Você está na página 1de 120

PÍLULAS DE DIREITO ADMNISTRATIVO

1) Princípios expressos da administração pública na CF


1.1) Legalidade: em direito administrativo, significa que o agente
público somente pode fazer aquilo que a lei expressamente
determina ou autoriza. Já para os particulares, vigora a ideia de
que se pode fazer tudo que não é proibido por lei.

1.2) Impessoalidade:
a) a administração pública não pode discriminar as pessoas, seja
para beneficiar, seja para prejudicar.
b) não é o agente público quem atua, mas sim o estado por meio
desse agente. Em decorrência disso, o ato do agente não é a ele
imputado, mas sim ao estado. Essa vertente da impessoalidade
fez surgir o regramento abaixo.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e


campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.

1.3) Moralidade: ideia de honestidade e probidade que deve


pautar a atuação do agente público.

1.4) Publicidade: a atuação da AP deve, como regra, ser pública


e transparente, de modo a permitir o acesso dos cidadãos às
informações sobre os atos administrativos praticados, para fins de
controle social da atuação administrativa. Ainda, hoje a publicidade
tem sido entendida como requisito da eficácia do AA.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Entretanto, existem hipóteses de sigilo dos atos administrativos,
por motivo de relevante interesse coletivo, segurança nacional ou
garantia da intimidade e da vida privada.

1.5) Eficiência: fazer mais, em menos tempo, com menos


recursos.

Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a


avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa
finalidade

2) Princípios expressos na Lei 9.784/99

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos


princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.

S eguranca juridica

E ficiencia

A zoabilidade

F inalidade

A mpla defesa

C contraditorio

I nteresse publico

L egalidade

PRO porcionalidade

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
MO ralidade

MO tivacao

4) Poderes administrativos
4.1) Noção introdutória: os poderes administrativos, na verdade,
surgem com a finalidade de limitar o poder estatal. Os PA têm
caráter instrumental, pois servem como meio para persecução do
interesse público por parte da AP. Portanto, devem ser vistos
como poderes-deveres.

4.2) Abuso de poder: toda vez que o agente público exerce o


poder violando seu caráter instrumental, ocorre abuso de poder.
O abuso de poder se divide em:
- Excesso de poder: agente extrapola sua competência. O ato
será anulável, se a competência não for exclusiva.
- Desvio de poder: agente atua com finalidade diversa da prevista
em lei. O ato será nulo.

4.3) Formas de exercício dos poderes


- Vinculada: lei prevê critérios objetivos de atuação, não havendo
margem de escolha para o agente público.
- Discricionária: a lei confere ao agente público uma margem de
escolha, chamada de mérito do ato administrativo. Pode ocorrer
por meio dos conceitos jurídicos indeterminados. Como regra, o
Poder Judiciário não pode controlar o mérito administrativo, salvo
quando houver violação da margem de escolha prevista em lei, ou
violação do princípio da razoabilidade.

4.4) Poder de polícia


- Diferença com polícia judiciária e com polícia ostensiva: são
voltadas à prevenção e repressão de infrações penais, incidindo
sobre pessoas, sendo exercidas por corporações especializadas.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
- Polícia administrativa: incide sobre bens e direitos, e não sobre
pessoas. Nada mais é do que a limitação a liberdades individuais
exercida pela AP com base no interesse público.

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da


administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato,
em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito
à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação
dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966)

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de


polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da
lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio
de poder.

- Atributos:

-> Imperatividade: poder de impor obrigações independentemente


da concordância do particular.

-> Coercibilidade: poder de o estado se valer de meios indiretos de


coerção para obrigar ao cumprimento do mandamento de polícia.
Exemplo da multa.

-> Autoexecutoriedade: poder que a AP tem de ela mesma executar


seus atos, sem precisar recorrer ao POJUD. São meios diretos de
coerção. Exemplo do guincho. ATENÇÃO: nem todos os atos de
polícia possuem esse atributo, que somente pode ser usado em caso
de AUTORIZAÇÃO LEGAL ou URGÊNCIA.

- Delegação:

-> STF: o poder de polícia não pode ser delegado a pessoas jurídicas
de direito privado. ATENÇÃO: os aspectos materiais, ou seja, os
meros atos de execução do poder de polícia podem ser delegados,
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
como ocorre na atividade de instalação de pardais e envio das
notificações ao Poder Público, para que este notifique o indivíduo.

-> STJ: adota a teoria do ciclo de polícia esmiuçada abaixo.

1) Delegação a pessoas jurídicas de direito público INTEGRANTE da


administração indireta: é plenamente possível a delegação, neste
caso.

2) Delegação a pessoas jurídicas de direito privado NÃO integrantes


da administração indireta: aqui, a hipótese seria de delegação a
pessoas da iniciativa privada, o que NÃO é admitido.

3) Delegação a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da


administração indireta, ou seja, empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações públicas de direito privado: é neste
ponto que repousam as maiores discussões acerca do tema. O STJ
adotou posição que vem sendo encampada, de maneira geral, pelas
Bancas Examinadoras dos concursos públicos, no sentido de
diferenciar os diversos atos de polícia, valendo-se do conceito
doutrinário de ciclo de polícia.

1) ordem de polícia (legislação);

2) consentimento de polícia;

3) fiscalização de polícia;

4) sanção de polícia.

Em síntese, de acordo com a posição abraçada pelo STJ (REsp.


817.534/MG, 2ª Turma, rel. Ministro Mauro Campbell, julgado em
4.8.2009), são passíveis de delegação a pessoas de direito privado
integrantes da administração indireta os atos de CONSENTIMENTO
e de FISCALIZAÇÃO DE POLÍCIA, mas NÃO a LEGISLAÇÃO
(ORDEM) e as SANÇÕES DE POLÍCIA.
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
- Prazo prescricional:

Art. 1o Prescreve em cinco anos a ação punitiva da


Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício do
poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor,
contados da data da prática do ato ou, no caso de infração
permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

§ 1o Incide a prescrição no procedimento administrativo


paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou
despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante
requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso.

§ 2o Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração


também constituir crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto
na lei penal.

5) Organização administrativa
5.1) Centralização administrativa: é a prestação dos serviços
diretamente pelos entes políticos, por meio de seus órgãos e
agentes.
5.2) Descentralização administrativa: ocorre quando o estado, por
motivos de eficiência, transfere a execução de suas atividades para
outras pessoas jurídicas ou físicas. Pode ser feita a particulares,
mediante contratos de concessão ou permissão. E pode ser feita
para entes da administração indireta. Não existe relação de
hierarquia, mas sim de TUTELA ou SUPERVISÃO MINISTERIAL ou
CONTROLE FINALÍSTICO.

Espécies de Descentralização

"A doutrina preconiza que a descentralização pode ser feita


mediante outorga ou delegação de serviços. Na outorga, é
transferida a titularidade e a execução do serviço público, à pessoa
jurídica diversa do Estado, ao passo que, na delegação, apenas a

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
execução é transferida, permanecendo com o Estado a titularidade
do serviço."

RESUMO RÁPIDO DAS ESPÉCIES DE DESCENTRALIZAÇÃO

Por outorga ou por serviço ou funcional ou técnica

-> Transferência da execução + titularidade do serviço público a outra


entidade;

-> Feita somente às pessoas jurídicas de direito público integrantes


da Administração Indireta, especializadas na execução destas
atividades;

-> É realizada mediante lei específica que cria as entidades para


execução da tarefa outorgada.

Por delegação ou por coloboração

-> Transferência da execução (apenas) dos serviços públicos, sendo


a titularidade mantida sob a custódia do Estado;

-> Feita às entidades de direito privado da administração indireta ou


a particulares;

-> Realizada mediante contrato (de concessão ou pemissão) ou ato


administrativo, quando a transferência se dá a particulares e
mediante lei, quando se dá aos entes da Administração Indireta de
direito privado.

A transferência por delegação pode ocorrer de 3 formas:

*Concessão (Contrato administrativo - Tempo determinado -


definitivo)

*Permissão (Contrato de adesão - Tempo determinado -


revogável a qualquer tempo)

*Autorização (Ato unilateral - Tempo indeterminado - revogável a


qualquer tempo)

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Por fim, a doutrina admite a chamada descentralização territorial
ou geográfica que ocorre com entidade geograficamente delimitada,
dotada de personalidade jurídica própria de direito público, com
capacidade administrativa e possibilidade de execução das
atividades estatais como um todo

5.3) Desconcentração administrativa: é a divisão de uma mesma


pessoa jurídica em órgãos, por meio de lei. Há uma relação de
hierarquia. Os órgãos não possuem personalidade jurídica, mas
podem ter capacidade processual (ou personalidade judiciária),
quando a lei assim prescrever, sobretudo para defesa de suas
prerrogativas institucionais.

6) Administração indireta:

6.1) EMPRESAS PÚBLICAS -> AUTORIZADA POR


LEI + REGISTO

personalidade jurídica: Direito Privado.

finalidade: explorar atividade econômica ou prestar serviço


público.

regime jurídico: híbrido = Direito Público + Direito Privado.

responsabilidade civil: se prestadora de serviço público =


responsabilidade civil OBJETIVA;

se exploradora de atividade econômica =


responsabilidade civil SUBJETIVA.

regime pessoal: CLT.

capital: 100% Público. Podendo ser da adm. direta ou indireta.

constituição: qualquer forma admitida em direito.

competência judicial: Justiça Federal e Estadual.


Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
6.2) SOCIEDADE DE ECONÔMIA MISTA -> AUTORIZADA POR
LEI + REGISTO

personalidade jurídica: Direito Privado.

finalidade: explorar atividade econômica ou prestar serviço


público.

regime jurídico: híbrido = Direito Público + Direito Privado.

responsabilidade civil: se prestadora de serviço público =


responsabilidade civil OBJETIVA;

se exploradora de atividade econômica =


responsabilidade civil SUBJETIVA.

regime pessoal: CLT.

capital: 50% + 1% Público.

constituição: sociedade anônima (obrigatoriamente)

competência judicial: somente Justiça Estadual.

6.3) SEMELHANÇAS ENTRE EP E SEM

- REGIME JURÍDICO HÍBRIDO -> NÃO GOZAM DAS


PRERROGATIVAS DO PODER PÚBLICO, MAS TÊM LIMITAÇÕES
PRÓPRIAS DAS ADM. PÚBLICA: devem licitar, fazer concurso
público e são controladas pelo Tribunal de Contas.

ATENÇÃO: EBCT

-> STF ENTENDE QUE NÃO TEM REGIME HÍBRIDO, POIS


EXERCE ATIVIDADE EXCLUSIVA DO ESTADO, POSSUINDO
REGIME DE FAZENDA PÚBLICA, POSSUINDO INCLUSIVE
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA, PRIVILÉGIOS PROCESSUAIS

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
- EMPRESAS ESTATAIS ATUANDO NA ATIVIDADE
ECONÔMICA:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a


exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

- Conselho de administração: de 7 a 11 membros.

- Diretoria: com no mínimo 3 diretores.

6.4) Agências reguladoras: autarquias em regime especial criadas


para fiscalizar e normatizar a prestação de serviços público por
particulares. Podem expedir resoluções direcionadas sempre ao
prestador do serviço.

- Estabilidade dos dirigentes: diferentemente dos dirigentes das


demais autarquias, os dirigentes das AR não têm cargo em
comissão, não podendo ser livremente nomeados ou exonerados.

Art. 5o O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente


(CD I) e os demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria (CD
II) serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e
elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para os
quais serão nomeados, devendo ser escolhidos pelo Presidente da
República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado
Federal, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição
Federal.

Art. 6o O mandato dos Conselheiros e dos Diretores terá o prazo


fixado na lei de criação de cada Agência. -> somente podem perder
o cargo de forma involuntária por sentença judicial transitada em
julgado ou por PAD.

- Quarentena:
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Art. 8o O ex-dirigente fica impedido para o exercício de
atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela
respectiva agência, por um período de quatro meses, contados da
exoneração ou do término do seu mandato. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)

§ 1o Inclui-se no período a que se refere o caput eventuais


períodos de férias não gozadas.

§ 2o Durante o impedimento, o ex-dirigente ficará vinculado à


agência, fazendo jus a remuneração compensatória equivalente à do
cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele
inerentes. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.216-
37, de 2001)

§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao ex-dirigente exonerado


a pedido, se este já tiver cumprido pelo menos seis meses do seu
mandato.

§ 4o Incorre na prática de crime de advocacia administrativa,


sujeitando-se às penas da lei, o ex-dirigente que violar o impedimento
previsto neste artigo, sem prejuízo das demais sanções cabíveis,
administrativas e civis. (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.216-37, de 2001)

§ 5o Na hipótese de o ex-dirigente ser servidor público, poderá


ele optar pela aplicação do disposto no § 2o, ou pelo retorno ao
desempenho das funções de seu cargo efetivo ou emprego público,
desde que não haja conflito de interesse.

7) Entidades do terceiro setor


7.1) Natureza jurídica: pessoas jurídicas de direito privado sem fins
lucrativos que exercem atividades de interesse social não exclusivo
e não fazem parte da administração indireta.

7.2) OS e OSCIP

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
OS: OSCIP:

Contrato de Gestão Termo de Parceria


Ato Discricionário Ato Vinculado
Ministro de Estado Ministro de Justiça
Conselho de Administração Obrigatório Conselho Fiscal Obrigatório
Podem receber bens, recursos e servidores Não existe essa previsão
Pode ser contratada e contratar por disp. De lic. Não pode
Rol taxativo de atuação Rol exemplificativo
Sem prazo mínimo para funcionamento No mínimo três anos

OS: conselho administrativo celebra Contrato de gestão, obrigatória a


participação de representantes do poder público.

OSCIP: Conselho fiscal, termo de parceria, é possível a participação


de membros do poder público no conselho Fiscal.

-> AMBAS NÃO INTERGRAM A ADM PÚBLICA.


-> NÃO PRECISAM LICITAR OU FAZER CONCURSO
-> DEVEM RESPEITAR OS PRINCÍPIOS ADM

7.3) Disposições específicas sobre OS

Mnemônico das áreas de atuação da OS: -> ROL TAXATIVO

PM de SC

P esquisa científica
M eio ambiente

d esenvolvimento tecnológico
e nsino

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
S aúde
C ultura

De acordo com a Lei n. 9.637/98 (Organizações Sociais), o Poder


Executivo, observados os requisitos legais, poderá qualificar como
organizações sociais pessoas jurídicas de
direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas
ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à
cultura e à saúde. E é por meio de contrato de gestão que o Poder
Público e a entidade qualificada como organização social formam
parcerias para fomento e execução de
atividades relativas às áreas suprarelacionadas

Art. 12. Às organizações sociais poderão ser destinados


recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento
do contrato de gestão.

