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Administração Financeira e Orçamentária

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Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!

Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!

Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!

Com carinho,

Equipe Ceisc. ♥

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Administração Financeira e Orçamentária


Prof. Guilherme Pedrozo

Sumário
Olá! Boas-Vindas!........................................................................................................................... 2
1. Atividade Financeira ................................................................................................................ 5
1.1 Introdução .............................................................................................................................. 5
1.2 Breve Histórico ....................................................................................................................... 5
1.3 Poder de Tributar e Atividade Financeira ............................................................................... 5
2. Estudo do Orçamento Público ................................................................................................. 8
2.1 Princípios Orçamentários ....................................................................................................... 8
2.1.1 Princípio da Unidade | Totalidade ....................................................................................... 9
2.1.2 Princípio da Universalidade ................................................................................................ 9
2.1.3 Princípio da Anualidade .................................................................................................... 11
2.1.4 Princípio da Exclusividade ................................................................................................ 12
2.1.5 Princípio do Orçamento Bruto ........................................................................................... 12
2.1.6 Princípio da Legalidade..................................................................................................... 13
2.1.7 Princípio da Publicidade .................................................................................................... 14
2.1.8 Princípio da Transparência ............................................................................................... 14
2.1.9 Princípio da Não Afetação ................................................................................................ 15
3. Planos Orçamentários............................................................................................................ 17
3.1 Plano Plurianual – PPA ........................................................................................................ 18
3.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO ................................................................................ 20
3.3 Lei Orçamentária Anual - LOA ............................................................................................. 23
3.4 Técnicas Orçamentárias ...................................................................................................... 26
4. Ciclos Orçamentários ............................................................................................................. 28
5. Processo Legislativo .............................................................................................................. 29
6. Vedações Orçamentárias....................................................................................................... 32

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7. Programação e Execução Orçamentária ............................................................................... 33

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
concursos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-
se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em janeiro de 2023.

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1. Atividade Financeira

Prof. Guilherme Pedrozo


@prof.guilhermepedrozo

1.1 Introdução
Quando vamos estudar Direito Financeiro, vários outros termos poderiam ser denomina-
dos em nosso edital, como por exemplo: Administração Financeira e Orçamentária (AFO). Assim,
seja AFO, Finanças Públicas e/ou Direito Financeiro estaremos narrando e compreendendo pela
mesma temática. Lembro ainda que quando tratamos de qualquer destes temas, eles se equiva-
lem em praticamente 90% do que poderá ser cobrado e/ou exigido em sua prova.

1.2 Breve Histórico


Qual será o marco legislativo que tratará desta matéria? O marco será a lei nº 4.320/64,
lembrando que sob muitos aspectos nela encontrados, encontram-se superados. Ademais, para
efeitos legais, destaca-se a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101), bem
como os artigos constitucionais (163 até 169) como importantes referenciais teóricos para o es-
tudo do Direito Financeiro

1.3 Poder de Tributar e Atividade Financeira


Do que trata-se está administração financeira? Trata-se de atividade financeira realizada
pelo entes competentes com o objetivo de atender as necessidades de toda coletividade, con-
trolando as despesas e obtendo (gerindo) receitas como forma de potencializar e entregar os
cuidados essenciais para toda população, concretizando assim o ideal constitucional/institucio-
nal.
Ademais, nunca é demais ressaltar que o Direito Tributário presta grande referência a
administração financeira, por ser certamente a principal fonte de financiamento dos entes públi-
cos, proporcionando assim grande entrada de receitas para os mesmos.
Outro conceito de Administração Financeira: “Esse obter e gastar é a atividade financeira
do Estado; trata-se do conjunto de ações que o Estado desempenha visando à obtenção de
recursos para seu sustento e a respectiva realização de gastos para a execução de necessidades

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públicas.”1
Considerando a necessidade de manter os entes competentes, os mesmos deverão ob-
servar os princípios balizadores, seja para obtenção de recursos, seja para realização de gastos.
Tudo isto com base no que disposto em nossa Constituição Federal.
Ainda, entende Piscitelli:2

... a obtenção de receitas e a realização de despesas está na base desse conceito, natu-
ralmente que devemos perguntar como e mediante quais condições, do ponto de vista
formal e material, as receitas são obtidas e podem ser gastas. Isso implica um estudo
detalhado (i) do orçamento público, como peça responsável pela delimitação das receitas
e despesas em um dado exercício, (ii) das formas, condições e limites de obtenção de
receita para fazer frente às despesas fixadas; e (iii) das formas, condições e limites de
gasto do dinheiro público e, assim, os métodos de aplicação e dispêndio das receitas. Tal
detalhamento será realizado nos capítulos subsequentes.

Ademais, será que bastará a existências de receitas para que os entes possam gastar e
assim manter os seus deveres básicos com toda sociedade? A resposta é não, eis que os mes-
mos deverão prever, planejar, ter um orçamento, com a finalidade de justificar e atingir seus
propósitos de gestão. Exercer de forma racional seus propósitos é a forma de perseguir e atender
as finalidades coletivas.
Estará obrigado à presente racionalização das receitas e despesas todas as esferas da
administração pública? A resposta é negativa, eis que, via de regra, os órgãos da administração
indireta (empresas públicas e sociedades de economia mista) não se incluem neste princípio, eis
que suas atividades estarão reguladas na forma dos setores privados. Assim apenas os entes,
exercendo suas atividades próprias estarão albergadas pela atividade financeira.
Mas acaso estas sociedades de economia mista e/ou empresas públicas receberem di-
nheiro público, não estarão controladas pelo Tribunal de Contas, por exemplo? A resposta é sim,
eis que, inobstante tenham por observância a legislação privada, eles poderão ter seus atos
controlados pelos Tribunais de Contas na forma do artigo 71, II da Constituição Federal. Desta
forma já decidiu inclusive o Supremo Tribunal Federal nas seguintes demandas: MS 25.092 e
MS 25.181.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e va-
lores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades ins-
tituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

