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Direito falimentar – Professor Kleber

Tópico 01:

Fenômeno Fático – Crise da empresa

Modalidades de crise:

- estruturada

- financeira

- econômica

- patrimonial

Estruturada – Resposta Direito – Lei 1110/05 – esse tipo de crise se resolve de outras formas,
não é pela recuperação e nem falência.

Como a atividade está sendo estruturada, organizada por quem faz a gestão da empresa,
então a resposta aqui é dada pelo consultor da empresa, ela não está passando por nenhum
problema de ordem financeira, econômica, mas sim por problemas de gestão de
administração.

Uma quantidade grande de empresas quebra em menos de 4 anos (+- 70% delas).

Você como advogado pode fazer uma consultoria para poder acertar esses problemas na
estrutura que ainda dá pra se recuperar.

Problema estrutural – é problema com seus recursos de mão de obra.

Falta de matéria prima tb pode ser problema de estrutura.

Financeira / Econômica – Recuperação judicial / extrajudicial

Gastar mais do que ganha é problema financeiro.

Econômica – quando vc coloca metas fixadas para suas despesas e não consegue atingir essas
metas.

Financeiro – quando vc não consegue mais pagar suas contas.

Judicial pode ser

a) Ordinária
b) Especial (para pequenas e médias empresas, a recuperação especial quando tem ainda
chance de se recuperar).

Arts. 47 a 74 (Respostas Direito em Sintonia com princípios preservação da


empresa------------- Função social da empresa.

Extrajudicial – art. 161


Patrimonial ------------- Falência

Art. 75 a 160

No caso da crise patrimonial vai blindar o patrimônio (vai desfazendo dos bens para pagar
problemas econômicos e financeiros).

Quem pede recuperação e quem sofre a falência não é a empresa porque a empresa é a
atividade, quem está em crise não é a empresa, mas sim o sujeito que explora a atividade, ou
seja, os titulares, os empresários.

Esta crise pode ser tratada (recuperação judicial) ou pode estar indo para o falecimento
(falência), quando não se tem muito o que ser feito.

FALÊNCIA e RECUPERAÇÃO – São instrumentos, ferramentas, recursos processuais e


procedimentais para resposta/solução de crise qualificada do titular da empresa.

A crise qualificada – não é toda a situação de crise que a empresa sofre que vai precisar utilizar
esses instrumentos de recuperação e falência.

A resposta do direito para a crise se for financeira e econômica é a recuperação


judicial e se for patrimonial é a falência.

COMPREENSÃO DA CRISE:

 A crise enfrentada por um titular de empresa pode assumir diversos contornos. Pode
ser uma crise circunstancial, passageira, ou pode ser uma crise instalada, duradoura.

 É fundamental que o titular da empresa tenha um bom diagnóstico do cenário de


crise por que vem passando, até para efeito de qualificá-la juridicamente.

 Fábio Ulhôa Coelho classifica a crise do empresário em três estágios, a saber:

 Crise econômica: ocorre quando o titular da empresa não consegue mais atingir as
metas e expectativas de vendas de seus produtos e/ou serviços. Seria o primeiro
estágio indicador de crise, em que a empresa não consegue dar saída a tudo que
produz ou fornece.

 Fábio Ulhôa Coelho classifica a crise do empresário em três estágios, a saber:

 Crise financeira: como consequência da adversidade econômica, se dá quando o


titular da empresa está sem fluxo de caixa, deixando de honrar com despesas
operacionais (contas, salários, fornecedores) e fiscais da empresa.
 Fábio Ulhôa Coelho classifica a crise do empresário em três estágios, a saber:

 Crise patrimonial: é o terceiro e mais grave estágio de crise, quando o titular da


empresa precisa alienar seus bens e ativos para pagar as dívidas e compromissos com
os credores. No pior cenário, as dívidas da empresa superam o seu patrimônio.

