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Justiça Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

14/06/2023

Número: 1058215-63.2023.4.01.3400
Classe: AÇÃO POPULAR
Órgão julgador: 1ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 14/06/2023
Valor da causa: R$ 1.000,00
Assuntos: Comunicação Social, Radiodifusão
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
EDUARDO RODRIGO FERNANDES RIBEIRO (AUTOR) ALEXANDRE BISSOLI (ADVOGADO)
UNIÃO FEDERAL (REU)
JOSE JUSCELINO DOS SANTOS REZENDE FILHO (REU)
PARTIDO DOS TRABALHADORES (REU)
GLEISI HELENA HOFFMANN (REU)
JILMAR AUGUSTINHO TATTO (REU)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
16654 14/06/2023 14:33 Petição inicial Petição inicial
44481
16654 14/06/2023 14:33 Inicial Inicial
44485
16654 14/06/2023 14:33 1 - Quitação Documento Comprobatório
44490
16654 14/06/2023 14:33 2 - Procuração Procuração
79446
16654 14/06/2023 14:33 3 - Folha Documento Comprobatório
79450
16654 14/06/2023 14:33 4 - Estado Documento Comprobatório
79451
16654 14/06/2023 14:33 5 - G1 Documento Comprobatório
79452
16654 14/06/2023 14:33 6 - CNN Documento Comprobatório
79453
16654 14/06/2023 14:33 7 - PT Documento Comprobatório
79455
16654 14/06/2023 14:33 8 - Deliberação EC Documento Comprobatório
79456
Petição inicial anexa

Assinado eletronicamente por: ALEXANDRE BISSOLI - 14/06/2023 14:32:59 Num. 1665444481 - Pág. 1
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Número do documento: 23061414274172600001649063671
ALEXANDRE BISSOLI
ANDRÉ MELO AMARO BISSOLI ADVOGADOS
BRENNO MARCUS GUIZZO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA _ª VARA


FEDERAL DE BRASÍLIA

EDUARDO RODRIGO FERNANDES RIBEIRO (Doc. 1), brasileiro, solteiro,


farmacêutico bioquímico, Presidente do Diretório Nacional do Partido NOVO,
portador do

vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado subscritor


(Doc. 2), ajuizar AÇÃO POPULAR C/C PEDIDO LIMINAR DE TUTELA DE
URGÊNCIA, em face da UNIÃO,

Brasília/DF; JOSÉ JUSCELINO DOS SANTOS REZENDE FILHO, Ministro de


Estado das Comunicações,

PARTIDO DOS TRABALHADORES – DIRETÓRIO NACIONAL, inscrito no

; GLEISI HELENA HOFFMANN, Presidente do


Partido dos Trabalhadores (PT), Deputada Federal,

;e
JILMAR AUGUSTINHO TATTO, Secretário de Comunicações do Partido dos
Trabalhadores (PT), Deputado Federal,

na
qualidade de concorrentes ao ato impugnado, pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos.
Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3.530 – conj. 81 – Jardim Paulista – CEP 01402-001 – SÃO PAULO/SP
TEL. +5511 3051-6077 – www.bissoliadv.com.br

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BISSOLI ADVOGADOS
I. DOS FATOS

1. – No dia 06.06.2023, a Folha de São Paulo veiculou, em sua coluna Painel, notícia
intitulada “PT pede ao Ministério das Comunicações para ter seus próprios canais de TV e
rádio” (Doc. 3)1. Conforme narra a peça jornalística, o correquerido PARTIDO DOS
TRABALHADORES (PT), nas pessoas de sua respeitável presidente GLEISI HELENA
HOFFMANN e r. secretário do Comunicação JILMAR AUGUSTINHO TATTO,
enviou um pedido ao Ministério das Comunicações, atualmente chefiado pelo e.
correquerido Ministro JOSÉ JUSCELINO DOS SANTOS REZENDE FILHO, para que
fosse a ele outorgado concessão de canal de televisão e rádio vagos.

2. – Segundo as alegações da agremiação, um canal de rádio e televisão daria


margem à melhora na prestação de contas, a uma promoção de educação política, à
promoção de propostas e ao incentivo à participação política. Isso se justificaria por
serem estes deveres partidários decorrentes da Constituição e de seu próprio Estatuto.

3. – Nas palavras transcritas pelo veículo midiático, a concessão de canais ao PT


permitiria que a participação política fosse “além dos simples ato de votar”, para que fosse
adotada “uma verdadeira pedagogia de participação político-partidária”. O envio do referido
ofício foi, então, noticiado por uma variedade de outros veículos, como O Estado de
São Paulo (Doc. 4)2, G1 (Doc. 5)3 e CNN Brasil (Doc. 6)4, para citar alguns exemplos.
Ato contínuo, o mesmo fato foi noticiado pelo site oficial do PT (Doc. 7)5. Da soma do
quanto exposto por todos os meios citados, depreende-se que o partido argumentou,
ainda, que a outorga de canais públicos de rádio e televisão permitiria ao partido
“ampliar as suas redes, hoje digitais, levando à sociedade informações com credibilidade,
incentivo à participação e formação política” e que a programação dos canais não
equivaleria a mera propaganda partidária, na medida que visaria a atender “à função
partidária de construção ascendente de participação política” e tornar possível “o

1Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2023/06/pt-pede-canais-de-tv-e-radio-ao-ministerio-das-


comunicacoes.shtml acesso em 13 jun. 2023.
2Disponível em: https://www.estadao.com.br/politica/pt-pede-ao-governo-lula-autorizacao-para-ter-um-canal-de-tv/ acesso em
13 jun. 2023.
3Disponível em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/06/07/pt-pede-autorizacao-ao-ministerio-das-comunicacoes-para-ter-
canal-de-tv-aberta-e-radio-proprios.ghtml, acesso em 13 jun. 2023.
4 Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/pt-faz-solicitacao-para-ter-seus-proprios-canais-abertos-de-radio-e-
televisao/, acesso em 13 jun. 2023.
5Disponível em: https://pt.org.br/pt-solicita-ao-ministerio-das-comunicacoes-sua-propria-concessao-publica-de-radio-e-tv/,
acesso em 13 jun. 2023.

