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AÇÃO RESCISÓRIA
REQUISITOS
A ação rescisória é uma ação judicial que tem como objetivo desconstituir uma decisão judicial transitada em julgado, ou seja, uma
decisão que não pode mais ser modificada pelos meios normais de recurso. A ação rescisória é uma medida excepcional e possui
requisitos específicos que devem ser observados para que seja admitida pelo Poder Judiciário. Esses requisitos estão previstos no
Código de Processo Civil brasileiro (artigos 966 a 975). Abaixo estão os principais requisitos da ação rescisória:
1. Prazo: A ação rescisória deve ser proposta dentro de um prazo específico, que é de 2 anos contados a partir do trânsito em julgado
da decisão que se pretende rescindir. Esse prazo é decadencial, ou seja, não pode ser prorrogado ou suspenso.
2. Decisão transitada em julgado: A ação rescisória só pode ser proposta contra decisões judiciais que já tenham transitado em
julgado, ou seja, que já não sejam mais passíveis de recurso. Não é possível utilizar a ação rescisória para questionar decisões ainda em
fase de recurso.
3. Fundamentos específicos: A ação rescisória deve se basear em alguns fundamentos específicos estabelecidos pela lei, como a
violação literal de lei, a existência de prova nova, a falsidade de documento, entre outros. Esses fundamentos estão enumerados no
artigo 966 do Código de Processo Civil.
4. Prejudicialidade: A decisão que se pretende rescindir deve ter prejudicado o direito do autor da ação rescisória. Isso significa que a
decisão deve ter causado prejuízo efetivo ao autor, afetando seus interesses jurídicos.
5. Inexistência de outros meios de impugnação: A ação rescisória só pode ser proposta quando não houver outros meios de
impugnação disponíveis contra a decisão. Ou seja, se ainda existirem recursos pendentes ou outros meios processuais adequados para
questionar a decisão, a ação rescisória não poderá ser utilizada.
COMPETÊNCIA
QUEM JULGA UMA AÇÃO RESCISÓRIA TRABALHISTA?
A competência para julgar uma ação rescisória é dos tribunais (TRT ou TST).
• Art. 678 - Aos Tribunais Regionais, quando divididos em Turmas, compete: (Redação dada pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968)
I - ao Tribunal Pleno, especialmente: (Incluído pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968)
a) processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios coletivos;
b) processar e julgar originariamente:
1) as revisões de sentenças normativas;
2) a extensão das decisões proferidas em dissídios coletivos;
3) os mandados de segurança;
4) as impugnações à investidura de vogais e seus suplentes nas Juntas de Conciliação e Julgamento;
c) processar e julgar em última instância:
1) os recursos das multas impostas pelas Turmas;
2) as ações rescisórias das decisões das Juntas de Conciliação e Julgamento, dos juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, das
Turmas e de seus próprios acórdãos;
3) os conflitos de jurisdição entre as suas Turmas, os juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, as Juntas de Conciliação e
Julgamento, ou entre aqueles e estas;
d) julgar em única ou última instâncias:
1) os processos e os recursos de natureza administrativa atinentes aos seus serviços auxiliares e respectivos servidores;
2) as reclamações contra atos administrativos de seu presidente ou de qualquer de seus membros, assim como dos juízes de primeira
instância e de seus funcionários.
II - às Turmas: (Incluído pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968)
a) julgar os recursos ordinários previstos no art. 895, alínea a ;
b) julgar os agravos de petição e de instrumento, estes de decisões denegatórias de recursos de sua alçada;
c) impor multas e demais penalidades relativas e atos de sua competência jurisdicional, e julgar os recursos interpostos das decisões das
Juntas dos juízes de direito que as impuserem.
Parágrafo único. Das decisões das Turmas não caberá recurso para o Tribunal Pleno, exceto no caso do item I, alínea "c" inciso 1, deste artigo.