1 Piscitelli, Tathiane. Direito Financeiro (p. 45). Atlas. Edição do Kindle.


2 Piscitelli, Tathiane. Direito Financeiro (p. 47). Atlas. Edição do Kindle.

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Assim, diante do que todo exposto, o direito financeiro terá por conduta orientar e disci-
plinar a vida financeira dos estes públicos, mais especificadamente no que diz respeito às recei-
tas, despesas e orçamento público.
Por fim, e não importante para que depois possamos adentrar ao orçamento público,
vamos estudar alguns dos princípios mais importantes das finanças públicas e/ou direito finan-
ceiro, quando do estudo do orçamento público. Entretanto, antes de irmos aos orçamentos será
necessário gravar alguns conceitos importantes que veremos ao decorrer das aulas do curso.
a) PPA → Plano Plurianual → Visão estratégica da gestão.
b) LDO → Lei de Diretrizes Orçamentárias → Ajustará metas anuais fatiadas do PPA.
c) LOA → é o orçamento onde serão estimadas as receitas e fixadas as despesas.

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2. Estudo do Orçamento Público

2.1 Princípios Orçamentários


Os princípios orçamentários são as premissas/regras de todo o processo orçamentário.
Serão eles que darão base para a existência e formalidades que deverão ser observados pelos
gestores públicos. Lembra-se ainda que inexiste qualquer rol e/ou disposição legal citando quais
são os referidos princípios, diferenciando-se portanto dos princípios tributários.
E, considerando a inexistência de previsão legal sobre os referidos princípios, utilizamos
do Manual da Contabilidade Aplicada ao Setor Público para extrair os mais importantes e mais
cobrados em prova.

*Para todos verem: esquema.

Unidade Único Documento

Universalidade Todas Receitas l Despesas

Anualidadde Duração de 1 ano

Todo Processo
Orçamentário Previsão de receitas e
Exclusividade
fixação de despesas

Previsão Integral = montante


Premissas Orçamentárias Orçamento Bruto
bruto

Gestor Público = fazer


Legalidade
conforme a lei

Orçamento divulgado de
Publicidade
forma ampla

Transparência Divulgar como se faz

Arrecadação Impostos =
Não Vinculação
Não Destinadas

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2.1.1 Princípio da Unidade | Totalidade


O referido princípio estará relacionado a LOA, onde cada ente deverá entregar através
de documento único toda a sua previsão orçamentária e fixação de suas despesas. Lembra-se
ainda que através do presente princípio defende-se a necessidade da LOA estar registrado em
um único documento, impossibilitando-se assim que cada esfera de poder do ente federativo
tenha seu documento.
O princípio da unidade tem por referência evitar orçamentos paralelos e/ou interesses
omissos da boa gestão financeira.
Igualmente é importante referir que inexiste a possibilidade de uma LOA de caráter na-
cional, devendo cada ente competente tratar de seu orçamento de forma unificada, porém única.

Lei 4.320/64 - Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de


forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo,
obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.

Art. 165 da CF - Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Pú-
blico;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituí-
dos e mantidos pelo Poder Público.

Logo é importante o candidato fixar que todas as previsões de receitas e fixação de


despesas deverão estar em um documento único.
Duas questões importantes ainda de prova para finalizar:
A) Poderemos ter a existência de vários orçamentos autônomos dentro de um único do-
cumento? A resposta é positiva, desde que apresentados e inseridos em um único documento.
B) Também poderá ser apresentado como princípio da Totalidade.

2.1.2 Princípio da Universalidade


O referido princípio guarda conexão com o princípio acima exposto, eis que todas as
receitas e despesas deverão, via de regra, estar previstas dentro da LOA. Assim, o referido prin-
cípio nos ensina que a universalidade de receitas e despesas deverão estar dentro da lei orça-
mentária de cada ente competente.
Entretanto é importante referir que apenas as receitas orçamentárias estarão dentro da

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LOA, eis que é cediço que durante o curso do ano poderão ocorrer a necessidade de créditos
extraordinários. Logo, estes créditos inicialmente não estarão, porém, após sua devida abertura
serão inseridos na LOA através de retificação.
Lembra-se ainda que tais créditos extraordinários, referente as despesas não planeja-
das, entrarão na LOA de forma mais rápida, sem prévia análise do legislativa e sem indicação
prévia de recursos.
Perguntinha de prova: poderá o Poder Público fazer uso do dinheiro sem registrar na
LOA? A resposta é negativa.

*Para todos verem: esquema.

Único documento

Cada Ente da Federação terá


o próprio (Esfera Poder - Não)
Unidade

Existe LOA Nacional? Não


Todo Processo
Orçamentário
Também conhecido totalidade
= todas receitas e despesas
Premissas Orçamentárias
Todas Receitas e Despesas
deverão estar na LOA

Receitas orçamentárias
apenas
Universalidade
Poder Público poderá utilizar
dinheiro sem registrar? Não

Crédito extraordinário: abre


crédito e depois retificada
LOA.

