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Provas e
Arbitragem -
Ed. 2023
REVISTA DOS TRIBUNAIS
O CPC/2015, em seu art. 381, evidencia três situações autorizadoras para a produção
antecipada de provas, permitindo o acolhimento da demanda quando: a) houver fundado
receio de que a produção de provas venha a tornar-se impossível ou muito difícil na
pendência da ação; b) a prova possa viabilizar uma solução autocompositiva ou outro meio de
solução de conflito; e c) o conhecimento e esclarecimento prévio dos fatos puder justificar ou
evitar o ajuizamento de ação. Também ficam consignadas as medidas probatórias de
jurisdição voluntária do arrolamento, quando realizado para simples documentação e
inventário da existência de bens, sem a necessidade de prática de atos de apreensão, e a
justificação não contenciosa de determinado fato ou relação jurídica.
FOOTNOTES
.O tema aqui tratado, inclusive suas interações com a arbitragem, foi desenvolvido anteriormente
no meu livro: LESSA NETO, João Luiz. Produção Autônoma de Provas e Direito Comparado:
Brasil, Estados Unidos e Inglaterra. Londrina: Thoth, 2021.
Esse efeito é chamado de positivo por efetivamente agir sobre os pactuantes, compelindo-
os à adoção do processo arbitral para dirimir seus conflitos, conforme tinham anteriormente
pactuado. Logicamente, o efeito positivo só se dá nos limites e na extensão da convenção de
arbitragem. Apenas as matérias e os sujeitos abarcados pela convenção, em uma
interpretação de seu conteúdo, é que estarão vinculados à convenção.
FOOTNOTES
.PONTES DE MIRANDA. Tratado de direito privado. Rio de Janeiro: Borsoi, 1954, t. 1. MELLO,
Marcos Bernardes de. Teoria do fato jurídico: plano da existência. 13. ed. Saraiva: 2007, p. 98-
105.
.“O efeito positivo da convenção de arbitragem determina que as partes estarão obrigadas a
solucionar eventual litígio, no caso da cláusula compromissória, ou litígio determinado, no caso do
compromisso arbitral, da relação jurídica entre elas existente pela via arbitral.” GUERRERO, Luis
Fernando. Convenção de arbitragem e processo arbitral. São Paulo: Atlas, 2009, p. 121.
.Veja-se trecho da posição adotada pelo Superior Tribunal de Justiça ao julgar o Mandado de
Segurança MS 11.308/DF – Mandado de Segurança: 2005/0212763-0: “Destarte, uma vez
convencionado pelas partes cláusula arbitral, o árbitro vira juiz de fato e de direito da causa, e a
decisão que então proferir não ficará sujeita a recurso ou à homologação judicial, segundo dispõe o
artigo 18 da Lei 9.307/96, o que significa categorizá-lo como equivalente jurisdicional, porquanto
terá os mesmos poderes do juiz togado, não sofrendo restrições na sua competência.” BRASIL,
Superior Tribunal de Justiça. Mandado de Segurança n. MS 11.308/DF. Relator: Min. Luiz Fux. j.
em: 09/04/2008.
.“A eficácia negativa da convenção de arbitragem retira do Judiciário o poder jurisdicional para
conhecer as questões que estejam nos limites da convenção da arbitragem celebrada pelas partes.
O poder jurisdicional é transferido do juiz para o árbitro por previsão legal amparada pela
manifestação da vontade expressa e escrita das partes, ficando estas impedidas de utilizarem o
judiciário de modo unilateral.” GUERRERO, Luis Fernando. Convenção de arbitragem e
processo arbitral. São Paulo: Atlas, 2009, p. 125.
