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Introdução..........................................................................................................................2
Por que razão se veio a proibir o lock-out? Não corresponderá tal proibição a uma
violação do Princípio da Igualdade, constitucionalmente consagrado?............................4
Caracterização...................................................................................................................5
Responsabilidade civil.......................................................................................................6
CONCLUSÃO...................................................................................................................8
BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................9
INTRODUÇÃO
No presente trabalho da cadeira de Direito de Trabalho, de carácter individual que tem
como tema principal: A figura do lock-out e Medidas excepcionais do empregador. (in)
possibilidade da responsabilidade civil do Empregador por lock-out, onde a principio,
pretendo a fundo definir o lock-out, perceber como esta figura actua e é aplicável no
nosso ordenamento jurídico, pretendo também como um foco principal, constatar se o
empregador pode ou não ser civilmente responsabilizado pela prática do lock-out.
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A figura do lock-out e Medidas excepcionais do empregador. (in) possibilidade da
responsabilidade civil do Empregador por lock-out
Importa antes porém, entender o que significa desta figura do lock-out, a nível geral, o
lock-out, é a exclusão sistemática de um certo número de trabalhadores da sua
actividade geralmente pela dissolução conjunta das relações de trabalho, para a
obtenção de um fim litigioso, com o propósito de readmissão após o termo do conflito.
A nível jurídico, que de certo modo é o que nos importa, de acordo com o n. o 2, do art.
203.o da LT, lock-out é qualquer decisão do empregador de enceramento da empresa ou
serviços ou suspensão da laboração que atinja parte ou a totalidade dos seus sectores,
com a intenção de exercer pressão sobre os trabalhadores, no sentido da manutenção das
condições de trabalho existentes ou do estabelecimento de outras menos favoráveis.
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Lock-out defensivo designado como “encerramento reactivo” e que consiste na
“suspensão da actividade empresarial, não por razões de mérito relativas à pretensão em
jogo, mas por reacção à luta sindical dos trabalhadores conduzida em formas anómalas e
de duvidosa legitimidade”. (FERNANDES, 2009).
Mesmo havendo esta proibição, o legislador traz uma medida excepcional, que conta do
art. 204.o da LT, em que estabelece que o empregador pode suspender total ou
parcialmente a actividade da empresa enquanto durar a greve, em face de imperiosa
necessidade de salvaguardar a manutenção das instalações e equipamentos da empresa
ou de garantir a segurança dos trabalhadores e das outras pessoas.
Sendo que esta deve obedecer a procedimentos que constam do n. o 2 do artigo supra
citado.
Por que razão se veio a proibir o lock-out? Não corresponderá tal proibição a uma
violação do Princípio da Igualdade, constitucionalmente consagrado?
De facto, greve e lock-out não podem ser encarados enquanto comportamentos
idênticos.
Enquanto que o primeiro se traduz numa abstenção da prestação de trabalho por parte
dos trabalhadores, o segundo envolve uma iniciativa por parte do empregador em cessar
(ainda que transitoriamente) a actividade da empresa para pressionar os trabalhadores a
adoptarem um determinado comportamento (entenda-se adesão às pretensões do
empregador ou recuo nas pretensões por eles formuladas).
Assim sendo, o facto de um ser proibido no nosso ordenamento (lock-out) não implica
uma violação do princípio da igualdade, uma vez que não estamos perante
comportamentos idênticos ou verdadeiramente equiparáveis.
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Para atenuar o desequilíbrio de forças existente, ao trabalhador é reconhecido o direito
e, consequentemente, assegurada a possibilidade de aderir à greve, por forma a assim
fazer valer as suas pretensões.
Por outro lado (e como um dos principais factores de distinção entre os dois
comportamentos em causa), o lock-out decorre de uma vontade unilateral do
empregador, ao passo que a greve deriva de uma vontade colectiva: a vontade dos
trabalhadores. Querer estabelecer uma possível simetria entre ambos os
comportamentos, não nos parece plausível nem legitimo, à luz do ordenamento vigente,
na sua globalidade.
