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FACULDADE INVEST DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE GRADUAÇÃO DE DIREITO

JÉSSICA JORGE DE MORAES

DIREITO CIVIL II
Causas de suspenção e interrupção da prescrição

Cuiabá - MT
2023
JÉSSICA JORGE DE MORAES

DIREITO CIVIL II
Causas de suspenção e interrupção da prescrição

Trabalho Acadêmico apresentado ao Curso de


Direito, da Faculdade INVEST de Ciências e
Tecnologia, como atividade complementar da
disciplina de Direito Civil II.

Professora: Patrícia Contar de Andrade.

Cuiabá - MT
2023
INTRODUÇÃO

No momento em que um direito é violado, surge uma pretensão, ou seja, o direito de


instaurar uma ação para assegurar o direito violado.

A prescrição, de acordo o artigo 189 do Código Civil, é a extinção da pretensão pelo


tempo, essa pretensão é extinta pela prescrição, findo o prazo definido em lei, e caso a pessoa
não apresente a ação à Justiça dentro do prazo, ela perde a oportunidade de ingressar com a
ação judicial.

A prescrição está contida nos Art. 189 a 206 do Código Civil de 2002.

02. CAUSAS DE SUSPENÇÃO E INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO

A prescrição é um instituto do direito civil que visa a extinção de um direito pelo decurso
do tempo, ou seja, após um determinado período, o credor perde o direito de exigir o
cumprimento da obrigação. Contudo, o Código Civil brasileiro prevê diversas causas que
podem suspender ou interromper a contagem do prazo prescricional, fazendo com que o tempo
decorrido até aquele momento deixe de ser contabilizado.

A fim de melhorar o entendimento devemos conhecer a principal diferença entre a


suspenção e a interrupção:

Suspensão faz que o prazo pare de transcorrer, voltando do ponto em que havia parado
quando deu-se o motivo da suspensão. Há somente uma pausa no decurso do prazo.

Interrupção, no que lhe concerne, faz que o prazo prescricional volte a ser contado do
início.

As causas de suspensão da prescrição estão elencadas no artigo 197 a 201 do Código


Civil. A suspensão da prescrição ocorre nas hipóteses em que o titular do direito não pode
exercê-lo temporariamente, por motivos legais ou fáticos. Alguns exemplos de causas de
suspensão da prescrição são a menoridade, a incapacidade civil e o estado de guerra.

Conforme consta no Código Civil de 2002:

Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição

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Art. 197. Não corre a prescrição:

I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;

II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;

III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou


curatela.

Art. 198. Também não corre a prescrição:

I - contra os incapazes de que trata o art. 3 o ;

II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos


Municípios;

III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.

Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:

I - pendendo condição suspensiva;

II - não estando vencido o prazo;

III - pendendo ação de evicção.

Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal,
não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só


aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

Já as causas de interrupção da prescrição estão previstas no artigo 202 a 204 do Código


Civil e implicam no reinício do prazo prescricional, e a interrupção pode ocorrer uma única vez
no processo. Entre as hipóteses de interrupção da prescrição, podemos citar o protesto cambial,
o reconhecimento do direito pelo devedor e o ajuizamento de ação pelo credor.

Das Causas que Interrompem a Prescrição

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-
se-á:

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o


interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;

II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;

III - por protesto cambial;


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IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso
de credores;

V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe


reconhecimento do direito pelo devedor.

Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que


a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.

Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.

Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros;
semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não
prejudica aos demais coobrigados.

§ 1 o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim


como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus
herdeiros.

§ 2 o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não


prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e
direitos indivisíveis.

§ 3 o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.

Importante destacar que, em casos de suspensão, o prazo prescricional continua a contar


do ponto em que parou, enquanto na interrupção, o prazo volta a contar do zero. Ainda assim,
ambas as hipóteses têm o objetivo de proteger o direito material do credor, evitando que o prazo
prescricional se esgote durante o período de impossibilidade de exercício do direito ou de
negociação entre as partes.

Quanto aos prazos das prescrições estão definidas no Art. 205 e 206 do Código Civil de
2002:

Dos Prazos da Prescrição

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo
menor.

Art. 206. Prescreve:

§ 1 o Em um ano:

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I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo
no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;

II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado


o prazo:

a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é


citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado,
ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;

b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;

III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros


e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;

IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a
formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da
assembléia que aprovar o laudo;

V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os


liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação
da sociedade.

§ 2 o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data


em que se vencerem.

§ 3 o Em três anos:

I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;

II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou


vitalícias;

III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias,


pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;

IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;

V - a pretensão de reparação civil;

VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé,


correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;

VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do


estatuto, contado o prazo:

a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;

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b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço
referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou
assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;

c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;

VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do


vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;

IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado,


no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.

