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Caderno de direito societário – CP2

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

delineadas no Código Civil, por meio das cláusulas gerais descritas pelo art. 50, caput, do
Código Civil (confusão patrimonial ou desvio de finalidade, cada hipótese aliada à
insolvabilidade), bem como na legislação extravagante, destacando-se, nesse particular, o CDC,
mais precisamente seu art. 28, § 5º, que se propõe contextualizado apenas diante da eventual
insolvabilidade da pessoa jurídica, sem a necessidade da afirmação de outros requisitos.

Art. 391 CC e 789 CPC - A responsabilidade da sociedade por suas obrigações, em princípio não
pode ser imputado aos sócios.

SOCIEDADE LIMITADA

1. ESTRUTURA JURÍDICA DA SOC. LIMITADA

I. Os sócios possuem responsabilidade por infração a. Lei ou contrato. Art. 1080

II. Os sócios possuem voto proporcional ao valor de participação no capital socia. Art. 1010 c/c
1054
Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da
sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada
um.

Art. 1.054. O contrato mencionará, no que couber, as indicações do art. 997(contrato escrito), e, se for o caso,
a firma social.

III. A deliberação põe ser tomada através de reuniões ou assembleias, firmadas através do
contrato social.

 Dispensa - art. 1072 §3˚


 Administração - art. 1060
 Convocação - art. 1072 e 1073c/ 1052 §3˚
 Quórum de instalação - art. 1074

IV. A sociedade limitada pode ser constituída por sócio estrangeiro

2. DAS COTAS

V. As cotas são frações do capital social, e ainda, atribui ao sócio titular direitos de natureza
patrimonial como também de participação política
VI. Na SLU ela pode corresponder não a Uma fração, mas sim a ódio capital social.

VII. A cota tem natureza de bem móvel incorpóreo.

VIII. Objeto de garanti em forma de penhore não hipoteca.

2.1 DIVISÃO DO CAPITAL

A. em cotas - pode ou não ser empresária a depender de seu objeto.

I. Podem ter valores desiguais

II. O limite de responsabilização é do VALOR da cota e não da quantidade

B. Em ação - sociedade empresária

I. O valor será o mesmo para todas elas

C. Sem capital – cooperativa

III. A lei permite que não haja avaliação dos bens, mas a estimação deles. A lei exige que essa
estimativa corresponda ao valor real. Caso o valor real esteja abaixo do estimado, a ei exige
que os sócios prestem a diferença de forma solidária até 5 anos do arquivamento do contrato.
Após os 5 anos, não há mais solidariedade, mas haverá responsabilidade do sócio que
integralizou o bem de valor diverso.

2.3 COPROPRIEDADE/CONDOMÍNIO DE COTAE (ART. 1.056)

I. A cota e indivisível em relação a sociedade e não aos sócios.

II. Os direitos sobre a cota somente podem ser exercidos por um representante. Salvo para
efeito de transferência.

III. A cota não possui representação especial por lei, ou seja, em um certificado. Ela e provada
através d contrato social. A lei apenas prevê que ela esteja discriminada no contrato, mas não
sua obrigatoriedade de representação.

IV. Possui regra Própria para sua sessão.

V. CAUÇÃO OU GARANTIA DA COTA

Sendo a cota dada em garantia, ela é considerada um penhor. Art. 1451 cc. Ele se construí
mediante instrumento público ou particular registrado no registro de títulos e documentos.

3. AUMENTO E REDUÇÃO DO CAPITAL INICIAL - art. 1081 e 1082


4. AQUISIÇÃO DAS COTAS. PELA PRÓPRIA SOCEDADE

I. Parte da doutrina entende ser omissa. Parte minoritária entende como uma vedação
implícita por não estar autorizado expressamente.

II. Se o contrato não regular e a regência for pela Soc. simples, não pode a própria sociedade
aquirir pela vedação do art. 1031 §1˚ . Se houver previsão e a regência for pela lei Sá SÁ, é
admitida por força do art. 30 §1˚.

4. PENHORABILIDADE

I. São penhoráveis seja coa de soc. limitada simples ou empresária.

II. Baseados o CPC art. 835, IX.

III. São absolutamente nulas as cláusulas de impenhorabilidade de cotas. O ato de vontade não
perpassa

IV. Art. 861 CPC. Entende que penhorada as cotas de sócio em soc. Simples ou empresária, o
juízo fixará nos autos da execução, prazo de até três meses da data de sua decisão, pra que a
sociedade levante o balanço especial, onde se apurará o valor das cotas, oferecer as outras aos
demais sócios (d. De preferência) apenas após, realiza a liquidação das cotas.

5. DA ADMINISTRAÇÃO

I. O art. 997 VI obrigada que o contrato indique as pessoas naturais incumbidas da


administração, sem índice quantitativo mínimo.

II. Pela regra da anônima, limitada admitir conselho de administração, deverá haver o mínimo
e 3. Art. 140 LSA.

III. Pode ser composta por sócios apenas pessoas jurídicas. Porém nem neste caso, o
administrador pode ser pessoa jurídica, apenas natural.

5.1. NOMEAÇÃO. DESTITUIÇÃO DOS ADMINSTRAORES

I. O legislador permitiu na Soc. LTDA que sua designação possa ser feita em ato separado. Art.
1.060 C/C art. 1012. Deve, contudo, ser dado publicidade a quem administra a sociedade E
arquivado no registro da piedade, sob consequência de nao possuir efeito contra terceiros.

II. art. 1060 §Ú. Na Soc. LTDA o contrato pode atribuir adm a todos os sócios, também
chamada de administração DISJUNTIVA (art. 1013). Ela nao se detende d plenos direitos a
novos sócios, devendo haver designação específica ou alteração do contrato havendo a
abrangência dos novos sócios.

III. O quórum de destituição é de mais da metade do capital social. Art. 1076


5.2. CAUÇÃO DOS ADM.

I. Não há previsão na lei. Pode ser uma garantia pessoa, real ou bancária.

II. Caução é uma questão facultativa que o contrato pode exigir ou nao. E se exigir, deve
regular qual o tipo de caução será.

III. Se. Contrato tiver regência pela lei de Sá, A CAUÇÃO NÃO É OBRIGATÓRIA. A LEI PREVÊ a
caução chamada garantia de gestão, art. 148, de forma facultativa.

IV. Os poderes de gestão, veem estar no contrato social, de cordão com o art. 997 VI. Na LTDA,
por poder ser designado em ato separado, ele virá em ato separado. No art. 105 sao trazidos
os poderes gerais, fora destes são os chamados. Poderes especiais, ou seja, necessita
autorização especial.

PODERES GERAIS:
Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da
sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria
dos sócios decidir.

Art. 1060, 1054, 1022

5.3 RESP. DO ADM

Segue obrigatoriamente a regra da soc. Simples, por expressa previsão.

Art. 1016.

Respondem solidariamente se houver uma coparticipação, perante a sociedade e terceiros. Prejudicados, por
culpa lato sensu no empenho de suas funções.

desconsideração da pers. jurídica não se confunde com responsabilidade do administrador.

6. CONSELHO FISCAL (Introdução)

Órgão facultativo, instituída pelo contrato também de forma facultativa.

Os membros são necessariamente designados pela assembleia de sócios. Pessoas naturais, equiparadas aos
administradores.

Art. 1066. A. Sociedade deve observar o número mínimo de 3 membros.

Diferente da administração, faz-se necessário a eleição de suplente.

O impedimento dado pela administração se estende ao conselho fiscal.

I. Atuações fundamentais

A. Fiscal da gestão dos atos dos administradores.

B. Examinar a contabilidade e documentos contábeis da sociedade


C. Dar parecer e denuncia das fraudes aos sócios. PORÉM SO OS SOCIOS PODEM DESTITUIR

6. DELIBERAÇÕES SOCIAIS

Adotamos a teoria organicista.

As deliberação social é um procedimento de formação da vontade societária como


manifestação majoritária e vinculativa dos sócios nas hipóteses previstas na lei ou no
contrato social. (art. 997, 1012, 1013, 1060)

6.2 Natureza jurídica

Não possui natureza jurídica de ato jurídico em sentido estrito pois os efeitos não
advem da lei, e tampouco negócio jurídico/ contratual, pois vincula até os que não
concordaram com a deliberação majoritária.

A doutrina apresenta uma natureza jurídica não tradicional, chamada de ato


coletivo/ ato colegial/ato regra.

6.3 A estrutura prevista no Código Civil

Em regra, o Código Civil e trouxe uma visão mais formalista.

A votação se dá na proporção do capital social, e não por cabeça, nos termos


do.1.010, caput, CC.

6.4 As formas de deliberação

De acordo com o art. 1.072 do Código Civil, há duas formas de deliberação, que
pode ser dar:

(I) Assembleia: Ato mais formal e rígido, uma vez que os atos vem previstos na lei.
São obrigados para as sociedade com mais de 10 sócios ou o contrato não dispor de
forma diferente.

São características da Assembleia Ordinária (art. 1.078, CC.):

(a) Obrigatoriedade (1071 E 1072)

(b) Periodicidade (1078)

(c) Determinação (1072 e 1010)


(II) Reunião: Ato mais livre e simplificado. O contrato social pode dispor de forma
diferente da prevista na lei. No silencio, aplicam-se as regras da Assembleia.

Só pode ser realizado quando existir até 10 sócios.

No que pese o art. 1.078, CC. determinar a existência de uma assembleia ordinária
anual, parte da doutrina compreende que ela não se aplicaria para as sociedades que
adotassem a reunião como forma de deliberação.

Nas hipóteses de pequena ou microempresa, não há necessidade de reunião ou


assembleia (art. 70, lei complementar 123/2006).

6.5 Fases

(I) Convocação: O administrador tem a legitimidade para convocar a assembleia


(art. 1.072, CC.). De forma subsidiaria, poderá o sócio em caso de atraso de mais de
60 dias do administrador, ou pelo Conselho Fiscal se a diretoria atrasar mais de 30
dias. Devem ser feitas no mínimo 3 convocações, sendo a primeira pelo menos 8
dias antes e a segunda, 5 dias antes.

(II) Instalação (art. 1.074, CC.): Em regra, a primeira convocação requer 3/4 do
capital social. Não se trata de ato personalíssimo, de modo que cabe mandato.

(III) Deliberação (arts. 1.071 e 1.076, CC.): O contrato social pode alterar o quorum
de deliberação apenas para mais, de modo a tornar mais rígido, nunca para menos.

É cabível um acordo de cotistas.

(IV) Arquivamento: Não havendo arquivamento de deliberação social para alteração


do contrato social, não impõe a responsabilidade ilimitada, afastando o art. 1.052,
CC.

O enunciado 383 da CJF, no entanto, prevê justamente o contrário: A falta de registro


do contrato social (irregularidade originária - art. 998) ou de alteração contratual versando
sobre matéria referida no art. 997 (irregularidade superveniente - art. 999, parágrafo único)
conduz à aplicação das regras da sociedade em comum"
7.Dissolução Parcial da Sociedade

7.1 O contrato societário

Trata-se de um contrato plurilateral.

ART.1028

7.2 Morte

Em regra, no caso da morte do sócio, liquida-se a cota e os herdeiros herdarão o


capital. No entanto, o contrato pode dispor de forma diferente. Haveria a
possibilidade de cláusula de de ingresso de herdeiro, que se revela como estipulação
em favor de terceiro.

7.3 Retirada ART. 1029

Trata-se de de direito potestativo que se revela como uma resilição unilateral do


contrato.

Há controvérsia acerca da possibilidade de retirada em sociedades limitadas sem


prazo sem justa causa.

Confrme dispõe o trigo 1029, se retirar-se de sociedadecom prazo indeterminado,


deve o sócio dissidente comunicar com 60 dias antecipado. Se dissidente de
sociedade comprazo determinado, deve justificar judicialmente justa causa de sua
saida

Segundo o art. 1.077, CC., haveria um rol taxativo quanto a possibilidade de retirada
do sócio, ao passo que o art. 1.029, CC. funcionaria como uma cláusula aberta, onde
a qualquer momento o sócio, por um direito de livre associação (art. 5o, XX, CF.),
poderia deixar a sociedade.
Está última posição é a que é majoritária na jurisprudência.

7.4 Exclusão (Art. 1033)

Teorias quanto a possibilidade de exclusão:

(I) Teoria do poder legal - imposição da lei

(II) Teoria do poder cooperativo - A sociedade estaria numa posição superior.

(III) Teoria do inadimplemento plurilateral - É a exclusão funcionaria como uma


rescisão. [ADOTADA ATUALMENTE]

A exclusão se dá de forma (arts. 1.030 e 1.080, CC.):

(I) Judicial:

(a) Falta grave - conceito aberto.

(b) Incapacidade - Tal capacidade seria a a superveniente, daquele que era capaz
mas se torna relativamente incapaz. Nessa hipótese, questiona-se a
constitucionalidade da norma, uma vez que funcionaria como discriminação do
sócio incapaz.

(II) Legal:

(a) Falido - quando o sócio integrar ou tiver uma empresa e se tornar falido, suas
cotas serão liquidadas.

(b) Liquidação particular - quando suas cotas forem penhoradas por credor
particular;

(c) Remisso (art. 1004, CC.) - quando o sócio não integraliza sua cotas.

7.5 Responsabilização

O fato da retirada ou exclusão do sócio não torna o sócio responsável, de forma


particular, por qualquer dívida da sociedade.

Aula 4
Sociedade Limitada – Deliberações Sociais
1) Aspectos gerais

- Teoria organicista – Compõe um dos órgãos internos da sociedade, vinculado pela


formação da vontade interna, para que a administração possa cumpri-la.
Procedimento de formação da vontade societária, por meio da manifestação
majoritária e vinculativa dos sócios, nas hipóteses previstas em lei ou no contrato
social.

