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Polícia Civil do Estado da Paraíba

Concurso Público 2021

AGENTE DE INVESTIGAÇÃO
Noções de Direito Administrativo
Conteúdo

1. Administração Pública e atividade administrativa: administração direta e indireta; autarquias;


fundações; empresas públicas; sociedades de economia mista; órgãos e agentes públicos; conceito
de administração; natureza e fins da administração; princípios básicos da administração. 2. Atos e
Poderes administrativos. Poderes: poder vinculado; poder discricionário; poder hierárquico; poder
disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso de poder. Atos Administrativos:
conceito; elementos; atributos; classificação; espécies; extinção do ato, controle do ato
administrativo: invalidação; anulação e revogação. 3. Servidores públicos: organização do serviço
público; normas constitucionais pertinentes; deveres e direitos dos servidores; responsabilidade dos
servidores; 4. Lei Complementar nº 85/2008 e suas alterações.

Coletâneas de Exercícios de Fixação

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Administração Pública e Atividade Administrativa
Conceito, Natureza e Fins da Administração Pública

Conceito
É o conjunto de atividades desempenhadas ou dirigidas pelas autoridades e órgãos do Estado, a fim de
promover o bem comum da coletividade.

- em sentido objetivo é o exercício da função administrativa.


- em sentido subjetivo é o conjunto de autoridades públicas que exercem esta função administrativa.

Natureza
É a de um "múnus público" para quem a exerce, isto é, a de um encargo de defesa, conservação e
aprimoramento dos bens, serviços e interesses da coletividade.

Fins
A administração pode ser:

a) Particular - Quando os bens e os interesses gerenciados são individuais.


b) Pública - Quando os bens e os interesses gerenciados pertencem à comunidade.

Portanto, a finalidade da administração pública é a gestão dos bens e interesses da coletividade nos âmbitos
Federal, Estadual e Municipal. Uma outra finalidade da administração é promover a defesa do interesse público.

Princípios Básicos da Administração

Os princípios básicos da administração estão alicerçados em regras de observância permanente e obrigatória


para o administrador.
Todos os Atos Administrativos deverão ser pautados nesses padrões. Constituem, portanto, os fundamentos
da ação administrativa, ou seja, os sustentáculos da atividade administrativa.

Estes princípios são:

a) Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular - O princípio pode ser flagrado nas
posições de privilégio e supremacia do órgão público. Daí resulta a exigibilidade dos atos administrativos e, em
certos casos, a executoriedade. Outra típica manifestação está na autotutela (possibilidade de revogar ou
anular seus atos por manifestação unilateral).
Não se perca de vista que a supremacia do interesse público não é um valor em si. A supremacia, como
componente da função administrativa, é instrumento para a realização de finalidades legais, segundo os
critérios e procedimentos consagrados na ordem jurídica.

b) Princípio da Legalidade - Reza este princípio, que a administração pública, em toda sua atividade funcional,
está presa aos mandamentos da lei, deles não podendo se afastar, sob pena de invalidade do ato e
responsabilidade de seu autor. Ainda, segundo este princípio, a administração pública só pode fazer o que a
lei autoriza, quando e como autoriza. Isto significa, que se a lei nada dispuser, a administração pública não
pode agir, a não ser em situações excepcionais, (guerra, grave perturbação da ordem).

c) Princípio da Finalidade - Impõe que o administrador só pratique o ato para obter o fim legal. O administrador
deve perseguir o interesse público (primário) contido na lei. O favorecimento ou prejuízo de alguém não pode
ser o fim do ato administrativo, e sim, decorrência da obtenção do objetivo previsto na norma legal. O
afastamento do administrador da finalidade de interesse público, conforme previsão legal, caracteriza o vício
de desvio de finalidade.

d) Princípio da Impessoalidade - Este princípio, visa a garantir a neutralidade da administração,


proporcionando aos administradores tratamento que afaste qualquer espécie de discriminação ou

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favorecimento, pois qualquer ato deve ser de interesse público e nos estritos termos da lei, caso contrário,
estará sujeito a invalidação por desvio de finalidade, por meio da ação popular.

Portanto, a atividade administrativa deve ser destinada a todos os administrados, dirigida aos cidadãos em
geral, sem a determinação de pessoa ou discriminação de qualquer natureza.

O princípio da impessoalidade nada mais é que o princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador
público que só pratique o ato para o seu fim legal, sendo que o fim legal é aquele que a norma de direito indica,
expressa ou virtualmente, como objetivo do ato, de forma impessoal. Este princípio é um desdobramento do
artigo 5o da CF (caput).

e) Princípio da Moralidade - Também denominado de princípio da proibidade administrativa. Este princípio,


não se refere a moral comum como a concebemos, mas a um conjunto de regras éticas que norteiam a
administração pública.

Com o advento da Constituição Federal de 1988, o princípio da moralidade passou a ser pressuposto de
validade de todo ato administrativo.
Segundo a doutrina, a moralidade administrativa deve ser entendida como sendo o conjunto de regras tiradas
da disciplina interior da administração. A moralidade administrativa é ao lado da legalidade e da finalidade um
dos pressupostos de validade do ato administrativo. A moralidade administrativa está ligada ao conceito de
"bom administrador".

f) Princípio da Publicidade - É a divulgação oficial de atos (Leis, Decretos, Contratos Administrativos, etc.),
para conhecimento público em geral e início da produção de seus efeitos externos.
O princípio da publicidade é justificado pelo fato de que, todo ato administrativo deve ser público, uma vez que,
a administração que o realiza é pública, só se admitindo sigilo nos casos de segurança nacional, investigações
policiais ou interesse superior da administração a ser preservado em processo previamente declarado sigiloso
nos termos do Decreto Federal nº 79099, de 06 de janeiro de 1977.

A publicidade como princípio da administração pública (CF, artigo 37), abrange toda a atuação estatal: A
administração direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, não só no que se refere a publicação de seus atos, como, também, a propiciação de conhecimentos
da conduta interna dos seus agentes. Assim, essa publicidade alcança os atos concluídos e informação, os
processos em andamento, os pareceres de órgãos técnicos e jurídicos, os despachos intermediários e finais,
as atas de julgamento das licitações e os contratos com quaisquer interessados, bem como os comprovantes
de despesas e as prestações de contas submetidas aos órgãos competentes.

Todos esses papéis ou documentos públicos podem ser examinados por qualquer interessado e dele pode
obter certidão ou fotocópia autenticada para fins constitucionais.

A publicidade se faz no Diário Oficial da União, do Estado ou do Município conforme a competência, ou, em
jornais contratados para essas publicações oficiais. Também poderão ser feitas por meio de editais afixados
em lugares próprios para a divulgação dos referidos atos com a finalidade da coletividade em geral tomar
conhecimento dessas decisões.

Estes atos exigem publicidade para adquirirem validade universal, isto é, perante as partes, terceiros e ao povo
em geral, proporcionando ainda aos administradores o conhecimento e o controle dos atos praticados pela
administração, através dos instrumentos constitucionais: Mandado de segurança, direito de petição, ação
popular, habeas data, fornecimento de certidões e improbidade administrativa (artigo 37º § 4º).

g) Princípio da Eficiência - O administrador não deve, tão somente, perseguir as finalidades previstas ou
consagradas em lei. Não deve alcançá-las de qualquer forma ou a qualquer custo. Impõe-se a obtenção do
melhor resultado, o resultado ótimo. Devem ser observados os atributos de rapidez, perfeição e rendimento. O
princípio foi positivado na Constituição (art. 37, caput) pela Emenda nº 19, de 1998.

h) Princípio da Economicidade - Trata-se da verificação da eficiência das escolhas administrativas nas


perspectivas da relação custo-benefício. Está positivado no art. 70, caput da Constituição de 1988.

i) Princípio da Motivação - Trata-se do dever de justificar os atos praticados. Devem ser apontados os
fundamentos de fato e de direito e a correlação lógica entre as situações observadas e as providências

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tomadas. A motivação pode ser prévia ou contemporânea à prática do ato. A motivação pode não constar do
ato, se presente no processo administrativo subjacente. Subsiste uma discussão acerca da motivação ser
obrigatória somente para os atos vinculados ou para todos os atos (discricionários e vinculados). Observar o
art. 50 da Lei nº 9.784, de 1999.

j) Princípio da Continuidade - Por esse princípio a atividade da administração não pode parar, deve ser
ininterrupta. Assim, não é admitida a paralisação dos serviços de saúde, de transporte, de segurança pública,
de distribuição de justiça, de extinção de incêndios e dos serviços funerários.

k) Princípio da Indisponibilidade - Conforme este princípio, os bens, direitos, interesses e serviços públicos
não se acham à livre disposição dos órgãos públicos, cabendo a esses apenas a responsabilidade de preservá-
los e aprimorá-los para as atividades as quais se destinam.
O detentor dessa possibilidade é o Estado. Por esse motivo, há necessidade de lei para alienar bens para
outorgar concessão de serviço público, e para muitas outras atividades a cargo de órgãos públicos e agentes
da administração pública.

l) Princípio da Autotutela - A administração pública está obrigada a policiar os atos administrativos que
pratica para evitar a ilegalidade, de qualquer ato, cabendo-lhe assim, retirar do ordenamento jurídico, os atos
inconvenientes e os ilegítimos. Os inconvenientes através da revogação e os ilegítimos através da anulação.