§ 3o Os bens de que trata este artigo serão destinados às


organizações sociais, dispensada licitação, mediante permissão de
uso, consoante cláusula expressa do contrato de gestão.

Art. 14. É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de


servidor para as organizações sociais, com ônus para a origem.

Art. 16. O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da


entidade como organização social, quando constatado o
descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão.

§ 1o A desqualificação será precedida de processo


administrativo, assegurado o direito de ampla defesa, respondendo
os dirigentes da organização social, individual e solidariamente, pelos
danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão.

§ 2o A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e


dos valores entregues à utilização da organização social, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis.

7.4) Disposições específicas sobre OSCIP


Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Nos termos da Lei n. 9.790/1999, perde-
se a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público, a pedido ou mediante decisão proferida em processo
administrativo ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério
Público, assegurada ampla defesa e o devido contraditório. Diz,
ainda, que é vedado o
anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de erro
ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas
do Ministério Público, é parte legítima para requerer, judicial ou
administrativamente, a perda da qualificação instituída por esta Lei

Art. 1o Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil


de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado sem
fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em
funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que
os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos
requisitos instituídos por esta Lei.

Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da


Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de
qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:

I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de
categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de
credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens
ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e
assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e
suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado
criadas por órgão público ou por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de
vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art.
192 da Constituição Federal.

7.5) Organização da sociedade civil - OSC

Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se:


I - organização da sociedade civil
a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os
seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados,
doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes
operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer
natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos
mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique
integralmente na consecução do respectivo objeto social, de
forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial
ou fundo de reserva;
b) as sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10
de novembro de 1999; as integradas por pessoas em situação de
risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por
programas e ações de combate à pobreza e de geração de trabalho
e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de
trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência
técnica e extensão rural; e as capacitadas para execução de
atividades ou de projetos de interesse público e de cunho
social. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a
projetos de interesse público e de cunho social distintas das
destinadas a fins exclusivamente religiosos;

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
VII - termo de colaboração: instrumento por meio do qual são
formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública
com organizações da sociedade civil para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela
administração pública que envolvam a transferência de recursos
financeiros; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
VIII - termo de fomento: instrumento por meio do qual são
formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública
com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas
organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de
recursos financeiros; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de
2015)
VIII-A - acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são
formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública
com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a
transferência de recursos financeiros;

8) Controle legislativo da AP

8.1) Controle direto: exercido pelo Congresso Nacional.

8.2) Controle indireto: exercido pelo Tribunal de Contas, que é


órgão auxiliar do Poder Legislativo.

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,


operacional e patrimonial da União e das entidades da administração
direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou


jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie
ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a
União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
natureza pecuniária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será


exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da


República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
sessenta dias a contar de seu recebimento; -> quem julga as contas
do PR é o CN e, caso o Presidente não as encaminhe no prazo de
60 dias da abertura da sessão legislativa, quem deve tomar as contas
é a CD.

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis


por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e
indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de


admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas
e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório;

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do


Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e
auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de


cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos
termos do tratado constitutivo;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela


União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional,
por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas
Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa


ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as


providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado,


comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou


abusos apurados.

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado


diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao
Poder Executivo as medidas cabíveis.

§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de


noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo
anterior, o Tribunal decidirá a respeito. -> prevalece que decidir a
respeito não significa poder sustar o contrato.

§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito


ou multa terão eficácia de título executivo.

§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e


anualmente, relatório de suas atividades.

Súmula 347: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições,


pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder
Público.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove
Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e
jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as
atribuições previstas no art. 96.

§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados


dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:

I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de


idade;

II - idoneidade moral e reputação ilibada;

III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e


financeiros ou de administração pública;

IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva


atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no
inciso anterior.

§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão


escolhidos:

I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do


Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e
membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista
tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e
merecimento;

II - dois terços pelo Congresso Nacional.

§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as


mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e
vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-
se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do
art. 40. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas


garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das
demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional
Federal.

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão,


de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual,
a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à


eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial
nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias,


bem como dos direitos e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão


institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem


conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão
ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é


parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os


Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete
Conselheiros.

9) Controle judicial da administração pública

9.1) Sistemas de controle da administração


a) Contencioso administrativo ou sistema francês ou sistema de
dupla jurisdição: os litígios envolvendo a administração pública
devem ser julgados pela própria AP (jurisdição administrativa), e os
demais pelo Poder Judiciário (jurisdição comum). Ambos os
julgamentos tem caráter definitivo, pois ambos expressam jurisdição.
Portanto, as decisões do contencioso administrativo não podem ser
revistas pelo Judiciário.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
b) Sistema de jurisdição única ou sistema inglês: somente o
Poder Judiciário expressa decisões definitivas. As decisões
administrativas podem ser revistas pelo Judiciário. Portanto, as
decisões administrativas fazem apenas coisa julgada formal,
enquanto as decisões do POJUD fazem coisa julgada material.

9.2) Momentos do controle


a) Prévio: antes da ofensa, com a mera ameaça.
b) Posterior: depois da ofensa.

9.3) Controle de legalidade: o POJUD não faz o controle do mérito


do ato administrativo, eis que baseado na conveniência e
oportunidade do agente público.

Não se pode confundir mérito com atos discricionários. O Poder


Judiciário PODE analisar os atos discricionários no que tange à
legalidade, CONTUDO, NÃO PODE ADENTRAR NO MÉRITO
(CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE). Fernando Baltar e Ronny
Charles (Livro Juspodvm, 2018, p. 221 e 222) entendem que pode
entrar no mérito, mas isso é doutrina minoritária, os próprios
autores assumem que as bancas e a doutrina majoritária NÃO
admitem entrar no mérito, a 1ª e 2ª Turma do STJ também
seguem essa linha. O Cespe já fez várias questões pegando os
candidatos, segue uma recente (Agente de Polícia Federal,
2018):

Cespe: (Q933259) O Poder Judiciário tem competência


para apreciar o mérito dos atos discricionários exarados pela
administração pública, devendo, no entanto, restringir-se à análise da
legalidade desses atos. ERRADO!

O Judiciário PODE analisar os atos discricionários no aspecto


da legalidade e regularidade, mas NÃO pode adentrar no mérito
- conveniência e oportunidade!!!

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
9.4) Necessidade de esgotamento das vias administrativas:

Há ao menos quatro hipóteses em que a via administrativa


precisa, obrigatoriamente, ser exaurida antes de se provocar o
Poder Judiciário:

- Justiça desportiva (art. 217, §1º da CF

- Ato administrativo que contrarie Súmula Vinculante (L. 11.471/06,


art. 7º, § 1º);

- Requerimento prévio à Administração antes do ajuizamento


do HD (RHD 22, STF);

- Requerimento prévio ao INSS para pedidos previdenciários (RE


631.240, STF).

9.6) Mandado de segurança

Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger


direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas
data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer
pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de
sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam
quais forem as funções que exerça. -> direito líquido e certo é a
aquele fundamentado em prova pré-constituída documental. Não se
admite, pois, discussão acerca dos fatos em MS, não existindo
espaço para dilação probatória fática. Entretanto, a existência de
controvérsia sobre aspectos jurídicos não impede a impetração de
MS.

§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os


representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores
de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas
jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder
público, somente no que disser respeito a essas atribuições.

§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão


comercial praticados pelos administradores de empresas públicas,
de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
público. -> SÚMULA 333 -
Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação
promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.

Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito,


em condições idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de
segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no
prazo de 30 (trinta) dias, quando notificado judicialmente.

Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste


artigo submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei, contado da
notificação.

Art. 4o Em caso de urgência, é permitido, observados os


requisitos legais, impetrar mandado de segurança por telegrama,
radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade
comprovada.

§ 1o Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade


por telegrama, radiograma ou outro meio que assegure a
autenticidade do documento e a imediata ciência pela autoridade.

§ 2o O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5


(cinco) dias úteis seguintes.

Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se


tratar:

I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito


suspensivo, independentemente de caução;

II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito


suspensivo;

III - de decisão judicial transitada em julgado.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
1 - ato do qual caiba RECURSO ADMINISTRATIVO com efeito
suspensivo, independentemente de caução.

Se para conceder efeito suspensivo ao ato impugnado for exigida


caução, viabiliza-se o exercício do mandado de segurança.

Súmula STF 373

É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de


recurso administrativo.

Súmula STF 429

A existência de recurso administrativo com efeito


suspensivo NÃO impede o uso do mandado de segurança contra
omissão da autoridade.

Súmula STF 430

Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o


prazo para o mandado de segurança.

Súmula 405

Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no


julgamento do agravo dela interposto, fica sem efeito a liminar
concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária.

2 - DECISÃO JUDICIAL da qual caiba RECURSO com efeito


suspensivo

Caso caiba recurso, a parte, ao invés impetrar mandado de


segurança, deve ingressar com o recurso cabível.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Súmula STF 268 - Não cabe mandado de segurança contra decisão
judicial com trânsito em julgado.

Súmula 267 STF - Não cabe mandado de segurança contra ato


judicial passível de recurso ou correição.

É pacífico o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal de


que é inadmissível a impetração de mandado de segurança contra
ato revestido de conteúdo jurisdicional, SALVO em hipóteses
excepcionais em que se verifique ilegalidade ou teratologia, sendo
incabível mandado de segurança contra decisão que determina a
aplicação da sistemática de repercussão geral.

3 - decisão judicial transitada em julgado

4- STJ 460 É INCABÍVEL o mandado de segurança para


convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte.

5- Súmula 266 do STF – Não cabe Mandado de Segurança contra


lei em tese.

6- Súmula 269 do STF – O Mandado de Segurança


não é substitutivo de ação de cobrança.

Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial,


enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos
documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as
informações;

II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial


da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem
documentos, para que, querendo, ingresse no feito;

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando
houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a
ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado
exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de
assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou


denegar a liminar caberá agravo de instrumento, observado o
disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de
Processo Civil.

§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a


compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e
bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de
servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de
vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou


cassada, persistirão até a prolação da sentença.

§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para


julgamento.

§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares


previstas neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se
referem os arts. 273 e 461 da Lei no5.869, de 11 janeiro de 1973 -
Código de Processo Civil.

§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá


apelação e, quando a competência para o julgamento do mandado
de segurança couber originariamente a um dos tribunais, do ato do
relator caberá agravo para o órgão competente do tribunal que
integre.

§ 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o


despacho da petição inicial.

Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art.


o
7 desta Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que
opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.

Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público,


os autos serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser
necessariamente proferida em 30 (trinta) dias.
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado,
cabe apelação.

§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita


obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição. -> no caso de Ação
Popular, o duplo grau será obrigatório nas hipóteses de indeferimento
e de carência.

§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.

§ 3o A sentença que conceder o mandado de segurança pode


ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada
a concessão da medida liminar.

§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias


assegurados em sentença concessiva de mandado de segurança a
servidor público da administração direta ou autárquica federal,
estadual e municipal somente será efetuado relativamente às
prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da
inicial.-> ou seja, se o servidor quiser receber valores relativos a
períodos anteriores à impetração do MS, deve ingressar com ação
ordinária.

Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito


público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão
à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente
do tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso
suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da
sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no
prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão
seguinte à sua interposição.

§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a


que se refere o caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão
ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual
recurso especial ou extraordinário.

§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar


concedida nas ações movidas contra o poder público e seus agentes
não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão
a que se refere este artigo.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito
suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do
direito invocado e a urgência na concessão da medida.

§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser


suspensas em uma única decisão, podendo o presidente do tribunal
estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes,
mediante simples aditamento do pedido original.

Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais,


caberá ao relator a instrução do processo, sendo assegurada a
defesa oral na sessão do julgamento do mérito ou do pedido
liminar. (Redação dada pela Lei nº 13.676, de 2018)

Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou


denegar a medida liminar caberá agravo ao órgão competente do
tribunal que integre.

Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em


única instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário,
nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem
for denegada.

Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de


segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por
ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos
patrimoniais.

Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os


respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais,
salvo habeas corpus.

§ 1o Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na


primeira sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao
relator.

§ 2o O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder


de 5 (cinco) dias.

Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado


por partido político com representação no Congresso Nacional, na
defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à
finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe
ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da
totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma
dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades,
dispensada, para tanto, autorização especial.

Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de


segurança coletivo podem ser: -> A maioria da doutrina entende que
há uma inconstitucionalidade por omissão ao não se admitir MS para
tutela de direitos difusos. Mas o STF e o STJ têm entendimento no
sentido da constitucionalidade da Lei.

I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os


transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou
categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica básica;

II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta


Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação
específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do
impetrante.

Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará


coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria
substituídos pelo impetrante.

§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência


para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não
beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a
desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta)
dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança
coletiva. -> no CDC, fala-se em SUSPENSÃO.

§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser


concedida após a audiência do representante judicial da pessoa
jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72
(setenta e duas) horas.

Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-


se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo
interessado, do ato impugnado. -> admite-se MS preventivo.

Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a


interposição de embargos infringentes e a condenação ao

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação
de sanções no caso de litigância de má-fé.

Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art.


330 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não
cumprimento das decisões proferidas em mandado de segurança,
sem prejuízo das sanções administrativas e da aplicação da Lei
no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis.

10) Agentes públicos: todos que exercem função pública a qualquer


título. Podem ser:
- Agentes políticos: exercem funções originárias do texto
constitucional. Prevalece serem os detentores de mandato eletivo, os
ministros e secretários de governo, os magistrados e os membros do
MP.
- Particulares em colaboração: mesários, jurados, titulares de
cartórios, agentes cartorários... Honoríficos são os requisitados.
- Servidores públicos: estatutários, celetistas e temporários.
- Militares

11) AGENTES DE FATO: aqueles que se investem da função pública


de forma emergencial ou irregular. Não integram a estrutura da AP.

Podem ser classificados em:

a) Necessários ou GESTORES DE NEGÓCIOS - Em situações


excepcionais. Ex.: Diante a uma calamidade pública, alguém que
atua como se fosse "Bombeiro militar".

b) Putativos - Tem aparência de agente público, sem ser de direito.


