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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL

CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE

Mediação e
Arbitragem
CURSO: Direito
NOME DO DOCENTE: Leonardo de Deus Prado
Capítulo 4
Introdução à Arbitragem no Direito
Brasileiro

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Lei 9.307/96 e sua constitucionalidade

▰ A Lei 9.307/96 que dispõe sobre arbitragem teve alguns


pontos questionados em arguição incidental de
inconstitucionalidade nos autos de homologação de sentença
estrangeira, que tramitou no STF por mais de cinco anos.

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Lei 9.307/96 e sua
constitucionalidade
▰ Após vários debates, o STF decidiu por maioria pela
constitucionalidade desses dispositivos, garantindo a
efetividade da arbitragem no ordenamento brasileiro.

▰ Observação: Informativo STF, n. 254 – SE 5.206 – Espanha


Agravo Regimental, Relator Ministro Sepúlveda Pertence,
julgamento em 12 de dezembro de 2001.

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Lei 9.307/96 e sua
constitucionalidade
▰ Analisando a discussão que dizia respeito à autonomia da
cláusula compromissória, o pacto de arbitragem feito antes do
surgimento do litigio.
▰ Pela Lei, declarada constitucional pelo STF, a recusa em
cumprir a cláusula daria ensejo ao ajuizamento de ação
especial, com objetivo de obter em juízo o suprimento judicial
da vontade não manifestada – realização da arbitragem.

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Lei 9.307/96 e sua constitucionalidade

▰ Com base nesse sentido, prevaleceu o entendimento de que a


livre manifestação da vontade, a previsibilidade das
consequências do ato e a existência de lei clara sobre a
matéria seriam suficientes para afastar qualquer alegação de
inconstitucionalidade.

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Arbitragem no CPC/15

▰ O CPC/15 traz diversos dispositivos relativos à arbitragem,


destacando que ele aprimorou pontos controvertidos no
regime anterior, como por exemplo, efetivação do efeito
vinculante da convenção de arbitragem, analise das medidas
urgentes pré-arbitrais, efetivação de medidas urgentes e
constritivas, ação de anulação da sentença arbitral,
cumprimento e a homologação da sentença arbitral.

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Deveres do arbitro

▰ Os deveres dos árbitros estão bem definidos na Lei


9.307/96 no art. 13, § 6º, devendo agir com imparcialidade,
independência, competência diligencia, discrição,
cooperação e revelação.

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Deveres do arbitro

▰ Quanto à imparcialidade e à independência, são atributos


inegociáveis tanto do arbitro como do juiz, destacando que a
probabilidade de eventual conflito de interesse entre o arbitro e
as partes é maior do que na esfera judicial, não apenas pelas
próprias restrições legais dos juízes, mas também pelo fato de
que a indicação cabe, via de regra, à própria parte.

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Deveres do arbitro

▰ Assim, podemos falar que os deveres de imparcialidade e


independência na arbitragem tem uma amplitude maior do que
as hipóteses de impedimento e suspeição previstas no CPC.

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Deveres do arbitro

▰ Quanto aos requisitos de competência, diligencia e


discrição, estes são relacionados à capacidade do arbitro
de aplicar seus conhecimentos à luz do caso concreto e de
atuar com desenvoltura e eficiência, sem buscar holofotes
para si.

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Deveres do arbitro

▰ O dever de revelação – disclosure, que compreende a


obrigação do arbitro de desnudar, revelar e indicar qualquer
situação capaz de comprometer a sua isenção ou que o
impede de atuar naquele processo arbitral.

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Deveres do arbitro

▰ Por ultimo, o dever da cooperação que no âmbito da


arbitragem deve ser entendido como um principio que deve
permear toda atividade jurisdicional, inclusive nas relações
internacionais e institucionais, garantindo coesão,
integridade e unicidade sistêmica, isto é, só é possível agir
com cooperação quando todos os personagens do conflito
estão irmanados nesse espirito.
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Deveres do arbitro

▰ Assim, falamos que a cooperação deve existir entre todos os


órgãos jurisdicionais instados a desempenharem qualquer
atividade no processo.

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Deveres do arbitro

▰ Além de todos os atos processuais típicos que podem ser


realizados em cooperação entre arbitro e juiz, como por
exemplo carta arbitral para intimação de testemunha,
cumprimento forçado de sentença arbitral, temos ainda a
conexão entre a justiça arbitral e justiça estatal – ação
anulatória, ação para lavratura do compromisso arbitral,
concessão de tutela de urgência sujeitas à confirmação pelos
árbitros, podemos apontar ainda a realização de atos
concertados entre juiz arbitral e Poder Judiciário. 15
Deveres do arbitro
▰ Ao analisarmos os incisos I a VII do art. 69, §2º do CPC, temos que os
concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros, no
estabelecimento de procedimento para:
▰ I – pratica de citação, intimação ou notificação de ato;
▰ II – a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos;
▰ III – a efetivação de tutela provisória;
▰ IV – a efetivação de medidas e providencias para recuperação e preservação de
empresas;
▰ V – a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação
judicial;
▰ VI – a centralização de processos repetitivos; 16
▰ VII – a execução de decisão jurisdicional.
Deveres do arbitro

▰ De um modo geral, a cooperação pressupõe divisão de


tarefas, redistribuição de responsabilidades e um pacto de
trabalho, em que todos aqueles que participam do processo,
incluindo o julgador, as partes e seus advogados, devem
estar em busca da justa composição do litigio com brevidade
e eficácia.

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Deveres do arbitro

▰ Podemos ainda citar um exemplo que é considerado


violação do dever de cooperação:
▰ Autor ingressa no Judiciário para pleitear tutela de urgência,
sem nenhuma justificativa e ignorando a existência – seja na
convenção de arbitragem, seja no regulamento da instituição
arbitral – de previsão de arbitro de emergência para tal
finalidade, e o Réu levanta essa questão, o Autor deve ser
penalizado por litigância de má-fé, pois no mínimo agiu de
modo temerário, nos termos do art. 80, V do CPC; 18
Deveres do arbitro

▰ Por fim, devemos ressaltar que a cooperação não é uma


carta branca para os julgadores cometerem arbitrariedades e
aplicarem sanções indiscriminadamente, pois:

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Deveres do arbitro

▰ primeiro a cláusula geral de cooperação não permite que os


julgadores apliquem de forma abstrata eventuais penalidades
à partes e aos demais sujeitos do processo;

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Deveres do arbitro

▰ segundo, porque o próprio julgador (juiz ou arbitro) pode


responder civilmente em casos de condutas anticooperativas;

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Deveres do arbitro

▰ terceiro, porque qualquer decisão pressupõe fundamentação


adequada, estando sujeita a eventual impugnação em
momento próprio.

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Deveres do arbitro

▰ Assim, concluímos que a violação do dever de cooperação,


em algumas situações conectadas à arbitragem, pode ensejar
punições em âmbito judicial, o que, exige fundamentação
analítica e prévia observância do contraditório.

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OBRIGADO(A) !
Leonardo de Deus Prado

leonardo@pradoepradoadvogados.com.br

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