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CONTEÚDO

Requisitos De Validade Do Contrato Social...................................................................................4


1 Clausulas contratuais...............................................................................................................6
2 Forma do Contrato Social........................................................................................................8
Introdução

Segundo pesquisa uma sociedade empresaria consiste no encontro entre sócios

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Natureza Do Ato Constitutivo Da Sociedade Contratual

A sociedade empresária nasce do encontro de vontades de seus sócios. Este encontro, de


acordo com o tipo societário que se pretende criar, será concretizado em um contrato social
ou estatuto, em que se definirão as normas disciplinadoras da vida societária.

As sociedades em nome coletivo, em comandita simples e limitada são constituídas por


contrato social. Isto terá repercussões no regime dessultório aplicável à elas. As sociedades
contratuais dissolvem-se de acordo com o que prevê, sobre a matéria, o código civil.

contrato social é uma espécie muito peculiar de contrato. As normas gerais de direito civil,
pertinentes aos contratos, não podem, pura e simplesmente, ser aplicadas à disciplina do
contrato social, em razão mesmo de suas particularidades. Das regras atinentes à formação,
inexecução ou extinção dos contratos em geral, nem tudo se aproveita no desate de
questões societárias.

De qualquer forma, os autores costumam apontar o contrato de sociedade como espécie do


gênero “contrato plurilateral”, em que converge para um mesmo objetivo comum a vontade
dos contratantes. No caso, os sócios celebram o contrato social com vista à exploração, em
conjunto, de determinada atividade comercial, unindo seus esforços e cabedais para
obtenção de lucros que repartirão entre eles. Como contrato plurilateral, cada contratante
assume perante todos os demais obrigações. Além disso, deste contrato surge um novo
sujeito de direito, a sociedade, perante a qual os contratantes também são obrigados. O
dever de o sócio integralizar a quota do capital social decorre do contrato social; o titular do
direito correspondente a este dever é a sociedade nascida também do mesmo contra.

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REQUISITOS DE VALIDADE DO CONTRATO SOCIAL

Para a validade do contrato social, o direito elegeu determinados requisitos. Sem a


observância destes, a sociedade não se forma validamente, podendo ser decretada a sua
anulação ou declarada a nulidade. A invalidação não se confunde com a dissolução da
sociedade. A invalidação e a dissolução diferem em três aspectos: quanto aos sujeitos, aos
motivos e aos efeitos.

Quanto aos sujeitos, a dissolução pode decorrer da vontade dos particulares (sócios ou
seus sucessores) ou de decisão judicial, ao passo que a invalidação decorre, sempre e
apenas, de acto do Poder Judiciário.

Quanto aos motivos, a dissolução se baseia em outros factores, como previsto nos termos
dos artigos (CC, art. 1.034) e (CC, art. 1.077).

Quanto aos efeitos, a dissolução opera irretroactivamente e a invalidação,


retroactivamente. Os actos jurídicos praticados pela sociedade empresária, não relacionados
com a sua existência propriamente dita, não serão invalidados pela só invalidação do acto
constitutivo. Para ser válido, o contrato social deve obedecer os seguintes requisitos: os
requisitos de validade de qualquer negócio jurídico; e relativos ao acto constitutivo de
sociedade empresária.

Requisitos genéricos - estão elencados pelo (Artigo 104 do CC).

1. Constituem direitos dos sócios:

a) Quinhoar nos lucros;


b) Participar nas deliberações de sócios, não sendo permitido que o sócio seja
privado, por cláusula do contrato de sociedade, do direito de voto, salvo nos
casos em que é a própria lei a permitir a introdução de restrições a tal direito,
como é o caso de acções preferenciais sem voto;
c) Informar-se sobre a vida da sociedade;

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d) Ser designado para os órgãos de administração e também de fiscalização, se
houver.

