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Introdução:
A arbitragem é um meio de resolução alternativo de litígios, sendo o seu caráter alternativo em relação ao
tribunal judicial, ou seja, quando temos um litígio, podemos ir a um tribunal judicial ou a um tribunal
privado (de arbitragem). Trata-se de um meio de resolução alternativa, na medida em que o litígio é
decidido por um ou vários terceiros, sendo que a decisão é vinculativa para as partes. A arbitragem
consiste num modo de resolução jurisdicional de conflitos em qua a decisão é confiada a terceiros com a
base na vontade das partes.
É jurisdicional nos seus efeitos a convenção arbitral e a decisão arbitral.
Existe na natureza jurídica da arbitragem a teoria contratual, a tese jurisdicional e a conceção mista. A
doutrina atual tem adotado a conceção mista. As espécies de arbitragem podem ser institucionalizadas ou
ad hoc.
Espécies de arbitragem
1) Arbitragem institucional
Instituição arbitral
b) Caráter permanente
c) Regulamento próprio DL n.º 425/86, de 27 de setembro Art. 62.º da LAV
d) Reconhecimento de centros de arbitragem institucionalizada
2) Arbitragem ad hoc
Constituição de tribunal para um determinado litígio.
Domínios: Consumo, Comercial, Setor automóvel, Propriedade industrial, Administrativa e
tributária
Convenção arbitral:
A convenção arbitral é um acordo das partes em submeter a arbitragem a um litigio atual e tem natureza
contratual (na fonte dos poderes do tribunal arbitral, este só tem competência se e onde houver
contrato).
A convenção arbitral tem como modalidades a cláusula compromissória e o compromisso arbitral (art 1º,
nº3, LAV). Esta convenção deve ser celebrada na pendencia da ação judicial, resultando na extinção da
ação (art 280º, CPC).
Requisitos de validade:
A competência do tribunal arbitral presume uma convenção de arbitragem válida e eficaz.
A validade da convenção arbitral tem que ser verificada com os parâmetros do acordo das partes, da
arbitrabilidade (art 1º, nº1 e 2, LAV), da forma (art 2º, nº1, LAV), do conteúdo (art 2º, nº6 e art 3º, LAV) e
da autonomia (art 18º, nº3, LAV).
Processo arbitral:
A LAV regula apenas alguns aspetos relativos ao processo arbitral. As regras processuais são escolhidas
pelas partes ou pelos árbitros, tendo como limite exclusivo os princípios fundamentais do processo justo.
A única baliza ao poder de conformação processual das partes são os princípios processuais constantes do
artigo 30.º LAV.
A arbitragem mantém aqui em pleno a sua natureza privada, contratual.
A escolha das regras processuais – artigo 30.º LAV
Instalação do tribunal arbitral – escolha dos árbitros
Alegações das partes – alegações dos factos e dedução dos pedidos – artigo 33.º n.2 LAV
Fase intermédia – organização do processo: análise das alegações apresentadas pelas partes e
preparação da produção da prova – artigo 34.º
LAV
Prova, julgamento e decisão – os árbitros podem admitir os meios de prova que entenderem,
mesmo que não previstos na lei processual (artigo 30.º n.4 LAV); audiência (artigo 34.º n.1 LAV);
decisão arbitral (artigo 42.º LAV).
Sentença arbitral:
Os árbitros julgam segundo o direito constituído, podendo, porém, as partes autorizá-los a decidir
segundo a equidade (artigo 39.º LAV). As partes podem ainda escolher a composição amigável, como
critério de decisão (artigo 39.º n.3 LAV).
Forma e conteúdo: artigos 40.º e 42.º LAV – a decisão é tomada por maioria dos membros do
tribunal arbitral; a sentença arbitral é assinada; da sentença tem que constar a data e o lugar da
arbitragem; a sentença deve ser fundamentada.
Prazo: artigo 43.º LAV – o prazo para decisão é fixado livremente pelas partes, sendo de 12 meses
na falta de estipulação.
Encerramento do processo, retificação da sentença e sentença adicional : artigos 44.º e 45.º LAV -
para além da sentença arbitral, o processo arbitral pode terminar por outras razões – desistência,
acordo das partes, inutilidade ou impossibilidade superveniente do processo. Encerrado o
processo, esgota-se os poderes jurisdicionais do tribunal – artigo 44.º n.3 LAV – mas, é ainda
possível retificação e esclarecimento da sentença arbitral (as partes dispõem de 30 dias para esse
efeito).
