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Direito empresarial

SOCIEDADES

Conceito
De início, devemos observar que o inciso II do artigo 44 da Lei n. 10.406/2002 (Código
Civil) estabelece que as sociedades são uma das espécies de pessoas jurídicas de direito
privado existentes no ordenamento jurídico brasileiro.

O artigo 981, por seu turno, nos ensina que celebram contrato de sociedade as pessoas
que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de
atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.

Características
 Exploração da atividade econômica
 Finalidade Lucrativa
 Pluralidade e sócios

Classificação

QUANTO AO OBJETO:

O artigo 982 do Código Civil preceitua que “salvo as exceções expressas, considera-se
empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais”.

Simples:

 Registradas em Cartórios, desenvolvem atividades não empresariais

Empresária:
 Registradas nas Juntas Comerciais, desenvolvem atividades essencialmente
empresariais, isto é, habituais e organizadas, voltadas à exploração econômica a
partir da circulação de bens ou da prestação de serviços.

QUANTO AO REGIME JURÍDICO RESPONSABILIZATÓRIO

Responsabilidade do empresário é sempre ilimitada, restando discutir apenas o regime


dos sócios que pode ser: Ilimitado, Limitado e Misto (como é o caso das comanditas
simples e por ações)

QUANTO A FORMA DE SUA CONSTITUIÇÃO E DISSOLUÇÃO

Contratuais: quando oriundas da celebração de um contrato social, nos moldes do


CC/2002;

Institucionais: quando se origina- rem a partir de um estatuto social ou outro ato


institucional correlato;

QUANTO A SUA COMPOSIÇÃO

De pessoas (intuitu personae): as características pessoais dos sócios, isto é, suas


qualidades são relevantes para a celebração do contrato social – diz-se, nesse sentido,
que deve haver affectio societatis;

De capital (intuitu pecúnia): nestas o que importa é o cumprimento de um requisito


objetivo, qual seja, a existência de capital, do montante necessário para dela fazer parte,
podendo tornar-se sócio qualquer pessoa, independentemente da anuência dos demais.

Tipos
As sociedades não personificadas - arts. 986 a 996 do CC/2002 -, não possuem
personalidade jurídica, por não possuírem registro. São espécies de sociedades não
personificadas a sociedade em conta de participação e a sociedade comum, também
chamada de irregular ou de fato.

As sociedades personificadas - arts. 997 a 1.101 do CC/2002 - possuem personalidade


jurídica, que é adquirida com o registro, nos termos do art. 985 e do art. 1.150, ambos
do CC/2002.
OS TIPOS DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA , para os fins do nosso estudo, estão previstos
nos artigos 1.039 a 1.092 do CC/2002, assim como na Lei n. 6.404/1976, cada uma com
um regime jurídico próprio.

 Sociedade em nome coletivo (artigos 1.039 a 1.044 do CC/2002);


 Sociedade em comandita simples (artigos 1.045 a 1.051 do CC/2002);
 Sociedade limitada (artigos 1.052 a 1.087 do CC/2002);
 Sociedade anônima (artigos 1.088 e 1.089 do CC/2002 e Lei n. 6.404/1976);
 Sociedade em comandita por ações (artigos 1.090 a 1.092 do CC/2002 e Lei n.
6.404/1976).

Aquisição da personalidade
Conforme o disposto no artigo 985 do CC/2002, tem-se que “a sociedade adquire
personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus
atos constitutivos (arts. 45 e 1.150)”. Dessa forma, ao contrário do que ocorre com as
pessoas naturais, cuja aquisição da personalidade só depende do nascimento com vida
(vide o art. 3º), as sociedades, de fato, necessitam do registro no órgão competente
(Cartório) para adquirirem tal atributo essencial.

Cumpre salientar apenas que enquanto não houver o respectivo registro do ato
constitutivo da sociedade, o ordenamento jurídico brasileiro até reconhece a sua
existência (sociedade em comum), mas não lhe confere personalidade jurídica.

FALÊNCIA
FALÊNCIA X RECUPERAÇÃO JUDICIAL: Ambos os institutos têm como objetivo a
satisfação de dívidas de uma empresa. Contudo, a principal diferença está na
continuidade ou não do empreendimento. No caso da recuperação judicial, se ganha
tempo para recuperar a capacidade de gerar resultados na empresa. Por outro lado, na
falência, não existe a reestruturação do negócio e ele acaba fechando as portas.

Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a


falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente
como devedor.
- Não podem fazer uso da lei de falências as atividades simples: Cooperativas,
sociedades de advogados, médicos etc.

- Devedor = Insolvência

- Insolvência pode ser fática ou jurídica:

 Fática: Provar que o passivo é maior que o ativo.


 Jurídica (presumida): tudo leva a crer que o passivo é maior que o ativo

EXCLUÍDOS

Art. 2º Esta Lei não se aplica a:

I - Empresa pública e sociedade de economia mista;

II - instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade


de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde,
sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente
equiparadas às anteriores.

