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IICFC - Identificar e Interpretar os conceitos fundamentais da contabilidade

(Módulo: IICFC)

Código do Módulo: MOADG023001191

Introdução

Para melhor introduzirmos e compreendermos o significado da Contabilidade, iniciaremos o nosso estudo


com uma referência à noção de empresa e alguns conceitos a ela associados.

A empresa tem sido conceptualmente definida por economistas, sociólogos, juristas e gestores. Deste
modo ambos reconhecem a sua importância, sendo assim, o conceito de uma empresa pode ser vista em
diversas vertentes:

CONCEITO DE EMPRESA

 É uma célula base da actividade económica, são vulgarmente entendidas como conjuntos
organizados de meios materiais, financeiros e humanos, e que tem por objectivo a produção de
bens e serviços. Constituídas sem horizonte temporal definido, têm contudo à semelhança das
demais organizações, um ciclo de vida, limitado.
 É uma unidade económica, integrada por elementos humanos, materiais e técnicos, que combina
factores de produção (capital, terra e trabalho) para produzir bens/serviços destinados a serem
vendidos num mercado com objectivo principal a obtenção de lucros.
 É um organismo dotado de autonomia financeira que concentra e combina os factores de
produção, mediante certos custos, e que obtém proveitos pela venda de bens e serviços.

Em resumo pode-se definir empresa como sendo um conjunto de actvidades humanas, colectivas e
organizadas, regidas por um centro regulador, com a função de adaptar constantemente os meios
disponiveis aos objectivos pré-determinados, tendo em vista a produção de bens e a prestação de
serviços, tendo como último objectivo a alcançar o lucro.

Deste conceito concluí-se que a empresa é:

 Uma célula social: na medida em que congrega pessoas que, por força da actividade produtiva,
se juntam e trabalham em comum estabelecendo entre si relações sociais.
 Um conjunto de meios: pois congrega conjunto dos meios humanos, materiais e financeiros que
permitem a empresa atingir os objectivos para que foi criado.
 Um sistema de relações: porque consiste no estabelecimento duma rede de relações
hierárquicas entre os vários elementos componentes da empresa.
 Um centro de decisões: pois o funcionamento da empresa obriga que constantemente sejam
tomadas decisões aos diversos níveis e cada decisão implica uma escolha que compromete o
centro de decisão humana que a tomou.

Objectivos da empresa
O objectivo principal das empresas é de maximizar o lucro a curto prazo. Este objectivo é muito notável
nas empresas privadas.

No entanto, nas empresas públicas/Estatais predominam outros objectivos, nomeadamente: prestação de


serviços a população, exemplo pragmático da TPM EP. Aqui o objectivo primário é de prestar serviços de
transportes a população. Outros exemplos TVM EP, TDM EP etc embora actualmente a tendência destas
empresas seja de maximizar o lucro devido a economia de mercado em que nos encontramos.

FUNÇÕES DE UMA EMPRESA

As principais funções de uma empresa são:


 Função técnica: de concetrar e combinar os factores da produção, com a maior eficácia possivel;
 Função económica: de produzir os bens e serviços indispensáveis à satisfação das
necessidades dos consumidores;
 Função Social: de proporcionar aos seus elementos humanos as melhores condições de
trabalho (remuneração, conforto laboral e segurança social) e a sociedade de forma geral a partir
da responsabilidade social que tem para a comunidade em que se encontra.

CICLO DE VIDA DAS EMPRESAS


O ciclo de vida das empresas é dividido em três fases seguintes:
 Fase Institucional ou de Constituição: em que se decide a sua criação, através da obtenção e
combinação dos recursos necessários para a sua entrada em funcionamento, desde a sua
edificação (criação de infra-estrutura) até o seu registo e aprovação do seu funcionamento.

 Fase de funcionamento ou de execução: na qual se desenvolve todo o processo de


transformação, ou seja, o da produção de bens e serviços, com vista à obtenção de certos
resultados.
 Fase da liquidação: na qual se procede à extinção da empresa. Essa extinção pode ser motivada
por:
1. Falência: que pode ser derivada por má gestão
2. Desistência: por parte de alguns dos sócios que pretendam se filiar a outras sociedades
ou sair da sociedade.
3. Incumprimento das metas: quando as metas não estão a ser cumpridas
4. Factores alheios: devido aos assaltos, incêndios, outros etc
5. Incapacidade de gestão
6. Se transformar em outra de dimensão mais alto.

esta querer se transformar numa outra com outras dimensões, ou cessar as suas actividades
por incapacidade financeira ou e de gestão.
Sendo a fase de funcionamento ou de execução a de mais longa duração, e tendo em conta a
necessidade de se obter informações regulares sobre o andamento dos negócios, houve necessidade de a
dividir em intervalos de tempo, no fim dos quais se apuram os resultados, se elabora o balanço, se discute
a actuação da direcção, se aprovam as contas, etc. A cada um desses períodos normalmente coincidentes
com os anos civis, designa-se por período admnistravo. A parte da gestão correspondente a cada período
admnistractivo, denomina-se Exercício económico.

A ACTIVIDADE ECONÓMICA
É toda a actividade que lutando contra a escassez de bens e serviços, visa a satisfação das necessidades
mediante um custo.

Como normalmente; a actividade económica é exercida por organismos ou unidades económicas.


Convêm, defin-las como sendo um conjunto de recursos humanos, materiais e financeiros que resultam
duma actividade económica, isto é, uma actividade produtiva ou não produtiva (prestação de serviços).

CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS


Dentre várias abordagens feitas sobre o conceito de empresas, pode-se perceber que a classificação de
empresas segue determinados critérios que irão permitir compará-las e usá-las em relação as outras.
a) Critérios de sectores de actividades
As empresas de acordo com actividade económica que desenvolvem podem ser classificadas da seguinte
maneira:
 Empresas do sector primário: as que obtém os recursos a partir da natureza, como é o
caso das agrícolas, pesqueiras ou pecuárias;
 Empresas do sector secundário: as que são dedicadas à transformação de matérias-
primas, como as industriais e as da construção civil;
 Empresas do sector terceário: as que se dedicam a prestação de serviços ou ao
comércio.

b) Critério jurídico
Neste tipo de critérios são várias as empresas, no entanto citamos algumas sociedades, podendo-se
encontrar outras no código comercial vigente no nosso país.

