mais sofisticadas é um passo óbvio a ser dado como melhoria
no código.
Consequentemente, com a implementação dessa melhoria, será possível a simulação de
escoamentos para Números de Reynolds mais elevados e expande-se a possibilidade de aná-
lise dos métodos para outras condições. Dessa maneira, são deixadas como sugestões de
melhorias no código já existente:
L. D. Ahmad Sohankar, C. Norberg. Numerical simulation of flow past a square cylinder. 1999.
R. L. S. Chin-Yuan Perng. Improved numerical codes for solving three-dimensional unsteady flows.
1987.
P. A. Davidson. Turbulence An Introduction For Scientists and Engineers. Oxford University Press,
2004.
D. Demidov. Amgcl - a c++ library for efficient solution of large sparse linear systems. 2020.
P. Fan. The standard upwind compact difference schemes for incompressible flow simulations. 2016.
I. J. G. Booch, J. Rumbaugh. UML Guia do Usuário. Elsevier Editora Ltda, 2012. ISBN 000.
A. T. M. Robert W. Fox. Introdução à Mecânica dos Fluídos. Terceira Edição. Editora Guanabara
S.A., 1985. ISBN 000.
J. R. Shewchuk. An introduction to the conjugate gradient method without the agonizing pain. 1994.
J. Stewart. Cálculo Volume II. Sétima Edição. Cengage Learning Edições Ltda, 2014. ISBN 978-0-
13-127498-3.
S. B. Tapan K. Sengupta. DNS of Wall-Bounded Turbulent Flows. Springer Nature Singapore Pte
Ltd, 2019. ISBN 978-981-13-0037-0.
J.-G. L. Weinan E. Projection method i: Convergence and numerical boundary layers. 1995.
H. K. Yong Cao, Tetsuro Tamura. Spanwise resolution requirements for the simulation of high-
reynolds-number flows past a square cylinder. 2019.