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BISSOLI ADVOGADOS
aprofundamento de debates complexos e promoção da educação política mais completa e efetiva
aos cidadãos brasileiros que se interessassem”.

4. – A pretensão partidária externada por meio do referido ofício ao Ministro das


Comunicações revela a elaboração de planos que não se coadunam com o Estado
Democrático de Direito brasileiro, a despeito do esforço laborado pelos correqueridos
para argumentar em sentido contrário. Conforme restará demonstrado, a concessão de
canal de radiodifusão para partido político é conduta vedada por nosso sistema
jurídico em função de diversos motivos, de modo que a presente Ação Popular se
revela meio idôneo para preservar os bens jurídicos sob ameaça. É o que se mostrará
na sequência.

II. DO CABIMENTO DE AÇÃO POPULAR

(i). Da legitimidade passiva

5. – Todos os cinco Correqueridos estão envolvidos com a consecução dos fatos


narrados e, nos termos do art. 6º da Lei 4.717/65, têm de figurar no polo passivo.

Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou


privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as
autoridades, funcionários ou administradores que houverem
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato
impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade
à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.

6. – GLEISI HOFFMANN e JILMAR TATTO concorreram para formular e enviar o


ofício em questão, e, portanto, são perpetradores da conduta que dá razão à presente
Ação Popular. O mesmo vale para o PARTIDO DOS TRABALHADORES, presentado
no ato impugnado por sua Presidente e Secretário de Comunicações, que em seu nome
agiam.

7. – A UNIÃO FEDERAL, por sua vez, é a pessoa jurídica de direito público à qual
está subordinada o Ministério das Comunicações, a quem, na pessoa de seu Ministro
JUSCELINO FILHO, se endereçou o referido ofício. Mais importante, contudo, é
anotar que cumpre à UNIÃO e a JUSCELINO FILHO o papel de dar seguimento ou
não ao pedido veiculado no ofício, de modo que a sua presença do polo passivo é
fundamental para que o objetivo final desta Ação Popular – a saber, o não seguimento
do pleito partidário eivado de ilegalidade – possa encontrar efetivação.

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BISSOLI ADVOGADOS
(ii). Da disponibilização de documentos e informações

8. – O ofício enviado pelo Partido dos Trabalhadores ao Ministério das


Comunicações, a despeito de sua vital importância, não se encontra disponível para
acesso à população em geral. Os trechos que se fizeram disponíveis são tão somente
aqueles transcritos pelas matérias jornalísticas ora anexadas.

9. – Esse transparência restrita, contudo, não condiz com a importância e


centralidade que o tema demanda. Por isso, requer-se desde já juntem os
Correqueridos – seja aqueles do eixo pertencente ao PT, seja aqueles vinculados à
União – a íntegra do ofício em questão e prestem informações quanto a eventuais
seguimentos dados à matéria.

(iii). Do objeto da presente ação

10. – A Lei 4.717/65 define, em seu art. 2º, que:

Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades


mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade
observar-se-ão as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se
incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância
incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à
existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato
importa em violação de lei, regulamento ou outro ato
normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de
fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente
inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o
ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou
implicitamente, na regra de competência

11. – No presente caso, conforme ficará demonstrado, está-se diante de expediente


que visa a uma ilegalidade (art. 2º, “c” da Lei da Ação Popular), a saber, a outorga de

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concessão de veículo de radiodifusão a partido político. Por isso, a Ação Popular é o
meio hábil para se coibir que a ilegalidade siga em frente.

12. – É por meio dela que um cidadão pode exercitar o seu direito e zelar pela higidez
do sistema republicano brasileiro, tal como se pretende fazer através da presente. A
ilegalidade teve início e, mesmo que em total desconformidade com o art. 10 e ss. do
Regulamento dos Serviços de Radiodifusão – que regra o procedimento correto para a
outorga de concessões –, demanda a reprimenda deste Poder Judiciário para que se
certifique nenhum passo a mais seja dado em direção ao despropósito que é a outorga
de canal televisivo e de rádio a partido político.

III. DO MÉRITO

(i). Dos princípios norteadores do sistema de radiodifusão brasileiro

13. – O art. 221 da Constituição Federal positiva quais são os princípios que devem
ser atendidos pela produção e programação das emissoras de rádio e televisão da
seguinte forma:

Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e


televisão atenderão aos seguintes princípios:
I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas;
II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à
produção independente que objetive sua divulgação;
III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística,
conforme percentuais estabelecidos em lei;
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

14. – A elaboração de um canal televisivo e de rádio voltado a “ampliar as redes” do


partido e promover uma “verdadeira pedagogia de participação político-partidária”,
tudo sob o viés inescapável da influência partidária que daria nome ao veículo,
certamente anda na contramão dos princípios constitucionais listados.

15. – Ainda que disfarçado sob o manto de “formação política” e “informações com
credibilidade”, é claro que o conteúdo de uma rede de radiodifusão partidária seria,
por sua natureza, também partidário. As finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas o seriam apenas no diapasão que servisse aos interesses do partido
proprietário dos canais. A promoção da cultura nacional e regional e o estímulo à

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produção independente, igualmente, estariam sempre ladeados pelos objetivos
políticos partidários.

