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1. Introdução........................................................................................................2
2. Prescrição e decadência.................................................................................. 3
3. Prescrição no Código Civil angolano..............................................................4
4. Duração da Prescrição ................................................................................... 5
5. Suspensão da Prescrição................................................................................ 6
6. A fiança.......................................................................................................... 7
7. A fiança no Código Cívil angolano................................................................ 9
8. Relação entre a Fiança e a Prescrição............................................................ 12
9. Pluralidade de fiadores.................................................................................... 13
10. Conclusão........................................................................................................ 15
11. Referências bibliográficas .............................................................................. 16
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho nos remete a falar sobre dois importantes temas por um lado
a prescrição e por outro a fiança.
Onde temos como objectivo primordial , obter ferramentas que nos permitam distrinçar
Prescrição da Fiança e bem como, estabalecer a relação entre as duas figuras.
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1. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Exemplo: Uma empresa mandou seu colaborador embora, sem pagar pelos seus direitos.
O colaborador então decide não colocar a empresa na justiça para não se incomodar.
Porém, 15 anos depois, ele resolve entrar com ação pedindo o que lhe é devido. Nesse
caso, o juiz irá negar o pedido, pois o prazo para entrar com ação já havia prescrito.
Porém, se a empresa resolver pagar a dívida, e depois se arrepender, não poderá exigir o
dinheiro de volta, visto que o direito material do funcionário ainda era válido.
Decadência é a perda efetiva de um direito que não foi não requerido no prazo legal. A
prescrição sucede somente de estruturação legal, já a decadência sucede da lei, do
testamento e do contrato.
Outra conceituação bem didática que temos é vista no Manual de Direito Civil do
professores Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, que conceitua dizendo:
“A prescrição é a extinção da pretensão à prestação devida – direito esse que continua
existindo na relação jurídica de direito material – em função de um descumprimento
(que gerou a ação). A decadência se refere à perda efetiva de um direito pelo seu não
exercício no prazo estipulado”.
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1.1. PRESCRIÇÃO NO CÓDIGO CIVIL ANGOLANO
No direito Civil angolano não encontramos uma definição sobre a prescriçao, mas o
seu artº 300º do C.C, nos da a noção de prescrição, como sendo nulos os negócios
jurídicos destinados a modificar os prazos legais da prescrição ou a facilitar ou
dificultar por outro modo as condições em que a prescrição opera os seus efeitos.
Como vimos acima, a prescrição vem legislado no Código Cívil angolano, por
ser muito extensivo o capitulo que trata desta matéria, vamos procurar abordar de
forma resumida aqueles que do nosso ponto de vista são os mais relevantes.
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prescrição; este regime é aplicável a quaisquer formas de satisfação do direito prescrito,
bem como ao seu reconhecimento ou à prestação de garantias.
A prescrião não cessa por ser transmitida a um novo sujeito, ou seja Depois de iniciada,
a prescrição continua a correr, ainda que o direito passe para novo titular. Se a dívida for
assumida por terceiro, a prescrição continua a correr em benefício dele, a não ser que a
assunção importe reconhecimento interruptivo da prescrição. Artigo 308.º
No Código Cívil de Angola, encontramos no seu Artigo 309.º o Prazo ordinário que é
de 15 anos e no Artigo 310.º a prescrição de 5 anos ou seja os actos que prescrevem no
prazo de 5 anos.
Por outro lado os direitos podems ser reconhecidos em sentença ou título executivo
em situaçoes em que o direito a prescrição, presuntiva, a lei estabelecerá um prazo
mais curto do que o prazo ordinário e ficará sujeito a este último, se sobrevier sentença
transitada em julgado que o reconheça, ou outro título executivo. Artigo 311.º
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Prescrições presuntivas são aqueles que segundo o artigo 313º Com o
cumprimento pelo decurso do prazo e só pode ser ilidida ( contestada) por confissão do
devedor originário ou daquele a quem a dívida tiver sido transmitida por sucessão. A
confissão extrajudicial só releva quando for realizada por escrito. Porém Considera-se
confessada a dívida se o devedor se recusar a depor ou a prestar juramento no tribunal,
ou praticar em juízo actos incompatíveis com a presunção de cumprimento.