Ex.: Servidor que pratica diversos atos da administração sem ter sido
investido mediante concurso público. Neste caso, os agentes
parecem ser agentes públicos, mas não são.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Os atos produzidos pelos Agentes de Fato são válidos, em razão da
Teoria da aparência.

12) Concurso público:


12.1) Validade: até dois anos, prorrogável uma vez por igual período.
12.2) Candidato aprovado dentro do número de vagas: tem direito
subjetivo à nomeação.
12.3) Psicotécnico: Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode
sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo
público. -> também deve estar previsto no edital.
12.4) Função de confiança e cargo em comissão: as funções de
confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de
cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

12.5) Gravidez e prova física: É constitucional a remarcação do


teste de aptidão física de candidata que esteja grávida à época de
sua realização, independentemente da previsão expressa em edital
do concurso público”.

13) Provimento

PAN + 4R's

- Promoção (provimento derivado)

- Aproveitamento (provimento derivado) -> disponibilidade

-Nomeação (provimento originário) -> inveStidura - poSSe

noMEação – provimento

+
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
4R's

-Recondução (provimento derivado) -> retorno ao cargo por


inabilitação no EP.

-Reintegração (provimento derivado) -> anulação de demissão

-Reversão (provimento derivado) -> desponsentação

-Readaptação (provimento derivado)

Obs: Promoção e Readaptação são os únicos que são formas


de vacância e provimento simultâneos.

14) Remuneração ou vencimentos


14.1) Conceito: vencimento + vantagens permanentes (vantagens
transitórias não entram no conceito).
14.2) Irredutibilidade: a remuneração não pode ser reduzida,
podendo haver redução de vencimento, desde que haja aumento de
alguma vantagem. Ou seja, a irredutibilidade, segundo o STF, é
nominal.

14.3) Revisão geral anual: a remuneração dos servidores


públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão
ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na
mesma data e sem distinção de índices;

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
14.4) Limite mínimo: Súmula Vinculante 16 - "Os arts. 7º , IV ,
e 39 , § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição , referem-se ao
total da remuneração percebida pelo servidor público". -> a CF
estabelece que a remuneração do servidor não pode ser inferior a
um SM. Com isso, o STF firmou entendimento que essa regra vale
para a remuneração, ou seja, é possível que o vencimento ou salário
básico seja inferior a um SM, desde que a remuneração não seja.

14.5) Subsídio: O membro de Poder, o detentor de mandato


eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e
Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado
em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37,
X e XI.

- Membros da advocacia pública, defensoria pública, membros


dos tribunais de contas, policias (menos a militar)

14.6) Teto: a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,


funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se
como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e
no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,
aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos
Procuradores e aos Defensores Públicos;

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às


sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio
em geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

15) Acumulação de cargos

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,


exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) -> a incompatibilidade de horários
pode ser ficta, quando a jornada ultrapassa 60 horas semanais. O
STF disse que essa regra não se aplica para profissionais de saúde.

a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 19, de 1998)

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou


científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais


de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 34, de 2001)

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções


e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
ou indiretamente, pelo poder público;

- Vereador + cargo efetivo


- Juiz ou promotor + professor

-> Teto: Teto constitucional incide em cada cargo nos casos em


que é permitida a acumulação, decide STF

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Por decisão majoritária, o Plenário do Supremo Tribunal Federal
(STF) negou provimento a dois Recursos Extraordinários (REs
602043 e 612975) em que o Estado do Mato Grosso questionava
decisões do Tribunal de Justiça local (TJ-MT) contrárias à aplicação
do teto na remuneração acumulada de dois cargos públicos
exercidos pelo mesmo servidor. Os ministros entenderam que deve
ser aplicado o teto remuneratório constitucional de forma isolada para
cada cargo público acumulado, nas formas autorizadas pela
Constituição. O tema debatido nos recursos teve repercussão geral
reconhecida.

16) Independência das instâncias de responsabilidade: como


regra, um servidor pode ser punido nas esferas penal, civil e
administrativa, sendo tais instâncias independentes entre si, ou seja,
a decisão em uma não interfere na decisão da outra.
16.1) Independência relativa: se na esfera penal houver absolvição
categórica por negativa de autoria ou por inexistência do fato, tal
decisão se comunicará para as demais.
16.2) Condenação por crime funcional: o STF decidiu que, nesse
caso, é obrigatória a condenação na esfera administrativa.
16.3) Excludente de ilicitude: segundo o STF, sendo reconhecida
uma causa de exclusão da ilicitude na esfera penal, ela deve ser
reconhecida na esfera administrativa, mas isso não significa
necessária absolvição nesta esfera.

17) Estabilidade:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os


servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação


dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada


ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - mediante procedimento de avaliação periódica de


desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla
defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor


estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o


servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória


a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para
essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

17.1) Perda de cargo por corte de gastos

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os
limites estabelecidos em lei complementar. (Redação dada pela pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de


remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração
de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de
pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração
direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
poder público, só poderão ser feitas: (Renumerado do parágrafo
único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender
às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela
decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes


orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades
de economia mista. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida


neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão
imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou
estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não
observarem os referidos limites. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste


artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput,
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com


cargos em comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não


forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da
lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos
Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade
administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior


fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por
ano de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores


será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro
anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

17.3) Estabilidade extraordinária:

Art. 19, ADCT. Os servidores públicos civis da União, dos Estados,


do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta,
autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da
promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos
continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no
art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço
público.

§ 1º O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será


contado como título quando se submeterem a concurso para fins de
efetivação, na forma da lei.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de


cargos, funções e empregos de confiança ou em comissão, nem aos
que a lei declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço não será
computado para os fins do "caput" deste artigo, exceto se se tratar
de servidor.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos professores de


nível superior, nos termos da lei.

18) Vitaliciedade
18.1) Alcance: apenas para magistrados, membros do MP e
membros do Tribunal de Contas.
18.2) Perda do cargo: somente por sentença judicial transitada em
julgado.
18.3) Prazo para aquisição: 2 anos de efetivo exercício. ATENÇÃO:
nos casos de ingresso por indicação política, como no quinto
constitucional, a aquisição se dá com a posse.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
19) Improbidade administrativa

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente


público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos
na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta


lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade
que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de
órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o
erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por
cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos,
a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos
cofres públicos.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo


aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função
nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber,


àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob
qualquer forma direta ou indireta.

Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou


omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o
integral ressarcimento do dano.

Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente


público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu
patrimônio.

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio


público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério
Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput


deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral
ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante
do enriquecimento ilícito.

- Periculum in mora é presumido. ATENÇÃO: SALVO PARA


INDISPONIBILIDADE OU SEQUESTRO DE NUMERÁRIO.

- Bens não precisam estar individualizados

- Pode recair sobre bem de família

- Pode recair sobre bens adquiridos antes ou depois dos fatos


narrados na petição inicial

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio


público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações
desta lei até o limite do valor da herança.

CAPÍTULO II
Dos Atos de Improbidade Administrativa

Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam
Enriquecimento Ilícito

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando


enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial
indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e
notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou


imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a
título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem
tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente
público;

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar


a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a
contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço
superior ao valor de mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para


facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o
fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de
mercado;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,


equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou
à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta
lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades;

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta


ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar,
de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de
qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta


ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação
em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade,
peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens
fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta
lei;

VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato,


cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo
valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do
agente público;

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que
tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a
atividade;

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação


ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta


ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração
a que esteja obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens,


rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1° desta lei;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores


integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.
1° desta lei.

Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo
ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa


lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que
enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação


ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens,
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica


privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie;

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente


despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências,
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das
formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem


integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art.
1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por
preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem


ou serviço por preço superior ao de mercado;

VI - realizar operação financeira sem observância das normas


legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a


observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo


seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins
lucrativos, ou dispensá-los indevidamente; (Redação dada pela
Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas


em lei ou regulamento;

X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda,


bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público;

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas


pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
irregular;

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça


ilicitamente;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular,


veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza,
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor
público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto
a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem
observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº
11.107, de 2005)

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem


suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as
formalidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de
2005)

XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a


incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de
bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela
administração pública a entidades privadas mediante celebração de
parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº
13.019, de 2014) (Vigência)

XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica


privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos
pela administração pública a entidade privada mediante celebração
de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº
13.019, de 2014) (Vigência)

XVIII - celebrar parcerias da administração pública com


entidades privadas sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº
13.019, de 2014) (Vigência)

XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise


das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração
pública com entidades privadas; (Incluído pela Lei nº 13.019, de
2014, com a redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração


pública com entidades privadas sem a estrita observância das
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada
pela Lei nº 13.204, de 2015)

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração
pública com entidades privadas sem a estrita observância das
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

Seção II-A
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) (Produção de
efeito)

Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de


Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou
Tributário

Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer


ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício
financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do
art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de
2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) (Produção
de efeito) -> somente se aplica para ISSQN.

Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os
Princípios da Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta


contra os princípios da administração pública qualquer ação ou
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade,
legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou


diverso daquele previsto, na regra de competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão


das atribuições e que deva permanecer em segredo;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;

V - frustrar a licitude de concurso público;

VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro,
antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou
econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização


e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração
pública com entidades privadas. (Vide Medida Provisória nº 2.088-
35, de 2000) (Redação dada pela Lei nº 13.019, de
2014) (Vigência)

IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade


previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)

X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação


de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato,
convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo único
do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de
1990. (Incluído pela Lei nº 13.650, de 2018)

CAPÍTULO III
Das Penas

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e


administrativas previstas na legislação específica, está o responsável
pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a
gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).

I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos


ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de
oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor
do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda


dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se
concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil
de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco
anos;

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se


houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de
três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor
da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com
o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três
anos.

IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública,


suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa
civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário
concedido. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz


levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito
patrimonial obtido pelo agente.

✓ Enriquecimento ilícito (art. 9° e art. 12, I):

⮩ Conduta dolosa.

⮩ Perda da função pública.

⮩ Deve perder os bens ilícitos.

⮩ Suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos.

⮩ Multa de até 3X o valor do acréscimo patrimonial.

⮩ Proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de 10


anos.

✓ Prejuízo ao erário (art. 10 e art. 12, II):

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
⮩ Conduta dolosa ou culposa.

⮩ Perda da função pública.

⮩ Pode perder os bens ilícitos ou valores acrescidos


ilicitamente ao patrimônio.

⮩ Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos.

⮩ Multa de até 2X o valor do dano.

⮩ Proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de 5


anos.

✓ Atentam contra os princípios administração (art. 11 e art. 12,


III):

⮩ Conduta dolosa.

⮩ Perda da função pública.

⮩ Suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos.

⮩ Multa de até 100X a remuneração do agente.

⮩ Proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de 3


anos.

✓ Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou


Tributário (art. 10-A e art. 12, IV):

⮩ Conduta dolosa (http://www.conjur.com.br/2017-jan-04/lei-cria-


tipo-improbidade-administrativa-relacionado-issn).

⮩ Perda da função pública.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
⮩ Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos.

⮩ Multa de até 3X o valor do benefício financeiro ou tributário


concedido.

-> Na CF: Os atos de improbidade administrativa importarão a


suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

As penalidades aplicadas aos atos de improbidade administrativa é


o SUPEREI:

SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS

PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA

RESSARCIMENTO AO ERÁRIO

INDISPONIBILIDADE DOS BENS

CAPÍTULO IV
Da Declaração de Bens

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam


condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que
compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço
de pessoal competente. (Regulamento) (Regulamento)

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes,
dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores
patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso,
abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou
companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a
dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos
e utensílios de uso doméstico.

§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data


em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo,
emprego ou função.

§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço


público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público
que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo
determinado, ou que a prestar falsa.

§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da


declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita
Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e
proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações,
para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo .

CAPÍTULO V
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade


administrativa competente para que seja instaurada investigação
destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e


assinada, conterá a qualificação do representante, as informações
sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha
conhecimento.

§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em


despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades
estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a
representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério


Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de
procedimento administrativo para apurar a prática de ato de
improbidade.
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho
de Contas poderá, a requerimento, designar representante para
acompanhar o procedimento administrativo.

Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a


comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do
órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do
seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido
ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.->
diferentemente da indisponibilidade, incide sobre bens específicos e
exige demonstração do periculum in mora.

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta
pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de
trinta dias da efetivação da medida cautelar.

§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de


que trata o caput.

§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério


Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei
no 4.717, de 29 de junho de 1965. (Redação dada pela Lei nº
9.366, de 1996) -> A pessoas jurídica de direito público ou de direito
privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de
contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso
se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo
representante legal ou dirigente.

§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte,


atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para


todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma
causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória
nº 1.984-16, de 2000) (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-
35, de 2001)

§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que


contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade
ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação
de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive
as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Civil. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, de 2000) (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la


e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação
por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações,
dentro do prazo de quinze dias. (Vide Medida Provisória nº 2.088-
35, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
2001)

§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias,


em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da
inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da
inadequação da via eleita. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, de
2000) (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) -> do
indeferimento da PI cabe apelação.

§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar


contestação. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, de
2000) (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo


de instrumento.-> no CPC, é mero despacho irrecorrível.

§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação


da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento
do mérito. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, de
2000) (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa


jurídica interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da
obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei
Complementar nº 157, de 2016)

CAPÍTULO VI
Das Disposições Penais

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade


contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da
denúncia o sabe inocente.

Pena: detenção de seis a dez meses e multa.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está
sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à
imagem que houver provocado.

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos


políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença
condenatória.

Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa


competente poderá determinar o afastamento do agente público do
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução
processual.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:

I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo


quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº
12.120, de 2009).

II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle


interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério
Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou
mediante representação formulada de acordo com o disposto no art.
14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou
procedimento administrativo.

CAPÍTULO VII
Da Prescrição

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções


previstas nesta lei podem ser propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de


cargo em comissão ou de função de confiança;

II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para


faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público,
nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

III - até cinco anos da data da apresentação à administração


pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
parágrafo único do art. 1o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.019,
de 2014) (Vigência)

20) Lei anticorrupção

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva


administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra
a administração pública, nacional ou estrangeira.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades


empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não,
independentemente da forma de organização ou modelo societário
adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de
entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham
sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas de
fato ou de direito, ainda que temporariamente.

Art. 2o As pessoas jurídicas serão responsabilizadas


objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos
previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício,
exclusivo ou não.