CONSTRUÇÃO E CONCEITO:

 A partir do entendimento da crise empresarial e seus estágios torna-se possível


encontrar uma definição, um significado, para os institutos jurídicos da recuperação e
da falência. Fato é que ambos são respostas do Direito para a situação qualificada de
crise do titular da empresa, que têm seus desdobramentos (valores negativos)
espalhados para vários campos das relações humanas.

DEFINIÇÃO ART. 47 LRF:

 A Recuperação é um mecanismo jurídico que procura viabilizar ao titular da atividade


empresarial, caminhos, oportunidades, judiciais ou extrajudiciais, para uma superação
do estado de crise ECONÔMICA e FINANCEIRA da empresa.

1- Manter a fonte produtora de riquezas, que significa a própria preservação da empresa,


tomada sua definição do artigo 966 da Lei 10.406/2002;
2- Manter os empregos de quem trabalha para a empresa;

3- Velar pelo interesse dos credores.

PARA PENSAR E PESQUISAR:

Identifique dispositivos da LRF que convergem para cada um dos três objetivos do instituto
jurídico da Recuperação da Empresa.

PRINCÍPIOS – ART. 47 LRF:

1) Preservação da Empresa;

2) Função Social da Empresa;

3) Estímulo da Atividade Econômica.

Os princípios declinados acima vão ao encontro do texto constitucional (artigos 1, IV, 170,
§único e 174), e da Lei da Liberdade Econômica. Mais do que isso, tais princípios assumem
estatura constitucional, dado a sua importância e magnitude.

FALÊNCIA
Definição: artigo 75, §2º, 94, 105 (...)
 Também é um mecanismo jurídico para preservar todos os ganhos e riquezas
proporcionados pela empresa falida. A atividade desempenhada pelo titular tornou-se
inviável econômica e financeiramente, de forma que este titular será afastado e dará
lugar para que outros empreendedores utilizem os recursos da empresa para novo
esforço e geração de riqueza.

Objetivos: artigo 75, incisos I, II e III

1) Preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos;

2) Permitir a liquidação rápida das empresas inviáveis, realocando eficientemente os


recursos na economia; e

3) Fomentar o empreendedorismo, inclusive, viabilizando o retorno célere do


empreendedor falido à atividade econômica.

Princípios: artigo 47 da LRF

1) Preservação da Empresa;

2) Função Social da Empresa;

3) Estímulo da Atividade Econômica.

Os mesmos princípios declinados para a recuperação da empresa se aplicam também à


falência. Esta é instrumento essencial para o bom funcionamento da economia e para a
superação de crise.

PARA PENSAR E PESQUISAR:

Identifique dispositivos da LRF que convergem para cada um dos três objetivos do instituto
jurídico da Falência.

DIA 14/09/2022: AULA 07

Art. 3º - Juízo competente para processar falência e recuperação:

Juízo do principal estabelecimento empresarial do devedor.

Mas e quando é uma Havan? Temos 3 requisitos para saber onde pode ser o juízo competente.

1- Que tem mais de 600 espalhadas no Brasil? A sede onde faz as grandes operações que
estão nos contratos pode ser um indício para saber qual é o principal estabelecimento.
2- Bunker – núcleo de tomada de decisões da empresa.
3- Outro requisito é a sede propagandeada que na publicidade acaba sendo a mais
mostrada. Se for pensar na Havan é em Brusque (RS).
Ministério Público nas falências e recuperação – o papel do MP é em casos pontuais, não é em
todos. Ex.: arts. 19,154, 187, 104, IV, 32. Antes de 2005 a atuação do MP era obrigatória, hoje
não mais.

Art. 5º - Obrigações não exigíveis na falência e recuperação

Art. 6º - Stay period (não existe na falência, somente na recuperação).

O que é?