JULGADOS DE PAZ
Introdução:
Os Julgados de Paz são tribunais inseridos na oferta da justiça pública. São órgãos de soberania de
exercício do poder judicial, previstos na Constituição da República Portuguesa (artigo 209.º n.2, da lei nº
78/2001, de 13 de julho). São tribunais não judiciais ou mistos, tendo em conta a sua natureza obrigatória
(e não voluntária como os outros meios de resolução alternativa de litígios) e os métodos que utilizam na
resolução do conflito (procurando sempre o acordo e afastando a conceção adversarial de litigio).
Princípios:
Os Julgados de Paz são regidos por princípios estão escritos no artigo 2.º da Lei n.º 78/2001, de 13 de
julho. O artigo 2º é o mais importante, devendo ser padrão de interpretação de todas as suas regras,
sendo eles os princípios da participação, do estimulo ao acordo, da simplicidade, da adequação, da
informalidade, da oralidade e da economia processual.
É no princípio da participação cívica dos interessados onde a parte nunca ou raramente fala, nos Julgados
de Paz a presença das partes é essencial ao desenvolvimento da sua filosofia.
No princípio do estimulo ao acordo, a tramitação dos Julgados de Paz abrange dois momentos para
obtenção deste acordo, sendo eles a mediação extrajudicial e a conciliação judicial.
A mediação é realizada por um mediador (profissionais independentes por colaborarem com os julgados
da paz – art 30º, nº1, LJP). A conciliação é tentada pelo juiz, no inicio da sessão de julgamento.
Os restantes princípios relacionam-se com o procedimento nos julgados de paz e são princípios comuns ao
processo.
Competência:
Os critérios de atribuição de competência territorial e material dos Julgados de Paz estão regulados nos
artigos 8.º a 14.º da Lei dos Julgados de Paz (LJP).
Em razão do valor (artigo 8.º LJP) – ações cujo valor não exceda 15.000,00 euros;
Em razão da matéria (artigo 9.º LJP) – matéria civil (algumas questões tratadas nos direitos reais e
no direito das obrigações) e matéria criminal (apenas os pedidos de indemnização civil previstos no n.2 do
artigo 9.º LJP);
Em razão do território (artigos 11.º a 14.º LJP) – regra geral: domicilio do réu.
Tramitação processual:
A tramitação dos Julgados de Paz é muito simplificada e pouco regulada.
O processo inicia-se com um requerimento inicial que pode ser apresentado oralmente ou por escrito
(artigo 43.º LJP).
Segue-se, depois, a citação, que nunca pode ser edital (artigo 46.º LJP);
Entramos a seguir na fase da mediação (artigo 49.º LJP) – se as partes aderirem, passa-se à mediação
propriamente dita:
Se as partes alcançarem o acordo na mediação, este é homologado pelo juiz na presença
das partes (artigo 56.º LJP) – a sentença homologatória tem força executiva;
Se a mediação não tiver sucesso, o processo é encaminhado para marcação do julgamento.
Entretanto, corre o prazo para contestar (10 dias a contar da citação – artigo 47.º). Na contestação, o
demandado pode deduzir reconvenção (artigo 48.º LJP).
Na audiência de julgamento, o juiz faz uma nova tentativa de resolução do litigio por consenso, através da
conciliação.
Não sendo tal possível, produz-se a prova e, por fim, é proferida a sentença (artigo 60.º), que a lei manda
que seja oral.
As sentenças que excedam metade da alçada da primeira instância são recorríveis para os tribunais
judiciais (artigo 62.º LJP) – o recurso tem efeito meramente devolutivo.
O juiz profere despacho em que se declara competente para conhecer da causa. Verifique a
legalidade do despacho proferido.
A cláusula existente neste caso é possível, já que, de acordo com o artigo 54 da LAV, numa arbitragem
internacional, sendo uma sentença portuguesa, caso não seja aplicada por um direito não português, o
que não é o caso. Ambas as partes acordaram que em caso de haver litígio, tanto em Milão como em
Portugal, o mesmo seria resolvido de acordo com o direito português.
