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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E POLITICAS

Direito, 4o Ano Pós-laboral.

Direitos de registo de entidades legais

Discentes: Docente:
Mariza De Castro Ribeiro Silva Manuel Nopeia
Mércio Luciano Salvador
Milton Rodolfo Zavala
Neca Virgílio Maciel
Nilza Sebastião Citora

Quelimane, Dezembro de 2020.


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ÍNDICE
Introdução..........................................................................................................................4

Direitos de registo de entidades legais..............................................................................5

Finalidade do registo......................................................................................................5

Objecto do registo..........................................................................................................5

Factos sujeitos a registo relativos às empresas comerciais............................................5

Factos sujeitos a registo relativos a outras entidades legais..........................................6

Acções e decisões sujeitas a registo...............................................................................6

Outros factos sujeitos a registo......................................................................................7

Menores, interditos e inabilitados..................................................................................7

Obrigatoriedade do registo.............................................................................................7

Órgãos do registo...........................................................................................................7

Competência relativa às entidades legais.......................................................................7

Mudança voluntária de sede..........................................................................................8

Princípios, efeitos e vicissitudes de registo...................................................................8

Princípio da legalidade...............................................................................................8

Eficácia do registo......................................................................................................8

Prioridade de registo..................................................................................................8

Impugnação dos factos registáveis.............................................................................9

Cessação dos efeitos do registo..................................................................................9

Transferência e extinção dos efeitos do registo.........................................................9

Vícios do registo............................................................................................................9

Causas de nulidade.........................................................................................................9

Prazo do registo...........................................................................................................10

Dos actos do registo em geral......................................................................................10

Princípio de instância...............................................................................................10

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Dos actos do registo em especial.................................................................................10

Das matrículas..........................................................................................................10

Requisitos especiais de matrícula.............................................................................11

Averbamento de alteração........................................................................................11

Das inscrições..............................................................................................................11

Factos a averbar...........................................................................................................12

Conclusão........................................................................................................................13

Bibliografia......................................................................................................................14

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Introdução
No presente trabalho da cadeira de Registo e Notariado, de carácter colectivo na qual
tem como tema principal, o Direito de Registo de Entidades Legais na qual o grupo
pretende dar a conhecer os critérios relevantes para o registos dessas entidades legais a
nível do ordenamento jurídico moçambicano, além do mais, pretendemos desta acarretar
conhecimento em torno do mesmo, procurando enriquecer o anteriormente conhecido.

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Direitos de registo de entidades legais
O registo é definido como sendo toda actividade administrativa destinada a dar
publicidade a certos actos ou direitos.

A constituição da sociedade, e seu registo da mesma na Conservatória de Entidades


Legais é o processo pelo qual a lei confere personalidade jurídica a uma sociedade
comercial. Para tanto, a lei requer o cumprimento de um conjunto de formalidades. Caso
cumpra cuidadosamente todos os requisitos jurídicos necessários, disporá de um veículo
seguro com o qual poderá conduzir os seus negócios.1

Finalidade do registo
O registo de entidades legais destina-se a:

 Dar publicidade à situação jurídica das empresas comerciais e outros entes


previstos no diploma que superintende a matéria, bem como os factos jurídicos,
especificidades na lei, referentes àqueles. A este conjuga-se com o princípio da
publicidade, que é o meio pelo qual leva ao conhecimento público o estado
jurídico das entidades legais;
 Verificar a admissibilidade das firmas e determinações, como garantir a
protecção a nível nacional.

Objecto do registo

O registo de entidades legais compreende:

a) As empresas comerciais;
b) As sociedades civis sob a forma comercial;
c) As associações, fundações, consórcios e cooperativas;
d) As representações de entidades estrangeiras e nacional;
e) Outras entidades a ele sujeitas pela lei;
f) Os factos a ele sujeitas, referentes às entidades mencionadas nas alíneas
anteriores.