2) Conceito / Natureza Jurídica

- Seria um contrato? Não, pois o contrato tem como característica a autonomia da


vontade e as deliberações sociais são vinculativas dos sócios, ou seja um sócio que
vota de maneira diversa é obrigado a aceitar a deliberação. Bem como não há efeitos
perante terceiros, alheios à PJ.
- Art. 1072, § 5° do CC.
- Natureza de Ato coletivo / ato colegial / ou ato regra – natureza normativa e não
contratual.
- Formação de vontade interna do ente jurídico e não com terceira pessoa.

3) CC x Decreto 3708/1919

- ATENÇÃO O 1076, I – FOI REVOGADO


- 1072 c/c art. 1010 do CC – Formação por mais da metade do capital e não pelo
número de pessoas.

4) Formas de deliberação (art. 1072)

4.1 – Reunião – Ato de deliberação mais livre, onde os sócios terão liberdade de
estabelecer outras regras simplificadas de reunião. Se o número de sócios é superior a
10, a deliberação não pode ocorrer por reunião. Mas deve estar previsto em contrato
social, senão aplica-se a assembleia, e não basta o contrato social dizer que será feita
uma reunião, deve disciplinar a matéria e discorrer sobre o modo.

4.2 – Assembleia – Ato formal, com mais rigidez, com padrão legal.

Art. 70 da LC 123 (Combinar com o 1.072) – As microempresas e as empresas de


pequeno porte são desobrigadas da realização de reuniões e assembleias em qualquer
das situações previstas na legislação civil.

Arts.1.152 c/c 1.079 do CC.

- Há discussão doutrinária, pois mesmo quando o contrato social, com menos de 10


sócios, dispensar a realização da Assembleia, se a assembleia geral ordinária do 1.078
deve ocorrer, por força do disposto do artigo. O entendimento dominante entende
que não é obrigatória, desde que o contrato social preveja de outra forma, caso
dispensado para aquela empresa.

- Nesse sentido, a assembleia, segundo o artigo 1078, tem as características de


obrigatoriedade, periodicidade e determinação.

5) Fases

5.1 – Convocação – Legitimidade do administrador para convocar as assembleias (1.072).


Contudo, o 1.073 permite uma legitimidade subsidiária por sócio, devido ao retardamento
do administrador, e pelo conselho fiscal.

5.2 – Instalação (art. 1074)

5.3 – Deliberação

- Quórum – 1.071 (matérias) e 1.076 (pessoas)

- Mesmo em reunião, o contrato social não pode diminuir o quórum para deliberações
abaixo do previsto em legislação.

5.4 – Arquivamento

(não peguei)

Aula 5

Dissolução parcial

- Resolução (desfazimento de um contrato) do contrato de sociedade em relação a um


sócio

- Princípio de preservação de empresa

- Conformidade recíproca entre interesse individual e social.

- Função social da empresa

- O contrato de sociedade é plurilateral, ou seja, os interesses dos sócios são comuns, cuja
relação dá início a uma terceira pessoa, a sociedade. Sendo uma exceção à relatividade do
contrato, pois abre uma nova relação a um terceiro. Nesse sentido, é um contrato
plurilateral.

- As causas de dissolução parcial são:

A) Morte – Art. 1.028, CC – Na morte liquida-se a quota e o herdeiro tem acesso aos
direitos patrimoniais da quota, mas não aos pessoais (voto), pois a sociedade limitada tem
caráter personalista. Logo, como herda-se os direitos patrimoniais, respeita-se o art. 1784
do CC. Contudo, o contrato social pode dispor que o herdeiro poderá ingressar na
sociedade (o herdeiro não é obrigado a assumir). Logo a sociedade limitada é personalista
e de caráter contratual.
B) Direito de retirada / Resilição unilateral (art. 1029 e 1.077)

- Direito potestativo do sócio, pois não pode ser impedido por sócio ou sociedade

- Manifestação do art. 5°, XX da CF

- Não se submete à decadência

- Não gera dever jurídico, pois é potestativo e não subjetivo.

C) Exclusão – Saída compulsória (art. 1030 e 1085)

- Judicial – Pode ser por falta grave ou incapacidade – A incapacidade, segundo parte da
doutrina, não excluíra o sócio da sociedade limitada, pois o art. 1030 seria para sociedade
simples e com intuito de proteger o sócio incapaz, mas o mesmo não se aplica para
sociedade limitada, por ausência de razoabilidade jurídica.

A falta grave pode ensejar a exclusão. Falta grave é um conceito jurídico indeterminado,
contudo falta da affectio societatis não é falta grave. Deve fazer uma análise do caso
concreto. Mesmo na exclusão judicial por falta grave, deve haver uma apuração de
haveres a ser paga para o sócio excluído.

Cabe exclusão do sócio majoritário por falta grave, desde que judicialmente, mas deverá
se apurar se é viável economicamente para os minoritários.

O art. 1.085 é um exemplo de eficácia horizontal em relações privadas.

- Legal – falido, liquid particular, remisso

O Artigo 1032 foi idealizado para sociedades onde existe responsabilidade ilimitada, pois
na sociedade limitada não há uma responsabilidade póstuma ou tardia, embora a
jurisprudência seja confusa nesse sentido, o STJ chegou a tentar pacificar a questão nesse
sentido.

Teoria do Poder legal – Não é a sociedade que exclui o sócio, mas a lei, pois não há
hierarquia na relação entre sociedade e sócios.

Teoria do Poder corporativo ou da sanção societária –

Teoria do inadimplemento do contrato plurilateral (art. 475, CC) - Inadimplemento do


contrato plurilateral, o sócio descumpre o contrato

Aula 9 – 19/09/2023

Sociedade por ações


- É gênero, pois as espécies são Sociedade Anônima (SA) e comandita por ações, em ambos os
casos os sócios são chamados de acionistas, logo um acionista pode não ter ações de uma SA e
sim da comandita por ações.

- SA é regida por lei especial, 6.404/76

- Art. 1089 do CC, prevê que a S.A. é regida por lei especial e subsidiariamente o código civil.
Logo o art. 1160 do CC não está de acordo com a S.A., pois o art. 3º da LSA dispõe o contrário.

Características

- A S.A. é personificada, no sentido de que é uma pessoa jurídica, dotada de personalidade


jurídica, art. 44, II do CC, c/c art. 985 do CC. Significa que ninguém é dono de uma S.A., apenas
detém-se o controle. A S.A. tem existência distinta dos seus sócios.

- Aquisição de personalidade jurídica ao registro do ato constitutivo na Junta Comercial.

- Tem natureza societária, é uma sociedade, tem sempre fim de lucro. Toda sociedade tem fim
de lucro, ao contrário da associação.

- Obs1: Sociedade que nasce inviável, não consegue dar lucro, deve ser promovida a sua
dissolução, conforme art. 206, II, “B” da LSA.

- Obs2: O objetivo da sociedade é sempre o mesmo, lucro. Objeto não se confunde com
objetivo. Art. 997, II, do CC c/c art. 35 da lei 8934/94 c/c art. 53 do D. 1800/96.

- Obs3: Sociedade pluripessoal, em regra a SA deve ser constituída, no mínimo, por dois sócios
(art. 80, I da LSA).

Existem exceções:

1) Sociedade subsidiária integral (art. 251 da LSA)

Esse tipo tem apenas um sócio – Sociedade Brasileira é aquela que tem que ser constituída
cumprindo as exigências das leis brasileiras, a sede da empresa tem que ser no Brasil, bem
como seu principal estabelecimento (importante para definir a competência para fins de
falência e recuperação judicial). Discussão na doutrina sobre o que seria principal
estabelecimento: Sede administrativa - de onde saem as decisões empresariais; ou Sede
econômica – seria onde o empresário desenvolve suas atividades de maneira mais intensa.

Unipessoalidade permanente

- originária – desde sua constituição

- Derivada – Começou com dois ou mais sócios

2) Empresa Pública S.A.

Todo capital investido pode pertencer a um único ente público.

3) Unipessoalidade incidental temporária

Pode ficar com um período de tempo com um único sócio, conforme art. 206, I, d, LSA.
- SA é necessariamente empresária, porque basta constituir S.A. para que seja empresária,
não importa o objeto. Art. 982, § único do CC.

- Se for uma sociedade rural que exerce atividade empresária ela é regida pelo 982 e não
pelo X.

- Toda sociedade anônima deve se registrar na junta comercial.

- Sociedade estatutária. O art. 977 não se aplica a S.A., é restritiva, logo se aplica de forma

- O acionista pode ser pessoa física ou jurídica. O único tipo societário que todos os sócios
tem que ser pessoas fícias é sociedade em nome coletivo, 1.039 do CC.

- o Adm de uma SA pode ser sócio ou não.

OBS: Novidade do Art. 146 da LSA, trazida pela lei 14.195 – O administrador de uma S.A.
pode ser acionista ou não, residente ou não no Brasil.

- O adm da SA tem que ser pessoa física natural. DIFERENTE DO SÓCIO

- O diretor de uma SA tem mandato. A companhia terá no mínimo dois diretores com
mandato de 3 anos, cabendo reeleição (art. 143). Na comandita por ações, não tem
mandato.

- Na SA pode ter Conselho de Administração, mas é facultativo, em regra. Conselho de


Administração e Diretoria são dois órgãos da administração. Conselho de Administração é
um órgão administrativo, deliberativo e facultativo. O CA traça a estratégia, planejamento
da companhia. Diretoria é órgão administrativo e executivo e obrigatório.

OBS: CA pode ser obrigatório? Sim, art. 138, §2°, da LSA. Há hipóteses em que o CA é
obrigatório: SA de capital aberto (autorização da CVM para vender seus títulos em
mercado aberto); S.A. de capital autorizado. SAF, lei 14193/21.

- Na S.A. o capital da sociedade é dividido em ações e não em quotas. A sociedade


anônima é impessoal ou intuito pecunae , não se leva em conta as qualidades subjetivas do
sócio

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STJ AgInt REsp 1861293/RS

- Posição majoritária na doutrina e jurisprudência -> SA de capital fechado PODE ser de


pessoas (dependendo do caso concreto – caso seja formado por um grupo familiar, para
terceiros comprarem, há restrições. Desse modo, levam-se em conta as qualidades
subjetivas dos acionistas – Nesse caso, tratar-se-ia de uma LTDA travestida de AS).

- 1° Momento – Jurisprudência não admitia dissolução parcial de SA de capital fechado por


impossibilidade jurídica do pedido, pois as hipóteses de retirada são restritas, 137 LSA.
Pois o entendimento é que era uma sociedade impessoal e não tinha affectio societatis
(“Bona Fideis Societatis”).

-2º Momento ainda antes do CPC de 2015 – STJ passou a admitir e entendeu que uma AS
de capital fechado, nestas circunstâncias (formada por acionistas que integram o mesmo
grupo familiar, em que as ações circulam no mesmo ambiente excluindo terceiros), de
acordo com o caso concreto poderiam admitir dissolução parcial (Sergio Campinho,
Rubens Requião e STJ).

- 3° Momento – Pós-CPC de 2015 – Art. 599, §2° do CPC – Trata da limitada e da SA de


capital fechado intuito família. Entretanto, prevê que é quando a sociedade não puder
atingir o seu fim, o que está errado, pois seria o caso de dissolução total. A doutrina
desconsidera essa causa e mantém a posição do momento 2.

- SA pode ter Conselho Fiscal, em regra. Quando for SA de capital aberto e estiver em
recuperação judicial, há NECESSIDADE de conselho fiscal, art. 48-A da Lei de RJ
(modificação pela L. 14.112/20). SAF também deve ter conselho fiscal. Ou quando a
sociedade anônima estiver em liquidação, também deve ter conselho fiscal durante o
período.

- SA por ser empresária, em regra, está sujeita à falência e não a insolvência do CPC.

- SA por ser empresária, em regra, está sujeita à recuperação judicial.

- A SA não pode ser ME ou EPP (art. 3°,§4°, X da LC 123).

- Cada sócio responde limitadamente ao preço de suas ações. Quando o acionista paga as
suas ações ele fica isento de responsabilidade.

- A S.A. não tem razão social (firma), deve usar denominação social (art. 3° da LSA).

- É vedado companhia (cia) ao final do nome. SA não precisa da designação do objeto.

- S.A. pode ter o nome de uma pessoa importante para a companhia (não é
necessariamente fundador, pois é uma homenagem, não precisa ser acionista).

- Art 35-A da lei 8934 – pode optar por usar o número do CNPJ no nome, acrescentando
S.A. ao final ou CIA ao início. Instrução Normativa 81 do DREI.

OBS: semelhanças e diferenças de comandita por ações e S.A.:

Semelhanças:

- Ambas são espécies do mesmo gênero – Sociedade por ações;

- Ambas têm o mesmo ato constitutivo – Estatuto Social;

- Ambas podem ter capital aberto ou fechado;

- Em ambas a participação do sócio é representada por ações (acionista);

- Ambas não podem ser nem ME nem EPP;

Distinções:

- Em comandita não tem conselho de administração;


- A Comandita não pode ser de capital autorizado;

- Comandita não pode emitir bônus de subscrição;

- O administrador da comandita tem que ser sócio e tem responsabilidade ilimitada pelas
dídivas da sociedade (1.091 do CC);

- O administrador da comandita não tem mandato, e é nomeado no ato constitutivo


(estatuto social);

- Na comandita, o nome empresarial pode ser escolhido: firma ou denominação, seguidos


de “em comandita por ações” (art. 1.090 do CC). Também pode acrescentar o n° do CNPJ,
colocando ao final “Em comandita por ações”.

- Na S.A. assembleia geral é soberana, enquanto que na comandita a assembleia tem


poderes limitados (art. 1092, CC).

Aula 10 – continuação 19/09

Extinção da S.A.