13 SEP 2023 PAGE RB-8.3
Não há dúvidas de que existindo uma situação urgente, com o risco de perecimento de
uma prova antes da instalação da arbitragem, é possível a propositura de ação judicial para a
tutela da urgência, ressalvada a existência de regra sobre atuação de árbitro provisório ou de
urgência8-9-10. Nessa situação, a produção antecipada da prova observará a regra prevista no
art. 22-A da Lei de Arbitragem, pois compete ao Poder Judiciário conhecer das medidas de
urgentes prévias e até a constituição da arbitragem11. O fato de a medida de urgência
necessária ter um caráter probatório não afasta a possibilidade de atuação do Poder
Judiciário, para preservar a evidência que pode vir a se perder. Contudo, com a instauração
da arbitragem competirá aos árbitros decidir sobre as situações de urgência, consoante regra
do art. 22-B da Lei de Arbitragem, inclusive sobre a urgência probatória. Além disso, a efetiva
admissão e análise da prova produzida antecipadamente em virtude da urgência cabe apenas
aos árbitros, valendo a regra geral de que o juízo da produção antecipada de prova (urgente
ou não) não valora seu conteúdo e que nada reputa como provado ou demonstrado12.
Nos Estados Unidos existe uma caudalosa discussão sobre a aplicação da Section 1782 do
US Code às arbitragens, mas alguns circuitos aceitavam a produção autônoma de prova em
apoio a uma arbitragem internacional. A Suprema Corte dos Estados Unidos, contudo, no
julgamento conjunto dos casos ZF Automotive US, Inc. v. Luxshare, Ltd. e AlixPartners, LLP
v. Fund for Protection of Investors’ Rights in Foreign States, em junho de 2022, entendeu que
apenas é possível o Discovery prévio, com o apoio do judiciário americano, em casos
relacionados a ações e processos estatais ou intergovernamentais, o que exclui a arbitragem
comercial. Por isso, nos Estados Unidos ficou limitada a possibilidade de utilização do
discovery em apoio a arbitragens internacionais.
Loïc Cadiet e Emmanuel Jeuland14, na França, indicam que a existência de uma convenção
de arbitragem não é obstáculo à utilização do art. 145 do Códe de Procedure Civile antes da
instauração da arbitragem. No mesmo sentido, à luz do direito francês, Anne-Marie Batut
sustenta que o juiz do référé pode decidir tanto sobre medidas de conservação de provas
quanto sobre sua produção autônoma15. O entendimento decorre do julgamento do caso
Societé Eurodisney, de 1995, pela Corte de Cassação francesa. Naquele caso ficou
estabelecido que a atuação do juiz não serviria apenas para a concessão de medidas
probatórias urgentes, mas que o teor do art. 145 do Code de Procédure Civile permitiria a
produção imediata da prova, já que o conteúdo do art. 1458 do Code de Procédure Civile, que
dispõe sobre a incompetência do juiz estatal para julgar o fundo de uma controvérsia
abrangida por convenção de arbitragem, não restringiria a medida de instrução in futurum16.
José Zakia e Gabriel Visconti sustentam que, no direito brasileiro, a ação de produção
antecipada de provas poderia ser proposta perante o Poder Judiciário, mas os autores fazem
essa afirmação a partir da premissa de que a produção antecipada de provas não seria uma
atividade jurisdicional17. Evidentemente, não se concorda com a afirmação e,
particularmente, com a premissa adotada, já que é certo que a produção antecipada de
provas é hipótese de claro exercício da jurisdição, com a análise de uma pretensão à
produção de prova, como exposto neste trabalho.
Arthur Arsuffi entende que a jurisdição arbitral é excepcional e que apenas a partir de uma
previsão específica da convenção de arbitragem seria possível uma interpretação que exclua
a atuação do Poder Judiciário. Isso significa dizer que, ausente regra específica, a produção
autônoma de provas não se enquadraria na jurisdição do árbitro. A distinção entre direito de
provar e direito à prova seria, na visão do autor, particularmente relevante, sendo certo que
as partes de uma arbitragem ou de um conflito abrangido pela convenção de arbitragem
possuem direito de provar suas alegações, participando do processo arbitral e ali produzindo
prova. O direito de provar guarda estreita relação com o processo cujo objetivo principal é o
acertamento do direito, a declaração do direito material. Isso, contudo, não afasta o direito à
prova, sem que se requeira qualquer declaração sobre o direito material subjacente18,
justamente por a ação que objetiva a produção autônoma da prova ter objeto litigioso
próprio19. Por isso, a ação probatória autônoma não estaria abrangida pela convenção de
arbitragem, distinguindo-se da produção urgente da prova.