2. Nenhum sócio pode receber juros ou outra importância certa em retribuição do seu
capital ou indústria.

Requisitos específicos - todos os sócios devem contribuir para a formação do capital


social, seja com bens, créditos ou dinheiro; e todos os sócios participarão dos resultados,
positivos ou negativos, da sociedade, conforme resulta do artigo (CC, art. 981).

É nula a sociedade empresária que exclua um sócio de realizar o capital social ou de


quinhoar no lucro ou perdas sociais.

Cabe fazer menção, ainda, aos pressupostos fáticos da existência de qualquer sociedade
empresária, que são dois: a affectio societatis e a pluralidade de sócios.

O primeiro diz respeito à disposição, que toda pessoa manifesta ao ingressar em uma
sociedade empresária, de lucrar ou suportar prejuízo em decorrência do negócio comum.

O segundo pressuposto decorre da inexistência, da sociedade unipessoal - salvo duas


excepções: a subsidiária integral e a uni pessoalidade incidental temporária. Assim, sempre
que uma sociedade contratual se reduzir à uni pessoalidade (por morte de um dos dois
sócios) e a pluralidade de sócios não se restabelecer no prazo de 180 dias, ela não poderá
continuar existindo e deverá ser dissolvida (CC, art. 1.033, IV).

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CLAUSULAS CONTRATUAIS

Segundo (Coelho, 2011) O contrato social deverá prever as normas que regulam a vida
social, isto é, qualquer assunto que diz respeito aos sócios e a sociedade constitui objecto de
acordo de vontade entre os membros da pessoa jurídica empresária. De salientar que nem
tudo poderá ser previsto e exaustivamente regulado, mas desde que não contemple soluções
ilegais, punidas pela lei, o contrato social poderá dispor sobre qualquer tema de interesse
para os sócios.

Algumas cláusulas são, no entanto, necessárias para completar a regularidade da sociedade


empresária, daí que a lei exige do contrato social que atenda a determinadas condições para
o seu registo na junta comercial. Tais como:

a) Qualificação dos sócios nesta clausula o contrato deve conter o nome e a


qualificação dos sócios (pessoas físicas), a nacionalidade, o estado civil, a profissão
e, para as jurídicas a nacionalidade e sua sede. Além desses dados os sócios
também, costumam a ser qualificados pelo número de inscrição no cadastro de
pessoas físicas ou cadastro nacional de pessoas jurídicas dependendo do caso.
b) Objeto social nesta cláusula a actividade exercida economicamente pela sociedade
deve ser declarada no contrato social de forma precisa e detalhada.
c) Nome empresarial O contrato social deve conter o nome empresarial sob o qual se
chamará a sociedade.
d) Sede deverá esclarecer o contrato social qual é o município da sede da sociedade, a
localização onde pode ser encontrado o seu representante legal.
e) Prazo de duração A sociedade pode ser contratada por prazo determinado ou
indeterminado exclusivamente de acordo com a manifestação de vontade dos
sócios.
f) Capital social e quotas dos sócios O contrato social tem o dever de especificar o
capital social da sociedade, bem como o modo e prazo da sua integração e as cotas
pertencentes a cada um dos sócios.
g) Nomeação do administrador cabe ao contrato social estabelecer a representação
legal da sociedade, nomeando o seu administrador ou administradores. Porém nem

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todas as sociedades podem ser representadas por pessoas estranhas ao quadro
associativo, mas a limitada pode ser representada por não socio, nomeado no
contrato social ou em acto separado.

São igualmente indispensáveis no contrato social as seguintes cláusulas:

a) Clausulas contratual acidentais essas são cláusulas indispensáveis à regularidade


de qualquer sociedade empresária contratual.
b) Cláusula arbitral que regula o modo de escola de arbitro para decisão das
pendencias entre os sócios;
c) Cláusula sobre o reembolso que por sua vez fixa prazos e procedimentos para
pagamento ao socio dessidente de alteração contratual.