• Já no Tribunal Superior do Trabalho, de acordo com a Lei 7.701/88, os processos serão divididos em
Turmas e seções especializadas para a conciliação e julgamento de dissídios coletivos (SDC) de natureza
econômica ou jurídica e de dissídios individuais (SDI), respeitada a paridade da representação classista:
• Exemplos:
Se o trânsito julgado ocorrer junto ao TST a competência de julgamento será do próprio TST.
Caso ocorra no STF será competente ao STF julgar a ação rescisória.
LEGITIMIDADE
Art.836 Súmula 407 – TST
LEGITIMIDADE
-> partes
-> sucessor (a título singular ou universal)
-> MP (conforme a Súmula 407 do TST, o MP tem legitimidade ativa para ajuizar ação
rescisória em qualquer hipótese em que houver interesse público envolvido)
-> Terceiro juridicamente interessado
-> Aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção (ex.:
litisconsórcio passivo necessário).
JUÍZO
RESCINDENDO E
RESCISÓRIO
Segundo a doutrina ensina que o julgamento de mérito da ação
rescisória pelo órgão colegiado do tribunal normalmente compreende
duas etapas:
AÇÃO RESCISÓRIA. ERRO DE FATO. O conceito de erro de fato deve ser compreendido como um equívoco de apreciação
ou de percepção das provas trazidas aos autos do processo. Desse modo, o erro de fato que autoriza a ação rescisória é o
que se verifica quando a decisão leva em consideração fato inexistente nos autos ou desconsidera fato inconteste nos
autos, e que isto seja, por si só, capaz de modificar o resultado do julgamento. Acolho o pedido, e julgo procedente a
presente ação rescisória para rescindir a decisão subjacente e proferir novo julgamento, conforme disposto no art. 974 do
CPC. (TRT-3 - AR: 00117728720195030000 MG 0011772-87.2019.5.03.0000, Relator: Vicente de Paula M. Junior, Data de
Julgamento: 15/09/2021, 2a Secao de Dissidios Individuais, Data de Publicação: 15/09/2021.)
DOS FATOS
Ementa
1. A propositura da ação rescisória na justiça do trabalho está sujeita ao depósito prévio de 5% do valor da causa,
salvo prova de miserabilidade jurídica do autor.
2. É cabível ação rescisória, por violação do art. 896, “a”, da Consolidação das Leis do Trabalho, contra decisão que
não conhece de recurso de revista, com base em divergência jurisprudencial ou afronta direta e literal à Constituição
Federal.
3. No processo do trabalho, em matéria de ação rescisória, o litisconsórcio é necessário apenas em relação ao polo
passivo da demanda.
4. O prazo de decadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente subsequente ao trânsito em julgado da
última decisão proferida na causa, desde que seja de mérito.
5. Questões de ordem processual nunca poderão ser objeto de pretensão de corte rescisório.
CORRETA 3: No processo do trabalho, em matéria de ação rescisória, o litisconsórcio é necessário apenas em relação
ao polo passivo da demanda.
Com amparo no quanto sumulado pelo Tribunal Superior do Trabalho, indique a alternativa INCORRETA:
2- A decisão homologatória de cálculos apenas comporta rescisão quando enfrentar as questões envolvidas na
elaboração da conta de liquidação, quer solvendo a controvérsia das partes, quer explicitando, de oficio, os motivos
pelos quais acolheu os cálculos oferecidos por uma das partes ou pelo setor de cálculos e não contestados pela outra.
3- A legitimidade ad causamdo Ministério Público do Trabalho para propor ação rescisória, ainda que não tenha
sido parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não está limitada às alíneas a e b do artigo 487, III, do
CPC.
4- A ação rescisória calcada em violação de lei admite reexame de fatos e provas do processo que originou a
decisão rescindenda.
5- E incabível ação rescisória, por violação do artigo 896, a, da CLT, contra decisão que não conhece de recurso
de revista, com base em divergência jurisprudencial.
INCORRETA 4: A ação rescisória calcada em violação de lei admite reexame de fatos e provas do processo que originou a
decisão rescindenda.