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DISCIPLINA
Poderes de Administração e o dever de
proteção à boa administração pública
Prof.ª Marilene Matos
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SUMÁRIO
1. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO .............................................................................. 2
1.1 Características ................................................................................................................................. 2
1.2 Abuso de Poder ............................................................................................................................. 3
1.3 Teoria dos motivos determinantes.................................................................................... 3
1.4 Poder Vinculado ........................................................................................................................... 4
1.5 Poder Discricionário.................................................................................................................... 4
1.6 Poder Hierárquico ........................................................................................................................ 5
1.7 Poder Disciplinar........................................................................................................................... 6
1.8 Poder Regulamentar ................................................................................................................. 6
1.9 Poder de Polícia............................................................................................................................. 6
2. PROTEÇÃO À BOA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E TUTELA
JURISDICIONAL ............................................................................................................... 13
2.1 Ação popular .................................................................................................................................. 13
2.2 Mandado de segurança .......................................................................................................... 15
1. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
Os poderes surgem como instrumentos através dos quais o poder
público vai perseguir seu interesse coletivo.
1.1 Características
É um dever ,é obrigatório.
É irrenunciável.
• I) quando o administrador se utiliza dos poderes além dos limites permitidos por lei
(ação); ou
• II) quando ele não utiliza dos poderes quando deveria ter se utilizado (omissão). –
Legislação: Lei no 4.898/1965 – Abuso de Poder e Lei no 8.429/1992 – Improbidade
Administrativa.
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1.2 Abuso de Poder
Ultrapassa seus
Excesso de poder
limites
Desvia a finalidade
anteriormente Desvio de poder
prevista
Anotações
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Polícia
Discricionário Vinculado
PODERES
Regulamentar Hierárquico
Disciplinar
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Observação: Discricionariedade é diferente de arbitrariedade:
discricionariedade é a liberdade para atuar, para agir dentro dos limites
da lei, e arbitrariedade é a atuação do administrador além (fora) dos
limites da lei. – Ato arbitrário é sempre ilegítimo e inválido.
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1.7 Poder Disciplinar
Anotações
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O poder de polícia se desenvolve em quatro ciclos:
Ordem
Consentimento
Fiscalização
Sanção
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▪ Fiscalização: obtido o consentimento estatal, estará o particular
sujeito à fiscalização das condições previstas na legislação (na ordem).
Exemplo é a fiscalização de trânsito, a que estão sujeitos os condutores,
após obtenção da licença para conduzir veículo automotor. Nesse ciclo,
admite-se a delegação às pessoas jurídicas de direito privado, a
exemplo do poder fiscalizatório exercido pela EPTC (Empresa Pública
de Transporte e Circulação de Porto Alegre – RS).
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1.9.1 Competência para o exercício do poder de polícia
O ente federado que possui competência constitucional para legislar
sobre matéria é o que possui competência para o exercício do poder de
polícia.
Distrito
União Estados Municípios
Federal
Determinação de
Concessão de alvará de localização e Regras para fiscalizar a
licença ou autorização funcionamento de poluição sonora, visual
para realizar atividades atividades do e atmosférica
Município
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Exemplos de setores do poder de polícia:
Fechamento de
Multa Interdição de atividade
estabelecimento
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Observação 2: O ato administrativo decorrente do exercício do
poder de polícia, em regra, goza do atributo da imperatividade ou
coercibilidade, por meio do qual a Administração pode impor
unilateralmente obrigações válidas (sem necessidade de recorrer ao
Poder Judiciário). Para tanto, é necessário que a atuação estatal esteja
prevista em lei. Os principais exemplos são as demolições de
construções em área de risco ou aquelas que possam trazer iminente
perigo à coletividade.
Anotações
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1.9.4 Características do poder de polícia
Limitação da liberdade e
Limite à liberdade e à propriedade
propriedade do particular
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2. PROTEÇÃO À BOA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E
TUTELA JURISDICIONAL
Art. 1o da Lei no
Infraconstitucional
4.717/1965
2.1.2 Legitimidade
Ativa Passiva
• Autor • Réus
• Qualquer cidadão (art. 1o da Lei no • A pessoa jurídica, o agente público
4.717/1965), ou seja, nunca uma e o beneficiário direto.
ação popular será proposta por
uma pessoa jurídica nem por
estrangeiro – Súmula no 365 do
STF (a cidadania deve ser
comprovada com a juntada do
título de eleitor ou documento
equivalente – art. 1o, § 3o).
2.1.3 Cabimento
Lesão ao patrimônio público, moralidade administrativa, meio
ambiente ou ao patrimônio histórico e cultural (arts. 2o a 4o da Lei no
4.717/1965).
