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AO EXMO JUIZ DO TRABALHO DA 80ª VARA DO TRABALHO DE CUIABA/MT

EXMO DR JUIZ DO TRABALHO...


AO JUIZO DO TRABALHO…

PROCESSO N. 1000/2018

TECELAGEM FIO DO OURO S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrina no CNPJ n. X,
estabelecida a Rua X, Bairro X, Cidade X, Estado X, representada pelo seu
diretor/presidente X, qualificação X, vem perante V. Exa.,através de seu advogado, interpor
a presente
CONTESTAÇÃO
nos autos da reclamação trabalhista que lhe move JOANA DA SILVA, sobre os fatos e
fundamentos que seguem.

DAS PRELIMINARES DE MÉRITO - ART. 337 DO CPC


DA INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL

A petição da inicial da reclamante encontra-se inepta em relação ao pedido de


periculosidade. A inicial faz pedido, sem contudo possuir causa de pedir. Nos termos do art.
337, IV c/c art. 330, §1º, I do CPC, deve o juiz extinguir o pedido por sentença sem
resolução de mérito.

DAS PREJUDICIAIS DE MÉRITO


PRESCRIÇÃO

Na forma do art. 11 da CLT, a prescrição trabalhista incide sobre período superior aos 5
últimos anos , contados do ajuizamento da ação. Assim, deve o juiz extinguir por sentença
pela prescrição os créditos trabalhistas vencidos anteriores a 15/10/2013.

DO MÉRITO
DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Alega a reclamante que laborou na reclamada no período de 10/05/2008 a 29/09/2018, que


pediu demissão, alegando diversos pedidos. Não procede a verdade dos fatos.

DO PEDIDO DE DANO MORAL


Alega a reclamante que era submetida a trabalho repetitivo, que ocasionou doença
profissional, referente a lesão por ausência de ergonomia no local de trabalho, quanto aos
móveis da empresa; Diante disso, requereu pedido de condenação por dano moral.
Improcede.
A própria reclamante juntou aos autos, documento médico com exame de ressonância
médico, onde consta que sua doença na coluna, é fruto de doença degenerativa. Assim,
não há nexo de causalidade entre o dano alegado e a conduta empresa. Pois, quem é
portador de doença degenerativa, independe de lesão por esforço. Assim, deve o pedido de
dano moral ser indeferido, eis que não havendo dano , nem nexo de causalidade, não há
que se falar em indenização na forma do art. 186 do CC c/c art. 927 do CC.

DO PEDIDO DE PAGAMENTO DE CESTAS BÁSICAS

Pede a reclamante o pagamento de cestas básicas referente ao período de agosto e


setembro/2018, sob a alegação de que a reclamada sempre pagou cestas básicas e cortou
indevidamente. Improcede.
A reclamada agiu licitamente, pois a obrigação de pagar cestas básicas estava prevista em
convenção coletiva, que vigorou entre julho/2016 a julho/2018, sem renovação. Desta
forma, nos termos do art. 614, §3º da CLT, não há mais que se falar em ultratividade da
norma coletiva, ou seja, caso a norma coletiva encerra sua vigência, esta perde a validade
devendo ser votada nova convenção, ou proposta ação coletiva de dissídio coletivo.

DO PEDIDO DE HORAS EXTRAS

Alega a reclamante que por ocasião de participação em atividade religiosa na empresa,


permanecia por 2x na semana, por mais de 1h requerendo condenação da reclamada ao
pagamento de horas extraordinárias. Improcede.
A reclamante não era obrigada a participar das atividades religiosas que ocorriam na
reclamada. As atividades eram realizadas após o expediente. Assim, nos termos do art. 4,
§2º, I da CLT, não se considera tempo a disposição do empregador o período que o
trabalhador passa nas dependências da empresa para exercer atividades não laborativas.

DO PEDIDO DE DEMISSÃO

Alega a reclamante que solicitou pedido de demissão, porém, alega que foi coagida a pedir
demissão sob ameaça de dispensa por justa causa. Improcede.
A eventual alegação de vício à vontade compete a quem alega, nos termos do art. 337,I do
CPC. Alega a reclamante vício de vontade nos termos do art. 171 do CC.
Importa que a reclamante assinou de livre e espontânea vontade termo de demissão
conforme consta nos autos.

DO PEDIDO DE ADICIONAL POR ACÚMULO DE FUNÇÃO.

Alega a reclamante que faz jus ao adicional de acúmulo de função de 30%, sob o
fundamento de que foi contratada como cozinheira, porém, exercia atividade garçom, ao ter
que servir a comida preparada a 5 funcionários do setor. Improcede.
Não há incompatibilidade funcional entre a função de cozinheira com a da pessoa que serve
o próprio alimento preparado aos seus colegas de trabalho. Tal atividade não corresponde a
função de garçom, nem tampouco, pode ser considerada adicional de função, pois tal
atividade além de não ser incompatível, também não é habitual. Assim, nos termos do art.
456, parágrafo único da CLT, não havendo cláusula contratual ao contrário, considera-se
que o empregado se obrigou a todas as atividades e serviços decorrentes da sua função.

DA INTEGRAÇÃO DO PLANO ODONTOLÓGICO COMO SALÁRIO IN NATURA.


Alega a reclamante que recebia plano odontológico gratuito da empresa. Requer sua
integração como salário in natura. Improcede.
Nos termos do art. 458, §2, IV da CLT, a concessão de plano odontológico não configura
expressamente salário in natura.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto,
Pela preliminar seja extinto sem resolução de mérito o pedido de adicional de
periculosidade por inépcia da inicial;
No mérito, seja acolhida o pedido de prescrição das verbas vencidas anteriores a
15/10/2013;
E nos demais pedidos, sejam julgados improcedentes na totalidade, nos termos da
fundamentação da contestação.

Protesta por todos os meios de provas em direito admitidas;


Requer a condenação da reclamante ao pagamento dos honorários sucumbenciais, no
importe de 15% do valor da causa;

Pede Deferimento
Local/DATA

ASSINATURA DO ADVOGADO
OAB X

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