- Morte da personalidade jurídica

Existe a extinção ordinária e a extraordinária (art. 219, I e II)

A ordinária passa por um procedimento: 1- dissolução, 2- liquidação, 3- partilha e 4-


aperfeiçoamento (levar o documento à junta comercial). Procedimento escalonado com
fases.

A extraordinária não compreende o procedimento, pois fala sobre incorporação, fusão ou


cisão total.

A transformação não extingue a sociedade, só muda a roupagem jurídica, logo não está
compreendida.

A dissolução da S.A. implica na extinção da personalidade jurídica? Depende. A expressão


dissolução pode ser compreendida em sentido amplo (procedimento) ou em sentido
estrito (ato). A dissolução procedimento é a mesma coisa que extinção da sociedade.
Enquanto a dissolução ato é a mesma coisa que a primeira fase do procedimento
dissolução, que dá início ao procedimento extintivo. (Dissolução ato, art. 206 da LSA).

O que é dissolução de pleno direito? 1-Pelo término do prazo de duração. 2 não peguei. 3
por deliberação da assembleia geral de sócios (art. 136, X). 4 - Pela existência de um único
acionista, por mais tempo que permitido. 5 – Art. 1134 do CC – se cessar a autorização da
sociedade estrangeira.

Dissolução judicial – Ato de dissolver é em juízo, por decisão judicial (206, LSA)

“II - por decisão judicial:

a) quando anulada a sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista;


b) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas
que representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social;

c) em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei;”

No caso da alínea B, o estatuto pode até colocar mais de 5%.

A sentença que decreta a falência não extingue a PJ, mas dá início ao procedimento
extintivo, mas, em um primeiro momento, a sociedade falida continuará com sua
personalidade jurídica.

Falência é uma modalidade de dissolução ato.

Por decisão de decisão de autoridade administrativa – Ex: Instituição financeira está sujeita
ao Bacen. Cooperativa de crédito, companhia de seguros, operador de plano de saúde.

OBS: Dissolução regular e dissolução irregular. Dissolução irregular ou de fato ou incomum


ou abandono de estabelecimento – Quando encerra as atividades e não se realiza o
procedimento de dissolução. O entendimento do STJ (majoritário) é que se ocorrer a
dissolução irregular, cabe a teoria da desconsideração da pj para atingir os bens dos sócios,
aliado a prova do abuso de direito (exige animus).

Segunda posição (minoritária), Sergio Campinho entende que não cabe teoria da
desconsideração, embora entenda que possa alcançar o patrimônio dos sócios, por
aplicação do 1.080 do CC, as deliberações infringentes dos sócios permitem a
responsabilização ilimitada dos sócios.

Feita a dissolução ato, passa-se à liquidação, que pode ser extrajudicialmente ou


judicialmente. O art. 209 fala da liquidação judicial feita pelo juízo, que nomeia um
liquidante. Quando a liquidação for extrajudicialmente a companhia vai nomear o
liquidante. Se houver sobra, a sobra será partilhada pelos sócios de acordo com a
participação societária proporcionalmente.

O aperfeiçoamento (art. 32, II, “a” da lei 8934 c/c art. 210, IX, LSA), se a liquidação for
extrajudicial o liquidante vai prestar contas, vai receber a ata e levar na junta comercial
para dar publicidade, cancelando-se o cnpj. Se o liquidante não o fizer, qualquer
interessado, acionista, pode fazer.

Se a liquidação for judicial, o próprio juiz, terminada a liquidação, vai expedir oficio à junta
comercial para que esta dê publicidade e registre que a sociedade se extinguiu.

Casos concretos

1º Tema

1ª questão
Resposta:
A) Não. Art. 3º da LSA não exige, bem como o art. X, bem como o art. 81 do DREI também
não exige.
B) Não é obrigatório, mas não pode ser usado ao final. Não obstante o art. 1160 do CC,
deve-se observar o art. X, devendo ser aplicado o art. 3° da LSA, vedando a utilização.

2ª Questão
Resposta:
Art. 4° é mais rigoroso quando a SA é de capital aberto e quer virar fechada, para proteção
dos minoritários. SA tem legitimação passiva, pois é uma pessoa jurídica, tem
personalidade. PJ atua por intermédio de seus órgãos. Presentantes. AG é soberana, mas
quem atua é a sociedade. E acionistas tem legitimação ativa, pois não pode ser
prejudicado seu acesso à justiça. Os acionistas podem questionar o valor judicialmente
segundo o art. 4°, §4°, LSA, desde que estejam fora dos parâmetros legais e da CVM.

2 Tema

1ª Questão

Resposta: Não. Art. 178 da CPC de 2015 e art. 127 da CF, e 206, II da LSA, prevê que o MP
pode propor ação de dissolução total. Fazer remissão à Lei Anticorrupção, art. 19, III, L.
12846/13 – MP pode promover a dissolução compulsória da PJ.

2ª Questão

Resposta: Atualmente o STJ e o CPC de 2015, permitem a dissolução parcial de capital


fechado por ausência de affectio societatis, no caso concreto, caso exista exclusão de
venda de ações para sócios externos. Pois, é uma ltda, travestida de SA.

Aula 11 – 20/09/2023

Mercado de Capitais e CVM

- Inserido no mercado financeiro


- Sobre influência do CMN e Bacen
- lei 96385/76
- Art. 4° da LSA define o que é companhia aberta: VALORES MOBILIÁRIOS cuja emissão
esteja admitida à negociação no mercado de valores mobiliários (sinônimo de mercado de
capitais).

- Regime Jurídico dos Mercados de Capitais - Nelson Eizirik

- O mercado de capitais se divide em: Mercado primário e Mercado Secundário.

- Corretoras, bancos, auditores independentes, todos compõem, em conjunto com as


companhias, o mercado de capitais.

Bolsa de valores
B4

Mercado de balcão
- Ativos sem muita liquidez, constitui o mercado primário e secundário.

Valores Mobiliários
- 2° da lei 6385, bem como lei 6404/76

CVM

- Entidade autárquica de regime especial, criada pela lei 6.385/76

- Regulamentar (art. 8º, I e 18, I, da lei 6385), fiscalizar, punitiva, registral, consultiva e
fomentadora (indireta).

Política de disclosure
- Divulgação de informação que altere o preço de um ativo no mercado.

Segunda questão – Casos concretos

- Resposta:
A) Sim, é lícito, conforme prevê o art. 9 °, V e §2° da lei 6.385/76.

B) Uso indevido de informação privilegia, violando o dever de informação quanto o dever


de sigilo 155, § 1°, e 157, § 6°, LSA.

C) Violação Grave, previsto no art. 11 da lei 6385.

Fechamento de capital social

Fechamento branco não é mais admitido.

Questão 1 – Casos concretos

Art. 157, § 5° - LSA

Aula 11

Capital Social

- Sociedade anônima a contribuição para o capital social é sempre com bens ou dinheiro.
Não pode ser serviço.
- 10% dos valores subscritos em dinheiro devem ser integralizados imediatamente.

- Quando a integralização é com bens, não vale estimação de bens. A subscrição com bens
depende da realização de uma assembleia preliminar de avalição para que os bens sejam
avaliados.

- Quando a sociedade vai ser constituída antes da assembleia de constituição e antes da


assembleia que aprova aumento de capital, é preciso que seja realizada a assembleia
previa para avaliação dos bens.

- Vai ser convocada uma assembleia para decidir quem serão os avaliadores dos bens,
quem são os peritos. Em seguida, será permitido um prazo para que seja estipulada a
avaliação.
Depois será convocada nova assembleia para

- O avaliador atribui por um valor inferior ao que o acionista estipula. Se ele concordar, ele
deve dar a diferença em dinheiro.

- O laudo de avaliação atribui um valor maior do que o acionista estipulou. Neste caso, o
bem será integralizado pelo valor atribuído pelo acionista, ele não ganha nenhuma
vantagem. Se ele atribuiu aquele valor, ele fica vinculado àquele valor. (art. 8°, §4°)

- A assembleia não concorda com a avaliação ou o subscritor não concorda com a


avaliação, nesse caso, a consequência é drástica, se for no âmbito da constituição da
sociedade, esta será frustrada. (art. 8°, §3°).

- Se essa discordância se der no âmbito de procedimento, frustra-se o aumento.

Princípios

1) Princípio da determinação

- O capital social deve ser determinado no estatuto, deve um valor certo e


determinado no estatuto.

2) Efetividade ou realidade

- O capital social descrito no estatuto tem que refletir efetivamente as contribuições


dos acionistas.

3) Perenidade

- Estável, mas não significa imutabilidade. Ele pode se alterar, não é imutável

Aumento do capital social


- Aumento do capital social se presta a aumentar a força econômica da sociedade

Modos de aumento
- Primeiro não se aplica mais
-Segundo modo de aumento do capital - SA de capital autorizado é aquela em que o estatuto
já autoriza o aumento do capital social e estabelece o limite desse aumento. Em regra, o
aumento do capital social exige mudança do estatuto, em virtude do princípio da
determinação. No entanto, quando tivermos um estutato que já autoriza o aumento e
estabelece o limite, para aumentar o capital dentro deste limite, não precisa alterar o estatuto.
A assembleia, pelo quórum geral da lei, apenas vai deliberar para aquele aumento previsto no
estatuto. É possível que o estatuto autorize que seja outorgado ao CA poderes para aprovar o
aumento dentro do limite. O aumento pode se dar tantas vezes quando for o limite autorizado
no estatuto.

Caso concreto – questão 1


É possível que o conselho de administração aprove a emissão de bônus de sub

- Quando houver emissão de debentures ou partes beneficiarias que confiram ao titular o


direito de converter em ações, no momento em que são exercidos os direitos conferidos pelos
títulos, vc tem necessariamente o aumento do capital social. Essa é a ÚNICA HIPOTESE em que
o aumento é obrigatório, porque criou-se novas ações, então não tem como não aumentar o
capital.

- Ultimo modo de aumento – por deliberação da assembleia geral extraordinária, convocada


para decidir sobre reforma do estatuto, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de
estar a autorização esgotada. Deve ter um quórum especial de instalação da AGE para alterar o
estatuto a fim e aumentar o capital social.

Forma de aumento do capital

- Subscrição de novas ações – Criação de novas ações

Exige-se uma integralização de no mínimo ¾ do capital social para que se possa aumenta-lo
por meio de criação de novas ações.

Segundo requisito, o aumento tem que ser justificado, porque pode levar a diluição da
participação acionária dos acionistas.

Terceiro requisito, o valor dessas novas ações deve seguir um critério objetivo e de mercado.
Porque se o valor for alto, poderia dificultar que os acionistas antigos comprassem as novas
ações. Esses dois requisitos querem preservar a participação acionária.

No aumento por subscrição de novas ações, a subscrição deve ser integral. Interessados tem
que subscrever todas as novas ações, o aumento não se opera.

Direito de preferência
- Direito conferido aos acionistas da sociedade de adquirir as novas ações, quando do aumento
do capital social. Isso se dá na mesma proporção da sua participação acionária (Ex: aquele que
tem 10%, poderá comprar 10%, para manter-se no mesmo patamar de participação acionária).

- 1ª Regra – Sociedade que tenha apenas uma classe de ações

- Aumento uniforme, pois só existe uma classe de ações.

- 2ª regra – Sociedade que tenha mais de uma classe de ações

- O aumento pode se dar de duas formas: em proporções iguais em todas as classes e em


proporções diferentes entre as classes.

- Aumento em proporções iguais: o titular de cada classe de ações vai adquirir as novas ações
proporcionalmente.

- No caso em que o aumento é desproporcional entre as classes: Nesse caso, o titular da ação
de cada classe, vai adquirir ação da sua classe na proporção que ele titulariza. Mas se isso gerar
diluição na participação acionária, ele terá direito de adquirir ações da outra classe até o limite
que preserve a sua participação acionária.

-3ª Regra- sociedade que no aumento cria uma nova classe de ações.

No aumento com criação de nova classe, a aquisição vai se dar proporcionalmente com a
participação que ele já possuía, mesma coisa da primeira regra.

Esse direito de preferência se estende ao direito de adquirir outros valores que sejam
conversíveis em ações. Na mesma proporção da sua participação acionária.

O direito de preferência tem a natureza de direito potestativo, logo ele tem que ser exercido
dentro de um prazo decadencial. O prazo para o exercício desse direito, tem que estar previsto
no estatuto. Mas a lei como regra prevê um prazo mínimo, o estatuto não pode prever um
prazo inferior, em regra. Existe exceção, art. 172, em companhia de capital aberto autorizado o
estatuto pode prever prazo inferior a 30 dias para o direito de preferência. Art. 171, § 5°, no
caso de usufruto ou fideicomisso de ações, o nu proprietário ou fiduciário tem que exercer
esse direito em no máximo 20 dias, porque senão tiver exercido seu direito com até 10 dias do
vencimento do prazo, quem passa a ter o direito de preferência é o usufrutuário ou
fideicomissário.

Havendo sobra de ações pelo não exercício do direito de preferência. Duas soluções: uma para
companhias abertas e outra para fechadas. Nesta, aqueles acionistas que fizeram pedido de
reserva das sobras terão o direito de adquirir essas sobras, tendo o direito de acrescer sua
participação (além do que já titularizava). Caso ainda sobrem ações, aí se oferecem a terceiros,
no caso de companhia fechada vai ser uma oferta particular, se não conseguir, frustra-se o
aumento. Companhias abertas a regra é diferente para subscrição pública ou particular, se a
subscrição for pública havendo sobras, essas sobras serão negociadas em bolsa de valores. Se
a subscrição for particular, primeiro assegura-se o direito àqueles que pediram reserva de
sobras e se sobrar será feito o leilão especial em bolsa de valores (porque a subscrição é
particular, mas a lei autoriza a venda em bolsa de valores).
Obs: O direito de preferência por envolver interesse patrimonial, ele pode ser cedido. Art. 171,
§6°. Qualquer outro vai exercer o direito de preferência.
Exclusão do direito de preferência – Dois casos:
1ª hipótese 171, § 3°, segunda parte – Quando o titular do título conversível em ação, exerce o
direito de conversão, assim o acionista anterior que poderia ter exercido o direito de
preferência antes, não pode mais.
2ª – Quando se outorga opção de compra de ações não há direito de preferência, nem quando
se exerce o direito de opção de compra.
3ª Hipótese 172 – Cia aberta de capital autorizado pode prever a emissão sem direito de
preferência.