16. – Não se busca afirmar aqui que todos os canais de radiodifusão são isentos e que
aquele que fosse propriedade de um partido político fugiria à regra. A questão cinge-
se, tão somente, ao fato de que as ideologias dos meios de radiodifusão atuais não se
confundem com uma determinada ideologia político-partidária, como seria o caso de
uma eventual “TV PT”. E isso, é claro, foge por completo dos objetivos que balizam a
outorga estatal de redes de radiodifusão.

17. – Essa linha de raciocínio pode ser derivada analogamente daquela que rege as
vedações a parlamentares serem proprietários de veículos de telecomunicação. É o que
faz Marcio Iorio Aranha, ao ponderar:

[A] ampliação dos potenciais partícipes societários em radiodifusoras


se deu mediante ajuste constitucional que evidencia como imprópria
a ingerência política em tais empresas senão nos limites estritos
definidos na legislação eleitoral, ou seja, nos limites estritos da
propaganda partidária (arts. 45 a 49 da Lei 9.096/1995) e eleitoral (arts.
44 a 57 da Lei 9.504/1997). Cotejada com os princípios da comunicação
social presentes no art. 221 da Constituição Federal de 1988, a nova
redação do art. 222 pós EC 36/2002 veda a presença disruptiva de
partidos políticos na matriz societária de empresas de radiodifusão.
(...) O que se segue é mera repercussão dos argumentos expostos. Se
o regime jurídico dos partidos é incompatível com a presença
societária nas empresas de radiodifusão por seus princípios diretores
de preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas, promoção da cultura nacional, entre outros, que
evidenciam como impróprio o direcionamento da atividade a
finalidades partidárias, pelas mesmas razões, a presença do
parlamentar, enquanto aquele que movimenta o ambiente partidário
nas instituições democráticas, estaria vedada. A diferença encontra-
se no fato de que o parlamentar não é, em essência, sempre
parlamentar, como ocorre com o partido político. Por isso, a limitação
sobre o parlamentar o afetaria, tão somente, enquanto investido na
função, resultando em ajustes societários sofisticados que o
afastassem da propriedade direta da empresa.6

18. – É dizer: se os princípios da radiodifusão são incompatíveis com a propriedade


de veículos por parlamentares, por consequência também eles também serão com a
propriedade por agremiações partidárias, que, ao contrário daqueles, são, a todo

6ARANHA, Marcio Iorio. Direito das telecomunicações e da radiodifusão: histórico normativo e conceitos fundamentais. 7. ed. rev. e
atual. London: Laccademia Publishing, 2021, Item 3.2.2.5.

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BISSOLI ADVOGADOS
tempo, agentes políticos voltados à consecução de seus fins políticos. O conteúdo de
eventual canal não ficaria infenso a essa influência.

(ii). Da isonomia partidária

19. – A concessão de canal de televisão e rádio ao PT levaria, ainda, a uma evidente


e incorrigível quebra na isonomia partidária. Conforme matéria veiculada no site do
próprio partido (Doc. 7), o correquerido JILMAR TATTO teria afirmado que “o PT é
grandioso, é o maior partido político de esquerda da América Latina, com mais 2,5 milhões de
filiados e filiadas, está organizado em todas as capitais e na grande maioria dos municípios
brasileiros”. Ocorre, no entanto, que o tamanho da organização partidária de uma
agremiação em particular não pode servir de pretexto para que ela receba tratamento
diferenciado em relação às outras, como, in casu, ser detentora de um canal televisivo.

20. – Toda a legislação eleitoral é erigida com base no princípio de que, entre aqueles
que disputam os pleitos democráticos, deve existir uma parida de armas mínima, ao
menos a nível institucional. Isso possibilita que os sucessos e insucessos dos partidos
podem e devem ser atribuídos exclusivamente a eles: se o Estado deixa de beneficiar
um ou outro partido frente aos demais, resta preservado um campo de jogo nivelado,
que terá seu resultado declarado pela apuração das urnas.

21. – Traços claros dessa posição equidistante entre os partidos políticos é a legislação
eleitoral a respeito da propaganda partidária. Os arts. 44 e seguintes da Lei nº 9.504/97
são a maior evidência da preocupação que a República Brasileira tem em garantir
isonomia às diferentes legendas, na medida em que estabelece um sistema rígido de
acesso ao direito de antena e divisão dos tempos de propagando partidária. Se é certo
que essa divisão usa como discrímen, também, a quantidade de cadeiras conquistadas
nas eleições para a Câmara dos Deputados, indubitável que tal critério de divisão não
configura tentativa de priorizar um partido frente ao outro.

22. – Outorgar a um partido político, in casu o Partido dos Trabalhadores, a concessão


de serviços radiodifusores significaria nada menos que ferida de morte na igualdade
partidária tão cuidadosamente trabalhada na legislação pátria.

23. – A despeito das ressalvas feitas no ofício de que a programação de eventuais


canais não se confundiria com mera propaganda partidária, é evidente como essa
intenção, na prática, se revelaria vazia.

Assinado eletronicamente por: ALEXANDRE BISSOLI - 14/06/2023 14:33:00 Num. 1665444485 - Pág. 7
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BISSOLI ADVOGADOS
24. – É a opinião novamente externada por Marcio Iorio Aranha, que afirma:

O regime jurídico da propaganda partidária e eleitoral, ao ter sido


legalmente sedimentado na isonomia de representatividade político-
partidária e nos efeitos fiscais daí decorrentes, repercute na
averiguação de existência de contrassenso entre a preservação de tal
isonomia, por meio de detida disciplina legal, e a influência
possibilitada pela via de participação societária na imprensa e na
radiodifusão. Mesmo que se possa, formalmente, separar os
momentos de propriedade societária e gestão intelectual da imprensa
e da radiodifusão, sob o enfoque material, a participação societária de
partidos políticos em empresas jornalísticas e, com mais razão, nas
empresas radiodifusoras, causa a disrupção e deformação da
principiologia constitucional da comunicação social ao permitir, pela
via transversa de exercício do direito à propriedade, o desequilíbrio
da representatividade político-partidária no dia-a-dia da imprensa
e dos serviços de radiodifusão sem o desenho de mecanismo
institucional adequado ao controle de distorções ocasionadas pela
influência societária no conteúdo da programação.