Efeitos

Tempo

O titular da empresa que pediu a recuperação, quando é deferido o juiz aplica o stay period
que é um período de 180 dias prorrogáveis por mais 180 dias de forma condicionada para
(efeitos):

a) Suspensas todas as execuções e cobranças contra este devedor;


b) Ficarão suspensos os prazos prescricionais de ações contra este devedor;
c) Suspensão das medidas constritivas contra o patrimônio de empresa do devedor
(sequestro, arresto, busca e apreensão, bloqueio de contas, penhora de bens)

Esses casos são de dívidas da empresa, não da pessoa física. Ex.: se for caso de empresa
MEI precisa ver como provar que aqueles valores constritivos são para pagar coisas da
empresa pq é tudo junto o dinheiro da PJ e da PF, então se for deferido a recuperação
judicial o advogado já tem que peticionar em todos os processos que for parte no polo
passivo a fim de se obstar futuras execuções por este motivo.

Princípio da preservação da empresa vai entrar direto aqui no stay period. Esse dispositivo
do artigo 6º é perfeito para esse princípio.

Suspensão começa a contar começando de novo e interrupção vai de onde parou.

Créditos excluídos – art. 49, §3º

Não pode ser pedido em uma falência ou recuperação obrigações à título gratuito (doação),
comodato, promessa de recompensa.

Mútuo sem juros é comum no direito empresarial.

Outro exemplo é o depósito não remunerado para algum cliente (fidelidade). Se o depositário
falir, a pessoa não pode entrar com ação pq esse crédito foi gratuito.

Contrato de mandato (advogado que trabalha free – serviço gratuito).


Grupo econômico: um grupo de empresas que são do mesmo dono. Onde vc vai entrar?
Escolhe a sede o juízo competente de qq uma dessas do grupo. Ex.: Odebrecht (tem 23
empresas que são do grupo).

Honorários que o autor da falência ou do pedido de recuperação tem com seus advogados.

Crédito a ser sujeitado à falência e recuperação. Isso não pode ser resolvido na recuperação, o
que foi contratado entre as partes tem que ser resolvido entre as partes.

Entre os efeitos propiciados a partir da decretação de falência do titular da empresa, ou do


deferimento do processamento da recuperação judicial é o da suspensão do curso da
PRESCRIÇÃO das obrigações do devedor.

Outro efeito é o da suspensão das EXECUÇÕES ajuizadas contra o devedor, inclusive


daquelas dos credores particulares do sócio solidário, relativas a créditos ou obrigações
sujeitos à recuperação judicial e falência.

O terceiro efeito é o da proibição de qualquer forma de RETENÇÃO, ARRESTO, PENHORA,


SEQUESTRO, BUSCA E APREENSÃO e constrição judicial e extrajudicial sobre os bens do
devedor, oriunda de demandas judiciais ou extrajudiciais cujos créditos ou obrigações
sujeitem-se à recuperação e falência.

O stay period existe justamente para dar um fôlego, um alívio, para o devedor,
especialmente, em recuperação, para que ele tenha um tempo de reprogramar seus
negócios, reestruturar a empresa e ter condições e tranquilidade para se dedicar a elaborar
um plano recuperacional. É uma ferramenta essencial para o soerguimento da empresa em
recuperação.

Qual seria o prazo do Stay Period?

O prazo é de 180 dias contados do deferimento do processamento da recuperação,


prorrogável por igual período, UMA ÚNICA VEZ, em CARÁTER EXCEPCIONAL, desde que o
devedor não haja concorrido com a superação do lapso temporal.

Condições para efetivação do Stay Period:

Stay Period – art. 6º, §4º-A LRF

O decurso dos prazos do §4º SEM a deliberação a respeito do plano de recuperação judicial
proposto pelo devedor, FACULTA aos credores a propositura de PLANO ALTERNATIVO,
conquanto que:
 esse plano alternativo seja apresentado no prazo de 30 DIAS, contado do final do
prazo referido no § 4º do artigo 6º da LRF;

 as suspensões perdurarão por 180 dias, a contar dos 180 dias originais, ou da
realização da assembleia geral de credores, caso estes apresentem plano alternativo
nos termos legais.