Violação ao direito de preferência – Não se dá ao acionista o direito de adquirir a ação.


Havendo violação, confere-se ao preferente o direito à tutela específica, ele pode depositar o
valor e adjudicar a ação.

Segunda forma de aumento é por capitalização e lucros e reservas (Art. 169 da LSA)
- Investimento interno. Ou seja, a sociedade não vai fazer captação mediante emissão de
novas ações, auqi o investimento é interno. A sociedade que tiver lucros e reservas pode
investir seus lucros e reservas para aumentar o capital. E aí pode se dar de duas formas: pelo
aumento do valor nominal das ações; ou se cria novas ações e se distribui proporcionalmente
entre os acionistas.

Aula X – 21/09/2023

Ações

É a menor fração em que se divide o capital social, representada por um título negociável, que
confere ao seu titular direitos e deveres de sócio de uma S.A.

Direitos: Participar dos lucros e, no caso e ações ordinárias, direito a voto.

Ação preferencial é destinada ao investidor que deseja uma remuneração prioritária do


capital.

Livre negociação, podendo ter restrições na companhia fechada (art. 36 da LSA)

Podem ter ou não valor nominal. Quando o valor está previsto no estatuto o valor nominal da
ação, ela tem valor nominal. Quando o valor não está explicitado nem no estatuto nem na
cartula da ação, quando existe, não tem valor nominal.

- Art. 13 da LSA prevê uma limitação para que a companhia não emita ações como abaixo do
valor nominal. Existem outras limitações, pois caso a ação esteja sendo negociada em bolsa
abaixo do valor nominal, não se poderá aumentar o capital.

- A ação tem por natureza ser de título variável, diferentemente das debêntures.
- O preço de emissão observa valores de mercado e pode prever ágio (uma parcela do valor da
ação, o excesso que supera o valor nominal), e o ágio é destinado à reserva de capital e não ao
capital social. O deságio também é possível.

- 3 espécies de ações (art. 15 LSA), de acordo com os direitos que conferem aos acionistas:

i) Ordinárias

- Ação comum, que nada é retirado dela, ela tem todos os direitos e obrigações
que decorrem da lei, via de regra, não sofrem limitação.

ii) Preferenciais

- Poderá, pelo estatuto, ter o direito de voto eliminado. Ela terá vantagens,
previstas no art. 17 da LSA, normalmente financeiras. A enumeração do art. 17 é
meramente exemplificativa. A prioridade do inciso I, significa que só serão
distribuídos os dividendos das ações ordinárias, após o pagamento integral dos
dividendos das preferenciais.

- O dividendo fixo é um limite mínimo e máximo, utilizado na ação preferencial.


Enquanto o mínimo é somente um limite mínimo. O dividendo se renova a cada
exercício, desse modo, a cada ano não se acumulam os dividendos caso não se
receba em determinado ano. Já o cumulativo ele se acumula para os anos
seguintes, existe uma dívida de dividendos da companhia para os anos em que não
pagou.

- Inciso II - Prioridade no reembolso do capital: ocorre na fase de liquidação da


sociedade, quando ocorre a liquidação, quando sobrar o saldo ele primeiramente
será pago aos acionistas preferenciais.

- §1° -

Tag along – 254-A – Só se aplica para companhias abertas – é o direito de sair da


companhia junto com o controlador. Havendo a venda do controle acionário, o
adquirente do controle deverá fazer uma oferta para comprar as ações
remanescentes dos acionistas com controle de voto, oferecendo no mínimo 80%
do valor pago pelas ações do controlador.

- Para ser listada em bolsa, precisa ter pelo menos 3 prioridades das citadas no art.
17.

iii) De Fruição

- Só aparece em dois artigos, 15 e 44 (§2° e 5°) da LSA. Ela pode ser utilizada para
substituir ações que foram integralmente amortizadas. Art. 44 – Amortizar
significa que a companhia poderá pagar ao acionista o que ele teria direito se a
companhia estivesse sendo liquidada, encerrada. Antecipação do reembolso final,
só que a sociedade continua. O acionista que recebeu a amortização, ele continua
acionista.
Algumas sociedades já nascem com prazo determinado, poucas, e essas
normalmente tem maior dificuldade de atrair investidores. Na liquidação, final do
§5°, caso as ações amortizadas tenham recebido a mais antes, elas não tem que
devolver.

- Ação de fruição recebe juros sobre o capital próprio (JCP)? Na ação de fruição o
acionista já recebeu o capital dele de volta. Os juros sobre capital próprio tem
natureza de lucro, não de juros, é distribuição de resultado. Os juros sobre capital
próprio foram criados como incentivo tributário, pois o juros é classificado
tributariamente como despesa, sendo despesa , ela é dedutível da base de cálculo
do imposto de renda, desse modo é uma vantagem para a companhia. Só que o
acionista paga imposto de renda na fonte. O dividendo não tem dedutibilidade
para a companhia, mas se paga imposto. O JCP entra na conta de pagamento de
dividendos (quando se prevê o mínimo de 25% de dividendos, caso a companhia
pague x em jcp antes).

- As espécies de ações podem ser subdivididas em classes.

- Uma companhia pode ter os 3 tipos, ou só ordinárias, mas não pode ter só preferenciais.

- Hoje em dia, com a alteração do art. 16-A e com a criação do art. 110-A, existe a possibilidade
de classes de ações ordinárias mesmo em companhias abertas, o que não era possível antes.
Isso pode ser feito apenas para atribuir o voto plural, mais de um voto por ação (até 10 votos
por ação).

- Golden Share – art. 17, § 7° - poder de veto

- Não há apuração de haveres em qualquer sociedade anônima, porque são sociedades de


capital e não de pessoas.

- 205 da LSA – é pago o dividendo para quem está registrado no momento de pagamento dos
dividendos.

Qual é a principal vantagem econômica do mercado de capitais?


- O mercado vai procurar selecionar as melhores opções de investimentos. Racionalização dos
investidores, porque direcionando a economia do país para os melhores investimentos.

Qual é a função social do mercado de valores mobiliários?


- O mercado de valores mobiliários propicia uma melhor distribuição da renda do país.

- Art. 16 da LSA – modificada recentemente

Art. 111 e seu §1° – leitura


Diante da ausência de previsão no estatuto, o prazo para garantia do direito a voto às ações
preferenciais após o não pagamento dos dividendos, o prazo é após um único exercício
financeiro. A menos que haja previsão no estatuto, aí o prazo máximo é de 3 anos. Enquanto
não forem pagos os dividendos das ações preferenciais, estes acionistas mantêm seu direito de
voto.

- STJ entende que se for alguma outra prioridade não prevista no §1°, o preferencialista não
terá direito de voto.

Classificação das ações quanto à forma

i) Nominativas (art. 20 e 21)


Porque a propriedade das ações decorre da inserção do nome do proprietário no
livro de registro de ações nominativas.

ii) Escriturais (art. 34)


São ações que não se cartularizam, são totalmente digitais, não tem papel.
Todas as cias do Brasil tem ações escriturais.

Valor da ação

1. Valor nominal (art. 11)

2. Valor patrimonial – Calculado por meio do patrimônio líquido. Divisão do valor do


patrimônio líquido pelo número de ações. (art. 170, §1°, II)

3. Preço de emissão - Valor que a companhia vai definir para emitir novas ações (art. 13
c/c 170, §1°)

- Só pode usar 3 critérios: valor patrimonial, valor de mercado (cotação em bolsa) ou


valor econômico da ação.

4. Valor de Mercado – Art. 170,§1°, III – Cotação de bolsa

5. Valor Econômico – É o fluxo de caixa projetado descontado. (art. 170, §1°, I)

Negociação com as próprias ações (art. 30)

Exceções no §1°

Alínea B – Resolução 77 de 2021 – Ações em tesouraria – ela é acionista dela mesmo.


- Sofrem restrições - §4° do 30 – perdem o direito de voto e não recebem dividendo.
Bonificação está previsto no art. 169 “distribuição de novas ações”. A restrição do art. 30,§4°
deve ser interpretada literalmente, de forma restritiva. De modo, que não entram as
bonificações na proibição de acordo com Borba e com a CVM.
Caso Concreto

1ª Questão
STJ 1898122

2ª Questão
Não tem razão, pois não é obrigatória concessão de vantagem adicional em companhia
fechada. Apenas na companhia aberta. Art. 17 § 1°, LSA. Art. 4º, LSA.

Aula X – Continução

Debêntures e outros títulos

Art 2º, L. CVM - Enumeração taxativa de valores mobiliários

CEPAC é valor mobiliário? Esse título é de emissão exclusiva de municípios e a CVM concluiu
que se trata de um valor mobiliário. É um certificado Potencial de Acréscimo Construtivo que
qualquer investidor por comprar ou para outorga de construção. (trata-se de contrato de
investimento coletivo, previsto no art. 2º da Lei da CVM).

Debênture – Significa no direito romano “eu devo”. É um título de dívida, a sociedade ao invés
de tomar um empréstimo bancário, aprova a emissão de um título, que tem natureza de
mútuo. As pessoas que adquirem são chamados os debenturistas, eles são credores. A
companhia paga uma taxa de juros aos debenturistas. Debênture é a menor fração de um
mútuo.

7 vantagens das debêntures em relação às ações:

(i) é isenta de IOF

(ii) Os juros pagos aos debenturistas são considerados despesas portanto dedutíveis
da base de cálculo do IRPJ

(iii) Existem debêntures denominadas de debentures de infraestrutura ou chamadas


de debentures incentivadas, o debenturista pessoa física brasileira, pj e pf
estrangeiras são isentas de imposto de renda.

(iv) O debenturista é um credor, então não vota nem participa das assembleias de
acionistas, consequentemente, não vai alterar a relação de poder de controle
entre os acionistas

(v) Não afeta a distribuição do lucro por ação


(vi) A debênture é um título de renda fixa, no Brasil, os investidores preferem alocar
recursos em títulos de renda fixa.

(vii) Não peguei

Art.52 da lei 6404 – Companhia pode emitir debêntures a qualquer momento

Uma sociedade Limitada pode emitir debêntures?


- Borba e Campinho são contra, por entender que vai contra a natureza jurídica da sociedade
limitada. A debênture além de ser valor mobiliário, é um título de crédito, então para ser
emitido tem que possuir autorização legal que a limitada não possui pelo Código Civil. Desse
modo a permissão só se encontra na Lei das AS.

- Debenturistas podem ser pessoas jurídicas.


- A remuneração das debêntures está prevista no art. 56 da LSA. A debênture pode ser emitida
apenas para pagamento de participação no lucro da companhia.

- Debêntures com garantia real indicada pela companhia são aquelas asseguradas por hipoteca
(etc) até o cumprimento da obrigação, não podendo ser liquidado.

- Debêntures com garantia flutuante – Não é uma garantia real, tem natureza de privilégio
geral, pois coloca esse título acima dos credores quirografários, ficando abaixo apenas dos
credores trabalhistas, fiscal e reais.

- Debêntures sem garantia (quirografária) – Mesma classificação

- Debênture subordinada – abaixo dos quirografários, só recebe ao final de tudo, apenas na


frente dos acionistas da sociedade.

- Debêntures simples – nascem e morrem debêntures

- Debêntures conversíveis em ações - Em decorrência da manifestação unilateral do


debenturista, é um poder potestativo do debenturista. Ela nasce conversível, além do direito
de crédito. (Não peguei a questão do valor da ação para a debênture) Duas possibilidades –
atualmente o preço da ação é fixado na emissão da debênture; ou então faz-se a conversão de
acordo com o valor no momento da conversão (o que, de certa forma, desnatura o instituto).

- Vantagens para a sociedade – Debenture conversível paga uma taxa de juros inferior à
debênture simples. E a segunda é a maior vantagem, pois a debênture é uma dívida, de modo
que a conversão em ações satisfaz a dívida, sem desembolsar dinheiro.

- Art. 59 – A deliberação acerca da emissão das debêntures é geralmente das assembleias


gerais, contudo nas companhias abertas o Conselho de Administração pode deliberar sobre a
emissão de debêntures não conversíveis em ações, a menos que o estatuo disponha em
contrário (§1°). O estatuto pode autorizar o CA a emitir debentures conversíveis em ações,
dentro dos limites do capital autorizado (só pode ocorrer na SA de capital autorizado), senão
prever não pode (§2°).
- A opção de compra de ações do §3° não é a mesma vendida na bolsa, ela é vendida apenas
no mercado interno, não é considerado valor mobiliário.

Agente fiduciário dos debenturistas (arts. 66 a 70)

- Representante da comunhão dos debenturistas


- Art. 61, § 1° - Fala somente sobre a proibição de emissão de debêntures para o mercado
aberto e não existe proibição no caso de companhia fechada.
- Debenturistas que se sintam lesados podem pleitear a sua destituição na AG.