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2.1.3 Princípio da Anualidade


O referido princípio guarda respeito ao prazo de duração da Lei Orçamentária Anual
(LOA). Lembrando que, por tratar da previsão orçamentária para 1 ano de gestão pública, a LOA
terá duração anual, ou seja, perdurará durante o exercício financeiro para o ano que foi aprovada
(ano civil).
Mas o referido princípio comporta uma exceção bastante importante que são as reaber-
turas de créditos especiais e extraordinários, na forma do que disposto na Constituição Federal
e na própria Lei 4.320/64.

Art. 167 da CF - São vedados:


§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que
forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses
daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados
ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.

Lei 4.320/64
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem
abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordi-
nários.

*Para todos verem: esquema.

A LOA terá duração de 1 ano (ano


civil l exercício financeiro)

Anualidade
Exceção:
Todo Processo a) Reabertura do Crédito Especial
Orçamentário e Extraordinário

LOA não poderá conter matéria


Premissas Orçamentárias estranha

Fixação de Despesa e Previsãod e


Receita

Exclusividade

Exceção:

a) Autorização - Abertura de
Créditos Suplementares
b) Autorização - Contratação de
Operações de Créditos

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2.1.4 Princípio da Exclusividade


O referido princípio guarda respeito a matéria que deverá estar prescrita na LOA. Assim,
nesta Lei Orçamentária Anual não poderá coexistir matéria estranha ao orçamento público. As-
sim deverão os gestores necessariamente fixar as despesas e realizar a previsão das receitas.
Entretanto, conforme Manual Prático de Contabilidade tal princípio comporta algumas
exceções:
a) Autorização para Abertura de Créditos Adicionais Suplementares
b) Autorização para Contratação de Operações de Crédito.

Art. 165, §8º da CF:


§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orça-
mentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme
o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autoriza-
ção legislativa.

2.1.5 Princípio do Orçamento Bruto


O referido princípio diz respeito aos valores que deverão constar dentro da LOA. Logo
os valores lá dispostos deverão estar demonstrados de forma bruta, não podendo ser operacio-
nalizadas deduções, por mais que ocorram verdadeiramente.
Imagine a situação de transferência de arrecadação tributária entre entes. Deverão ser
declarados os valores arrecadados ou apenas os valores que ficarão no caixa do ente que arre-
cadou? Senhores, o valor que deverá constar na LOA será o montante arrecadado, inobstante
ocorra o repasse à posterior face a redistribuição de receitas tributárias.

Lei 4.320/64
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais,
vedadas quaisquer deduções.
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão,
como despesa, no orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no
orçamento da que as deva receber.

Igualmente é importante referir que o candidato não poderá confundir o referido princípio,
com aquele da especificação eis que este último refere-se apenas e tão somente a necessidade
de descriminar a origem e destino do montante.

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2.1.6 Princípio da Legalidade


O referido princípio diz respeito a necessidade dos gestores públicos observarem as leis
orçamentárias, fazendo jus a observância do que votado e aprovado pela Casa do Povo de cada
ente competente.
Assim, os entes competentes, gestores do dinheiro público somente poderão fazer ou
deixar de fazer o que estiver na lei. Logo se deseja utilizar do dinheiro que pertence a coletivi-
dade, que peça e tenha autorização para tanto.
Entretanto, sempre é importante lembrar: será que todo o dinheiro público precisará de
autorização legislativa para ser utilizado? A resposta é não, eis que excepcionalmente poderá o
gestor público abrir créditos extraordinários e isto não passará por prévia autorização e discussão
legislativa.
A lei orçamentária poderá ser questionada junto aos órgãos do Poder Judiciário? A res-
posta é sim, eis que através da ADI 5449 decidiu-se que poderá ocorrer questionamentos, tanto
no sentido formal, quanto no sentido material.

*Para todos verem: esquema.

Valores previstos na LOA deverão ser


CFE, montante bruto

Orçamento Não confundir com especificação -


Bruto descriminar valores

Todo Processo Exemplo:


Orçamentário a) Transferência de Tributos - lançamento
da arrecadação e não com dedução

Premissas Orçamentárias Leis Orçamentárias: discussão e


aprovação = legislativo

Gestor público - só pode fazer o que está


na lei

Legalidade
Exceção:

a) Créditos Extraordinário: não precisará


estar na lei
b) Crédito Extraordinário: poderá ser
autorizado pelo Executivo

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2.1.7 Princípio da Publicidade


O referido princípio parte também do que disposto no artigo 37 da CF e os princípios que
deverão nortear a administração pública. Assim o orçamento público deverá ser público e divul-
gado de forma ampla, inclusive com a disponibilização de relatórios e demais informações para
toda e qualquer pessoa/cidadão.
Este princípio não poderá ser confundido com aquele da transparência, eis que este último
traz a obrigação aos gestores de informarem de forma leal e transparente como o orçamento é
realizado.
Assim o referido princípio quer tão somente garantir o acesso a qualquer interessado das
informações dispostas na LOA.

2.1.8 Princípio da Transparência


O referido princípio requer ao gestor pública a obrigação de divulgar como será realizado
o orçamento, ou seja, demonstrar como o mesmo é feito e realizado.
Logo, aqui, igualmente você não poderá confundir com publicitar no Diário Oficial, eis que
estaríamos nos referindo apenas e tão somente ao princípio da publicidade acima visto.
Quais são os instrumentos de transparência que poderão ser verificados pela coletividade:
a) Prestação de Contas.
b) Parecer de Tribunal de Contas.
c) PPA.
d) LDO.
e) LOA.

