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COMO FUNCIONA O PROCESSO DA ARBITRAGEM, QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS QUE

NORTEIAM A ARBITRAGEM E QUAIS SEUS EFEITOS JURÍDICOS?

O processo arbitral, de maneira geral, inicia com a vontade das partes conflitantes,
com o intuito de dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis, neste viés as
próprias partes podem escolher o árbitro, conforme a parte introdutória da lei de arbitragem
(Lei nº 13.129 de 2015) e também seu art. 1º, § 1º. Ato contínuo, a lei 9.307/1996 em seu
artigo 21 explica que:

Art. 21. A arbitragem obedecerá ao procedimento estabelecido pelas partes


na convenção de arbitragem, que poderá reportar-se às regras de um órgão
arbitral institucional ou entidade especializada, facultando-se, ainda, às partes
delegar ao próprio árbitro, ou ao tribunal arbitral, regular o procedimento.

§ 1º Não havendo estipulação acerca do procedimento, caberá ao árbitro


ou ao tribunal arbitral discipliná-lo.

§ 2º Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios


do contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu
livre convencimento.

§ 3º As partes poderão postular por intermédio de advogado, respeitada,


sempre, a faculdade de designar quem as represente ou assista no
procedimento arbitral.

§ 4º Competirá ao árbitro ou ao tribunal arbitral, no início do


procedimento, tentar a conciliação das partes, aplicando-se, no que
couber, o art. 28 desta Lei.

Ou seja, a arbitragem, como a mediação, é um procedimento que visa resolver os


conflitos no qual as partes definem que uma pessoa ou uma entidade privada irá solucionar
a controvérsia apresentada pelas partes, sem a participação do Poder Judiciário.

No que tange aos princípios que norteiam a arbitragem, A própria lei Arbitral (Lei nº
9.307/96) é fundamentada nos seguintes princípios: contraditório; igualdade das partes; da
imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento. Conforme o artigo que diante segue:

“Art. 21. A arbitragem obedecerá ao procedimento estabelecido pelas partes


na convenção de arbitragem, que poderá reportar-se às regras de um órgão
arbitral institucional ou entidade especializada, facultando-se, ainda, às partes
delegar ao próprio árbitro, ou ao tribunal arbitral, regular o procedimento.

§ 1º Não havendo estipulação acerca do procedimento, caberá ao árbitro ou


ao tribunal arbitral discipliná-lo.

§ 2º Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios do


contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de
seu livre convencimento.”
[...]

Princípio do contraditório: de maneira geral, este princípio se baseia na ideia da possibilidade


de informação e de reação sobre questões relevantes ao julgamento da causa, garantida a
apresentação das respectivas provas a seu respeito.

Princípio da Igualdade das partes: No que tange à igualdade, o árbitro deve tratar de maneira
igualitária as partes, conferindo-lhes as mesmas oportunidades, sendo vedado a ele conceder
qualquer tipo de privilégio a uma delas.

Princípio da Imparcialidade do árbitro: É “característica indissociável da jurisdição”,[14] de


modo que é imposta ao árbitro em toda sua atuação no procedimento arbitral.

Princípio do seu livre convencimento: O livre convencimento, por sua vez, corresponde à
liberdade a qual possui o árbitro para apreciar e avaliar as provas existentes no processo, de
forma a constituir livremente sua convicção.

Em que pese, ao tratar dos efeitos da arbitragem no mundo jurídico, a arbitragem


possui diversos efeitos e a lei cria maior compromisso e confiança entre as partes envolvidas
no conflito aparente. Entre as partes os efeitos jurídicos podem ser definidos primeiramente
na exclusão do Poder Judiciário para solucionar os conflitos e a submissão das partes à
sentença arbitral, que só podem recorrer ao Poder Judiciário no caso de nulidade ou extinção
do compromisso, consequentemente, apenas para rever questões formais.

RESUMO DO VÍDEO WEBINAR: 5 ANOS DA LEI N 13.129 DE 2015

No início do vídeo o Dr. Eduardo Parente faz a seguinte pergunta: “Será que com
todas as diferenças da arbitragem para o processo estatal, poderíamos dizer que existe uma
ordem jurídica arbitral, e se ela existe ela é uma ordem típica ou é como aquelas que estamos
acostumados a escutar?”.

A arbitragem não consegue fugir da teoria geral do processo, e qualquer tentativa de


se deslocar dessa linha, aparenta ser um caminho sombrio a ser percorrido. Mas, quais são
os grandes elementos que identificam o processo arbitral e o processo estatal? O processo
arbitral possui como pressuposto maior a vontade das partes. A lei da arbitragem é uma lei
basicamente processual, pois é uma lei que regula e integra o conceito de devido processo
arbitral de forma concreta. A forma que a arbitragem lida com o direito material é diferente de
como a teoria do processo lida com o direito material, pois na arbitragem as partes possuem
autonomia para eleger o direito material que regerá a relação contratual, e que vai reger o
necessário julgamento dos árbitros.

A Dra. Letícia Zuccolo fala sobre a dificuldade de haver arbitragem com o Poder
Público, visto que o esse deve ser transparente com o público, dando-lhes acesso ao que
acontece. Entretanto, em uma sessão de arbitragem podem existir documentos relacionados
a outra parte que muitas vezes não podem ser divulgados, dando dificuldade ao Poder
Público de permitir acesso á tudo o que vem acontecendo. Trás também sobre a
desvantagem de realizar uma sessão de arbitragem contra o Poder Público, pois o particular
deverá pagar as custas iniciais para que assim haja a sessão de arbitragem, e caso o
particular vença, ele terá que aguardar na fila do precatório para ser pago pelo Poder Público.

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