25. – Um canal não apenas de propriedade de um partido político, mas voltado


exclusivamente a abordar a atuação do partido e seus filiados serviria, por óbvio, como
veículo para a autopromoção partidária, ainda que ausente o linguajar publicitário.
Seria o fim, desse modo, da isonomia partidária nas redes de radiodifusão.

(iii). Das alterações trazidas pela Emenda Constitucional nº 36 e o princípio da


legalidade estrita aplicado aos partidos políticos

26. – Cumpre, por fim, anotar um último elemento relevante para desvendar a
questão sobre a regularidade da propriedade de radiodifusoras por partidos políticos.
É que o art. 222 da CF passou por emendamento revelador, na forma da Emenda
Constitucional nº 36/02, que demonstra a intenção legislativa (do constituinte
derivado!) em vedar as agremiações partidárias de serem donas de empresas
concessionárias de serviços radiodifusores.

27. – A dicção original do referido art. 222 e parágrafos, oriunda da Constituinte,


previa a possibilidade expressa de que partidos políticos detivessem capital social
nessas companhias:

Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão


sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, aos quais caberá a
responsabilidade por sua administração e orientação intelectual.
§ 1º É vedada a participação de pessoa jurídica no capital social de
empresa jornalística ou de radiodifusão, exceto a de partido político

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BISSOLI ADVOGADOS
e de sociedades cujo capital pertença exclusiva e nominalmente a
brasileiros.

28. – Esse estado de coisas perdurou até 2002, quando a Emenda Constitucional nº 36
reformulou a literalidade do dispositivo para aquela que consta até os dias de hoje:

Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão


sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e
do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora
e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão
obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo
da programação.

29. – Salta aos olhos a supressão da menção expressa à possibilidade de propriedade


por partidos políticos. Com efeito, o art. 222, anteriormente, vedava às pessoas
jurídicas participar no capital social de empresas jornalística ou de radiodifusão. As
exceções a essa regra eram as sociedades pertencentes exclusivamente a brasileiros e
os partidos políticos. É dizer, a Constituição consignava com todas as letras que os
partidos políticos podiam desempenhar tal papel.

30. – O cenário passou a ser outro a partir de 2002. A EC nº 36, que tinha como
principal intuito permitir a entrada de algum capital estrangeiro na participação das
sociedades jornalísticas e radiodifusoras, retirou a previsão de participação das
agremiações na propriedade de ditas empresas. Se antes havia possibilidade
indubitável, a EC nº 36 lançou, no mínimo, uma penumbra em cima da regularidade
da propriedade por partidos políticos.

31. – Essa dúvida, contudo, não perdura por muito tempo uma vez considerados
outros fatores. É de se notar, por exemplo, que, na origem, a PEC nº 203/95, a qual –
em conjunto com a PEC nº 455/97 – eventualmente se tornou a EC nº 36, mantinha em
seu texto a previsão da participação de partidos políticos na participação acionária.
Essa dicção somente foi alterada no substitutivo oferecido pelo Relator da Comissão
Especial, Dep. Henrique Eduardo Alves, em momento posterior até mesmo à avaliação
da Comissão de Constituição e Justiça (Doc. 8).

32. – A supressão, portanto, mostra-se significativa. Se antes existia exceção expressa


que permitia a propriedade de empresas de radiodifusão por partido político, mas,

Assinado eletronicamente por: ALEXANDRE BISSOLI - 14/06/2023 14:33:00 Num. 1665444485 - Pág. 9
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Número do documento: 23061414302653200001649063675
BISSOLI ADVOGADOS
após o processo legislativo, deliberadamente omitiu-se referida passagem, é
impositivo concluir que essa exceção deixou de perdurar.

33. – E nem se fale que os partidos políticos estariam abarcados pelos casos
permitidos pelo § 1º, tornando a existência de exceção expressa despicienda. Isso já
seria verdade para o caso da redação anterior, na medida que – partindo de uma
interpretação extensiva, que equipara as agremiações a sociedades empresariais – os
partidos já cumpririam a segunda exceção, a saber, “sociedades cujo capital pertença
exclusiva e nominalmente a brasileiros”. O constituinte julgou necessário a menção
expressa aos partidos políticos, de modo que essa previsão explícita se mantém
necessária até hoje. Na sua ausência, forçoso concluir pela inviabilidade da
propriedade de empresa radiodifusora por partido político.

34. – Esse argumento se reforça pelo fato de que os partidos políticos, embora pessoas
jurídicas de direito privado, se submetem a um regime híbrido que, ao menos no que
toca a aplicação do princípio da legalidade estrita, os aproxima das pessoas jurídicas
de direito público. Isso porque a Constituição Federal, o Código Eleitoral, a Lei dos
Partidos Políticos, a Lei das Eleições e as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral
regulam e controlam de forma rigorosa o modo e a esfera de atuação das agremiações.

35. – Por exemplo, os partidos se submetem a um regime específico quanto aos


recursos financeiros que podem arrecadar, extraído de um rol taxativo que não admite
exceção. A utilização de recursos não previstos em lei é irregularidade que enseja a
reprovação das contas e aplicação de multa. O mesmo ocorre com as despesas, vez que
os recursos do fundo partidário, por exemplo, só podem ser utilizados conforme o rol
taxativo previsto no art. 44 da Lei dos Partidos Políticos – a utilização irregular desse
tipo de recurso também resulta na aplicação de multa e, a depender de sua extensão,
na reprovação das contas partidárias.