LRF – Art. 48
São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulga-
ção, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de
diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relató-
rio Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões
simplificadas desses documentos.

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*Para todos verem: esquema.

Ampla divulgação do orçamento público =


Diário Oficial

Não confundir com transparência - como


é realizada
Publicidade

Todo Processo Exemplo:


Orçamentário a) Aqui trata-se de publicizar as leis
orçamentárias
b) Garantir a qualquer interessado o
acesso às informações
Premissas Orçamentárias

Divulgar como são realizados as leis


orçamentárias

Instrumentos de transparência: prestação


Transparência
de contas l Parecer T. Contas

Art. 48 da LC 101

2.1.9 Princípio da Não Afetação


O referido princípio está muito vinculado ao direito tributário, onde deixa claro que os im-
postos não poderão ter sua arrecadação destinada a uma reserva própria, ou seja, a caixa de-
terminado. Vale ressaltar que apenas os impostos e não os tributos é que não poderão ser com-
prometidos com despesas próprias.

Art. 167 da CF
São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repar-
tição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a
destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e
desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária,
como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação
de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, §
8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;

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*Para todos verem: esquema.

A arrecadação dos impostos não será


Todo Processo afetada
Orçamentário

A arrecadação não poderá ser


comprometida
Premissas Orçamentárias Não Afetação

Cuidado:
a) Dos demais tributos sim.
b) Art. 167, IV - Repartições Tributárias -
sim.

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3. Planos Orçamentários

O orçamento público é tratado pela Constituição Federal no seu artigo 165.

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.

Logo, será de iniciativa (proposição) do Poder Executivo a criação dos seguintes orça-
mentos | planos:
a) PPA → Plano Plurianual → Unidade por cada 4 anos → Plano Estratégico
b) LDO → Lei de Diretrizes Orçamentárias → 1 por cada ano → Plano Tático
c) LOA → Lei de Orçamento Anual →1 por cada ano

Entretanto, é importante ressaltar que não são apenas estes os planos previstos em
nossa Constituição Federal. Podemos citar o Plano Nacional de Saúde (3 anos) e o Plano Naci-
onal de Educação (10 anos), tudo isto conforme o que disposto no artigo 165, §4º da CF.
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição
serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacio-
nal.

Mas afinal do que contas o que é o PPA? Este é o plano que irá estabelecer as priorida-
des de governo nos seus 4 anos de governança. Ademais no PPA, os demais planos também
deverão fazer parte.
Já a LDO é um recorte da PPA (fatiamento), ou seja, apontará as prioridades do que
deverá ser realizado no último ano. Assim a LDO irá virar lei em determinado ano, mas com o
foco no ano seguinte e que irá virar a LO.
Por fim a LOA irá fixar às despesas e trazer a previsão de receitas.
Lembrando que todos estes planos, apesar de serem de iniciativa do governo, deverão
ser levados a apreciação do Poder Legislativa para apreciação.

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3.1 Plano Plurianual – PPA


Será de iniciativa do Poder Executivo e irá estabelecer as prioridades do governo para
os seus 4 anos de governança. Neste PPA serão estabelecidas as diretrizes, metas e objetivos
de governança, podendo inclusive estabelecer as regiões prioritárias de ação.
Tal plano será encaminhado no primeiro ano do mandato para apreciação pelo Poder
Legislativo. Foi criado pela CF/88 e terá a participação de outros poderes e órgãos para sua
feitura.
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretri-
zes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras
delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

Mas lembre-se: trata-se de função típica do Poder Executivo. Prova disto que se o Chefe
do Executivo não elaborar, ele responderá por crime de responsabilidade.
Muita atenção: o prazo de duração do PPA, já que apresentado no primeiro ano do go-
verno, serão contados do segundo ano do mandato até o término do primeiro ano seguinte do
novo mandado (seja do governo atual ou novo governo).
O PPA será enviado, na esfera federal, até o dia 31de agosto e deverá ser devolvido até
o dia 22 de dezembro. Lembra-se ainda que cada ente competente poderá dispor de prazo pró-
prio. Tal prazo mencionado é da esfera federal.
Acaso não for aprovado o PPA no prazo, o Congresso Nacional igualmente entrará em
recesso, permitindo-se convocação extraordinária para votação do mesmo conforme o que dis-
posto no artigo 57 da Constituição Federal.
Retornando o PPA do Congresso Nacional, o Presidente da República terá prazo de 15
dias úteis para sancionar e publicar.
Assim, conforme já exposto, o PPA será de competência privativa do Presidente da Re-
pública, em se tratando de PPA da União. Importante ressaltar que o mesmo não poderá se
delegado e deverá ter abrangência nacional.
O PPA Federal poderá adotar critérios macrorregionais, internacionais e nacionais, tudo
isto para atender as prioridades de cada região do país.
No tocante as aspectos formais e materiais o PPA não estará preocupada em discriminar
receita e despesa de forma objetiva. Por exemplo: teremos despesas que estarão na LOA, mas
não estarão no PPA, por exemplo.

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Mas afinal de contas existem despesas que deverão estar no PPA?


a) Despesas com Programa de Duração Continuada: são despesas continuadas que ul-
trapassam 1 ano.
b) Despesas com Capital: referente a aquisição de bens, como por exemplo um veículo
automotor.

