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1 Direitos e Obrigação dos Sócios


1.2 Direito dos Sócios
A participação social apresenta-se como uma situação jurídica
complexa, por força da qual advém para os sócios todo um conjunto de
direitos de diferente natureza.
Deste modo, o primeiro direito que advém para o sócio da celebração
do contrato de sociedade é o de exprimir a sua vontade em todas as fazes
relevantes da vida societária, de modo a concorrer para a formação da
vontade social. É em virtude desse direito, que se compulsarmos vários
mecanismos que consagram métodos que valorizam a manifestação da vontade
dos sócios para a sua vinculação.
Duma forma especial, os direitos dos sócios encontram-se
consagrados no artigo 104.º1 do Código Comercial.

1.3 Obrigação dos Sócios


Dependem em larga medida da situação particular de cada sociedade
dos estatutos da sociedade donde resulta que a nossa referência é geral.
Nos termos da alínea a) do artigo 107.º Ccom todo sócio é obrigado
a entrar para a sociedade com bens susceptíveis de penhora ou tratando-
se de sócio de indústria com qualquer tipo de serviço.
Em regra, todo sócio deve participar nas perdas salvo o disposto
nas sociedades de Capital e Indústria, que de acordo com a alínea b) do

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Direitos e obrigação dos sócios
Artigo 104.º do Código Comercial
(Direitos dos Sócios)
1. Constituem direitos dos Sócios;
a) Quinhoar nos lucros;
b) Participar nas deliberações de sócios, não sendo permitido que o sócio seja
privado, por cláusula do contrato de sociedade, do direito de voto, salvo nos
casos em que é a própria Lei a permitir a introdução de restrições e tal direito,
como é o caso de acções preferenciais sem voto;
c) Informar-se sobre a vida da sociedade;
d) Ser designado para os órgãos de administração e também de fiscalização, se
houver.
2. Nenhum sócio pode receber juros ou outra importância certa em retribuição do
seu capital ou indústria.

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n.º 1, do artigo 278.º in fine, os sócios de indústria estão isentos de
qualquer responsabilidade pelas dívidas sociais.
Esta imposição constitui o prolongamento do artigo 980.º do Código
Civil, por isso a Lei regula o cumprimento das obrigações de entrada em
várias disposições de cada tipo societário e comina as devidas
consequências legais.
Relativamente ao dever de participar nas perdas corresponde a
responsabilidade que resulta do exercício desta actividade. Este dever
aparece como um dever estabelecido de forma genérica, exceptuando-se os
sócios de indústria nas sociedades de capital e indústria.
Relativamente a contraposição deste dever de participar nas dívidas
há o direito de quinhoar os lucros na alínea a) do n.º 1 do artigo 104.º
do Código Comercial.
Nos termos do n.º 3 do artigo 108.º do C.com, é nula a cláusula
que exclua o socio da comunhão de lucros ou que o isente de quinhoar nas
perdas salvo a excepção anteriormente vista quanto as sociedade de
Capital e Indústria.
A doutrina entende que a responsabilidade dos fundadores respeita
também à constituição da sociedade e dela resulta uma outra situação
particular que compreende a responsabilidade do sócio que tiver o direito
de designar gerentes ou outras pessoas para a direcção da sociedade. O
ilícito praticado por essa pessoa pode ser imputado àquele que o
designou, nomeadamente por razão de falta de diligencia ou imputado
àquele a quem atribui a responsabilidade na escolha.
Equivale dizer que, relativamente ao quinhoar das dívidas ou perdas
da sociedade esta deve ser adoptada a situação concreta da sociedade
tendo em conta a realidade social, embora haja um leque de obrigações
comumente admissíveis em todas as sociedades.
Se nada for dito no contrato de sociedade, tem de ser a mesma a
proporção no quinhão das perdas do mesmo modo que é o no quinhão dos
lucros, e esta não pode ser deixada ao critério de terceiros e bem pode