m) Princípio da Razoabilidade e Princípio da Proporcionalidade - Não há uniformidade de tratamento


destes princípios. Diogenes Gasparini afirma que a proporcionalidade é apenas um aspecto da razoabilidade.
Celso Antônio Bandeira de Mello, embora trate formalmente dos dois, consigna que a proporcionalidade é
faceta da razoabilidade. Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que a razoabilidade exige proporcionalidade.
Odete Medauar entende que é melhor englobar no princípio da proporcionalidade o sentido da razoabilidade.
Lúcia Valle Figueiredo trata do princípio da proporcionalidade ao lado do da razoabilidade (como elementos
distintos). Luís Roberto Barroso entende que os dois são conceitos próximos o suficiente para serem
intercambiáveis.
A razoabilidade tem o sentido de coerência lógica nas decisões e medidas administrativas. A atuação
administrativa não pode ser desarrazoada, ilógica ou incongruente. Deve ser a mais adequada para obter o
fim legal (adequação entre os meios e os fins). Fica evidente o traço qualitativo.
Já a proporcionalidade apresenta o sentido de exercício da competência administrativa na extensão ou
intensidade apropriadas ao que seja realmente demandado para cumprimento da finalidade pública. Aqui
ganha relevo o traço quantitativo.
Encontramos a utilização da razoabilidade nos ordenamentos jurídicos norte-americano e argentino. Os
ordenamentos europeus, a exemplo do alemão e francês, operam com a proporcionalidade.
Acreditamos que razoabilidade e proporcionalidade são ideias, conceitos ou critérios ligados entre si, embora
possuam sentidos próprios, na linha antes referida. Assim, preferimos falar em princípio da proporcionalidade
em sentido amplo, desdobrado nos seguintes elementos (ou princípios):
(a) conformidade, adequação ou razoabilidade. O meio empregado deve guardar adequação, conformidade,
aptidão, no sentido qualitativo, com o fim perseguido. Flagramos exatamente neste ponto o princípio da
razoabilidade, na sua formulação corrente;
(b) necessidade. Não há medida ou caminho alternativo para chegar ao mesmo resultado com menor ônus a
direito ou situação do atingido pelo ato;
(c) da proporcionalidade em sentido estrito. O que se perde com a medida tem menor relevo do que aquilo que
se ganha.
Inegavelmente, são mecanismos ou institutos voltados para o controle da discricionariedade legislativa e
administrativa.
O STF em várias decisões afirmou que o princípio da razoabilidade está implícito no art. 5o., inciso LIV da
Constituição. Seria o "princípio do devido processo legal substantivo".
Já a Lei nº 9.784, de 1999, consagra expressamente os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade no
art. 2o., caput.

n) Princípio da Segurança Jurídica - Está relacionado com a previsibilidade do Direito e a estabilidade das
relações jurídicas. A proibição da interpretação nova retroativa é um dos exemplos da efetivação do princípio
(art. 2o., §2o., inciso XIII da Lei no. 9.784, de 1999).

Administração Direta e Indireta

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Numa visão global, a Administração é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização
de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. A administração não pratica atos do
governo; pratica, tão somente, atos de execução, com maior ou menor autonomia funcional, segundo a
competência do órgão e de seus agentes. São os chamados atos administrativos, que por sua variedade e
importância, merecem estudo em capítulo especial.

Complementa dizendo que governo é atividade política e discricionária, enquanto que a administração
é atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou à norma técnica; ou ainda, que governo é conduta
independente; administração é conduta hierarquizada.

Efetivamente, a Administração Pública é o instrumental de que dispõe o Estado (pessoa jurídica de


direito público interno - conforme nosso Código Civil; ou então território juridicamente organizado, constituído
por leis próprios, comandado por pessoas soberanamente cujo poder é emanado do próprio povo) para por em
prática as alternativas políticas e sociais preconizadas pelo Governo.

Em suma, a Administração Pública, em Direito Administrativo, tanto serve para designar as pessoas ou
agentes e órgãos governamentais, como a atividade administrativa em si. No primeiro caso, designando órgãos
e pessoas, deve ser escrita com letras maiúsculas, e no segundo, designando, a atividade, com minúsculas.

A Administração Pública pode ser:

Administração Direta - Também chamada de Administração Pública Centralizada, existe em todos os


níveis das Esferas do Governo, Federal, Estadual, Distrital e Municipal, e em seus poderes, Executivo,
Legislativo e Judiciário. É em si, a própria Administração Pública.

Na Administração Pública Direta como o próprio nome diz, a atividade administrativa é exercida pelo próprio
governo que "atua diretamente por meio dos seus Órgãos, isto é, das unidades que são simples repartições
interiores de sua pessoa e que por isto dele não se distinguem". Celso Antônio Bandeira de Mello (2004:130)

Estes órgãos são despersonalizados, ou seja, não possuem personalidade jurídica própria, portanto, não são
capazes de contrair direitos e obrigações por si próprios. Os Órgãos não passam de simples repartições
internas de retribuições, e necessitam de um representante legal (agente público) para constituir a vontade de
cada um deles. Trata-se da desconcentração do poder na Administração Pública. Onde há desconcentração
administrativa vai haver hierarquia, entre aquele Órgão que está desconcentrando e aquele que recebe a
atribuição (exemplo: Delegacias Regionais da Polícia Federal, Varas Judiciais, Comissão de Constituição e
Justiça).

Os Órgãos atuam nos quadros vinculados a cada uma das Esferas de Governo. A exemplo temos os
Ministérios, Órgãos federais ligados à União; as Secretarias Estaduais, Órgãos estaduais ligados ao estado
membro; e as Secretarias Municipais, Órgãos municipais ligados à esfera municipal de poder.

Na Administração Pública Direta o Estado é ao mesmo tempo o titular e o executor do serviço público.

As entidades que compõem a administração direta, são denominadas de pessoas políticas.

Administração Indireta - Apenas com a Administração Pública Direta, o Estado não seria capaz de
administrar todo o território nacional, tanto pela sua extensão quanto pela complexidade e volume das relações
sociais existentes entre o administrado (particular) e o Governo. Por isso, houve-se por bem outorgar poderes
para outras estruturas (Entidades).

A Administração Pública Indireta ou Descentralizada é a atuação estatal de forma indireta na prestação dos
serviços públicos que se dá por meio de outras pessoas jurídicas, distintas da própria entidade política. Estas
estruturas recebem poderes de gerir áreas da Administração Pública por meio de outorga.

A outorga ocorre quando o Estado cria uma entidade (pessoa jurídica) e a ela transfere, por lei, determinado
serviço público ou de utilidade pública.

Nesta descentralização de poderes não há vinculo hierárquico entre a Administração Central e as Entidades
que recebem a titularidade e a execução destes poderes, portanto, as entidades não são subordinadas ao

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Estado. O que existe na relação entre ambas é um poder chamado de Controle com atribuições de fiscalização.

O Controle é "o poder que a Administração Central tem de influir sobre a pessoa descentralizada”. Assim,
enquanto os poderes do hierarca são presumidos, os do controlador só existem quando previstos em lei e se
manifestam apenas em relação aos atos nela indicados". Celso Antônio Bandeira de Mello (2004:141)

Estas Entidades são personalizadas, portanto, possuem vontade e capacidade de exercer direitos e contrair
obrigações por si próprios.
São elas: Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e Fundações Públicas.

I - Autarquias - São pessoas jurídicas de direito público, de natureza puramente administrativa,


criadas por lei específica para a realização de atividades, obras ou serviços descentralizados da entidade
estatal que as criou. São consideradas uma extensão da mão do Estado. Funcionam e operam na forma
estabelecida na lei que as instituiu e nos termos de seu regulamento. As autarquias podem desempenhar
atividades econômicas, educacionais, previdenciárias e quaisquer outras concedidas pela entidade estatal
criadora, mas sem subordinação hierárquica, sujeita apenas ao controle final de sua administração e da
conduta de seus dirigentes. As autarquias possuem autonomia financeira e administrativa, podendo inclusive
ingressar em juízo contra a entidade estatal que a criou, se esta intentar contra seus objetivos. As autarquias
não possuem capacidade legislativa, ao contrário da entidade estatal que as criou. Um exemplo de autarquia
é o INSS.
Todos os serviços públicos essenciais, como a saúde a educação o transporte entre outros, devem ser
realizados pelas autarquias.

II - Empresas Públicas - Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, criadas
para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de atividades econômicas que contam com capital
exclusivamente público e são constituídas por qualquer modalidade empresarial. Se a empresa pública é
prestadora de serviços públicos, estará submetida a regime jurídico público. Se a empresa pública é
exploradora de atividade econômica, estará submetida a regime jurídico igual ao da iniciativa privada.

Alguns exemplos de empresas públicas:

" BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social): embora receba o nome de banco, não
trabalha como tal. A única função do BNDS é financiar projetos de natureza social. É uma empresa pública
prestadora de serviços públicos.

" EMURB (Empresa Municipal de Urbanização): estabelece um contrato de gerenciamento com a


Administração Pública. É a empresa responsável pelo gerenciamento e acompanhamento de todas as obras
dentro do Município. É empresa pública prestadora de serviço público.

" EBCT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos): é prestadora de serviço público (art. 21, X, da
CF/88).

" Caixa Econômica Federal: atua no mesmo segmento das empresas privadas, concorrendo com os outros
bancos. É empresa pública exploradora de atividade econômica.

" RadioBrás: empresa pública responsável pela "Voz do Brasil". É prestadora de serviço público.

Características
As empresas públicas, independentemente da personalidade jurídica, têm as seguintes características:
" liberdade financeira: têm verbas próprias, mas também são contempladas com verbas orçamentárias;
" liberdade administrativa: têm liberdade para contratar e demitir pessoas, devendo seguir as regras da
CF/88. Para contratar, deverão abrir concurso público; para demitir, deverá haver motivação. Poderão adquirir
bens, mas deverá haver uma licitação;
" dirigentes próprios;
" patrimônio próprio.

Controle

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Não existe hierarquia ou subordinação entre as empresas públicas e a Administração Direta,
independentemente de sua função. Poderá a Administração Direta fazer controle de legalidade e finalidade
dos atos das empresas públicas, visto que estas estão vinculadas àquela. Só é possível, portanto, controle de
legalidade finalístico.

Criação
A lei não cria, somente autoriza a criação das empresas públicas, ou seja, independentemente da atividade
que desenvolvam, a lei somente autorizará a criação das empresas públicas, não conferindo a elas
personalidade jurídica.

A empresa pública será prestadora de serviços públicos ou exploradora de atividade econômica. A CF/88
somente admite a empresa pública para exploração de atividade econômica em duas situações (art. 173 da
CF/88):
" fazer frente a uma situação de segurança nacional;
" fazer frente a uma situação de relevante interesse coletivo.

A empresa pública deve obedecer aos princípios da ordem econômica, visto que concorre com a iniciativa
privada. Quando o Estado explora, portanto, atividade econômica por intermédio de uma empresa pública, não
poderão ser conferidas a ela vantagens e prerrogativas diversas das da iniciativa privada (princípio da livre
concorrência).

