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DIREITO ADMINISTRATIVO
Gustavo Fernandes
@gustavo_fernandes_sales
gustavo.fernandes@tjdft.jus.br
AULA 03
PODERES DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS:
Para a consecução dos fins públicos, o ordenamento jurídico confere aos agentes
do Estado poderes administrativos, instrumentos por meio dos quais os órgãos e
entidades estatais executam suas funções (função instrumental).
O princípio da indisponibilidade do interesse público veda à Administração
Pública dispor de tais interesses, próprios da coletividade. Por isso, os poderes
atribuídos à Administração têm o caráter de poderes-deveres, não podendo ela deixar
de exercê-los, já que não pode abrir mão dos interesses coletivos – são
irrenunciáveis. Constatada a prática de um ilícito administrativo, por exemplo, não
pode a Administração Pública deixar de exercer o poder de polícia.
Lei 9.784/99, art. 2º, caput, inciso II – exige o “atendimento a fins
de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes
ou competências, salvo autorização em lei”.
PODERES ADMINISTRATIVOS
São poderes instrumentais e, ao mesmo, tempo, deveres
atribuídos à Administração Pública.
São irrenunciáveis e devem ser obrigatoriamente exercidos
pelos titulares.
2. CONCEITO:
Cuida-se de classificação proposta pela doutrina que tem por critério o grau de
liberdade do agente público ao atuar.
Nas situações em que a lei conferir possibilidade de escolhas ao agente, o ato será
discricionário. Nesses casos, o agente poderá avaliar a conveniência e a
oportunidade dos atos que vai praticar, em vista do objetivo maior que é o
atendimento aos interesses da coletividade (CARVALHO FILHO, 2019, p. 53).
Nas situações em que a lei prescrever todos os elementos do ato, sem conferir
margem de escolha, o ato será vinculado.
Defende a doutrina que elementos vinculados serão sempre a competência, a
finalidade e a forma, além de outros que a norma indicar para a consecução do
ato (MEIRELLES, 2016, p. 139). Já o objeto (conteúdo) e o motivo do ato
administrativo podem ser discricionários ou vinculados.
O motivo será discricionário quando a lei não o definir ou quando utilizar
conceitos jurídicos indeterminados, que devem ser apreciados pela
Administração Pública (“falta grave”, “procedimento irregular”). Mas há casos
em que o motivo é vinculado (ex.: aposentadoria compulsória).
O objeto ou conteúdo será vinculado quando a lei estabelecer só um como
possível para atingir determinado fim, e discricionário quando estabelecer
vários objetos para atingir o mesmo fim. Exemplo: a prática de tal conduta pode
ser punida com penas de suspensão ou de multa (DI PIETRO, 2019, p. 253).
ELEMENTOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS DO ATO ADMINISTRATIVO
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