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GLEYSLA EMYLLI GOMES DA SILVA PUGAS

INGRID NATIELI CARVALHO LIMA


INGRYD REGINA MOURA CONCEIÇÃO
TAUANY PEREIRA DA CONCEIÇÃO
JOSÉ FRANCISCO SANTOS NETO
LUCAS RAMOS MATEUS

Professor: CLAUDIO ROBERTO CAMPERLINGO


CENTRO UNIVERSITÁRIO NOBRE

CURSO DE DIREITO

FEIRA DE SANTANA 2022.


A RECUPERAÇÃO JUDICIAL COMO MECANISMO DE SUPERAR UMA
CRISE ECONÔMICA EMPRESARIAL

RESUMO:

Palavras – chave:

1. INTRODUÇÃO:
Diante da importância da empresa na sociedade e a sua função social
exercida, importando em um fomento ao crescimento da livre concorrência e o
estimulo a iniciativa privada, um possível período de crise pode acarretar danos
e um imenso prejuízo no organismo social.

Uma vez que, não só ao empresário e seus sócios como também a


sociedade em geral que faz uso dos bens e serviços propostos e capazes de
satisfazer suas necessidades visto que, o Estado não tem capacidade de suprir
todas as demandas advindas de um espaço que está em constante evolução.

A partir disso que se verificou os feitos desastrosos que o fechamento de


uma empresa pode trazer a sociedade. Isto fez com que as legislações fossem
alteradas com intuito de salvar alguns desses agentes econômicos que geram
emprego e renda, e que movimenta à economia, ou seja, surge a concepção
da função social da empresa (CRUZ, 2018. p. 758).

Partindo desse pressuposto, nasce a Lei 11.101/2005, a fim de


preservar as fontes de produção, o emprego dos empregados e os interesses
dos credores, oferece-se uma oportunidade de sobrevivência à crise
econômico-financeira do devedor, o que favorece a preservação do
empreendimento, de suas funções sociais e da atividade econômica.

Assim, a função social do patrimônio jurídico está intimamente


relacionada à função social das empresas e do Estado, portanto, seu estudo e
mecanismos de viabilidade são essenciais.
2. CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE A EMPRESA SE ENCONTRA EM
ESTADO DE CRISE ECONOMICA.
Uma crise econômica empresarial é um período durante o fluxo de caixa
da empresa não for suficiente para realizar as operações. Isso leva à
insolvência em que a empresa é incapaz de cumprir suas obrigações
financeiras. Essa crise pode ser dividida em três estágios: econômica,
financeira e patrimonial.

Primeiro estágio é identificado pela deterioração do resultado econômico


e exige dos gestores a adoção de medidas que permitam aumentar a eficiência
da operação, como redução de custos fixos, foco em produtos e serviços com
maior margem de insumos, introduzindo ferramentas de gestão que permitam.
entre outras coisas, melhorando o processo de tomada de decisão.

Passada esta fase e a situação agravada ocorrem um crash financeiro


onde a empresa passa a ignorar impostos, fornecedores e/ou outras
obrigações para cobrir estes gaps financeiros e quase simultaneamente
procuram fontes de financiamento. Medidas para corrigir esse desequilíbrio
fiscal. Caracteriza-se também pela incapacidade de cumprir obrigações de
curto prazo, o que aumenta o endividamento, seja ele financeiro fiscal ou
operacional.

Os primeiros sinais de uma crise financeira, ou seja, aumento da dívida


e diminuição do patrimônio líquido. Por conta disso, são necessárias medidas
mais drásticas para reduzir os custos e principalmente a necessidade de capital
de giro, como reduzir o PMRE (Tempo Médio de Renovação de Estoque)
aumentar o PMP (Tempo Médio de Pagamento), por exemplo.

O estágio final de qualquer crise é uma crise de ações, onde uma


empresa que não possui mais recursos dos participantes do mercado
financeiras testas sua estrutura - seu capital social - destruindo toda a riqueza
que acumulou ao longo dos anos. Essa fase é caracterizada pela erosão do
capital social e pela tentativa dos credores de resgatar o patrimônio da
empresa ou fiadores de bens para pagamento de dívidas.

