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Direito Civil I

“dormientibus non sucurrit Ius”


Prescrição e Decadência
Professora Isabella Viegas
O que é Prescrição?

• É a perda da pretensão do titular de um direito que não o exerceu em determinado


lapso temporal. Perda do poder de chamar o Estado para resolver a sua lide. É a
extinção da pretensão à prestação devida em função de um descumprimento.
• Leitura: art. 189 CC
• Prazos prescricionais importantes:

1 ano: art. 206 §1º, II. (seguro)


2 anos: alimentos. Art. 206 §2º.
3 anos: art. 206 §3º, I.
4 anos: tutela art. 206 §4º.
5 anos: art. 206 §5º, I.
10 anos: tudo que não estiver previsto no art. 205. Ex.: petição de herança (é uma ação
proposta por herdeiro que não tenha sido incluído no processo de inventário e partilha) .
• Leitura: Art. 190. “A exceção prescreve no mesmo
prazo em que a pretensão”
• Exceção aqui é a defesa que poderá ser invocada pelo
réu. Ex: a compensação no caso de uma cobrança de
dívida, exceção do contrato não cumprido.
• Leitura: art. 191. A prescrição é uma forma de
defesa. Poderia então o réu renunciar a esta sua
Nuances da defesa? Sim, se o faz após a consumação da
prescrição. Ou seja, o réu pode renunciar a
prescrição expressa ou tacitamente após estar de
Prescrição fato prescrita a pretensão.
• Renúncia expressa: inequívoca, pode ser escrita ou
verbal (em audiência de conciliação por exemplo).
Renúncia tácita: é presumida. Conforme o art. Ex.
pagar.
• Pode ser colocada em contrato a renuncia antecipada
a prescrição?
• E se o devedor paga uma dívida prescrita? Pode pedir
de volta o valor?
Pode ser colocada em contrato a renuncia antecipada a prescrição? NÃO!!!

Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das
partes.
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela
parte a quem aproveita.
E se o devedor paga uma dívida prescrita? Pode pedir de volta o valor?
NÃO!!!

Respostas Leitura art. 882 CC. Aqui o credor não perdeu o direito e sim a pretensão
dele (direito de exigir em juízo o seu crédito) .
Lembrando:

O beneficiado com a prescrição pode renunciá-la.

A prescrição somente pode ser renunciada após a sua consumação.

A renuncia da prescrição não prejudica terceiros. (Ex. fiador).


Não corre a prescrição:
Arts. 197 e 198.

- entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;


- entre ascendentes e descendentes, durante o poder
familiar; (leitura art. 1630 cc)
- entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores,
durante a tutela ou curatela.
- contra os menores de 16 anos;
- contra os ausentes do País em serviço público da União,
dos Estados ou dos Municípios;
- contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas,
em tempo de guerra.
- pendendo condição suspensiva;
- não estando vencido o prazo;
- pendendo ação de evicção (quando alguém aliena algo q
não lhe pertence).
Interrupção da Prescrição
• Leitura: art. 202 e 203.

• Diferença entre Suspensão e Interrupção:


Na suspensão, o prazo prescricional já se
iniciou e ao tornar a correr, leva-se em
conta o período anteriormente
transcorrido. Na interrupção, o prazo
prescricional também já se iniciou, mas,
ao tornar a correr, o prazo recomeça do
zero. A suspensão pode ocorrer várias
vezes, a interrupção só uma vez.
Leitura e interpretação art. 204 – Interrupção
da Prescrição
Leitura: art. 204

O artigo apresenta 4 hipóteses de prescrição:

1ª operada pelo credor, quando houver mais de um credor;

2ª operada contra o devedor, quando houver mais de um devedor;

3ª operada contra o devedor, quando houver fiador;

4ª operada contra o herdeiro do devedor.


1ª hipótese: Interrupção da Prescrição operada
pelo credor, quando houver mais de um credor;
• Aqui existem dois ou mais credores de uma dívida, mas só um
deles interrompeu a prescrição.
• O que acontecerá com os demais credores? Também serão
beneficiados com a prescrição?
• O art. 204 aduz: A interrupção da prescrição por um credor
não aproveita aos outros..
• §1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita
aos outros...
• Neste caso, a interrupção da prescrição tendo sido realizada
por apenas um credor, somente beneficiará os demais
credores se eles forem solidários.
• Obs: A solidariedade não se presume, decorre da vontade das
partes (contrato) ou é prevista em lei.
Aqui a interrupção da prescrição foi realizada em desfavor de
2ª Interrupção um devedor (ou seu herdeiro) e existem codevedores.

da Prescrição
Art. 204 ... a interrupção operada contra o codevedor, ou seu
operada contra o herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.

devedor, quando
houver mais de §1º ... A interrupção efetuada contra o devedor solidário
envolver os demais e seus herdeiros.
um devedor;
Neste caso, da mesma forma que ocorre com os credores, se a
interrupção da prescrição tiver sido realizada contra um devedor
poderá atingir aos demais devedores se eles forem devedores
solidários.
Se a prescrição for interrompida
contra o devedor, também será
3ª hipótese: interrompida contra o fiador?
interrupção da
prescrição
operada contra o Sim!

devedor, quando
houver fiador;
Art. 204, § 3º A interrupção
produzida contra o devedor
principal prejudica o fiador.
Aqui o devedor solidário possuía mais de um herdeiro, mas somente
em desfavor de um dos herdeiros foi interrompida a prescrição.
4ª. Interrupção
da prescrição Serão atingidos os demais herdeiros do devedor solidário?

operada contra Art. 204. §2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do
devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores,
o herdeiro do senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.

devedor. Então: se a obrigação for divisível: a interrupção da prescrição não


irá atingir aos demais herdeiros do devedor solidário, nem os
demais devedores solidários;

Se a obrigação for indivisível: a interrupção da prescrição irá atingir


todos os herdeiros do devedor solidário e também os demais
devedores solidários. (ex. entregar carro)
Leitura: Arts. 207
a 211 CC.

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