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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL

CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE

Mediação e
Arbitragem
CURSO: Direito
NOME DO DOCENTE: Leonardo de Deus Prado
Capítulo 5 – parte 1
Procedimento arbitral

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Primeiras regras procedimentais

▰ A flexibilidade é a principal característica do procedimento


arbitral, pois as partes possuem liberdade para estabelecer as
regras de desenvolvimento e estipular o procedimento a ser
seguido, inclusive o da própria instituição arbitral escolhida.

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Primeiras regras procedimentais

▰ Observação: é importante que sejam respeitados os princípios


do contraditório, igualdade das partes, imparcialidade do
arbitro e de seu livre convencimento, estudado a seguir.

▰ Portanto, o procedimento arbitral deve ser guiado pelas regras


da convenção de arbitragem, escolhidas livremente ou
previstas no regulamento da instituição escolhida.

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Primeiras regras procedimentais

▰ Mesmo que as partes escolham pelas regras das instituições


arbitrais, podem, de forma excepcional, negociar, por
exemplo, o prazo para prolação da sentença arbitral.

▰ Não é recomendável que as partes peguem regras de


instituições diferentes para um procedimento arbitral, pois
pode gerar instabilidades e incompatibilidades.
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Primeiras regras procedimentais

▰ Por fim, destaca-se que não tendo previsão na convenção ou


no regulamento da instituição arbitral, cabe ao arbitro
eventuais controvérsias sobre o procedimento.

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Princípios formadores

▰ Como destaque anterior, em que se pese a autonomia das


partes (flexibilidade) para elaboração das regras do
procedimento arbitral, deve-se ainda respeitar os princípios
do contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade
do arbitro e do seu livre convencimento, da seguinte forma:

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Princípios formadores

▰ Contraditório: especificamente para o procedimento


arbitral, cabe ao arbitro observar o direito das partes
apresentarem seus argumentos, produzirem provas,
manifestarem nos autos, como ocorre no procedimento
judicial.

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Princípios formadores

▰ Igualdade das partes: seguindo a lógica aristotélica, tratar


igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de
sua desigualdade, pois atualmente, a igualdade procurada é a
igualdade imaterial, não mais perante a lei, mas através da lei,
isto é, compete ao arbitro zelar pela igualdade das partes,
evitando qualquer privilegio e garantindo as mesmas
oportunidades.
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Princípios formadores

▰ Imparcialidade e livre convencimento do arbitro: o arbitro


de agir e conduzir o procedimento de modo imparcial e
independente e tampouco dar margem para suspeitas
quanto à integridade, honestidade e idoneidade.
▰ E especificamente para o procedimento arbitral, pode-se
apontar que não é um mero livre convencimento, mas sim
de um convencimento baseado nos fatos e nas provas do
processo, isto é, não pode ser entendido como livre-
arbítrio para decidir. 10
Instauração da arbitragem

▰ A arbitragem começa com a apresentação do requerimento


arbitral pelo Requerente.
▰ Caso essa apresentação ocorra diante de uma instituição
arbitral, o conteúdo deste formulário pode variar, segundo
regras especificas de tal instituição, sendo que o Requerente
deve comprovar a existência de clausula arbitral, identificar
o objeto do conflito, apresentar causa de pedir e pedido, e
requerer a nomeação dos árbitros.
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Instauração da arbitragem

▰ Assim, nesse momento é apenas a vontade de instaurar o


procedimento arbitral através do requerimento, que é
semelhante a um formulário preenchido segundo os critérios
da instituição arbitral escolhida, formalizando a vontade de
iniciar o procedimento, isto é, não estamos diante do
Tribunal Arbitral nessa fase, por isso não faz sentido
indicação de teses jurídicas.
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Instauração da arbitragem

▰ Em relação à citação da parte contraria, deve-se respeitar as


regras institucionais e geralmente é feita por via postal,
pessoalmente e com comprovante de recebimento no
endereço do requerido (Observação: 3ª Turma do STJ –
REsp 1.840.466).

▰ Observação: Ainda sobre a citação é importante que o


requerido tenha poderes para tanto.
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Instauração da arbitragem

▰ Após manifestação do requerido e a nomeação do arbitro,


as partes assinarão o termo de arbitragem, no qual
definirão as regras do procedimento, delimitarão os pontos
controvertidos, criarão um cronograma com as etapas do
procedimento com estipulação de prazos a serem
cumpridos.