Art. 3o A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a


responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou
de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
ilícito.

§ 1o A pessoa jurídica será responsabilizada


independentemente da responsabilização individual das pessoas
naturais referidas no caput.

§ 2o Os dirigentes ou administradores somente serão


responsabilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade.

Art. 4o Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na


hipótese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão
ou cisão societária.

§ 1o Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade


da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa e
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas
nesta Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da
fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente
intuito de fraude, devidamente comprovados.

§ 2o As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no


âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solidariamente
responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringindo-
se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e
reparação integral do dano causado.

CAPÍTULO II

DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL


OU ESTRANGEIRA

Art. 5o Constituem atos lesivos à administração pública, nacional


ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas
pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1o, que
atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra
princípios da administração pública ou contra os compromissos
internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:

I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem


indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada;

II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de


qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos
nesta Lei;

III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou


jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a
identidade dos beneficiários dos atos praticados;

IV - no tocante a licitações e contratos:

a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer


outro expediente, o caráter competitivo de procedimento licitatório
público;

b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de


procedimento licitatório público;
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou
oferecimento de vantagem de qualquer tipo;

d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;

e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para


participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo;

f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento,


de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a
administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório
da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou

g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos


contratos celebrados com a administração pública;

V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos,


entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive
no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do
sistema financeiro nacional.

§ 1o Considera-se administração pública estrangeira os órgãos


e entidades estatais ou representações diplomáticas de país
estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
público de país estrangeiro.

§ 2o Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração


pública estrangeira as organizações públicas internacionais.

§ 3o Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta


Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerça
cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades estatais ou
em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como em
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
público de país estrangeiro ou em organizações públicas
internacionais.

CAPÍTULO III

DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Art. 6o Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas
jurídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos
nesta Lei as seguintes sanções:

I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte


por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao da
instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual
nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua
estimação; e

II - publicação extraordinária da decisão condenatória.

§ 1o As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada


ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso
concreto e com a gravidade e natureza das infrações.

§ 2o A aplicação das sanções previstas neste artigo será


precedida da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia Pública
ou pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público.

§ 3o A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui,


em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano
causado.

§ 4o Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja possível


utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, a
multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00
(sessenta milhões de reais).

§ 5o A publicação extraordinária da decisão condenatória


ocorrerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa
jurídica, em meios de comunicação de grande circulação na área da
prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta,
em publicação de circulação nacional, bem como por meio de
afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio
estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo
visível ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de
computadores.

§ 6o (VETADO).

Art. 7o Serão levados em consideração na aplicação das


sanções:
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
I - a gravidade da infração;

II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;

III - a consumação ou não da infração;

IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;

V - o efeito negativo produzido pela infração;

VI - a situação econômica do infrator;

VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das


infrações;

VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de


integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a
aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da
pessoa jurídica;

IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o


órgão ou entidade pública lesados; e

X - (VETADO).

Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e


procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos
em regulamento do Poder Executivo federal.

CAPÍTULO IV

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO

Art. 8o A instauração e o julgamento de processo administrativo


para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à
autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante
provocação, observados o contraditório e a ampla defesa.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
§ 1o A competência para a instauração e o julgamento do
processo administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa
jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.

Art. 10. O processo administrativo para apuração da


responsabilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão
designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou
mais servidores estáveis.

§ 3o A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180


(cento e oitenta) dias contados da data da publicação do ato que a
instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e
eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma
motivada as sanções a serem aplicadas.

§ 4o O prazo previsto no § 3o poderá ser prorrogado, mediante


ato fundamentado da autoridade instauradora.

Art. 11. No processo administrativo para apuração de


responsabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30
(trinta) dias para defesa, contados a partir da intimação.

Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada


sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou
dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para
provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos
das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e
sócios com poderes de administração, observados o contraditório e
a ampla defesa.

Art. 15. A comissão designada para apuração da


responsabilidade de pessoa jurídica, após a conclusão do
procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério
Público de sua existência, para apuração de eventuais delitos.

CAPÍTULO V

DO ACORDO DE LENIÊNCIA

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública


poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas
responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
efetivamente com as investigações e o processo administrativo,
sendo que dessa colaboração resulte:

I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando


couber; E

II - a obtenção célere de informações e documentos que


comprovem o ilícito sob apuração.

§ 1o O acordo de que trata o caput somente poderá ser


celebrado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:

I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu


interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito;

II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na


infração investigada a partir da data de propositura do acordo;

III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere


plena e permanentemente com as investigações e o processo
administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que
solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.

2o A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa


jurídica das sanções previstas no inciso II do art. 6o e no inciso IV do
art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
-> não recebe sanção de proibição de receber incentivos e nem
sanção de publicação da sentença.

§ 3o O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da


obrigação de reparar integralmente o dano causado.

§ 5o Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às


pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e
de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as
condições nele estabelecidas.

§ 6o A proposta de acordo de leniência somente se tornará


pública após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse
das investigações e do processo administrativo.

§ 7o Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito


investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada.
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
§ 8o Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a
pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo
de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração
pública do referido descumprimento.

§ 9o A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo


prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei.

Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo


de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de ilícitos
previstos na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas à
isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em
seus arts. 86 a 88.

CAPÍTULO VI

DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL

Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa


jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização na
esfera judicial.

Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5o desta


Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio
das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação
judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação
com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas
infratoras:

I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem


vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração,
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;

II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;

III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;

IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções,


doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de
instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público,
pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
§ 1o A dissolução compulsória da pessoa jurídica será
determinada quando comprovado:

I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual


para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou

II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses


ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados.

§ 2o (VETADO).

§ 3o As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou


cumulativa.

§ 4o O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de


representação judicial, ou equivalente, do ente público poderá
requerer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários
à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano
causado, conforme previsto no art. 7o, ressalvado o direito do terceiro
de boa-fé.

Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão


ser aplicadas as sanções previstas no art. 6o, sem prejuízo daquelas
previstas neste Capítulo, desde que constatada a omissão das
autoridades competentes para promover a responsabilização
administrativa.

Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado


o rito previsto na Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985. -> Rito da
LACP.

CAPÍTULO VII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o


Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará
publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de
governo com base nesta Lei.

§ 3o As autoridades competentes, para celebrarem acordos de


leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e manter

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as
informações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse
procedimento vier a causar prejuízo às investigações e ao processo
administrativo.

§ 4o Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo de


leniência, além das informações previstas no § 3o, deverá ser incluída
no Cnep referência ao respectivo descumprimento.

§ 5o Os registros das sanções e acordos de leniência serão


excluídos depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no
ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniência
e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do
órgão ou entidade sancionadora.

Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores


aplicados com fundamento nesta Lei serão destinados
preferencialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.

Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas


nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou, no caso de
infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a


prescrição será interrompida com a instauração de processo que
tenha por objeto a apuração da infração.

Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento das


infrações previstas nesta Lei, não adotar providências para a
apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e
administrativamente nos termos da legislação específica aplicável.

Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por
pessoa jurídica brasileira contra a administração pública estrangeira,
ainda que cometidos no exterior.

Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta
os processos de responsabilização e aplicação de penalidades
decorrentes de:

I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei no 8.429,


de 2 de junho de 1992; e

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
II - atos ilícitos alcançados pela Lei no 8.666, de 21 de junho de
1993, ou outras normas de licitações e contratos da administração
pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de
Contratações Públicas - RDC instituído pela Lei no 12.462, de 4 de
agosto de 2011.

21) Intervenções restritivas na propriedade

21.1) Limitação:

- Intervenção geral e abstrata, não incidindo sobre bem específico,


como ocorre na limitação do direito de construir;

- Materializa-se por meio de ato normativo;

- Como regra não é indenizável, salvo de comprovado dano ou


esvaziamento do conteúdo econômico do bem; ATENÇÃO: segundo
o STJ, somente será cabível indenização se a aquisição da
propriedade pelo interessado se der antes da instituição da limitação.

- Efeitos ex nunc;

- Tem caráter perpétuo, ou seja, de prazo indeterminado.

- Pode recair sobre imóveis, móveis e serviços.

21.2) Servidão:

- Direito real sobre bem imóvel específico;

- Deve ser averbada junto à matrícula;

- Como regra não é indenizável, salvo de comprovado dano ou


esvaziamento do conteúdo econômico do bem;

- Tem caráter perpétuo, pois instituída por prazo indeterminado;


Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
- Exemplos das placas de nomes de rua e dos postes de energia
elétrica.

21.3) Tombamento

- Visa a proteger o patrimônio artístico, cultural e histórico;

- Pode ser total ou parcial, recaindo sobre o bem inteiro, ou sobre


partes dele;

- Pode incidir sobre bens móveis ou imóveis;

- Impõe ao particular obrigações de fazer (conservar o bem ou


informar ao poder público a impossibilidade de fazê-lo), não fazer
(não destruir e não modificar, e não tirar o bem do país, salvo, nestes
casos, com autorização do poder público), e tolerar (a fiscalização).

- Com o NCPC, foi revogada a norma que estabelecia o direito de


preferência da administração no caso de alienação.

- Tem caráter perpétuo. ATEÇÃO: o tombamento provisório tem


natureza de cautelar administrativa, imposta para que, no decorrer
do processo administrativo, o proprietário não destrua o bem, virando
tombamento definitivo no final do feito.

- O bem pode ser tombado por diferentes entes federativos


simultaneamente.

OCUPAÇAO ADMINISTRATIVA

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
-cuida-se de direito de caráter não-real;

-só incide sobre a propriedade imóvel;

-tem caráter de transitoriedade;

-a situação constitutiva da ocupação é ser meio de apoio à


execução de obras e serviços públicos;

-a indenização varia de acordo com a modalidade de ocupação


temporária: se for vinculada à desapropriação, haverá dever
indenizatório; se não for, inexistirá em regra esse dever, a menos
que haja prejuízos para o proprietário.

REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA

-é direito pessoal da Administração;

-seu pressuposto é o perigo público iminente;

-incide sobre bens móveis, imóveis e serviços;

-caracteriza-se pela transitoriedade;

-a indenização, somente devida se houver dano, é posterior

22) Intervenções supressivas

22.1) Desapropriação:

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
- Direito fundamental: a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

- Fase declaratória: primeiro o ente político declara a necessidade


ou utilidade pública, ou o interesse social, por meio de decreto ou lei.
A declaração fornece ao Estado direito de penetrar no bem para
medir e avaliar. Bem como, a declaração estabelece a fixação do
estado do bem, determinando que eventuais melhorias feitas a partir
daquele momento não serão pagas pela AP, SALVO AS
NECESSÁRIAS E AS ÚTEIS AUTORIZADAS.

- Prazos decadenciais para execução após a declaração:

-> No caso de necessidade ou utilidade pública: 5 ANOS

-> No caso de interesse social: 2 ANOS

- Fase executória: a efetivação pode ser feita pelo próprio ente


federado, ou pode ser delegada para administração indireta,
consórcios públicos ou concessionárias de SP. Havendo acordo
quanto ao valor indenizatório (particular não pode se opor à
desapropriação em si), a desapropriação ocorre na via
administrativa. Não havendo acordo, o poder público deve ingressar
com ação judicial de desapropriação.

- Desapropriação especial urbana ou sancionatória:

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo


Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei,
tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.

§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal,


obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o
instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana.

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando


atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade
expressas no plano diretor.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com
prévia e justa indenização em dinheiro.

§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei


específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da
lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob
pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios; -> 1 ano para


apresentar o projeto e 2 anos para dar início às obras.

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana


progressivo no tempo (O MÁXIMO QUE SE PODE FAZER É
DUPLICAR A ALÍQUOTA DE UM ANO PARA O OUTRO, ATÉ O
LIMITE DE 15%); -> durante 5 anos

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida


pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com
prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros
legais.

- Desapropriação indireta: verdadeira invasão realizada pelo


Estado em um terreno particular, sem respeitar nenhum
procedimento expropiatório. A partir do momento em que o Estado
dá destinação pública ao bem, com obras consolidadas, só resta ao
particular ingressar com ação de indenização por desapropriação
indireta.

Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda


Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada
em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada
procedente, resolver-se-á em perdas e danos.

-> Prazo prescricional: é de 10 anos, aplicando-se o mesmo prazo


da usucapião extraordinária habitacional ou produtiva. Não se aplica
mais a Súmula 119 do STJ.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
- Desapropriação por zona: A desapropriação por zona, prevista no
artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 3.365/41, consiste na ampliação da
expropriação às áreas que se valorizem extraordinariamente em
consequência da realização da obra ou do serviço público. As áreas
e zonas excedentes e desnecessárias ao Poder Público podem ser
vendidas a terceiros para a obtenção de recurso financeiro.

Dec-Lei n.º 3.365/41, art. 4.º: "A desapropriação poderá abranger a


área contígua necessária ao desenvolvimento da obra a que se
destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em
consequência da realização do serviço. Em qualquer caso, a
declaração de utilidade pública deverá compreendê-las,
mencionando-se quais as indispensáveis à continuação da obra e as
que se destinam à revenda". -> no caso de valorização ordinária, o
estado deve se valer da contribuição de melhoria.

A valorização imobiliária decorrente de obra ou serviço pode ser:

1) Geral, podendo ser (a) ordinária ou (b) extraordinária.

2) Especial.

Será geral quando beneficiar indistintamente um grupo considerável;


sendo ordinária quando todos os imóveis lindeiros se valorizarem;
ou extraordinária quando um ou outro imóvel se valoriza mais do
que outros.

Será especial quando beneficiar pessoas específicas. determináveis


ou determináveis.

Quando há valorização geral extraordinária, o Estado pode usar


a DESAPROPRIAÇÃO POR ZONA (dec. 3365/41), onde o poder
público incluirá na área a ser desapropriada as áreas contíguas, a fim
de que as utilize futuramente em obras ou se beneficie com a
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
valorização gerada pelas obras/serviços. Há sérias críticas a essa
possibilidade, mas não vingam, pois essa desapropriação é feita na
defesa do interesse público, evitando que poucos particulares se
enriqueçam em detrimento de muitos outros (há uma "socialização
de ganhos").

Quando há valorização geral ordinária, o Estado pode usar


a CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA, que é um tributo para que ele
receba parte da valorização imobiliária ocorrida diretamente dos
particulares beneficiados pelas obras, resgatando-se aos cofres
públicos o ganho que a intervenção na propriedade gerou. O seu FG
é a valorização imobiliária.