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ser uma convenção ad hoc, na medida em que pode trazer muitos perigos
no momento da deliberação da Assembleia Geral, que decide pela
distribuição dos lucros ou perdas.
Há para além destes deveres, os acessórios e que resultam da boa
fé. O Código Civil estabelece no artigo 989.º - a proibição do uso dos
bens sociais para fins estranhos à sociedade e no artigo 990.º - a
proibição de concorrência.
Outro dever que recai sobre os sócios é o dever de lealdade do
sócio para com a sociedade, embora em termos gerais naos e exige a
qualidade específica do sócio na sociedade, este tem o dever de agir com
a lealdade para com a sociedade, não pode usar informações relativas a
sociedade para fins não importantes ou desconexos com a sociedade.
O dever de lealdade há-de variar de acordo com o tipo de sociedade,
por exemplo, nas Sociedades Anónimas o dever de lealdade é quase
inexiste, nas sociedades em Nome Colectivo este dever é mais acentuado.
O último dever é o de não concorrência que também recai sobre os
Administradores das Sociedades.
Nas Sociedades em Nome colectivo, este dever e expresso de forma
clara no artigo 257.º do Ccom. Proíbe de exercer por conta própria ou
alheia, actividade abrangida pelo objecto social ou ser sócio de
responsabilidade ilimitada de outra sociedade ou ainda, ser sócio de
outra sociedade com participação superior a vinte e cinco por cento do
capital social.

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1.4 Órgãos das Sociedades e o Seu Funcionamento
As sociedades comerciais são pessoas colectivas e como tal, a sua
existência pressupõe a existência de órgão através dos quais se
manifestará a sua vontade.
A personalidade jurídica das pessoas colectivas e neste caso das
sociedades comerciais é uma ficção jurídica e os órgãos da sociedade
irão suprir a ausência de mecanismo de manifestação da vontade por parte
dessas pessoas jurídicas. Segundo o Prof. Miguel Pupo Correia, são órgãos
de uma sociedade as entidades ou núcleos de atribuição de poderes que
integram a organização interna da sociedade e através dos quais ela se
forma, manifesta e exerce a sua vontade de pessoa jurídica.
São órgãos das sociedades comerciais em geral, a Assembleia Geral,
a Administração e o Conselho Fiscal ou Fiscal Único nos termos das
alíneas a), b) e c) do n.º 1 do artigo 127.º do Código Comercial.
Depreende-se da leitura atenta desta disposição que a Assembleia
Geral e a Administração – são órgãos imprescindíveis para a existência
e subsistência das sociedades comerciais enquanto que o Conselho Fiscal
ou Fiscal Único existirá quando verificada uma das alternativas que o
n.º 2 do artigo 127.º C.
com estabelece, ou seja, alternativamente, se for uma sociedade com
mais de dez (10) sócios, se for uma sociedade que venha a emitir
obrigações ou se se tratar de Sociedade Anónima. Se for Sociedade
Anónima, terá que possuir à luz do que acabamos de escrever, todos os
órgãos previstos no n.º 1 do artigo 127.º do C.com.
O Professor Pinto Furtado sustenta que, quando os titulares de
órgãos não forem os sócios, estes seriam investidos nos seus cargos mercê
de um Contrato de Trabalho, sendo a entidade patronal a própria
sociedade. E quando se tratar de sócios, estes seriam designados mercê
de um acto unilateral da Assembleia que o elege, sendo a sua aceitação
uma mera indicação de eficácia daquele acto, e não a aceitação de uma
proposta que formasse um vínculo contratual.

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Daí entender este autor que o contencioso relativo as funções dos
titulares dos órgãos deveria integrar-se na competência dos tribunais
cíveis, quando se tratar de sócios e dos Tribunais de Trabalho, quando
se trate de não sócios.

2.0 A ASSEMBLEIA GERAL


A Assembleia Geral é um órgão soberano das sociedades comerciais.
A sua soberania não significa sobreposição aos demais órgãos. É um órgão
deliberativo das sociedades comerciais. Tradicionalmente foi considerado
um órgão com poder absoluto e de competência ilimitada no sentido de que
podia deliberar sobre toda e qualquer matéria da sociedade. Podia
interferir em quaisquer actos do órgão de administração, fiscalizando-
os, regulando-o, impondo a sua prática, sem outro limite que não fosse
o do próprio objecto social, mercê do princípio de especialidade.
A Assembleia Geral, delibera sobre vasto leque de matérias como
também sobre todas as matérias que por disposição legal ou estatutária,
não forem atribuídas a outros órgãos da sociedade nos termos da alínea
i) do artigo 129.º do Código Comercial.
A Assembleia Geral é composta por todos os sócios que lhe assiste
o direito de nela não só participar como discutir e votar sobre as
matérias submetidas a este órgão.
E porque o interesse social pode colidir com o interesse individual
do sócio, há limitação do direito de voto do sócio ou seu representante
no artigo 131.º do C.com quando em relação a matéria objecto de
deliberação se achar presente tal conflito de interesse.2