Agora tenha muita cuidado: a gasolina, por exemplo, é despesa corrente e não de capital,
e logo não estará no PPA. Lembrando que a despesa de capital é aquela que contribuirá positi-
vamente para aquisição/formação de capital. As inversões financeiras não precisarão estar no
PPA.
Assim se lhe perguntarem na prova: despesa continuada para construção de um ginásio
e que durará mais de 1 ano, precisará estar no PPA? Sim, eis que trata-se de despesa que
perdurará por mais de 1 ano.
*Para todos verem: esquema.

Diretrizes

Estratégico Metas
Atenção:
a) Competência do Presidente
b) Não poderá ser delegada
c) Critérios Regionais
d) Não terá qualquer despesa
Objetivos

Iniciativa P. Executivo
(art. 165, I da CF) 4 anos contados do segundo
Duração de 4 anos ano do mandato até o término
do primeiro ano seguinte

Despesas que deverão Presidente deverá enviar até


constar: dia 31 de agosto e o
a) Duração continuada Congresso Nacional devolver
b) Despesas de capita. até o dia 22 de dezembro
Prazos
Presidente terá 15 dias úteis
para sancionar e publicar. Se
não fizer - crime de
responsabilidade

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3.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO


As lei de diretrizes orçamentárias serão o grande elo de ligação entre o plano plurianual
e a lei de orçamentária anual. Assim, para muitos, trata-se de um instrumento tático capaz de
fatiar os principais interesses governamentais para determinado ano de governo.
Mas cuidado na prova:
a) LDO → irá estabelecer as prioridades e metas.
b) LOA → irá fixar as despesas e prever as receitas.

Logo as LDO´s irão definir as metas e prioridades do governo para o próximo ano. Mas
lembre-se que aqui serão metas táticas, eis que as metas à longo prazo estarão estabelecidas
no PPA.
As LDO´s terão, igualmente, iniciativa do Chefe do Poder Executivo e serão elaborados
no ano anterior a LOA. Logo, a LDO de 2020 irá orientar a LOA de 2021, lembrando que precisará
virar lei ainda no ano de 2020, tudo isto com a finalidade de orientar à melhor direção e utilização
dos recursos frente as despesas fixadas na LOA do ano seguinte.
O conteúdo de uma LDO será estruturado na forma do artigo 165, §2º da CF:

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administra-


ção pública federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em
consonância com trajetória sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei
orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a
política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Igualmente a Lei de Responsabilidade Fiscal traz dispositivos sobre as LDO´S, quando


afirma que a mesma terá que ser composta de três anexos (metas fiscais | riscos fiscais | conte-
údo específicos).
Assim como o PPA, a LDO será de iniciativa do Poder Executivo e deverá passar pela
casa do povo, in casu, o Poder Legislativo para aprovação. Ainda, segundo o STF a LDO poderá
ser fiscalizada tanto pelo Legislativo, quanto pelo Tribunal de Contas.
Igualmente a LDO apresenta um importante papel, onde poderá propor alteração da le-
gislação tributária, bem como estabelecerá as formas de políticas de aplicação de agências fi-
nanceiras, como por exemplo: Caixa e BNDES.

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Art. 4º da LC 101 - A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art.


165 da Constituição e:
I - disporá também sobre:
§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que
serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas,
despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a
que se referirem e para os dois seguintes.
§ 2º O Anexo conterá, ainda: (segue o baile ...)
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avali-
ados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, infor-
mando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.
§ 4º A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico,
os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as
projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para
o exercício subseqüente.

Art. 165 da CF
§ 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a que se refere e, pelo
menos, para os 2 (dois) exercícios subsequentes, anexo com previsão de agregados fis-
cais e a proporção dos recursos para investimentos que serão alocados na lei orçamentá-
ria anual para a continuidade daqueles em andamento.

Igualmente é importante ressaltar que a avaliação do cumprimento dos objetivos das


políticas monetárias, creditícias e cambiais serão realizadas pelo BACEN e pela Comissão Mista
de Orçamento. Logo, para fixar conhecimento:
1º) Onde deverão constar os programas de regionalização? PPA.
2º) Onde deverão constar os programas de duração continuada? PPA.
3º) Onde deverão constar o equilíbrio entre receita e despesa? LDO.

Qual será o prazo para aprovação de uma LDO? Lembramos inicialmente que cada ente
poderá fixar o seu prazo. Ademais, tratando-se da esfera federal, o Presidente da República terá
prazo de até 15 de abril para apresentar a LDO. Já o Congresso Nacional terá o prazo até o dia
17 de julho para devolução. Da devolução o Presidente terá o prazo de 15 dias úteis para sanci-
onar e publicar, sob pena de crime de responsabilidade.
Pergunta de prova? Para aumentar despesa com pessoal, deverá existir autorização na
LDO e dotação na LOA? Sim, via de regra, deverá ter tal autorização e dotação, sem prejuízo do
processo de fiscalização com base na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Mas cuidado: em situação de calamidade (via pandemia), é possível contratar tempora-
riamente, sem autorização na LDO e sem que exista inclusive dotação orçamentária na forma
da Emenda Constitucional 106/2020 – art. 2º.

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*Para todos verem: esquemas.

