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Direito da atividade comercial

NOÇÃO DE SOCIEDADE COMERCIAL E FIGURAS AFINS


Art. 13º/2 CSC: São comerciantes:
 As pessoas que, tendo capacidade para praticar atos de comércio, fazem deste
profissão;
 As sociedades comerciais.
Princípio da tipicidade
Também conhecido como numerus clausus, está presente no art. 1º/2 CSC, e traduz-se
na segurança do comércio jurídico e celeridade das transações comerciais, mas com
temperada autonomia da vontade no pacto social, em tudo que não esteja contra lei
imperativa.
Este é uma restrição ao princípio da autonomia privada, em especial na sua vertente de
liberdade contratual.
O princípio da tipicidade justifica-se pela necessidade de promover a segurança
jurídica.
Princípio da autonomia privada
É o princípio estruturante do direito dos contratos, e surge como sua decorrente a
liberdade contratual prevista no art. 405º CC, de onde retiramos a programação
contratual:
 A liberdade de celebração: Competindo às partes a decisão sobre a realização
de contratar ou não contratar;
 A liberdade de escolha do outro contraente;
 A liberdade de estipulação: As partes são livres de fixar o conteúdo dos
contratos, de celebrar contratos diferentes dos previstos na lei ou de incluir as
cláusulas que entenderem, desde que utilizem essa liberdade dentro dos limites
que a lei lhes impõe.
Sociedades comerciais
O art. 1º/2 CSC, estabelece que são sociedades comerciais aquelas que tenham por
objeto a prática de atos de comércio e adotem o tipo:
 De sociedade em nome coletivo;
 De sociedade por quotas;
 De sociedade anónima;
 De sociedade em comandita simples ou de sociedade em comandita por ações.
Para que uma sociedade seja qualificada como comercial tem que obedecer a
requisitos de comercialidade e omitir qualquer noção de sociedade.
Também no CC nos é dada uma noção de sociedade comercial (art. 980º CC), sendo os
elementos essenciais desta:
 A intervenção de duas ou mais pessoas como parte do negócio- ELEMENTO
PESSOAL (art. 7º/2 CSC);
 A obrigação de contribuir com bens ou serviços- ELEMENTO PATRIMONIAL;
 O propósito de exercício em comum de uma certa atividade que não seja de
mera fruição- ELEMENTO FINALISTICO OU OBJETO;
 A obtenção de lucro com vista à sua distribuição pelos sócios, ficando estes,
todavia também sujeitos a perdas- ELEMENTO TEOLÓGICO OU FIM.
ENTRADA
A obrigação de entrada está prevista no art. 20º/A CSC, e encontra-se regulada nos art.
25º a 30º CSC.

Sofia Escudeiro
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3º Ano Direito
Direito da atividade comercial

A entrada do sócio corresponde a uma contribuição necessária, geralmente em


dinheiro, mas que também pode ser em espécie.
A entrada com serviços (sócios de indústria) apenas é permitida nas sociedades em
nome coletivo (art. 176º e ss CSC) e em comandita para os comanditados (art. 468º
CSC). Sendo proibida nas sociedades por quotas (art. 202º CSC) e nas sociedades
anónimas (art. 277º CSC).
Com a entrada dos sócios, forma-se um fundo comum, define-se a proporção da
participação de cada sócio na sociedade e fixa-se o capital social.
OBJETO
A atividade social deve ser económica, definida, exercida em comum e não de mera
fruição.
A falsa aparência de sociedade, prevista no art. 36º/1 CSC, trata da responsabilidade
solidária e ilimitada dos individuais que criaram essa aparência de sociedade pelas
obrigações contraídas nesses termos por qualquer um deles.
As sociedades têm por objeto o exercício de atividades económicas e ficam excluídas
do objeto, o exercício de atividades de caracter ideal (recreativas, desportivas,
culturais, etc.), normalmente reservado às associações.
FIM
De acordo com o art. 980º CC, o fim ou escopo da sociedade é a obtenção de lucros e a
sua repartição pelos sócios.
O fim lucrativo pode não ser decisivo.
Distribuição dos lucros: art. 21º/1 A, 217º e 294º/1 CSC. Deliberação contrária é
simplesmente anulável.
O pacto leonino é a convenção pelo qual se exclui um sócio da comunhão nos lucros ou
que o isenta de participar nas perdas da sociedade. É nula nos termos do art. 994º CC.

SOCIEDADE EM NOME COLETIVO


Responsabilidade pela obrigação de entrada
Os sócios obrigam-se a entrar para a sociedade com bens ou serviços nos termos do
art. 20º/A CSC. Nestas sociedades, são admitidos todos os tipos de entrada.
A verificação de entradas em espécie, determinada no art. 28º CSC, pode ser
substituída por expressa assunção pelos sócios, no contrato de sociedade, da
responsabilidade solidária, mas não subsidiária, pelo valor atribuído aos bens (art. 179º
CSC).
Responsabilidade perante os credores sociais
A responsabilidade prevista no art. 175º/1 CSC não impede apenas sobre os sócios da
sociedade, mas também, quem a título excecional, sobre quem, não sendo embora
sócio, inclua o seu nome ou firma na firma social (art. 177º/2 CSC).

SOCIEDADES ANÓNIMAS
Presente no art. 273º CSC, estas não podem ser constituídas por um número de sócios
inferior a cinco, salvo quando a lei o dispense.

SOCIEDADE POR QUOTAS

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Nestas, os sócios são solidariamente responsáveis por todas as entradas


convencionadas no contrato social (art. 197º/1 CSC), salvo convenção em contrário no
pacto (art. 198º/1 CSC).
Apenas o património social responde para com os credores pelas dividas da sociedade
(art. 197º/3 CSC).
Neste tipo de sociedade, os sócios assumem uma responsabilidade que ultrapassa a
realização da sua entrada, uma vez que também respondem, perante a sociedade, pela
realização das entradas dos outros sócios:
 Mas não assumem responsabilidade perante os credores da sociedade, pois a
sua responsabilidade é limitada.
Nas sociedades por quotas, existem dois grupos de sócios (art. 465º/1 CSC):
 Sócios comanditados: Aqueles que assumem uma responsabilidade em nome
coletivo;
 Sócios comanditários: Aqueles que respondem apenas pelas suas entradas.

SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES


Vem determina no art. 479º CSC. Estas não podem constituir-se com menos de cinco
sócios comanditários.

SOCIEDADE POR QUOTAS UNIPESSOAL- art. 270º/A CSC


A sociedade por quotas unipessoal é constituída por um único sócio, pessoa coletiva ou
singular, que é o titular da totalidade do capital social.
Estas podem ser criadas por negócio jurídico unilateral (art. 488º/1 CSC), e não é
qualquer pessoa singular ou coletiva que pode celebrar o negócio jurídico de
constituição de uma sociedade anónima.
Apenas as sociedades por quotas, anonimas ou em comandita por ações podem
beneficiar da exceção prevista no art. 488º/1 CSC e constituírem uma sociedade
unipessoal.

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