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LEI 11.

101/2005 LEI DA FALÊNCIA E DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL


Determina essa lei a expropriação dos bens do Empresário ou da sociedade Empresária
para satisfação das obrigações destes para com os seus credores. Normalmente
decorre da inadimplência do empresário ou da sociedade empresária aqui
denominados devedores, para com seus credores.

A idéia anterior de que o Ativo do Devedor estava muito aquém do Passivo não é mais
única, pode ocorrer de um Ativo maior que o Passivo mas está imobilizado ou com
dificuldade de liquidez, levando muitas vezes o devedor a não cumprir com suas
obrigações.

Ocorrendo a Falência do devedor, todas suas dívidas/obrigações ainda a vencer, se


antecipam, procedendo-se ao Concurso dos credores que se habilitarão na formas
legal para tentar receber seus crédito.

Recuperação Judicial
Antes da decretação da falência do devedor pelo Juízo, algumas tentativas legais são
realizadas para impedi-la, uma delas é a Recuperação Judicial, visando reestruturá-lo e
permitir sua continuidade no mercado. Lembramos aqui da importância desse tipo de
devedor no mercado como gerador de empregos, tributos, condições sociais etc... Veja
o princípio da Função social da Empresa, estimulando sua atividade econômica,
mantendo os empregos, impostos e fonte produtiva que geram, entre outros.

Entretanto, essa recuperação judicial do devedor para pela anuência, concordância dos
seus credores na forma da lei, que analisarão o Plano de Recuperação Judicial – PRJ
proposto pelo devedor ao juízo.

Essa lei permissionária de Recuperação judicial de empresa já citada no preâmbulo,


tem como fundamento o princípio da Preservação da Empresa, nos casos provados de
sua viabilidade.

“ Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de
crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte
produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo,
assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade
econômica.”

Alguns temas ainda geram discussões como a recuperação judicial do empresário rural,
a compensação de créditos, limites etc...A situação de insolvência econômica de uma
empresa, que pode se caracterizar por redução do seu patrimônio, fluxo de caixa,
liquidez ou disponibilidade para satisfazer suas obrigações surgindo a inadimplência
que poderá leva-la a uma falência.

A Recuperação judicial de uma empresa passa pela análise inicial de sua viabilidade
econômica que deverá ser solicitada e demonstrada somente pelo seu devedor. De
forma geral, o devedor solicita a recuperação por meio de petição dirigida ao juízo , de
maneira descritiva da crise econômico-financeira e com demonstrativo sobre a efetiva
recuperabilidade da empresa.. Para que a recuperação seja concedida, o devedor deve
apresentar um Plano de Recuperação Judicial (PRJ), que deve ser aprovado pela
Assembleia Geral dos Credores convocada para esse fim específico.

Há uma forma de aprovação do PRJ pois, nem sempre se consegue a aprovação de


100% dos credores, assim o art. 45, da Lei 11.101/2005, descreve a forma de
aprovação inclusive sobre créditos de origem trabalhistas, créditos reais e
quirografários. Prevê também a possibilidade sua alteração na Assembleia com a
concordância do devedor.

A aprovação da Recuperação Judicial se dará por sentença judicial, valendo como título
executivo judicial para os credores. A continuidade da empresa do devedor continuará
a ser exercida pelos seus administradores, e a livre administração dos bens da
empresa.

Nessa lei 11.101/2005 estão estabelecidos critérios e requisitos legais sobre sua
apresentação, viabilidade e aprovação.

No pedido de Recuperação Judicial que só pode ser proposto pelo devedor, deverá
conter, de forma clara e objetiva, uma exposição das causas concretas da situação
patrimonial do devedor de sua crise econômico-financeira. Com base nessa exposição
dos motivos, o juiz pode ou não indeferir.

Além disso deverá conter: Demonstrações contábeis; Relação de credores; Relação de


empregados; Certidão de regularidade do Registro Público de Empresas; Relação de
bens dos sócios e administradores; Extratos de contas bancárias; Certidões de
cartórios de protestos; Relação de ações judiciais.

Disposto na própria lei, alguns créditos não estão sujeitos ao PRJ como os créditos da
Fazenda Pública, INSS mas há a possibilidade de seu parcelamento. Dentro do período
em que o devedor está se recuperando nesse procedimento, há possibilidade de
transformação dessa recuperação judicial sofrer uma convolação em falência,
decretada pelo juízo.

A falência pode ser decretada pelo juízo nas seguintes hipóteses: a) Não apresentação
do plano no prazo estipulado; b) Rejeição do plano pela Assembleia Geral dos
Credores; c) Não cumprimento do plano; d) Deliberação da Assembléia Geral dos
Credores; e) Não preenchimento dos requisitos necessários.

Na falência do devedor poderão surgir os crimes falimentares como as condutas


ilícitas, fraudes em prejuízo dos credores. Não apenas os sócios de uma empresa
poderão ser sujeitos passivos nesse processo, mas também diretores, gerentes,
administradores entre outros. Vários desses crimes serão de Ação penal, com punição
prevista no Código Penal brasileiro.

FALÊNCIA DA EMPRESA
Nos termos da lei, determinada a falência da empresa, essa Massa Falida como será
determinada, será administrada por um Administrador judicial que terá várias
incumbências, entre elas a consolidação do quadro geral dos credores com base nos
livros contábeis e na habilitação dos credores nos prazos determinados de 15 dias após
a publicação da falência, podendo contar com auxiliares nessa atividade. Após o
administrador elaborar a consolidação dessas dívidas, deverá publicá-la em 45 dias,
com a relação de todos os credores e valores individualizados na imprensa pública
para eventuais contestações de credores.

Após realizar o Ativo também, ou seja, apurar todos os créditos da empresa falida,
proceder-se-á, com autorização judicial a solver o passivo na parte eu for possível. Para
isso é necessário que os créditos sejam classificados por ordem de recebimento, nos
termos da lei, ou seja, créditos privilegiados, preferenciais e extra-concursais - estes
serão pagos antes dos demais.

Os créditos extraconcursais têm prioridade sobre os concursais porque são gastos que
são feitos justamente para viabilizar o andamento dos procedimentos falimentares,
conforme dispõe o artigo 84 da lei., entre elas estão a remuneração ao administrador,
acidentes de trabalho, etc...

Nessa classificação de credores, deve-se observar o determinado pela lei no seu artigo
83 destacando-se : 1) Credores Trabalhistas; 2) Credores com Garantia Real; 3)
Credores Tributários; 4) Credores com privilégio especial; 5) Credores com privilégio
geral e os demais eventualmente existentes na sequência.

Não são todas as empresas no país que estão sujeitas à falência, por determinação
legal. Entre elas temos: a) empresa pública e sociedade de economia mista; b)
Instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de
previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde.

Com a setença de decretação da falência, ficam indisponíveis para alienação os bens da


empresa, de seus sócios até provar-se a não fraudulência da falência, a nomeação de
administrador da massa falida, o afastamento de todos os dirigentes da empresa.

Questões de entendimento:

Porque surge a falência de uma empresa?

O que deve conter no Plano de Recuoperação Judicial

Quais as formas que podem originar a falência das Empresas

O que seria o concurso de credores?

Quais as principais atividades do administrador da massa falida?

Quais empresas não estão sujeitas á falência

Quais as punições decorrentes da falência de uma empresa.

Quais as determinações inciais do juízo após a decretação da falência.

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