2.1 Modo de Manifestação de Vontade da Assembleia Geral

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Artigo 130.º do Código Comercial
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Uma vez constituía por todos os sócios também como nos referimos
no ponto anterior, o mecanismo de manifestação e formação de vontade
social da Assembleia Geral será necessariamente a deliberação.
O que deve entender-se por Deliberação Social?
A deliberação é a forma de manifestação de vontade de órgão
colegiais normalmente através do voto. Contrapõe-se à decisão que
normalmente é aplicável a órgão singulares das sociedades ou resolução
que esteve sempre associada a decisões tomadas no contexto da
administração e fiscalização da sociedade.
Para as Sociedades Em Nome Colectivo o regime das deliberações
consta do artigo 266.º do Código Comercial, para as Sociedades em
Comandita consta do artigo 274.º do Código Comercial, para as Sociedades
por Quotas aplica-se com as necessárias adaptações o regime das
Sociedades Anónimas do artigo 412.º por força do artigo 317.º ambos do
Código Comercial e por maioria de razão, nas sociedades por Quotas
Unipessoais não existe Assembleia Geral e o mecanismo de decisão nunca
será por deliberação.

2.2 Os Vícios das Deliberações e sua Impugnação


As deliberações da Sociedade correspondem aos modos de manifestação
da vontade da Sociedade e que são vinculativas em regra a todos os sócios
e à Administração.
Uma vez ao acatadas as formalidades ou requisitos para a tomada de
decisão, as deliberações podem ser declaradas nulas ou anuláveis . são
nulas nos termos do artigo 142.º do Código Comercial.
A nulidade é mais grave. As suas causas podem ser de conhecimento
oficioso do Tribunal. Contudo, a nulidade da deliberação não pode ser
arguida se já tiverem passados mais de cinco (5) anos sobre a data do
seu registo, salvo pelo Ministério Público se a deliberação constituir
facto criminalmente punível para que a Lei estabeleça prazo prescricional
superior.

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Esta norma, constitui claramente uma excepção ao regime consagrado
no artigo 296.º do Código Civil nos termos do qual, a nulidade é invocável
a todo o tempo por qualquer interessado e pode ser declarada
oficiosamente pelo Tribunal.
Há no regime das deliberações uma excepção ao elemento temporal, a
legitimação tendo em conta por outro lado, o regime penal aplicável à
prescrição do crime que corresponde à causa da nulidade da deliberação.
Relativamente a anulação, que é em regra, menos grave, tem
legitimidade qualquer sócio que nela tenha participad, a menos que tenha
sido irregularmente impedido de participar na Assembleia Geral, ou que
nesta não tenha comparecido tendo ela sido irregularmente convocada, o
órgão de fiscalização e qualquer Administrador ou membro do órgão da
fiscalização, se a execução da deliberação puder fazer incorrer qualquer
deles em responsabilidade civil ou penal no prazo de trinta dias contados
a partir da data em que a deliberação foi tomada ou da data em que o
sócio teve conhecimento da deliberação, se foi irregularmente impedido
de participar na Assembleia ou se esta foi irregularmente convocada.
A acção de impugnação tanto para a nulidade como para a anulação,
é intentada apenas contra a Sociedade e se for declarada nula ou anulável
a deliberação, esta torna-se eficaz contra e a favor de todos os sócios
e órgãos da sociedade independentemente de ser parte ou intervir no
processo que culminou com a nulidade ou anulação da deliberação.
Quis o legislador harmonizar o mecanismo de aplicação das decisões
que recaiem sobre a sociedade através da extensão do seu valor a favor
e contra todos os sócios na sequência da máxima solidariedade activa e
passiva dos actos da sociedade.
Contudo, a declaração de nulidade ou anulação, não prejudica os
direitos adquiridos de boa-fé por terceiros (segundo um critério de Bonus
pater famílias conheciam ou deviam conhecer da deliberação), com
fundamento em actos praticados em execução da deliberação.