Privilégios
Quanto aos privilégios, são concedidos conforme a atividade desenvolvida:
" empresas públicas exploradoras de atividade econômica: não são dotadas dos mesmos privilégios da
Administração Direta, observado o princípio da livre concorrência, ou seja, não se pode conferir a elas nenhum
privilégio diverso daqueles conferidos às empresas privadas. O art. 173, § 1º, II, da CF/88 dispõe que as
empresas públicas que exploram atividade econômica terão as mesmas obrigações civis, trabalhistas,
tributárias e comerciais das empresas privadas. Ainda o art. 173, § 2º, dispõe que as empresas públicas não
terão imunidade do art. 150, § 2º, quando estiverem exercendo atividade econômica;

" empresas públicas prestadoras de serviço público: não existe livre concorrência. Na área tributária, ainda
que a CF/88 não tenha mencionado, elas possuem os mesmos privilégios da Administração Direta, visto não
estarem em regime de livre concorrência. Na área processual, entretanto, não têm privilégios.

Responsabilidade
Quanto à responsabilidade das empresas públicas, temos que:
" empresas públicas exploradoras de atividade econômica: a responsabilidade do Estado não existe, pois,
se essas empresas públicas contassem com alguém que respondesse por suas obrigações, elas estariam em
vantagem sobre as empresas privadas. Só respondem na forma do § 6º do art. 37 da CF/88 as empresas
privadas prestadoras de serviço público, logo, se a empresa pública exerce atividade econômica, será ela a
responsável pelos prejuízos causados a terceiros (art. 15 do CC);

" empresas públicas prestadoras de serviço público: como o regime não é o da livre concorrência, elas
respondem pelas suas obrigações e a Administração Direta responde de forma subsidiária. A responsabilidade
será objetiva, nos termos do art. 37, § 6º, da CF/88.

Falência
" Empresas públicas exploradoras de atividade econômica: submetem-se a regime falimentar,
fundamentando-se no princípio da livre concorrência.
" Empresas públicas prestadoras de serviço público: não se submetem a regime falimentar, visto não
estarem em regime de concorrência.

III - Sociedades de Economia Mista - São empresas onde existe colaboração entre o Estado e
particulares, ambos reunindo recursos para a realização de uma finalidade sempre de ordem econômica.
A razão de ser das sociedades de economia mista, é que nem sempre o Estado dispõe de recursos suficientes

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para investir em determinado empreendimento, que de maneira direta ou indireta, visa o interesse da
sociedade.
O Estado então, associasse a particulares objetivando a atender essas necessidades sociais, e os particulares
visando alcançar os objetivos pretendidos motivados pelo lucro. A sociedade de economia mista, será sempre
uma sociedade anônima (S/A), sendo, portanto, uma pessoa jurídica de direito privado, ou seja, uma sociedade
comercial, não gozando por esta razão de privilégios tributários ou processuais. O Banco do Brasil é um
exemplo de sociedade de economia mista.

IV - Fundações Públicas (entidades fundacionais) - São pessoas jurídicas de direito público,


conforme orientação da Constituição Federal de 1988. As fundações são entidades semelhantes as autarquias,
pois a Lei 8112/90 equiparou as duas entidades ao instituir o "Regime Jurídico dos Servidores da União,
Autarquias e Fundações de Direito Público".

Após a Constituição de 1988 a doutrina e a jurisprudência estabeleceram dois tipos de fundações: a


pública e a privada.
Fundação Pública- É a que tem qualidade de autarquia, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal.

Fundação Privada - É aquela que desempenha funções que não são características do Estado.
Exemplo: IBGE.

Entidades Paraestatais
Entidades paraestatais é nome dado àqueles entes que, não obstante possuam personalidade jurídica própria
e estejam disciplinados por algumas normas de direito público, não se enquadram nos moldes legais previstos
para que pertençam ao quadro de entes da Administração Pública Direita ou Indireta.

Esses entes, também chamados de “Entes com situação peculiar” ou “Terceiro Setor”, exercem as mais
diversas funções em regime de colaboração, fomento e contribuição com Estado, sem, no entanto, se confundir
com ele. Estão incluídos, portanto, na categoria de Terceiro Setor justamente porque não fazem parte do
Primeiro Setor, ou seja, o Estado, e nem do Segundo Setor, o mercado, sendo caracterizadas pela prestação
de atividade de interesse público, não exclusiva do Estado, autorizada em lei e sem fins lucrativos, sob o regime
de Direito Privado.

As Entidades Paraestatais podem ser classificadas como:

- Ordens e Conselhos Profissionais


São órgãos incumbidos do chamado “poder de polícia das profissões”, que embora pertença originariamente
à Administração Pública é delegado a esses entes, visando uma otimização na fiscalização e administração
do exercício das profissões.

Diversas leis atribuíram personalidade jurídica as Ordens profissionais, sem, no entanto, especificar se
possuem natureza pública ou privada. Visando sanar essa dúvida objetiva, foi editada a Lei 9649/98(3), que
estabeleceu que os conselhos possuem natureza jurídica de regime privado. No entanto, na ADIN 1.1717-6
julgada em 07.11.2002, declarou-se a inconstitucionalidade do art. 58, parágrafos 1º, 2º, 4º, 5º, 6º, 7º e 8º,
sendo desde então considerados tais entes como autarquias especiais, vez que não fazem parte da
Administração Pública e nem se sujeitam à tutela ministerial.

- Entidades de apoio
Essas entidades, mais comumente, assumem a forma de fundação, mas também podem assumir a forma de
associação ou cooperativa.

Entidades de Apoio são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por servidores
públicos, em regime de direito privado, mediante convênio com a Administração Pública que geralmente
destinam-se a colaborar com instituições de ensino e pesquisa. Não fazem parte da Administração Pública
nem das Universidades ou Instituições que prestam auxílio, mas são instituídas pelo Poder Público,
representado na pessoa dos servidores públicos e mediante aplicação de recursos desses, que também serão
os prestadores de serviço, utilizando-se da sede, instrumentos e equipamentos públicos.

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Essas entidades, mais comumente, assumem a forma de fundação, mas também podem assumir a forma de
associação ou cooperativa.

Não possuem legislação específica que as regulamente, a não ser a Lei 8.958 de 20.12.1994, que dispõe
especificamente a respeito da relação celebrada entre instituições federais de ensino superior e de pesquisa
científica e tecnológica e fundações de apoio.

- Empresas controladas pelo Poder Público


São empresas que embora possuam natureza jurídica de direito privado são controladas de alguma forma pelo
Poder Público. Não fazem parte da Administração Pública, pois possuem natureza eminentemente privada e
porque lhes falta algum requisito essencial para que figurem como membros públicos como instituição por lei,
ou ausência de algum elemento especial para que se enquadre como Empresa Pública ou Sociedade de
Economia Mista.

O exemplo mais comum desse tipo de entidade ocorre quando a Administração adquire o controle acionário
de uma empresa privada: não obstante essa empresa não seja pública, por força de estar sob o controle
acionário da Administração Pública deverá se sujeitar a algumas normas de direito público. Assim, deverão
respeitar a Lei 8666/93, no que tange a celebração de contratos, que necessariamente deveram ser precedidos
de licitação e submeter-se ao controle externo exercido pela Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de
Contas, por expressa disposição constitucional.

- Serviços sociais autônomos


O exemplo mais conhecido que temos desse tipo de entidade é o SESC, SENAC, SENAI e SESI. Eles são
pessoas jurídicas de Direito Privado que prestam serviço de relevante interesse social à população em geral
ou à uma determinada classe profissional. Não possuem fins lucrativos, mas recebem recursos e contribuições,
indispensáveis à sua manutenção, de classes profissionais e empresas ou mediante convênios com a
Administração Pública.

Em virtude do serviço, o qual possui natureza eminentemente pública se sujeita, derrogativamente, a certas
normas de direito público como a exigência de teste seletivo para a contratação de seu quadro de pessoal e a
submissão ao controle exercido pelo Tribunal de Contas (somente quando receber recursos públicos),
conforme disposto no artigo 70, parágrafo único da Constituição Federal.

- Organizações sociais
São pessoas jurídicas de Direito Privado que mediante contrato de gestão com a Administração Pública
prestam serviços sociais sem fins lucrativos, dirigidos ao ensino, pesquisa científica, desenvolvimento
tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente e à saúde.
Esses entes foram regulamentados formalmente pela Lei 9.637 de 15.05.1998 que estabeleceu quais
requisitos deverão ser atendidos para que uma pessoa jurídica de direito privado seja qualificada como
organização social e assim possa receber recursos públicos. Os principais requisitos exigidos para que a
pessoa jurídica de direito privado adquira o status de entidade de utilidade pública é possuir um órgão de
deliberação superior, o chamado “Conselho de Administração”, formado por representantes do Poder Público
e de membros da comunidade de notória capacidade profissional e idoneidade moral e a habilitação perante a
Administração Pública, visando receber a declaração de organização social.

Uma vez cumpridos os requisitos exigidos, a entidade passará a receber recursos estatais de forma a promover
o fomento e incentivo de suas atividades, através da celebração de um contrato de gestão entre a
Administração Pública e a entidade privada. O status de organização social, no entanto, poderá ser revogado
a qualquer tempo, desde que não cumpridas as normas estabelecidas no contrato de gestão.

As organizações sociais vêm sendo alvo de crítica por parte da doutrina devido ao seu flagrante caráter de
mascarar uma situação que deveria sujeitar-se as regras atinentes à Administração Pública, mas que está a
margem de tais normas por não fazer parte da Administração Pública, vez que é um ente paraestatal. Segundo
Maria Silvia Zanella de Pietro essa camuflagem é evidente já que “o fato de organização social absorver
atividade exercida por ente estatal e utilizar o patrimônio público e os servidores públicos entes a serviço desse
mesmo ente, que resulta extinto, não deixa dúvidas de que sob todos os aspectos estaria sujeita ao direito
público”.

Além disso, não devemos nos esquecer de princípios indisponíveis que regem a administração pública, quais
sejam o da preocupação com a preservação do patrimônio público, e com a gratuidade e universalidade dos

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serviços públicos nas áreas acima indicadas. Tais princípios inegavelmente não estão sendo obedecidos, vez
que, com a concessão indiscriminada de habilitação a pessoas jurídicas de direito privado como organização
social, o serviço público que deveria ser gratuito e universal, passa a ser, na maioria das vezes oneroso e
restrito, pois não se exigem dos entes paraestatais respeito todas as limitações e princípios a que se sujeitam
demais órgãos públicos.

