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DIREITO EMPRESARIAL

RESUMO FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

1. Introdução

Para se submeter a Lei de Falência – Lei nº11.101/2005 – o art. 1º limita


apenas ao empresário e da sociedade empresária. As sociedades não
empresárias, isto é, as sociedades simples, sociedades de economia mista,
etc., não estão sujeitos a aplicabilidade desta lei, conforme se pode verificar no
art. 2º da mesma lei. É importante mencionar que o inciso II do art. 2º da Lei
11.101/05 estabelece algumas entidades que são consideradas parcialmente
excluídas da aplicabilidade da Lei de Falência, tendo em vista que existe um
procedimento próprio para ser seguido por tais casos e que somente após a
submissão desses procedimentos (e se não forem “suficientes”), ocorre a
aplicação da Lei de Falências.

Posto isto, o presente trabalho será dividido em dois pontos. O primeiro


corresponderá a Falência, seu procedimento até seu encerramento. O
segundo, por sua vez, abordará a recuperação judicial, sob a ótica da
legislação pertinente.

2. Falência
Conforme leciona o professor Ricardo Negão, a falência é um processo
de execução coletiva em que são cobrados todos os bens de um empresário
(pessoa física ou jurídica) declarado falido com o objetivo de quitar todos os
credores.

Como já mencionado, a Lei 11.101/2005 só incide sobre o empresário


individual, sociedade empresária, dispensando as aquelas listadas no art. 20, I
e II, da mesma lei.

Desse modo, a falência é dividida em 3 fases: Declaratória; Realização


do Ativo; Encerramento.

A falência para ser reconhecida requisita que o autor comprove a


ausência dos elementos objetivos da recuperação judicial. Portanto, os
legitimados a propor a ação de falência, conforme se verifica no art. 97 da lei
mencionada, realiza o pedido de declaração de falência, expondo os motivos
que cominaram na impossibilidade de continuar com o empreendimento,
demonstrando os elementos probatórios de suas alegações.

É importante salientar que o foro competente para a decretação de


falência é aquela definida pelo(s) empresário(s) quando estabelece o local
principal de suas atividades empresárias ou a filial cuja sede seja no exterior.
Nesse sentido, quando o pedido for protocolado, deverá, então, ser
analisado pelo magistrado que, se verificar a presença de todos os requisitos,
decretará a falência. O decreto suspende a prescrição e os processos judiciais
ou de execução contra o devedor. Estes incluem litígios relacionados com
créditos privados de co-parceiros. Portanto, a referida ação judicial, promove o
afastamento do devedor de suas atividades e com isso acaba por preservar e
otimizar o uso dos bens, ativos e recursos produtivos e até mesmo os
intangíveis da empresa.

Após a decretação de falência será nomeado o administrador judicial


que será responsável por representar a massa falida, devendo, portanto, ser
intimado, sob pena de nulidade.

Além da suspensão das exigências continuadas, ocorre também o


vencimento antecipado das dívidas do devedor e dos sócios responsáveis e
limitadamente responsáveis, onde os juros serão reduzidos proporcionalmente
e o custo de conversão dos créditos em moeda estrangeira será à taxa de
cambio em vigor na data da decisão judicial da moeda nacional, conforme
expresso no art. 77 da Lei de Falências.

O crédito do credor deve então ser qualificado para que seja


estabelecida uma ordem de classificação conforme exigido por lei e o
pagamento seja feito no vencimento com os bens remanescentes do devedor.
O processo termina quando os ativos se esgotam e os credores satisfazem as
suas reivindicações com base na capacidade de pagamento da massa falida.

3. RECUPERAÇÃO JUDICIAL

A Lei de Recuperação e Insolvência Empresarial (LRF) é de extrema


importância para o comércio brasileiro, pois concede às empresas em
dificuldades a oportunidade de reorganizar suas dívidas e sustentar seus
negócios, preservando posteriormente a ocupação e mantendo o fluxo
operacional. Aderindo a um determinado conjunto de protocolos e
regulamentos, a Recuperação Judicial é o meio legal de atuação da LRF.

Devido à importância dos negócios no avanço do Brasil e às suas


negociações complexas, o país necessita de regulamentações distintas para a
recuperação judicial. Caso uma empresa enfrente adversidades financeiras, a
recuperação judicial pode revelar-se superior à falência, uma vez que
proporciona flexibilidade na negociação de dívidas e na reestruturação
financeira, permitindo-lhe sustentar as suas operações. É crucial considerar
isso.

Neste contexto, vários estudiosos contribuíram para compreender e


melhorar a reabilitação dos juízes nacionais. Por exemplo, Fábio Ulhoa Coelho
sublinha que a recuperação judicial é um mecanismo que permite às empresas
em crise evitar a falência desde que se comprometam com um plano de
reabilitação que estabeleça condições específicas para o reembolso da dívida.
Por outro lado, Daniel Carnio Costa enfatizou que a recuperação legal é
uma ferramenta fundamental para manter a atividade económica e o emprego,
evitando ao mesmo tempo um colapso financeiro temporário para as empresas
afetadas pela crise.

Quanto ao procedimento da recuperação judicial no Brasil, ele segue


etapas específicas estabelecidas pela LRF. Inicialmente, a empresa em
dificuldades financeiras deve apresentar um pedido de recuperação judicial ao
Poder Judiciário, fornecendo documentação que comprove sua situação
precária.

Após a análise do pedido pelo juiz, é nomeado um administrador judicial,


que fiscaliza o processo e acompanha a execução do plano de recuperação.
O cerne do processo está na assembleia geral de credores, na qual a empresa
apresenta seu plano de recuperação. Os credores votam para aprovar ou
rejeitar o plano, considerando critérios estabelecidos pela lei com base no valor
de seus créditos. Se aprovado, o plano é homologado pelo juiz, e a empresa
deve cumpri-lo, o que pode envolver o parcelamento de dívidas, venda de
ativos ou outras medidas de reestruturação.

Ao longo do processo, o administrador judicial monitora a execução do


plano, apresentando relatórios periódicos ao juiz para manter as partes
informadas sobre o andamento. Após o cumprimento das obrigações
estabelecidas no plano de recuperação, o juiz decreta o encerramento do
processo, permitindo que a empresa continue suas atividades normalmente.

ALUNO: Kauã Felipe Teodoro Costa.

PROF. Juliana Pascon.

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