Stay Period – art. 6º, §7º-A LRF

O juiz é competente para determinar a SUSPENSÃO dos atos de CONSTRIÇÃO que recaiam
sobre bens essenciais à manutenção da atividade empresarial durante o prazo declinado no
stay period. Com isso, blindam-se bens de capital necessários para o desenvolvimento da
empresa, atendendo objetivos e finalidades da recuperação.

Na RECUPERAÇÃO ...
Durante o Stay Period

 prosseguirão as ações que demandam quantias ilíquidas, no juízo competente;

 prosseguirão as demandas trabalhistas, no juízo trabalhista. É permitido pedir ao


administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos, até a
apuração do respectivo crédito, que será inscrito no Quadro Geral de Credores pelo
valor determinado em sentença.

Créditos excluídos da regra do Stay Period – Art.6º, §7ºA-B

Stay Period – art. 49, §3º e LRF

 credor proprietário fiduciário de bens móveis e imóveis, arrendamento mercantil,


proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos contratos contenham cláusulas
de irrevogabilidade e irretratabilidade, proprietário em contrato de venda com
reserva de domínio;

 credor fiscal (execução fiscal prossegue, com a ressalva do art. 6º, §7º-B).

Prevenção do Juízo – art. 6º, §8º

A distribuição do pedido de falência ou de recuperação PREVINE a jurisdição para qualquer


outro pedido de falência ou de recuperação, relativo ao mesmo devedor.

Mediação e Conciliação
Novidade a partir de 2020

 A mediação e a conciliação, como meios alternativos de solução de conflitos passam


a ser incorporados pelo direito falimentar e recuperacional.
 O administrador judicial, durante o processamento da recuperação e a decretação
da falência não pode mais recusar a eficácia da convenção de arbitragem (art.6, §9º
LRF), outro mecanismo alternativo.

Artigos 20-A a 20-D da LRF

o Incentiva a mediação e a conciliação a qualquer tempo nos processos de recuperação


judicial, antecedente ou incidentalmente.

o As sessões de mediação e conciliação poderão ser virtuais, desde que o Cejusc ou


câmara especializada disponham de meios para a sua realização.

Fluxograma para o pedido de recuperação judicial:

Pedido – tem que preencher os requisitos do artigo 48

Petição tem que ter todos os documentos que o art. 51 fala.

Juiz analisa

Pode pedir esclarecimentos antes do deferimento ou indeferimento

Defere (processamento RJ) – terá o stay period e abre um prazo de 60 dias para o devedor
fazer um plano de recuperação que é apresentado para os credores (art. 50 da Lei).

Os credores terão 30 dias para se manifestarem sobre esse plano. Se ninguém se manifestar
concordaram com o plano e aí se tem a concessão da recuperação judicial (sentença)

Se tiver alguma manifestação de algum credor ou dos credores criando objeções e não
aprovarem o plano cria se a assembleia de credores e aí teremos 2 situações (cram dowm, art.
58, §1º (possibilidade de o juiz aprovar contra a vontade da assembleia dos credores que não
aprovou) OU possibilidade de os credores não aprovarem e aí resulta na falência pelo artigo
73).

Indefere – se indefere o devedor vai continuar no estado em que se encontra. Cabe apelação
do indeferimento.

DIA 21/09/2022:
tópico 04 - Verificação créditos
Falência e recuperação

Incumbência
- Administrador Judicial

Momentos diferentes
- Falência / Recuperação

Quando o juiz defere o processamento da recuperação ou decide pela decretação da


falência. O próximo passo é publicação de um edital da sociedade empresária em
situações de crise, nomeia-se um administrador judicial que fica responsável por
publicar neste edital a relação de credores que esta empresa deve.
Se teve a falência decretada, tb nomeia o administrador e apresenta tb os credores
dessa massa falida pra saber pra quem essa empresa deve. O falido tem 5 dias para
apresentar essa relação nos autos.
A responsabilidade desse levantamento é do administrador judicial.

15 dias

Após, sabe se um prazo de 15 dias para habilitar o crédito pelo credor que não consta
na relação o seu crédito.