b) Os créditos dos comerciantes pelos objectos vendidos a quem não seja comerciante
ou os não destine ao seu comércio, e bem assim os créditos daqueles que exerçam
profissionalmente uma indústria, pelo fornecimento de mercadorias ou produtos,
execução de trabalhos ou gestão de negócios alheios, incluindo as despesas que hajam
efectuado, a menos que a prestação se destine ao exercício industrial do devedor;
Suspensão
A prescrição pode ser suspensa por Causas bilaterais (Artigo 318.º) a favor de militares
e pessoas adstritas às forças militares Artigo 319, a a favor de menores, interditos ou
inabilitados Artigo 320.º por motivo de força maior ou dolo do obrigado, Artigo 321.º
Interrupção
A Prescrição pode ser Interrompida por iniciativa do titular, Artigo 323.º, por
Compromisso arbitra, Artigo 324.º, por Artigo 325.º reconhecimento,
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2. A FIANÇA
Fiança é um negócio jurídico contratual por meio do qual uma pessoa assume, em
face do credor, a obrigação de pagar a dívida na eventualidade de o devedor não
adimpli-la. Trata-se, portanto, da garantia de satisfazer uma obrigação assumida pelo
devedor caso este não a cumpra. Quem contrai essa obrigação chama-se fiador, que é o
devedor da garantia fidejussória. O devedor da obrigação principal é o afiançado, ao
passo que o credor é credor tanto na obrigação principal como na acessória.[1]
Fazem parte do contrato de fiança apenas o fiador e o credor do afiançado. Trata-se
de contrato subsidiário, uma vez que tem sua exigibilidade condicionada à inexecução
do contrato principal, afinal a garantia fidejussória só se torna exigível se a obrigação
principal não for cumprida, ainda que tal sucessividade não seja absolutamente
necessária: é possível que fiador e afiançado sejam solidários e, ainda assim, haja
fiança.[1] Segundo Paulo Lôbo, apoiado em Karl Larenz, o fiador não responde apenas
com o próprio patrimônio: é verdadeiro devedor. Nesse sentido, o fiador
verdadeiramente se obriga, contraindo uma obrigação. Não se trata de mera afetação ou
sujeição de seu patrimônio, pois esta é mera condição de toda obrigação. Trata-se
fundamentalmente de contrato fundado na confiança, isto é, na confiança do credor de
que o fiador seja pessoa idônea. Por outro lado, o fiador confia em que o devedor
principal há de adimplir o seu dever.[2]
a) Unilateralidade
O contrato de fiança é unilateral, pois produz obrigações exclusivamente para o
fiador. Mesmo a fiança “onerosa” é unilateral, pois se efetua entre o fiador e o credor,
independentemente do consentimento do devedor da obrigação principal e até mesmo
contra a sua vontade. Dito de outro modo: na fiança “onerosa”, há contrato oneroso
entre afiançado e fiador; entre fiador e credor, porém, há apenas a fiança, que é sempre
unilateral, independentemente do negócio que haja entre fiador e afiançado. Não se
ignora, porém, que alguns autores entendem tratar-se de contrato bilateral, uma vez que
haveria, para o credor, uma obrigação de diligência. Por outro lado, alguns entendem
ainda tratar-se de contrato bilateral imperfeito, pois, se o fiador paga a dívida, ele
se sub-roga no direito do credor. Essa opinião, porém, se baseia no falso pressuposto de
que o contrato se realiza entre fiador e devedor, o que é inaceitável
b) Gratuidade
O contrato de fiança é contrato gratuito: o fiador se obriga sem assumir qualquer
vantagem em face do credor. O credor, por sua vez, apenas se beneficia. Porém, não se
proíbe a estipulação, em favor do fiador, de vantagens pecuniárias que compensem os
riscos. Já que é contrato benéfico, a fiança não admite interpretação extensiva.[1] Paulo
Lôbo nota que há certa doutrina que fala em fiança onerosa. Tal fiança seria aquela em
que o devedor paga ao fiador para que este sirva de fiador. No entanto, o contrato de
fiança ocorre apenas entre fiador e credor – o devedor fica de fora da relação jurídica.