Insolvência Jurídica
Artigo 94 da Lei de Falências;

 Elenca as hipóteses em que o juiz pode decretar a falência de uma empresa;


 São três hipóteses:
1. Não pagamento de obrigação líquida protestada com valor superior a 100
salários-mínimos;
2. Não pagamento de execução por qualquer quantia líquida;
3. Prática de atos que demonstrem má-fé ou impossibilidade de
cumprimento das obrigações.

- 2 mecanismos para comprovação: impontualidade e atos ruinosos:

IMPONTUALIDADE

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:

I - Sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida


materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a 100 (cem) salários-mínimos na data do pedido de falência;
II - Executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à
penhora bens suficientes dentro do prazo legal;

ATOS RUINOSOS

III - pratica qualquer dos seguintes atos:

a) celebração de contrato cujo cumprimento futuro não esteja assegurado;

b) praticar qualquer dos seguintes atos:

1. promover recuperação extrajudicial;


2. conceder recuperação judicial;
3. pedir recuperação judicial;
4. homologar plano de recuperação extrajudicial;

c) dissimulação ou alienação de bens ou direitos;

d) simulação de dívida ou renúncia fraudulenta a crédito;

e) realização de negócio simulado ou fictício;

f) transferência de estabelecimento a terceiro, credor ou não, com o objetivo de fraudar


o pagamento de credores;

g) ausência do país sem comunicar àqueles com quem habitualmente mantenha contato
pessoal, deixando poderes para receber ou administrar bens;

h) destruição, transferência ou ocultação de livro contábil ou documento importante;

i) ausência de escrituração contábil hábil a permitir o exame de sua situação


patrimonial;

j) prática de qualquer dos seguintes atos, exceto se previamente autorizado pelo juiz:

1. pagar dívida não vencida;


2. aceitar ou continuar aceitando saques ou operações assemelhadas;
3. efetuar novação ou conceder moratória;
4. transigir em juízo ou fora dele, ou fazer qualquer compromisso;

k) acumulação de dívidas vencidas e não pagas, na forma do art. 93 desta Lei.


Suspensão do curso das ações e execuções
Art. 6º da Lei nº 11.101/2005

- A Lei de Falências (Lei nº 11.101/2005) estabelece a suspensão do curso das ações e


execuções em face do devedor em recuperação judicial ou falência.

- Isso significa que, a partir do momento em que a empresa entra com o pedido de
recuperação judicial ou é decretada a sua falência, todas as ações e execuções movidas
contra ela ficam suspensas, ou seja, não podem continuar seguindo adiante.

- O objetivo é permitir que o administrador judicial (ou o próprio devedor, no caso de


recuperação judicial) possa realizar um levantamento das dívidas, negociar acordos com
os credores e propor um plano de recuperação ou de pagamento das dívidas.

- Durante o período, os credores não poderão prosseguir com as ações e execuções que
já haviam iniciado ou mesmo iniciar novas ações.

- A suspensão não se aplica aos créditos não sujeitos aos efeitos da recuperação judicial
ou da falência.

- A suspensão tem uma duração máxima de 180 dias, prorrogável por igual período,
mediante autorização judicial.

- Caso o plano de recuperação judicial seja aprovado ou seja decretada a falência, as


ações e execuções podem ser retomadas pelos credores.

- A suspensão das ações e execuções não significa que os credores não poderão buscar
seus créditos. Eles deverão se habilitar no processo de recuperação judicial ou falência,
a fim de terem seus créditos reconhecidos e incluídos no plano de pagamento.

Durante a suspensão, o devedor continuará sendo responsável pelo pagamento de suas


dívidas, incluindo juros e multas. Além disso, ele precisará cumprir as obrigações
previstas no plano de recuperação judicial ou no processo de falência, que podem incluir
a venda de ativos, a renegociação de dívidas e outras medidas para solucionar o passivo.

A suspensão do curso das ações e execuções não se aplica aos créditos trabalhistas e
tributários. Esses créditos têm um tratamento diferenciado pela Lei de Falências e
podem ser objeto de execução mesmo durante o processo de recuperação judicial ou
falência.
Órgãos falimentares
São os órgãos designados em lei para atuarem no Processo Falimentar, cada um dentro
de suas respectivas competências.

1 – JUIZ DE DIREITO

É quem preside o processo de falência, exercendo função judicante e administrativa, tais


como: nomeação e destituição do administrador judicial, escolha da modalidade de
alienação do ativo, julgamento das contas do administrador judicial e encerramento da
falência.

2 – MINISTÉRIO PÚBLICO

É o curador da Massa Falida, pois atua no processo como fiscal da lei, buscando
cumprimento de seu papel constitucional na defesa do interesse público.

3 - ADMINISTRADOR JUDICIAL

É o responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial. Pode


ser pessoa física, desde que se trate de pessoa idônea, preferencialmente advogado,
economista, contador ou administrador de empresas.

Grupo de hoje foi – Falência

- 1º a 6º

- Artigo 94

- Totalmente e parcialmente (lei própria) excluídos (porque e etc.)

- Foro competente

- Administrador judicial

- Conciliação e mediação: Spoiler é possível em qualquer fase do processo

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