 Empresas inidividuais: são empresas privadas que pertecem a uma única pessoa;

NB: A personalidade jurídica da empresa singular confunde-se com a do seu proprietário, que assume
responsabilidade pessoal e ilimitada para com terceiros.

Vantagens e desvantagens de firmas individuais

Vantagens
 A sua formação e fácil e barata;
 Esta sujeita a poucas regras governamentais;
 A empresa evita o imposto de renda sobre a pessoa jurídica
Desvantagens
 É dificil para uma firma individual obter grandes somas de capital;
 O proprietário tem responsabilidade pessoal e ilimitadas sobre as dividas contraidas pela firma, o
que pode resultar numa perda de capital superior ao investido no negócio;
 O tempo de vida da firma limita-se ao tempo de vida do individuo que a criou

Por essas três razões as firmas individuais são usadas primordialmente para operações de pequeno
negócios. Contudo, muitos negócios começam como firmas individuais e são transformados em sociedade
por acções quando seu crescimento causa desvantagens que superam as vantagens de ser uma firma
individual.

SOCIEDADES COMERCIAIS
 Sociedades em nome colectivo: São constituidas pela reunião de duas ou várias pessoas que
são responsáveis pelo passivo da sociedade com seu património pessoal. Estes tipos de
sociedades são caracterizadas pela responsabilidade, solidária e ilimitada de todos os associados.

As sociedades em nome colectivo caracterizam-se:

 Pela responsabilidade ilimitada dos seus sócios. Isto significa que o património particular dos
sócios também respondem por todos os compromissos assumidos pela sociedade.
 Pela responsabilidade solidária dos seus sócios. Esta solidariedade significa que se o património
social não for suficiente para o cumprimento integral das obrigações da sociedade, os credores
desta tem o direito de exigir de qualquer dos sócios o reembolso do remanescente ou mesmo da
totalidade dos créditos;

Os sócios da sociedade em nome colectivo respondem um por todos e todos por um

NB: As sociedades em nome colectivo têm responsabilidade ilimitada e solidária


Juridicamente as empresas singulares correspondem aos comerciantes em nome individual e as
empresas colectivas às sociedades comerciais.

Exemplo de Sociedade em nome Colectivo:


a) Manuel & Pedro;
b) Sociedade João & Mateus;
c) António, Marcos & Pingusso

Quando os sócios são numerosos, normalmente mais do que 3, indica-se o nome de algunsn(um, dois ou
três) e acrescenta-se a expressão „‟ & companhia” ou abreviadamente „‟ & Cia”. Esta expressão pode ser
substituida por uma outra que dê a conhecer claramente que existem outros sócios. Exemplos

Outros exemplos de Sociedade em nome Colectivo:


a) Maria & Companhia
b) Dinho, Mário & Cia
c) Gau, irmãos & Filhos
d) Santos Langa & Filhos
 Sociedade anónima (S.A): é aquela em que os associados limitam a sua responsabilidade ao
valor das acções com que subscreveram para o capital social isto é as sociedades anónimas
caracterizam-se pela responsabilidade dos seus sócios ser limitada ao valor das acções por que
subscreveram o capital social.

NB: Têm responsabilidade limitada

Exemplo de sociedade por anónima


a) Sociedade de Panificação S.A.R.L ou S.A

Vantangens e desvantagens da sociedade anónima


Vantangens
 Período de vida ilimitado;
 Facil transferência da propriedade, a sociedade pode ser dividida por acções e assim ser
facilmente transferida que as firmas individuais e sociedades por quotas;
 Responsabilidade limitada;
 Uma sociedade acções pode continuar a existir mesmo após falecimento dos seus proprietários e
administradores originais.
Desvantagens
 Os lucros das sociedades por acções podem estar sujeitos a dupla tributação – os lucros da
sociedade por acções são taxados no nivel da sociedade (pessoa jurídica), quaisquer lucros que
sejam pagos como dividendos aos accionistas são tributados novamente como renda dos
accionistas;
 Organizar uma sociedade por acções, bem como preencher todos os documentos fiscais e
estatais requeridos, é mais complexo e toma mais tempo do que para a firma individual e para a
sociedade por quotas;
 Para abrir a firma deve haver um estatuto e cumpridas diversos conjuntos de normas .

 Sociedades por quotas (Lda): São aquelas em que o seu capital é constituido pela soma de
valores em bens e dinheiro entregues por cada sócio (quota) a ela normalmente, limitam a sua
responsabilidade pelas suas obrigações sociais. Neste tipo de sociedade, o capital mínimo é
definido nos termos da lei vigente no país.

As sociedades por quotas caracterizam-se:


a) Pela responsabilidade limitada dos sócios ao valor das quotas que subscreveram o capital social,
se todas as quotas foram integralmente realizadas, ou então;
b) Pela responsabilidade limitada dos sócios ao valor do capital social que faltar realizar, no caso
das quotas subscritas não estarem totalmente realizadas;
c) Pela responsabilidade limitada dos sócios ao valor das prestações suplementares que forem
exigiveis nos termos dos estatutos da sociedade.

NB: Têm responsabilidade limitada

Exemplo de sociedade por quotas


a) Computec, Computadores e Equipamentos de Escritórios, Lda
Vantangens e desvantagens da sociedade por quota

Vatagens
 Baixos custos;
 Facildade de sua formação;

Desvantagens
 Responsabilidades ilimitadas;
 Período de vida limitado da organização;
 Dificuldade de transferência de propriedade;
 Dificuldade de levantar grandes somas de capital;

 Sociedade em Comandita: Caracterizam-se por ter na sua composição duas categorias de sócios
que são: Sócios comanditários que entram para a sociedade com capital e tem uma
responsabilidade limitada e sócios não comanditários que entram na sociedade com seu trabalho e
tem responsabilidade ilimitada.