36. – Mais relevante ao presente caso, entretanto, é a estrita regulação imposta pela
Constituição Federal e a Lei dos Partidos Políticos sobre o chamado direito de antena
– o acesso gratuito ao rádio e à televisão – como meio de propaganda partidária. De
acordo com José Jairo Gomes7:

Dada a importância dessa comunicação para o regime democrático, o


art. 17, §3º, da Constituição Federal confere aos partidos o

7 Direito eleitoral, José Jairo Gomes. – 16. ed. – São Paulo: Atlas, 2022, p. 150/151

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BISSOLI ADVOGADOS
denominado direito de antena, consistente no acesso gratuito ao rádio
e à televisão – que são importantes meios de comunicação de massa.
A propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão havia sido
extinta pelo art. 5º da Lei nº 13.487/2017. Todavia, foi reintroduzida
pela Lei nº 14.291, que inseriu na LPP os arts. 50-A a 50-E.
Tanto a Constituição Federal quanto a Lei nº 9.9096/1995 apenas
aludem à propaganda partidária no rádio e na televisão. Diante disso,
discute-se se poderia ser veiculada propaganda partidária em outros
meios, como a imprensa escrita ou eletrônica, internet, redes sociais,
outdoors. Acentuando o respeito à liberdade de expressão e seu
assento constitucional, a jurisprudência já afirmou ser permitida a
propaganda partidária pela imprensa, “desde que se faça dentro dos
princípios da ética, e em obediência aos preceitos legais que compõem
o nosso ordenamento jurídico” (TRE-SC, Res. nº 7.133, de 8-9-1999.
Por seu turno, ao responder à Consulta nº 1.132/DF (Res.
nº 21.983/2005), a Corte Superior Eleitoral reconheceu existir norma
específica que discipline a propaganda partidária em tais veículos,
concluindo pela licitude de sua realização, desde que sejam
“observadas as vedações previstas para a propaganda nas leis que
disciplinam o Direito Eleitoral”. Infere-se, pois, que a realização de
propaganda fora do rádio e televisão submete-se à mesma disciplina
e limitações previstas para a propaganda eleitoral.
A propaganda partidária é gratuita. Mas a gratuidade é relativa, pois,
nos termos do artigo 50-E da LPP, o veículo emissor é sempre
ressarcido pelos cofres públicos por meio de mecanismo de
compensação tributária.
A regulamentação dessa matéria deve ter o sentido de se assegurar
a isonomia entre as agremiações. Se investido em publicidade, o
arsenal econômico detido por algumas entidades poderia ensejar o
desequilibro de futura disputa eleitoral.

37. – Como se observa, com relação à propaganda partidária, qualquer omissão


legislativa é suprimida pela aplicação das limitações previstas na legislação eleitoral e
dos princípios norteadores do direito eleitoral, dos quais se sobressai, devido a sua
importância ímpar para o sistema, o princípio da isonomia.

38. – Dito isso, tem-se atualmente um sistema de acesso ao direito de antena para a
realização de propaganda partidária estritamente regulado pela Constituição Federal:

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos


políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e
observados os seguintes preceitos:
(…)
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso
gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos
que alternativamente:
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo,
3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um

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terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por
cento) dos votos válidos em cada uma delas;
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.

39. – E pela Lei dos Partidos Políticos:

Art. 50-B. O partido político com estatuto registrado no Tribunal


Superior Eleitoral poderá divulgar propaganda partidária gratuita
mediante transmissão no rádio e na televisão, por meio exclusivo de
inserções, para:
I - difundir os programas partidários;
II - transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa
partidário, os eventos com este relacionados e as atividades
congressuais do partido;
III - divulgar a posição do partido em relação a temas políticos e ações
da sociedade civil;
IV - incentivar a filiação partidária e esclarecer o papel dos partidos
na democracia brasileira;
V - promover e difundir a participação política das mulheres, dos
jovens e dos negros.
§ 1º Os partidos políticos que tenham cumprido as condições
estabelecidas no § 3º do art. 17 da Constituição Federal terão
assegurado o direito de acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
proporção de sua bancada eleita em cada eleição geral, nos seguintes
termos:
I - o partido que tenha eleito acima de 20 (vinte) Deputados Federais
terá assegurado o direito à utilização do tempo total de 20 (vinte)
minutos por semestre para inserções de 30 (trinta) segundos nas redes
nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais;
II - o partido que tenha eleito entre 10 (dez) e 20 (vinte) Deputados
Federais terá assegurado o direito à utilização do tempo total de 10
(dez) minutos por semestre para inserções de 30 (trinta) segundos nas
redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais;
III - o partido que tenha eleito até 9 (nove) Deputados Federais terá
assegurado o direito à utilização do tempo total de 5 (cinco) minutos
por semestre para inserções de 30 (trinta) segundos nas redes
nacionais, e de igual tempo nas redes estaduais.
§ 2º Do tempo total disponível para o partido político, no mínimo 30%
(trinta por cento) deverão ser destinados à promoção e à difusão da
participação política das mulheres.
§ 3º Nos anos de eleições, as inserções somente serão veiculadas no
primeiro semestre.
§ 4º Ficam vedadas nas inserções:
I - a participação de pessoas não filiadas ao partido responsável pelo
programa;
II - a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a
defesa de interesses pessoais ou de outros partidos, bem como toda
forma de propaganda eleitoral
III - a utilização de imagens ou de cenas incorretas ou incompletas, de
efeitos ou de quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem os
fatos ou a sua comunicação

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IV - a utilização de matérias que possam ser comprovadas como falsas
(fake news);
V - a prática de atos que resultem em qualquer tipo de preconceito
racial, de gênero ou de local de origem;
VI - a prática de atos que incitem a violência.