Orientará elaboração da LOA

Metas

Lei de Responsabilidade
Tático
Fiscal - Anexos:
a) Meta fiscal (regra)
b) Risco fiscal (passivos Prioridades l Diretrizes de
fiscais) Políticia Fiscal
c) Conteúdo específico
(projeções)

Irá fatir plano pluriaual


Iniciativa P. Executivo
(art. 165, I da CF)

Terá duração de 1 ano e será


Duração de 1 ano +
elaborado no ano anterior a
meio ano
lei orçamentária anual
Aprovação e Fiscalização
a) Aprovação: legislativo
b) Fiscalização: legislativo & Irá dispor sobre o equilíbrio
T. Contas entre receitas e despesas.
Presidente apresentará até o
Cuidado:
dia 15 de abril, e Congresso
deselvoverá até o dia 17 de
julho

Metas e prioridades

Diretrizes de política fiscal e metas

Orientará elaboração da LOA

Funções LDO na CF/88

Alterações na legislação tributária

Não altera legislação tributária, mas tão


somente sugere modificações
Políticia de aplicação de financiamentos

Previsão de agregados fiscais e recursos

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*Para todos verem: esquema.

Equilíbrio de receitas e despesas

Critério e formas para limitar empenhos

Funções LDO na LRF Cont. custos e avaliação de resultados

Não altera legislação tributária, mas tão Condições e exigências transf. recursos
somente sugere modificações

Anexos de metas fiscais, riscos anexo

3.3 Lei Orçamentária Anual - LOA


As leis orçamentárias anuais tratam-se de instrumentos operacionais que serão elabo-
rados anualmente de modo a fixar (destinar) as despesas e prever as receitas. Assim tais leis
irão viabilizar em um sentido macro o PPA e o que fora priorizado na LDO, de modo a não gastar
mais do que fora arrecadado.
Lembre-se sempre que:
a) Visão Macro – Estratégia – PPA
b) Visão Tática – Prioridades – LDO
c) Visão Operacional – Execução – LOA

Estas leis orçamentárias anuais, serão organizadas em 3 esferas orçamentárias, porém


apresentadas em um documento único, de iniciativa do Executivo, muito embora os demais po-
deres também participem em sua elaboração.
São as 3 esferas:
a) Orçamento Fiscal: é a regra geral, ou seja, não sendo de seguridade ou de investi-
mento, será este orçamento fiscal. Assim, despesas com Educação, Defesa Nacional, Trans-
porte, Segurança, estarão aqui.

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*Para todos verem: esquema.

Não for de seguridade

Orçamento Fiscal Não for de investimento

Educação Regra Geral = Portanto será o orçamento


Transporte público fiscal
Defesa Nacional
Segurança Pública

b) Orçamento de Seguridade: será o orçamento destinado à custear/financiar a seguri-


dade social, ou seja, a Previdência, Assistência e Saúde da coletividade. Assim, através do SUS,
Bolsa Família, temos exemplos de onde são extraídos os recursos para referidas rubricas (dota-
ção).

*Para todos verem: esquema.

Abrangerá todas as entidades e órgãos


públicos

Orçamento da Seguridade Recursos que irão custear - PAS

Não terá por finalidade


Reduzir a desigualdade social SUS l Previdênca l Bolsa Família
Seu foco será o indivíduo e não nas regiões
do País

c) Orçamento de Investimento: será o orçamento do lucro (bolsa de valores, por exem-


plo). Na maior parte das vezes o orçamento diz respeito as ações ordinárias de empresas esta-
tais que o governo possua, principalmente aquelas que tenha a maior parte do capital social.
Vale ressaltar aqui que nas estatais onde não são controladas pelo governo, o orçamento não
precisará estar na LOA. Ou seja, tal orçamento servirá basicamente para demonstrar o quanto
de dinheiro público se tem aplicado nestas estatais.

Art. 165 da CF
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da

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administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Pú-
blico;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituí-
dos e mantidos pelo Poder Público.

*Para todos verem: esquema.

Recursos públicos para manter as despesas


(pessoal l custeio) nas empresas controladas
estarão no orçamento fiscal Aplicação para lucro

Orçamento de Investimento Exemplo: bolsa de valores

Estatais não controladas não precisarão Estatais controladas (maior parte do capital
demonstrar os valores dos recursos públicos social)
investidos na LOA

Qual a finalidade do presente orçamento?

Art. 165 (Orçamento Fiscal e Investimentos)


§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano pluri-
anual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério
populacional.

Mas atenção: o orçamento para seguridade social não terá como finalidade reduzir a
desigualdade social, eis que para este, deverá existir um tratamento isonômico.
As presentes Lei Orçamentárias Anuais terão vigência no ano civil, ou seja, entre 01 de
janeiro até 31 de dezembro, também chamado em provas de exercício financeiro.
Ainda, deverão as LOA´s de cada ente ter alguma reserva para algum imprevisto? A
resposta é positiva, ou seja, deverão ter uma reserva de contingência para situações de emer-
gência. A Lei de Responsabilidade Fiscal é clara ao afirmar que todos os entes deverão ter a
referida reserva. Quem definirá o montante à ser reservado serão as LDO´s de cada ente, através
de dotação global (percentual), definindo igualmente as LDO´s os critérios de utilização.

Art. 5º da LC 101 - O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível


com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei
Complementar:
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com
base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias,

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destinada ao:
a) (VETADO)
b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

*Para todos verem: esquema.