AS SOCIEDADES EM COMANDITA CARACTERIZAM-SE POR:


 Pela responsabilidade ilimitada de alguns dos seus sócios, os chamados sócios comanditados;
 Pela responsabilidade solidária dos sócios comanditados;
 Pela responsabilidade limitada dos outros sócios até ao valor do capital com que que entraram
para sociedade; estes sócios têm o nome de comanditários

Os sócios da sociedade em nome colectivo, são também por definição sócios comanditados

EXEMPLO DE SOCIEDADE EM COMANDITA


 Hebreu & Cta
 Tony, Mary & Carvalho, em Comandita

NB: Juridicamente as empresas singulares correspondem aos comerciantes em nome individual e


as empresas colectivas às sociedades comerciais.

c) Quanto as actividades desenvolvidas

 Empresas Comerciais: São aquelas que se dedicam a venda de produtos no mesmo estado
em que os adquiriram. EX: Supermercados, merceariais e lojas etc
 Empresas Industriais: São aquelas que se dedicam a transformação das matérias-primas
em produtos acabados para posterior venda. EX: De empresas Industriais: Fábrica, Padarias,
Moageiras, Serralharias, Carpintarias.

A diferença entre as comerciais e as industriais é que as primeiras vendem os produtos (mercadorias) no


mesmo estado em que os compraram e as segundas vendem produtos acabados que para efeitos
adquiriram matérias-primas e submeteram a um processo de transformação para o seu efeito.
 Empresas de prestações de serviços: estas como o nome indica limitam-se e a venda de
serviços, não vendendo nenhum produto por isso. Como por exemplo as consultorias.
d) Critério de tamanho ou dimensão
 Pequenas empresas;
 Médias empresas
 Grandes empresas

EVOLUÇAO HISTÓRICA E O PAPEL DA CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO

A Génese da Contabilidade é explicada segundo a maioria dos autores – pela necessidade sentida pelo
homem de preencher os deficiências de memória, mediante um processo de classificação e de registo que
lhe permitisse recordar facilmente as variações sucessivas de determinadas grandezas para que em
qualquer momento pudesse saber da sua extensão. Assim, a contabilidade primitiva visava
fundamentalmente suprir as limitações da memória humana, e também constituía um meio de prova entre
as partes discordantes ou em litígio. Os processos de registos que inicialmente utilizados eram bastante
simples, foram-se generalizando, refinados e sistematizados naquilo que se designa por método
contabilístico.

A Contabilidad que a principio tinha um papel de natureza jurídica, transformou-se progressivamente numa
fonte de informação na medida em que pode facultar a todo o momento o conhecimento da situação do
andamento do negócio do comerciante. Hoje em dia, a contabilidade constitui um instrumentos importante
de gestão pois, para as empresas modernas não só interessa o registo histórico dos factos patrimoniais,
mas também a previsão do futuro onde se faz o planeamento e o estabelecimento dos objectivos mediante
uma previa selecção entre as diversas alternativas possíveis duma empresa. Falar da Contabilidade hoje,
não basta somente olhar os registos de factos passados e presentes, mas também é colocar a
contabilidade como uma técnica eficiente de gestão moderna.

Ainda em termos da sua evolução histórica podemos situar a contabilidade em dois grandes períodos:
PERÍODO FASES NOMES E LIVROS CARACTETÍSTICAS
DESIGNAÇÃO LIMITES NOTÁVEIS

EMPÍRICO Tradicionalista ... 1494 ... Registo simples de dados

Lucas Paciolli Registo de operações como


"Summa meio de prova e
1494
Arithemética, conhecimento da situação
Legalista a da empresa como gatantia
Geometria,
1920 dos credores.
Proportioni
et Proportionalita"
Conhecimento da realidade
1920 Eugene económica passada,
CIENTÍ Schamalenbach presente e futura, para
Económica a
FICO "O Balanço obter informações
1950
Dinâmico" indispensáveis para a

Richard Elaboração de princípios


1950 Mattessich contabilísticos
Formalista em "Accounting and formalizando as sua
diante Analytical posições, submetendo-as
Measuremente a tratamento lógico para
and Weath in the obter informações com
Macro Economy" maior potencialidade
explicativa e produtiva.

IDENTIFICA O PAPEL DA CONTABILIDADE: NOÇÃO E OBJECTO


Definição de Contabilidade

 “ A contabilidade em strictu sensu, ou seja escrituração, que é a técnica de registo e de


representação de todas as transformações sofridas pelo património de qualquer entidade
económica durante o exercício da sua actividade, do modo a saber em qualquer momento a sua
composição e o seu valor.

 A Contabilidade latu sensu que é a ciência dos processos descritivos-quantificativos utilizados na


análise, registo, interpretação e controle dos factos de gestão. Visa “quantificar” tudo o que ocorre
e gestão da entidade.

 É uma actividade “que proporciona informação, geralmente quantitativa e muitas vezes


expressas em unidades monetárias, para tomada de decisões, planeamento, controlo das fontes e
operações, avaliação do desempenho e relato financeiro a investidores, credores, autoridade
reguladoras e ao público.
 A Contabilidade é uma ciência económica que tem como objecto o estudo e análise do património
das entidades bem como o estudo e análise das variações desse mesmo património. Além da
análise, cabe-lhe também o registo de todos os factos e actos de natureza económica e financeira
que podem afetar o património da entidade.

 A contabilidade é a doutrina do controlo económico e da determinação do rédito (lucro) em


qualquer espécie de empresa.

 A Contabilidade é a disciplina que estuda os processos seguidos nas unidades económicas para
revelação da gestão.

 A Contabilidade é uma técnica de revelação patrimonial.

 A Contabilidade é a ciência do património.

 A Contabilidade é um método de investigação da actividade económica.

 A Contabilidade é uma ciência de natureza económica cujo objectivo é a realidade económica


passada, presente e futura de qualquer entidade pública ou privada, analisada em termos
quantitativos e por método específico com o fim de obter informações Económico-Financeiros
indispensáveis a gestão dessa entidade

Objecto de estudo da Contabilidade


A contabilidade tem como objecto de estudos os factos patrimoniais que são aqueles que
originam a variação do património.

Objectivo da Contabilidade
Produzir as demonstrações financeiras que sirvam de suporte para tomada de decisões pelos gestores
das organizações.