§ 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação


das contas.

§ 5º Em cinco anos:

I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público


ou particular;

II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais,


curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos
serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;

III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.

Art. 206-A. A prescrição intercorrente observará o mesmo prazo de prescrição da


pretensão, observadas as causas de impedimento, de suspensão e de interrupção
da prescrição previstas neste Código e observado o disposto no art. 921 da Lei nº
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).

Para Pablo Stolze, a prescrição é a perda da pretensão de reparação do direito violado,


em virtude da inércia do seu titular, no prazo previsto pela lei. Neste caso, a obrigação jurídica
prescrita converte-se em obrigação natural, que é aquela “que não confere o direito de exigir
seu cumprimento, mas, se cumprida espontaneamente, autoriza a retenção do que foi pago.

Segundo Flávio Tartuce, na prescrição ocorre a extinção da pretensão, contudo, o


direito em si permanece sem alteração, só que sem proteção jurídica para solucioná-lo, a
prescrição pode ser impedida, suspensa ou interrompida. No impedimento e na suspensão o
prazo não começa (impedimento) ou para (suspensão) e depois continua de onde parou. Já na
interrupção o prazo para e volta ao início. Outra diferença a ser apontada é que o impedimento

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é que o impedimento e a suspensão envolvem situações entre pessoas, enquanto a interrupção
da prescrição está relacionada a atos de credor ou do devedor.

Algumas leis especiais também versam sobre a suspensão da prescrição, como, por
exemplo, o artigo 157 da Lei de Falências, que enuncia que “O prazo prescricional relativo às
obrigações do falido recomeça a correr a partir do dia em que transitar em julgado a sentença
do encerramento da falência.

No que tange a jurisprudência a respeito do assunto temos o julgamento do RECURSO


ESPECIAL Nº 1.879.137 - SP (2016/0004460-4) pelo Superior Tribunal de Justiça, onde ficou
definido que a instauração de inquérito policial, no âmbito criminal, não suspende a prescrição
para fins cíveis, já que não configura uma causa legal de suspensão:

RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. OFENSA À HONRA PESSOAL E
PROFISSIONAL. REPRESENTAÇÕES ADMINISTRATIVA E CRIMINAL.
INQUÉRITO POLICIAL. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. EVENTO
DANOSO. ATOS DESABONADORES. ART. 200 DO CÓDIGO CIVIL.
INAPLICABILIDADE. DIVERGÊNCIA NÃO DEMONSTRADA.
SIMILITUDE FÁTICA. AUSÊNCIA. 1. Recurso especial interposto contra
acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 1973 (Enunciados
Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. Na origem, cuida-se de ação de indenização por
danos morais, proposta em virtude de ofensas à honra pessoal e profissional de
Auditor-Fiscal da Receita Federal, extinta com resolução de mérito pela
prescrição. 3. Cinge-se a controvérsia a definir se a instauração de inquérito
policial contra o autor da presente ação de indenização por suposto crime de
excesso de exação ensejou a suspensão do prazo prescricional. 4. A regra geral, de
que o prazo prescricional é contado a partir do momento em que configurada lesão
ao direito subjetivo, cede nas hipóteses em que a própria legislação vigente
estabeleça que o cômputo do lapso prescricional se dê a partir de termo inicial
distinto, como ocorre, por exemplo, nas ações que se originam de fato que deva
ser apurado no juízo criminal, conforme disposto no artigo 200 do Código Civil.
5. No caso dos autos, não se aplica o artigo 200 do Código Civil porque (i) a causa
de pedir da ação de indenização está fundada em uma série de atos, apontados
como desabonadores à conduta do autor, perfeitamente delimitados no tempo; (ii)
os réus eram, desde os primeiros atos narrados na petição inicial, perfeitamente
identificáveis e (iii) o pedido indenizatório cível, calcado na ofensa à honra pessoal
e profissional do autor, não dependia da verificação de nenhum fato no juízo

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criminal. 6. A demonstração do dissídio jurisprudencial pressupõe a ocorrência de
similitude fática entre o acórdão atacado e os paradigmas. 7. Recurso especial não
provido.

Também temos a jurisprudência referente ao RECURSO ESPECIAL Nº 1.924.436 –


SP, onde o STJ entendeu que a prescrição só é interrompida uma vez para a mesma relação
jurídica, independentemente de seu fundamento:

DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO.