Eduardo Talamini propõe uma solução intermediária. Para ele, em regra, a competência
seria dos árbitros, mas, excepcionalmente, seria possível afastar essa competência, em duas
situações. A primeira seria quando a própria produção da prova permitir definir os contornos
da pretensão do requerente, para saber se está abrangida pela convenção arbitral, e a
segunda seria quando se tiver indicativos de que não haverá colaboração ou haverá
resistência à produção da prova, pois seria necessário o poder de império do juiz estatal25.
Contudo, parece que os dois argumentos devem ser rejeitados. O primeiro por se tratar de
uma questão de abrangência da convenção de arbitragem. Ora, se não há clareza se uma
situação está ou não abrangida por convenção de arbitragem, a questão, em sendo levada ao
Judiciário, deverá ser dirimida na forma da exceção de arbitragem e, conforme o caso, com
extinção do processo sem resolução de mérito. O juiz, nesse contexto, detém poderes para
analisar o escopo da convenção de arbitragem. Mas isso em nada tem relação com responder
concretamente se a produção autônoma da prova pode ser feita fora da arbitragem ou não.
Sempre é preciso analisar a própria convenção (interpretação contratual). O segundo
argumento também não se sustenta; ou se teria que admitir que todas as pretensões de
obrigação de fazer ou de cunho mandamental e executivo (carga preponderante do
provimento) estariam excluídas de antemão da arbitragem, pelo simples fato de
eventualmente ser necessário o concurso de atos coercitivos judiciais. Não é isso o que
ocorre, evidentemente. O árbitro decide a questão e, cooperativamente, o juiz dará efeito à
medida, mas isso não significa que caiba ao juiz apreciar o mérito da pretensão. Na verdade,
a solução mais escorreita é na linha preconizada pelo § 2º do art. 22 da Lei de Arbitragem, que
estabelece que o árbitro poderá requerer cooperação do Poder Judiciário para a condução da
testemunha renitente. Por isso, a questão é analisada e decidida pelo árbitro, caso seja
necessária a prática de ato de império, então, será requisitada a cooperação jurisdicional.
A questão tem sido apresentada para discussão dos tribunais brasileiros, particularmente
no Tribunal de Justiça de São Paulo, e, pelo grande número de casos relacionados à
arbitragem que julga e a existência de varas especializadas, é possível observar um
movimento de consolidação de entendimento sobre a matéria.
.Sobre a tutela de urgência judicial pré-arbitral: MANGE, Flavia Fóz. Medidas de Urgência nos
Litígios Comerciais Internacionais. Rio de Janeiro: Renovar, 2012, p. 137-138.
10
.Heitor Sica pondera a efetividade do árbitro de emergência para efetivamente produzir uma prova
urgente em comparação com o procedimento relativamente singelo da produção autônoma de
prova judicial. SICA, Heitor. Direito à prova e efetiva participação no processo. In: VALENÇA
FILHO, Clávio; VISCONTE, Debora, LESSA NETO, João Luiz; PERETTI, Luís (orgs.). Debates de
Arbitragem e Processo Ano II – Direito Probatório entre a Arbitragem e o Processo Civil.
São Paulo: CIESP, 2017, p. 50.
11
.Esta já era a solução antes mesmo da reforma da Lei de Arbitragem e do advento do CPC/2015,
vide: YARSHELL, Flávio Luiz. Brevíssimas notas a respeito da produção antecipada da prova na
arbitragem. In: Revista de Arbitragem e Mediação. São Paulo: RT, 2007, v. 14.