- Organizações da sociedade civil de interesse público


Este tipo de entidade possui muitas semelhanças com as Organizações Sociais. Assim como as Organizações
Sociais as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público são pessoas jurídicas de direito privado, sem
fins lucrativos e instituídas por particulares, que prestam serviços de utilidade pública de competência não
exclusiva do Estado.

No entanto, apresentam um importante diferencial relacionado com o objetivo estatal almejado ao instituir tais
entidades: enquanto as organizações sociais são claramente instituídas com a finalidade de extinguir a
atividade estatal da área onde atuam as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público são instituídas
pelo Estado com a intenção de realmente promover fomento ou incentivo a determinada atividade.

Além desse diferencial marcante podemos constatar que por se tratar de atividade de real fomento estatal, a
sociedade civil de interesse público se sujeita a requisitos bem mais rígidos para obtenção de sua qualificação,
se comparada com a organização social. Entre eles podemos destacar a necessidade da entidade atuar em
uma das atividades elencadas no art. 3º da Lei 9790 de 23.03.1999(7) e sua habilitação perante o Ministério
da Justiça.

Além disso, o art. 4º da mesma lei exige: a inscrição no estatuto das pessoas jurídicas interessadas princípios
como o da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência; a adoção de
práticas de gestão que dificultem de forma pessoal ou coletiva a obtenção de vantagens pessoais decorrentes
da participação no respectivo processo decisório e a prestação de contas, quando se utilizar de bens ou
recursos públicos, conforme determina o art. 70 da CF.
Agências Executivas e Reguladoras
Entre as recentes alterações na organização administrativa do Estado, registramos a criação de autarquias
especiais, denominadas de agências reguladoras, e a qualificação de autarquias e fundações como agências
executivas.
Agência reguladora, segundo Di Pietro, é, no direito brasileiro, qualquer órgão da Administração Direta ou
entidade da Administração Indireta com função de regular matérias que lhe estão afetas. O objetivo institucional
da agência reguladora é o controle de pessoas privadas incumbidas da prestação de serviços públicos, sob a
forma de concessão ou permissão.
São atribuições das agências reguladoras: regulamentar os serviços que constituem objeto da delegação;
realizar o procedimento licitatório para escolha dos concessionários; celebrar o contrato de concessão; definir
o valor da tarifa; controlar a execução dos serviços; aplicar sanções; exercer o papel de ouvidor de denúncias
e reclamações dos usuários, etc.
Exemplos:
 Agências Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), criada pela Lei 9.472/96;
 Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), criada pela Lei 9.47297
 Agência Nacional do Petróleo (ANP), criada pela Lei 9.478/97.
Agência executiva é a qualificação dada à autarquia ou fundação que celebre contrato com o órgão da
Administração Direta a que se acha vinculada, para a melhoria da eficiência e redução de custos.

Em regra, segundo Di Pietro, não se trata de entidade instituída com a denominação de agência executiva.
Trata-se de entidade preexistente (autarquia ou fundação governamental) que, uma vez preenchidos os
requisitos legais, recebe a qualificação de agência executiva, podendo perde-la, se deixar de atender aos
mesmos requisitos.

Centralização, descentralização, concentração e desconcentração.

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Centralização: é a prestação de serviços diretamente pela pessoa política prevista
constitucionalmente, sem delegação a outras pessoas. Diz-se que a atividade do Estado é centralizada
quando ele atua diretamente, por meio de seus órgãos.

Obs.: Órgãos são simples repartições interiores da pessoa do Estado, e, por isso, dele não se distinguem.
São meros feixes de atribuições - não têm responsabilidade jurídica própria – toda a sua atuação é imputada
às pessoas a que pertencem. São divisões da Pessoa Jurídica.

Se os serviços estão sendo prestados pelas Pessoas Políticas constitucionalmente competentes, estará
havendo centralização.

Vantagens da Centralização:
 as decisões são tornadas por administradores que tem urna visão global da empresa;
 tomadores de decisão situados no topo e geralmente melhor treinados e preparados do que os que estão
nos níveis mais baixos;
 eliminação dos esforços duplicados reduz os custos operacionais;
 certas funções – como compras – quando centralizadas, provocam maior especialização e aumento de
habilidades;
 decisões são mais consistentes com os objetivos empresariais.

Desvantagens da centralização:
1. as decisões não são tomadas por administradores que estão próximos dos fatos
2. tomadores de decisão situados no topo raramente tem contato com os trabalhadores e com as situações
envolvidas;
3. as linhas de comunicação mais distanciadas provocam demoras prolongadas;
4. administradores nos níveis mais baixos são frustrados porque estão fora do processo decisorial;
5. pelo envolvimento de muitas pessoas nas comunicações, há mais possibilidades de um erro e de distorções
pessoais.

Descentralização: é a transferência de execução do serviço ou da titularidade do serviço para outra


pessoa, quer seja de direito público ou de direito privado.

 São entidades descentralizadas de direito público: Autarquias e Fundações Públicas.


 São entidades descentralizadas de direito privado: Empresas Públicas, Sociedades de Economia
Mista.
 Pode, inclusive, a execução do serviço ser transferida para entidades que não estejam integradas à
Administração Pública, como: Concessionárias de Serviços Públicos e Permissionárias.
 A descentralização, mesmo que seja para entidades particulares, não retira o caráter público do
serviço, apenas transfere a execução.

Vantagens da descentralização:
1. decisões são tomadas mais rapidamente pelos próprios executores
2. tomadores de decisão são os que têm mais informação sobre a situação
3. maior envolvimento na tornada de decisões cria maior moral e motivação entre os administradores médios
4. proporciona bom treinamento para os administradores médios

Desvantagens da descentralização:
1. pode ocorrer a falta de informação e coordenação entre departamentos
2. maior custo por administrador devido ao melhor treinamento, melhor salário dos administradores nos
níveis mais baixos
3. administradores tendem a ter uma visão estreita e podem defender mais o sucesso de seus departamentos
em detrimento da empresa como um todo
4. políticas e procedimentos podem variar enormemente nos diversos departamentos

Desconcentração

A desconcentração é simples técnica administrativa, e é utilizada, tanto na Administração Direta, quando


na Indireta.

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Ocorre a chamada desconcentração quando a entidade da Administração, encarregada de executar um ou
mais serviços, distribui competências, no âmbito de sua própria estrutura, a fim de tornar mais ágil e eficiente
a prestação dos serviços.

A desconcentração pressupõe, obrigatoriamente, a existência de uma só pessoa jurídica. Em outras palavras,


a desconcentração sempre se opera no âmbito interno de uma mesma pessoa jurídica, constituindo uma
simples distribuição interna de competências dessa pessoa.

SERVIÇO DESCONCENTRADO - Ocorre desconcentração, por exemplo, no âmbito da Administração


Direta Federal, quando a União distribui as atribuições decorrentes de suas competências entre diversos
órgãos de sua própria estrutura, como os ministérios (Ministério da Educação, Ministério dos Transportes etc.);
ou quando uma autarquia, por exemplo, uma universidade pública, estabelece uma divisão interna de funções,
criando, na sua própria estrutura, diversos departamentos (Departamento de Graduação, Departamento de
Pós-Graduação, Departamento de Direito, Departamento de Filosofia, Departamento de Economia etc.).
• É uma técnica administrativa de simplificação e aceleração do serviço dentro da mesma entidade,
• Diversamente da descentralização, que é uma técnica de especialização, consiste na retirada do serviço de
dentro de uma entidade e transferência a outra para que o execute com mais perfeição e autonomia.

Obs.: tanto a concentração como a desconcentração poderá ocorrer na estrutura administrativa centralizada
ou descentralizada.

- A complexidade das funções do Estado, quer quanto à soma de atividades que exerce, quer quanto à sua
variedade, trouxe como consequência imediata a sobrecarga de seus serviços, pela incapacidade de adaptar
a sua máquina administrativa à multiplicidade de serviços a seu cargo.

- Movido por tais motivações o Estado acaba por transferir seguidamente, a outras pessoas jurídicas, a
execução de muitos serviços públicos objetivando basicamente a celeridade e eficiência destes. Estas pessoas
jurídicas que irão titularizar interesses coletivos das mais variadas ordens, podem regular-se por princípios de
Direito privado ou público, podendo ou não ter prerrogativas especiais. Tudo isto a depender da necessidade
pública do serviço que irão desempenhar.

Como se vê, a desconcentração, mera técnica administrativa de distribuição interna de funções, ocorre, tanto
na prestação de serviços pela Administração Direta, quanto pela Indireta. É muito mais comum falar-se em
desconcentração na Administração Direta pelo simples fato de as pessoas que constituem as Administrações
Diretas (União, estados, Distrito Federal e municípios) possuírem um conjunto de competências mais amplo e
uma estrutura sobremaneira mais complexa do que os de qualquer entidade das Administrações Indiretas. De
qualquer forma, temos desconcentração tanto em um município que se divide internamente em órgãos, cada
qual com atribuições definidas, como em uma sociedade de economia mista de um estado, um banco estadual,
por exemplo, que organiza sua estrutura interna em superintendências, departamentos ou seções, com
atribuições próprias e distintas, a fim de melhor desempenhar suas funções institucionais.

A prestação concentrada de um serviço ocorreria em uma pessoa jurídica que não apresentasse divisões
em sua estrutura interna. É conceito praticamente teórico.

Qualquer pessoa jurídica minimamente organizada divide-se em departamentos, seções etc., cada qual com
atribuições determinadas. Na Administração Pública é provável que não exista nenhuma pessoa jurídica que
não apresente qualquer divisão interna. Talvez algum município muito pequeno possa prestar todos os serviços
sob sua competência sem estar dividido em órgãos, concentrando todas as suas atribuições na mesma unidade
administrativa, que se confundiria com a totalidade da pessoa jurídica não subdividida em sua estrutura
interna...

A par da pouco provável hipótese acima, podemos falar em concentração quando determinada pessoa jurídica
extingue órgãos ou unidades integrantes de sua estrutura, absorvendo nos órgãos ou unidades restantes, os
serviços que eram de competência dos que foram extintos. Nesse caso, terá ocorrido concentração
administrativa em relação à situação anteriormente existente. É, por isso, uma concentração relativa: a pessoa
jurídica concentrou em um menor número de órgãos ou unidades o desempenho de suas atribuições.
Entretanto, enquanto existirem pelo menos dois órgãos ou unidades distintas, com atribuições específicas, no
âmbito da mesma pessoa jurídica, diremos que ela presta seus serviços desconcentradamente.

