Você está na página 1de 3

Direito Processual Civil II

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Quando ha um litígio relacionado com o direito privado, como o recurso a forca é


proibido a pessoa que pretende ultrapassar esse litígio que vivência poderá se
assim quiser bater a porta de um tribunal de comarca e entrar na pirâmide judiciaria
e dar inicio a engrenagem que e o processo. A via tradicional é mais usada em
Portugal para resolução de con itos é esta.

Meios de resolução alternativa de litígios:


Podemos resolver litigios fora da via tradicional, por vias alternativas, pois a via
tradicional encontra-se cada vez mais congestionada. Estes meios alternativos são:
a arbitragem, os julgados de paz e a mediação autónoma.

• Arbitragem: Um tribunal arbitral é um tribunal não estadual, são tribunais


privados, onde os juizes também são privados e não funcionários do Estado. O
Estado autoriza a sua existência e legisla sobre eles regulando a arbitragem.
Assim sendo, os tribunais arbitrais só podem resolver litígios ligados a interesses
de natureza patrimonial. A maior parte dos tribunais arbitrais são tribunais
transitórios, na medida em que são criados de propósito para o julgamento de
certo e determinado litígio, desaparecendo depois de julgar aquele determinado
caso (ex.: caso dos herdeiros da fortuna Champalimaiud), são tribunais ad hoc.

Também podemos ter tribunais arbitrais permanentes, são poucos em


Portugal, não sendo criados propositadamente para resolver um
determinado litígio (ex.: centro de arbitragem de con itos de consumo do
distrito de Coimbra).

A fonte da arbitragem pode ser imposta por lei, a chamada arbitragem


necessária, e pode ser resultante de convenção de arbitragem, a chamada
arbitragem voluntária (Lei da Arbitragem Voluntária 63/2011 de 14 de
dezembro no art. 1º/3/a/b).

As modalidades de arbitragem são: o compromisso arbitral (alínea a) do art.


1º/3 lei 63/2011) e a clausula compromissoria (alínea b) do art. 1º/3 lei
63/2011). No compromisso arbitral o litígio ja ocorreu e as partes decidem
que o melhor é não recorrer aos tribunais estaduais. Na clausula
compromissoria ainda não ha qualquer litígio, mas para a eventualidade de
surgir litígio no futuro entre as partes, estas assinam um contrato onde existe
esta clausula.

1
fl
fl
Muitas das vezes recorre-se a estes tribunais pois são mais céleres, tendo
mesmo de ser cumpridos prazos mais apertados.

Aula teorica dia 05/03/2024

A adesão a vias alternativas depende da mentalidade da população, as pessoas


tem de estar convictas das vias alternativas, o que segundo o Dr. ainda não é a
maioria em Portugal.

O tribunal arbitral exerce função jurisdicional apesar de serem tribunais privados,


alcançando se uma decisão vinculativa.

Um tribunal arbitral tem poder para decretar providências cautelares?

Hoje a resposta é clara! A lei admite que na pendência de uma ação de um


processo que decorre num tribunal arbitral seja possível havendo periculum in mora
requerer uma providência cautelar (art. 7 Lei da Arbitragem), permitindo também,
salvo se as partes tiverem dito o contrário, que essa providência cautelar possa ser
pedida no tribunal arbitral (art. 20 Lei da Arbitragem). A execução da providência
cautelar (ex.: apreender bens) tem de ser sempre pedida num tribunal estadual (art.
27º Lei da Arbitragem).

De uma decisão de um tribunal arbitral é possível interpor recurso para um


tribunal para efeitos de eventual revisão da decisão?

So é suscetível de recurso se as partes preverem tal possibilidade através de


clausula (art. 39/4º Lei da Arbitragem), logo em princípio não há possibilidade de
recurso, salvo estabelecido o contrário.

• Julgados de paz: Nascem no século XXI, pela lei dos julgados de paz. São
tribunais que não integram a pirâmide judiciária (art. 210º Lei Fundamental), são
tribunais infra judiciais. A competência destes tribunais está delimitada na lei, em
razão do valor só podem julgar causas cíveis de natureza igual ou inferior a 15 mil
euros, quanto a matéria recebem ações declarativas (art. 9º lei dos julgados de
paz), e o julgador veio dizer no art. 41ºA que o julgado de paz também pode
julgar procedimentos cautelares. Estas ações declarativas referem-se ao
cumprimento de obrigações como a entrega de coisa móvel e direitos e deveres
de condóminos, litígios entre proprietários, etc.

Os litígios que cabem na esfera do julgado de paz, são obrigatoriamente


julgados no julgado de paz?

Não, pois esta é uma via apenas alternativa! Pode exercer o seu direito de ação
num tribunal de comarca.

2
O que leva a alguém a preferir recorrer a um julgado de paz é o facto de o processo
ser mais simples, mais informal, mais rápida e mais barata (art. 2º) e ha a justa
composição através de um acordo das partes.

O julgado de paz, ao contrario dos tribunais arbitrais, é um tribunal estadual e não


privado! O foco de um julgado de paz é tentar chegar a justa composição através
de um acordo das partes, evitando-se a decisão do juiz de paz.

A engrenagem dos julgados de paz inicia-se com o requerimento (art. 43º), segue-
se o contraditório (art. 45º a citação), segue-se a contestação (art. 47º) e depois
temos a pre-mediação (art. 49º e 50º) e pode-se seguir para a mediação (art. 50º)
onde se pode chegar a um acordo, se não se chegar a acordo leva-se o caso a
audiência de julgamento (art. 57º).

Você também pode gostar