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Uma outra sanção que pode recair sobre as deliberações, é a sua
suspensão. A suspensão como resulta do mecanismo a ela consagrada,
implica a paralisação provisória da aplicação da deliberação por motivos
de cautela.
Tem legitimidade para requer a suspensão, por maioria de razão,
qualquer pessoa com legitimidade para requerer a nulidade ou anulação da
deliberação no prazo de cinco (5) dias, devendo indicar o interesse que
pretende acautelar e os danos que a execução da deliberação eventualmente
possa causar.3

2.3 Convocação da Assembleia Geral


Nas sociedades por quotas a convocação compete nos termos do n.º 3
do artigo 317.º a qualquer dos administradores e deve ser feita por meio
de carta, expedida com uma antecedência mínima de 15 (quinze) dias, salvo
se a Lei ou o contrato da sociedade exigirem outras formalidades ou
estabelecerem m prazo maior. A data da expedição para o endereço indicado
pelo Sócio é importante para o preenchimento do requisito do prazo.
Nas Sociedades Anónimas, o Aviso convocatório dever ser publicado
com, pelo menos, trinta dias de antecedência relativamente à Assembleia
Geral. Enquanto que nas Sociedades Por Quotas haverá lugar a notificação
por Carta Registada, nas Sociedades Anónimas há lugar a Publicação do
Aviso Convocatório. É assim neste tipo societário porque não se

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O Professor Miguel Pupo Correia, fala ainda de deliberações inexistente embora não
legalmente consagradas. No seu entendimento. No seu entendimento a situação da
deliberação tomada unicamente por escrito, ou em Assembleia Geral mas que se constate
na terem tomado parte todos os Sócios, ou por ter ocorrido falsificação de escrito
(assinatura por exemplo), imputado a algum Sócio ou por alguém se ter arrogado poderes
de representação sem autorização expressa do Sócio.
Segundo ele, o carácter absolutamente excepcional destas deliberações e o melindre que
rodeia a exigência da unanimidade parecem exigir a sanção máxima de inexistência.
Não temos nada contra a posição de Pupo Correia. Contudo, parece-nos claramente
injustificável tal caracterização na medida em que os casos arrolados como querendo
fundamentar a inexistência da deliberação, podem muito bem com maior cuidado caberem
nas duas situações anteriormente estudadas.

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estabelece o número máximo de accionistas e a sua comunicação directa
seria quase impossível naquelas sociedades em que se tem muitos
accionistas e também, tendo em conta que as acções têm a potencialidades
de consubstanciar títulos de crédito e por isso a sua circulabilidade
fácil.
Nas sociedades por quotas, a Lei limita o máximo de trinta Sócios,
daí a possibilidade de notificação directa através de Carta a todos os
Sócios da convocação para participação na Assembleia Geral.
Contudo, importa notar que o dever de publicação do Aviso
Convocatório não é ab initio imperativo. Assumindo e reconhecendo o
interesse social, a Lei permite que os accionistas possasm impor no
contrato de sociedade outras formalidades de convocação dos accionistas
incluindo a substituição das publicações por expedição de cartas
dirigidas aos accionistas nominativas nos termos do n.º 2 do artigo 416.º
do Código Comercial.
De forma bastante atenta o legislador consagrou o requisito do uso
deste mecanismo sempre que todas as acções sejam nominativas para
prevenir logo a desatenção dos accionistas que mesmo tendo algumas acções
ao portador podiam substituir o mecanismo da publicação pelo da
notificação ou expedição de cartas o que criaria enormes problemas dada
precaridade da sua eficiência.
Todo o accionista, uma vez provada a sua qualidade tem o direito
de participar na Assembleia Geral e discutir sobre as matérias submetidas
à apreciação e a Assembleia Geral é convocada em regra pelo Presidente
da mesa da Assembleia Geral.

3.0 A Administração
A Administração corresponde a um mecanismo próprio da Sociedade
através do qual esta se manifesta e actua. Os Administradores actuam em
representação e na gestão da sociedade.