Habilitar a divergência é aquele credor que seu nome consta na relação, mas está
divergente. Ex.: ele é um credor com garantia real e está classificado como credor
quirografário.

Art. 7º Habilitação de crédito não judicialiforme (não tem forma jurídica, não tem custas
processuais, não precisa ser através de advogado e é endereçada para o
administrador judicial).
Quem analisa se o crédito está divergente ou se não foi habilitado é o administrador e
não o juiz.

Art. 10 – habilitação retardatária – é possível quando se perde o prazo de 15 dias. Mas


esta já é para o juiz.
Aqui paga custas, não tem direito de voto.
--- Petição
Requisitos
Art. 9º

Depois dos 15 dias, o administrador tem 45 dias para fazer uma segunda relação de
credores daqueles casos em que houve divergência. Aí publica essa segunda relação.
Abre-se o prazo de 10 dias para MP, credores, o devedor para fazerem uma medida
de impugnação de crédito.
Ex.: um credor vê que tem alguém lá na relação que já tem o crédito pago. Já se tem
conflito e por isso é judicialiforme, crédito prescrito, etc...
Essa impugnação é em apartado (aqui tem advogado).

Art. 8º Impugnação créditos


- Fase judiciosa
10 dias
- Contestação contra a impugnação – 5 dias
- Manifestação devedor – 5 dias
- Parecer do administrador – 5 dias (último a ser ouvido pelo juiz)
Esses prazos são nesta ordem.
- Julgamento do juiz – cabe Agravo

Objetivo: Formar quadro geral de credores (QGC) – é o resultado da etapa de


verificação dos créditos. Não cabe mais discussão e já pode fazer os pagamentos
regulares aos credores.
Em tese é definitivo, mas se ocorrer algum problema vai ter que entrar com ação
ordinária para desconstituir esse crédito.
Se depois deste quadro formado aparecer o retardatário do retardatário, pra classificar
seu credito, aí tem que entrar com ação ordinária.

Formação do quadro geral de credores:


Administrador Judicial nomeado pelo Juiz deverá tomar duas providências para
formação QGC: verificar e habilitar os créditos.

Disposições Comuns
Verificação dos créditos

 Na Recuperação esta fase se dá quando o juiz DEFERE o processamento do


pedido da recuperação, portanto, antes de decidir por sua concessão.
 Isso se dá porque os credores constantes da lista apresentada pelo devedor
poderão impugnar o pedido logo depois da apresentação do plano de
recuperação.
Na Falência essa fase só se dará NO FINAL, quando da decisão de ‘quebra’. Terá que
ser superado o procedimento pré-falimentar e o cumprimento das fases durante o
processo falimentar, pelo administrador judicial, quais sejam: arrecadação dos bens;
administração da massa; atos de sindicância ou de informação; publicidade da
sentença de quebra; e a formação do quadro-geral de credores (aqui ocorrerá a
verificação).

 Ela é possível com base na análise dos livros e escrituração contábil, bem
como na documentação fiscal do devedor falido, além, claro, dos documentos
apresentados pelos credores ao Administrador Judicial. Art.7º LRF
 O Administrador Judicial (pessoa física ou jurídica) é escolhido pelo juiz,
devendo ser profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista ou
administrador.
 Nos termos do art.51, III, 99, III e 105, II, todos da LRF, os credores receberão
comunicação informando sobre a data do pedido de recuperação ou da
decretação da falência, além da natureza, valor e classificação dada ao crédito
respectivo.
 Esta etapa de chamamento dos credores é oficializada com a publicação do
edital contendo a decisão que defere o pedido de recuperação (art.52,§1º, II
LRF) ou a que decreta a falência (art.99,§1º LRF). Dessas publicações (REsp
1.163.143/SP) inicia-se a contagem do prazo de 15 dias para habilitações ou
divergências dos créditos relacionados (art.7º,§1º LRF).