Reserva de situações de emergência

Poupança na LOA

Reserva Contingência Montante será definido na LDO de cada ente

Será realizado em percentual (dotação global)

Critérios de utilização também na LDO

3.4 Técnicas Orçamentárias


O Brasil já apresentou várias técnicas e/ou espécies de orçamento público. Do método
Tradicional, repassando pelo Incremental, acrescendo ainda o método da Base Zero e trazendo
junto o Participativo. Diante deste contexto, vários foram as metodologias orçamentárias utiliza-
das pelos gestores públicos.
Até 1964, por exemplo, o Brasil adotou a metodologia do orçamento Clássico, proveni-
ente da Inglaterra. Tal orçamento apresentada as seguintes características:
a) Desvinculado do Planejamento: sem limites de gastos;
b) Focava no objeto e não no objetivo;
c) Documentação não era obrigatória;
d) Despesa identificada pelo gestor que se utilizava do crédito;

Após 1964 o Brasil passou adotar o modelo de Orçamento Programado, tendo como
base a própria Lei 4.320/64. Tal orçamento apresenta as seguintes características:
a) Foco no objetivo (resultado);
b) Planejamento;
c) Controle e Avaliação de Gastos;

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d) Base firmada em um programa.

Nada obsta afirmar que junto ao Orçamento Programado, alguns governos utilizaram da
metodologia do Orçamento Participativo em suas gestões.

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4. Ciclos Orçamentários

Para muitos doutrinadores, apresentamos duas visões sobre o ciclo orçamentário. Po-
deremos dizer sobre a existência de uma visão básica e uma visão estendida. Entretanto, apesar
destas visões, trabalharemos aqui com a visão básica, que para efeitos de prova, é a mais lem-
brada pelos examinadores.
Mas afinal de contas, quais são as etapas do ciclo orçamentário, quando da elaboração
dos planos orçamentários:
1º) Elaboração → P. Executivo
2º) Aprovação → Poder Legislativo
3º) Execução → P. Executivo
4º) Controle e Fiscalização → P. Legislativo auxiliado pelo Tribunal de Contas.

Logo, em rápido e breve resumo, compreendemos que este ciclo terá um início, meio
e fim.

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5. Processo Legislativo

Uma vez elaborados os planos orçamentários de iniciativa do Poder Executivo, eles che-
garão até o Poder Legislativo para que lá sejam discutidos, aprovados e fiscalizados. Logo a
aprovação destes planos dependerá de prévia discussão e votação.
Daí já realizamos a primeira pergunta: quando da discussão estes planos poderão ser
alterados? A resposta é positiva, e em se tratando da LOA, por exemplo, as mudanças poderão
ocorrer através de emendas parlamentares.
Uma vez apresentadas tais emendas parlamentares, será proposta nova discussão e
votação pelos membros do Congresso Nacional (sem se tratando de planos orçamentários fede-
rais). Uma vez aprovados, serão remetidos novamente até o Chefe do Executivo para sanção e
publicação.
Lembramos ainda que cada ente terá seus planos orçamentários e processos próprios.
Outra questão bastante importante é de que não poderá ocorrer a confusão entre o pro-
cesso legislativo comum e o processo legislativo orçamentário, eis que por exemplo: o processo
legislativo comum será iniciado, sob a ótica federal, dentro de uma das casas do Poder Legisla-
tivo, seja no Senado ou na Câmara dos Deputados. Já o processo legislativo orçamentário será
remetido diretamente a Mesa Diretora do Congresso Nacional.
Logo, é preciso dizer que o procedimento legislativo orçamentário apresenta regras pró-
prios e que somente poderá adotar as regras atinentes ao processo legislativo comum, o que
não contrariar as regras específicas do artigo 166 da CF, conforme preceitua o parágrafo 7º do
referido texto constitucional.
§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto
nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.

Assim, tendo como base o Projeto de Lei Orçamentário Anual Federal passaremos a
estudar o procedimento legislativo orçamentário conforme o que disposto na Constituição Fede-
ral. Logo, uma vez proposto o PLOA, o Presidente enviará para o Congresso Nacional até o dia
31 de agosto.
A propósito, este PLOA poderá ser emendada acaso ocorra defasagem na previsão das
receitas? A resposta é positiva, e isto ocorrerá através de um novo projeto de lei.

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De que forma será enviado o PLOA? Será enviado através de mensagem presidencial,
de forma eletrônica. Tal mensagem será encaminhada através do Sistema Integrado de Plane-
jamento e Orçamento à Mesa Diretora do Congresso Nacional.
Após análise da Mesa Diretora, o PLOA será encaminhado para Comissão Mista de Or-
çamento que será composta por 40 parlamentares das duas casas. Tal comissão mista será
permanente, porém renovada a cada ano. Atualmente é regulada pela Resolução nº 01/06 do
Congresso Nacional.

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao


orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Con-
gresso Nacional, na forma do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais
previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária,
sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas,
criadas de acordo com o art. 58.

Qual será a forma de atuação da CMO? Fiscalização e execução das normas.


Quando da análise pela CMO (Comissão Mista Orçamentária) poderá algum parlamentar
sugerir alteração na destinação de recursos, ou seja, modificar a área de destino? A resposta é
positiva, sendo possível inclusive que parlamentares que não são membros da Comissão suge-
rirem tais alterações, o que chamamos de emendas parlamentares. Lembrando ainda que so-
mente serão possíveis 25 emendas individuais.
Mas, para propor alteração existem requisitos? A resposta é positiva, conforme abaixo
demonstrado:
1º) Emenda Parlamentar terá que ter compatibilidade com o PPA e com a LDO.
2º) Emendar Parlamentar terá que indicar a fonte de recursos.