A convenção arbitral é um acordo das partes em submeter a arbitragem a um litígio atual e tem natureza
contratual (na fonte dos poderes do tribunal arbitral, este só tem competência se e onde houver contrato).
A convenção arbitral tem como modalidades a cláusula compromissória e o compromisso arbitral (art 1º,
nº3, LAV). Esta convenção deve ser celebrada na pendencia da ação judicial, resultando na extinção da
ação (art 280º, CPC).
depois que o juiz não tem competência para dizer aquilo,
e por fim explicar como se constitui um tribunal arbitral (as fases todas diria)
Para fazer tudo isto, é necessário saber como se constitui um tribunal arbitral. Tudo começa com o início
do processo arbitral por uma das partes na data em que o pedido de submissão do litígio a arbitragem é
recebido pelo demandado (Art. 33.º LAV). Depois, vem a constituição prévia do tribunal, onde o mesmo
tem de escolher os terceiros privados. De seguida, no centro de arbitragem institucional tem um árbitro
único, que tem conhecimento de todas as ações. Após isso, é enviada a notificação para iniciar o processo
arbitral, com a respetiva indicação do objeto, assim como a sua fixação (tendo sempre em conta o
princípio do contraditório). Continuando, afixa-se o número de árbitros da convenção de arbitragem,
podendo ser um ou vários, sendo obrigatório em número ímpar (8). Caso não haja estipulação contratual,
o Tribunal será composto por 3 árbitros, um designado por cada parte e o terceiro pelos dois (Arts. 8.º e
10.º LAV). Deve-se ter sempre em conta o princípio da igualdade das partes, que influencia na constituição
do tribunal arbitral Art. 30.º, n.º 1, al. b) LAV. No caso de ser violado, ocorrerá uma irregularidade na
constituição do tribunal arbitral – Invalidade (Art. 46.º, n.º 3, al. a), iv). O pedido de nomeação do árbitro
em falta faz-se num requerimento, que tem um prazo de 10 dias (60). Caso uma das partes se recuse a
nomear um árbitro, será feito pelo Tribunal de relação ou o respetivo local de arbitragem (10 e 59).
1) Entenda se será válida a cláusula de mediação e de arbitragem? E poder-se-á recorrer
diretamente à via arbitral ou terá que ser intentada em primeiro lugar a mediação?
A mediação é um método de resolução de litígios em que um terceiro imparcial (art 2º, alínea b) da LM)
ajuda as partes a estabelecerem um diálogo, conduzindo-as num caminho mais favorável para o alcance
de um acordo possível e adequado aos seus interesses. À luz do artigo 2º, nº1 da Lei nº29/2013, a
mediação é definida como “a forma de resolução alternativa de litígios, realizada por entidades públicas
ou privadas, através do qual duas ou mais partes em litígio procuram voluntariamente alcançar um acordo
com assistência de um mediador de conflitos”. A mediação é um processo que visa verificar a autonomia
das suas próprias decisões com os envolvidos, pelo que a mediação não é apenas uma forma de resolução
de conflitos, porque permite às partes estabelecer uma relação saudável e um ambiente cooperativo, e é
um processo estruturado que segue uma determinada organização de procedimentos.
A arbitragem é um meio de resolução alternativo de litígios, sendo o seu caráter alternativo em relação ao
tribunal judicial, ou seja, quando temos um litígio, podemos ir a um tribunal judicial ou a um tribunal
privado (de arbitragem). Trata-se de um meio de resolução alternativa, na medida em que o litígio é
decidido por um ou vários terceiros, sendo que a decisão é vinculativa para as partes. A arbitragem
consiste num modo de resolução jurisdicional de conflitos em qua a decisão é confiada a terceiros com a
base na vontade das partes.
É jurisdicional nos seus efeitos a convenção arbitral e a decisão arbitral.
Existe na natureza jurídica da arbitragem a teoria contratual, a tese jurisdicional e a conceção mista. A
doutrina atual tem adotado a conceção mista. As espécies de arbitragem podem ser institucionalizadas ou
ad hoc.
No caso, sim, é possível indicar a mediação e a arbitragem. Como não existe hierarquia, pode-se saltar a
mediação e ir diretamente para a arbitragem.
