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Projeto Monitoria OAB XXXII

direito civil - parte geral

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#teamMonitoriaoab

Roberta Ciccone
@treinando_direitoo
Diferença entre Prescrição e Decadência
O assunto de hoje é bem rápido, vamos estudar as diferenças entre a prescrição e a decadência.

Vamos observar nesse resumo os seguintes tópicos:


• O que é a prescrição
• Como ela se distingue da decadência
• Decadência legal e convencional
• Causas Impeditivas, Suspensivas e Interruptivas da Prescrição
• Os Prazos Prescricionais
• Os Prazos Decadenciais
• Diferença de causa impeditiva e suspensiva
• A interrupção do prazo prescricional

O que é prescrição

A prescrição retrata uma penalidade pela inatividade do principal de um direito subjetivo


violado que se baseia na perda da pretensão (possibilidade de fazer valer em juízo o direito
violado) ou da exceção (direito de defesa) em razão do decurso de tempo.

Sendo assim, prescrição se diferencia da decadência, porque a decadência é a extinção do


direito material, em razão do tempo, eliminando-se, por consequência, o direito de ação e
demais pretensões, ao passo que a prescrição é a perda da ação e de toda a faculdade defensiva,
mantendo-se intacto o direito material, tanto é que, no Direito Civil, o pagamento de dívida
prescrita é válido, pois, apesar de haver a prescrição, o direito continua existindo, não podendo
ser objeto de restituição, conforme o art. 882 do CC.

Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida
prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.

O que é decadência

Já a decadência extingue o direito de modo indireto à ação o prazo decadencial é estabelecido


por lei ou vontade unilateral ou bilateral. Diante disto, a decadência pode ser legal (quando o
prazo estiver previsto na lei) ou convencional (quando sua previsão decorrer de cláusula
pactuada pelas partes em um contrato).

“A persistência é o caminho do êxito”


@treinando_direitoo
Diferenças:

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
DIREITO MATERIAL Mantem-se intacto É perdido
AÇÃO E DEMAIS PRETENSÕES São perdidos São perdidos

Causas Impeditivas, Suspensivas e Interruptivas da Prescrição

No momento em que um direito subjetivo é violado, surge a solicitação e a partir daí, começa
a correr o prazo prescricional. Todavia, a lei pressupõe acontecimentos em que o prazo sequer
inicia sua enumeração, mesmo que já surgida a pretensão (causas impeditivas) ou que
suspendem o curso da prescrição já iniciada (causas suspensivas) ou mesmo fazem com que o
prazo reinicie (causas interruptivas). Vejamos o art. 198, I do CC:

Art. 198 – Também não corre a prescrição:


I – contra os incapazes de que trata o art. 3º;

Observando o dispositivo legal acima de forma combinada com o art. 196 do CC, vemos que
se o titular do direito violado falecer e vier a difundir a um absolutamente incapaz (art. 3º do
CC), contra esse incapaz não correrá o curso do prazo prescricional enquanto mantiver a
situação de incapacidade absoluta. Ou seja, enquanto o absolutamente incapaz (titular do
direito violado) não completar 16 (dezesseis) anos, o prazo prescricional não começará a
correr.

Os Prazos Prescricionais

Adiante, temos os prazos prescricionais. Através do art. 205 do CC, percebe-se que, em regra,
o prazo prescricional é de 10 anos, admitindo-se, porém, em situações específicas, os prazos
de 1, 2, 3, 4 ou 5 anos (art. 206 do CC).

Os Prazos Decadenciais

Distintivamente dos casos de prazo prescricional que estão concentrados nos arts. 205 e 206
do CC, os prazos decadenciais estão esparsos. Como como se pode observar nos artigos:

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@treinando_direitoo
45,48,178,445 e 501 do Código Civil (IMPORTANTE A LEITURA DESTES
DISPOSITIVOS).

Posto isto, o prazo decadencial, como regra, não pode ser impedido, suspenso ou interrompido
(art. 207 do CC), no entanto, no Código Civil poderá ocorrer uma situação de empecilho ou
interrupção do prazo decadencial, efetivando com que ele não corra contra os absolutamente
incapazes. Trata-se de uma exceção à regra (art. 208 do CC).

Art. 207 – Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à


decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a
prescrição.

Art. 208 – Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198,


inciso I.

Diferença de causa suspensiva e impeditiva

A diferença da causa suspensiva para a causa impeditiva é que, na primeira, o prazo


prescricional já começou a contar e, por alguma razão, a contagem fica “parada no tempo”,
ao mesmo tempo que, na segunda, o prazo prescricional nem começa a contar.

A interrupção do prazo prescricional

A interrupção do prazo prescricional, pode ocorrer somente uma vez, se realiza como figura
diferente da suspensão e do impedimento, porque, quando a causa interruptiva acaba, o prazo
prescricional volta a correr desde o início.
Vejamos o art. 202 do CC que elenca as causas aptas a interromper o prazo
prescricional.
Art. 202 do CC – A interrupção da prescrição, que somente poderá
ocorrer uma vez, dar-se-á:
I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a
citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei
processual;
II – por protesto, nas condições do inciso antecedente;

ATENÇÃO
Como regra, a interrupção da prescrição é intransmissível e por isso, não
beneficia os outros credores, nem prejudica os demais devedores. As exceções
estão listadas nos parágrafos do art. 204 do CC e representam situações de
solidariedade entre os credores ou devedores e também em situações em que o
objeto da prestação é indivisível.

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@treinando_direitoo

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