Além das cláusulas essenciais, o contrato social deve atender a mais uma formalidade, para
fins de obtenção do registo na junta comercial. Trata-se do visto de um advogado, exigido
atualmente pelo art.1° e 2° do EOAB, para poder se validar todos os actos e contratos
constitutivos de pessoas jurídicas.

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FORMA DO CONTRATO SOCIAL

Segundo (Coelho, 2011) O contrato social pode ser escrito, mas excecionalmente o direito
admite a forma oral. É possível a prova da existência da sociedade entre certas pessoas
(sócios “de fato”) por qualquer modo, inclusive testemunhas, cartas, perícia em contas
bancárias. Nestes casos, provada a existência de negócios em comum, a sociedade terá sido
oralmente contratada entre os sócios. Claro que uma sociedade contratada pela forma oral
será, inevitavelmente, irregular, pois o registro de seu ato constitutivo não é possível.

Atente-se que a prova da existência de sociedade contratada oralmente só pode beneficiar


não sócios. Quer dizer, nas ações entre os sócios, ou destes contra terceiros, fundadas na
existência da sociedade, a exibição do contrato escrito mesmo que não registrado é
exigência legal (cc, art. 987).

O contrato social poderá ser, feito por instrumento público, lavrado por notário, ou
instrumento particular. O contrato social pode adotar a forma privada.

No primeiro caso, o instrumento público é dispensável se o sócio que não sabe ou não
pode assinar outorgar, por instrumento público, procuração com poderes especiais a um
mandatário; este, então, firmará o contrato social feito em instrumento particular, em nome
daquele sócio.

No segundo caso, a dispensa do instrumento público depende de o contrato social


descrever o imóvel como exigido para fins de registro imobiliário e conter, sempre que
necessária, a outorga do cônjuge.

A forma das alterações contratuais não está vinculada à adotada pelo ato constitutivo (lRE,
art. 53). Feito este por escritura pública, poderá ser alterado por instrumento particular e
vice-versa.

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5. Alteração Do Contrato Social

Princípios gerais

Segundo (Coelho, 2011), o contrato social de uma sociedade pode ser alterado por
iniciativa dos sócios ou por imposição judicial, sem esquecer de observar os requisitos de
validade.

O artigo 176 (Conselho de Ministros, 2005) prevê que os sócios podem ajustar o contrato
de sociedade mediante o acréscimo ou remoção de algumas clausulas, desde que este acto
não contradiga a lei. Se da altercao contratual originar o aumento da prestação impostas
pelo estatuto, este efeito recai apenas aos sócios que deliberaram a favor da alteração. A
deliberação deve ser redigida e assinada por todos sócios presentes que concordem.

A deliberação da alteração contratual

A regra é a de que as deliberações sociais, que implicam alteração contratual, são tomadas
por maioria de votos.

A maioria societária é definida função da participação de cada sócio no capital social. Um


único sócio, pode representar a maioria societária, desde que a sua cota social represente
mais da metade do capital social, o número de sócios só importa em caso de desempate, em
caso de dificuldade em superar o empate, estes deverão socorrer-se da decisão do árbitro.
Caberá ao juiz decidir, no interesse da sociedade, fazendo prevalecer qualquer um dos
votos proferidos pelos sócios.

Quando as deliberações dos sócios importam alterações contratuais, exige-se que seja em
nome coletivo e em comandita simples, a unanimidade para mudança de cláusula essencial,
se um dos sócios não estiver satisfeito, independentemente da participação societária dele, o
contrato social permanece inalterado.

Se a sociedade é limitada, a alteração contratual pode ser aprovada por sócios que
representem três quartos do capital social. Os minoritários da sociedade limitada com até
25% do capital social devem se submeter à alteração aprovada pela maioria ou exercer o

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direito de retirada, sendo, neste último caso, reembolsados pelo valor patrimonial de suas
quotas.