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Instauração da arbitragem

▰ Logo após, a entidade arbitral fará a nomeação do arbitro


eleito pelas partes, colhendo sua aceitação e conferindo
jurisdição e segundo o art. 19 da Lei de Arbitragem é que
“considera-se instituída a arbitragem quando aceita a
nomeação pelo arbitro, se for o único, ou por todos, se forem
vários.”
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Instauração da arbitragem
▰ Essa data é importante, pois é a partir dela que se conta o
prazo para ser proferida a sentença arbitral, salvo se as
partes pactuarem diferente.
▰ De igual forma, a partir dessa data é que o arbitro tem
jurisdição para apreciar medidas urgentes.
▰ A partir dessa data também é possível que as partes
suscitem questões relativas à suspeição ou impedimento
do arbitro, bem como eventual nulidade ou ineficácia da
convenção de arbitragem.

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Instauração da arbitragem

▰ Outro aspecto importante acerca da data de instauração da


arbitragem, é que ela interrompe a prescrição, retroagindo
à data do requerimento de sua instauração, sendo similar a
regra da prescrição no procedimento judicial previsto no §
1º do art. 240 do CPC.

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Instauração da arbitragem
▰ Uma vez constituído o tribunal arbitral, pode ocorrer de o
arbitro ou tribunal entender que é preciso explicitar
alguma questão disposta na convenção de arbitragem para
eliminar alguma contradição ou sanar alguma dúvida, e
juntamente com as partes, será elaborado um adendo que
será parte integrante da convenção, nos termos do § 1º do
art. 19.
▰ Por fim, havendo qualquer discussão sobre a instauração
da arbitragem que inviabiliza a assinatura do
compromisso arbitral, a questão deve ser resolvida pelo
Judiciário, nos termos do art. 7º da Lei de Arbitragem.
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Arguição de questões

▰ Se uma das partes quiser, pode arguir questões relativas à


competência ou suspeição/impedimento dos árbitros e à
invalidade/ineficácia da convenção de arbitragem, deve
fazer na primeira oportunidade que tiver de se manifestar,
após a instituição da arbitragem.

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Arguição de questões

▰ Isso é importante, pois trata-se de regra de preclusão, que


pretende regular e otimizar o procedimento da arbitragem,
a fim de que se viabilize a substituição do arbitro
impedido ou suspeito ou ate mesmo a extinção da
arbitragem para evitar uma série de atos desnecessários.

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Arguição de questões

▰ Dessa forma, as questões devem ser suscitadas pelas partes


assim que os árbitros assumirem suas funções, como por
exemplo no Direito Frances, no caso AVAX x TECNIMONT
que reforça o entendimento de que se a parte não impugnou
o arbitro no processo arbitral, não pode questionar o fato em
ação anulatória.
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Arguição de questões

▰ A exceção da regra ao arbitro deve ser dirigida diretamente a


ele ou ao presidente arbitral, e o julgamento da questão pode
ser feito pelo próprio painel de árbitros ou por órgão
específico previsto nos tribunais arbitrais.

▰ Se a arguição for acolhida, o arbitro será substituído nos


termos do art. 16 da Lei 9.307/96 ou se as partes escolheram
a arbitragem intuito personae, quando, então será extinta, nos
termos do art. 20, § 1º. 22
Arguição de questões

▰ Se a arguição não for acolhida, o procedimento seguira


normalmente, mas a questão poderá ser analisada futuramente
pelo Judiciário em eventual ação anulatória, nos termos do
art. 33 da Lei de arbitragem.

▰ Se ocorrer vicio superveniente, quando, por exemplo se


descobre durante o processo arbitral, deve ser assegurado às
partes, momento oportuno para arguir a suspeição ou
impedimento do arbitro sem questionar preclusão. 23
Arguição de questões

▰ Se nesse momento, for reconhecida a nulidade, invalidade ou


ineficácia da convenção de arbitragem, o procedimento será
extinto, permitindo que as partes busquem o Judiciário, caso
queiram, sob pena de violar o livre exercício do direito de
ação.

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Arguição de questões

▰ Importante também apontar que se o arbitro rejeitar suas


jurisdição para o caso ou considerar a existência de algum
vicio na convenção de arbitragem, a matéria não poderá ser
revista ou modificada pelo Judiciário, e cabendo ao órgão
estatal, se acionado, examinar o conflito, conforme art, 5º,
XXXV da CF.

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OBRIGADO(A) !
Leonardo de Deus Prado

leonardo@pradoepradoadvogados.com.br

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