PROTESTO DA DUPLICATA. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO.
POSTERIOR AJUIZAMENTO DE AÇÃO DECLARATÓRIA DE
INEXISTÊNCIA DE DÉBITO PELA DEVEDORA. IMPOSSIBILIDADE DE
NOVA INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL. PRESCRIÇÃO.
RECONHECIDA. 1. Embargos à execução. 2. Ação ajuizada em 13/08/2018.
Recurso especial concluso ao gabinete em 18/01/2021. Julgamento: CPC/2015. 3.
O propósito recursal é definir se é possível a interrupção do prazo prescricional
em razão do ajuizamento de ação declaratória de inexistência do débito pelo
devedor quando já tiver havido anterior interrupção do prazo prescricional pelo
protesto da duplicata. 4. Conforme dispõe o art. 202, caput, do CC/02, a
interrupção da prescrição ocorre somente uma única vez para a mesma relação
jurídica. Precedente.5. Na espécie, o protesto da duplicata foi promovido em
17/10/2014, momento em que, nos termos do art. 202, III, do CC/02, houve a
interrupção do prazo prescricional. O posterior ajuizamento da ação declaratória
de inexistência de débito pela recorrida, em 17/12/2014, ainda que
indiscutivelmente seja causa interruptiva da prescrição, não tem o condão,
contudo, de promover nova interrupção do prazo prescricional, uma vez que o
mesmo já havia sido interrompido com o protesto da cártula. 6. A prescrição de 3
(três) anos (art. 206, § 3º, VIII, do CC/02) operou-se em 17/10/2017, sendo que a
ação de execução de título executivo extrajudicial somente foi ajuizada pela
recorrente em 17/07/2018. 7. Recurso especial conhecido e não provido, com
majoração de honorários.

Dessa forma, compreender as causas de suspensão e interrupção da prescrição é


fundamental tanto para os estudiosos do direito quanto para os profissionais da área jurídica. É
necessário entender a diferença entre as hipóteses de suspensão e interrupção, bem como ter
conhecimento das causas legais e dos requisitos necessários para a sua comprovação, a fim de
que o prazo prescricional seja corretamente aplicado e a justiça seja feita.

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Ademais, as decisões jurisprudenciais destacam a importância de analisar
cuidadosamente as hipóteses de suspensão e interrupção da prescrição, a fim de que o prazo
prescricional seja aplicado de forma justa e coerente com o caso concreto. Por isso, é
fundamental estar atualizado e buscar conhecimento tanto na doutrina quanto na jurisprudência,
para que sejam tomadas decisões justas e corretas em casos que envolvam a prescrição.

03. CONCLUSÃO

Podemos concluir que as causas de suspensão e interrupção da prescrição são de extrema


importância para a aplicação correta do instituto da prescrição no Direito Civil Brasileiro. As
causas de suspensão e interrupção são hipóteses que protegem o direito material do credor,
evitando que o prazo prescricional se esgote durante um período em que o titular do direito não
pode exercê-lo temporariamente, por motivos legais ou fáticos.

04. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Tartuce, Flávio, Manual de Direito Civil: volume único / Flávio Tartuce. – 12. ed. – Rio de
Janeiro, Forense; METODO, 2022.

Gagliano, Pablo Stolze, Manual de Direito Civil: volume único / Pablo Stolze Gagliano,
Rodolfo Pamplona Filho - 6. ed. - São Paulo: SaraivaJur, 2022.

<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm > Acessado em: 09 de


maio de 2023.

<https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequenc
ial=2138955&num_registro=202103084046&data=20220224&formato=PDF > Acessado em:
09 de maio de 2023.

< https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/05042022-Propositura-
de-acao-judicial-nao-interrompe-a-prescricao-se-houver-anterior-interrupcao-pelo-protesto-
do-titulo.aspx > Acessado em: 09 de maio de 2023.

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< https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/25012022-Inquerito-
policial-nao-afeta-prescricao-de-acao-indenizatoria-por-falsa-acusacao-de-crime-.aspx>
Acessado em: 09 de maio de 2023.

<https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequenc
ial=2080254&num_registro=201600044604&data=20210820&peticao_numero=-
1&formato=PDF> Acessado em: 09 de maio de 2023.

< https://www.jusbrasil.com.br/artigos/causas-que-impedem-ou-suspendem-a-prescricao-art-
189-a-
211/1283919610#:~:text=A%20prescri%C3%A7%C3%A3o%20pode%20ser%20interrompid
a,do%20devedor%2C%20por%20exemplo).> Acessado em: 09 de maio de 2023.

< https://trilhante.com.br/curso/prescricao-e-decadencia-no-codigo-civil/aula/causas-que-
impedem-e-suspendem-a-prescricao-1> Acessado em: 10 de maio de 2023.

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