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PODERES ADMINISTRATIVOS

Waltinho Alves
PODER POLÍTICO

1.1. Poder Executivo


É o poder exercido pelo Presidente da República (em nível federal), governadores
(em nível estadual) e prefeitos (em nível municipal).
Principais funções:
- Administrar o governo.
- Representar o Brasil no exterior (no caso do presidente).
- Sancionar e publicar as leis feitas e aprovadas pelo poder legislativo.
1.2. Poder Legislativo
É o poder exercido por Senadores e Deputados Federais (em nível federal),
Deputados Distritais (no Distrito Federal), Deputados Estaduais (em nível
estadual) e Vereadores (em nível municipal).
Principais funções:
- Fazer a fiscalização das medidas e ações tomadas pelo poder executivo.
- Criar e aprovar leis em benefício da população.
- Aprovar leis, através de votações, feitas pelo poder executivo.
1.3. Poder Judiciário
É o poder exercido por magistrados nas diversas instâncias da Justiça. Portanto, é
o poder responsável por administrar a justiça no país, possibilitando o
cumprimento das leis.
- Fazer a fiscalização dos poderes Executivo e Legislativo, garantindo,
principalmente, o cumprimento da Constituição.
- Aplicar e garantir o cumprimento das leis.
- Garantir o respeito aos direitos coletivos e individuais.
PODER HIERÁRQUICO

José dos Santos Carvalho Filho, “hierarquia é o escalonamento em plano vertical


dos órgãos e agentes da Administração que tem como objetivo a organização da
função administrativa”.
Toda a organização administrativa é baseada em dois pressupostos: a distribuição
de competências e o estabelecimento de relações hierárquicas entre os órgãos e
agentes administrativos. Vamos analisar o poder hierárquico, com relação aos
agentes públicos.
PODER DISCIPLINAR

Poder disciplinar é a prerrogativa que possui a Administração de punir as


infrações dos servidores e demais pessoas que mantém com ela um vínculo
específico. Por meio dele pode a Administração punir, por exemplo, a
conduta irregular de um servidor, ou de um particular que esteja cumprido
de forma inadequada um contrato administrativo.
PODER REGULAMENTAR OU NORMATIVO
O Poder Normativo, assim denominado por Maria Sylvia Zanella Di Pietro,
ou também conhecido como Poder Regulamentar, qualifica-se como o
poder que a Administração possui de editar atos para complementar a lei,
buscando sua fiel execução. O Poder Regulamentar se formaliza por
Decreto, nos termos do art. 84, inciso IV da Constituição Federal, in verbis:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...) IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir
decretos e regulamentos para sua fiel execução;
a) Atos normativos originários são aqueles que, em virtude de competência outorgada
diretamente pela Constituição, têm aptidão para instaurar direito novo, ou seja, regras
que criam direitos e obrigações, inovando na ordem jurídica. Todos os atos normativos
primários estão previstos no art. 59 da Constituição Federal.
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
b)Atos normativos derivados são aqueles que têm por conteúdo a
explicitação, o detalhamento, a pormenorização das normas expressas em
algum ato normativo primário, a fim de conferir-lhes aplicabilidade. Isto
posto, passemos à análise do poder regulamentar. A doutrina costuma
apontar três espécies de decreto ou regulamento: decreto ou regulamento
de execução; decreto ou regulamento autônomo; e decreto ou regulamento
autorizado.
DECRETO AUTÔNOMO
Esta é, entre outros autores, a posição defendida por Celso Antônio Bandeira de Mello, ao
afirmar que “só por lei se regula liberdade e propriedade, só por lei se impõem obrigações de
fazer ou não - fazer é só para cumprir dispositivos legais é que o Executivo pode expedir decretos
e regulamentos”. Tal conclusão comporta apenas duas exceções, contidas no inciso VI do art. 84
da CF., alterado pela EC 32/2001. Ali se diz que compete ao presidente da República dispor,
mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos;
b) “extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos”. Ressalvadas essas matérias, que
compõem a denominada “reserva de Administração” (só podem ser disciplinadas pelo Executivo,
vedada a atuação do Legislativo), nosso ordenamento jurídico não comporta mais nenhuma
hipótese em que se admite a edição de decretos autônomos, subsistindo, portanto,
exclusivamente os decretos de execução e, como veremos a seguir, os decretos autorizados.
PODER DE POLÍCIA
Conceito:

Poder de polícia administrativa como a faculdade de que dispõe a


Administração Pública para condicionar e restringir o uso e o gozo de bens,
atividades e direitos individuais em benefício de interesses da coletividade ou
do próprio Estado
PODER DE POLÍCIA
conceito:
Poder de polícia administrativa como a faculdade de que dispõe a
Administração Pública para condicionar e restringir o uso e o gozo de bens,
atividades e direitos individuais em benefício de interesses da coletividade ou
do próprio Estado
 Sentido Negativo do Poder de Polícia;
 Polícia Administrativa,
 Polícia Judiciária e;
 Polícia de Manutenção da Ordem Pública;
 Poder de policia Preventivo;
 Poder de Policia Repressivo.
ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA (D.A.C.+ E).