Cédulas de debêntures (art. 72)


- Instituição Financeira não pode emitir debêntures, isso decorre da lei 4595/64, art. 35.
- Cédula de debênture pode ser emitida pela instituição financeira (lastreado nas debêntures
que a instituição possui)

Partes beneficiárias (art. 46)


- Não é mais valor mobiliário.
- Atualmente só a SA fechada pode emitir parte beneficiária. Contudo, as SAs abertas que
emitiram no passado e o titulo ainda se encontra em validade, ainda pode ser exercido.
- É um título que confere ao seu titular o direito de participação no lucro da companhia. Tem
preferência sobre os acionistas na hora do recebimento do lucro.
- art. 47, § único – vedado as companhias abertas

Bônus de subscrição (art. 75)


- Não é bonificação, que resulta do aumento de capital do 169.
- Já o bônus é um valor mobiliário. Pode ser emitido gratuitamente ou onerosamente.
Geralmente é feito gratuitamente.
- Para o exercício do direito garantido pelo bônus, o acionista terá que pagar para subscrever
as novas ações, só que ele poderá ter uma vantagem, pois o valor do título é préfixado, nesse
sentido, se a ação estiver acima do que ele negociou, ele pagará mais barato pela ação no
futuro.
- Quando se exerce o bônus, o bonista torna-se acionista.
-Tem que ser sociedade anônima de capital autorizado. Se for emissão pública a companhia
tem que ser de capital aberto.

Diluição das ações é diferente de redução da participação dos acionistas. Redução da


participação tem a ver com art. 171. Ao revés, diluição está prevista no art. 170, permitida se
justificada, é quando a companhia tem que emitir novas ações para aumento de capital com
valor de mercado das novas ações, e contudo, com valor abaixo do valor patrimonial, de modo
que os acionistas antigos seriam diluídos justificadamente.
- Emissão por valor nominal é irregular.

Casos concretos

Questão 1
Não. A debenture com garantia flutuante não garante direito real de garantia, apenas garante
um privilegio geral que flutua sobre todo ativo da companhia, mas não impede a negociação
de nenhum bem da companhia. Art. 58

Questão 2
Não, somente companhias fechadas que não sejam instituições financeiras, conforme art. 47, §
único.

Aula de sexta-feira – 22/09

12. ACIONISTAS

É A PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA SUBSCRITR DE AÇOES. Hoje já há um reconhecimento de


fundo de investimento, que possui natureza de ente despersonalizado.

Acionistas que detém mesma casse de ações detém mesmo direito.

São irias essenciais dos acionistas, que devem ser conferidos a todos e quaisquer acionistas
independente da classe:

Art. 109 LSA

 Participar dos lucros sociais


 Participação no acervo: é o resultado restante entre a liquidação do ativo e pagamento
do passivo.
 Fiscalização da gestão dos negócios sociais, é o direito que embasa o conselho fiscal
 Direito de preferência para subscrição das ações e bônus quando houver emissão de
novos valores imobiliários.
 Retirar-se da sociedade nos casos previstos em lei.

12.1 DIVIDENDO MÍNIMO OBRIGATORIOA (ART. 202)

Só existe o direito a dividendos se existir o lucro da empresa no exercício social do ano vigente.

I.. A parcela dos lucros é estabelecida no estatuto, ou se este for omisso/silente, a importância
é determinada de cordão com a lei:

 Metade do lucro líquido do exercício diminuído da importância destinada a reserva


legal e de contingência.
 Pode ser limitado ao montante de lucro líquido do exercício
 Lucros registrados na reserva de lucro que não tiverem sido absorvidos por prejuízos (a
reservado capital se origina diretamente do ágio)

II. O estatuto pode prever que o mínimo obrigatório será com base:

 em% do capital social


 % do lucro líquido
 Critérios regulados com precisão.

OBS: se o estatuto não tiver previsão o direito de retirada desde sua constituição, quando el,
após ser omisso começa a estabelecer a distribuição mínima de dividendos, os acionistas
podem exercer o direito de retirada.

Em caso de silencio Art. 202 §2˚

10.2 DIREITO DE RETIRADA

I. DISSIDÊNCIA EM DELIBERAÇÃO ASSEMBLEIAR (art. 137, 136-AA, 221, 252, 270 §ú)
Art. 137. A aprovação das matérias previstas nos incisos I a VI e IX do art. 136 dá ao
acionista dissidente o direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das
suas ações (art. 45), observadas as seguintes normas:
I.Retirada quando se tratar de ações preferenciais só farão jus aos acionistas preferenciais
o direito de exercer a retirada.

II. Retirada em fusão, incorporação ou participante de um grupo, só permite a retirada se a


açao perder liquidez E dispersão.

III. Retirada em cisão só pode se retirar o acionista dissidentes se em obsequeia da cisão


houver alteração do obj. Social, diminuição do dividendo ou participação em grupo de
sociedades.

SÃO DISSIDENTES: o acionista que teve voto vencido na assembleia, o que não
compareceu, o que compareceu e se absteve de votar ou o que nao possui direito de
votar em determinada deliberação.

II. Prazo decadencial de 30 dias da publicação da ata para exercer a retirada


III. Legitimidade na data da 1˚ publicação do edital de convocação da assembleia ou
de comunicação do fato relevante da. Matéria deliberada.
IV. Ratificação: pode ser feita nos 10 dias após o fim do prazo do acionista.
V. Reembolso: art. 45

STJ RESP 1128431 Admite dissolução parcial de SA fechada quando tratar de


sociedade familiar
RESP 917531

INFO 595: Dissolução parcial de sociedade anônima. Possibilidade.


Inexistência de lucros e não distribuição de dividendos há vários
anos. Princípio da preservação da empresa.
E possível que sociedade anônima de capital fechado, ainda que não
formada por grupos familiares, seja dissolvida parcialmente quando, a
despeito de não atingir seu fim - consubstanciado no auferimento de
lucros e na distribuição de dividendos aos acionistas -, restar
configurada a viabilidade da continuação dos negócios da companhia.

10.3 DIREITO DE PREFERÊNCIA (art. 171 e 172)

É possível cessão do direito de maneira gratuita ou onerosa.

10.4 CLÁUSULA COMPROMISSORIA

Art. 136-A possibilidade de se valer da conversão de arbitragem no estatuto social observando


o quorum do artigo 136 (metade, no mínimo dos votos conferidos pelas ações com direito a
voto)

Obriga a todos os acionistas inclusive o dissidente, conferindo também o seu direito de


retirada.

10.5 DIREITO DE VOTO (art. 110)

I. Em regra, cada ação ordinária.

II. A ação preferencial pode ou não conferir direito a voto.

III. É um direito irrenunciável, mas pode ser suspenso pela assembleia geral

Art. 120, se o acionista deixa de cumprir com algumas a obrigações a AGO pode deliberar a
suspensão do direito de voto.

10.5 VOTO MÚLTIPLO (ART. 141)

Direito de minoritário.

Na eleição dos conselheiros é facultado aos acionistas que representem no mínimo 10% do
capital social com direito a voto. Multiplica-se o número de votos pelo número de membros do
conselho. O voto de todos os sócios é multiplicado.

É deixado a eleição por chapa e feito o voto por cabeça. Assim os acionistas minoritários
podem indicar membros para o conselho de administração.

13. CONTROLE (ART. 116 e 243 §2˚)

Para identificar se um acionista ou grupo detém controle, deve ver se são titulares de direitos
que asseguram de fora PERMANETE a maioria e votos em AGO e o poder de admitir os adm na
CIA.
É necessário que ele EXERÇA o poder

Art. 116. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo
de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que:

a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a


maioria dos votos nas deliberações da assembléia-geral e o poder de eleger a maioria
dos administradores da companhia; e

b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o


funcionamento dos órgãos da companhia.

13.1 NATUREZA JURÍDICA DE CONTROLE

O poder de controle não se confunde com a propriedade. Não e direito real. É o poder de
organização e direção de soas e coisas da sociedade.

CONTROLE DIRETO: presença dos 4 requisitos do art. 116 em um acionista

CONTROLE INDIRETO

13.2 RESP. CIVIL DO CONTROLADOR

Art. 117 responde pelos danos causados por atos com abuso de poder. ROL EXEMPLIFICATIVO

Os danos são os mesmos estabelecidos pelo CC art. 186, 187 c/c 927.

13.3 RESP. CIVIL DA SOCIEDADE CONTROLADORA


Art. 246, obrigada a reparar os danos acusados com referência aos atos praticados no art. 116
e 117.

A ação pra haver reparação cabe:

a. A acionistas que representem 5% ou mais do capital


b. A qualquer acionista desde que preste caução e honorários de advogado devidos no
caso de improcedência.

Aula X – 25/09/2023

Órgãos de Companhia

Órgãos da SA

Voltada a atividades de grande volume econômico, porque é voltada para ativadades de maior
porte e complexidade. Essa complexidade se reflete na estrutura de seus órgãos, assim como a
sociedade limitada tem maior simplificação dos órgãos.

Estrutura organizacional complexa – Inspirada na estrutura do Estado, que possui


fundamentalmente 3 funções: executiva, deliberativa (legislativa), fiscalizatória (judiciária). O
órgão administrativo, de execução da vontade social, é a diretoria; enquanto a assembleia é o
órgão deliberativo e o órgão de fiscalização é o Conselho Fiscal. Todos esses obrigatórios.
Enquanto existe um outro órgão administrativo, contudo facultativo, o Conselho de
Administração. Em algumas espécies de companhia o CA é obrigatório (companhias abertas, as
sociedades de capital autorizado, as sociedades de economia mista e as SAFs).

A lei ainda faculta no art. 139, que as sociedades criem outros órgãos, por meio do estatuto
social, que componham a estrutura administrativa. Contudo, esses outros órgãos não podem
exercer funções de outros órgãos obrigatórios da companhia, isso se reflete no princípio
comum da SA, princípio da indelegabilidade. Por esse princípio, o estatuto não pode prever a
delegação de competência de um órgão para outro. Somente a lei cria competência, as vezes
até modificando a competência de um órgão que não existe em determinados casos para
outros órgãos.

Art. 160 – Estes outros órgãos criados pelo estatuto e que integra a estrutura administrativa da
companhia, seus membros terão as mesmas responsabilidades dos administradores da
companhia, ainda que não possam usurpar a competência dos demais órgãos.

Assembleia

- Órgão de deliberação da companhia, de tomada de decisão da vontade social.


- Órgão máximo e soberano da companhia, porque é composta por todos os acionistas da
companhia, com ou sem direito a voto. Estes tem o chamado direito de voz, ainda que não
votem, art. 125, § único, da LSA. É soberano, porque se as suas decisões forem tomadas de
acordo com edital de convocação, lei e estatuto social, elas se tornam irrevogáveis. Somente
outra decisão, igualmente soberana, pode alterar a deliberação. Nenhum outro órgão altera
decisão da assembleia. Essa soberania não é ilimitação de poderes.
- Dentro da vinculação da lei, existe a matéria de competência da assembleia, que por
exemplo, não pode usurpar competência de outros órgãos. Um acionista não pode usurpar a
competência de um diretor. Entretanto, dentro de sua competência, art. 122 da LSA, ela é
soberana.

 Espécies de assembleia

- Assembleia Geral
Aquela que se delibera sobre assuntos da vida da companhia, temas de interesse da
companhia.

° Duas espécies, cuja diferenciação é feita pela matéria objeto de deliberação (art. 131
da LSA):

. Assembleia Geral Ordinária


Matérias previstas no art. 132 – rol taxativo. Assembleia que se realiza anualmente,
conforme prevê o art. 132, deve ocorrer nos 4 primeiros meses seguintes ao término
do exercício social. São matérias de AGO:

Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao


término do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral
para:

I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as


demonstrações financeiras;

II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a


distribuição de dividendos;

III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal,


quando for o caso;

IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo


167).

O inciso IV foi tacitamente revogado pelo art. 4°, § único, da lei 9249/95.

O rol é taxativo, porque o art. 131 dispõe que as matérias da AGO são definidas pelo
art. 132.

. Assembleia Geral Extraordinária


- Matéria residual, o que não estiver no art. 132, é objeto de deliberação de AGE.

- Assembleia Especial
A assembleia especial é privativa de titulares de ações de classe especial (ex:
assembleia dos preferencialistas), ou de titulares de outros títulos emitidos pela
companhia (ex: debentures). Nessas assembleias vão se deliberar temas de interesses
desses acionistas. Não vão tratar de interesses da vida da companhia, que é assunto da
assembleia geral.

- Convocação e realização das Assembleias

- Se aplicam as duas espécies (especial e geral)

 Competência
Art. 123 – A diretoria é o órgão com competência originária para convocar a
assembleia, contudo, se houver CA, essa competência passa a ser do CA (não é
competência concorrente, se existe CA é competência dele). A lei atribui muitas
competências de outros órgãos ao CA, pois ele é facultativo, então em tese não seriam
dele.

- A competência subsidiária, quando o CA ou diretoria não exercerem devidamente


sua função de convocação, para convocação está no § único do 123:

Art. 123. Compete ao conselho de administração, se houver, ou aos


diretores, observado o disposto no estatuto, convocar a assembléia-
geral.

Parágrafo único. A assembléia-geral pode também ser convocada:

a) pelo conselho fiscal, nos casos previstos no número V, do artigo 163;

b) por qualquer acionista, quando os administradores retardarem, por


mais de 60 (sessenta) dias, a convocação nos casos previstos em lei ou
no estatuto;

- Nesse caso, para haver subsidiariedade, deve ter motivo grave ou urgente para
convocação.

c) por acionistas que representem 5% (cinco por cento), no mínimo, do


capital votante, quando os administradores não atenderem, no prazo
de 8 (oito) dias, a pedido de convocação que apresentarem,
devidamente fundamentado, com indicação das matérias a serem
tratadas.

c) por acionistas que representem cinco por cento, no mínimo, do


capital social, quando os administradores não atenderem, no prazo de
oito dias, a pedido de convocação que apresentarem, devidamente
fundamentado, com indicação das matérias a serem tratadas;
(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

d) por acionistas que representem cinco por cento, no mínimo, do


capital votante, ou cinco por cento, no mínimo, dos acionistas sem
direito a voto, quando os administradores não atenderem, no prazo de
oito dias, a pedido de convocação de assembléia para instalação do
conselho fiscal. (Incluída pela Lei nº 9.457, de 1997)

- A diretoria não tem competência subsidiária, de modo que caso exista CA, não cabe
de forma alguma à diretoria a convocação.