Factos sujeitos a registo relativos às empresas comerciais

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ACIS em colaboração com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ, O Quadro Legal para a
Constituição de Sociedades Comerciais. Edição V, 2012.

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Estão sujeitos ao registo:

 O acto constitutivo, incluindo os estatutos e, respectivas alterações;


 A firma e a sede social;
 A deliberação de aquisição e alienação de bens a sócios ou associados e o
relatório de avaliação que lhe serviu de base;
 A unificação, divisão e transmissão de quotas de sociedades por quotas, bem
como de partes sociais de sócios capitalistas de sociedades de capital e trabalho.
 E os demais previstos na lei.

Factos sujeitos a registo relativos a outras entidades legais

Estão sujeitos a registo:

 O acto constitutivo, incluídos os estatutos;


 A denominação e sede principal;
 A designação dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização e
procuradores;
 A abertura de representações em outros pontos do país e no estrangeiro;
 A cessação ou suspensão das suas actividades;
 Quaisquer outros factos a elas referentes que a lei declare sujeitos a registo;
 A alteração de qualquer dos elementos indicados acima.

Acções e decisões sujeitas a registo

Estão também sujeitos a registo as seguintes acções e decisões:

 As acções que tenham como fim, principal ou acessório, declarar, fazer


reconhecer, constituir, modificar, ou extinguir qualquer dos direitos referidos
anteriormente ou a reforma, a declaração de nulidade ou a anulação de um
registo ou do seu cancelamento;
 As acções de declaração de nulidade ou de anulação do acto constitutivo das
entidades legais;
 As acções de declaração de nulidades ou anulação de deliberações sociais e as
providências cautelares de suspensão destas;

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 As decisões finais, com transito em julgado, proferidas nas acções e
procedimentos cautelares, referidos anteriormente;
 As decisões judiciais com trânsito em julgado, de homologação ou rejeição das
deliberações das assembleias de credores que tenham aprovado, no respectivo
processo judicial, a concordar ou o acordo de credores, etc;

Outros factos sujeitos a registo

Sem prejuízo do estatuído nas disposições anteriores, a lei pode declarar ou sujeitar
outras entidades e factos a registar;

Menores, interditos e inabilitados

A autorização, e a sua revogação, para a prática de actos de comércio por menores,


interditos e inabilitados devem ser comunicados ao registo de Entidades legais por
aqueles a quem competir autorizar tal prática, ou oficiosamente, pelo tribunal que
decide sobre estas questões;

Obrigatoriedade do registo

Os registos mencionados nas disposições anteriores são obrigatórios e devem ser


requeridos nos prazos fixados, no regulamento de registo de entidades legais.

Órgãos do registo

As repartições especialmente encarregadas dos serviços do registo de entidades legais


denominam-se conservatórias do registo de entidades legais. Nos locais onde não
existam conservatórias privativas, os serviços do registo de entidades legais
permanecem a cargo das repartições na Lei orgânica dos registos e notariado.

Competência relativa às entidades legais

Para a matrícula das empresas comerciais e outras entidades legais e, bem assim, para o
registo dos factos correlativos, é competente qualquer conservatória do registo de
entidades legais. E referente às entidades legais estrangeiras com sede no território
nacional que tenham por objecto qualquer ramo de actividade em Moçambique, também
é competente qualquer conservatória de entidades legais. Por fim aplicam-se as
entidades legais estrangeiras que apenas estabeleçam no país sucursais ou outras

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espécies de representação social, bem como para o registo dos factos jurídico que lhe
respeitem.

Mudança voluntária de sede

Quando a entidade legal mudar a sede, deve requerer, em qualquer conservatória, que
seja averbada à matrícula a declaração da mudança da sede. Efectuado o averbamento, o
conservador deve remeter oficiosamente o processo à conservatória do lugar da nova
cede. Averbação consiste na acção de anotar, a margem do acento existente, facto
jurídico que venha a modifica-lo. É o acto acessório que vem depois do registo com o
objectivo de acrescentar factos aos elementos originais.

