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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 11ª VARA DO TRABALHO DA CIDADE DE

CASCAVEL, ESTADO DO PARANÁ.

Autos nº. 0001.00.2022.00

STAR MOVIE LTDA, sociedade empresária limitada, possuidora do CNPJ de nº.


00.111.222/0001 e do endereço eletrônico denominado de XXXXX, sediada na Rua Recife, nº.
01, Centro, CEP. 01.002.003, na Cidade de Cascavel, Estado do Paraná, por intermédio de seu
advogado XXXXX que abaixo assina, devidamente constituído com procuração anexa, inscrito
na OAB sob o nº. 2022, com endereço profissional na Rua da Justiça, nº. ..., bairro ..., CEP..., na
Cidade de Cascavel, Estado do Paraná, endereço eletrônico ..., onde recebe intimações, vem,
respeitosamente, na presença de Vossa Excelência apresentar, com base no artigo 847 da CLT
e 335 e seguintes do CPC

CONTESTAÇÃO

Em face da Reclamatória Trabalhista de Rito Ordinário, proposta por MARLON BRANDO,


estado civil, profissão, CPF, RG, endereço eletrônico, pelas razões de fato e de direito a seguir
expostas.

I – Dos Fatos

O Reclamante ajuizou a demanda em face do Reclamado alegando que foi devidamente


contratado, como Auxiliar Financeiro em 05/09/2015, devidamente registrado na GTPS, sendo
que em 08/06/2022 recebeu aviso prévio, ainda, recebeu todas as verbas rescisórias devidas e
pertinentes à demissão sem justa causa.

Contudo, Marlon pleita pela reintegração ao contrato do trabalho, alegando que apresentou
candidatura ao cargo de dirigente sindical da sua candidatura profissional na data de
20/06/2022 e indenização substitutiva no valor estimado de R$ xxxxxx. Alega ter trabalhado de
segunda à sexta-feira das 16h às 22h com pausa de 15 minutos de intervalo apenas, sem
receber horas extras e adicional noturno.

Requer, ainda, dano moral decorrido por ter sido supostamente vítima de descumprimentos
contratuais, sem se quer pontuá-los, por parte da Reclamada e condenação ao pagamento de
honorários sucumbenciais no importe de 20% sob o valor da condenação.

II – Da Prejudicial de Mérito:

O Reclamante foi contratado em 05/09/2015 e recebeu o aviso prévio em 08/06/2022, relativo


a dispensa sem justa causa. Ajuizou a presente Reclamação Trabalhista em 01/08/2022.

Conforme estabelece o artigo 7º, inciso XXIX da CF, Art. 11, inciso I, da CLT, Súmula 308, inciso
I, TST, o prazo prescricional aplicável ao caso é de 5 anos, a contar do ajuizamento da ação.

Considerando que o reclamante ajuizou a ação em 01/08/2022, todas as verbas e direitos


anteriores a 01/08/2017 estão fulminadas pela prescrição quinquenal.

III – Da Impossibilidade de Reintegração: analisar Súmula 369, V, do TST.

O Reclamante recebeu aviso prévio em 08/06/2022 e protocolou pedido de candidatura à


dirigente sindical em 20/06/2022, comunicado a Reclamada via e-mail, com a alegação de
gozar de estabilidade no emprego, em razão de tal circunstância.
Considerando que o Reclamante estava cumprindo aviso prévio quando a candidatura à
dirigente sindical, não faz jus a estabilidade no emprego, conforme entendimento consolidado
pelo TST, por meio da Súmula 369, item V, que estabelece que durante o período de aviso
prévio, não é assegurada a estabilidade ao empregado a cargo dirigente sindical, ainda que
indenizado.

No mesmo sentido, em não havendo estabilidade no emprego, não há o que se falar em


reintegração, tampouco em indenização substitutiva, sendo o caso de improcedência da ação.

IV – Da não supressão dos intervalos e da não incidência de adicional noturno

É incontroverso que o Reclamante desempenhava jornada de trabalho das 16h às 22h, com
intervalo de 15 minutos, conforme cartões ponto em anexo.

O artigo 71 da CLT, estabelece que em caso de jornada de trabalho de até 6h, o intervalo
intrajornada será de 15 minutos, de modo que os fatos relatados pelo próprio Reclamante
denotam que nunca houve supressão de intervalo.