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Por último, cabe registrar que Hely Lopes Meirelles entende que um órgão não subdividido em sua estrutura,
portanto um órgão simples (em oposição a órgão composto), exerce suas atribuições concentradamente. Deve-
se tomar cuidado aqui, pois a existência de órgãos significa que a pessoa jurídica a que eles pertencem exerce
suas atribuições desconcentradamente. Cada órgão composto dessa pessoa jurídica também exerce
desconcentradamente suas atribuições, por meio dos órgãos que o compõem. Quando chegamos, mediante
essas subdivisões sucessivas, a um órgão que não mais se subdivide, teremos, então, um órgão simples. Esse
órgão, segundo o autor, exerce suas atribuições de forma concentrada (mas, repita-se, a pessoa jurídica que
ele integra pratica a desconcentração administrativa, presta seus serviços desconcentradamente).

Como vimos, os conceitos de centralização/descentralização e de concentração/desconcentração


não são mutuamente excludentes. Com efeito, um serviço pode, por exemplo, ser prestado centralizadamente
mediante desconcentração, se o for por um órgão da Administração Direta, ou pode ser prestado
descentralizadamente mediante desconcentração, se o for por uma superintendência, divisão, departamento,
seção etc. integrante da estrutura de uma mesma pessoa jurídica da Administração Indireta (autarquia,
fundação pública, empresa pública ou sociedade de economia mista). É possível ainda, ao menos
teoricamente, termos um serviço centralizado e concentrado (conforme o improvável exemplo do pequeno
município acima apresentado) e um serviço descentralizado e concentrado (seria o caso, igualmente pouco
provável, de uma entidade da Administração Indireta, como uma autarquia municipal, sem qualquer subdivisão
interna).

Resumindo...

A desconcentração é procedimento eminentemente interno, significando, tão somente, a


substituição de um órgão por dois ou mais com o objetivo de acelerar a prestação do serviço. Na
desconcentração o serviço era centralizado e continuou centralizado, pois que a substituição se
processou apenas internamente.
Na desconcentração, as atribuições administrativas são outorgadas aos vários órgãos que compões
a hierarquia, criando-se uma relação de coordenação e subordinação entre um e outros. Isso é feito
com o intuito de desafogar, ou seja, desconcentrar, tirar do centro um grande volume de atribuições
para permitir o seu mais adequado e racional desempenho.

Na concentração ocorre o inverso da desconcentração. Há uma transferência das atividades dos


órgãos periféricos para os centrais.

Órgãos Públicos
São centros de competência criados para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes,
cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem. São unidades de ação com atribuições específicas
na organização estatal. Cada órgão, como centro de competência governamental ou administrativa, tem
necessariamente funções, cargos e agentes. Os órgãos integram a estrutura do Estado e das demais pessoas
jurídicas.
Como parte das entidades que integram, os órgãos são meros instrumentos de ação dessas pessoas
jurídicas, previamente ordenados para o desempenho das funções que lhes forem atribuídas pelas normas de
sua Constituição e funcionamento. Para eficiente realização de suas funções, cada órgão é investido de
determinada competência, redistribuída entre seus cargos, com a correspondente parcela de poder necessária
ao exercício funcional de seus agentes.

Classificação dos Órgãos Públicos

Existem três classificações de órgãos:


 quando à composição estatal,
 quanto à estrutura e
 quanto à composição.

Quanto à composição estatal classificam-se os órgãos públicos em:


 independentes,

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 autônomos,
 superiores e
 subalternos.

I - Órgãos Independentes - São os originários da Constituição e representativos dos poderes de Estado,


Legislativo, Executivo e Judiciário. Os órgãos independentes estão colocados no ápice da pirâmide
governamental, sem qualquer subordinação hierárquica, e só sujeitos aos controles constitucionais de um
poder pelo outro. Por esta razão, são também denominados de órgãos primários do Estado. Esses órgãos
detêm e exercem funções políticas, judiciais e quase judiciais outorgadas diretamente pela Constituição, para
serem desempenhadas pessoalmente por seus membros que são os agentes políticos, segundo normas
especiais e regimentais.
Nessa categoria encontram-se as chefias de executivo (Presidência da República, Governadorias dos
Estados e do Distrito Federal, Prefeituras Municipais), o Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado
Federal, Assembleias Legislativas, Câmara de Vereadores, Os Tribunais Judiciários e os Juízes Singulares
(Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores Federais, Tribunais Regionais Federais, Tribunais de Justiça
e de Alçada dos Estados Membros, Tribunais do Júri e Varas das Justiças Comum e Especial). Também estão
incluídos nesta categoria, o Ministério Público Federal e Estadual e os Tribunais de Conta da União, dos
Estados- Membros e Municípios, os quais são órgãos funcionalmente independentes.

II - Órgãos Autônomos - São aqueles localizados também, na cúpula da administração, porém,


imediatamente abaixo dos órgãos independentes. Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e
técnica, caracterizando-se como órgãos diretivos, responsáveis pelas funções de planejamento, supervisão,
coordenação e controle de atividades que constituem sua área de competência.
São órgãos autônomos os Ministérios, as Secretarias de Estado e de Município, a Consultoria-Geral da
República e todos os demais órgãos subordinados diretamente aos chefes de poderes, aos quais prestam
assistência e auxílio imediatos. Seus dirigentes geralmente são agentes políticos nomeados em comissão.

III- Órgãos Superiores - São aqueles que possuem o poder de direção, controle, decisão e comando
nos assuntos de sua competência específica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico
de uma chefia mais elevada. Não gozam de autonomia administrativa nem financeira, que são atributos dos
órgãos independentes e dos autônomos a que pertencem. Sua liberdade funcional está restrita ao
planejamento e soluções técnicas, dentro de sua área de competência, com responsabilidade pela execução,
geralmente a cargo de seus órgãos subalternos. Nessa categoria estão incluídas Secretarias Gerais,
Inspetorias Gerais, Gabinetes, Procuradorias Administrativas e Judiciais, Coordenadorias, Departamentos e
Divisões.

IV - Órgãos Subalternos - São todos os órgãos que se acham subordinados a órgãos mais elevados,
com reduzido poder de decisão e com predominância de atribuições de execução. Destinam-se à execução de
serviços de rotina, cumprimento de decisões superiores e primeiras soluções em casos individuais, tais como
os que, nas repartições públicas, executam as atividades-meios e atendem ao público, prestando-lhe
informações e encaminhando seus requerimentos, como são as Portarias e Seções de Expediente.

b) Quanto à estrutura, os órgãos são classificados em:


 simples ou
 compostos.

I - Órgãos Simples ou Unitários - São os constituídos por um único centro de competência, como as
Portarias com diversos cargos e agentes.

II - Órgãos Compostos - São aqueles que reúnem na sua estrutura vários outros órgãos menores, como
a Secretaria de Educação, órgão composto que tem na sua estrutura diversas unidades escolares.

c) Quanto à composição, podem ser classificados em:


 órgãos singulares ou
 colegiados.

I - Órgãos Singulares - Também denominados de unipessoais. São aqueles que atuam e decidem
através de um único agente, que é seu chefe e representante. Esses órgãos podem ter muitos outros agentes
auxiliares, mas o que caracteriza sua singularidade é o desempenho de sua função precípua por um só agente
investido como seu titular.

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São exemplos de órgãos singulares, a Presidência da República, as Governadorias dos Estados, e as
Prefeituras Municipais. A Presidência da República tem um único agente que é o Presidente; o Estado de São
Paulo, o Governador; o Município, o Prefeito.
II - Órgãos Colegiados - Também chamados de pluripessoais. São os órgãos que atuam e decidem por
meio da manifestação conjunta e majoritária da vontade de seus membros. Nos órgãos colegiados não
prevalece a vontade individual de seu chefe ou presidente, nem a de seus integrantes de maneira isolada. O
que vale juridicamente é a decisão da maioria. É órgão colegiado por exemplo, o Tribunal de Impostos e Taxas.

Agentes Públicos
Agentes Públicos - A lei 8.429/92 no seu art. 2º define os agentes públicos, todas as pessoas físicas
incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. Os agentes normalmente
desempenham funções do órgão, distribuídas entre os cargos de que são titulares, mas, excepcionalmente
podem exercer funções sem cargo.

Terceirizados não são Agentes Públicos! Somente podem exercer atividades meio (por exemplo, de limpeza,
vigilância, informática etc.)

O Código Penal considera que os terceirizados são “funcionários públicos” para fins de penalização em crimes
específicos na área da administração pública. Também se inclui nesta categoria as concessionárias.

Em qualquer hipótese, entretanto, o cargo ou a função pertence ao Estado, e não ao agente que o exerce,
razão pela qual o Estado pode suprimir ou alterar cargos e funções sem nenhuma ofensa aos direitos de seus
titulares, como podem desaparecer os titulares sem extinção dos cargos e funções.

Os agentes públicos classificam-se basicamente em quatro categorias bem diferenciadas:

 agentes políticos,
 agentes administrativos,
 agentes honoríficos e
 agentes delegados, que, por sua vez se subdividem em subcategorias.

Agentes Políticos - São os componentes do governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos,
funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para exercício de
atribuições constitucionais. Esses agentes, não são servidores públicos nem se sujeitam ao Regime Jurídico
Único estabelecido pela Constituição de 1988. Os agentes políticos, possuem normas específicas para sua
escolha, investidura, conduta e processo por crimes funcionais e de responsabilidade que lhes são privativos.

São agentes políticos: os chefes de executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos e seus
auxiliares imediatos) (Ministros e Secretários de Estado e de Município) ; os membros das corporações
legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do Poder Judiciário (Magistrados em geral);
os membros do Ministério Público (Procuradores da República e da Justiça, Promotores e Curadores Públicos);
os membros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselheiros); os representantes diplomáticos e demais
autoridades que atuem com independência funcional no desempenho de atribuições governamentais e
judiciais.

Agentes Administrativos - São todos aqueles que se vinculam ao Estado ou às suas entidades
autárquicas e fundacionais por relações profissionais, sujeitos a hierarquia funcional e ao Regime Jurídico
Único da entidade estatal a que servem. São investidos a título de emprego e com retribuição financeira, em
regra por nomeação e excepcionalmente, por contrato de trabalho ou credenciamento.
Os agentes administrativos não são membros de poder de Estado; são apenas servidores públicos, com maior
ou menor hierarquia, em cargos e responsabilidades profissionais dentro do órgão ou da entidade a que
servem, conforme o cargo ou a função em que estejam investidos.