Princípios, efeitos e vicissitudes de registo

Princípio da legalidade

Além da regularidade formal dos actos requeridos da legitimidade dos requerentes,


incumbe ao conservador apreciar a legalidade dos títulos apresentados e a validade dos
actos dispositivos neles contidos, e bem assim a capacidade dos outorgantes, em face
dos títulos e dos registos anteriores.

Eficácia do registo

Os factos sujeitos a registo, ainda que não registados, podem ser invocados entre as
próprias partes ou seus herdeiros, mas só produzem efeitos contra terceiros depois da
data do respectivo registo.

Exceptuam-se do estatuído no disposto anterior:

 Os factos constitutivos de ónus ou encargos cuja eficácia entre as próprias


partes, depende da realização do registo.
 Outros factos para os quais a lei declara ser o registo necessário pra
produção de efeitos.

Prioridade de registo

O direito em primeiro lugar inscrito, prevalece sobre os quais por ordem da data da
apresentação, se lhe seguirem relativamente aos factos, quotas, partes sociais ou bens. O

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registo convertido em definitivo tem a prioridade correspondente à sua realização como
provisória.

Impugnação dos factos registáveis

Os factos comprovados pelo registo não podem ser impugnados em tribunal sem que
simultaneamente seja pedido o seu cancelamento. Não terão seguimento, após os
articulados, as acções em que não seja formulado o pedido de cancelamento.

Cessação dos efeitos do registo

Transferência e extinção dos efeitos do registo

Os efeitos do registo transferem-se mediante novo registo para o adquirente dos direitos
inscritos e extinguem-se por caducidade ou cancelamento.

Vícios do registo

O registo só se considera errado quando se mostre efectuado em desconformidade com


os títulos que lhe serviram de base. O registo errado pode ser rectificado oficiosamente
ou a requerimento de qualquer interessado, a rectificação do registo errado so pode ser
efectuado em face dos documentos que lhe serviram de base.

O simples erro de cópia dos documentos, que não afecte o sentido e o alcance do facto
registado pode ser rectificado por iniciativa do conservador sem intervenção dos
interessados.

Causas de nulidade

O registo é nulo quando:

a) For falso ou tiver lavrado com base em títulos falsos;


b) Os documentos depositados forem insuficientes para a prova legal do
facto registado;
c) Os documentos depositados enfermarem de omissões ou inexactidões de
que resulte incerteza acerca dos sujeitos ou do objecto da relação jurídica
a que o facto se refere;

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d) Tiver sido assinado por pessoa sem competência funcional, salvo nos
casos previstos na lei, etc.

A declaração de nulidade do registo não prejudica os direitos adquiridos por terceiro de


boa-fé, se o registo dos correspondentes factos for anterior ao registo da acção de
nulidade.

Prazo do registo

O registo obrigatório deve ser requerido no prazo de três meses, a contar da data em que
o respectivo facto tiver sido titulado. Os interessados que não requererem dentro do
prazo legal o registo obrigatório dos factos a ele sujeitos incorrem na pena de multa.

Dos actos do registo em geral

Princípio de instância

O registo efectua-se a pedido dos interessados, salvo nos casos de oficiosidade previstos
na lei.

E tem legitimidade para requerer o acto de registo os sujeitos, activos e passivos, da


respectiva relação jurídica e, de um modo geral, todas as pessoas que nele tenham
interesse, salvo o disposto em disposições especiais. Tem também legitimidade para
requerer os actos do registo, os mandatários das pessoas referidas anteriormente desde
que munidos de poderes bastante.

Dos actos do registo em especial

Das matrículas

A matrícula é especialmente destinada à identificação das entidades legais sujeitas a


registo. A cada entidade legal corresponderá uma só matrícula.

