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Fase Pré-Arbitral

Apresentação e Aula 1
Material e Programa

https://1drv.ms/u/s!ArB_dfUJIjFFkdZLlQBTk2BjZk_u-w?e=FAobd0
Avaliação
Participação em aula: 30%

• Conhecimento sobre os textos obrigatórios;


• Participação nas dinâmicas propostas em aula;
Artigos (“reaction papers”) semanais: 70%

• Aprox. 800 palavras


• Entregue até 23h59 do domingo anterior à aula
Planejamento das Aulas
01. Princípio Competência-Competência
02. Interface Arbitragem-Judiciário
03. Árbitro de Emergência / Medidas Antiarbitragem
04. Constituição do Tribunal Arbitral
05. Papel da Instituição Arbitral
06. Acessibilidade do Sistema Arbitral
Princípio Kompetenz²

Em linhas gerais:

O poder do árbitro de decidir sobre sua própria competência


Princípio Kompetenz²: Importância

Distribuir, entre os órgãos arbitrais e judiciários, a competência para


decidir sobre o prosseguimento de uma disputa.
Princípio Kompetenz²
Princípio Kompetenz-Kompetenz

Princípio Competência-Competência

Princípio Jurisdição-Competência
Jurisdição: Conceito

Conceito Clássico: Poder de ‘dizer o que é direito’, no


território sob sua soberania

Conceito Prático: Poder de declarar e aplicar, com força


vinculante, o direito a um conflito concreto.
Competência: Conceito

A competência é a regra de distribuição/organização da jurisdição

Estabelece limites ao exercício de jurisdição, os quais podem ser


materiais, pessoais, territoriais etc.
Convenção de Arbitragem

Negócio jurídico por meio do qual as partes outorgam Jurisdição e


Competência ao juízo arbitral

(ou seja, outorgam o poder de aplicar o direito [J] conforme os limites


estabelecidos e/ou matérias abrangidas [C] pela convenção)
Separabilidade /
Presunção de Validade
Lei 9.307/1996 (Lei de Arbitragem):

Art. 8º A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato


em que estiver inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica,
necessariamente, a nulidade da cláusula compromissória.
Arbitrabilidade
A possibilidade de determinada questão estar submetida à arbitragem

(no Brasil: direitos patrimoniais e disponíveis)

Questão de competência, cuja análise pressupõe a jurisdição.

(ou seja)

O árbitro também é ‘competente’ para julgar a arbitrabilidade.


Método Alternativo ou Adequado?

A “adequação” do método depende do caso concreto;

A arbitragem sempre será “alternativa” ao juiz natural, com jurisdição e


competência naturais para conhecer e julgar o caso concreto.
Kompetenz²: Conceito

O poder do juízo arbitral de aplicar o direito


a fim de decidir sobre a sua própria jurisdição, bem como
sobre os limites desta.
Kompetenz²: Conceito
O poder de decidir sobre:

• Validade/Eficácia da convenção de arbitragem;


• Validade/Eficácia dos demais negócios/atos jurídicos;
• Quais matérias se submetem à arbitragem;
• Quais pessoas se submetem à arbitragem;
Kompetenz²: Conceito Clássico

O poder do juízo arbitral de aplicar o direito,


em primeiro lugar, a fim de decidir sobre a sua própria
jurisdição, bem como sobre os limites desta.
Kompetenz²: Conceito “STJ”

O poder do juízo arbitral de aplicar o direito,


em primeiro lugar, salvo hipóteses excepcionais, a fim de
decidir sobre a sua própria jurisdição, bem como sobre
os limites desta.
Kompetenz²: na Lei
Lei 9.307/1996 (Lei de Arbitragem):

Art. 8º A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato


em que estiver inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica,
necessariamente, a nulidade da cláusula compromissória.

Parágrafo único. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação


das partes, as questões acerca da existência, validade e eficácia da
convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula
compromissória.
Kompetenz²: na Lei
Art. 20. A parte que pretender argüir questões relativas à competência, [...], bem
como nulidade, invalidade ou ineficácia da convenção de arbitragem, deverá fazê-
lo na primeira oportunidade que tiver de se manifestar, após a instituição da
arbitragem.

§ 1º [...] reconhecida a incompetência do árbitro ou do tribunal arbitral, bem como


a nulidade, invalidade ou ineficácia da convenção de arbitragem, serão as partes
remetidas ao órgão do Poder Judiciário competente para julgar a causa.

§ 2º Não sendo acolhida a argüição, terá normal prosseguimento a arbitragem,


sem prejuízo de vir a ser examinada a decisão pelo órgão do Poder Judiciário
competente [em ação anulatória].
Kompetenz²: na CNY/1958

Decreto 4.311/2002, Artigo II:

[...] 3. O tribunal de um Estado signatário, quando de posse de ação


sobre matéria com relação à qual as partes tenham estabelecido acordo
nos termos do presente artigo, a pedido de uma delas, encaminhará as
partes à arbitragem, a menos que constate que tal acordo é nulo e sem
efeitos, inoperante ou inexeqüível.
Controle Jurisdicional - Posterior

Art. 32. É nula a sentença arbitral se:

I - for nula a convenção de arbitragem; [J]

IV - for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem; [C]


Controle Jurisdicional - Prévio

STJ – Jurisprudência em teses, nº 122 (05.04.2019)

https://www.stj.jus.br/docs_internet/jurisprudencia/jurisprudenciaemte
ses/Jurisprudencia%20em%20Teses%20122%20-%20Arbitragem.pdf
Controle Jurisdicional - Prévio
“4) O Poder Judiciário pode, em situações
excepcionais, declarar a nulidade de cláusula
compromissória arbitral, independentemente do estado
em que se encontre o procedimento arbitral, quando
aposta em compromisso claramente ilegal.”
Independentemente do estado em que se encontre o procedimento de arbitragem, o Poder
Judiciário pode declarar a nulidade de compromisso arbitral quando o vício for detectável prima
facie, como ocorre na hipótese de inobservância, em contrato de franquia, do disposto no art. 4º,
§ 2º, da Lei n. 9.307/1996.