Prática
Petição de habilitação
 Deve preencher os requisitos do artigo 9º, caput, e incisos, da LRF.
 Exercício extraclasse (para quem quiser praticar): elaboração de uma petição
de habilitação conforme modelo postado no Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA).

 Vencida a habilitação, dentro de 45 dias, o Administrador publicará por edital a


relação dos credores habilitantes, indicando horário e local para que credores,
comitê, devedor ou sócios do devedor e Ministério Público acessem os
documentos que fundamentaram a relação, conferindo ainda, prazo de 10 dias
para que apresentem eventuais impugnações de crédito (art.8º LRF).
Impugnação dos créditos:
 Os impugnantes indicam a ausência de um dado crédito relacionado ou
manifestam-se contra a legitimidade, importância ou classificação a ele
atribuída. Com isso abre-se prazo para oitiva, em 5 dias, do credor impugnado,
mais 5 dias de prazo comum para oitiva do devedor e do comitê de credores,
depois 5 dias para parecer do Administrador, (Artigos 11 e 12 LRF).
 Créditos não impugnados seguem para decisão judicial inclusiva QGC (art.15,
I, LRF).
 Ausência total de impugnações: o juiz homologa a relação de credores
constantes do edital (art.14 LRF).
 Créditos impugnados NÃO esclarecidos serão objeto de julgamento (art.15, II
a IV, LRF). Da decisão judicial cabe agravo de Instrumento pelos interessados
(art.17 LRF).

Petição de impugnação:
 Será dirigida ao juiz instruída com os documentos que o impugnante tiver,
indicando as provas consideradas necessárias.
 Exercício extraclasse (para quem quiser praticar): elaboração de uma petição
de habilitação conforme modelo postado no Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA).

Habilitação retardatária – art. 10 LRF


 Quem perde o prazo de 15 dias pode habilitar seu crédito de forma
RETARDATÁRIA.
 Na RJ, exceto o credor trabalhista retardatário, perdem direito a voto na
assembleia de credores; Na falência a regra também se aplica, exceto se na
data da assembleia, o QGC já estiver formado com os retardatários.
 Uma outra consequência para o habilitante retardatário, na falência, é a
PERDA do direito aos rateios que porventura já tenham sido realizados, além
da obrigação de pagamento de custas judiciais para habilitação de seu crédito
(art.10, §3º LRF).
 ainda sim, o habilitante/impugnante retardatário poderá pedir em juízo a
reserva do valor para solvência de seu crédito.
 As habilitações de crédito retardatárias apresentadas antes da homologação
do quadro geral de credores (QGC) serão recebidas como impugnação e
processadas nos termos dos artigos 13 e 15 LRF. Por isso, deverão conter as
provas que o credor julga necessárias para bem instruir seu crédito (art.10, §5º
LRF).
 Mesmo depois de homologado o quadro-geral de credores quem NÃO tiver
habilitado seu crédito pode requerer ao juiz a RETIFICAÇÃO do quadro para
inclusão de seu crédito (art.10, §6º LRF). Fará isso por meio de Ação Ordinária
de fundo declaratório ou condenatório.
 O credor do falido terá, ainda, prazo decadencial de até 3 anos da publicação
da decisão que decretar a falência, para habilitar ou reservar seu crédito. Trata-
se de um limite temporal para o exercício do direito de habilitação retardatária
do crédito (§10, art. 10 LRF).

Verificação dos créditos


O Administrador Judicial, o Comitê, os Credores e o Ministério Público podem
pedir ao juiz, caso ainda NÃO tenha sido encerrada a falência ou recuperação,
em sendo descoberta falsidade, simulação, dolo, erro essencial dos
documentos ignorados à época do julgamento do crédito ou da inclusão do
quadro-geral de credores, a EXCLUSÃO, RECLASSIFICAÇÃO ou
RETIFICAÇÃO de qualquer crédito (art. 19 LRF).

Para pesquisar:
Se o credor é titular de vários créditos, ele pode apresentar uma única
petição de habilitação?

E uma petição de habilitação coletiva de credores em um único


requerimento, pode ou não?