Finalidade da Contabilidade
A finalidade da ciência de contabilidade é de servir de suporte na tomada de decisões isto é, a obtenção
de informações úteis para todos os interessados com vista a uma racional tomada decisões.
As informações da Contabilidade podem ser Internas e Externas
 Internas:respeitantes a operações com o ambiente interno da empresa (administradores,
directores, chefes de secções, encarregados de oficinas, etc)
 Externas: respeitantes a operações com o ambiente externos da empresa (clientes, fornecedores,
estado, a banca, etc)
REQUISITOS DA INFORMAÇÃO
 Relevância: As informações devem fornecer um elemento de resposta a uma questão e orientar a
acção;
 Oportunidade ou actualidade: devem ser fornecidas no momento em que são necessárias;
 Quantificação: toda a informação Contabilistica deve ser quantificável, isto é, traduzida ou
representada em medidas monetárias.
 Verificabilidade: a informação deve ser aquela que será obtida por individíduos qualificados que
trabalham independentes uns dos outros.
 Economicidade: O custo da informação deve ser inferior a vantagens que ela proporciona.
 Objectividade: quer dizer que as pessoas devem chegar ao mesmo resultado pretendido. As
informações não devem ser influenciadas pelo factor pessoal, de acordo com as conveniências ou
circunstâncias.

INSTRUMENTOS, PROCESSOS E PRINCÍPIOS CONTABILISTICOS


Os contabilistas dispõem de vários meios ou instrumentos, e de distintos processos subordinados a certos
princípios que no conjunto constituem parte importante da chamada teoria de contabilidade.
 Instrumentos Contabilísticos
Tem o caracter técncico material, são todos os meios ou objectivos que se utilizam no exercício da
actividade contabilistica. Exemplo: Os livros, máqjuinas de calcular, impressões, etc
 Processos Contabilisticos
Tem caracter formal são as várias maneiras de agir ou operar para se alcançar o fim em vista. Exemplo:
Descrições, resumos, comparações, medições etc
 Princípios Contabilísticos
São regras ou códigos ministerial aplicadas ao longo do trabalho contabilistico. Exemplo: O plano de
contas, o Código Fiscal.

Os Técnicos de contas
São individuos que pelos seus conhecimentos teóricos e práticos se encontram habilitados para organizar,
executar e fiscalizar serviços de contabilidade. A sua maior ou menor competência depende não só da sua
preparação na matéria de contabilidade, mas, também dos conhecimentos da legislação fiscal do Direito
Comercial, da Matemática Financeira, da Organização e Administração de Empresas.
TAREFAS DE TÉCNICOS DE CONTAS
Varias são as tarefas executadas pelos técnicos de contas, de entre elas as seguintes:
 Elaboração dos planos financeiros de Instalação e de execução das empresas;
 Elaboração do plano de organização Contabilistica no que diz respeito a montagem da escrita,
inventariações, revelações cronológicas e sistemáticas das operações;
 Elaboração de orçamentos e sua fiscalizações;
 Apuramento de custos e proveitos e a posterior determinação de resultados;
 Actualização da escrita;
CATEGORIAS DE TÉCNICOS DE CONTAS
 Guarda Livro
É um agente comercial ou empregado que tem ao seu cargo a escrituração da empresa. Em geral, e
auxiliado no seu trabalho por outros empregados dos escritório (ajudante do guarda livro, escriturários,
dactilógrafos) e compete-lhe processar dados e fornecer informações utilizados em diferentes fins e para
diferentes interessados.

 Contabilista
É um técnico com longa experiência práctica, e consiste em montar, especionar, apreciar, dirigir ou
supervisionar os serviços contabilisticos de qualquer empresa.
 Revisor de contas
É este o nome que geralmente se da aos contabilistas, encarregados no exame e apreciação das escritas
e até certo ponto de gestor da empresa.
Nota: O contabilista planeia, o Guarda livros executa e o revisor confere e certifica

RELEVAÇÕES ECONÓMICA-ADMNISTRACTIVAS
São factos de gestão que determinam as variações patrimoniais. As relevações Economicas-
Administractivas tem por objectivo os actos e factos gestivos e visam esclarecer aos administradores das
empresas sobre os resultados das operações efectuadas ou a efectuar, habilitando os consequentemente
a decisões mais fundamentadas.
ESPÉCIES DE RELEVAÇÕES
 Cronológicos
Trata-se de registos sequenciais: diários, emissão de facturas
 Continuas
Registo de operações correntes e periódicas.
 Manuais
Quando processados manualmente
 Mecanizados
Quando os registos são feitos a partir de máquinas
 Contabeis
Relevações que se manifestam sobre forma de conta. As que se fazem no razao geral

NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA DA RELEVAÇÃO


As relevações económicas administractivas constituem uma base indispensável para a tomada de
decisões. Elas são um orgão de informação e instrumento de orientação, controlo e meio de prova das
transações realizadas. É com base na escrituração das relevações que se extrai:
 Todos os dias: importâncias dos créditos e dos débitos de e para terceiros, compras e vendas
realizadas, recebimentos e pagamentos, etc

 Todos os meses: Situação das várias contas durante esse período (balancetes), montante das
operações de cada espécie efectuada durante esse período (compras, vendas), montante por
categorias dos diversos gastos, importância aproximada dos lucros ou prejuízos apurados no
período.

 No fim de cada ano: fornece os resultados obtidos no exercícios e a situação patrimonial da


empresa.

RELAÇÕES DA CONTABILIDADE COM OUTRAS CIÊNCIAS

TIPOS DE RELACÕES DISCIPLINAS


Direito Civil
FORMAIS Direito Comercial
Direito Fiscal
Matemática
INSTRUMENTAIS Estatistica
Informatica
ESSENCIAIS Economia (Varias Disciplinas)

Relações Formais
Se as informações contabilistica interessam à generalidade das pessoas (administradores, sócios,
pessoal, fornecedores, estado, etc) compreende se que a contabilidade tem relações formais
especialmente com:
 Direito Civil ( conjunto de leis ou preceitos reguladores da vida social)
 Direito Comercial (Regulador das relações comerciais)
 Direito Fiscal (Regulador das relações entre o Estado e Contribuintes)