Procedimento

- O procedimento de convocação está no art. 124, acrescido do 289 (publicação de


editais – pois a convocação se dá dessa forma), a lei traz um rigor formal, severo no
que toca este procedimento.

- É preciso ter 3 publicações de editais, no mínimo, de convocação da assembleia. Há


um prazo entre as publicações e a realização da assembleia, que varia caso a cia seja
aberta ou fechada, e se essa realização da assembleia será feita em 1ª ou 2ª
convocação.

- Por alteração recente, estes prazos são de 21 dias, em primeira convocação, e 8 dias
em segunda convocação.

- Companhia fechada esse prazo é de 8 dias em primeira convocação e 5 dias em


segunda. Este prazo mínimo se conta da primeira convocação. Art. 124, §1°, I.
- Em relação a formalização das publicações, o rigor da lei exige que se observe as
formalidades em todas as convocações. Na prática, a doutrina e jurisprudência
permitem que sejam feitas no mesmo edital já a 1ª e 2ª convocação (caso não se
realize a assembleia em 1ª convocação por falta de quórum).

- O que não é permitido é que, caso não se realize a assembleia em 1ª convocação,


defina-se outra data para a realização da 2ª. Tem que haver publicação.

- OBS: É possível convocar conjuntamente AGO e AGE para que sejam relizadas no
mesmo dia e sob a mesma ata (art. 131, § único)

- Esses requisitos formais de convocação afetam a validade da assembleia, ou seja, a


não observância desses requisitos tornam a assembleia inválida, podendo ser anulada,
pois o vício é sanável. Uma das hipóteses de sanar o vício está no § 4° do 124:

§ 4º Independentemente das formalidades previstas neste artigo, será


considerada regular a assembléia-geral a que comparecerem todos (não
apenas os com direito a voto) os acionistas.

Esses requisitos tem esse vigor para que todos os acionistas tenham ciência de que vai
ser realizada essa assembleia, a fim de que todos possam participar. Por isso a lei diz
que se não for observado esse procedimento, contudo todos compareceram, esse vício
é sanável.
- As regras para realização estão no art. 124, § 2°:

§ 2º - A assembleia geral deverá ser realizada, preferencialmente, no edifício


onde a companhia tiver sede ou, por motivo de força maior, em outro lugar,
desde que seja no mesmo Município da sede e seja indicado com clareza nos
anúncios.

- A regra é a realização presencial, física, na sede da companhia. O legislador, no auge


da pandemia, acrescentou o § 2°-A, para permitir a assembleia virtual (totalmente
virtual, não é participação virtual em assembleia física), seja para cia aberta ou
fechada. Instrução 622 de 2020 da CVM, que regulamenta a realização da assembleia
virtual.

- Direito de participar à distância de assembleia física, § único do art. 121, que acabou
alterado pela lei 14.030, contudo, desde 2011, já existia essa possibilidade de
participar e votar a distância de assembleia física (não é de assembleia virtual, esta
está prevista no § 2-A do art. 124).

1º Caso concreto

Questão 1

Não é possível a convocação de assembleia no mesmo dia sem edital. Contudo, se um


edital já publicasse a primeira e a segunda, podeira ser possível, respeitados os prazos.
Se ocorrer, ela só será válida caso todos os acionistas compareçam, com e sem direito
a voto, como prevê o §4° do art. 124.

- Quórum de instalação e realização da assembleia

a) Para instalar o órgão há quóruns:

Quórum geral do art. 125 – Varia para ser realizado em 1ª e 2ª convocação

Art. 125. Ressalvadas as exceções previstas em lei, a assembleia geral instalar-se-á, em


primeira convocação, com a presença de acionistas que representem, no mínimo, 1/4
(um quarto) do total de votos conferidos pelas ações com direito a voto e, em segunda
convocação, instalar-se-á com qualquer número.

Modificação recente, em razão da adoção do voto plural, de modo que o quórum


passou a ser aferido pelo número de votos passíveis a serem dados em uma
companhia. Número de votos atribuídos as ações com direito ao voto.

A segunda convocação é com quórum livre, qualquer quórum.

Art. 135 – Quórum de instalação qualificado – pois é o quórum para assembleia que
vise reformar o estatuto. Quórum aqui é de 2/3.
Art. 135. A assembleia geral extraordinária que tiver por objeto a reforma do estatuto
somente se instalará, em primeira convocação, com a presença de acionistas que
representem, no mínimo, 2/3 (dois terços) do total de votos conferidos pelas ações com
direito a voto, mas poderá instalar-se, em segunda convocação, com qualquer número.

Segunda convocação não há quórum mínimo.

b) Quórum de deliberação (votação) – NÃO CABE SANATÓRIA

- Existe um quórum geral e quóruns qualificados. O geral está no art. 129 da lei:

Art. 129. As deliberações da assembléia-geral, ressalvadas as exceções previstas em lei,


serão tomadas por maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco.

MAIORIA ABSOLUTA NA VERDADE É MAIORIA DE VOTOS DOS PRESENTES

§ 1º O estatuto da companhia fechada pode aumentar o quorum exigido para certas


deliberações, desde que especifique as matérias.

§ 2º No caso de empate, se o estatuto não estabelecer procedimento de arbitragem e


não contiver norma diversa, a assembléia será convocada, com intervalo mínimo de 2
(dois) meses, para votar a deliberação; se permanecer o empate e os acionistas não
concordarem em cometer a decisão a um terceiro, caberá ao Poder Judiciário decidir,
no interesse da companhia.

- Quórum qualificado do art. 136:

Art. 136. É necessária a aprovação de acionistas que representem metade, no mínimo,


do total de votos conferidos pelas ações com direito a voto (da companhia toda), se
maior quórum não for exigido pelo estatuto da companhia cujas ações não estejam
admitidas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão, para deliberação sobre:

- Se for observado, esse quórum qualificado seria menor, caso o 129 fosse
interpretado da mesma forma, por isso o art. 129 tem que ser interpretado como
maioria de votos dos presentes.

- Outro exemplo de quórum qualificado se verifica no art. 221

Art. 221. A transformação exige o consentimento unânime dos sócios ou acionistas,


salvo se prevista no estatuto ou no contrato social, caso em que o sócio dissidente terá
o direito de retirar-se da sociedade.

- Transformação da sociedade (anônima para limitada) é unanimidade dos acionistas, a


exceção da última parte do dispositivo, pois o estatuto pode prever quórum menor,
nesse caso será o quórum geral (é uma questão controvertida se o estatuo pode
prever outro quórum, contudo a doutrina entende majoritariamente que deve ser o
quórum geral).
Caso Concreto – Questão 2

R: Não é possível (raciocínio semelhante às cláusulas pétreas), o quórum para alterar a


regra da transformação tem que ser de unanimidade, para que se evite burla à lei. Ou
o quórum deveria ser originário do estatuto, ou deverá ter o quórum unânime para
modificar o estatuto. Art. 221.

Não é possível utilizar o quórum de instalação e reforma do estatuto para modificar ou


inserir cláusula no estatuto que preveja um quórum inferior ao do 221 da LSA para
transformação da sociedade. É preciso para essa instalação, quórum de unanimidade.

Segunda aula

Conselho de Administração

Art. 140 da LSA – órgão facultativo da sociedade, somente obrigatório em 4 hipóteses:


nas companhias abertas e companhias de capital autorizado (na forma do art. 138, §
2°), sociedade de economia mista, nos termos do art. 239 da LSA; e nas SAFs (art. 5° da
lei 14193/21).

Art. 140. O conselho de administração será composto por, no mínimo, 3 (três)


membros, eleitos pela assembléia-geral e por ela destituíveis a qualquer tempo,
devendo o estatuto estabelecer:

- O conselho de administração é o órgão de administração colegiado da companhia


responsável pela fixação da orientação geral dos negócios da companhia. Quem dá a
direção negocial da companhia.

- Órgão composto por, no mínimo, 3 membros e não há limite máximo. Os membros


do conselho têm que ser necessariamente pessoas naturais, pois é um órgão de
administração, que corporificam a companhia – que é uma pessoa jurídica (ficção
jurídica/realidade jurídica) – precisando de pessoas físicas para materializá-la, por
meio de CA e diretoria, de modo que os membros destes precisam ser pessoas
naturais, mas não precisam mais residir no Brasil.

- Os membros do conselho são eleitos em assembleia. Ou seja, os conselheiros são


representantes dos acionistas, mas a lei garante a algumas pessoas o direito de eleger
representantes no conselho (ex: os empregados – art. 140, §1º da LSA, por meio de
eleição direta organizada pela companhia em conjunto com organizações sindicais –
sendo eleito um representante dos empregados). A lei confere um direito potestativo
aos minoritários ordinaristas e preferencialistas o direito de eleger representantes (art.
141, §4°), excluído o controlador ainda que ele tenha até 10%. Casos eles não
consigam isoladamente eleger um representante, os minoritários preferencialistas e
ordinaristas podem agregar suas ações para elegerem um membro do CA e seu
suplente (§5° do 141).
- A lei no art. 141, caput e §1°, confere mais um direito aos minoritários de eleger um
representante no conselho, por meio do voto múltiplo (não confundir com voto plural,
voto múltiplo é sistema de votação requerido pelos minoritários).

- O voto múltiplo é que, quem o requerer, na eleição dos membros do conselho, terá
direito a tantos votos quantos forem a eleição a membros do conselho. O objetivo é
poder cumular esforços entre os minoritários.

- Se os minoritários adotarem a eleição em separado do art. 141, §4° e ainda se


utilizarem do sistema de voto múltiplo do caput e §1°, os majoritários terão o direito
de eleger o mesmo número de conselheiros que os minoritários mais um,
independentemente da composição do conselho prevista no estatuto, para que o
majoritário tenha o maior número de representantes no conselho, mantendo o poder
de controle (art. 141, §7°).

Diretoria (art. 143 e 144 da LSA)

- Órgão executivo da companhia, o órgão responsável pela execução da vontade social.

- A diretoria é composta por diretores ou diretor, que representa a sociedade. Os


membros da diretoria são os presentantes, aqueles que corporificam a própria
companhia. A exteriorização da vontade de companhia se dá por meio do diretor.

- O diretor necessariamente tem que ser uma pessoa natural, pois materializa a pessoa
jurídica.

- É um órgão de administração da companhia e obrigatório em qualquer sociedade


anônima. Órgão essencial e obrigatório na SA.

- Com a LC. 182/2021 a diretoria deixou de ser um órgão coletivo. Isso porque, até
então, a diretoria deveria ter no mínimo 2 membros, ou seja, mesmo quando coletivo,
não era um órgão colegiado, diferente do CA (órgão que delibera por maioria –
colegiado). As decisões da diretoria não são colegiadas, pois cada diretor tem
atribuições próprias e específicas, em regra. Com a referida LC, a diretoria hoje pode
ser composta por um único membro (art. 143).

- Pessoalidade – a função do diretor é personalíssima, a diretoria é caracterizada pela


pessoalidade, de modo que o diretor não pode se fazer representar por outra pessoa
durante o exercício da sua função. Art. 144, §único – dispõe que:

Parágrafo único. Nos limites de suas atribuições e poderes, é lícito aos diretores
constituir mandatários da companhia, devendo ser especificados no instrumento os
atos ou operações que poderão praticar e a duração do mandato, que, no caso de
mandato judicial, poderá ser por prazo indeterminado.

Essa outorga de mandato feita pelo diretor não é para ele mesmo, mas sim para
representação da sociedade. O diretor corporifica a companhia, é ele quem assina os
atos e documentos da companhia, caso a companhia precise de um advogado, quem
vai assinar a procuração é o diretor. O que o § único do 144 fala é em representante da
companhia, logo não é mandatário do diretor e sim da companhia, por quem ele vai
assinar o instrumento de mandato. O diretor não pode permitir que outra pessoa
exerça a sua função diretor.

Regime jurídico dos administradores

- Os administradores são os membros do CA e da diretoria. Todos estes têm que ser


pessoas naturais, conforme previsto no art. 146. Não é mais necessário que seja
residente no país.

- Existem impedimentos para exercer a função de administrador previstos no art. 147.

Art. 147. Quando a lei exigir certos requisitos para a investidura em cargo de
administração da companhia, a assembléia-geral somente poderá eleger quem tenha
exibido os necessários comprovantes, dos quais se arquivará cópia autêntica na sede
social.

§ 1º São inelegíveis para os cargos de administração da companhia as pessoas


impedidas por lei especial, ou condenadas por crime falimentar, de prevaricação, peita
ou suborno, concussão, peculato, contra a economia popular, a fé pública ou a
propriedade, ou a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a
cargos públicos.

§ 2º São ainda inelegíveis para os cargos de administração de companhia aberta as


pessoas declaradas inabilitadas por ato da Comissão de Valores Mobiliários.

Ainda existem outras leis próprias que preveem impedimentos como a LOMAN.

- O administrador atua na representação de bens jurídicos alheios, interesses e bens


de terceiros. Logo, se ele cometeu os crimes acima referidos, não seria razoável
permitir-lhes participar da administração de empresas.

- Possibilidade de se exigir garantia de gestão para a função de administrador – É


possível que o estatuto (art. 148) preveja que o administrador ao ser empossado, ele
deva prestar garantia da sua gestão, para o caso dele vir a cometer dano para a
sociedade. A garantia pode ser inclusive mediante penhor das ações, como diz a lei.

- O próprio estatuto ou assembleia estabelece uma remuneração e não existe limite,


pois para atrair um administrador é fixado um bom salário, bônus.

- Art. 147, §3°, II – fala em conflito de interesses, de modo que não necessariamente se
impede o nepotismo, mas pode configurar conflito de interesses.