12
13
.“However, disclosure will not be ordered where the dispute comes within the terms of an
arbitration agreement as the proceedings would be referred to arbitration rather than tried in
court”. ZUCKERMAN, Adrian A. Zuckermann on Civil Procedure. 3a ed. Londres: Sweet&Maxwell,
2013, p. 4.
14
.“... la demande doit être formée avant tout procès, ce qui s’entend ‘avant saisine de la juridiction
compétente’, qui peut être une juridiction étatique ou une juridiction arbitrale dès lors, bien sûr,
que le Judge du fond est appelé à être saisi du même litige”. CADIET, Loïc; JEULAND, Emmanuel.
Droit Judiciaire Privé. 9. ed. Paris: LexisNexis, 2016, p. 511. Vide, particularmente, a nota de
rodapé nº 188 na mesma página.
15
.O refinamento que requeria distinção entre a produção de provas conservativa e sem urgência não
foi acolhido pela jurisprudência francesa: “Ces pouvoirs que le juge des référés peut exercer en
amont de la saisine de l’arbitre ont d’ailleurs été admis depuis longtemps par la Cour de cassation,
avant même que les textes qui ont fondé le nouveau Code de procédure civile aient accru les
pouvoirs de ce juge (Civ. 2, 4 décembre 1953, D.S. 1954, p. 108). Il en est donc logiquement ainsi
pour l’application de l’article 145 (Civ. 3, 20 décembre 1982, Bull. n° 260 ; Civ. 2, 11 octobre 1995,
Bull. n° 235) “L’existence d’une convention d’arbitrage ne fait pas obstacle au pouvoir du juge des
référés d’ordonner, sur le fondement de l’article 145 du nouveau Code de procédure civile, et avant
saisine de la juridiction compétente, toutes les mesures d’instruction légalement admissibles, qui
ne se limitent pas aux constatations”. Cette dernière précision est importante, car elle met un
terme à un raisonnement - tenu notamment par le demandeur au pourvoi dans l’affaire ayant
donné lieu à l’arrêt de 1995 - selon lequel le recours au juge étatique, avant saisine de la
juridiction arbitrale, serait limité aux simples mesures conservatoires, ce qui ne permettrait
d’obtenir que des constats qui empêchent le dépérissement des preuves. En revanche, prescrire
une expertise qui, à la différence de la mesure de constatation, implique qu’un avis soit demandé
au technicien, empiéterait sur les pouvoirs de l’arbitre. En réalité, dès lors que le juge des référés
peut appliquer l’article 145, il n’y a aucune raison de limiter ses pouvoirs à la prescription des
seules constatations et en tout état de cause, la désignation d’un expert au titre de ce texte reste
une mesure provisoire, dépourvue au principal de l’autorité de la chose jugée, les conclusions de
l’expert ne liant pas le juge du fond (arbitral ou étatique). Et par ailleurs l’étendue de la mission
confiée à l’expert relève du pouvoir souverain du juge qui prescrit la mesure, dès lors, du moins,
qu’il ne lui demande pas de se prononcer sur des questions juridiques.” BATUT, Anne-Marie. Les
mesures d’instruction “in futurum”. In: Rapport de la Court de Cassation 2000. Paris: La
Documentation Française, 2001.
16
17
.“Não havendo prestação jurisdicional, também não há necessidade de que a produção autônoma
de provas seja requerida em arbitragem – mesmo caso haja convenção de arbitragem. A
arbitragem, enquanto método jurisdicional, não se presta a outra função que não pacificar e
solucionar litígios por meio da aplicação do direito ao caso concreto através de procedimento,
respeitando as garantias processuais. Requerer dos árbitros que simplesmente determinem a
produção de certa prova, por meio desse procedimento suis generis, parece-nos desvirtuar o
próprio instituto da arbitragem.” ZAKIA, José Victor Palazzi; VISCONTI, Gabriel Caetano. Produção
antecipada de provas em arbitragem e jurisdição. In: Revista de Arbitragem e Mediação. São
Paulo: RT, 2018, v. 59.