Como se pode depreender, existe estreitas relações na medida em que são muitas as vantagens que o
estudo destas disciplinas resultam, respectivamente para os juristas e para os contabilistas, é suficiente
reparar que a aquisição, conservação e transmissão de bens numa empresa são definidas pelo direito, e
também a escrituração comercial bem como a arrumação dos livros Contabilisticos constituem matéria
tutelada pelo direito.
Relações Instrumentais
A contabilidade esta relacionada com a matemática, Estatística e outras técnicas quantitativas, na medida
em que utiliza estas ciências como instrumentos para a consecução dos seus fins.
Relações Essenciais
Como ciência de natureza economica ela esta relacionada com a economia, muito especialmente com a
economia de empresa, com a qual chega a ser confudida, pois entre elas existem algumas semelhanças:
 Enquanto a economia de empresa, estuda a natureza dos fenómenos económicos empresariais, a
contabilidade apenas estuda os seus efeitos quantitativos;
 Enquanto a Economia de empresa estuda a combinação óptima dos factores de produção, com
vista a obtenção dos melhores resultados, a contabilidade apenas estuda a captação, medição e
representação da realidade observada e os desvios entre o que devia ser e o que foi;
 Equanto a Economia de Empresa se preocupa essencialmente com a tomada de decisões, a
contabilidade apenas se preocupa com a obtenção das informações que possam servir de base
para tomada dessas decisões.
LIMITAÇÕES DA CONTABILIDADE
 A contabilidade não é um fim em si mesma;
 As informações fornecidas só terão utilidade desde que satisfaçam as necessidades da
administração ou dos outros interessados e não apenas as do Contabilista;
 A contabilidade só é capaz de captar e registar eventos mensuráveis em moeda;
 Existência de diversos princípios, procedimentos de avaliação e de terminologia prejudicando a
qualidade das demonstrações financeiras.
FUNÇÕES DA CONTABILIDADE

Função de Registo
Consiste no registo das operações que provocam alterações no seu património
1. Fases do Registo
 Montagem da escrita
i. Escolha dos modelos de impressos;
ii. Estabelecimento do circuito documental;
iii. Aquisição e registo dos livros obrigatórios e facultativos e/ou pacote informático para o
processamento da contabilidade;
iv. Determinação de princípios, políticas contabilísticas e os critérios valorimetricos;
v. Natureza e tipo de informação
 Funcionamento
Registo das operações para apurar os resultados da empresa
2. Função de Controlo
Através do controlo dos registos pode-se:
 Apreciar se a situação económica e financeira é boa ou má;
 Analisar a forma como os resultados foram obtidos
 Fazer a comparação entre valores previstos e a realidade conseguida;
 Comparar os valores obtidos pela empresa com os das empresas similiares.

3. Função de Avaliação;
Neste campo a contabilidade permite:
 Conhecer os custos dos produtos ou serviços;
 Determinar os preços de vendas.
4. Função de Previsão
Nesta área a contabilidade permite a elaboração do orçamento global da empresa e dos orçamentos
parciais (vendas, compras, tesouraria, investimentos, etc)

HIPOTESES BASICAS DA CONTABILIDADE


1ª HIPOTESE – UNIDADE ECONOMICA – A existência de um agente económico para qual a
contabilidade se aplica.
2ª HIPOTESE – PATRIMÓNIO – A unidade Económica possui e administra o seu património.
3ª HIPOTESE – FACTOS PATRIMONIAIS – O Património da entidade esta sujeito a variações as
quais são objecto de tratamento Contabilisticos.
4ª HIPOTESE – CONTA – Existe sub – grupos de elementos patrimoniais que facilitam o estudo e
a escrituração do património.
5ª HIPOTESE – DUALISMO PATRIMONIAL – cada operação requererá o registo em duas ou mais
contas.
5ª HIPOTESE – FORMAIS DE REPRESENTAÇÃO –Existe pelo menos uma forma de representar os
factos patrimoniais e permite registar as variações da estrutura patrimonial e das contas.

DIVISÃO DA CONTABILIDADE

TEORIA CONTABILISTA
CONTABILIDADE GERAL
TECNICA CONTABILISTA

CONT. FINANCEIRA
CONT. EMPRESARIAL CONT. DE CUSTOS
CONT. ORCAMENTAL

CONTABILIDADE PRIVADA

CONT. DOMESTICA OU FAMILIAR

CONT.ADMINISTRATIVA

CONTABILIDADE APLICADA OU ESPECIAL CONT. DE ORGAO AUTONOMOS

CONTABILIDADE PUBLICA CONT. DE AUTARQUIAS

CONT. DO ESTADO

CONT. REGIONAL

CONTABILIDADE NACIONAL

CONT. NACIONAL
Em primeiro lugar, convém distinguir a Contabilidade Geral da Contabilidade Aplicada ou
Especial.

A Contabilidade geral compreende os conceitos básicos, as regras de funcionmento e os


princípios contabilísticos (Teoria contabilística) e as formas de representação ou seja,
escrituração propriamente dita (Técnica contabilística). Representa o tronco comum a todos
organismos económicos.

A Contabilidade aplicada ou especial que corresponde a aplicação da contabilidade nas


diversas unidades económicas, variando a sua natureza de acordo com as dimensõese objectivos
de necessidades de informação que se pretende. Esta pode ser privada, pública ou nacional.

Contabilidade Privada é aquela que e feita nas unidades económicas particulares (contabilidade
empresarial) e a indivíduos (contabilidade doméstica ou familiar).

A contabilidade empresarial por sua vez compreende:

 Contabilidade Financeira que visa ao conhecimento da situação patrimonial (Balanço) e


o resultado global da Empresa (Demonstração de resultado), e faz registo das operações
gerais da empresa com o seu exterior.

 Contabilidade interna ou de custosou analítica regista as operações internas, apurando


os custos por cada produto, por cada departamento etc., que podem contribuir para uma
gestão mais eficaz e esclarecida.

 Contabilidade Provisional ou orçamental que visa elaboração de orçamento das


empresas, isto é estimativa sobre as diferentes actividades dos diferentes sectores da
empresa e permite a elaboração de planos de actividades fundamentados e formulação de
regras a que a acção se deve subordinar, traduz a estrutura e actividade desejável no
futuro.

Contabilidade pública aplica se as entidades públicas e funciona na base do orçamento de


estado.
Contabilidade nacional aplica as nações ou ao conjunto de nações, ou seja, respeita as
informações inerentes ao produto, rendimento, despesas nacionais. É também designada por
macrocontabilidade.