Esta é a crise mais severa, caracterizada por uma forte erosão do capital
e um forte aumento do peso da dívida. Essa etapa exige uma atuação mais
vigorosa, seja de ampliação de responsabilidade, eficiência operacional e
capital de giro. A estratégia de negócios deve ser revisada imediatamente.
Nesta fase, a cobrança extrajudicial torna-se uma ferramenta adequada.

2.2. APLICABILIDADE DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL


A Recuperação Judicial aponta determinadas limitações no próprio texto
legal aos casos impeditivos a solicitação do citado instituto, desse rol não se
aplica as empresas públicas, sociedade de economia mista, cooperativas de
crédito, sociedades seguradoras, sociedades operadoras de plano de saúde, e
mais além que estão elencados no artigo 2° da Lei de Recuperação Judicial.

Com base nessas informações, incialmente, cabe salientar que o


processo de recuperação da empresa tem como principal missão a
conversação da atividade empresarial, como forma de impulsionar ou seja de
dar o “suporte “fazendo com a circulação de bens e serviços prestados por
aquela determinada empresa seja efetivadas por estratégias por meio de
caminhos alternativos, contudo, eficazes e vinculados a legislação. Portanto, o
empresário não pode estar inativo, pois, a intenção da lei é a manutenção e
não dar inicia as atividades.

Como retrata Fábio Ulhoa Coelho, o princípio da viabilidade da empresa


é um dos basilares em situações como essa, visto que a figura da recuperação
caberá a empresas que ainda estão economicamente viáveis para
manutenção, entendendo que o Estado e a sociedade em geral o ônus com
todos os custos da empresa em crise, de modo que repassará os custos do
risco dos seus produtos aos consumidores finais.

Por isso, vale uma análise minuciosa das precondições de cada


empreendimento a ser abarcado pela Lei e outros critérios que vão além de
avaliações pelos empresários e administradores, a importância social que
determinada empresa exerce na localidade como geração de emprego e renda,
a potencialidade que ela tem no seu patrimônio, ou seja, porte econômico nisso
pode ser levado em conta o tratamento diferenciado, pois, uma empresa de
grande terá uma avaliação e estratégias aplicadas diferente de uma de
pequeno porte, mão de obra e tecnologias empregadas e o volume de ativos e
passivos de acordo com uma análise contábil denominada de balanço
patrimonial.

Preleciona Fábio Ulhoa Coêlho:


[...] somente as empresas viáveis devem ser objeto de recuperação
judicial ou extrajudicial. Para que se justifique o sacrifício da
sociedade brasileira presente, em maior ou menor extensão, em
qualquer recuperação de empresa não derivada de solução de
mercado, a sociedade empresária que a postula deve mostra-se
digna do benefício. Deve mostrar, em outras palavras, que tem
condições de devolver à sociedade brasileira, se e quando
recuperado, pelo menos em parte o sacrifício feito para salvá-la.
(COELHO, 2016, p. 364).

Com isso, de acordo com o Art. 48 da Lei de recuperação Judicial o


empresário que poderá requerer está condicionado aos seguintes fatores,
sendo assim limitações as solicitações do instituto jurídico.

Primeiro requisito é que exerça regularmente suas atividades há mais de


dois anos. Nesse caso em específico, tem-se o exemplo da sociedade em
comum que não possuem registro na junta comercial, embora exerçam
atividades empresariais de fato, mas há fator impeditivo na solicitação da
recuperação judicial.

Diante do que já foi citado, há ainda previsão para o produtor rural sendo
necessário que haja o registro na junta comercial para que se equipare ao
empresário, como forma de regulamentar o desempenho regular da sua
atividade econômica e que a partir desse registro faça jus a recuperação
judicial caso seja preciso, ademais, existe uma diferença entre o produtor rural
o empresário, pois, o produtor rural pode requerer o pedido de recuperação
mesmo que o registro ainda seja inferior a 2 anos.