É necessária a assinatura de um advogado no pedido de habilitação de


crédito?

Quadro Geral de Credores – QGC


 Será formado, na falência, pelos créditos não impugnados, pelos impugnados
que já foram julgados, e pelos créditos julgados das habilitações retardatárias
até então (não controvertidas) – art. 16 da LRF.
 Ainda que o QGC não esteja formado, o rateio dos pagamentos dos créditos na
falência poderá ser feito, desde que a classe beneficiária já tenha tido todas as
impugnações judiciais aforadas no prazo legal, ressalvados os créditos
controvertidos em decorrência de habilitações retardatárias (art. 16, §2º LRF).
 Será homologado pelo juiz, que na sequência o assina juntamente com o
administrador judicial, encartando o documento aos autos (art.18 LRF).
 O QCG será publicado na imprensa oficial para que qualquer parte possa
requerer, eventualmente, sua retificação, nos termos do artigo 19 LRF.

Ver fluxogramas do procedimento:


Incidente de Classificação
do Crédito Público – art. 7-A LRF
 Publicado o edital do §1º, art. 99, na falência, o juiz instaurará para cada
Fazenda Pública, o ICCP, para que em 30 dias, apresentem em Juízo ou ao
Administrador Judicial, a RELAÇÃO COMPLETA de seus créditos na dívida
ativa, com possibilidade de objeções do falido, dos credores, administrador, no
prazo de 15 dias.
 Execuções Fiscais suspensas até término falência.

Exercício:
Recuperação:
Indústria de Plásticos Randomize Ltda (requerente)
Crédito R$ 52.000,00
Aquisição de insumos (contrato)
Data 02/05/2020
Documentado = promissória, cheque, duplicata.

DIA 05/10/2022:

Artigo 37

2º convocação -------- qq número presentes

Ex.: pequena empresa 500.000 250.000 01

Trabalho 50.000 25.000 01

Quirografário 450.000 225.000 01

Divide 1000.000 (total)

Quem preside a assembleia é o administrador judicial.

O sindicato pode representar os empregados, vai entregar uma lista 10 dias antes da
assembleia.

Advogados --------- 24 horas de antecedência.

O empregado só pode ser representado por um sindicato.

Art. 42 quorum de aprovação geral (+ da metade sem ser de cada classe)

Exceção: Artigo 45----------- Prova

1- Todas as classes têm que aprovar;


2- Mais da metade do valor cumulado na maioria dos créditos presentes na classe
(II e III) (garantia real e quirografário)
3- Classe I e IV maioria simples

Art. 41
I – credores trabalhistas e acidentários do trabalho;

II - Credores de garantia real (ex.banco);

III – credores (resto) quirografários, privilegiados e subordinados;

IV – credores pequena empresa cada classe elege 1 representante e 2 suplentes (art.


26).

Voluntários, com possível reembolso de despesas.

Assembleia – essencial e fundamental

Aprovação do plano de recuperação

Art. 35, 36 e seguintes

Fluxograma de recuperação

Devedor pede recuperação --------------- juiz defere ---------- 60 dias (plano de


recuperação)------------------ 30 dias manifestação e objeção de credores ---------------
convocar a assembleia -------------- 1ª convocação + da metade do total dos credores
presentes de cada classe.

Órgãos da Recuperação e da Falência

Art. 21

Assembleia dos credores:

- Comitê de credores (facultativo)

- Administrador judicial (órgão --- não tem vínculo com as partes)

Não é auxiliar do juiz.

Assembleia:

Competências ou atribuições

Funcionamento
Instalação e processo de Deliberação e tomada de decisões

Formas alternativas de constituição de Assembleia:

Comitê de credores:

- órgão facultativo

- formação

- Atuação fiscal

Comitê de credores = existir na prática em processos de recuperação e falência com


grande volume de dívidas e credores envolvidos.

Órgão de representação de interesse de credores.

- informação

- fiscalização --------- administrador judicial

Art. 26 e 27 da lei 11.101/2005.

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