Atendendo aos problemas específicos de cada ramo de actividades ou sob o ponto de vista da
natureza empresarial a contabilidade pode ser contabilidade bancária, industrial, de seguro,
agrícola, das ONG etc.

Diferenças entre contabilidade Financeira e Contabilidade de Gestão

Contabilidade Financeira Contabilidade de Custos


Reporte para entidades externas, accionistas, Reporte aos orgãos internos para: planeamento,
credores e bancos, finanças, fornecedores e organização, direcção, controlo e avaliação do
clientes desempenho
Ênfase no sumário geral das consequências Ênfase nas decisões que afectarão o futuro
financeiras das decisões tomadas no passado
Ênfase na objectividade, exactidão e Ênfase na relevância e flexibilidade dos dados.
verificabilidade dos dados
Apresentação da situação financeira geral da Apresentação dos relatórios financeiros
organização segmentados por departamentos, produtos,
clients, trabalhadores, e.t.c
Existência obrigatória Existência não obrigatória
Observação do PGC-NIRF/PE, normas, etc Nao sujeito a normas impositivas externas
Determina o rédito do exercicio, isto é, o resultado Determina os custos e os resultados da actividade
de toda actividade da empresa no seu conjunto, e Económico nas suas várias fases. Considera os
a composição do capital (Activo e Passivo). fenómenos empresariais no momento da sua
Considera os fenómeno empresarial no momento utilização.
da sua verificação.
Revela dados sintéticos, isto é, não decompostos Revela dados analíticos, apresentados de maneira
entre seus components elementares, revela os mais pormenorizada e homogenia sobre os
custos e os resultados de acordo com a sua custos, proveitos e os resultados da organização.
natureza Revela custos e os resultados de acordo com o
seu destino.
Revela apenas dados históricos Pode reveler dados históricos e dados pré-
determinados (previstos ou estandartizados)

PRINCIPAIS INTERESSADOS DA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA


A informação contabilística é requerida por vários utilizadores os quais a analisam para tomada
de decisões e outros propósitos.

Assim os utilizadores ou os interessados da informação contabilística são:

Accionistas ou Sócios
Os accionistas ou Sócios necessitam de informação Contabilística que os ajude a determinar se
devem comprar, deter ou vender os seus investimentos, estão também interessados na
informação que lhes possibilite determinar a capacidade de a empresa pagar os seus dividendos.
Trabalhadores
Estão interessados na informação Contabilística que os ajude a determinar a estabilidade
(estabilidade de emprego) e rendibilidade das entidades patronais, como também na infomação
que lhes permita avaliar a capacidade da empresa em proporcionar remunerações, pensões de
reforma e oportunidades de emprego.

Estado
Estao interessado na informação Contabilística das empresas que os ajude a saber como é que
ocorre a distribuição dos recursos, portanto, as actividades das empresas, como também
necessitam de informação afim de regulamentarem as respectivas actividades e determinarem as
políticas de tributação base para o cálculo do rendimento nacional e fins estatísticos

Investidores
Os fornecedores de capital de risco, os seus assessores e os seus grupos representativos
preocupam-se com os riscos inerentes aos seus investimentos e com a taxa de rendimento que os
mesmos proporcionam. Assim sendo, necessitam de informação que os ajude a determinar se
devem comprar, deter ou vender tais investimentos. Os accionistas estão, por seu lado,
interessados na informação que lhes possibilite determinar a capacidade de a empresa pagar os
seus dividendos.

Financiadores
Os financiadores estão interessados em informação que lhes possibilite determinar se os seus
empréstimos e correspondentes juros serão pagos nas respectivas datas de vencimento.
Fornecedores e Outros credores Comerciais
Os fornecedores e outros credores comerciais estão interessados em informação que lhes permita
determinar se as quantias que lhes são devidas serão pagas nas respectivas datas de vencimento.
Os credores comerciais estão provavelmente interessados numa empresa durante um período
mais curto do que os financiadores, a menos que estejam dependentes da continuidade da
empresa como um cliente importante.

Clientes
Os clientes têm interesse em informação acerca da continuidade da empresa, especialmente
quando têm com ela envolvimentos a longo prazo, quando estão dependentes dela, ou quando
lhes fizeram adiantamentos significativos.

Governo e seus departamentos


O governo e os seus departamentos estão interessados na distribuição dos recursos e, portanto,
nas actividades das empresas. Também requerem informação a fim de regulamentarem as
respectivas actividades e determinarem as políticas de tributação como base para o cálculo do
rendimento nacional e para fins estatísticos.

Público
As empresas afectam o público de várias formas. Assim por exemplo, as empresas podem dar
contribuições substâncias às economias locais de muitas maneiras, incluindo o número de
pessoas que empregam e a sua confiança nos fornecedores locais. As demonstrações financeiras
podem ajudar o público proporcionando informação acerca das tendências e desenvolvimentos
recentes na prosperidade das empresas e na extensão das suas actividades.

Gestores e administradores– cujo interesse é de ter informações que lhes fazer um bom
planeamento, organização e controlo das actividades da empresa e para melhor tomada de
decisões.

NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA
 É criação de metodologia comum a ser seguida pelas unidades económicas na execução da
contabilidade visando, fundamentalmente, a comparabilidade das informações inter-unidades, a
universalidade dos dados recolhidos e a sua compreensibilidade pelos diversos agentes
económicos.
 É um conjuntos de regras, procedimentos, princípios e métodos comuns conhecidos e aceites que
devem ser seguidos pelas entidades económicas na execução da contabilidade por forma a que
se elaborem documentos susceptíveis de interpretação e comparações com outras entidades.
 A normalização contabilística consiste na definição de normas, regras e princípios que regulam a
apresentação de um quadro de contas e nomenclatura de uso internacional.