1) Não seja falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por


sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí
decorrentes;

2) não tenha, há menos de cinco anos obtido concessão de


recuperação, a mais importante;

3) Não tenha sido condenado ou não tenha, como administrador ou


sócio controlador, pessoa condenada por qualquer crime falimentar.
Diante dos requisitos elencados cabe concluir que a viabilidade de
soerguimento de empresa tem altos custos avaliando por um viés do
Empresário que perderá a credibilidade ante imposta a sociedade no
fornecimento dos seus bens e serviços, gerando emprego e renda.

Por situações de falta de assessorias no campo jurídico e administrativo


e no longo prazo tem um déficit de recursos para manter aquela determinada
empresa.

2.3. PROCEDIMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

A recuperação judicial segue trâmites processuais estabelecidos pela lei


11.101/05, posteriormente atualizada pela lei 14.112/20, a nova lei de
recuperação e falências. O procedimento para a recuperação judicial possui de
forma sucinta, três fases: a postulatória, a deliberativa e a de execução.

Em regra, o pedido de recuperação judicial inicia-se na fase postulatória,


momento em que é apresentada a petição inicial do pedido de recuperação, e
termina com a decisão do juiz que tramita o pedido. Em seguida, vem a fase de
deliberação, onde é elaborado um plano de recuperação, que deve ser
aprovado pelos credores, e caso haja divergência, é convocada uma
assembleia geral.

Por último, vem a fase de execução, onde o plano aprovado é


implementado para atuar de forma a chegar ao final do processo de
recuperação. Esses são os três grandes procedimentos pelos quais a
recuperação judicial deve passar.

É notório perceber que a restauração judicial segue um ritual de


procedimento definido. Compreender as peculiaridades do processo é
essencial tanto para empresas quanto para credores, bem como advogados
que precisam assessorar ambas as partes.

Vale ressaltar que a lei é rígida quanto aos requisitos e possibilidades de


aprovação da recuperação judicial. O juiz deve analisar a viabilidade
econômica da empresa ao deferir ou indeferir o pedido de recuperação porque
ela também será financiada pela sociedade, como prescreveu Fábio Ulhoa
Coelho:
Como é a sociedade brasileira como um todo que arca, em última
instância, com os custos da recuperação das empresas, é necessário
que Judiciário seja criterioso ao definir quais merecem ser
recuperadas. Não de pode erigir a recuperação das empresas a um
valor absoluto. Não é qualquer empresa que deve ser salva a
qualquer custo. Na maioria dos casos, se a crise não encontrou uma
solução de mercado, o melhor para todos é a falência, com a
colocação em outra atividade econômica produtivas dos recursos
materiais e humanos anteriormente empregados na falida. Em outros
termos, somente as empresas viáveis devem ser objeto de
recuperação judicial. (COELHO, 2017. p.353)

Deste modo a recuperação judicial não deve ser aplicada a empresas


inviáveis. A manutenção artificial do funcionamento de uma atividade
empresarial inviável gera prejuízos econômicos e sociais e compromete o bom
funcionamento do mercado, podendo levar ao encerramento das atividades de
outras empresas viáveis que não possam concorrer com a empresa inviável e
cujas operações são financiadas por ação judicial.

3. CONCLUSÃO:
4. REFERÊNCIA:

COELHO, Fábio Ulhoa. Recuperação judicial. In:. Novo manual de direito


comercial: direito de empresa. 29. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2017. cap. 29, p. 353- 367.
CRUZ, André Santa. Direito Empresarial. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2018. SALOMÃO, Luis Felipe; SANTOS, Paulo Penalva.
MIRANDA, Mariana. Crise Empresarial. Mirar gestão. São Paulo, novembro de
2022. Disponível em: https://mirargestao.com/tipos-de-crise-empresarial/.
Acesso em: 30 de novembro de 2022.

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