Os agentes administrativos estão subordinados ao regime da entidade a que servem e às normas específicas
do órgão em que trabalham.

São agentes administrativos, a grande maioria dos prestadores de serviços à administração direta e indireta
do Estado nas seguintes modalidades aceitas pela Constituição Federal de 1988: servidores públicos

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concursados, servidores públicos que exercem cargos em comissão ou função de confiança, sem concurso,
preferencialmente escolhidos, "servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional" e os
servidores temporários, contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária de
excepcional interesse público. A categoria dos agentes administrativos espécie do gênero agente público são
também denominados de servidores públicos.

Agentes Honoríficos - São cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar,


transitoriamente, determinados serviços ao Estado, mas sem qualquer vínculo empregatício ou estatuário e,
normalmente, sem remuneração. Tais serviços são denominados de serviços públicos relevantes.

São agentes honoríficos, aqueles que exercem a função de jurado, de mesário eleitoral, de comissário de
menores, de presidente ou membro de comissão de estudo ou de julgamento entre outros. Os agentes
honoríficos não são funcionários públicos, entretanto, momentaneamente exercem uma função pública e,
enquanto a desempenho, sujeitam-se a hierarquia e disciplina do órgão a que estão servindo.

Agentes Delegados - São particulares que recebem encargos referentes a execução de determinada
atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, mas, conforme as
normas do Estado e sob permanente fiscalização do delegante. Constitui uma categoria à parte de
colaboradores do Poder Público. São os concessionários e permissionários de obras e serviços públicos os
serventuários de ofícios ou cartórios não estatizados, os leiloeiros, os tradutores e intérpretes públicos, e as
demais pessoas que recebem delegação para a prática de atividade estatal ou serviço de interesse público.

Servidor e Funcionário Público


O servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo público. Com o advento do novo Estatuto
dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais (Lei nº 8.112-1990),
a antiga denominação funcionário público foi substituída pela de servidor público.

Cargos Públicos
Na organização do serviço público a Administração cria cargos e funções, institui classes e carreiras, faz
provimentos e lotações, estabelece vencimentos e vantagens e delimita os deveres e direitos de seus
servidores.
Cargo público é o lugar instituído na organização do serviço público, com denominação própria, atribuições e
responsabilidades específicas e estipêndio correspondente, para ser provido e exercido por um titular, na forma
estabelecida em lei. Função é a atribuição ou o conjunto de atribuições que a Administração confere a cada
categoria profissional ou comete individualmente a determinados servidores para a execução de serviços
eventuais.
Todo cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. As funções do cargo são definitivas; as funções
autônomas são, por índole, provisórias, dada a transitoriedade do serviço que visam a atender. Daí por que as
funções permanentes da Administração devem ser desempenhadas pelos titulares de cargos, e as transitórias,
por servidores designados, admitidos ou contratados precariamente. Os servidores podem estabilizar-se nos
cargos, mas não nas funções. Não obstante a validade deste princípio, muitas leis vinham dando estabilidade
a servidores exercentes de funções, que, por natureza, são transitórias.
Para liquidar de vez com essa aberração administrativa foi que o constituinte, desde 1967, passou a vincular
a estabilidade à prévia aprovação em concurso público, requisito essencial para o preenchimento dos cargos
de provimento efetivo.

Cargo x Função Pública


Todo cargo público, só pode ser criado por lei. Essa é uma exigência da Constituição (art. 37, I).

Não há como se confundir cargo com função pública. A ideia de função pública está relacionada com atividade,
atribuição. Cargo, por sua vez, no seu sentido etimológico, pode ser traduzido como incumbência.

Sob o aspecto material representa o lugar onde o servidor desempenha sua atividade específica.

Cargo público é, portanto, o lugar instituído na organização do funcionalismo, com denominação própria,
atribuições específicas, e estipêndio correspondente, para ser provido e exercido por seu titular, na forma

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estabelecida em lei. Exemplo: Auditor Fiscal do Tesouro Nacional (AFTN), Técnico do Tesouro Nacional
(TTN), Fiscal de Mercadorias em Trânsito, Agente Administrativo, Procurador do Estado, etc.

Função pública é, a atribuição ou conjunto de atribuições que a Administração confere a cada categoria
profissional ou individualmente a determinados servidores de serviços eventuais.

Os cargos são distribuídos em classes (agrupamento de cargos da mesma profissão e com idênticas
atribuições, responsabilidades e vencimentos) e carreira (agrupamento de classes da mesma profissão ou
atividade, escalonadas segundo a hierarquia do serviço). O conjunto de carreiras e cargos isolados constitui o
quadro permanente do serviço dos diversos órgãos da Administração.

Assim, cargo de carreira é escalonado em classes, para acesso privativo de seus titulares, até a mais alta
hierarquia profissional. Já o cargo de chefia é o que se destina à direção dos serviços.

Um quadro administrativo, portanto, é composto de cargos de carreira e cargos isolados, considerados aqueles
como de caráter dinâmico que possibilitam ascensão do funcionário na escala hierárquica. Contrario sensu os
cargos isolados não oferecem condições de promoção.

O magistério superior, por exemplo, é uma carreira, porque resulta do agrupamento das classes seguintes:
professores assistentes, adjuntos e titulares.

Direito do Titular do Cargo Público


Entre os direitos do titular do cargo público está o da estabilidade, mas esta restringe-se ao exercício, às
prerrogativas da função, pois o cargo não é apropriável pelo servidor.

A administração, por isto mesmo, pode alterar os cargos públicos ou os serviços, independentemente da
aquiescência de seu titular, visto que este não tem direito adquirido à imutabilidade de suas atribuições. Hely
Meirelles doutrina:

O funcionário tem direito adquirido à permanência no funcionalismo, mas nunca adquirirá direito ao exercício
da mesma função, no mesmo lugar e nas mesmas condições, salvo os vitalícios, que constituem uma exceção
constitucional à regra estatutária.

Segue dizendo o mestre:

Enquanto subsistir o cargo, como foi provido, o seu titular terá direito ao exercício nas condições estabelecidas
pelo Estatuto, mas se se modificar a estrutura, as atribuições, os requisitos para o seu desempenho, lícita é a
exoneração, a disponibilidade, a remoção ou a transferência de seu ocupante, para que outro o desempenhe
na forma da lei. O que não se admite é o afastamento arbitrário ou abusivo do titular, por ato do Executivo, sem
lei que o autorize.

Temos, a título de exemplo, na carreira de Auditor Fiscal do Tesouro Nacional uma mudança de nomenclatura
de cargos e atribuições, onde os cargos de Fiscais de Tributos Federais e Controladores de Arrecadação,
foram extintos em 1985 e transformados no atual AFTN, consoante Decreto-lei n° 2.225/85, sem que isto tenha
causado qualquer furor nos tribunais.

Cargo x Emprego Público


Cabe preliminarmente, traçar um breve estudo sobre os regimes jurídicos possíveis de serem estabelecidos
entre o servidor e a Administração Pública, ou seja, as principais diferenças entre o regime estatutário e o
regime celetista. Neste sentido, Celso Bastos teceu as seguintes afirmações:
"As relações de trabalho podem ser regidas tanto pelo Direito Administrativo como pelo Direito do
Trabalho. Neste último (emprego público), a relação é disciplinada pela Consolidação das Leis do Trabalho.
Já no primeiro (cargo público), pela Constituição e pelos Estatutos próprios dos servidores nos três níveis de
governo: União, Estados e Municípios.
A noção de emprego surgiu em decorrência de a Administração ter parte da sua atividade submetida
fundamentalmente ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.
Portanto, dentre estes conceitos os mais inconfundíveis são: cargo e emprego público. O primeiro como
típico do provimento realizado sob a égide do Direito Público”.

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Celso Antônio Bandeira de Mello refere-se que essa duplicidade de vínculos laborais, existente entre o
servidor público e a Administração, determina que a Constituição Brasileira, em diversas passagens, menciona
cargos ou empregos públicos. Com isso, o jurista especificou doutrinariamente a diferença entre cargo público
e emprego público nos seguintes termos:

Cargo público – cargos são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expressadas
por um agente, previstas em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de
direito público e criados por lei.
Os servidores titulares de cargos públicos submetem-se a um regime especificamente concebido para
reger esta categoria de agentes. Tal regime é estatutário ou institucional; logo, de índole não-contratual.
Emprego Público – Empregos púbicos são núcleos de encargos de trabalho a serem preenchidos por
ocupantes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista.
Sujeitam-se a uma disciplina jurídica que, embora sofra algumas inevitáveis influências advindas da
natureza governamental da entidade contratante, basicamente, é a que se aplica aos contratos trabalhistas em
geral; portanto, a prevista na Consolidação das Leis do Trabalho".

Desta forma, a relação de trabalho estabelecida com a administração pode ser pela unilateralização do
vínculo, havendo o cargo público. É por este motivo, que somente são considerados como servidores públicos
os que titularizam um "cargo público". Ao passo que a relação de trabalho que resulta do vínculo
administração e empregado, caracteriza-se pelo regime contratual, portanto, bilateral, onde o que prevalece
para regrar essa relação são as leis trabalhistas, enquanto aos servidores o que prevalece é o estatuto local.

Regime Jurídico Único


No direito pátrio, a Administração Pública é dividida em direta, indireta ou fundacional, à luz do art. 37 da
Constituição Federal, e, no plano político-administrativo, em federal, estadual, distrital e municipal.

No tocante aos servidores da administração, a Constituição Federal de 1988 denominou, em seu cap. VII,
seção II, de servidores públicos civis todos os que prestam serviços à Administração em geral e instituiu o
"regime jurídico único e plano de carreira" para a Administração direta, autárquica e fundacional (art. 39-CF),
mais tarde regulamentados pela Lei nº 8.112/90, no plano da administração federal.

A Emenda Constitucional nº 19, publicada no DOU de 5 de junho de 1998, modifica o regime e dispõe sobre
os princípios da administração. Em seus 34 artigos promove setenta e sete alterações no corpo das disposições
permanentes da Constituição da República, além de criar onze normas de caráter transitório para implementá-
las.