Quando há valorização específica/especial, a valorização se


restringe a um ou alguns particulares, identificados ou identificáveis,
podendo o Estado utilizar o ABATIMENTO do valor a ser pago a título
de indenização (art. 27, do D. 3365/41).

- Retrocessão: o instituto da retrocessão está previsto no art. 519 do


Código Civil, que assim dispõe:

Art. 519, CC. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou


utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que
se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos,
caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da
coisa.

"A retrocessão surge quando há desinteresse superveniente do


Poder Público em manter o bem desapropriado. Nesse caso, surge
a obrigação de o expropriante oferecer ao ex-proprietário o bem
desapropriado pelo seu preço atual. Assim, se o ex-proprietário
concordar, o expropriante devolve o bem e o expropriado paga o
valor atualizado da indenização recebida.

Nos termos supratranscritos, a disciplina literal do Código Civil


parece estabelecer como requisitos alternativos para que haja
retrocessão a tredestinação ou a aplicação do bem em finalidade não
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
coincidente com o interesse público. No entanto, conforme analisado
no tópico anterior, a jurisprudência é pacífica no sentido de que
os requisitos são cumulativos. Vale dizer, a retrocessão só é
cabível quando houver tredestinação ilícita (quando não for
dada ao bem outra finalidade pública), não sendo aplicada nos
casos de tredestinação lícita."

"A retrocessão, portanto, é aplicável nas desapropriações por


utilidade ou necessidade pública, ou por interesse social, e tem como
pressupostos:

(a) não ser dado ao bem o destino para o qual ele fora desapropriado;
e

(b) não ser utilizado o bem desapropriado em obras ou serviços


públicos.

Observe-se, dessarte, que não caberá a retrocessão no caso de


tredestinação lícita, isto é, quando o bem teve destinação diferente
daquela para a qual fora expropriado, mas foi dada a ele uma
utilização que atende ao interesse público – realização de uma obra
pública ou prestação de um serviço público.

Enfim, a retrocessão somente poderá decorrer de uma situação em


que se configure a tredestinação ilícita – quando houver sido
desviada a destinação do bem desapropriado e esta não
corresponder a uma finalidade de interesse público. Nessa hipótese,
o expropriante passa a ter a obrigação de oferecer ao ex-proprietário
o bem, pelo valor atual, a fim de que ele possa exercer o direito de
preferência. Caso o ex-proprietário o exerça, o bem retornará ao seu
domínio; se isso não for possível, a obrigação do expropriante e o
direito do expropriado resolvem-se em perdas e danos."

§ 3o Ao imóvel desapropriado para implantação de parcelamento


popular, destinado às classes de menor renda, não se dará outra
utilização nem haverá retrocessão.

- Artigos relevantes:

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Art. 2o Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens
poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios,
Distrito Federal e Territórios.

§ 1o A desapropriação do espaço aéreo ou do subsolo só se


tornará necessária, quando de sua utilização resultar prejuízo
patrimonial do proprietário do solo.

§ 2o Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito


Federal e Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os
dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá
preceder autorização legislativa.

§ 3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal,


Territórios e Municípios de ações, cotas e direitos representativos do
capital de instituições e emprêsas cujo funcionamento dependa de
autorização do Govêrno Federal e se subordine à sua fiscalização,
salvo mediante prévia autorização, por decreto do Presidente da
República. (Incluído pelo Decreto-lei nº 856, de 1969)

Art. 3o Os concessionários de serviços públicos e os


estabelecimentos de caráter público ou que exerçam funções
delegadas de poder público poderão promover desapropriações
mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato.

Art. 7o Declarada a utilidade pública, ficam as autoridades


administrativas autorizadas a penetrar nos prédios compreendidos
na declaração, podendo recorrer, em caso de oposição, ao auxílio de
força policial.

Art. 8o O Poder Legislativo poderá tomar a iniciativa da


desapropriação, cumprindo, neste caso, ao Executivo, praticar os
atos necessários à sua efetivação.

Art. 9o Ao Poder Judiciário é vedado, no processo de


desapropriação, decidir se se verificam ou não os casos de utilidade
pública.

Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo


ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data
da expedição do respectivo decreto e findos os quais este
caducará. (Vide Decreto-lei nº 9.282, de 1946)

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo
bem objeto de nova declaração.

Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor


ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do
Poder Público.

23) Responsabilidade civil do estado

Art. 37, CF, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de


direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.

-> No caso de danos ocasionados por PJ prestadora de SP, a


responsabilidade objetiva do estado é subsidiária.

-> Segundo o STF, a responsabilidade objetiva se aplica mesmo


quando os danos forem causados a não usuário.

-> A responsabilidade pode derivar de ato lícito.

23.1) Elementos: conduta, NC e dano.

23.2) Excludentes: a inexistência de qualquer um dos elementos


acarreta na exclusão da responsabilidade. Entretanto, as principais
excludentes são caso fortuito, força maior e culpa exclusiva da vítima,
que excluem o NC.

- Diferença entre caso fortuito e força maior: há quem diga serem


sinônimos. Há quem diga que força maior deriva de acontecimento
da natureza, enquanto caso fortuito deriva de ação humana.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
23.3) Teoria do risco administrativo: usada como regra.

23.4) Teoria do risco integral: não admite excludentes. Usada nos


casos de:

- Dano ambiental

- Atividade nuclear

- Crimes ocorridos em aeronaves brasileiras

- Terrorismo

23.5) Responsabilidade por atos lícitos: diferentemente da


responsabilidade por atos ilícitos, a qual se fundamenta no princípio
da legalidade, a responsabilidade por atos lícitos se baseia no
princípio da isonomia.

Isso se aplica nas hipóteses em que o Estado, mesmo praticando um


ato lícito para beneficiar a coletividade, acaba causando prejuízo a
uma ou certas pessoas em específico e, como não seria justo que
apenas uma parcela da sociedade sofresse prejuízos em benefício
de outra parcela, o Estado tem dever de indenizar os especialmente
prejudicados.

É o exemplo da construção de um elevado, com o intuito de


desafogar o trânsito, na frente de um prédio, que acaba por
atrapalhar a vista de certos apartamentos que antes tinham a vista
do pôr do sol.

- Teoria do duplo efeito do ato administrativo: o mesmo ato


administrativo pode gerar efeitos distintos para pessoas diferentes.
No exemplo acima, só quem poderia pedir indenização são os
proprietários dos imóveis que tiveram a vista prejudicada. Já os
proprietários dos imóveis mais baixos não possuem esse direito, pois
não foram especialmente prejudicados. Perceba-se, o mesmo ato
administrativo causando efeitos distintos a pessoas diferentes.

23.6) Reponsabilidade por atos omissivos: a corrente majoritária


entende que se deve separar a omissão em específica e genérica:
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
- Omissão genérica: baseada na teoria da culpa do serviço, ou falta
do serviço, ou falha no serviço, a responsabilidade será subjetiva.

- Omissão específica: baseada na teoria do risco administrativo, a


responsabilidade será objetiva.

- Crime cometido por foragido:

“RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ART. 37, § 6º, DA


CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LATROCÍNIO PRATICADO POR
PRESO FORAGIDO, MESES DEPOIS DA FUGA.
Fora dos parâmetros da causalidade não é possível impor ao Poder
Público uma responsabilidade ressarcitória sob o argumento de falha
no sistema de segurança dos presos.
Precedente da Primeira Turma: RE 130.764, Relator Ministro Moreira
Alves.
Recurso extraordinário não conhecido” (RE 172.025/RJ, Primeira
Turma).

Vê-se, pois, que a jurisprudência do STF encontra-se


consolidada no sentido de que não há responsabilidade civil do
Estado em se tratando de danos causados por presos foragidos,
quando estes danos ocorrem meses – ou depois de um certo tempo
– após a fuga. Fundamentando-se, especialmente, na teoria da
interrupção do nexo causal, na qual a causa “seria apenas o
antecedente fático que, ligado por um vínculo de necessariedade ao
resultado danoso, determinasse este último como uma consequência
sua, direta e imediata.” (STOLZE, p. 144, 2014)

23.7) Teoria do risco criado ou suscitado: aplica-se nas hipóteses


em que o Estado cria o risco do dano, como no caso de custódia de
pessoas ou coisas. Aqui, a responsabilidade será objetiva.
ATENÇÃO: se comprovado o fortuito externo, como no caso de um
raio que caiu na cabeça de um preso dentro do presídio, ficará
afastada a responsabilidade do Estado.

- Suicídio de preso:

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
• Em regra: o Estado é objetivamente responsável pela morte de
detento. Isso porque houve inobservância de seu dever específico de
proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88.
• Exceção: o Estado poderá ser dispensado de indenizar se ele
conseguir provar que a morte do detento não podia ser evitada. Neste
caso, rompe-se o nexo de causalidade entre o resultado morte e a
omissão estatal.

O STF fixou esta tese em sede de repercussão geral:


Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção
previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é responsável
pela morte de detento.
STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
30/3/2016 (repercussão geral) (Info 819).

Isso significa que o Estado deverá sempre ser condenado a


indenizar os familiares do preso que se suicidou?
NÃO.
Somente haverá a responsabilização do Poder Público se, no caso
concreto, o Estado não cumpriu seu dever específico de proteção
previsto no art. 5º, XLIX, da CF/88.
Como se adota a teoria do risco administrativo, o Estado poderá
provar alguma causa excludente de responsabilidade. Assim, nem
sempre que houver um suicídio, haverá responsabilidade civil do
Poder Público.
O Min. Luiz Fux exemplifica seu raciocínio com duas situações:
• Se o detento que praticou o suicídio já vinha apresentando indícios
de que poderia agir assim, então, neste caso, o Estado deverá ser
condenado a indenizar seus familiares. Isso porque o evento era
previsível e o Poder Público deveria ter adotado medidas para evitar
que acontecesse.
• Por outro lado, se o preso nunca havia demonstrado anteriormente
que poderia praticar esta conduta, de forma que o suicídio foi um ato
completamente repentino e imprevisível, neste caso o Estado não
será responsabilizado porque não houve qualquer omissão atribuível
ao Poder Público.

- Dano decorrente da situação precária do sistema carcerário:


em 2017, o STF reconheceu a um ex-detento direito à indenização
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
por dano moral, em virtude das condições indignas pelas quais
passou enquanto esteve no cárcere.

23.8) Teoria da dupla garantia: segundo o STF, existem duas


garantias decorrentes da norma do art. 37, §6º da CF, com base no
princípio da impessoalidade: uma da vítima, que pode cobrar
diretamente do Estado o dano causado pelo agente; outra do agente,
que garante que este não pode ser cobrado diretamente pela vítima.

23.9) Denunciação da lide: no Direito Administrativo, prevalece não


ser cabível que o Estado faça a denunciação da lide ao agente, pois
estaria causando uma confusão probatória prejudicial à vítima, eis
que, uma ação de responsabilização objetiva, haveria uma ampliação
subjetiva do mérito, na medida em que a responsabilização do
agente depende de comprovação de dolo ou culpa.

24) Serviços públicos

24.1) Conceito: para que uma atividade estatal seja considerada SP,
devem estar presentes 3 elementos:

- Utilidade material prestada de forma contínua

- Regime de direito público

- Prestação direta ou indireta pelo Estado

24.2) Princípios

Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de


serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme
estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo
contrato.

§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de


regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade,
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. ->
CESAR GUARDA MUNICIPAL CATARINENSE (GMC)

Cortesia: agir com educação.


Eficiência: o servidor deve agir com perfeição e rendimento.
Segurança: não trazer riscos ao usuário.
Atualidade: utilização de modernas técnicas na prestação do serviço.
Regularidade: o serviço público não pode ser inconstante.

Generalidade: está à disposição de todos.

Modicidade das tarifas: levar em consideração o usuário e a natureza


do serviço.

Continuidade do serviço público: o serviço público não pode parar.

§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do


equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a
melhoria e expansão do serviço.

§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua


interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso,
quando:

I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das


instalações; e,

II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da


coletividade.

Interrupção do fornecimento de SP (flexibilização do Princípio


da Continuidade) em 3 situações:

1-) SEM AVISO (1 hipótese): Emergência

2-) COM VISO PRÉVIO (2 hipótese):

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
---> 2.1-) Motivada por razões de ordem técnicas ou de
segurança das instalações

---> 2.2-) Inadimplemento do usuário, considerado o interesse da


coletividade. -> NÃO PRECISA DE CONTRADITÓRIO E AMPLA
DEFESA.

Obs. Não pode suspender quando:

1-) violar direitos fundamentais;

2-) se for pessoa de direito público prestadora de serviços


essenciais;

3-) dividas pretéritas e sob discussão judicial .

A divulgação da suspensão no fornecimento de serviço de energia


elétrica por meio de emissoras de rádio, dias antes da interrupção,
satisfaz a exigência de aviso prévio, prevista no art. 6º, § 3º, da Lei
nº 8.987/95. STJ. 1ª Turma. REsp 1270339-SC, Rel. Min. Gurgel de
Faria, julgado em 15/12/2016 (Info 598).

Não confundam as coisas. A exigência de contraditório e ampla


defesa é para corte relacionado a fraude no medidor (e não para
corte em razão de atraso normal de pagamento).

É possível o “corte” no serviço de energia elétrica em virtude de


inadimplemento do consumidor?

SIM. Mesmo sendo um serviço essencial, em caso de


inadimplemento do consumidor, é possível o corte do serviço de
energia elétrica. Isso, será feito com base em certos critérios,
a depender da natureza da dívida. A jurisprudência classifica esses
débitos em 3 grupos:

1) débitos decorrentes do consumo regular (atraso normal de


pagamento): É possível o corte.

2) débitos relacionados com recuperação de consumo por


responsabilidade da concessionária (a energia elétrica que foi
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
fornecida e utilizada pelo consumidor, mas por falha da
concessionária, não foi registrada corretamente): Como tal situação
só é descoberta depois de um tempo, ou seja, depois que a conta do
mês “fechou”, são débitos pretéritos. Então, o STJ entende que não
é possível o corte do serviço. A concessionária deverá exigir o crédito
pelas “vias ordinárias de cobrança”:

3) débitos relacionados com recuperação de consumo


por responsabilidade atribuível ao consumidor (fraude do
medidor). É possível o corte da energia elétrica, desde que: I) a
responsabilidade do consumidor pela fraude seja devidamente
apurada, conforme procedimento da ANEEL, assegurando-se ampla
defesa e contraditório; II) seja concedido um aviso prévio ao
consumidor; III) os débitos sejam relativos aos últimos 90 dias da
apuração da fraude, sem prejuízo do uso das vias judiciais
ordinárias de cobrança; IV) seja fixado prazo razoável de, no
máximo, 90 dias após o vencimento da fatura de recuperação de
consumo, para que a concessionária suspenda o serviço.