Como consequência, o fato de haver uma contrato oneroso entre devedor e fiador não
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altera o contrato de fiança, mas é outro negócio jurídico. A fiança segue sendo, portanto,
gratuita.
c) Acessoriedade
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A respeito da capacidade das partes, regem as regras gerais do Código Civil a
respeito. No entanto, há peculiaridades quanto à legitimidade: é nula a fiança dada
pelo cônjuge sem a autorização do outro, exceto se, entre ambos, houver regime
de separação absoluta de bens ). Havia uma antiga tradição, que deita raízes no senatus-
consulto Veleiano, segundo a qual a mulher não podia prestar fiança; tal tradição está
absolutamente superada. Há, ainda, algumas pessoas que não estão legitimadas para
assumir obrigações de fiador por isto contraria o interesse público. É o que ocorre, por
exemplo, com agentes fiscais, leiloeiros, tesoureiros e outros.
Obrigação principal
Créditos secundários
O fiador também responde pelos créditos secundários, que abrangem os juros, as
despesas judicias e as multas. É por isso que se admite que o valor total da fiança não
esteja determinado no momento da conclusão do contrato de fiança.
Fianças sucessivas
Há sub-fiança quando o fiador contrata um outro fiador, de forma que a segunda fiança
tem, por contrato principal, a primeira fiança. Chama-se o segundo fiador (isto é, o
fiador do fiador) abonador.
Diferente da sub-fiança é a retro-fiança, que ocorre quando o fiador exige do devedor-
afiançado um novo fiador para o caso de ter que exercer seu direito de sub-rogação em
face do devedor.
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2.2. A FIANÇA NO CÓDIGO CIVIL DE ANGOLA
A fiança é uma garantia pessoal típica, prevista no Codigo Civil Angolano nos artigos
627º a 655º do Código Civil (CC). Nos termos do artigo 627ºCC, o fiador garante a
obrigação, perante o credor, com o seu património pessoal, daí que se trate de uma
garantia pessoal. Trata-se de uma obrigação própria do fiador, na medida que existe um
dever de prestar perante o credor.
Tendo em conta que o fiador garante a obrigação com o seu próprio património pessoal,
então a fiança enquanto garantia vai depender desse mesmo património. Geralmente, a
fiança abrange todo o património do fiador, mas é possível que se convencione
restrições apenas a alguns bens, nos termos do artigo 602ºCC. Desta forma, é uma
garantia que acresce à garantia pré existente, isto é, os bens do devedor principal.
Ambas vão responder pelo pagamento da dívida, sendo que o património do devedor
responde por dívida própria, e o património do fiador responde por dívida alheia.
Acessoriedade
(artigo 627º, nº2 CC) A fiança é caracterizada, em primeiro lugar, pela acessoriedade, o
que significa que a fiança se determina pela obrigação do devedor principal, ou seja, é
acessória da dívida principal (artigo 627º, nº2 CC e artigo 634º CC). Portanto, a fiança
fica subordinada e acompanha a obrigação afiançada. Tal é evidente em vários
momentos: A forma da declaração da prestação da fiança corresponde à forma legal
exigida para a obrigação principal (artigo 628º, nº 1 CC), exigindo-se apenas que a
declaração do fiador seja feita de forma expressa.
• Desta forma, entende-se que a fiança não tem necessariamente de ser prestada por
escrito, podendo assumir a forma consensual (artigo 219º CC), sempre que a declaração
da prestação principal também possa assumir essa forma.
• Não obstante, exigindo a prestação principal uma forma superior à escrita para a sua
constituição, a fiança não será válida se não adotar essa mesma forma, ainda que tenha
sido prestada por escrito.
2) A fiança não pode exceder a dívida principal, nem ser contraída em condições mais
onerosas que esta (artigo 631º, nº1 CC), sendo que se tal suceder, fica sujeita a redução
(artigo 631º, nº2 CC);
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4) O fiador pode opor ao credor os meios de defesa próprios do devedor, salvo se forem
incompatíveis com a obrigação do fiador (artigo 637º CC);
A invocação desse benefício impede que o credor execute o património do fiador sem
que primeiro tenha tentado, sem sucesso, a execução do património do devedor (artigo
745º CPC) ou sem que se tenha executado primeiro os bens que são objeto de garantia
real (artigo 639º, nº1 CC).
