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A arbitragem inclui o julgamento da disputa por um terceiro justo selecionado

pelas partes. Como a jurisdição, é uma combinação heterogênea de conflitos,


desenvolvida por meio de procedimentos mais simples e menos formais do
que o processo jurisdicional.

A arbitragem só pode ser alcançada por pessoas com mais e mais pessoas
capazes concordando sobre os direitos disponíveis. Não é obrigatório, mas as
opções podem ou não ser utilizadas a critério de ambas as partes. No campo
do trabalho, a arbitragem tem caráter constitucional (CF / 88, art. 114, § 2º,
redação dada pela EC 45/04).

No âmbito da administração pública (direta e indireta), há autorização geral à


instituição arbitral, a qual poderá ser utilizada para qualquer conflito envolvendo
direitos patrimoniais disponíveis (art. 1º, § 1º, Lei nº 9.307 / 96, a qual está
redigida como segue: Lei 13.129 / 15).

Objeto da Arbitragem

Disputas relacionadas aos direitos de propriedade disponíveis são objeto de


arbitragem. Para limitar o escopo da arbitragem, a lei primeiro faz provisões.
Nesse sentido, segue acertadamente a tendência tradicional de proteção da
atividade judiciária nacional para a revisão de questões relacionadas com
direitos de propriedade indisponíveis. No caso em que os direitos estão
disponíveis, é logicamente uma necessidade de capacidade; caso contrário, a
provisão de direitos será inválida.

Autonomia da Vontade

As partes podem escolher livremente as normas jurídicas que serão aplicadas


na arbitragem, o que reflete a autonomia da vontade da agência. Essa é uma
das grandes inovações do direito, pois não é incomum que as arbitragens
sejam obrigadas a cumprir a legislação brasileira, o que nem sempre é o
melhor para as partes. No §1 do art. 2. Lei nº 9.307, as partes podem
escolher livremente a lei aplicável, com uma única condição: zelar para não
violar a ordem pública e os bons costumes. Esse tipo de cuidado existe há
muito tempo. A capacidade de concordar com a arbitragem baseada em
princípios gerais de direito, costumes e regras de comércio internacional,
difíceis de coexistir com posições anteriormente adotadas, é agora um claro
exemplo de uma arbitragem que se esforça para criar uma coordenação
perfeita com o comércio internacional

.Usar regras da lex mercatoria, por exemplo, é perfeitamente possível, ou


pode-se simplesmente estipular o uso dos princípios gerais do direito como
regra.De qualquer forma, transparece em todas as possibilidades apontadas no
art. 2 e seus parágrafos, a esperada e desejada autonomia da vontade para os
contratos internacionais. Na sua extensão, ela alcança também os contratos
internos, ampliando os limites anteriormente estabelecidos, com o, porém de
estarem vinculados a arbitragem.
A ressalva a este ponto é um conselho aos mais descuidados: ao se optar
pelos princípios gerais do direito, os usos e costumes ou as regras
internacionais de comércio, deve-se não formular a simples menção ao meio
escolhido.

A descrição exaustiva evitando que nenhum ponto fique fora do


conhecimento de seus contratantes é o procedimento mais do que
recomendado. Bem sabemos que a alegria e o tormento dos advogados são
as cláusulas mal redigidas e os termos muito genéricos, pois trazem eles um
leque de possibilidades, de interpretações e conclusões nem sempre
desejada pelas partes.

Convenção de Arbitragem

Um do maiores problemas da lei anterior estava relacionado com a cláusula


compromissória e o compromisso arbitral. A primeira é o acordo das partes
de se submeterem à arbitragem no caso de futuros conflitos entre elas; o
segundo, acordo submetendo-as à arbitragem para solução de uma
pendência já existente. A primeira é futura e incerta; o segundo, presente e
certo.

O problema maior, no entanto, não dizia respeito às definições dos dois


termos, mas localizava-se nas consequências que tanto a cláusula como o
compromisso geravam. De um lado a cláusula compromissória representava
apenas um "pactum de compromithendo", nada mais representando do que
uma obrigação de fazer, não obrigando as partes a celebração do
compromisso. A não celebração representava apenas infração contratual,
dando lugar a responsabilidade civil. Abria-se, então, as portas à má-fé do
contratante brasileiro, que se aproveitando desta disposição, optava pela
não realização do compromisso, procurando o amparo da responsabilidade
civil nos tribunais brasileiros, cujas decisões não chegavam nem de perto,
numérica e temporariamente, a dos tribunais arbitrais estrangeiros.

Ao mesmo tempo, o compromisso era considerado válido, mas a forma


processual para o seu reconhecimento, validação e execução o tornava
oneroso demais e retirava da sua essência um de seus mais preciosos
atributos: a celeridade. Não era raro processos submetidos a arbitragem
demorarem mais do que os submetidos a jurisdição estatal para serem
solucionados.

As arbitragens internacionais realizadas no exterior também encontravam


sérios problemas para serem válidas em nosso país. Necessariamente
deveriam passar pelo crivo do Supremo Tribunal Federal. Duro, rigoroso,
poucas eram as arbitragens que recebiam o sinal verde para a execução.
Boa dose da culpa recaía sobre a parte brasileira, que ciente do rigor com a
forma de citação exigida pelo Supremo, normalmente esquivava-se do
processo arbitral e posteriormente alegava invalidade da citação.

Com este rápido panorama não fica difícil concluir porque a arbitragem no
Brasil foi cada vez mais sendo deixada de lado.

Bem verdade é que ela esteve sempre presente nos contratos


internacionais, onde goza de grande respeitabilidade, principalmente pela
seriedade que algumas câmaras arbitrais vêm trabalhando, como é o caso
da Câmara de Arbitragem da CCI de Paris e a AAA (American Arbitration
Association).

Cláusula compromissória e compromisso arbitral continuam a existir na nova


lei, mas fazem parte agora de um todo maior chamado de convenção
arbitral. A convenção configura gênero, onde o compromisso e a cláusula
compromissória são suas espécies.

Com o cuidado de definir exatamente o que vem a ser compromisso arbitral


e o que vem a ser cláusula compromissória foi dada conceituação expressa
em lei. Dessa forma, visa o legislador deixar claro a distinção entre ambos,
bem como seus efeitos.
Referencia

migalhas.com.br/depeso/conceito arbitragem

arbitragemsantos.com.br/conteudo/artigos025.htm

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