40. – Numa hipotética situação de não vedação na participação de partidos políticos


no capital social de empresa de radiofusão, surgiriam uma série de novos problemas
que necessariamente deveriam ser enfrentados à luz dessa legislação. Todos os
partidos políticos podem solicitar a concessão de um canal de TV, ou somente aqueles
que superaram a cláusula de desempenho? O tempo de transmissão disponível é
comum, ou deve ser proporcional de acordo com a votação na última eleição geral? O
conteúdo divulgado é limitado ao rol taxativo do art. 50-B ou, como se infere do ofício
do PT, poderia ser ampliado?

41. – Entretanto, com a exclusão, pelo constituinte derivado, da menção de “partidos


políticos” do rol de participação no capital social de empresas de radiofusão, e a
consequente regulação, tanto pela legislação constitucional quanto pela
infraconstitucional, do acesso ao direito de antena para a veiculação de propaganda
partidária, conclui-se que o acesso ao rádio e à televisão pelos partidos políticos é
limitado ao “direito de antena” das emissoras já existentes, o que exclui,
consequentemente, a possibilidade de participação em empresa de radiofusão pelas
agremiações.

IV. DA TUTELA DE URGÊNCIA

42. – Para a concessão da tutela provisória de urgência, são necessários os


preenchimentos dos requisitos da probabilidade do direito e do risco de demora. O
primeiro ficou explicitado ao longo desta petição. O pedido do PT quebra a isonomia
entre os partidos políticos e viola a legislação partidária e o código brasileiro de
telecomunicações, assim como as demais normas reguladoras de concessão pública.

43. – O perigo da demora é também evidente. Por mais incipiente que seja, toda
medida de controle e manipulação da opinião pública que coloque a democracia em
risco deve ser imediatamente combatida. A demora apenas a fortalece, ao mesmo
tempo que enfraquece, podendo até mesmo tornar ineficaz, qualquer tentativa de que
seja controlada. Como diz o ditado, há de se cortar o mal pela raiz: para resguardar a
democracia brasileira, não se deve abrir qualquer margem de discussão sobre a
concessão da chamada “TV PT”.

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44. – Embora surpreenda pela ousadia e desfaçatez, o ofício do PT está em harmonia
com o histórico de atuação do partido e as suas ideias sobre os meios de comunicação.
Sob o autoritarismo inato da agremiação, o controle social da mídia sempre foi um dos
seus objetivos principais, muito embora, a contragosto da vontade de suas principais
lideranças, não tenha sido executado na prática.

45. – E são essas lideranças que, não contentes com a volta do partido ao poder e a
retomada do controle do governo federal, querem mais. Não bastassem os milhões que
recebem de fundo partidário, o enorme tempo de rádio e televisão gratuito a que têm
direito e a da utilização da TV Brasil, canal público que se presta a transmitir live da
primeira-dama Janja da Silva, eles buscam agora um canal de televisão próprio, a “TV
PT”, mais um meio de comunicação para fazer doutrinação e proselitismo político com
dinheiro público.

46. – Por mais absurdo e desarrazoado que seja o pedido, considerando que o partido
detém o controle do governo federal, não seria absurdo pensar um cenário em que o
Ministro Juscelino Filho, já maculado por escândalos em seu curto período na frente
do Ministério das Comunicações, seja constrangido pelo partido a outorgar a
concessão, ainda que em evidente contrariedade à legislação.

47. – O fato de ter enviado um ofício solicitando a concessão – e não aguardado o


procedimento correto que exige a abertura de concorrência, num hipotético cenário em
que ela seria possível – demonstra o descaso do partido e de seus dirigentes para com
legislação e a supremacia do interesse partidário sobre o público que dita a atuação
política da agremiação desde a sua fundação. Aliás, é curioso notar que um partido
que até recentemente bradava pelos riscos à democracia quer colocar em prática uma
medida que, se efetivada, causará um enorme desequilíbrio – e, portanto, inestimável
prejuízo – na própria democracia.

48. – Sendo assim, faz-se necessária a imediata publicização de todo e qualquer ofício
e outra forma de comunicação entre as partes, assim como do procedimento interno
do ministério das comunicações a partir do protocolo do ofício pelo PT, realizado em
06 de junho de 2023. Da mesma forma, medida adequada e necessária é a suspensão
imediata de todo e qualquer procedimento que discuta a concessão de canais de rádio
e TV que envolva o PT, seus dirigentes e o Ministério das Comunicações.

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V. CONCLUSÃO

49. – Diante do acima exposto, requer a Vossa Excelência:

a) Que sejam oficiados o Partido dos Trabalhadores e o Ministério das


Comunicações para que disponibilizem a íntegra do ofício assinado por GLEISI
HOFFMAN e JILMAR TATTO e enviado ao Ministro JUSCELINO FILHO, para
fins de instrução probatória, nos termos do art. 7º, I, “b” da Lei da Ação Popular;

b) A concessão da liminar, com base na tutela de urgência (Art. 300, CPC) e no art.
2º da Lei nº 4.717/65, para que:

i. Seja determinada a publicização do procedimento em tramitação no


Ministério das Comunicações, assim como de toda e qualquer forma de
comunicação entre o Partido dos Trabalhadores e o referido ministério,
com a imediata disponibilização dos documentos nos autos;
ii. Seja suspensa a tramitação de todo e qualquer procedimento que
envolva concessão de canal de rádio e televisão do Partido dos
Trabalhadores em tramitação no Ministério das Comunicações;

c) A citação dos Requeridos para, querendo, contestar a presente demanda, sob


pena de revelia;

d) No mérito, a procedência da presente ação, confirmando tudo quanto pleiteado


no pedido liminar, para que seja suspenso o pedido de concessão de canal de
rádio e televisão do Partido dos Trabalhadores;

e) A condenação dos Requeridos nas custas e honorários advocatícios, nos termos


do art. 85, § 3º do CPC e do art. 12 da Lei nº 4.717/65;

f) A produção de todos os tipos de prova permitidos, na forma da lei;

g) Que todas as futuras intimações e notificações sejam realizadas em nome do


advogado Alexandre Bissoli, OAB/SP 298.685, sob pena de nulidade.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins de alçada.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

São Paulo, 14 de junho de 2023

ALEXANDRE BISSOLI
OAB/SP 298.685

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JUSTIÇA ELEITORAL

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

CERTIDÃO

       Certifico que, de acordo com os assentamentos do Cadastro Eleitoral e com o que


dispõe a Res.-TSE nº 21.823/2004, o(a) eleitor(a) abaixo qualificado(a) está QUITE com a
Justiça Eleitoral na presente data .