As principais causas de alteração contratual são o aumento e redução de capital

5.1 Aumento de capital

Artigo 178 (Requisitos da deliberação de aumento)

A deliberação de aumento de capital deve mencionar expressamente a modalidade e o


montante, o valor nominal das novas participações, incorporação de reservas. Se no
aumento apenas participam os sócios e em que termos, ou se aquele será aberto a terceiros,
nomeadamente, com recurso a subscrição pública; se são criadas novas partes sociais ou se
é aumentado o valor nominal das existentes.

Limites de Modalidades e montante

O capital de uma sociedade pode ser aumentado por recurso a novas entradas ou por
incorporação de reservas disponíveis. Não pode ser deliberado o aumento de capital
enquanto não se mostrar integralmente realizado o capital social inicial ou proveniente de
aumento anterior.

O valor nominal das novas participações

A deliberação de aumento de capital por recurso a novas entradas só pode permitir o


diferimento da realização das participações, nos limites estabelecidos na lei.

Aumento por incorporação de reservas

Se o aumento por incorporação de reservas não for deliberado na assembleia geral, a


aprovação das contas do exercício nos sessenta dias subsequentes, só pode ter lugar
acompanhado da aprovação de um balanço especial, organizado, aprovado e registado nos
termos prescritos para o balanço anual. As quotas da sociedade participam no aumento se
todos sócios concordarem.

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5.2 Redução do capital

Artigo 181 (Requisitos da deliberação de redução)

A deliberação que determine a redução do capital deve explicar a finalidade desta e bem
assim a respectiva modalidade, mencionando se é reduzido o valor nominal ou se há
extinção de participações e, neste caso, quais as partes atingidas pela redução.

A redução não motivada por perdas só pode ser deliberada se a situação líquida da
sociedade ficar a exceder a soma do capital, da reserva legal e das reservas estatutárias
obrigatórias em, pelo menos, vinte por cento, comprovada por meio de relatório a elaborar
por auditor ou sociedade de auditores de contas, que será apensada à deliberação.

Limites de Modalidades e montante

A deliberação que aprovar a redução do capital social deve ser registada e publicada O
capital social fica reduzido com o respectivo registo definitivo na Conservatória do registo
das Entidades Legais competente ou com a outorga da respectiva escritura pública nos
casos em que entrem bens imóveis.

Tutela dos credores sociais

Aos credores cujos créditos se tenham constituído antes de ter sido publicada a deliberação
de redução e não possam exigir o pagamento, deve ser prestada garantia, se a exigirem, no
prazo de trinta dias a contar da publicação, não sendo aplicavel para os credores cujos
créditos já se encontrem garantidos. Os pagamentos aos sócios com base na redução do
capital não podem ser efectuados antes de decorridos sessenta dias sobre a data de
publicação da deliberação de redução e só depois de ter sido dada satisfação ou garantia aos
credores que a tenham exigido.

Se a redução for motivada por perdas ou tiver por finalidade a constituição ou reforço da
reserva legal, os beneficios dispostos a cima não se aplicam e os sócios não ficam
exonerados das suas obrigações de liberação do capital.

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5.3 Redução e aumento de capital simultâneos

É permitido deliberar a redução do capital a um montante inferior ao mínimo estabelecido


na lei para o respectivo tipo de sociedade, se tal redução ficar expressamente condicionada
à efectivação do aumento de capital para montante igual ou superior àquele mínimo, a
realizar nos sessenta dias seguintes àquela deliberação.

O disposto quanto ao capital mínimo de cada tipo de sociedade não obsta a que a
deliberação de redução seja válida se, simultaneamente, for deliberada a transformação da
sociedade para um tipo que possa legalmente ter um capital do montante reduzido.

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REFERÊNCIAS
Coelho, F. U. (2011). Manual de direito comercial : direito de empresa. São Paulo: Saraiva.

Conselho de Ministros. (27 de Dezembro de 2005). Decreto nº2/2005. Aprova o Código Comercial.
Imprensa Nacional de Moçambique.

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