18
.O autor segue a distinção proposta por Yarshell, para justificar a sua conclusão. Sobre direito à
prova e direito de provar, vide: YARSHELL, Flávio Luiz. Antecipação da Prova sem o Requisito
da Urgência. São Paulo: Malheiros, 2009, p. 312-313.
19
.“Ou seja, a ação de produção antecipada da prova sem o requisito da urgência tem como objeto
uma relação jurídica diversa daquela que envolve a declaração do direito material em determinado
caso concreto. Trata-se de uma segunda relação jurídica, onde a obtenção autônoma da prova é
protagonista. O que as partes pretendem com o ajuizamento dessa ação não é a declaração do
direito material, mas apenas e tão somente a i) declaração de que existe o direito a obtenção
daquela determinada prova; ii) a obtenção da prova.” ARSUFFI, Arthur Ferrari. Produção
Antecipada da Prova: Eficiência e Organização do Processo. 2018. Dissertação (Mestrado em
Direito) – Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
20
.DIDIER JUNIOR, Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de Direito Processual
Civil. Salvador: Juspodivm, 2015, v. 2, p. 42.
21
.“Em princípio, as ações probatórias autônomas relativas a determinado litígio estão abrangidas
pela convenção arbitral para ele estipulada. Então, não havendo urgência que impedisse aguardar-
se o início da arbitragem, a produção antecipada da prova para fins não cautelares normalmente
deveria ser feita em processo arbitral específico para tal fim.” TALAMINI, Eduardo. Produção
antecipada de prova no Código de Processo Civil de 2015. In: Revista de Processo. São Paulo: RT,
2016, v. 260.
22
.“Se o sócio quer se inteirar do conteúdo de algum documento, conforme direito emergente da
relação jurídica societária, pode se valer da ação exibitória independentemente de outra ação
principal futura. Esse pedido não terá finalidade probatória, constituindo tão-somente exercício de
direito sobre o conteúdo do documento e isto porque a relação de direito material estabelece uma
obrigação de comunicação do documento, a que corresponde a pretensão de exibição. A demanda
exibitória, nessa hipótese, nada compreenderá de cautelar e muito menos antecederá a outra: a
exibição do documento desde logo satisfará o direito do sócio.” LACERDA, Galeno. Comentários
ao Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense, 1988, v. VIII, p. 302.
23
.SICA, Heitor. Direito à prova e efetiva participação no processo. In: VALENÇA FILHO, Clávio;
VISCONTE, Debora; LESSA NETO, João Luiz; PERETTI, Luís (orgs.). Debates de Arbitragem e
Processo Ano II – Direito Probatório entre a Arbitragem e o Processo Civil. São Paulo:
CIESP, 2017, p. 56-57.
24
25
.“Mas podem existir fatores que concretamente justifiquem a antecipação probatória perante a
autoridade judiciária. É o que se dá, entre outros casos, quando apenas a própria produção da
prova permitirá ao requerente definir os exatos contornos de sua pretensão, inclusive para saber
se ela está efetivamente abrangida pela convenção arbitral. Outro exemplo tem-se em casos em
que, diante de indicativos concretos, sabe-se de antemão que haverá negativa de colaboração ou
resistência à produção probatória, de modo a exigirem-se medidas coercitivas que apenas
poderiam ser determinadas, em qualquer caso, pelo juiz estatal (Lei 9.307/1996, art. 22, §§ 2.º e
4.º). Nessa hipótese, parece razoável que a medida de produção antecipada seja desde logo
requerida judicialmente. Além disso, pode haver situações em que a produção probatória que se
pretende antecipar é extremamente singela e de curta duração (por exemplo, ouvida de uma única
testemunha), de modo que seria desproporcional, por sua extrema onerosidade, complexidade e
demora, constituir um tribunal arbitral apenas para isso. Também em tais casos justifica-se a
competência judiciária.” TALAMINI, Eduardo. Produção antecipada de prova no Código de
Processo Civil de 2015. In: Revista de Processo. São Paulo: RT, 2016, v. 260.
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IV. CONCLUSÕES