Deveres dos administradores


- Art. 153 – Primeiro dever dos administradores – dever de diligência. Dever de
cuidado, cautela. Se o administrador está gerindo interesses alheios, deve geri-los com
cautela, como se seus fossem. Se exige capacitação técnica para exercício do cargo,
porque o diretor só vai saber que cautela ele deverá ter, se possuir conhecimento
técnico. Se não for um especialista, deve se cercar de pessoas que deem esse suporte.
Esse dever de diligência é um dever de meio, mesmo que o resultado seja danoso, ele
não será responsabilizado se agiu de maneira correta.

Teoria do Business judgment rule – regras para o julgamento da atuação do


administrador. Tem como proposito limitar a atuação do magistrado no controle de
atos do administrador, criando regras e padrões, standard de julgamento, para impedir
que o juiz, que não conhece de decisões negociais, se meta na decisão do
administrador. De modo que só se responsabiliza o administrador por violação do
dever de diligência em razão de evidente excesso, a imprudência do administrador.
Fora isso, não deve o magistrado interferir nas decisões do administrador.

- Dever de lealdade (art. 155 da LSA) – É aquele em que o administrador não pode
utilizar a sociedade para atender os interesses próprios ou de terceiros. O art. 155 da
lei traz exemplos, ou seja, não taxativo.

- Não conflitar com os interesses da companhia – Por esse dever o administrador não
pode participar de deliberações, decisões, em que ele tenha um interesse pessoal
envolvido.

- Dever de sigilo – art. 155, § 1° - O administrador não pode divulgar antes do mercado
qualquer decisão negocial da companhia que impacte o mercado. Não pode dar acesso
a informações privilegiadas a terceiros. A violação gera o insider trading, ou divulgação
de informações privilegiada, que beneficia o detentor da informação e terceiros. Trata-
se de um ato ilícito (art. 155, §4°). Tanto aquele que recebe a informação quanto
aquele que divulga, pode responder pela prática do ilícito.

- Dever de informar (art. 157) – Aspecto interno e externo. O interno é a relação


administrador e companhia, dever de informar do administrador para com a
companhia. Já o aspecto externo (§6°) se refere a obrigação de informar fatos
relevantes, ou seja, todo fato que impacte o mercado. Toda a ação, todo o negócio da
companhia, que impacte o mercado tem que ser informado. O dever de informar,
principalmente as questões de fato relevante, decorre do princípio do disclosure, que
impõe o dever de informar de modo claro transparente e sincero, toda e qualquer
questão que impacte o mercado. Pode ser feita pelo administrador uma consulta a
CVM para saber se o fato deve ser divulgado ou não, excluindo o dolo de eventual
ilicitude.

Responsabilidade

- Tratada no art. 158 e as ações no art. 159.

- A regra é que os administradores não são responsabilizados pelos atos regulares de


gestão. Teoria organicista, os atos praticados pelo administrador no exercício da sua
função, não imputáveis à sociedade, porque o administrador faz parte de um órgão da
companhia. No ator regular de gestão, responde a companhia. O administrador
responde no ato ilícito de ato ou culpa, ou em violação de deveres legais e/ou
estatutários.

- Por ato ilícito, o art. 158 já responde que é uma responsabilidade subjetiva (com
culpa ou dolo), deve ser demonstrado o elemento subjetivo, e como regra é
responsabilidade pessoal (art. 158, §1°). Contudo, se ele devia e podia impedir o ato,
ou foi imprudente e negligente, ele pode responder solidariamente por ato ilítico, que
em regra seria de responsabilidade subjetiva.

- Exime-se de responsabilidade o administrador dissidente que consigna sua ressalva


em ata de assembleia, ou que denuncia a prática do ilícito, fugindo da
responsabilidade solidária.

- Quanto à violação de deveres legais ou estatutários, diverge-se a responsabilidade é


presumida, por culpa ou objetiva. Tradicionalmente, a doutrina entendia que a
responsabilidade é subjetiva, cabendo ao lesado provar a culpa do agente. Com o
tempo a doutrina evoluiu para a culpa presumida, pois o legislador previu a conduta e
deveres que devem ser cumpridos, de modo que o administrador tem o dever de agir,
de não ser negligente, imprudente, de modo que se ele violar o dever, presume-se que
ele agiu culposamente. E o ônus da prova passa a ser dele, pois presume-se a culpa e o
agente deve provar que não agiu culposamente. No entanto, a doutrina
contemporânea entende que a responsabilidade pelo descumprimento dos deveres é
objetivo, pois o dever está objetivamente previsto na norma, de modo que a violação
não necessitaria de prova de culpa ou dolo, o administrador responde de qualquer
forma em caso de descumprimento desse dever, sendo aqui a responsabilidade, em
regra, solidária (art. 158, §2°). Exceção a essa regra de responsabilidade solidária,
companhias abertas em que os administradores tenham atribuição específica. E existe
a exceção da exceção no parágrafo 4°:

§ 4º O administrador que, tendo conhecimento do não cumprimento desses deveres


por seu predecessor, ou pelo administrador competente nos termos do § 3º, deixar de
comunicar o fato a assembléia-geral, tornar-se-á por ele solidariamente responsável.

Ações de responsabilidade

- Tratadas no art. 159. São duas espécies de ações: (i) sociais, propostas em favor da
companhia, por danos causados contra ela; (ii) individuais, propostas individualmente
por aqueles que sofreram diretamente os danos pelo ato do administrador.

- Ação uti universi e ação uti singuli, propostas em favor da companhia.

- A ação uti universi é aquela proposta pela companhia em favor da companhia, art.
159, e tem uma condição de procedibilidade, qual seja a realização de assembleia para
aprovar a propositura da ação. E, de acordo com o parágrafo 2°, afasta-se o
administrador que responderá a ação, caso a assembleia aprove a propositura da ação,
mesmo que a assembleia não vote a destituição, ele é destituído.
- Ação uti singuli é a ação social proposta pelo acionista em favor da companhia. È uma
legitimidade extraordinária, pois o acionista atua em favor da companhia. São duas
hipóteses: (a) §3° da 159, no caso de não propositura de ação dentro de 3 meses da
aprovação da propositura da ação em assembleia, ou seja, a sociedade se quedou
inerte, nascendo a legitimidade do acionista. O STJ entende que a legitimidade é
concorrente para a propositura da ação e podem formar inclusive litisconsórcio para
propositura da ação (somente após o prazo); (b) §4°: se a assembleia decidir pela não
propositura da ação de responsabilidade do administrador, os acionistas que
detenham mais de 5% do capital social podem propor ação em favor da companhia,
sendo legitimidade extraordinária, a indenização se reverte em favor da companhia.

- Ação individual (§7°) – Acionista ou terceiro diretamente prejudicado pelo ato do


administrador – STJ entende que não cabe ação individual por dano reflexo ao terceiro
(Ex: decisão do administrador que provoca queda do preço das ações da companhia é
dano reflexo tanto quanto ao terceiro quanto ao acionista).

- Art. 134, §3° - O administrador que tenha suas contas aprovadas sem reserva pela
assembleia não pode ser posteriormente responsabilizado, salvo erro, dolo, fraude ou
simulação. Verificado erro dolo, fraude ou simulação, existe uma condição de
procedibilidade para propositura da ação, qual seja ajuizar uma ação anulatória (art.
286) da assembleia que aprovou as contas, num prazo de 2 anos, a contar da data da
assembleia que aprovou, constituindo prazo decadencial para anulação da assembleia.

Conselho fiscal (art. 161 e seguintes)

- Órgão de fiscalização, assessoramento (auxilia) e informação da companhia. A função


de fiscalização está prevista no 163, I, pois o CF fiscaliza o cumprimento das funções
dos órgãos de administração, principalmente no que toca a responsabilidade das
contas e dos atos de gestão.

- Ele é de assessoramento, pois auxilia principalmente a assembleia (art. 164). Pelo


menos um membro do conselho fiscal estará presente em assembleias, e esse
assessoramento se dará presencialmente ou por escrito, por meio de parecer
(opinativos e não vinculantes – não há obrigação da assembleia de cumprir a sugestão
do parecer) ou representação.

- Essa função de informação decorre da função de assessoramento, pois o conselho


fiscal vai informar.

- É um órgão obrigatório da companhia, mas seu funcionamento pode ser permanente


ou eventual. Ou seja, não precisa estar instalado permanentemente. Quando ele for
permanente, ele vai estar sempre à disposição dos acionistas. Contudo, quando ele for
eventual, ele será instalado em qualquer assembleia a pedido dos acionistas (pode ser
um só), independente do edital de convocação, porque ele é obrigatório. O mandato
dos conselheiros, seja permanente ou eventual, ele dura sempre apenas até a AGO
seguinte à assembleia em que foram eleitos os conselheiros.
- Quando o CF é permanente a eleição se dará na AGO. Toda vez que tiver uma AGO
serão destituídos os conselheiros e eleitos outros, podendo ser reeleitos. O mandato
pode ser com menos de um ano, a depender das datas da AGO.

- Quando não tive funcionamento permanente, não tem conselheiro eleito. Mesmo
que não seja item do edital da assembleia (pode ser AGO ou AGE), pode ser requerida
a instalação do conselho (para sanar uma dúvida, ou querendo fiscalizar algum ato),
sendo eleitos os conselheiros na hora mesmo da assembleia. E esse conselho vai
perdurar até a AGO seguinte à assembleia que os elegeram.

- A lei prevê requisitos para que sejam eleitos conselheiros: art. 162. A lei não exige
que seja sócio, mas exige requisitos técnicos.

Art. 162. Somente podem ser eleitos para o conselho fiscal pessoas naturais, residentes
no País, diplomadas em curso de nível universitário, ou que tenham exercido por prazo
mínimo de 3 (três) anos, cargo de administrador de empresa ou de conselheiro fiscal.

Caso Concreto

Questão 1

Não se enquadra na exceção do Art. 59, §1°, pois é companhia fechada.

Questão 2

Não, o parecer do conselho fiscal é meramente opinativo. Se a matéria foi aprovada


pela assembleia, o parecer não precisa ser acatado. 164, §1°.

Aula 19 – 26/09/2023 (Tema 20)

Reorganização societária

Transformação, incorporação, fusão, cisão

Fusão é a criação de uma nova sociedade a partir de duas outras.

Incorporação é trazer para dentro da empresa um outra, que desaparece, é extinta.

Cisão é a operação em que uma empresa existente se fraciona em duas novas.

É importante se atentar à lei do CADE – 12.529/2011, à resolução da CVM 78/2022


(companhias abertas) e Instrução do DREI 81/20.
 Motivos das operações
- Ganho de economia de escala de produção, de modo que o custo unitário do produto
ou serviço se torna menor, ampliando a competitividade.
- Aumento do poder de mercado – ampliação da sua fatia do mercado.
- Compra de Market share – maiores participações no mercado.
- Internacionalização
- Empresas em crise (art. 50 da LRE)
- Diversificação
- Antecipação de transações dos concorrentes

Transformação (art. 220 a 222 da LSA e arts. 1113 e 1115 do CC)

- Operação mais simples, porque não há mudança na pessoa jurídica, não há sucessão
na pessoa jurídica. É a mesma pessoa jurídica que altera o seu tipo societário.

- Não há sucessão de direitos e obrigações, pois é a mesma pessoa jurídica.

- Art. 221 – Exige o consentimento unânime dos acionistas, salvo se previsto no


estatuto ou contrato social, caso em que o sócio dissidente terá o direito de retirar-se
da sociedade. Se o estatuto for omisso, deve ser unânime. Nessa matéria, os
preferencialistas votam nessa matéria.

O PARÁGRAFO ÚNICO FOI REVOGADO PELO 1114 DO CC indiretamente.


Não é possível revogar o direito de retirada.

Qual motivo que a lei das SA exige a unanimidade?


- Porque vai ter um impacto direto na responsabilidade pessoal do sócio, pode ampliar
ou reduzir, de modo que é feito para proteção dos sócios. Os acionistas minoritários
são mais protegidos, bem como os credores, porque muitas vezes nessas operações há
uma vocação dos acionistas a prejudicar os credores, muitas vezes fraudando essas
operações.

- Art. 222 – A transformação não vai prejudicar os direitos dos credores, que
continuaram com as mesmas garantias que o tipo anterior da sociedade lhes
oferecia. IMPORTANTE

- Parágrafo único – O pedido dos credores é direcionado ao juiz da falência, cujo prazo
é entendido pela doutrina e jurisprudência até a sentença que o juiz irá proferir no
processo de falência. NÃO ENTENDI TUDO DO ART.

No caso de fusão, 50% votando a favor a matéria está aprovada (O Borba diz o
contrário).

Qual a razão do quórum de deliberação de uma transformação ser o consentimento


unânime dos sócios?
- Quórum – art. 136 da lei das S.A.- O conceito de Companhia aberta é relacionado a
valores mobiliários e não apenas ações, então o art. 136 não está limitando a
companhia aberta, pois ela pode ter outras valores mobiliários, somente as
companhias abertas que tenham ações negociadas em bolsa.

- A subsidiária integral poderá emitir debentures simples, bem como de qualquer outro
valor mobiliário, tornando-se uma companhia aberta, pois emitiu valores mobiliários,
ainda que não ações, conservando a sua natureza de subsidiaria integral pois não
emitiu ações e mantém a estrutura de um único sócio.

- Transformação impropria ou registraria (art. 968, §3°, do CC) – É uma mudança do


registro propriamente dito, entra um novo sócio e cria uma nova sociedade
empresária. NÃO ENTENDI. O princípio que rege essa transformação é o princípio da
transformação da empresa.

- A transformação só é pertinente a tipos societários, por isso não pode ser utilizada
para outros tipos empresariais como associações ou fundações.

- Não se pode pedir diretamente o registro de sociedade limitada para sociedade


limitada unipessoal. Primeiro o sócio deve aprovar a transformação.

