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DIREITO ADMINISTRATIVO II
BENS PÚBLICOS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
TEMA DA AULA:
CONTROLE DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PROF. JOÃO RODOLFO LIMA
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Direito Administrativo II – Controle da Administração Pública – Prof. João Rodolfo Lima
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2.2 CLASSIFICAÇÃO
2.2.1 QUANTO AO ÓRGÃO CONTROLADOR
CONTROLE LEGISLATIVO: realizado pelo Parlamento com auxílio dos Tribunais de
Contas;
CONTROLE JUDICIAL: promovido por meio das ações perante o Poder Judiciário.
O controle judicial pode ser exercido a priori ou a posteriori. O controle judicial sobre
a atividade administrativa é sempre realizado mediante provocação da parte
interessada;
CONTROLE ADMINISTRATIVO: é o controle interno no âmbito da própria
Administração. Pode ser realizado de ofício ou por provocação da parte interessada.
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2.2.4 QUANTO AO ÂMBITO
CONTROLE POR SUBORDINAÇÃO: realizado por autoridade hierarquicamente
superior àquela que praticou o ato controlado;
CONTROLE POR VINCULAÇÃO: é o poder de influência exercido pela
Administração Direta sobre as entidades descentralizadas, não se caracterizando
como subordinação hierárquica.
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2.3.1 Recursos administrativos:
RECURSO HIERÁRQUICO PRÓPRIO: realizado pela autoridade superior à que
praticou o ato recorrido. Como tal recurso é inerente à organização escalonada da
Administração, pode ser interposto sem necessidade de previsão legal.
RECURSO HIERÁRQUICO IMPRÓPRIO: a cargo de autoridade que não ocupa
posição de superioridade hierárquica em relação a quem praticou o ato recorrido. Tal
modalidade de recurso só pode ser interposta mediante expressa previsão legal.
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2.4 CONTROLE LEGISLATIVO
O controle legislativo é realizado no âmbito dos parlamentos e dos órgãos auxiliares
do Poder Legislativo.
Sua abrangência inclui o controle político sobre o próprio exercício da função
administrativa e o controle financeiro sobre a gestão dos gastos públicos dos três
Poderes.
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d) art. 58, § 3º: "as comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos das respectivas casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um
terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo,
sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao ministério público, para que
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores";
e) art. 71, § 1º: sustar a execução de contrato administrativo objeto de impugnação
perante o tribunal de contas da união, como forma de controle financeiro sobre a
administração pública;
f) art. 52, I: o julgamento do chefe do Poder Executivo, no Senado, por crime de
responsabilidade.
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2.5 TRIBUNAIS DE CONTAS
Os Tribunais de Contas têm competência para fiscalização de quaisquer pessoas,
físicas ou jurídicas, públicas ou privadas que utilizem dinheiro público, incluindo
as contas do Ministério Público e Defensorias, do Poder Legislativo e do Poder
Judiciário.
Art. 70. [...]
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
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2.5.1 PROCESSO NOS TRIBUNAIS DE CONTAS
a) pode ser instaurado de oficio ou por provocação;
b) o julgamento deve obedecer a critérios objetivos de ordem técnico-jurídica, e não a
parâmetros políticos;
c) não é obrigatória a participação de advogados;
d) inexiste a figura de "litigantes";
e) cabe medida cautelar para determinar o afastamento temporário do responsável, se
existirem indícios suficientes de que, prosseguindo no exercício de suas funções,
possa retardar ou dificultar a realização de auditoria ou inspeção, causar novos
danos ao erário ou inviabilizar o seu ressarcimento (art. 273 do Regimento Interno
do TCU);
f) as decisões definitivas têm natureza administrativa e são irretratáveis quanto ao
mérito, cabendo, porém, recurso ao Judiciário no caso de lesão ou ameaça a direito;
g) o processo é independente em relação às demais instâncias de responsabilização
(penal, civil, administrativa, política e por improbidade);
h) a decisão de que resulte imputação de débito ou multa tem força de título executivo
extrajudicial (art. 71, § 3º, da CF).
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2.5.2 ALCANCE DA IMPUTAÇÃO DO DÉBITO:
A decisão do Tribunal de Contas que resulta na imputação de débito (condenação a
pagar) pode atingir órgãos públicos e pessoas, físicas ou jurídicas (públicas ou
privadas), que utilizem, gerenciem ou administrem bens, valores ou dinheiro público
(art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal).
DICA: exercendo o controle prévio sobre o edital licitatório, não cabe ao Tribunal de
Contas determinar a substituição do critério do julgamento da licitação por outro que
entenda mais cabível, na medida em que estaria substituindo a vontade do administrador
em seu campo discricionário, exceto se o critério eleito no edital for manifestamente
irrazoável (STF: RE 547.063)
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2.6 CONTROLE JUDICIAL
O Poder Judiciário pode fazer o controle de legalidade dos atos administrativos;
Mas não pode adentrar no mérito (conveniência e oportunidade) do ato administrativo
discricionário. Salvo na observância da Teoria dos Motivos Determinantes.