Esse conjunto de conteúdo administrativo impor-se-á, mercê do princípio do paralelismo inerente ao nosso
sistema federativo, à observância pela União, pelos estados-membros, Distrito Federal e municípios.

Os servidores públicos civis e o regime jurídico único

Até o advento da Constituição Federal de 1988, vigoravam no setor público, dois regimes jurídicos de trabalho,
o regime estatutário e o celetista. O primeiro, para regular as relações de trabalho dos servidores concursados
e o segundo, para os servidores contratados sem a vantagem da estabilidade atribuída ao primeiro. A Nova
Carta Constitucional introduziu, em seu Capítulo VII, seção II, a terminologia servidores públicos civis para
referir-se a todos os que prestam serviço à Administração e instituiu em seu art. 39, o "regime jurídico único e
planos de carreira" para a Administração direta, autárquica e fundacional, significando dizer que não mais será
possível a diversidade de contratações na Administração Pública.

Apesar da objetividade da norma em instituir um único regime jurídico para a Administração, não restou clara
a exigência de ser de direito público sua natureza.

Doutrinariamente, a questão da natureza jurídica do regime único foi objeto de estudo de vários autores, alguns
se inclinando, como Hely Lopes Meireles pela natureza pública do regime e outros em minoria, mas fincados
em indiscutível e sólida argumentação, vêm defendendo que a Constituição Federal não determinou
previamente o regime único a ser adotado, cabendo a essas pessoas jurídicas de direito público a escolha.

É indiscutível a evolução das relações de trabalho do servidor público com o Estado, com absorção por elas,

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cada vez mais, de elementos contratuais. A própria Constituição Federal, que determinou a instituição de um
regime único, estabeleceu que fosse aplicada aos servidores públicos uma série de direitos próprios do
empregado privado. Além disto, outorgou a esses o direito de sindicalização e greve.

É preciso, no entanto, reconhecer que a opção por um regime único se foi fundamental no sentido de unificar
as reivindicações dos servidores públicos, também serviu para freá-las.

Tecnicamente o regime estatutário é o regime que estabelece relações jurídicas entre o Estado e o servidor
público, com base nos princípios constitucionais e preceitos legais da entidade estatal a que pertence. As
regras são estabelecidas unilateralmente pela Administração Pública, elevando retoricamente a supremacia
do "interesse público". A relação entre Poder público e servidor não se dá por instrumento contratual, mas por
regras preestabelecidas, consagrando um verdadeiro contrato de adesão.

Os defensores deste regime jurídico apontam ser o que melhor atende aos princípios constitucionais,
consagrados no art. 37 da CF/88, além de atender ao princípio da autonomia administrativa, na medida que
cada esfera da Federação organizaria o seu funcionalismo sem a interferência da legislação federal.

Já os defensores do regime contratual (CLT) argumentam que facilitaria o desenvolvimento do processo de


negociação e contratação coletiva, além de unificar um maior número de trabalhadores, tanto na administração
direta, como na indireta, dando unidade as suas reivindicações mais gerais e garantindo uma legislação mais
abrangente. Nesta perspectiva seria adotado o regime trabalhista como único, incorporando os direitos
estatutários conquistados, se mais benéficos que os previstos na CLT.

Confessamos que o servidor público perdeu com a instituição do regime estatuário, pois a CLT impõe o respeito
às disposições legais de proteção ao trabalhador e aos contratos coletivos que venham a ser estabelecidos
(art.444-CLT), assegurando a inalterabilidade contratual de trabalho por ato unilateral e em prejuízo do
empregado (art. 468-CLT). O princípio protetor não convive com a visão administrativa.

Breve comentário sobre a reforma administrativa

Emenda Constitucional nº 19, de 04 de junho de 1998

A reforma administrativa que, realizou profundas modificações, produzindo alterações que vão além do âmbito
remuneratório; atingem as condições de seu vínculo jurídico com o Estado, mas sem romper com o principal:
o autoritarismo.
Acabou com a exigência do regime jurídico único, abrindo a possibilidade de ser instituída a duplicidade de
regime jurídico-institucional e celetista; revisou as condições de obtenção e manutenção da estabilidade,
autorizando a demissão por desempenho insuficiente e por necessidade da administração (aprova a demissão
destes para que os gastos com pessoal não ultrapassem 60% da receita).

A Carta de 1988 remete no art. 39 § 2º ao art. 7º para conferir vários direitos trabalhistas, especificamente os
incisos IV, VI, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX, que estabelecem, a par de
outros direitos, garantia de vencimento nunca inferior ao mínimo e irredutibilidade salarial. Direitos estes
abraçados pela Lei nº 8. 112/90 que instituiu o regime jurídico único no âmbito federal.
A Constituição Federal também estabeleceu, como regra, o ingresso por concurso público independentemente
do regime a ser adotado, embora também tenha previsto a contratação por tempo determinado para atender
às necessidades temporárias de excepcional interesse público, ambos também recepcionados pela Lei
8.112/90. Não obstante por razões diversas, alguns administradores públicos têm admitido trabalhadores,
através de contratação expressa ou tácita, sem obediência às condições estabelecidas constitucionalmente.

As principais mudanças para os servidores públicos, com a reforma constitucional, foram no tocante a
investidura em cargo público, política salarial, estágio probatório, estabilidade, disponibilidade, isonomia e o
regime jurídico, conforme veremos mais especificamente a seguir.

No caput do art. 37 foi acrescentado o termo eficiência, passando a vigorar com a seguinte redação:
"A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também ao seguinte".

No inciso I do art. 37, foi acrescido o direito a cargo e emprego público aos estrangeiros, antes acessível

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apenas a brasileiros, todavia precisa ser regulamentado por lei complementar.
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros na forma da lei.

Ao inciso II do mesmo artigo foi acrescentado que a investidura através de concurso público, de provas e títulos
será conforme a natureza e complexidade do cargo ou emprego.
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas
e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

O inciso V sofreu modificação substancial, a princípio com a ideia de impedir o nepotismo, quando substitui a
palavra preferencialmente por exclusivamente para o exercício de cargo de confiança ou comissão. Todavia,
ao utilizar a locução a serem preenchidos, quando se reporta aos cargos comissionados, sem embargo,
consagrou o nepotismo com a manutenção dos cargos existentes.

Também observamos no referido texto, que, ao limitar a proibição aos cargos de chefia, direção e
assessoramento, deu outra "brecha legal" ao nepotismo, pois inúmeros são os cargos comissionados sem
essas especificações. No Judiciário, por exemplo, temos as funções comissionadas, denominadas de FC
(1,2,3,4,5) que tanto podem ser para cargos de chefias como quaisquer outros, como, por exemplo, datilógrafo
de audiência, porteiro, assistente de diretor.

As funções gratificadas, denominadas anteriormente de DAS, hoje FC (8,9,10), consideradas de cargos de


confiança, com gratificações variadas, podem ser ocupadas por pessoas desprovidas de qualquer vínculo
empregatício e destinam-se às funções de assessoramento e direção (a partir da reforma só podem ser
preenchidos por servidores de carreira).

Já as primeiras, os ocupantes apenas necessitam estar vinculados a um determinado órgão (prefeituras


municipais, por exemplo), ou ao próprio Tribunal, a partir da reforma, pelo que depreendemos do texto,
necessariamente devem ser ocupadas por servidores do quadro, mas a limitação se prende a cargo de chefia,
direção e assessoramento, eis a "brecha":
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

A modificação concernente ao direito de greve dos servidores substitui no inciso VII a regulamentação em lei
complementar para lei específica.

Vejamos outros aspectos da reforma:

Teto salarial - Nenhum servidor poderá receber, somando proventos, adicionais, prêmios, aposentadorias e
até vencimentos decorrentes da acumulação de cargos públicos (nos casos permitidos) etc., mais que os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, como também não será permitido o acúmulo de aposentadoria com
salário acima do teto. Este teto deverá ser definido por lei proposta pelos representantes dos três Poderes,
conforme disposição no inciso XI e seguinte do texto constitucional emendado.

Regime jurídico - Acabou o regime jurídico único. A política de administração e remuneração de pessoal agora
é definida por conselhos criados pela União, Estados e Municípios. Com isso haverá na Administração tanto
servidores estatutários como celetistas. Porém, todos deverão ser submetidos a concurso público para
investidura no cargo ou emprego. E os aumentos salariais definidos por lei proposta pelos três Poderes.
Vejamos:

Art. 39 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de


administração e remuneração de pessoal integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.

Estabilidade/estágio probatório - Este foi ampliado de dois para três anos. A reforma acabou a estabilidade
do servidor público ao permitir-se no art. 41, inciso III a demissão por insuficiência de desempenho, como já
vimos antes.

Isonomia - Acaba a isonomia de vencimentos entre os servidores dos três Poderes. Os servidores com a
mesma função podem receber salários diferenciados.

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A reforma assegura revisão anual de salários dos servidores, mas cada Poder definirá o índice.
As normas examinadas são autoaplicáveis, ou de eficiência imediata, alcançando tanto os contratos em curso,
quanto as situações ainda discutidas em processo de conhecimento, sem incidência, portanto, da prescrição
e da coisa julgada.

RESUMO

 A Emenda Constitucional n 19 ELIMINOU a exigência de REGIME JURÍDICO ÚNICO para a


administração direta, autárquica e fundacional.

 Sabemos que a CF previu a existência de um REGIME JURÍDICO ÚNICO (RJU) para os


servidores da Administração Direta, das Autarquias e das Fundações Públicas - esse Regime
Jurídico Único é de natureza estatutária e no âmbito da União está previsto na Lei nº 8112/90.

Regime Estatutário estabelecido por lei em cada esfera de governo (natureza legal)

 A Lei nº 9.962, de 22 de fevereiro de 2000, disciplinou o regime de emprego público do pessoal


da Administração federal direta, autárquica e fundacional, no âmbito federal. Determinou a
aplicação do regime celetista aos servidores federais.

 No entanto, o referido regime apresenta peculiaridades, aplicando-se a legislação trabalhista


naquilo que a lei não dispuser em contrário. É imprescindível a criação dos empregos
públicos, por leis específicas. Os atuais cargos do regime estatutário poderão ser transformados
em empregos, também por leis específicas.

 Não poderão submeter-se ao regime trabalhista os cargos de provimento em comissão, bem


como os que forem servidores estatutários anteriormente às leis que criarem os empregos
públicos.