VANTAGENS DA NORMALIZAÇÃO
 Fornecer informações mais uniformes e precisas,
 A elaboração de estatísticas com menor erro
 A uniformização no ensino da Contabilidade
 A interpretação por qualquer técnico de Contabilidade os dados contabilisticos
 Maior Confiança nos dados contabilísticos;
 Permite a captação de investimentos;
 Combate a evasão fiscal
OBJECTIVOS DA NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA
 É de uniformizar as práticas e procedimentos contabilísticos. Sob ponto de vista da análise
internacional, o facto de cada um dos países poder usar critérios, normas e princípios que
possibilitem a cada dirigente de cada empresa falar uma linguagem contabilística comum.
 Fixação de uma terminologia uniforme;
 Preparação de sistemas uniformes para o cálculo dos custosç
 Elaboração de determinados modelos para a apresentação uniforme dos dados;
 Preparação de sistemas uniformes para o cálculo dos custos;
 O estabelecimento de uma classificação devidamente articulada das contas a utilizar;
 A enunciação de princípios concernentes a avaliação e amortizações;

NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM MOÇAMBIQUE


Normalização contabilística em Moçambique é regulada pelo Sistema de Contabilidade para o Sector
Empresarial em Moçambique cuja abreviatura é SCSEM, é esta entidade que vendo a necessidades de ao
nivel interno (Moçambique) incluir-se na nossa normativa um conjunto de princípios, regras e
procedimentos contabilísticos internacionais de relato financeiro, por isso elaborou o plano de conta
PGC-NIRF e PGC-PE que foi aprovado a partir do decreto 70/2009 de 22 de Dezemnbro para ser
utilizados a que em Moçambique pelas entidades económicas.
O Decreto 70/2009 de 22 Dezembro é plano de Contas PGC-NIRF e PGC-PE pelo que é composto por
um conjunto de príncipios, regras e procedimentos que constutuem o normativo contabilístico aplicável em
Moçambique.
Estes diploma começou por adoptar as normas internacionais de Contabilidade (NIC) ou IAS
(Internacional Accounting Standard) e as normas internacionais de relato financeiro (NIRF) ou IFRS (
International Financial Report Standard) emitidas pelo quadro de normas internacionais ou pelo
International Accounting Standard Board (IASB).
O IASB (International Accounting Standard Board) é a entidade internacional responsável pela
normalização contabilística e emissão de novas normas ou alteração das existentes, para que os vários
países as adoptem ou as adaptem à realidade local, tornando possível a apresentação de contas por parte
das empresas que reflictam as alterações nas condições económicas e no aparecimento de novos
negócios, de forma a que a informação seja útil aos destinatários e que permita fazer algumas
comparações com entidades congéneres mesmo que situadas em outras localizações geográficas.
(BENCHMARK).
Assim o decreto no 70/2009 de 22 de Dezembro é um instrumento de normalização contabilística em
Moçambique e é composto por:

 Um plano de contas – que é um conjunto de contas, classificado, ordenado e codificados


utilizado pelas empresas

 Uma terminologia de contas

 Critério de valorimetria

 Métodos de determinação de resultados

 Modelo de balanço demonstração de resultados e outras peças contabilísticas


fundamentais;

INSTRUMENTOS DE SUPORTE PARA A NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

 Plano Geral de Contabilidade – PGC-NCRF –é um conjunto completo de princípios, regras e


procedimentos contabilístico aplicável em Moçambique baseado nas normas Internacionais de
Contabilidade (NIC) e nas Normas Internacionais de Relato Financeiro (NIRF) emitidas pelo IASB
(InternationalAccounting Standard Board) ;
 Plano Geral de Contabilidade para as Pequenas Entidades – PGC-PE – é um normativo cuja
estrutura se baseia nos conceitos contabilísticos previstos no PGC-NIRF, estabelece um conjunto
de regras de reconhecimento, de mensuração e de apresentação de muito mais fácil aplicação e
de simples entendimento
 Normas de Contabilidade de Relato Financeiro – NCRF refere-se ao conjunto de normas,
princípios contabilísticos que objectivam a harmonização contabilística.

OBJECTIVOS DOS INTRUMENTOS DE SUPORTE PARA A NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA.


Plano Geral de Contabilidade – PGC-NCRF
 Uniformização da actividade contabilística, no que respeita a terminologia, conceitos, regras de
movimentação das contas e peças (ou modelos) contabilísticos para as grandes e médias
empresas;

Plano Geral de Contabilidade para as Pequenas Entidades – PGC-PE


 Uniformização da actividade contabilística, no que respeita a terminologia, conceitos, regras de
movimentação das contas e peças (ou modelos) contabilísticos para as pequenas empresas;
Normas de Contabilidade de Relato Financeiro
 Conceber e publicar normas de contabilidade que devem ser observadas na elaboração e
publicação das demonstrações financeiras e promover a sua divulgação e aceitação a nível
mundial;
 Melhorar a harmonização contabilística com vista a garantir a comparabilidade da informação
financeira preparada e emitida pelas entidades, independentemente do país em que tal ocorra.
 Assegurar um grau de transparência e de comparabilidade das demonstrações financeiras e, deste
modo, um funcionamento eficiente dos mercados de capitais da região e do mercado interno.

PAPEL DO SCSEM E DAS NCRF


SCSEM
 Adopção dum plano Geral de Contabilidade baseado nas normas Internacionais de Relato
Financeiro aplicável às grandes e medias empresas
 Introdução de alguns ajustamentos no plano Geral de Contabilidade

NCRF
 Harmonizar o funcionamento da Contabilidade a partir de adopção de procedimentos,
regras e princípios Universalmente conhecidos e aceites por forma a que se elabore
documentos susceptíveis de interpretação e comprações com os de outras entidades;
 Concepção de mapas modelos para as demonstrações financeiras a serem divulgadas
pelas unidades económicas.
VANTAGENS DAS NORMAS CONTABILÍSTICAS DE RELATO FINANCEIRO -
NCRF

 Base para o desenvolvimento de novas normas contabilísticas;


 Prestação de informação mais neutra;
 Facilita a resolução de problemas práticos;
 Aumenta a credibilidade, comparabilidade e compreensão da informação financeira

PARADIGMA DAS NORMAS CONTABILÍSTICAS DE RELATO FINANCEIRO - NCRF


 Paradigma legalista;
 Paradigma Económico;
 Paradigma Utilitarista

GRANDES , MÉDIAS E PEQUENAS EMPRESAS


GRANDE EMPRESAS
Segundo o código comercial considera-se grande empresa aquelas que com base nas demonstrações
financeiras individuais que:
 Tenha igual ou superior a 500 trabalhadores
 Total de proveitos e ganhos igual ou superior a 1.275 milhões de meticais
 Total do Activo Líquido igual ou superior a 1.275 milhões
MÉDIA EMPRESA
 Tenha inferior 500 a trabalhador mas igual ou superior a 250.
 Total de proveitos e ganhos inferior a 1.275 milhões de meticais, mas igual ou superior a 500
milhões.
 Total do activo líquido inferior a 1.275 milhões de meticais, mas igual ou superior a 500 milhões de
meticais.
PEQUENAS EMPRESAS
São pequenas empresas todas aquelas que estão abaixo dos limites de médias empresas.

