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Introdução
Nesse sentido, uma vez que o Estado atua enquanto gestor da coisa alheia, sem
dela poder dispor, deve pautar sua conduta na transparência, a fim de que o
efetivo titular do interesse público possa analisar se o exercício das atividades
estatais supre as necessidades da coletividade.
CNJ: Trata-se de órgão administrativo que tem como principal função fazer o
controle da atuação administrativa e financeira do poder judiciário. Seu intuito é
aperfeiçoar o trabalho do sistema de justiça brasileiro, garantindo também a
transparência dos processos administrativos e processuais.
Essa constatação tem muito a ver com o atributo da tipicidade conferido aos atos
administrativos. Trata-se do atributo pelo qual o ato administrativo deve
corresponder a figuras previamente definidas pela lei, sendo uma verdadeira
garantia ao particular que impede a Administração de agir absolutamente de forma
discricionária.
Classificação
- Controle interno: É o controle que cada Poder exercerá sobre seus próprios
atos (arts. 70 e 74 da CF). Esse controle interno é feito, normalmente, pelo
sistema de auditoria, que acompanha a execução do orçamento, verifica a
legalidade na aplicação do dinheiro público e auxilia o Tribunal de Contas no
exercício de sua missão institucional. Podemos exemplificar falando sobre o
controle exercido pelo Ministério da Previdência sobre os atos praticados pelo
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, que é modalidade de controle
interno.
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como
dos direitos e haveres da União;
(...)”
Quanto à natureza:
- Controle prévio: realizado antes da formação do ato. Assim, pode ser feito
quando o ato administrativo está na iminência de ser praticado ou quando
ainda se encontra em formação. É possível, por exemplo, a impetração de
mandado de segurança preventivo para impedir a prática de um ato ilegal.
Existem inúmeros exemplos de controle prévio na própria Constituição
Federal, quando sujeita à autorização ou aprovação prévia do Congresso
Nacional ou de uma de suas Casas determinados atos do Poder Executivo
(CF, arts. 49, II e III, por exemplo). Trata-se de um controle preventivo, uma
vez que visa impedir que seja praticado ato ilegal ou contrário ao interesse
público.
Quanto à iniciativa:
Controle administrativo
É fundamentado no PODER DE AUTOTUTELA que a Administração exerce sobre
seus próprios atos. Tal poder tem como objetivos a confirmação, correção ou
alteração de comportamentos administrativos, quando eivados de vício. Abrange os
órgãos da administração direta ou centralizada e as pessoas jurídicas que integram
a administração indireta ou descentralizada.
A provocação aos entes da Administração Pública pode-se dar por meio de:
- REPRESENTAÇÃO: ato por meio do qual o particular requer a anulação de
ato lesivo ao interesse público. Ressalte-se que, nestes casos, o peticionante
não é diretamente prejudicado pela conduta impugnada, agindo como
representante da coletividade, haja vista a atuação estatal violar preceitos de
garantia de toda a coletividade. Cite-se como exemplo a impugnação a um
edital de licitação feita por um cidadão que acompanhava o procedimento
licitatório.
Controle legislativo
O controle que o Poder Legislativo exerce sobre a Administração Pública tem que
se limitar às hipóteses previstas na Constituição Federal, uma vez que implica
interferência de um Poder nas atribuições dos outros dois; alcança os órgãos do
Poder Executivo, as entidades da Administração Indireta e o próprio Poder
Judiciário, quando executa função administrativa.
art. 58, § 3º: “As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e
pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de
um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo,
sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para
que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores”;
Art. 31. “A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal,
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo
Municipal, na forma da lei.
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na Administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de
provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias,
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório.
Controle judicial
O direito brasileiro adotou o sistema da jurisdição una, pelo qual o Judiciário tem o
monopólio da função jurisdicional, ou seja, do poder de apreciar, com força de coisa
julgada, a lesão ou ameaça de lesão a direitos individuais e coletivos. Restou
afastado, portanto, o sistema da dualidade de jurisdição em que, paralelamente ao
Poder Judiciário, existem os órgãos do Contencioso Administrativo que exercem,
como aquele, função jurisdicional sobre lides em que a Administração Pública seja
parte interessada.
Meios de controle
Com base no artigo 5º, XXXV, da CF, que serve de fundamento para o direito de
ação contra lesão ou ameaça a direito, o administrado pode se utilizar dos vários
tipos de ações previstas na legislação ordinária, para impugnar os atos da
Administração. É possível propor ações de indenização, possessórias,
reivindicatórias, de consignação em pagamento, cautelar etc. Mas a Constituição
prevê ações específicas de controle da Administração Pública, às quais a doutrina
se refere com a denominação de remédios constitucionais.
3) Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado
(Súmula 268).
Habeas corpus: cabível sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder.
Ação popular: proposta por qualquer cidadão, visando anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus de sucumbência.
Ação civil pública: proposta para proteção de direitos difusos ou coletivos, como
meio ambiente, defesa do consumidor, ordem urbanística, bens e direitos de valor
artístico, infração à ordem econômica e à ordem urbanística. Diferentemente da
ação popular, que pode ser proposta por qualquer cidadão, a ACP só pode ser
proposta pelos legitimados previstos em lei. Além disso, não se trata de um remédio
constitucional propriamente dito.
Por fim, cabe dizer que as ações judiciais de controle sobre a Administração podem
ser utilizadas tanto em caso de lesão efetiva quanto na hipótese de ameaça a direito
ou interesse do particular.