“O lock-out sendo ilegítimo, não tem qualquer influência sobre as relações de trabalho;
não suspende as relações emergentes do contrato de trabalho, designadamente a
retribuição, nem tem qualquer efeito sobre a antiguidade e os efeitos dela decorrente.
Mas, traduzindo-se numa violação do contrato de trabalho (incumprimento da obrigação
de dar trabalho), o lock-out constitui a entidade patronal em responsabilidade contratual,
podendo conferir aos trabalhadores o direito de resolução do contrato por
incumprimento da outra parte”. (CANOTILHO, 1978).
Caracterização
A tipicidade do lock-out (locaute) envolve quatro elementos combinados: paralisação
empresarial; ato de vontade do empregador; tempo de paralisação; objectivos por
ela visados.
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A paralisação envolvida há-de resultar de decisão do próprio empresário, sob pena de
escapar à tipicidade do locaute. De maneira geral, a paralisação que se enquadra na
figura do locaute é temporária. É que, sendo instrumento de pressão sobre os
respectivos empregados, visando frustrar ou enfraquecer reivindicações colectivas, há
deter, em princípio, duração limitada no tempo. Contudo, não é inviável imaginar-se a
possibilidade de uma falsa paralisação definitiva do estabelecimento, como meio de
estabelecer pressão ainda mais eficaz sobre os trabalhadores.
De lembrar que a CRM 1990 dispõe que os cidadãos gozam da liberdade de associação
e que as organizações sociais têm direito de prosseguir os seus fins, criar instituições
destinadas a alcançar os seus objectivos específicos, de possuir património para a
realização das suas actividades, nos termos da Lei. 1 Os trabalhadores têm ainda a
liberdade de se organizarem em associações profissionais ou em sindicatos, sendo que o
exercício da actividade sindical é regulado por Lei. Finalmente, os trabalhadores têm
direito à greve sendo o seu exercício regulado por Lei. 2 O exercício do direito à greve
nos serviços e actividades essenciais é limitado, no interesse das necessidades inadiáveis
da sociedade. Proíbe-se ainda o lock-out, aquilo que a contrario sensu seria a anti greve,
ou seja, a greve da entidade empregadora.3
Responsabilidade civil
Trata-se da figura que, depois dos contratos, maior importância prática e teórica assume
na criação dos vínculos obrigacionais, seja pela extraordinária frequência com que nos
Tribunais são postas acções de responsabilidade, seja pela dificuldade especial de
muitos dos problemas que o instituto tem suscitado na doutrina e na jurisprudência.
1
Conforme dispõe o art. 76º da CRM 1990.
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Assim fixa o art. 90º da CRM 1990.
3
Estas determinações são art. 91º CRM 1990.
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Na rubrica da responsabilidade civil, cabe tanto a responsabilidade proveniente da falta
de cumprimento das obrigações emergentes dos contratos, de negócios unilaterais ou da
lei (responsabilidade contratual), como a resultante da violação de direitos absolutos
ou da prática de certos actos que, embora lícitos, causam prejuízo a outrem
(responsabilidade extra-contratual).
Visto que o lock-out, é expressamente proibido, tanto na CRM como na LT, de certo
modo o incumprimento desta imposição leva a uma responsabilidade civil, mas sim a
responsabilidade criminal por parte do empregador (vide art. 470. o do CP), sendo que
este mesmo vedado de exercer, o mesmo opta em praticar o lock-out, e acabaria por
lesar direito dos trabalhadores e sendo este penalizado.
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CONCLUSÃO
Chegando ao final do presente trabalho, pude levantar os seguintes aspectos relevantes,
lock-out é qualquer decisão do empregador de enceramento da empresa ou serviços ou
suspensão da laboração que atinja parte ou a totalidade dos seus sectores, com a
intenção de exercer pressão sobre os trabalhadores, no sentido da manutenção das
condições de trabalho existentes ou do estabelecimento de outras menos favoráveis, a
pratica do lock-out não leva a uma responsabilidade civil, mas sim criminal.
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BIBLIOGRAFIA
Constituição da República de Moçambique, 1990.
MARÇAL, Marcos Vicente et all. Direito de greve e lock-out: uma análise jurídica
desses institutos.
https://jus.com.br/artigos/2599/o-direito-de-greve-e-o-lock-out