- Conversão é o convertimento de uma sociedade simples em empresária. Não se


trata de transformação. (É um conceito doutrinário)

Incorporação, fusão e cisão

- Cisão é o fracionamento do patrimônio líquido de uma sociedade

- Art. 223, §3° e 4° - tem uma redação que protege o acionista minoritário em se
tratando de cia aberta. Deve-se atentar que a não observância do §3° garante o direito
de retirada do §4°, não é a cisão que garante, mas sim o descumprimento a não
abertura do capital pela nova sociedade criada pela cisão. Uma faculdade e proteção
adicional a um acionista de companhia aberta.

- Incorporação – Uma ou mais sociedades são absorvidas por outras. A sociedade


incorporada é extinta, ocorrendo a sucessão de todos os seus direitos e obrigações por
parte da sociedade incorporadora (art. 227).

- Fusão – duas ou mais sociedades unem-se para formar uma nova sociedade. As duas
ou mais são extintas, e a nova sociedade que surge após a operação, as sucede em
todos os direitos e obrigações (art. 228).

- Cisão – uma companhia transfere parcela do seu patrimônio (bens e obrigações - se


for transferência apenas de ativos, não é cisão, devem ser bens e obrigações, devem
ser ativos e passivos) para uma ou mais sociedades já existentes ou constituídas para
este fim. Se a cisão for total, houver a versão de todo o seu patrimônio, ocorre a
extinção da sociedade cindida. Na cisão parcial, a cindida permanece, apenas corre a
divisão do seu capital com outra sociedade. As sociedades que absorverem parcelas do
patrimônio da cindida a sucedem em direitos e obrigações (art. 229).
- Sociedade em conta de participação, por não possuir personalidade jurídica, não
pode sofrer processo de fusão, incorporação ou fusão.

- Protocolo (224 da LSA) e Justificação – dois documentos exigidos pela lei. A natureza
jurídica do protocolo é um pré-contrato (corrente majoritária), ele obrigatoriamente
antecede a fusão e incorporação e cisão. Ele tem que prever todos os incisos previstos
no art. 224, traz o detalhamento da operação. Já a justificação traz a exposição os
motivos para o negócio, tentando convencer os acionistas.

- O Protocolo é submetido, junto com a justificação, à AG.

- O aumento das ações da incorporadora, a partir da incorporação do patrimônio da


incorporada, será proporcionalmente distribuído aos acionistas da incorporada.

- O CC não exige para as limitadas protocolo e justificação, ao contrário das sociedades


anônimas.

- Incorporação – Se a incorporada apresentar patrimônio líquido negativo? É possível,


mas não vai haver aumento de capital, e os acionistas da incorporada não vão receber
nada.

- Fusão (art. 1119 do CC + art. 228 da LSA)

- Fusão indireta – Não é exatamente uma fusão, porque na verdade é a criação de uma
sociedade holding/controladora. A holding fica com as ações majoritárias das duas
sociedades que criaram a controladora, a fim de controlar as duas.

- Há diferença entre cisão parcial e total, principalmente no que se refere aos credores.

- Combinação do art. 50, com art. 60 e art. 141 da lei de falências.

Direito de retirada na incorporação e na fusão

- Na incorporação só há direito de retirada na incorporada e não na incorporadora.

- Art. 137, IV e V – Só há liquidez as ações que integram o IBOVESPA, pois este está
admitido à negociação no mercado de valores mobiliários.

- Dispersão é quando o acionista tem menos da metade da espécie ou classe da ação.

- Apenas para as hipóteses do IV e do V, poderá ser reitrado o direito de retirada caso


as ações tenham liquidez e dispersão.

- O prazo do direito de retirada começa a contar a partir da publicação da ata (exclui o


primeiro dia da publicação), sendo o prazo decadencial de 30 dias (diferentemente do
CC no art. 1097, onde é contado da reunião ou da AG).
- Art. 232 – o credor prejudicado poderá propor ação para impedir a operação. A
companhia pode fazer uma consignação em pagamento ou se a divida for ilíquida a
sociedade poderá oferecer garantia.

- Art. 233 – Na lei das SA, o legislador criou um tratamento diferenciado para o credor
na cisão, pois na cisão a regra geral é a solidariedade das sociedades cindidas. De
modo que não existiria credor prejudicado. Parágrafo único – A sociedade poderá
deliberar a exclusão da solidariedade, porém qualquer credor poderá se opor à
deliberação, desde que notifique à sociedade no prazo de 90 dias, podendo ser extra
ou judicial. Contudo, somente os credores que notificarem terão direito à
solidariedade.

TEMA 20 – CASOS CONCRETOS

Questão 1

Incorporação.
É possível, o divergente ou fica ou exerce direito de reitrada.
Nesse caso, não há obrigatoriedade de protocolo e justificação, pois se tratam de
limitadas, que não é obrigatório pois o Código Civil não prevê, é omisso.

Questão2
A aprovação dessa matéria é de competência da Assembleia, no máximo o CA aprova o
protocolo e leva à assembleia, art. 122, VIII. Contudo, João Prudente se exime de
responsabilidade.
Existe essa possbilidade, é o 129,§3° - o acionista entraria como substituto processual
da companhia.
Ele teria que consignar o seu voto divergente na ata do conselho de administração.
Não sendo possível, ele deveria dar ciência imediata à AG por escrito.

Aula 20 – Tema 19

Art. 243 da LSA, 1099 do CC.

Grupo de direito são sociedades controladas e controladoras que fazem um contrato


para eventualmente submeter uam delas ao interesse do grupo, essas sociedades por
convenção podem realizar operações entre elas do grupo que não sejam estritamente
comutativas. A lei permite no grupo de Direito, e apenas nele, operações que não
sejam a preço de mercado, havendo sacrifício de uma ou outra. O contrato de grupo
de direito deve ser registrado em junta comercial.

Ex: Uma controladora com diversas controladas e coligadas. Coligadas do art. 243 são
totalmente diferentes do Código Civil, desse modo, prestar atenção caso mencione
limitada.

- Art. 243, § 1° - Quando a sociedade investidora consegue influir deliberações


especialmente na política financeira e operacional da sociedade, ocorre coligação. O
conceito de coligação afasta sempre o conceito de controle (§4° - “Sem controlar”)
§5° - Atenção, menciona que tem 20%, mas não pode haver controle para ser coligada.

No grupo de fato, as relações intersocietarias tem que ser estritamente comutativas,


não podendo uma sociedade ser sacrificada em relação a outra.

Art. 244 – Participação recíproca no capital – Existe vedação total à participação


recíproca? A princípio é vedada a participação recíproca, pois representaria uma
devolução do capital investido (devolução ilegal de capital), mas existem exceções nos
parágrafos. O §1° prevê que nos casos em que estão respeitadas as normas em que
estão previstas as condições do art 30, §1° da alínea B (ações em tesouraria). Ao
contrário das ações em tesouraria, limita-se apenas o direito de voto no §2°, enquanto
as ações em tesouraria perdem dividendos.

Art. 245 – Estabelece um parâmetro geral de comportamento para os administradores


de sociedades que integrem o grupo de fato. (Esse artigo pode ser excepcionado
quando o grupo é de direito, pode aplicar-se o art. 276).

Art. 246 – Direito premial, premio pago em dinheiro ao autor de determinadas ações
(§2º).

Sociedade holding
Holding pura é uma constituída meramente para controlar outras.

Holding mista ou operacional é quando além de controlar exerce outra atividade


empresarial qualquer.

Subsidiária integral

Art. 251 – Deve ser brasileira, é constituída já como subsidiária integral. Chamar a
atenção para o art. 300, que manteve em vigor parte do decreto 2627/40, no qual o
art. 60 define quais são as sociedades nacionais (o código civil prevê no art. 1126).

§2º - Pode ser transformada em subsidiária integral, é uma derivada, não originária.
Isso ocorre quando uma sociedade brasileira adquire todas as ações de determinada
companhia, ou ainda nos termos do art. 252.

Art. 252 – trata da figura que não pode ser confundida com incorporação de
sociedades. Pois trata da incorporação de ações. Ao invés de incorporar a sociedade,
incorpora-se as ações da sociedade. Incorporação de ações é só para criar subsidiária
integral. Os antigos acionistas da incorporada receberão (trocam) ações da companhia
incorporadora. A incorporada não é extinta, ela permanece, enquanto a incorporadora
se torna a única acionista da incorporada. Tem uma diferença significativa, haverá
direito de retirada da incorporadora das ações (bem como dos acionistas da
incorporada), totalmente diferente na incorporação de sociedade. Qual a razão para
isso? Permaneceu por mero esquecimento do legislador.
- Não há sucessão de direitos e deveres, pois a incorporada não é extinta, logo não há
perda de personalidade jurídica.

Alienação do controle acionário, aquisição do controle

Art. 254-A – Se for companhia aberta, obriga-se o adquirente do controle acionário a


fazer uma oferta pública para adquirir as ações dos minoritários com direito de voto.
Existe aqui a figura do Tag Along , que é o direito de saída conjunta dos minoritários
com o controlador.

Drag along é a obrigação de saída conjunta.

Ágio do controle – 20 a 30% a mais do preço das ações – é o preço de diferença entre
os valores normais das ações mais o poder de controle.

- Resolução numero 35 de 1982 – art. 33 – Só serão atingidas pela oferta as ações com
direito a voto pleno e permanente.

- Art. 120 – Corrente majoritária diz que podem ser suspensos todos os direitos
inclusive os direitos essenciais, isso porque suspensão é momentânea. Professor
entende que é ex nunc.

- STJ entende que caso terceiro adquira uma participação não relevante de ações do
grupo de controle, que não tenha alterado a correlação de forças do bloco, não
caracteriza alienação de controle. Só seria caracterizada se adquirisse participação
majoritária das ações do bloco.

- art. 257 – trata de aquisição do controle acionário diferente de alienação. A diferença


é que no 254-A existe uma negociação prévia entre o antigo negociador e aquele que
deseja adquirir as ações. A aquisição é diferente, porque quando o controle é
pulverizado e não existe um bloco controlador definido, se pode ter um investidor que
possa ir à bolsa e fazer uma oferta pública de um percentual X de ações que lhe
garanta o controle.

- Incorporação de companhia controlada – Art. 264 – Vale para qualquer operação


entre controlador e controlada, não apenas de incorporação (§4°). Avaliação a preço
de mercado, porque a matéria é aprovada pela mesma pessoa em duas pontas, para
que não haja prejuízo.

ATENÇÃO AO §3° - O minoritário pode exercer o direito de retirada pelo valor, não de
mercado, mas de avaliação desde que seja mais vantajoso pra ele.

Minoritários são todos os acionistas que não integram o bloco de controle.

Art. 265 – Contrato de convenção de grupo – pode subordinar interesses de


determinadas companhias ao interesse do gruo. Nos estritos termos da convenção
aprovado em assembleia, com direito de retirada, uma sociedade ser submissa aos
direitos do grupo. Excepcionando as regras do art. X.

Consórcio (Joint Ventures)

1) Consórcio
- Expressa a necessidade de gastos vultosos
- Redução do custo de produção
- É um contrato entre sociedades (art. 278 da LSA) – Operação não permanente da
empresa ou necessidade de crescimento temporário – isso gera uma discussão
enorme. O elemento essencial do consórcio deve estar atrelado a execução de um
determinado empreendimento.
- É uma concentração de emrpesas, mas não perdem indivualidade, patrimônio
próprio e autonomia administrativa. Cada consorciada se obriga por si e assume
obrigação direta, assim como cada consorciada, não há solidariedade, cada
consorciada tem uma obrigação pactuada.
- A atividade deve ser temporária, segundo a doutrina majoritária.
- Consórcio não tem personalidade jurídica própria.
- Matéria tributária – Existem decisões do CARF que negam a natureza consorcial
caso seja por caso indeterminado ou quando for pra execução de mais de um
projeto, aplicando solidariedade e responsabilidade ilimitada.
- Cada consorciada se obrigará perante terceiros, porém representada pelo líder
do consórcio.
- O patrimônio da cada consorciada mantém sua autonomia. Não há presunção de
solidariedade.

- Existe exceção no CDC, art. 28, §3º - no que se assume a solidariedade.


- licitações e contratos administrativos – lei 14.133 no art. 15, V – estabelece
obrigatoriedade de solidariedade em contratos com entes públicos.
- Relações trabalhistas também podem aplicar solidariedades as consorciadas.
- A falência de uma consorciada não se estende as demais, de modo que subsiste o
consórcio.
- Se for apenas entre duas sociedades, o consórcio é extinto em caso de falência de
uma delas, pois é da essência do consorcio a pluralidade de partes.

- No grupo de sociedades (265 a 270) há uma relação de controle entre as


sociedades. Um grupo de direito só será formado entre controladora e controladas
e é um contrato de caráter permanente e duradouro, visando favorecer um grupo
ou sociedade.
- No consorcio o objetivo não será permanente e o benefício será sempre
eindividual.

- SPE possui objeto social único, reduzindo risco empresarial, trata-se de sociedade
constituída formalmente, novo ente jurídico, com autonomia patrimonial. É uma
sociedade independente e autônoma, menos flexível que um consórcio.

- Consórcio tem menos burocracia, tratamento jurídico mais flexível.


2) Sociedade em conta de participação
3) Sociedade de proposito específico(art. 981, §único)

CASOS CONCRETOS

1) Cada uma tem sua repsonsabilidae patrimonial, de modo que o juiz acolheu
corretamente. Se houvesse abuso de poder ela responderia.
2) Toda operação envolvendo duas sociedades onde haja concentração e se o
faturamento bruto no exercício superior foi superior a 750 milhões de reais e da outra
75, a operação será previamente submetida a avaliação do CADE. Se essa operação
não for submetida ao CADE, a consequência está em dois artigos 88 e 90 da lei do
CADE, de modo que o CADE pode anular a operação aplicar multa e abrir PAS contra as
envolvidas.

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