Considerando que o Reclamante laborava até às 22h, conforme reconhecido na inicial,


inexistente direito à percepção de adicional noturno, tendo em vista que o artigo 73, § 2º, da
CLT, estabelece que a jornada entra às 22h e 5h do dia seguinte terá remuneração acrescida de
20%, o que não é o caso dos autos.

Ante o exposto, resta evidenciado que os pedidos do Reclamante não preenchem os requisitos
dispostos pela CLT, bem como demonstrado, desta forma, não merecem ser acolhidos.

V – Da Inaplicabilidade do Dano Moral: explicar a ausência de dano, ato ilícito e nexo de


causalidade, e ausência de comprovação (ônus da prova incumbe a quem alega – Art. 818 da
CLT).

O Reclamante alega que sofreu dano moral em razão de assédio moral e psicológico, tendo
sido vítima de descumprimentos contratuais, que lhe causam inúmeros prejuízos, contudo,
não lhe assiste razão.

O dano moral demanda a comprovação de lesão a direitos de personalidade, nos termos do


artigo 818 da CLT, bem como a comprovação da existência dos requisitos da responsabilidade
civil, quais sejam conduta culposa, nexo de causalidade e dano, no entanto, verifica-se do caso
que o Reclamante não indicou sequer indícios de ocorrência de dano.

Cabia ao Reclamante se desincumbir do ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, na


forma do artigo 818 da CLT, no entanto, não logrou êxito para tanto, deixando de demonstrar
qualquer descumprimento contratual, assédio ou outro ato ilícito por parte do empregador

O artigo 223-G, § 1º, CLT, estabelece os requisitos para a configuração do dano, a


quantificação da indenização de acordo com a gravidade do dano, de modo que o Reclamante
deixou de demonstrar a correlação e adequação do valor pretendido, com os fatos
supostamente vivenciados (sequer comprovados)

VI – Dos Honorários Sucumbenciais:

O Reclamante postula o pagãmente de honorários sucumbenciais no importe de 20% do valor


da condenação com base no artigo 85, do CPC.
Ocorre que a CLT estabelece em seu artigo 791-A da CLT, que os honorários serão fixados
entre 5% e 15%, sendo esta previsão específica para o processo trabalhista.

Desse modo, não há que se falar em fixação de honorários em favor do advogado do


Reclamante, tendo em vista a improcedência da ação e, de toda sorte, a eventual fixação deve
se dar com base no artigo 791-A da CLT.

VII – Da Litigância de Má-fé: analisar artigos 793-A a 793-D da CLT.

Considerando que os pedidos do Reclamante, como o pedido de supressão de intervalo,


adicional, pedido de indenização por assédio moral e psicológicos completamente infundados
e desprovidos de provas, bem como já expostos e fundamentados na presente contestação.

Estes vão evidentemente contra os textos normativos, além de utilizar o processo para obter
objetivo ilegal, desta feita caberá a litigância de má-fé, bem como dispõe o artigo 793-B da
CLT.

VIII – Dos Requerimentos:

Ante o exposto, requer-se:

a) O recebimento e o acolhimento da presente peça contestatória em todos os seus termos


para julgar improcedente a Reclamatória Trabalhista e condenar o reclamante ao pagamento
das custas processuais;

b) O acolhimento e a aceitação da prejudicial de mérito para extinguir o processo com


resolução do mérito no que tange as verbas anteriores a

c) Invoca o reclamado, “ad cautelam”, a compensação dos valores pagos ao reclamante,


mensalmente, a esses títulos, caso venha a ser reconhecido algum crédito ao Reclamante (art.
767 da CLT);

d) Em decorrência da improcedência de todos os pedidos do reclamante, que seja o mesmo


condenado por litigância de má-fé;

e) Requer-se provar o alegado por meio de prova documental, depoimento pessoal das partes,
prova testemunhal e todos os demais meios de prova em direito admitidos.

Nestes termos, pede deferimento.

Local, data

Advogado

OAB/PR 2022

Auxílio nas Questões:

1 – Analisar artigo 3º da CLT + artigo 7º, alínea a da CLT e artigo 1º da LC 150/2015.

2 – Analisar a Lei 11.788/08, §§ 1º e 2º do art. 3º + requisitos do vínculo de emprego.

3 – Art. 855-B e seguintes da CLT.

4 – Analisar súmula 283 do TST.

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