Ademais, será igualmente possível que um parlamentar venha modificar a dotação orça-
mentária, retirando recursos alocados para atender a determinada rubrica para atender outra de
seu melhor interesse. Logo o parlamentar poderá anular uma despesa, apropriando-se de um
recurso, desde que, atenda aos requisitos acima expostos.
Entretanto, existem despesas que jamais poderão ser anuladas:
1º) Despesa com Pessoal e Seus Encargos;
2º) Serviços da Dívida;
3º) Transferências Constitucionais Tributárias.

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Art. 166, §3º da CF:


As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem so-
mente podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de
despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal;

Sobre a reestimativa de receitas, sempre é importante ressaltar que elas poderão ser
feitas seja pelo Poder Executivo, mas também pelo Poder Legislativo quando da análise do PLO.
Normalmente o PLO tem suas receitas reestimadas quando ocorre omissão ou erro. Lembro
ainda se a receita diminuir, chamaremos de emenda supressiva, logo não será necessário indicar
à fonte.
Igualmente, questiona-se: quais serão as fontes para que ocorram emendas parlamen-
tares?
1º) A primeira fonte será aquela decorrente de anulação de despesas (poderá ser total
ou parcial);
2º) Já a segunda fonte será aquela decorrente de reestimativa de receita.

Por fim, outros pontos importantes sobre o processo legislativo:


1º) Quando já iniciada votação do projeto, poderá o Presidente da República buscar mo-
dificá-lo? A resposta é negativa. Assim, quando já iniciada a votação o Chefe do Executivo já
não mais poderá enviar projetos alterando.
2º) Poderá o PLOA ser rejeitado totalmente? A resposta é positiva. Em caso de rejeição
total, poderá ser utilizado a LOA do ano anterior? A resposta é igualmente negativa em face da
lesão ao princípio da anualidade.
3º) Chefe do Executivo será obrigado a concordar com todas as mudanças | emendas
sugeridas pelo Congresso? A resposta é negativa, eis que o mesmo terá o poder de vetar tais
alterações.

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6. Vedações Orçamentárias

Reza o artigo 167 da Constituição Federal quais são as condutas e/ou matérias que não
poderão ser incluídos (vedadas) quando da elaboração dos orçamentos públicos por nossos
gestores.
Sobre as vedações no que tange à execução orçamentária, podemos destacar os incisos
I, VI, VIII, X, XII e XIV. Nestes temas vamos encontrar importantes informações e limitações ao
andamento e propostas de orçamento, suas limitações para realização de receitas e fixação dos
gastos.
Já sobre abertura de créditos adicionais, é importante que o aluno conheça do artigo 167
mais dois incisos: VII e V.
Por fim, sobre as discriminações das receitas e despesas, a leitura deverá percorrer o
artigo 167 da Constituição Federal, e os respectivos incisos II, III e IV.
Já sobre a Execução Orçamentária, é muito importante que o aluno conheça da dispo-
nibilidade (ciclo) financeira das unidades orçamentárias:
a) Empenho.
b) Nota de Empenho
c) Liquidação
d) Ordem de Pagamento
e) Pagamento

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7. Programação e Execução Orçamentária

Toda programação e execução orçamentária servirá para o acompanhamento do fluxo


de entradas (receitas) e saídas (despesas) do orçamento público. Ademais sempre é importante
relembrar que não teremos despesas, sem prévia definição de suas respectivas receitas.
Logo, a referida programação orçamentária e financeira servirá para integrar o planeja-
mento (plano) com à execução do orçamento público. Desta feita irá detalhar a nível operacional
a Lei Orçamentária Anual.
Já a execução orçamentária também poderá ser conceituada como a utilização dos cré-
ditos consignados no orçamento disposto no plano.
Por fim, ainda sobre os conceitos, conceitua-se a execução financeira como a utilização
dos recursos financeiros.
Diante do que tudo isto, o referido acompanhamento será necessário para garantir o
cumprimento das metas fiscais e o equilíbrio do orçamento público, um dos pilares de uma boa
gestão fiscal.
Na forma do artigo 8º da Lei de Responsabilidade Fiscal, após 30 dias da publicação do
orçamento, terá o gestor público de publicar um Decreto de Programação, onde programará este
fluxo de entradas e saídas.
Ademais, na forma do artigo 9º da Lei Complementar 101 se houver percepção e verifi-
cação da perda de receitas, terá o gestor público que realizar a limitação dos empenhos, sob
pena de não ter a observância do cumprimento das metas fiscais.
Lembro que tal limitação de empenho será obrigação e não opção do gestor público.
Igualmente tais regramentos estarão previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias do ente com-
petente.
A verificação será realizada de forma bimestral. Por fim, caso exista o restabelecimento
das receitas, a recomposição será proporcional, de acordo com as dotações que inicialmente
foram perdidas e agora se recupera.
Compreendida a fase organizacional, passaremos a estudar a descentralização do cré-
dito orçamentário. Tal momento se constitui na movimentação dos créditos e dos recursos.
A descentralização poderá ser orçamentária ou financeira.
No que tange a descentralização orçamentária, podemos afirmar que tratar-se da

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movimentação (dotação) que órgão central para os órgãos setoriais. Ademais, quando tratar-se
de descentralização interna, vamos chamar de provisão. Entretanto quando ocorrer entre estru-
turas externas, ou seja, entre órgãos distintos, vamos nominar de Destaque.
Já no que tange a descentralização financeira, ou seja, dos recursos, teremos o repasse
da cota financeira do órgão central aos órgãos setoriais. Tratando-se da movimentação entre
órgão de unidades vinculadas vamos nominar de Sub-Repasse. Entretanto, acaso ocorra entre
órgãos distintos, vamos nominar de Repasse.

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