Como regra geral, a jurisprudência do STJ indica a prioridade do Juízo arbitral para se manifestar
acerca de sua própria competência e, inclusive, sobre a validade ou nulidade da cláusula arbitral
(REsp 1.602.696-PI, Terceira Turma, DJe 16/8/2016).Toda regra, porém, comporta exceções para
melhor se adequar a situações cujos contornos escapam às situações típicas abarcadas pelo núcleo
duro da generalidade e que, pode-se dizer, estão em áreas cinzentas da aplicação do Direito.
Obviamente, o princípio competência-competência (kompetenz-kompetenz) deve ser privilegiado,
inclusive para o indispensável fortalecimento da arbitragem no País. Por outro lado, é inegável a
finalidade de integração e desenvolvimento do Direito a admissão na jurisprudência do STJ de
cláusulas compromissórias "patológicas" - como os compromissos arbitrais vazios (REsp 1.082.498-
MT, Quarta Turma, DJe 4/12/2012) e aqueles que não atendam o requisito legal específico (art. 4º, §
2º, da Lei n. 9.307/1996) - cuja apreciação e declaração de nulidade podem ser feitas pelo Poder
Judiciário mesmo antes do procedimento arbitral.

São, assim, exceções que permitem uma melhor acomodação do princípio competência-
competência a situações limítrofes à regra geral de prioridade do Juízo arbitral. REsp 1.602.076-
SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/9/2016, DJe 30/9/2016.
AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AGRAVO
DE INSTRUMENTO. CONTRATO DE COMPRA E VENDA. RELAÇÃO DE CONSUMO. INEXISTÊNCIA.
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA. INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO ESTATAL.

1. A previsão contratual de convenção de arbitragem enseja o reconhecimento da competência


do Juízo arbitral para decidir com primazia sobre o Poder Judiciário, de ofício ou por provocação
das partes, as questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e
do contrato que contenha a cláusula compromissória. Precedentes.

2. A prioridade da competência arbitral não pode ser afastada pela presunção de que não houve
concordância expressa de uma das partes, pelo simples fato de o contrato ser de adesão, ainda
mais quando observada a isonomia dos contratantes. 3. O julgado que reconhece a competência
do tribunal de origem para declarar a nulidade da cláusula de utilização compulsória da
arbitragem, ainda que aposta em contrato de adesão, viola os artigos 20 e 8º, parágrafo único,
da Lei nº 9.307/1996. 4. Agravo interno não provido.

AgInt nos EDcl no AREsp 975050/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA
TURMA, julgado em 10/10/2017, DJe 24/10/2017
Discussão de Caso

Acórdão proferido pelo STJ no CC nº 151.130-SP


Discussão de Caso
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ARBITRAGEM OU JURISDIÇÃO ESTATAL.
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA. ART. 58 DO ESTATUTO SOCIAL DA
PETROBRAS. SUBMISSÃO DA UNIÃO A PROCEDIMENTO ARBITRAL.
IMPOSSIBILIDADE. DISCUSSÃO ACERCA DA PRÓPRIA CONDIÇÃO DE
EXISTÊNCIA DA CLÁUSULA AO ENTE PÚBLICO. COMPETÊNCIA EXCLUSIVA
DA JURISDIÇÃO ESTATAL. INEXISTÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO LEGAL OU
ESTATUTÁRIA. PLEITO INDENIZATÓRIO COM FUNDAMENTO NA
DESVALORIZAÇÃO DAS AÇÕES POR IMPACTOS NEGATIVOS DA OPERAÇÃO
"LAVA JATO". PRETENSÃO QUE TRANSCENDE AO OBJETO SOCIETÁRIO.
3. Nos exatos termos da cláusula compromissória prevista no art. 58 do
Estatuto da Petrobras, a adoção da arbitragem está restrita "às disputas
ou controvérsias que envolvam a Companhia, seus acionistas, os
administradores e conselheiros fiscais, tendo por objeto a aplicação das
disposições contidas na Lei n° 6.404, de 1976, neste Estatuto Social".

4. Em tal contexto, considerando a discussão prévia acerca da própria


existência da cláusula compromissória em relação ao ente público –
circunstância em que se evidencia inaplicável a regra da "competência-
competência" – sobressai a competência exclusiva do Juízo estatal para
o processamento e o julgamento de ações indenizatórias movidas por
investidores acionistas da Petrobrás em face da União e da Companhia.

5. Conflito de competência conhecido para declarar a competência do


Juízo Federal suscitado
Temas para discussão:

•A discussão de existência da cláusula arbitral é excepcional o


suficiente para mitigação do princípio Kompetenz²

• Quais outras situações seriam limítrofes e autorizariam controle prévio


pelo judiciário?

• Falta de assinatura
• Coisa Julgada
• Venire/Preclusão
• Convenção de Arbitragem vazia ou impossível

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