EXEMPLOS
1) fraudes em licitação, principalmente nos casos de
contratação direta sem que esteja preenchida qualquer
hipótese de dispensa e inexigibilidade, contratação de quem
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não foi legitimamente o vencedor, gastos abusivos e
indevidos;
2) gastos públicos indevidos;
3) depreciação do patrimônio público incluindo-se o meio
ambiente;
4) destruição do patrimônio tombado e histórico;
5) quando o enunciado descrever, insistentemente, uma
conduta que viola a moralidade administrativa (e você é
contratado para ajuizar a medida cabível).
2.1.5 Competência
Juízo de 1o grau estadual ou federal (art. 5o da Lei no 4.717/1965).
Não há prerrogativa de foro nos tribunais.
Anotações
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2.2 Mandado de segurança
2.2.1 Fundamento
2.2.2 Legitimidade
Ativa Passiva
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Observação 2: O STJ sumulou (Súmula no 628) a “teoria da
encampação”, acerca da possibilidade do ingresso da autoridade coatora
correta no Mandado de Segurança, quando a autoridade coatora indicada
na Petição Inicial esteja cumprindo determinação de autoridade superior
ou não tenha poderes para editar, modificar ou extinguir o ato coator.
Decorre do princípio da hierarquia. Assim, o juízo não extinguirá o
Mandado de Segurança, mas determinará a emenda da inicial para que
conste a autoridade coatora correta. A súmula, todavia, manifesta três
requisitos: 1o) o vínculo hierárquico entre a autoridade encampada e a
encampante; 2o) que o ingresso do encampante não desloque a
competência para o processamento e julgamento do Mandado de
Segurança (caso a autoridade encampante possua prerrogativa de foro);
e 3o) que as informações prestadas pela autoridade encampada sobre o
mérito do Mandado de Segurança tenham sido suficientemente
prestadas.
2.2.3 Cabimento
A impetração de Mandado de Segurança exige um ato de
autoridade, que cause lesão ou ameaça de lesão ao direito líquido e
certo do impetrante. É residual, ou seja, é preciso que se trate de uma
lide que não seja amparada por outra garantia (Habeas Corpus ou
Habeas Data). Direito líquido e certo é o que se mostra de plano, aquele
direito evidente, sobre o qual não repousam dúvidas. Assim, pressupõe
prova pré-constituída.
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2.2.4 Prazo decadencial
É possível a impetração por aquele que teve o seu direito líquido e
certo lesado ou ameaçado por ato de autoridade dentro dos 120 dias
subsequentes à data da ciência do ato (que ocorrerá com notificação
pessoal ou publicação em meio oficial).
O prazo de 120 dias estabelecido pela lei é decadencial, não
havendo suspensão, nem interrupção.
2.2.5 Vedações
Elencadas no art. 1o, § 2o, e no art. 5o da Lei no 12.016/2009, quais sejam:
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Há, ainda, algumas súmulas do STF e do STJ referentes a matéria:
Súmula no 266 do STF: não será cabível a interposição de mandado de
segurança contra lei em tese (em substituição às ações constitucionais
de controle concentrado de constitucionalidade).
Súmula no 101 do STF: não será cabível a impetração de mandado de
segurança para substituir ação popular.
Súmula no 269 do STF: nessa linha, não será possível, também,
impetrar mandado de segurança como sucedâneo de ação de
cobrança (em alguns casos, o Mandado de Segurança tem por objeto
uma contraprestação pecuniária, essa medida visa, em regra, uma
obrigação de fazer ou de não fazer. O Mandado de Segurança não tem
por objetivo a obtenção de um benefício econômico direto. É possível
que isso ocorra de forma indireta).
Anotações
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2.2.6 Espécies
Quanto ao momento
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2.2.7 Competência
O julgamento do Mandado de Segurança compete:
I – originariamente:
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República,
das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de
Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo
Tribunal Federal (art. 102, I, d, da CF/1988);
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado, do
Comandante da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, além dos atos do
próprio Tribunal (art. 105, I, b, da CF/1988);
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de
juiz federal (art. 108, I, c, da CF/1988);
d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de
competência dos tribunais federais (art. 108, VIII, da CF/1988);
e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado;
f) a juiz estadual, nos demais casos.
II – em grau de recurso:
a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória for
proferida em única instância pelos Tribunais Superiores;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida em
única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão (art.
105, II, b, da CF/1988);
c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferida por juiz
federal ou estadual no exercício da competência federal da área de sua
jurisdição (art. 108, II, da CF/1988);
d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios, conforme
dispuserem a respectiva Constituição e a lei que organizar a Justiça do Distrito
Federal (art. 125 da CF/1988);
III – mediante recurso extraordinário:
a) ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos na Constituição.
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REFERÊNCIAS
ALVES, Felipe Dalenogare. Direito administrativo: Teoria e prática.
3. ed. Editora Rideel, 2020.
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