 Discricionariedade;
 Autoexecutoriedade; ( independe de ordem Judicial) – Meio direto.
 Coercibilidade; (Independe da concordância do particular).
 Exigibilidade ( meio indireto)
LIMITES DO PODER DE POLÍCIA.

1)Direitos Individuais e Coletivos. ( art. 5º da CF/88);


2) Princípio da proporcionalidade – é fazer adequação entre meios e fins) .
No poder de polícia é conhecido como “ Princípio da probição de excessos)

Lembrando: Proporcionalidade é sinnonimo de Razoabililidade.


Razoabilidade na CEMG/ 89- É Expresso.
PRESCRIÇÃO

A Lei 9.873/99 estabelece os prazos de prescrição para o exercício da ação punitiva pela
Administração Pública Federal, direta e indireta. Essa lei possui poucos dispositivos,
todos de simples assimilação, motivos pelos quais iremos transcrevê-la parcialmente:
“Art. 1º. Prescreve em 05 (cinco) anos a ação punitiva da Administração Pública Federal,
direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação
em vigor, contados da data da prática do ato, ou, no caso de infração permanente ou
continuada, do dia em que tiver cessado.
§ 1º Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de 03 (três)
anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou
mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso.
CICLO DO POLÍCIA ADMINISTRATIVA

O exercício do poder de polícia sempre deve obedecer à seguinte sequência de


atos:
a) norma de polícia (legislação): estabelece os limites do exercício dos direitos
individuais. Pode ser constitucional, legal ou regulamentar;
b) permissão (consentimento) de polícia: possibilita ao particular o exercício de
atividade controlada pelo Poder Público;
c) fiscalização: verificação do cumprimento das normas e das condições
estabelecidas na permissão de polícia;
d) sanção de polícia: aplicação de penalidades àqueles que descumprirem as
normas e as condições da permissão de polícia. Também pode ser utilizada a
medida de polícia, com o objetivo de impedir a ocorrência de dano. Ex.: após
fiscalização que comprova a existência de comida estragada em um restaurante, a
Administração impõe uma multa (sanção) e destrói a comida estragada (medida
de polícia)
O Código Tributário Nacional, em seu art. 78, define o poder de polícia
como:
"...atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais
ou coletivos."
O parágrafo único do supracitado art. 78 dispõe: "considera-se regular o
exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente
nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se
de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de
poder".
BHTrans pode aplicar multas de trânsito, decide Plenário ( Quarta-feira, 28 de
outubro de 2020).
Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é
constitucional a delegação da atividade de policiamento de trânsito à Empresa de
Transporte e Trânsito de Belo Horizonte – BHTrans, inclusive quanto à aplicação de
multas. A decisão se deu na sessão virtual encerrada em 23/10, no julgamento do
Recurso Extraordinário (RE) 633782, com repercussão geral reconhecida (Tema
532).
O caso concreto discutia se a BHTrans, sociedade de economia mista (pessoa
jurídica de direito privado), pode exercer poder de polícia de trânsito. O Superior
Tribunal de Justiça (STJ) havia decidido que a empresa não tinha competência para
aplicar multas de trânsito. O STF, no entanto, reconheceu a compatibilidade
constitucional da delegação da atividade sancionatória.
Delegação
A maioria do Plenário seguiu o voto do relator, ministro Luiz Fux. Ele afirmou que
a Constituição Federal, ao autorizar a criação de empresas públicas e sociedades
de economia mista que tenham por objeto exclusivo a prestação de serviços
públicos de atuação típica do Estado, autoriza, consequentemente, a delegação
dos meios necessários à realização do serviço delegado, sob pena de inviabilizar a
atuação dessas entidades.
Na sua avaliação, mais relevante do que restringir os possíveis órgãos estatais com
competência para o exercício do poder de polícia e, por conseguinte, para a
aplicação de sanções, é identificar caminhos para melhor racionalização e
sistematização do direito punitivo estatal, que também se materializa por meio
desse poder da administração. “O papel ordenador, regulatório e preventivo do
poder de polícia é que deve ganhar o devido destaque no cenário atual, ainda que
exercido por pessoas integrantes da administração pública e constituídas sob o
regime de direito privado”, assinalou.
Tese
A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte: “É constitucional a delegação do
poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes
da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que
prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em
regime não concorrencial”.
PODER VINCULADO
O Poder vinculado quando a lei, ao conferir determinada competência à
Administração, o faz de forma minudente, sem deixar espaço para a liberdade do
administrador. A este resta apenas praticar o ato, na exata forma como o mesmo
está previsto na norma.
Todos os atos administrativos são vinculados quanto à competência, forma e
finalidade
PODER DISCRICIONÁRIO

Em determinadas hipóteses, a lei confere ao administrador certa margem


de liberdade na produção do ato administrativo, permitindo-lhe que decida
acerca da conveniência e da oportunidade de sua prática, por meio da
escolha de seu objeto e da valoração de seus motivos. Quando a lei confere
esta prerrogativa ao administrador, dizemos que estamos diante de um ato
administrativo discricionário.
Tais elementos – o motivo e o objeto – constituem aquilo que
doutrinariamente se denomina mérito administrativo.

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