"Na hipótese de débito estrito de recuperação de consumo efetivo


por fraude no aparelho medidor, atribuída ao consumidor, desde
que apurado em observância dos princípios do contraditório e da
ampla defesa, é possível o corte administrativo do fornecimento de
serviços de energia elétrica mediante prévio aviso ao consumidor,
pelo inadimplemento do consumo de energia recuperada
correspondente ao período de 90 dias anterior a constatação da
fraude, desde que executado o corte em até 90 dias após o
fornecimento do débito, sem prejuízo do direito de a concessionaria
utilizar os meios judiciais ordinários de cobrança da dívida, inclusive
anterior aos mencionados 90 dias de retroação."

-> Greve de servidor público:

- Forças Armadas e Segurança Pública: a CF veda expressamente


a greve ao militar das Forças (assim como a sindicalização). O STF
ESTENDE ESSA PROIBIÇÃO AO MILITARES ESTADUAIS E AOS
POLICIAIS CIVIS.
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
- Demais servidores: art. 37, VII - o direito de greve será exercido
nos termos e nos limites definidos em lei específica. -> trata-se de
norma de eficácia limitada, que depende de lei que regulamente esse
direito, mas essa lei não existe. Com isso, o STF diz que, enquanto
não sobrevier a referida, o direito de greve dos servidores será
exercido na forma estabelecida na Lei Geral de Greve do
Trabalhadores em Geral.

- Servidor em estágio probatório: tem direito de greve.

- Remuneração nos dias parados: STF entende que o servidor não


tem direito ao pagamento de remuneração durante os dias de greve,
salvo quando essa decorrer de uma conduta ilícita da
administração.

24.3) Prestação de SP de forma indireta: dá-se por meio de


descentralização administrativa:

- Descentralização administrativa: ocorre quando o estado, por


motivos de eficiência, transfere a execução de suas atividades para
outras pessoas jurídicas ou físicas. Pode ser feita a particulares,
mediante contratos de concessão ou permissão. E pode ser feita
para entes da administração indireta. Não existe relação de
hierarquia, mas sim de TUTELA ou SUPERVISÃO MINISTERIAL ou
CONTROLE FINALÍSTICO.

- Espécies de Descentralização

"A doutrina preconiza que a descentralização pode ser feita


mediante outorga ou delegação de serviços. Na outorga, é
transferida a titularidade e a execução do serviço público, à pessoa
jurídica diversa do Estado, ao passo que, na delegação, apenas a
execução é transferida, permanecendo com o Estado a titularidade
do serviço."

RESUMO RÁPIDO DAS ESPÉCIES DE DESCENTRALIZAÇÃO

Por outorga ou por serviço ou funcional ou técnica

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
-> Transferência da execução + titularidade do serviço público a outra
entidade;

-> Feita somente às pessoas jurídicas de direito público integrantes


da Administração Indireta, especializadas na execução destas
atividades;

-> É realizada mediante lei específica que cria as entidades para


execução da tarefa outorgada.

Por delegação ou por coloboração

-> Transferência da execução (apenas) dos serviços públicos, sendo


a titularidade mantida sob a custódia do Estado;

-> Feita às entidades de direito privado da administração indireta ou


a particulares;

-> Realizada mediante contrato (de concessão ou permissão) ou ato


administrativo, quando a transferência se dá a particulares; e
mediante lei, quando se dá aos entes da Administração Indireta de
direito privado.

A transferência por delegação pode ocorrer de 3 formas:

CONCESSÃO

1) É um contrato administrativo (de adesão, como todo contrato


administrativo)

2) Exige-se licitação na modalidade concorrência (CONcessão ->


CONcorrência)

3) Vínculo permanente - com prazo determinado e o desfazimento


antecipado acarreta o dever de indenizar

4) Partes envolvidas - pessoa jurídica ou consórcios de empresas


(não tem personalidade jurídica). PESSOA FÍSICA NÃO PODE!

PERMISSÃO
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
1) Tem natureza de contrato administrativo de adesão

2) Licitação - qualquer modalidade (depende do valor)

3) Vínculo - precário e revogabilidade

4) Partes envolvidas - pessoa jurídica ou física

AUTORIZAÇÃO

1) Natureza de ato administrativo

2) Licitação - não há necessidade, em regra

3) Vínculo - precário e revogável

4) Partes envolvidas - pessoa jurídica ou física

Tabelinha

Concessão____________Permissão

Bilateral______________uni/bilateral

Licitação sempre concorrência________Licitação sempre (não diz a modalidade)

Contrato administrativo de adesão_____IDEM

Não precário__________Precário

PJ e Consórcio de empresas_________PJ ou PF

Oneroso $$__________Oneroso ou gratuito

- DA EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Art. 35. Extingue-se a concessão por:

I - advento do termo contratual;

II - ENcampação; --------- ( Retomada do serviço, por motivo


de ENteresse público, mediante lei autorizativa específica e após
prévio pagamento da indenização. Nenhuma das partes
descumpriu o contrato. )

III - caducidade; ---------- ( Art. 38. A inexecução total ou


parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a
declaração de caducidade. ---> A concessionária ou
permissionária pisou na bola, não cumpriu o contrato. )

IV - rescisão; ( Na rescisão, diferentemente da caducidade,


o poder concedente que não cumpre o contrato )

V - anulação; ( Alguma ilegalidade no contrato )

VI - falência ou extinção da empresa concessionária e


falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa
individual.

- Reversão: Os bens reversíveis são aqueles expressamente


descritos no contrato que passam automaticamente à propriedade do
poder concedente com a extinção da concessão ou da permissão
(qualquer que seja a modalidade de extinção).

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Serão indenizadas todas as parcelas não apreciadas ou não
amortizadas dos investimentos causados nos bens reversíveis que
tenham sido realizadas com o objetivo de garantir a continuidade e
atualidade do serviço concedido. A indenização recai sobre as
parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis que
tenham sido realizados com o objetivo de garantir a atualidade e a
continuidade do serviço concedido.

ATENÇÃO: mesmo no caso da caducidade, a reversão gera


indenização:

"Constatada no processo a ocorrência da irregularidade, a


caducidade poderá ser declarada por decreto, independentemente
do pagamento de indenização ao concessionário. A legislação prevê
a possibilidade de reversão, ao poder concedente, de bens do
concessionário indispensáveis para garantir a continuidade do
serviço público. Nesse caso, a declaração de caducidade não afasta
o dever de o poder concedente indenizar os bens revertidos, na forma
como dispuser o contrato, descontando-se o valor das multas
contratuais e dos danos contratuais e dos danos causados pela
concessionária em razão do descumprimento contratual (art. 38, §5º,
da Lei n. 8.987/95)"

MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 5. ed. São


Paulo: Saraiva, 2015, p. 514.

- Intervenção:

Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com


o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como
o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais
pertinentes.

Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder


concedente, que conterá a designação do interventor, o prazo da
intervenção e os objetivos e limites da medida.

Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente deverá,


no prazo de trinta dias, instaurar procedimento administrativo para
comprovar as causas determinantes da medida e apurar

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa. -> primeiro
se declara a intervenção, depois de instaura o procedimento.

§ 1o Se ficar comprovado que a intervenção não observou os


pressupostos legais e regulamentares será declarada sua nulidade,
devendo o serviço ser imediatamente devolvido à concessionária,
sem prejuízo de seu direito à indenização.

§ 2o O procedimento administrativo a que se refere o caput deste


artigo deverá ser concluído no prazo de até cento e oitenta dias, sob
pena de considerar-se inválida a intervenção.

Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão,


a administração do serviço será devolvida à concessionária,
precedida de prestação de contas pelo interventor, que responderá
pelos atos praticados durante a sua gestão.

25) Parcerias público-privadas

Art. 2o Parceria público-privada é o contrato administrativo de


concessão, na modalidade patrocinada ou administrativa.

§ 1o Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos


ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro
de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos
usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro
privado. -> As concessões patrocinadas em que mais de 70%
(setenta por cento) da remuneração do parceiro privado for paga pela
Administração Pública dependerão de autorização legislativa
específica.

§ 2o Concessão administrativa é o contrato de prestação de


serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e
instalação de bens. -> Administração paga 100% da tarifa.

§ 3o Não constitui parceria público-privada a concessão comum,


assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras
públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995,
quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público
ao parceiro privado.

§ 4o É vedada a celebração de contrato de parceria público-


privada:

I - cujo valor do contrato seja inferior a R$ 10.000.000,00 (dez


milhões de reais); (Redação dada pela Lei nº 13.529, de
2017)

II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco)


anos; ou -> o prazo de vigência do contrato, compatível com a
amortização dos investimentos realizados, não inferior a 5 (cinco),
nem superior a 35 (trinta e cinco) anos, incluindo eventual
prorrogação;

III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-


obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução
de obra pública. -> ou seja, deve necessariamente envolver a
prestação de SP.

Art. 5o As cláusulas dos contratos de parceria público-privada


atenderão ao disposto no art. 23 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro
de 1995, no que couber, devendo também prever:

III – a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes


a caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica
extraordinária; -> a responsabilidade é solidária, diferentemente da
concessão comum, na qual a responsabilidade da AP é subsidiária.

IX – o compartilhamento com a Administração Pública de ganhos


econômicos efetivos do parceiro privado decorrentes da redução do
risco de crédito dos financiamentos utilizados pelo parceiro privado;

X – a realização de vistoria dos bens reversíveis, podendo o


parceiro público reter os pagamentos ao parceiro privado, no valor
necessário para reparar as irregularidades eventualmente
detectadas.
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
- Fato da administração: interferência contratual do ente público
contratante; Evento interno ao contrato.

- Fato do príncipe: interferência extracontratual (geral e abstrata) do


poder público. Evento externo ao contrato.

26) Consórcios públicos:

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios
públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá
outras providências.

§ 1o O consórcio público constituirá associação pública ou


pessoa jurídica de direito privado.

§ 2o A União somente participará de consórcios públicos em que


também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam
situados os Municípios consorciados.

Art. 3o O consórcio público será constituído por contrato cuja


celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de
intenções.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
§ 2o O protocolo de intenções deve definir o número de votos
que cada ente da Federação consorciado possui na assembléia
geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada ente consorciado.

§ 3o É nula a cláusula do contrato de consórcio que preveja


determinadas contribuições financeiras ou econômicas de ente da
Federação ao consórcio público, salvo a doação, destinação ou
cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as transferências ou
cessões de direitos operadas por força de gestão associada de
serviços públicos.

§ 4o Os entes da Federação consorciados, ou os com eles


conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na forma e condições da
legislação de cada um.

§ 5o O protocolo de intenções deverá ser publicado na imprensa


oficial.

Art. 5o O contrato de consórcio público será celebrado com a


ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções.

§ 1o O contrato de consórcio público, caso assim preveja


cláusula, pode ser celebrado por apenas 1 (uma) parcela dos entes
da Federação que subscreveram o protocolo de intenções.

§ 2o A ratificação pode ser realizada com reserva que, aceita


pelos demais entes subscritores, implicará consorciamento parcial ou
condicional.

§ 3o A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subscrição do


protocolo de intenções dependerá de homologação da assembléia
geral do consórcio público.

§ 4o É dispensado da ratificação prevista no caput deste artigo


o ente da Federação que, antes de subscrever o protocolo de
intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público.

Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:

I – de direito público, no caso de constituir associação pública,


mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções;

II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da


legislação civil.
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
§ 1o O consórcio público com personalidade jurídica de direito
público integra a administração indireta de todos os entes da
Federação consorciados. -> vira uma autarquia.

§ 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito


público ou privado, observará as normas de direito público no que
concerne à realização de licitação, à celebração de contratos, à
prestação de contas e à admissão de pessoal, que será regido pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-
Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. (Redação dada pela
Lei nº 13.822, de 2019) -> empregados públicos.

Art. 8o Os entes consorciados somente entregarão recursos ao


consórcio público mediante contrato de rateio.

§ 1o O contrato de rateio será formalizado em cada exercício


financeiro e seu prazo de vigência não será superior ao das dotações
que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por objeto
exclusivamente projetos consistentes em programas e ações
contemplados em plano plurianual ou a gestão associada de serviços
públicos custeados por tarifas ou outros preços públicos.

§ 2o É vedada a aplicação dos recursos entregues por meio de


contrato de rateio para o atendimento de despesas genéricas,
inclusive transferências ou operações de crédito.

§ 3o Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem como


o consórcio público, são partes legítimas para exigir o cumprimento
das obrigações previstas no contrato de rateio.

Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio público


dependerá de ato formal de seu representante na assembléia geral,
na forma previamente disciplinada por lei.

§ 1o Os bens destinados ao consórcio público pelo consorciado


que se retira somente serão revertidos ou retrocedidos no caso de
expressa previsão no contrato de consórcio público ou no
instrumento de transferência ou de alienação.

§ 2o A retirada ou a extinção do consórcio público não prejudicará


as obrigações já constituídas, inclusive os contratos de programa,
cuja extinção dependerá do prévio pagamento das indenizações
eventualmente devidas.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de consórcio
público dependerá de instrumento aprovado pela assembléia geral,
ratificado mediante lei por todos os entes consorciados.

Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por contrato de


programa, como condição de sua validade, as obrigações que um
ente da Federação constituir para com outro ente da Federação ou
para com consórcio público no âmbito de gestão associada em que
haja a prestação de serviços públicos ou a transferência total ou
parcial de encargos, serviços, pessoal ou de bens necessários à
continuidade dos serviços transferidos.

§ 3o É nula a cláusula de contrato de programa que atribuir ao


contratado o exercício dos poderes de planejamento, regulação e
fiscalização dos serviços por ele próprio prestados.

§ 4o O contrato de programa continuará vigente mesmo quando


extinto o consórcio público ou o convênio de cooperação que
autorizou a gestão associada de serviços públicos.

Art. 19. O disposto nesta Lei não se aplica aos convênios de


cooperação, contratos de programa para gestão associada de
serviços públicos ou instrumentos congêneres, que tenham sido
celebrados anteriormente a sua vigência.

26) Atos administrativos

26.1) Atributos: são prerrogativas que o AA possui em virtude da


supremacia do interesse público sobre o privado.

- Presunção de veracidade: os fatos alegados pela AP gozam de


presunção RELATIVA (juris tantum) de veracidade, implicando
inversão do ônus da prova, já que compete ao particular provar a
inveracidade da alegação.