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A questão que sempre se colocou é a de saber se as pessoas
colectivas e no caso em particular, as sociedades respondem pelos actos
dos titulares do órgão. Quanto aos actos lícitos nunca se pôs duvida
relativamente a obrigação de a sociedade assumir as responsabilidades.
A dúvida sempre se colocou em relação aos actos ilícitos. Alguns
autores advogam por isso a teoria do ubi commada ibi incommoda no sentido
de que se a sociedade tiver tirado vantagem da actuação do titular do
órgão, independentemente da sua ilicitude, ela deve suportar os prejuízos
ou responsabilidades que dela resultem.
Não é líquido que assim se assuma. O acto pode ser lícito, mas
cometido fora do âmbito do objecto social. Assim, em geral, a sociedade
não fica vinculada, quando os actos do titular do órgão ultrapassarem
os limites do objecto social. Se a sociedade provar que terceiro sabia
ou não podia ignorar ou ainda tendo em conta as circunstâncias que
rodearam a prática do acto.
Aos Administradores compete realizar todas as operações sociais
através da representação e gestão da sociedade. A Administração exige a
prática constante e massificada de actos no interesse da sociedade. Nos
termos do n.º 1, do artigo 151.º do Ccom, a administração compete gerir
e representar a sociedade, nos termos fixados em cada tipo societário
respondendo a sociedade civilmente pelos actos e omissões das pessoas
que a representem nos mesmos termos que o comitente responde pelas actos
e omissões dos comissários.
As sociedades comerciais podem indicar como administrador tanto uma
pessoa física ou jurídica nos termos do n.º 1 do artigo 149.º do Ccom.
Relativamente a segunda situação, ela deverá nomear uma pessoa
física para exercer o cargo em sua representação havendo entre eles,
responsabilidade solidária nos termos do n.º 2 do artigo 149.º do Ccom.
Nas Sociedades Anónimas podem existir administradores que seja uma
pessoa estranha à sociedade. No entanto, esta sociedade deve ter de

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capital não superior a quinhentos mil meticais, nos termos do artigo
419.º do Ccom.
Nas Sociedades por Quotas também a administração pode ser atribuída
a uma pessoa estranha à sociedade nos ternos do n.º 1 do artigo 320.º.
O funcionamento da administração varia um pouco em função da natureza
própria da sociedade embora no geral, o modo de funcionamento seja
idêntico. Compete em geral à administração, gerir e representar a
sociedade.
Em geral, é proibido aos administradores a concorrência com a
sociedade, artigos 324.º e 428.º ambos do Código Comercial.

4.0 Conselho Fiscal ou Fiscal Único


O órgão de fiscalização da sociedade tem em vista assegurar o
cumprimento das decisões tomadas pela Assembleia Geral por parte da
Administração.
Por isso, o órgão fiscal tem poderes para comunicar as
irregularidades da gestão através da fiscalização minuciosa e assídua
com vista a permitir que a Assembleia Geral tome as medidas necessárias
para assegurar o interesse social.
Por isso não podem ser membros do Conselho Fiscal: os
Administradores da sociedade, qualquer empregado da sociedade ou
qualquer pessoa que receba da sociedade qualquer remuneração que não
seja pelo exercício das funções de Membro do Conselho Fiscal ou Fiscal
Único, os cônjuges, parentes ou afins, até o terceiro grau, inclusive,
das pessoas referidas anteriormente nos termos das alíneas a), b) e c)
do n.º 1 do artigo 155.º do Ccom. De igual modo, o auditor de contas ou
a sociedade de auditores de contas que seja Fiscal Único ou Membro do
Conselho Fiscal não podem ser sócios da Sociedade.
Em atenção à epígrafe do artigo 154.º do Ccom, facilmente se conclui
que o órgão fiscal das sociedades comerciais pode se singular ou plural.

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Há exigência legal no sentido de que um dos membros do Conselho
Fiscal Único, deve ser um Auditor de contas ou uma sociedade de Auditores
de Contas. Esta exigência estabelecida no n.º 2 do artigo 154.º do Código
Comercial.
A fiscalização poderá ser judicial quando ela é efectuada polos
Tribunais que normalmente visa aferir a legalidade de certos actos
praticados pela Sociedade.
Compete finalmente ao Conselho Fiscal ou Fiscal Único nos termos
do n.º 1 do artigo 154.º do Código Comercial:
a) Fiscalizar a Administração da Sociedade;
b) Verificar a regularidade e a actualidade dos livros da socieddae
e dos documentos que aos respectivos lançamentos servem de
suporte;
c) Verificar, auando o julgue conveniente e pela forma que entenda
adequanda, a extensão da caixa e as existências de qualquer
espécie de bens ou valores pertencentes à sociedade ou por ela
recebidos em garantia, depósito ou outro título;
d) Verificar a exactidão das contas anuais,
e) Verificar se os critérios valorimétricos adoptados pela
sociedade conduzem a uma correcta avaliação do património e dos
resultados;
f) Elaborar anualmente um relatório sobre a sua acção fiscalizadora
e dar parecer sobre o balanço, a conta de ganhos e perdas, a
proposta de aplicação dos resultados e o relatório da
administração;
g) Exigir que os livros e registos contabilísticos dê a conhecer,
fácil, clara e precisamente, as operações da sociedade e a sua
situação patrimonial e;
h) Cumprir as demais obrigações constantes da Lei e dos Estatutos.

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