O controle judicial das atividades administrativas é realizado sempre mediante
provocação, podendo ser prévio ou posterior.
As mais importantes ações judiciais de controle da Administração Pública são:
o MANDADO DE SEGURANÇA
o HABEAS CORPUS
o AÇÃO POPULAR
o MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL OU COLETIVO
o HABEAS DATA
o AÇÃO CIVIL PÚBLICA
o AÇÃO DE IMPROBIDADE
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Questão:
COPS-UEL - 2019 - Prefeitura de Londrina - PR - Procurador do Município
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Em matéria de controle judicial dos atos administrativos, assinale a alternativa correta.
A) O poder judiciário, em hipótese alguma, poderá adentrar na zona inerente à
conveniência e à oportunidade.
B) O poder judiciário não poderá adentrar no mérito dos atos administrativos
discricionários.
C) O poder judiciário não poderá adentrar no mérito dos atos administrativos vinculados.
D) O poder judiciário poderá adentrar no mérito do ato administrativo, inclusive em relação
à zona de conveniência e oportunidade.
E) O poder judiciário poderá adentrar no mérito do ato administrativo em relação ao
controle da legalidade.
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2.6.1 MANDADO DE SEGURANÇA:
Fundamento: art. 59, LXIX, da CF e Lei n. 12.016/2009;
Cabimento: Impetrado para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público.
Jurisprudência:
1) Não cabe mandado de segurança contra lei em tese (Súmula 266 do STF).
2) Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição
(Súmula 267 do STF).
3) Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado
(Súmula 268 do STF).
4) Mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança (Súmula 269).
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2.6.2 HABEAS CORPUS:
Fundamento: art. 5º, LXVIII, da CF;
Cabível sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
Art. 1º [...]
§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título
eleitoral, ou com documento que a ele corresponda. [...]
DICA: salvo comprovada má-fé, fica o autor isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.
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2.6.4 MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL OU COLETIVO
Fundamento: art. 5º, LXXI, da Constituição Federal;
A ser impetrado sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, a soberania e à cidadania.
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2.6.5 HABEAS DATA
Fundamento: art. 5º, LXXII, da CF;
Visando assegurar o conhecimento, retificação ou contestação de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público.
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2.7 PRESCRIÇÃO NO DIREITO ADMINISTRATIVO
Como regra, o prazo para interposição de recursos administrativos é de cinco dias.
Já o prazo para propositura de ações judiciais, tanto pela Administração quanto
pelo administrado, em regra, é de cinco anos.
o Decreto Nº 20.910, de 6 de janeiro de 1932.
Decreto:
Art. 4º Não corre a prescrição durante a demora que, no estudo, ao
reconhecimento ou no pagamento da dívida, considerada líquida, tiverem
as repartições ou funcionários encarregados de estudar e apurá-la.
Parágrafo único. A suspensão da prescrição, neste caso, verificar-se-á
pela entrada do requerimento do titular do direito ou do credor nos
livros ou protocolos das repartições públicas, com designação do dia,
mês e ano.
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DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. PRESCRIÇÃO. EXECUÇÃO. DUPLA INTERRUPÇÃO
DO PRAZO. PROTESTO DE TÍTULO. AJUIZAMENTO DE AÇÃO DE CANCELAMENTO DE
PROTESTO E DE TÍTULO EXECUTIVO. IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA UNICIDADE
DA INTERRUPÇÃO PRESCRICIONAL. RECURSO PROVIDO.
1. Nos termos do art. 202, caput, do Código Civil, a prescrição pode ser
interrompida somente uma única vez.
2. Logo, em razão do princípio da unicidade da interrupção prescricional,
mesmo diante de uma hipótese interruptiva extrajudicial (protesto de
título) e outra em decorrência de ação judicial de cancelamento de protesto
e título executivo, apenas admite-se a interrupção do prazo pelo primeiro
dos eventos.
3. Recurso provido para julgar procedentes os embargos à execução,
declarando prescrita a pretensão executória.
(STJ.
RECURSO ESPECIAL Nº 1786266 - DF (2018/0330099-4)
https://processo.stj.jus.br/processo/julgamento/eletronico/documento/med
iado/?documento_tipo=5&documento_sequencial=167490024®istro_numero=20
1803300994&peticao_numero=&publicacao_data=20221017&formato=PDF
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2.8 COISA JULGADA ADMINISTRATIVA
É comum encontrar na doutrina e na jurisprudência referências à denominada "coisa
julgada administrativa", característica atribuída a determinada decisão tida como
imutável após o escoamento de todos os prazos para interposição de recursos
administrativos.
Entretanto, tecnicamente, decisões administrativas não transitam em julgado, na
medida em que sempre podem ser objeto de revisão perante o Poder Judiciário.
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BONS ESTUDOS!
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