As matrículas nos termos que as inscrições, podem ser definitivas ou provisórias. Na


qual são provisórias por natureza as matriculas cuja abertura seja determinada por
inscrições provisórias e, essas matriculas são porem controvertidas, oficiosamente, em
definitivas, se, na vigência da inscrição provisória que lhe deu causa, for
definitivamente registado qualquer facto lhes respeite.

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Antes de efectuar qualquer matrícula, deve a conservatória verificar, em face das
matrículas abertas, se a firma adoptada é susceptível de se confundir com outra já
registada e só no caso negativo abrirá matrícula definitiva.

Requisitos especiais de matrícula

O extracto da matrícula das empresas ou de outras entidades legais deve conter, em


especial, as seguintes menções:

 O nome completo, idade, estado, domicílio e nascimento de matriculado;


 A firma ou denominação;
 O objecto social;
 A sede social e a indicação da localização;
 O principal estabelecimento e as sucursais ou outras representações que haja
estabelecido, com indicação da sua localização, nos termos previsto
anteriormente.

Averbamento de alteração

O extracto das matrículas pode ser rectificados, completado, restringido, ampliado ou


por qualquer outra forma alterado em virtude de circunstâncias supervenientes, por meio
de averbamento.

Nenhuma alteração pode ser averbada à matricula quando resultante de facto sujeito a
registo, sem que haja sido requerido e efectuado o registo desse facto.

Das inscrições

O registo dos factos jurídicos a ele sujeitos, efectua-se por via de inscrição própria. As
inscrições correspondem sempre a uma ou mais matriculas e, nenhuma inscrição pode
ser lavrada, sem que previamente se efectue a matrícula da entidade legal a que a
mesma diz respeito.

A inscrição pode ser definida ou provisória, a inscrição pode ser provisório por natureza
ou por dúvida: é provisória por natureza a inscrição que, por virtude de disposição
expressa na lei, só como provisória possa ser requerida e efectuada; e por dúvidas a que,
tendo sendo sido requerida como definitiva, suscite duvidas ao conservador.

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Factos a averbar

São registadas por averbamento as inscrições que respeitem os seguintes factos:

 O levantamento da interdição e a reabilitação do falido, que são averbados a


inscrição de falência;
 A deslocação da sede da entidade legal dentro do mesmo distrito e a mudança ou
ampliação do objecto social, previstas e autorizadas no respectivo pacto social,
que são averbadas, conforme os casos, à respectiva inscrição de constituição da
sociedade ou de modificação do pacto.
 A liquidação das entidades legais, que é averbada à inscrição de dissolução,
quando não tenha sido registada simultaneamente com esta, etc.

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Conclusão

Chegados a este ponto do trabalho, podemos destacar o seguinte: a constituição da


sociedade, e seu registo da mesma na Conservatória de Entidades Legais (as repartições
especialmente encarregadas dos serviços do registo de entidades legais) é o processo
pelo qual a lei confere personalidade jurídica a uma sociedade comercial. Para tanto, a
lei requer o cumprimento de um conjunto de formalidades. Caso cumpra
cuidadosamente todos os requisitos jurídicos necessários, disporá de um veículo seguro
com o qual poderá conduzir os seus negócios.

O registo de entidades legais destina-se a dar publicidade à situação jurídica das


empresas comerciais, bem como os factos jurídicos, especificidades na lei, referentes
àqueles e, verificar a admissibilidade das firmas e determinações, como garantir a
protecção a nível nacional.

O registo obrigatório deve ser requerido no prazo de três meses, a contar da data em que
o respectivo facto tiver sido titulado e os registos mencionados nas disposições
anteriores são obrigatórios e devem ser requeridos nos prazos fixados, no regulamento
de registo de entidades legais.

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Bibliografia

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE. Decreto-Lei n o 1/2006, de 3 de Maio – Cria o


Regulamento de Entidades Legais e aprova o seu Regulamento.

ACIS em colaboração com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ, O Quadro


Legal para a Constituição de Sociedades Comerciais. Edição V, 2012.

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