O benefício da excussão prévia diz respeito apenas à fase executiva, pelo que o credor
pode instaurar ação declarativa contra o fiador, isolada ou conjuntamente com o
devedor (artigo 641º, nº1 CC), de modo a obter título executivo contra qualquer dos
dois (sentença condenatória: artigo 703º, nº1, a) CPC). Se o fiador for demandado
sozinho, pode chamar o devedor à demanda (artigo 316º e 317º CPC), mesmo que não
goze do benefício de excussão prévia. Se não o fizer, e salvo declaração em contrário,
então renuncia ao benefício (artigo 641º, nº2 CC). Se já estivermos no âmbito de uma
ação executiva e forem nomeados à penhora os bens do fiador, considerando que teria o
benefício da excussão prévia, o mesmo poder evitar que a penhora seja ordenada ou
conseguir que ela seja levantada, invocando esse benefício em requerimento,
nomeadamente em oposição à penhora (artigo 784º, nº 1, b CPC). Apesar de ser uma
característica principal, não é uma característica essencial na medida que: a ela pode o
fiador renunciar, nos termos do artigo 640º, alínea a) CC. Pode, por exemplo,
responsabilizar-se como principal pagador. é excluída quando o devedor ou o dono dos
bens onerados com a garantia não puder, em virtude de facto posterior à constituição da
garantia, ser demandando no território do continente ou ilhas adjacentes (artigo 640º,
alínea b CC). Subjacente a este artigo está a tutela do interesse do credor. • é excluída
quando a fiança respeitar a obrigação comercial (110º CCom). É um regime mais
benéfico para o credor de obrigação comercial. Desta forma, excluída a subsidiariedade
num desses casos, o fiador é, ao lado do devedor, um principal pagador, tornando-se
assim solidariamente responsáveis pela dívida.
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Entende-se ainda que a fiança é um negócio bilateral, podendo resultar de um contrato
entre fiador e credor ou entre fiador e devedor, sendo que neste último caso tem a
natureza de contrato a favor de terceiro. Eventualmente, pode ser um contrato
plurilateral entre as três partes referidas. Não obstante, mesmo que seja um negocio
bilateral, a relação que se estabelece é sempre trilateral. Portanto, importa analisar as
diferentes relações que se estabelecem em função da constituição desta garantia pessoal:
entre credor e fiador e entre devedor e fiador.
Em ambos os casos o fiador (artigo 635º, nº1 CC) ou devedor (artigo 635º, nº2 CC)
podem invocar esse caso julgado se assim o entenderem, mas tal caso julgado nunca
poderá ser invocado para os prejudicar.
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devedor perante o credor, com exceção dos casos referidos no artigo 647º CC. A lei
prevê deveres específicos de aviso entre devedor e fiador, por forma a evitar que o
cumprimento por acabe por lesar o outro: artigo 645º, nº1 (relativo ao fiador) e
artigo 646º (relativo ao devedor).
O fiador pode ainda exigir a sua liberação ou a prestação de caução (artigo 648º
CC). Em todos os casos referidos no artigo, o fiador pode exigir do devedor a
liberação ou prestação de caução para garantir o seu direito eventual à sub-rogação.
A liberação ocorre com o cumprimento da obrigação do devedor perante o credor
ou com qualquer outra forma alternativa de satisfação do direito. A prestação da
caução ocorre por qualquer das formas referidas no artigo 623º CC.
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qualquer causa geral de extinção das obrigações, independentemente da subsistência
ou não da obrigação principal, por exemplo, caducidade por decurso do prazo, para
os casos em que o fiador apenas se obriga durante um certo prazo ou no decurso do
prazo supletivo do artigo 654º CC. 7
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CONCLUSÃO
Por ser contrato acessório, a fiança pode se extinguir por razões diretas ou por razões
indiretas. Os efeitos produzidos, de qualquer maneira, são os mesmos. São causas de
extinção:[1]
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://bo.io.gov.mo/bo/i/99/31/codcivpt/indice_art.asp
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fian%C3%A7a_(contrato)
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