- Presunção de legitimidade: há presunção RELATIVA de que o AA


foi praticado de acordo com a lei.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
- Autoexecutoriedade: prerrogativa que permite à AP executar seus
atos sem necessidade de judicialização, como no caso de guinchar
um carro. São meios diretos de coerção. No caso de execução de
multa, necessariamente deve haver ação judicial de cobrança.
ATENÇÃO: nem todos os AA possuem esse atributo, somente
aqueles em que a lei preveja ou que decorram de situação de
urgência.

- Tipicidade: há quem defenda não se tratar de atributo, mas sim de


requisito de validade. Significa que todo AA deve estar previamente
previsto em lei para que possa ser praticado.

- Imperatividade: possibilidade de impor obrigações sem a


concordância do particular.

- Exigibilidade ou coercibilidade: prerrogativa que a AP tem de se


valer de meios indiretos de coerção para exigir o cumprimento do ato,
como a MULTA.

26.2) Hipóteses de retirada:

a) Anulação ou invalidação, por razões de ilegalidade. EX TUNC.


Poder ser feita pela AA e pelo POJUD. Como na revogação, a
possibilidade de administração, de ofício, rever seus próprios atos,
decorre do princípio da autotutela.

A Súmula 473, em vigor desde 1969, corporifica a autotutela,


por meio da seguinte dicção:

A administração pode anular seus próprios atos, quando


eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
No nível federal, o princípio da autotutela chegou a ser alçado
ao texto de lei, com redação até mais precisa que a da Súmula 473:

Lei 9.784/1999, art. 53. A Administração deve anular seus


próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.

Mas o princípio da autotutela tem limites. O STF, em sede de


Recurso Extraordinário, com repercussão geral reconhecida, firmou
entendimento de que[1]:

Ao Estado é facultada a revogação de atos que repute


ilegalmente praticados; porém, se de tais atos já decorreram
efeitos concretos, seu desfazimento deve ser precedido de
regular processo administrativo.

E ainda:

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos


administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé.

§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de


decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.

§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida


de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do
ato.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Por fim, cumpre frisar que os defeitos de legalidade que
configurem nulidades relativas podem ser sanados:

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão


ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que
apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
própria Administração.

Trata-se do instituto da convalidação, que também opera


efeitos EX TUNC, e se aplica quando os vícios recaem sobre os
elementos competência (não exclusiva) e forma.

b) Revogação, em que a retirada se dá por razões de conveniência


e oportunidade (mérito); EX NUNC. Somente pela AP. Assim como
na anulação, o direito de a administração, de ofício, rever seus
próprios atos, decorre do princípio da autotutela.

Atos irrevogáveis:

VC PODE DÁ? "Não, pois não pode revogar"

V - Vinculados

C- Consumados

Po - Procedimento administrativo

DE - Declarativos/Enunciativos

DÁ - Direitos Adquiridos

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
c) Cassação, em que a retirada ocorre pelo descumprimento de
condição fundamental para que o ato pudesse ser mantido, por
exemplo, ultrapassar o número máximo de infrações de trânsito
permitido em um ano, fazendo com que o infrator tenha sua
habilitação cassada.

d) Caducidade, em que a retirada se dá porque uma norma jurídica


posterior tornou inviável a permanência da situação antes permitida
pelo ato. O exemplo dado é a caducidade de permissão para explorar
parque de diversões em local que, em face da nova lei de
zoneamento, tornou-se incompatível com aquele tipo de uso.

ATENÇÃO: No direito administrativo o conceito de caducidade


poderá ser diferente dependendo daquilo que a questão esteja se
referindo.

CONCESSÃO OU PERMISSÃO (LEI 8.987/95)

Caducidade é o vocábulo utilizado pela Lei 8.987/95 para designar a


extinção da concessão em razão de inexecução total ou parcial do
contrato por parte da concessionária.

e) Contraposição, que se dá pela edição posterior de ato cujos


efeitos se contrapõem ao anteriormente emitido. É o caso da
exoneração de servidor, que tem efeitos contrapostos à nomeação.

f) Renúncia, pela qual se extinguem os efeitos do ato porque o


próprio beneficiário abriu mão de uma vantagem de que desfrutava.
É o caso, por exemplo, do servidor inativo que abre mão da
aposentadoria para reassumir cargo na Administração.

26.3) Formação do AA

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
a) Ato pendente: é aquele que já cumpriu os planos da existência
(perfeição) e da validade, mas não o da eficácia, pois está pendente
termo ou condição.

b) Atos simples, complexos e compostos:

- ato simples > manifestação de um único órgão (SINGULAR OU


COLEGIADO)

- ato composto> praticado por um órgão e aprovado por outro. A


vontade do segundo órgão é mero instrumento para que o ato se
torne exequível, sendo, pois, condição de exequibilidade.

- ato complexo> conjugação de vontades de mais de um órgão. A


vontade do segundo órgão é condição de existência. -> segundo
STF: "os atos sujeitos a registro junto aos Tribunais de
Contas são complexos." Pensões, Aposentadoria, Nomeação = Ato
Complexo (segundo STF). -> portanto, o prazo decadencial para
anulação começa apenas com a emissão da segunda manifestação
de vontade.

26.4) Elementos do ato administrativo

Macete para decorar:

Competência

Finalidade

Forma

Motivo

Objeto

Cofifomob.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
**Os 3 primeiros são sempre vinculados.**

**Nos atos vinculados TODOS os elementos serão vinculados.**

**Motivo não se confunde com motivação: enquanto motivo é a


razão de fato e de direito que dá causa ao ato, motivação é a
explicação do motivo, a exposição fundamentada da causa do ato.
MOTIVAÇÃO É PRINCÍPIO e, por vezes, a lei dispensa sua
existência, como ocorre nas nomeações e exonerações de cargo em
comissão.**

**Teoria dos motivos determinantes: mesmo que ato não exija


motivação, se esta for dada, passa a integrar o ato. Caso este motivo
seja falso ou inexistente, o ato será inválido.

**A competência irrenunciável, imprescritível e improrrogável.


Mas é delegável e avocável. A delegação pode ser feita a
pessoas do mesmo ou de inferior nível hierárquico, enquanto a
avocação só pode ser feita de competência de servidor de nível
inferior.

Súmula 510/STF “praticado o ato por autoridade, no exercício de


competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou
a medida judicial”.

**Competências indelegáveis e não avocáveis: expedição de ato


normativo, decisão em recurso e competência exclusiva (a privativa
pode).**

27) Bens Públicos

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes


às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são
particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

A doutrina defende que também deve ser considerado bem


público aquele pertencente à pessoa jurídica de direito privado que
seja prestadora de serviço público quando este bem estiver vinculado
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
à prestação dessa atividade. Nesse sentido: CUNHA JÚNIOR, Dirley.
Curso de Direito Administrativo. 14ª ed. Salvador: JusPodivm, 2015,
p. 391. Esta orientação é acolhida pela jurisprudência, conforme
aconteceu quando o STF reconheceu que os bens dos Correios
(empresa pública federal) são impenhoráveis: Os bens, as rendas e
os serviços da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos são
impenhoráveis e a execução deve observar o regime de precatórios.
STF. 1ª Turma. RE 393032 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
27/10/2009.

Art. 99. São bens públicos:

I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas,


ruas e praças;

II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados


a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,
territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas


jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real,
de cada uma dessas entidades.

Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-


se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso


especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação,
na forma que a lei determinar.

Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados,


observadas as exigências da lei.

Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou
retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja
administração pertencerem.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
27.1) Características:

a) Impenhorabilidade

b) Não onerabilidade: bens públicos não estão sujeitos a penhor,


hipoteca e anticrese, ou seja, não estão sujeito a direitos reais de
garantia.

c) Imprescritibilidade: Súmulas do STF - Súmula 340 -


Usucapião. Bens dominicais. Bens públicos. Impossibilidade de
aquisição. CCB, art. 67. Desde a vigência do Código Civil, os bens
dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser
adquiridos por usucapião.
Súmula 619-STJ: A ocupação indevida de bem público configura
mera detenção, de natureza precária, insuscetível de retenção
ou indenização por acessões e benfeitorias.
STJ. Corte Especial. Aprovada em 24/10/2018, DJe 30/10/2018.

Particulares podem sim ajuizar ação possessória para resguardar o


livre exercício do uso de via municipal (bem público de uso comum
do povo) instituída como servidão de passagem. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.582.176-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/9/2016
(Info 590).

É possível o manejo de interditos possessórios em litígio entre


particulares sobre bem público dominical. STJ. 4ª Turma. REsp
1.296.964-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/10/2016
(Info 594).

Importante destacar mais uma vez que são duas situações que
devem ter tratamentos diferentes:

1) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em


face do PODER PÚBLICO: Não terá direito à proteção possessória.
Não poderá exercer interditos possessórios porque, perante o Poder
Público, ele exerce mera detenção. Terá direito, em tese, à proteção
possessória.
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
2) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em
face de outro PARTICULAR É possível o manejo de interditos
possessórios em litígio entre particulares sobre bem público
dominical, pois entre ambos a disputa será relativa à posse.

d) Inalienabilidade relativa ou alienabilidade condicionada: é


possível a alienação dos bens públicos, desde que preenchidos os
seguintes requisitos:

- Desafetação: ou seja, os bens têm de ser dominicais.

- Declaração de interesse público: AP deve declarar que a


alienação atinge o interesse público.

- Avaliação prévia:

- Licitação:

1) IMÓVEIS

a) Administração Direta / Autarquias / Fundações

- interesse público justificado;

- avaliação prévia

- autorização legislativa

- modalidade: concorrência -> DISPENSADA PARA: dação em pgto;


doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da
administração pública, venda a outro órgão ou entidade da
administração pública, regularização fundiária, legitimação da posse
e programas habitacioanais.

b) S.E.M / E.P

- interesse público justificado;

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
- avaliação prévia

- modalidade: concorrência

c) IMÓVEIS ADQUIRIDOS POR: DAÇÃO em PAGAMENTO ou


PROCEDIMENTO JUDICIAL

- interesse público justificado;

- avaliação prévia

- modalidade: concorrência OU leilão

===================================

2) MÓVEIS

- interesse público justificado;

- avaliação prévia;

- licitação na modalidade:

até R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais) =


Leilão

acima de R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais)


= Concorrência

28) Contratos

28.1) Cláusulas exorbitantes

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído
por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a
prerrogativa de:

I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às


finalidades de interesse público, respeitados os direitos do
contratado; -> O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem
nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do
valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma
de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por
cento) para os seus acréscimos.

II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no


inciso I do art. 79 desta Lei; -> em caso de interesse público ou
inadimplemento. Sempre deve ser instaurado processo
administrativo, com contraditório e ampla defesa. Ainda, no caso de
rescisão por interesse público, o contratado tem direito à indenização
de todos os prejuízos.

III - fiscalizar-lhes a execução;

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados


diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa
ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão
interessado.

Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas,


previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do
contrato.

§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encargos


trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração
Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar
o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e
edificações, inclusive perante o Registro de
Imóveis. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 2o A Administração Pública responde solidariamente com o


contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução
do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de
1991.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados
do contratado não transfere automaticamente ao Poder Público
contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em
caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da
Lei nº 8.666/93.
STF. Plenário. RE 760931/DF, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o
ac. Min. Luiz Fux, julgado em 26/4/2017 (repercussão geral) (Info
862).

A responsabilização do Poder Público não pode ser automática nem


genérica como estava sendo decidido pela Justiça do Trabalho.

Pela tese do STF, a Administração Pública nunca irá responder


pelas dívidas trabalhistas geradas pela empresa contratada? É
isso?
NÃO. É possível sim, excepcionalmente, que a Administração
Pública responda pelas dívidas trabalhistas contraídas pela empresa
contratada e que não foram pagas, desde que o ex-empregado
reclamante comprove, com elementos concretos de prova, que
houve falha concreta do Poder Público na fiscalização do contrato.

E quanto aos encargos previdenciários? A regra é a mesma?


NÃO. Caso a empresa contratada não pague seus encargos
previdenciários (ex: não pagou a contribuição previdenciária dos
funcionários), a Administração Pública contratante irá responder pelo
débito de forma solidária.

IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial


do ajuste;

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a


Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao
contratado as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no


contrato; -> única que pode ser aplicada cumulativamente com outra
sanção.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
III - suspensão temporária de participação em licitação e
impedimento de contratar com a Administração, por prazo não
superior a 2 (dois) anos;

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a


Administração Pública enquanto perdurarem os motivos
determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será
concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada
com base no inciso anterior.

§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia


prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua
diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente
devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.

§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo


poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a
defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5
(cinco) dias úteis.

§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de


competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual
ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no
respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista,
podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua
aplicação. (Vide art 109 inciso III)

V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente


bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração
administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na
hipótese de rescisão do contrato administrativo.

§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos


contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia
concordância do contratado.

§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-


financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o
equilíbrio contratual.
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
28.2) Prazo dos contratos

- Prazo sempre determinado

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará
adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários (1 ano),
exceto quanto aos relativos:-> contratos que não geram despesas,
como no caso de concessão se SP, este prazo não precisa ser
respeitado, podendo ser fixado por diversos anos, desde que sempre
com prazo determinado.

I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas


estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados
se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido
previsto no ato convocatório;

II - à prestação de serviços a serem executados de forma


contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e
sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições
mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta (60)
meses; -> em caso de excepcional interesse público, pode ser
prorrogado por mais 12 meses.

IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de


informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48
(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.

V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do


art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e
vinte) meses, caso haja interesse da administração. (Incluído
pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito


e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar
o contrato.-> somente pode haver prorrogação de contratos vigentes,
e desde que haja previsão no edital e no contrato, sendo
imprescindível justificativa expressa da vantajosidade em relação à
celebração de um novo contrato.

§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
28.3) Contratos em espécie

a) Prestação de serviços

b) Entrega de bens

c) Execução de obra: como regra, são feitas três licitações: uma


para o projeto básico, uma para o projeto executivo e outra para
realização da obra. Entretanto, para fins de celeridade, a AP pode
fazer um único contrato, como o mesmo licitante, para o projeto
executivo e para a obra. ATENÇÃO: os autores dos projetos não
podem participar da licitação para obra, mas podem ser contratados
para auxiliara na fiscalização. Da mesma forma, quando se tratar de
apenas um contrato para projeto executivo e para a obra, o autor do
projeto básico não pode participar da segunda licitação.