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS OBRIGATÓRIAS DE ACORDO COM O PGC-


NCRF

 Balanço;
 Demonstração de Resultados;
 Demonstração das variações no capital próprio;
 Demonstração dos fluxos de caixa;
 Notas explicativas;
 Um Balanço no início do período comparactivo mais antigo caso a entidade aplique uma
política contabilística retrospectivamente.

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS NÃO OBRIGATÓRIAS PARA PEQUENAS


ENTIDADES DE ACORDO COM O PGC-PE

 Demonstração das variações no capital próprio;


 Demonstração dos fluxos de caixa;
 Notas explicativas;
 Um Balanço no início do período comparactivo mais antigo caso a entidade aplique uma
política contabilística retrospectivamente.

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS OBRIGATÓRIAS PARA PEQUENAS


ENTIDADES DE ACORDO COM O PGC-PE

 Balanço;
 Demonstração de Resultados;
 Notas descritivas;
 Informações adicionais e mapas suplementares

ESTRUTURA CONCEPTUAL (EC)

A estrutura conceptual (EC) é, por assim de dizer , uma declaração dos princípios fundamentais,
com os quais as normas de contabilidade se devem coadunar.

Pode ser entendida como uma interpretação da teoria geral da contabilidade, mediante a qual se
estabelecem os fundamentos conceptuais em que se apoia a preparação e divulgação da
informação financeira.
ELEMENTOS DOS QUADRO CONCEPTUAL OU DA ESTRUTURA CONCEPTUAL
(EC)

 O objetivo das demonstrações financeiras;


 As características qualitativas que determinam a utilidade da informação nas demonstrações
financeiras;
 A definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos constitutivos das demonstrações
financeiras;
 Os conceitos de capital e de manutenção de capital

OBJECTIVO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A EC refere que as demonstrações financeiras (DF) devem proporcionar informação acerca da posição
financeira, das alterações desta e dos resultados das operações para que sejam úteis a investidores, a
credores e a outros utentes, a fim de investirem racionalmente, concederem crédito e tomarem outras
decisões.

Desta forma sintética, o objetivo das DF pode resumir-se a:

Proporcionar informação acerca da posição financeira, desempenho e alterações na posição financeira de


uma entidade úteis para a tomada de decisões económicas.

 Posição financeira…………………………………………… Balanço


 Desempenho………………………………………………… Demonstração de Resultados
 Alterações na posição financeira………………………… Demonstração dos fluxos de caixa

Resultado de Aprendizagem 6

Defina Ética e Deontologia profissional;

Ética:
 é a teoria como devemos viver.
 É um ramo da filosofia que estuda aquilo que é considerado correcto e adequado, o de
saber como devemos viver.

Ética Profissional:
 É o conjunto de normas éticas que formam a Consciência do Profissional e representam
imperativos de sua Conduta.
 É aplicação da ética ao exercício de uma profissão
 Conjunto de normas de conduta que deverão ser posta em prática no exercício de uma
profissão.

Código de ética Profissional


O código de Ética Profissional é o conjunto de normas éticas, que devem ser seguidas pelos
profissionais no exercício de seu trabalho.

Deontologia Profissional:
É o conjunto de regras éticas e jurídicas pelas quais um determinado profissional deve pautar o
seu comportamento. A

Mencione duas regras de Ética e Deontologia profissional que os profissionais de


Contabilidade devem cumprir no exercício das suas funções

 Integridade
 Confidencialidade

Deia exemplo de um conflito de Interesse que pode acontecer com um Técnico de Contas no
seu local de Trabalho.

 Desempenhar as funções de Contabilista e de Auditor Interno Simultaneamente

O que é Integridade, Competência profissional e Zelo Devido em matéria de Ética e


Deontologia Profissional

 Integridade:
 Um Contabilista/Auditor deve ser recto e honesto em todos os
relacionamentos profissionais e de empresas.

 Competência Profissional:

 Um Contabilista/Auditor tem o dever permanente de manter os


conhecimentos e habilitações profissionais no nível necessário para
assegurar que um cliente ou empregador receba serviço profissional
competente baseado em desenvolvimentos atualizados da prática, da
legislação e das técnicas.

 Zelo Devido:

 Um Contabilista/Auditor deve atuar com diligência e de acordo com as


normas técnicas e profissionais aplicáveis ao proporcionar serviços
profissionais.

a) Identifique duas ameaças e duas salavaguardas que podem ocorrer no local de


trabalho.

Ameaças:
 Produzir demonstrações financeiras que não reflectem a verdadeira imagem da empresa e
o resultado por ele obtido com o objectivo de reduzir a carga fiscal;
 Dificuldades ténicas no exercício do trabalho contabilístico

Salvaguardas:

 Supervisionar todos os aspectos de Contabilidade periodicamente, verificar os possiveis


erros, recomendar a sua corecção, sugestões para melhoria do trabalho de contabilidade
para o alcance de informação financeira fiável isento de erros e omissões.
 Actualizar constantemente os conhecimentos técnicos necessário para o exercício do
trabalho de Contabilidade.

Mencione dois papéis da OCAM e diga o seu significado de OCAM

 Significado da OCAM: Significa ordem dos Contabilistas e Auditores de Moçambique

 Papéis da OCAM:
 Regulamentar o exercício do trabalho de Contabilidade e de Auditoria em
Moçambique;
 Formar os seus membros;
 Atribuir carteiras profissionais aos técnicos qualificados para o exercícios da
profissão em Moçambique.
 Controlar e Supervisionar o trabalho dos Contabilistas e Auditores em
Moçambique.

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