Eleitor(a): EDUARDO RODRIGO FERNANDES RIBEIRO


Inscrição: 0490 7051 0973 Zona: 003 Seção: 0301
Município: 80470 - BLUMENAU UF: SC
Data de nascimento: 11/10/1988 Domicílio desde: 04/05/2022
Filiação: - MARILZETE FERNANDES RIBEIRO
- PAULO RODRIGO RIBEIRO

Ocupação declarada pelo(a) eleitor(a): EMPRESÁRIO

Certidão emitida às 18:19 em 13/06/2023

Res.-TSE nº 21.823/2004:
O conceito de quitação eleitoral reúne a plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto,
salvo quando facultativo, o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos
relativos ao pleito, a inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça eleitoral e não
remitidas, excetuadas as anistias legais, e a regular prestação de contas de campanha eleitoral, quando se
tratar de candidatos.
A plenitude do gozo de direitos políticos decorre da inocorrência de perda de nacionalidade; cancelamento
de naturalização por sentença transitada em julgado; interdição por incapacidade civil absoluta;
condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; recusa de cumprir obrigação a
todos imposta ou prestação alternativa; condenação por improbidade administrativa; conscrição; e opção,
em Portugal, pelo estatuto da igualdade.

Esta certidão de quitação eleitoral é expedida gratuitamente.


Sua autenticidade poderá ser confirmada na página do Tribunal Superior Eleitoral
na Internet, no endereço: http://www.tse.jus.br ou pelo aplicativo e-Título, por
meio do código:

4/KQ.FPJT.55M4.F9CU

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Número do documento: 23061414302653200001649106630
ALEXANDRE BISSOLI
ANDRÉ MELO AMARO
BRENNO MARCUS GUIZZO BISSOLI ADVOGADOS

INSTRUMENTO PARTICULAR DE PROCURAÇÃO

Pelo presente instrumento particular de procuração, EDUARDO RODRIGO


FERNANDES RIBEIRO, brasileiro, solteiro, farmacêutico bioquímico, portador do CPF
nº 010.259.999-83, detentor do título de eleitor nº 0490.7051.0973, nomeia e constitui
como seus procuradores os advogados ALEXANDRE BISSOLI, inscrito na OAB/SP sob
o nº 298.685, ANDRÉ MELO AMARO, inscrito na OAB/SP sob o nº 359.106, BRENNO
MARCUS GUIZZO, inscrito na OAB/SP sob o nº 358.675, todos com escritório
profissional situado na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, nº 3530, CJ. 81, Jardim
Paulista, São Paulo/SP, outorgando-lhes poderes de foro em geral, cláusula ad judicia et
extra, com a faculdade de substabelecer, a fim de representá-lo em ação popular a ser
ajuizada perante o Tribunal Regional Federal da 1ª Região com vistas a impugnar o
pedido formulado pelo Partido dos Trabalhadores ao Ministro das Comunicações no
sentido de que sejam tomadas providências para a outorga de concessão de canal de
televisão e rádio vagos à agremiação partidária.

São Paulo, 12 de junho de 2023.

________________________________________________
EDUARDO RODRIGO FERNANDES RIBEIRO

Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3.530 – conj. 81 – Jardim Paulista – CEP 01402-001 – SÃO PAULO/SP
TEL. +5511 3051- 6077 – www.bissoliadv.com.br

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13/06/23, 12:46 PT pede canal de TV e rádio ao Ministério das Comunicações - 06/06/2023 - Painel - Folha

Painel (/colunas/painel/)
Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e
Juliana Braga

@grupofolha.com.br)
SEGUIR

PT pede ao Ministério das Comunicações para ter seus

próprios canais de TV e rádio


Partido solicita que concessões vagas lhe sejam destinadas; objetivo seria 'incentivar
participação política'

painel
Receba no seu email as informações exclusivas da coluna Painel

6.jun.2023 às 15h58

O PT enviou pedido ao Ministério das Comunicações nesta terça-feira (6) para


ter direito a seus próprios canais de TV e rádio.

ww1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2023/06/pt-pede-canais-de-tv-e-radio-ao-ministerio-das-comunicacoes.shtml 1/7

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13/06/23, 12:46 PT pede canal de TV e rádio ao Ministério das Comunicações - 06/06/2023 - Painel - Folha

Evento de aniversário do PT em Brasília, em fevereiro - Reprodução Youtube PT

No pedido, assinado pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann


(https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/gleisi-hoffmann/),
e pelo secretário de Comunicação,
Jilmar Tatto, a legenda solicita que lhe sejam alocadas concessões que estejam
vagas, ou seja, já existentes, mas não utilizadas atualmente.

Caso o ministério atenda ao pedido, o PT será o primeiro partido brasileiro a


contar com seus próprios canais de rádio e TV.

O partido argumenta, em ofício enviado ao ministro das Comunicações,


Juscelino Filho (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/06/sogro-de-ministro-de-lula-despacha-de-ministerio-
mesmo-sem-cargo-diz-jornal.shtml),
que as razões principais para fazer o pedido são
aumentar a prestação de contas de suas atividades para a população e ajudar
na difusão da participação política.