28.4) Relativa inoponibilidade da exceção do contrato não


cumprido:

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da


Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo
em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna
ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo
prazo, independentemente do pagamento obrigatório de
indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas
desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao
contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do
cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a
situação;

XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos


devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou
fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo
em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna
ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela
suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja
normalizada a situação;

§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII


do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver
sofrido, tendo ainda direito a: -> aplica-se nos casos de rescisão por
interesse público, supressão acima do limite (25%), não liberação de
local ou de materiais, caso fortuito ou força maior, e nos dois acima.

I - devolução de garantia;

II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da


rescisão;

III - pagamento do custo da desmobilização.

Nos contratos onerosos regidos pelo Direito Privado é permitido a


qualquer dos contratantes suspender a execução de sua parte no
contrato enquanto o outro contratante não adimplir a sua. A esta
suspensão da execução do contrato pela parte prejudicada com a
inadimplência do outro contratante dá-se o nome de oposição da
exceção do contrato não cumprido (exceptio non adimpleti
contractus).

Em relação aos contratos administrativos a doutrina sempre


defendeu a inoponibilidade, contra a Administração, desta exceção
do contrato não cumprido, ou seja, não seria lícito ao particular
interromper a execução da obra ou do serviço objeto do contrato,
mesmo que a Administração permanecesse sem pagar pela obra ou
pelo serviço. Invoca-se, para justificar essa prerrogativa, o princípio
da continuidade do serviço público, que decorre da Supremacia do
Interesse Público sobre o Privado. Ao particular contratado somente
restaria a indenização pelos prejuízos sofridos, cumulada ou não
com a rescisão contratual judicial por culpa da Administração.

Porém, a lei 8666 /93 (lei de licitações) acabou modificando essa


posição tão rigorosa da doutrina, atenuando essa inoponibilidade,
de forma que, só podemos falar em uma relativa ou temporária
inoponibilidade da exceção do contrato não cumprido, pois essa
oposição passou a ser autorizada quando o atraso do pagamento
pela Administração for superior a 90 dias, injustificadamente,
conforme dispõe o art. 78 , XV , da lei 8666 /93, podendo o

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
contratado, ainda, rescindir o contrato por culpa da Administração,
com indenização por parte desta.

29) Uso de bens públicos por particulares

29.1) Autorização:

- Ato administrativo discricionário, unilateral, precário (pode


revogar), e não há licitação.

- O uso do bem é facultativo e de interesse particular.

- Pode ser remunerado ou não.

29.2) Permissão:

- Ato administrativo discricionário, unilateral e precário.

-> ATENÇÃO 1: a permissão pode ser qualificada, ou seja, com prazo


determinado e, neste caso, deixa de ser precária, ensejando direito
à indenização em caso de rescisão antes do prazo.

-> ATENÇÃO 2: quando houver mais de um interessado, deve haver


licitação.

- O uso do bem é obrigatório e de interesse público (e


particular, por óbvio)

- Pode ser remunerado ou não.

29.3) Concessão:

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
- É um contrato administrativo que exige licitação.

- Uso obrigatório do bem de acordo com a finalidade que pode


atender interesse público ou privado.

- Tem prazo determinado e é remunerada.

30) Licitações

30.1) Conceito e princípios: procedimento administrativo anterior às


contratações da AP.

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio


constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa
para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade
com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. -> princípio do
sigilo das propostas: a licitação é pública, mas as propostas são
sigilosas até a data de abertura em conjunto.

30.2) Modalidades e tipos:

Art. 22. São modalidades de licitação:

I - concorrência;

II - tomada de preços;

III - convite;

IV - concurso;

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
V - leilão

OBS: PREGÃO é modalidade de licitação prevista na lei 10520 e


CONSULTA na lei da Anatel.

Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer


interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar,
comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos
no edital para execução de seu objeto.

Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados


devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições
exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo


pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na
correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das
propostas.

Na hipótese da modalidade convite, existindo na praça mais de 3


(três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para
objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo,
mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não
convidados nas últimas licitações.

Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos


convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de 3 (três)
licitantes, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas
no processo, sob pena de repetição do convite.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a
instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme
critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial.

Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para


a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de
produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a
alienação de bens imóveis, a quem oferecer o maior lance, igual ou
superior ao valor da avaliação.

É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a


combinação das referidas neste artigo.

RESUMO DO PREGÃO (Lei 10.520):

- Destinado a bens e serviços comuns (padrões de desempenho e


qualidade possam ser objetivamente definidos no
edital), sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica. ->
NÃO SE ADMITE PARA OBRAS.

- Não há limite de valor

- Adota o tipo "menor preço"

- Edital deve ser publicado com antecedência mínima de 8 dias úteis

- Há inversão da ordem procedimental

-- Julgamento das propostas vem antes da habilitação, restrito


ao licitante que ofertar o menor preço.

-- Adjudicação vem antes da homologação. -> o próprio


pregoeiro faz a adjudicação.

-- Após abertura, o autor da oferta mais baixa e os das ofertas


com preços até 10% superiores àquela, poderão fazer novos lances
verbais e sucessivos. No mínimo 3 devem passar para os lances

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
verbais, fora o primeiro colocado e, caso não haja 3 dentro dos 10%,
deverão passar tantos quantos faltem, mesmo fora desse limite.

- Recursos: PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO É IMEDIATO, COM 3


dias PARA RAZÕES: declarado o vencedor, qualquer licitante poderá
manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando
lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das
razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados
para apresentar contra-razões em igual número de dias, que
começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes
assegurada vista imediata dos autos; -> recurso somente antes da
adjudicação.

- O acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos


insuscetíveis de aproveitamento;

- Homologação posterior à adjudicação

- A autoridade competente designará, dentre os servidores do


órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e
respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o
recebimento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade
e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do
objeto do certame ao licitante vencedor.

Intervalos mínimos (entre a publicação do edital e o recebimento


das propostas):

45 dias- CONCURSO E CONCORRÊNCIA (empreitada integral,


melhor técnica, melhor técnica e preço);

30 dias- CONCORRÊNCIA E TOMADA (melhor técnica e melhor


técnica e preço);

15 dias- TOMADA DE PREÇO E LEILÃO;

5 dias ÚTEIS- CONVITE;

8 dias ÚTEIS- PREGÃO;

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Esqueceu? Liga para o Disk licitação:

33176-1430

Para obras e serviços de engenharia

1- modalidade convite: até R$ 330 mil;

2- modalidade tomada de preços: até R$ 3,3 milhões;

3- modalidade concorrência: acima de R$ 3,3 milhões.

Para compras e serviços que não sejam de obras ou de


engenharia:

1- modalidade convite: até R$ 176 mil;

2-modalidade tomada de preços: até R$ 1.430.000,00; e

3-modalidade concorrência: acima de R$ 1.430.000,00.

Obervação:

10% dos valores máximos previstos para a modalidade convite


(33mil x 17,6 mil)= licitação dispensável

5% dos valores máximos previstos para a modalidade convite


(compras e serviços que não sejam de obras ou de
engenharia) (R$ 8.800) = contrato verbal

Obs.: A concorrência é modalidade de licitação sempre cabível,


independentemente do valor, uma vez que, mesmo que a lei preveja
o convite ou a tomada de preços, é possível a substituição pela
concorrência.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Art. 45 § 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de
licitação, exceto na modalidade concurso:

I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais


vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o
licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações
do edital ou convite e ofertar o menor preço;

II - a de melhor técnica;

III - a de técnica e preço. -> INFORMÁTICA

IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou


concessão de direito real de uso

Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço"


serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza
predominantemente intelectual, em especial na elaboração de
projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de
engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração
de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos,
ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior.

30.3) Procedimento da concorrência: existe a fase interna que vai


até a publicação do edital. Publicado, começa a fase externa:

- Edital deve ser publicado no DO e em jornal.

- Qualquer cidadão pode impugnar até o QUINTO DIA ÚTIL anterior


à data marcada para abertura dos envelopes.

- Licitante pode impugnar até o SEGUNDO DIA ÚTIL anterior.

- Habilitação

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos
interessados, exclusivamente, documentação relativa a:

I - habilitação jurídica;

II - qualificação técnica;

III - qualificação econômico-financeira;

IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação


dada pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)

V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da


Constituição Federal. -> proibição de trabalho noturno, perigoso ou
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze
anos.

§ 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de


aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais
específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam
a participação na licitação.

Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser


apresentados em original, por qualquer processo de cópia
autenticada por cartório competente ou por servidor da administração
ou publicação em órgão da imprensa oficial. (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei


poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite,
concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.

§ 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo,


prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a
fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elementos
constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução
gráfica da documentação fornecida.

- Recurso: prazo de 5 DIAS ÚTEIS, com efeito suspensivo.

- Classificação e julgamento das propostas


Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
- Recurso: prazo de 5 DIAS ÚTEIS, com efeito suspensivo.

- Homologação: caso a autoridade máxima do órgão vislumbre


alguma ilegalidade, deve anular o procedimento. Caso verifique
desinteresse público, deve revogar.

- Adjudicação: dar ao vencedor o título de vencedor. Este é


OBRIGADO A CONTRATAR, desde que chamado até 60 dias após
a abertura da proposta. Caso, por algum motivo, não haja
contratação do primeiro colocado, devem ser chamados os demais,
na ordem de classificação, mas para assinar pelo valor ofertado pelo
primeiro, o que faz com que os próximos colocados não tenham
obrigação de contratar.

30.4) Sistema de Registro de Preços (SRP)

É um mecanismo de registro formal de preços para contratações


futuras. Não é modalidade ou tipo.

-> O SRP deverá ser adotado, preferencialmente, quando ocorrer as


seguintes situações:

a) Pelas características do bem ou serviço, houver necessidade


de contratações frequentes;

b) For conveniente a aquisição de bens ou a contratação de


serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade ou a
programas de governo;

c) For mais propícia a aquisição de bens com previsão


de entregas parceladas ou contratação de serviços remunerados
por unidade de medida ou regime de tarefa;

d) Não for possível, pela natureza do objeto, definir


previamente o quantitativo a ser demandado pela administração.

-> A seleção de licitantes será feita através das modalidades


CONCORRÊNCIA ou PREGÃO, convocando-se os selecionados
para assinar a “ata de registro de preços” que terá vigência de 12
meses. ->
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
-> O SRP DISPENSA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA. Isso é
admitido porque o SRP não tem como objetivo imediato a
contratação. Seu objetivo é o registro formal de preços, o qual pode
produzir ou não, futuras contratações.

30.5) Licitação carona: hipótese de um órgão ou entidade que não


fez a licitação ou o registro de preços solicitar ao que fez o registro a
adesão à ata, a fim de que possa contratar com a empresa que
possui seus preços registrados, SEM FAZER LICITAÇÃO (há muitas
críticas sobre isso). Tanto o órgão ou entidade licitante quanto a
empresa devem concordar.

Apesar das críticas, o TCU admite a licitação carona, apenas


trazendo a limitação de que União somente pode aderir ao registro
de preços de órgão ou entidade federal, enquanto os estados, DF e
município pode aderir ao registro de qualquer ente.

30.6) Privilégios de ME e EPP:

- Empate real: preferência em caso de empate, sendo este o primeiro


critério:

§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate,


será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

II - produzidos no País;

III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em


pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no
País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem


cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam
às regras de acessibilidade previstas na legislação.

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
- Empate ficto: se a ME ou EPP fizer proposta até 10% superior à
vencedora, considera-se empate. ATENÇÃO: no pregão, até 5%.

- Requisitos para habilitação: não precisam comprovar


regularidade FISCAL e TRABALHISTA para habilitação. Se for
habilitada, TERÁ O PRAZO DE 5 DIAS ÚTEIS (PRORROGÁVEL
UMA VEZ POR IGUAL PERÍODO) para regularizar a situação e
poder contratar.

- Licitação exclusiva: quando o objeto for de até 80 mil reais.

- Cota mínima de até 25%: quando o objeto ultrapassar 80 mil mas


for DIVISÍVEL.

-> Observação: as regras da licitação exclusiva e da cota mínima


somente são obrigatórias se, na localidade da licitação, houver 3 ou
mais ME ou EPP.

30.7) Dispensa ou inexigibilidade (contratação direta)

Inexigibilidade de licitação -> rol exemplificativo

Ocorre quando há inviabilidade de competição, especialmente em


três casos:

* Aquisição de materiais fornecidos por fornecedor exclusivo; ->


segundo o STJ, a mera existência de fabricante exclusivo não implica
necessariamente inexigibilidade, pois pode haver mais de um
fornecedor.

* Contratação de serviços técnicos de natureza singular e NOTÓRIA


ESPECIALIZAÇÃO (definidos no art. 13 da Lei 8.666), vedada a
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
* Contratação de artista consagrado, diretamente ou através de
empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica
especializada ou pela opinião pública.

ARTISTA EXNObe

ARTISTA consagrado pela crítica

EXclusivo representante comercial

NOtória especialização (profissionais ou empresas - serviços


técnicos.

Dispensa de licitação -> rol taxativo

Divide-se em licitação dispensável e licitação dispensada.

Licitação dispensável

* Somente para aquisições pela Administração;

* É discricionário (A Administração pode escolher entre licitar ou


contratar diretamente).

Licitação dispensada ou proibida

* Somente para alienações da Administração;

* É vinculado (A Administração não pode realizar licitação).

CUIDADO:
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Licitação deserta: Quando não aparece ninguém para licitar, a
Administração poderá contratar diretamente se alegar que uma nova
licitação vai causar prejuízo e comprovar que os padrões (critério de
proposta) do edital serão respeitados na contratação (art. 24, V, Lei
8.666).

Licitação fracassada: quando a licitação acontece, mas todos os


licitantes são desclassificados ou inabilitados. A licitação
fracassada não é hipótese de dispensa. Nesse caso, a Administração
deve renovar a licitação. Uma exceção: Art. 24, VII, estabelece uma
única hipótese de licitação fracassada que gera dispensa de
licitação.-> VALORES ACIMA DOS PREÇOS DE MERCADO.

"Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas


forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o
prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação
ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste
artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três
dias úteis.

Há uma hipótese em que a licitação fracassada pode resultar em


licitação dispensável. Trata-se da regra prevista no art. 24, inciso VII:
"quando as propostas apresentadas consignarem preços
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou
forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais
competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48
desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta
dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro
de preços, ou dos serviços.”

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.

Você também pode gostar