É difícil reconhecer as fases de Mediação, mas são obrigatórios a sessão de pré-mediação (art 16, LM) e a
mediação propriamente dita. Na fase da pré-mediação o mediador explica a mediação como resolução de
litígios e as regras aplicáveis, a confidencialidade que terá com cada um, para depois as partes chegarem a
um acordo para avançar com a mediação, ao assinar o protocolo de mediação (arts 49, 50 e 51, LJP e art 3,
nº5, LMP). Na fase da mediação mesmo, o mediador nos Julgados de Paz não tem acesso ao processo até
à sessão de mediação. Aí conhece o litígio através das partes envolvida, sem poder intervir na questão.
Este acompanha o litígio até que ambas as partes cheguem a um consenso. Este teve, entre sessões de
mediação, um caucus, isto é, uma reunião separada, que se pode fazer sem a autorização das partes (art
26, al c, LM). Tem de haver tratamento igualitário para com ambas as partes, sendo que deve manter o
dever de confidencialidade de informações fornecidas nas tais reuniões. Dessa forma, o processo chegou
a um fim, acabando com um consenso entre as duas partes.
Se a mediação não tiver sucesso, o processo é encaminhado para marcação do julgamento. Entretanto,
corre o prazo para contestar (10 dias a contar da citação – artigo 47.º). Na contestação, o demandado
pode deduzir reconvenção (artigo 48.º LJP). Na audiência de julgamento, o juiz faz uma nova tentativa de
resolução do litígio por consenso, através da conciliação. Não sendo tal possível, produz-se a prova e, por
fim, é proferida a sentença (artigo 60.º), que a lei manda que seja oral. As sentenças que excedam metade
da alçada da primeira instância são recorríveis para os tribunais judiciais (artigo 62.º LJP) – o recurso tem
efeito meramente devolutivo.
Supondo que os demandantes O e P recusaram aceder a pré-mediação, será possível a marcação
imediata de audiência de julgamento?
Sim, é possível e passa-se para sede de julgamento.
Os critérios de atribuição de competência territorial e material dos Julgados de Paz estão regulados nos
artigos 8.º a 14.º da Lei dos Julgados de Paz (LJP).
Em razão do valor (artigo 8.º LJP) – ações cujo valor não exceda 15.000,00 euros;
Em razão da matéria (artigo 9.º LJP) – matéria civil (algumas questões tratadas nos direitos reais e
no direito das obrigações) e matéria criminal (apenas os pedidos de indemnização civil previstos no n.2 do
artigo 9.º LJP);
Em razão do território (artigos 11.º a 14.º LJP)
Tendo em conta o princípio do contraditório, no qual é ilegítimo sujeitar um demandado a alegações
perante factos novos, só se deve ter em conta o montante de 595, 10€. Caso houvessem mais alegações,
os demandados estariam impossibilitados de defender-se ou apresentar provas, o que iria contra o
princípio do contraditório.
Art 9, nº1, al h
A ação foi julgada parcialmente procedente por parcialmente provada, que condenou os
demandados T e V, solidariamente, a pagarem ao demandante a quantia de 302,75 euros.
Após a citação, tem um prazo de 10 dias para a contestação verbal ou escrita (47). Depois, pode o mesmo
aplicar a reconvenção (48)
Na audiência de julgamento (57)«««, o juiz faz uma nova tentativa de resolução do litígio por consenso,
através da conciliação, que não resultou.
Tendo em conta o princípio do contraditório, no qual é ilegítimo sujeitar um demandado a alegações
perante factos novos e, no caso em concreto, faz-se uma alegação um dia antes. Ora, havendo mais
alegações num curto espaço de tempo, os demandados estariam impossibilitados de defender-se ou
apresentar provas, o que iria contra o princípio do contraditório.
Em conclusão, não é possível recorrer, porque a sentença é definitiva e faz título executivo e é recorrível se
atingir a metade do valor da alçada (2500,01€)
7. Providências cautelares
Mecanismo que permite uma situação de facto ou de direito com a finalidade de salvaguardar um direito.
Medida de caráter temporário
b) Visa acautelar o direito ou efeito útil da ação.
c) Não constituem ações que conduzem a julgamento.
d) Não constituem incidentes dependentes de uma causa.
e) Finalidades
Conservação da situação existente
Assegurar a estabilidade do processo arbitral
Garantia da execução da sentença arbitral *
Preservação da prova Art. 20.º, n.º 2 LAV