"Um canal de comunicação próprio do Partido dos Trabalhadores


possibilitaria o cumprimento de um dever
(https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/pt/)

constitucional, legal e estatutário, oportunizando uma participação política

ww1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2023/06/pt-pede-canais-de-tv-e-radio-ao-ministerio-das-comunicacoes.shtml 2/7

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13/06/23, 12:46 PT pede canal de TV e rádio ao Ministério das Comunicações - 06/06/2023 - Painel - Folha

para além do simples ato de votar, adotando-se uma verdadeira pedagogia de


participação político-partidária", justifica no pedido.

PUBLICIDADE

Ver novamente

O pedido lista 49 canais em diversos estados que hoje estão vagos e poderiam
ser disponibilizados pelo ministério.

Concessões de canais de rádio (https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2023/04/como-o-radio-que-faz-cem-


e TV são atos da Presidência da
anos-no-brasil-transformou-a-musica-a-novela-e-o-futebol.shtml)

República, segundo a Constituição, mediante uma série de critérios, como


publicação de edital e ter 70% do capital nas mãos de brasileiros.

O PT argumenta que não há nada na legislação que impeça um partido político


de pleitear um canal. "Observa-se que a concessão de serviços de
telecomunicações de rádio/TV a partidos políticos não encontra óbice
legislativo expresso", diz.

O PT tem já uma estrutura expressiva de comunicação baseada em meios


digitais, que cresceu nos últimos anos, além de ter direito a propaganda na TV,
de acordo com a lei. O partido diz, no entanto, que esses meios são
insuficientes.

"A comunicação por canal partidário específico possibilitaria a justa prestação


de informação uma vez que os partidos políticos são indissociavelmente

ww1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2023/06/pt-pede-canais-de-tv-e-radio-ao-ministerio-das-comunicacoes.shtml 3/7

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13/06/23, 12:46 PT pede canal de TV e rádio ao Ministério das Comunicações - 06/06/2023 - Painel - Folha

vinculados à educação política, ao incentivo da participação política e à


contínua comunicação com os cidadãos", afirma.

O ministério diz ter recebido a solicitação do partido, mas não se pronunciou


quanto ao pedido nem a prazos.

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Painel: Boulos usa na TV frase que foi slogan de Tarcísio, e governador ironiza

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Número do documento: 23061414302653200001649106640
13/06/23, 12:47 PT pede ao governo Lula autorização para ter um canal de TV - Estadão

Para justificar o pedido, Tatto, que também é deputado federal e secretário de Comunicação da
Câmara, afirmou que “o PT é grandioso, é o maior partido político de esquerda da América
Latina, com mais 2,5 milhões de filiados e filiadas, está organizado em todas as capitais e na
grande maioria dos municípios brasileiros” e que a concessão vai ajudar a “difundir as nossas
ideias e propostas da militância”.

Ofício do PT pedindo ao Ministério das Comunicações a concessão de um canal de TV Foto: Reprodução / Estadão

Em um trecho do ofício revelado pelo próprio partido, o PT argumenta que “um canal de
comunicação próprio possibilitaria o cumprimento de um dever constitucional, legal e
estatutário, oportunizando uma participação política para além do simples ato de votar,
adotando-se uma verdadeira pedagogia de participação político-partidária”.

O documento ainda diz que o PT precisa ampliar a prestação de contas à população e


potencializar formação e incentivo à participação política da população. O partido reconhece

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13/06/23, 12:47 PT pede ao governo Lula autorização para ter um canal de TV - Estadão

que o pleito é inédito. Nenhuma outra legenda detém oncessão pública para operar um canal
de TV. Um levantamento do próprio PT aponta que há 49 canais vagos pelo País e com
possibilidade de concessão do Ministério das Comunicações.

Para Gleisi, a decisão permitirá o partido ampliar as suas redes e levar “informações com
credibilidade, incentivo à participação e formação política”. “Cumprimos todas as exigências
determinadas pela Constituição para concessão pública de meios de comunicação”, disse.

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O ministro das Comunicações, que avaliará o pedido, mais uma fez está na berlinda. O Estadão
revelou nesta segunda-feira, 5, que Fernando Fialho, sogro de Juscelino, recebe empresários
no Ministério das Comunicações até mesmo quando o genro está fora da capital federal. O
sogro, contudo, opera irregularmente, uma vez que não está nomeado na pasta.

Continua após a pub icidade

Além disso, no gabinete de pasta, representantes de empresas são recebidos pelo sogro e por
João Bezerra Magalhães Neto, um aliado político do ministro, que, para o Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS), é um aposentado por invalidez, mas, no ministério, atua ao lado de
Juscelino.

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República vai analisar a atuação de Fialho e


decidir se abrirá um Processo de Apuração Ética (PAE).
ww.estadao.com.br/poli ica/pt-pede-ao-governo-lula-autorizacao-para-ter-um-canal-de-tv/ 3/6

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13/06/23, 12:47 PT pede ao governo Lula autorização para ter um canal de TV - Estadão

Quando o Estadão revelou que Juscelino Fi h u ou avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para
viajar para São Paulo e assistir eventos equestres de seu interesse pessoal, a presidente do PT
defendeu a demissão do ministro. “Olha, em situações como essa, eu acho que o ministro devia
pedir um afastamento para poder explicar, justificar, se for justificável o que ele fez. Isso
impede o constrangimento de parte a parte!”, comentou Gleisi numa entrevista.

Será a segunda apuração caso o processo seja aberto. Em março, o mesmo colegiado apurou o
uso de aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) por Juscelino para ir e voltar de leilões de
cavalos de raça em São Paulo, em janeiro. O voo custou ao menos R$ 130 mil aos cofres
públicos. O ministro ainda ganhou R$ 3 mil em diárias. Juscelino devolveu parte das diárias ao
alegar um erro no sistema.
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