 A contratação dos servidores deverá ser precedida de concurso público de provas ou de


provas e títulos.

 A rescisão do contrato de trabalho por tempo indeterminado NÃO PODERÁ ser realizada
livremente pela Administração. Será imprescindível que se caracterizem as hipóteses
previstas no art. 3º da mencionada lei:
 falta grave;
 acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
 necessidade de redução do quadro de pessoal, por excesso de despesa; e
 insuficiência de desempenho.

 Regime Estatutário significa a inexistência de um acordo de vontades no que tange às


condições de prestação do serviço - A Administração não celebra contrato com o Servidor Estatutário - as
condições de prestação do serviço estão traçadas na Lei. O servidor ao tomar posse no cargo público,
coloca-se sob essas condições, não tendo, no entanto, o direito à persistência das mesmas condições de
trabalho existentes no momento em que ele tomou posse. Trata-se de um REGIME LEGAL.

 No caso do servidor público não existe contrato, existe um Estatuto ao qual se submete - que é o
Regime Jurídico Estatutário o qual se ajusta ao interesse público. As modificações são unilaterais porque são
ditadas pelo interesse público, daí porque preservam a sua supremacia.

 Importante é a exigência do Concurso Público, que não se limitou ao ingresso na Administração Direta, mas
também na Indireta, inclusive nas Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

 Regime Trabalhista  regido pela CLT, mas submete-se às normas constitucionais (natureza
contratual)

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 O servidor celetista é ocupante de emprego público.

 Não adquirirá estabilidade. No entanto, a sua dispensa terá de fundamentar-se em um dos motivos
legais.

 Os empregados em geral regidos pela CLT possuem um regime contratual o que significa dizer que em
princípio ajustam as condições de trabalho e assim ajustadas não podem ser modificadas
unilateralmente.

Poderes Administrativos
Poder vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar, regulamentar, de polícia e uso e abuso do
poder

Para o adequado cumprimento de suas funções, a administração pública dispõe dos seguintes poderes:
 Discricionário,
 vinculado,
 hierárquico,
 regulamentar,
 disciplinar e
 poder de polícia.

Poder Discricionário - É o direito que concede à administração pública de maneira explícita ou implícita
liberdade para praticar atos administrativos, conforme a escolha de sua conveniência, oportunidade e
conteúdo, para que diante do caso concreto, encontre a melhor solução.
É importante ser salientado, que poder discricionário não se confunde com poder arbitrário.

Poder Vinculado - É aquele direito que a lei confere a administração pública para a prática de ato de sua
competência, determinando os elementos e os requisitos necessários à sua formalização, não concedendo ao
administrador, qualquer margem de liberdade para considerações subjetivas.
Exemplo: Alguém deseja construir um prédio. Depois de satisfeitos os requisitos exigidos por lei, posse do
terreno, planta assinada por profissional habilitado, inexistência de dívidas tributárias, etc., a única providência
que cabe ao administrador, é conceder a licença requerida.
O princípio da legalidade impõe que o agente público observe, fielmente todos os requisitos expressos na lei,
como o da essência do ato vinculado.

Poder Hierárquico - É aquele de que dispõe o poder executivo para distribuir e escalonar funções de seus
órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo uma relação de subordinação entre os
servidores do seu quadro de pessoal. A finalidade do poder hierárquico é ordenar, comandar, controlar e corrigir
as atividades administrativas no âmbito interno da administração pública.

Poder Disciplinar - É a faculdade de aplicar internamente punições às infrações funcionais cometidas pelos
servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da administração.
O poder disciplinar da administração é distinto do poder de punição do Estado que é realizado por meio da
justiça penal.

Poder Regulamentar - É o poder exercido pelos chefes do executivo nas esferas: Federal, Estadual e
Municipal (Presidente da República, Governadores Prefeitos), para editar decretos autônomos sobre matéria
de sua competência ainda não disciplinada por lei.

Poder de Polícia - Considera-se poder de polícia a atividade da Administração Pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado,
ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos.

Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e o

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gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.

Poder de polícia originário - É aquele exercido pelas pessoas políticas do Estado (U.E.DF.M), alcançando
os atos administrativos provenientes de tais pessoas.
Poder de polícia delegado - É aquele executado pelas pessoas administrativas do Estado, integrantes da
chamada Administração Indireta.
Outorga do poder de polícia para o particular - A doutrina não admite a outorga do poder de polícia a
pessoas da iniciativa privada, ainda que prestadores de serviço ao Estado.
Licença - É o ato administrativo vinculado e definitivo pelo qual a Administração reconhece que o particular
detentor de um direito subjetivo preenche as condições para seu gozo. Não pode ser negada quando o
requerente satisfaça os requisitos legais para sua obtenção.
Autorização - É o ato administrativo discricionário em que predomina o interesse do particular.
Limites - A atuação da polícia administrativa só será legítima se realizada nos estritos termos jurídicos,
respeitados os direitos do cidadão, as prerrogativas individuais e as liberdades públicas asseguradas na CF e
nas leis.

Atributos do Poder de Polícia


- Discricionariedade
- Auto-executoriedade
- Coercibilidade

A discricionariedade no exercício do poder de polícia significa que a Administração, quanto aos atos e ele
relacionados, regra geral, dispõe de uma razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e
conveniência de sua prática, estabelecendo o motivo e escolher, dentro dos limites legais, seu conteúdo.
A auto-executoriedade consiste na possibilidade que certos atos administrativos ensejam imediata e direta
execução pela própria administração, independentemente de ordem judicial.
A coercibilidade possibilita que as medidas adotadas pela Administração podem ser impostas coativamente
ao administrado, isto é, sua observância é obrigatória para o particular.

Restrições à Propriedade - São constituídas pelas limitações administrativas e servidões administrativas:

Limitações administrativas: Quando o Estado, no exercício do poder de polícia, por meio da lei, limita o direito
de propriedade de forma a proporcionar uma utilidade social.
Exemplo: restrição do número de andares de um prédio próximo ao aeroporto

Servidão Administrativa: Quando através de lei ou ato administrativo, o poder restringe de forma específica
a propriedade.
Exemplo: passagem de fios de alta tensão sobre determinado terreno.

Princípio da Reserva da Administração - O princípio constitucional da reserva da Administração impede a


ingerência normativa do Poder Legislativo em matérias sujeitas à exclusiva competência administrativa do
Poder Executivo. Não pode o Poder Legislativo desconstituir, por lei, atos de caráter administrativo que tenham
sido editados pelo Poder Executivo, no estrito desempenho de suas privativas atribuições institucionais.

Regulamento Autorizado - Regulamento autorizado (ou delegado) é aquele que complementa disposições
da lei em razão de expressa determinação, nela contida, para que o Poder Executivo assim o faça.

O regulamento autorizado inova o Direito nas matérias em que a lei lhe confere essa atribuição.

A jurisprudência no Brasil não admite o regulamento autorizado para a disciplina de matérias reservadas à lei.
Se uma lei autorizar o Poder Executivo a disciplinar tais matérias será inconstitucional por afrontar o princípio
da separação dos poderes. No entanto, quando a autorização do legislador diz respeito a matérias não
reservadas à lei, nossa doutrina, e o próprio Poder Judiciário têm admitido a utilização do regulamento
autorizado quando a lei, estabelecendo as condições, os limites e os contornos da matéria a ser
regulamentada, deixa ao Poder Executivo a fixação de normas técnicas, como por exemplo:
- regras relativas a registro de operações no mercado de capitais;
- estabelecimento de modelos de notas fiscais e outros documentos;
- elaboração de lista com medicamentos sujeitos à retenção de receita;
- modelo de receituário especial;
- etc.

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Uso e Abuso de Poder
O poder administrativo concedido à autoridade pública tem limites certos e forma legal de utilização. Não é
carta branca para arbítrios, violências, perseguições ou favoritismos governamentais. Qualquer ato de
autoridade, para ser irrepreensível, deve conformar-se com a lei, com a moral da instituição e com o interesse
público. Sem esses requisitos o ato administrativo expõe-se a nulidade.

O uso do poder é prerrogativa do administrador público para ser usado em benefício da coletividade
administrada, mas usado nos justos limites que o bem-estar social exigir. Portanto o poder há que ser usado
normalmente, sem abuso. Usar normalmente do poder é empregá-lo segundo as normas legais, a moral da
instituição, a finalidade do ato e as exigências do interesse público.

A utilização desproporcional do poder, o emprego arbitrário da força, a violência contra o administrado,


constituem formas abusivas do uso do poder estatal, não toleradas pelo Direito e nulificadoras dos atos que as
encerram. Abusar do poder é empregá-lo fora da lei, sem utilidade pública. O uso do poder é lícito; o abuso,
sempre ilícito.

O abuso do poder ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, ultrapassa os limites
de suas atribuições ou se desvia das finalidades administrativas. Tanto pode revestir a forma comissiva como
a omissiva, porque ambas são capazes de afrontar a lei e causar lesão a direito individual do administrado. O
uso ilegal pode advir da incompetência do agente, do distanciamento da finalidade do ato ou, ainda, da sua
execução equivocada. Dele seriam espécies:

a) o excesso de poder: é quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, vai além do
permitido e exorbita no uso de suas faculdades administrativas. Excede, portanto, sua competência legal e,
com isso, invalida o ato, porque ninguém pode agir em nome da Administração fora do que a lei lhe permite. O
excesso de poder torna o ato arbitrário, ilícito e nulo. Colocando o Administrador na ilegalidade e até mesmo
sendo enquadrado no crime de abuso de autoridade quando incide nas previsões penais da Lei 4.898, de
9.12.65, que visa a melhor preservar as liberdades individuais já asseguradas na Constituição (art. 5º).

b) o desvio de finalidade ou de poder: há quando a autoridade, embora atuando nos limites de sua
competência, pratica o ato por motivos ou com fins diversos dos objetivados pela lei ou exigidos pelo interesse
público, por exemplo, se a desapropriação é decretada não porque o bem imóvel do particular possui alguma
utilidade social, mas para satisfazer ao desejo de seu proprietário (a lei fixa a finalidade, mas o ato dela se
divorcia). Neste caso, os atos são ilegais necessariamente.
O ato praticado com desvio de finalidade - como todo ato ilícito ou imoral - ou é consumado às escondidas ou
se apresenta disfarçado sob o capuz da legalidade e do interesse público. Diante disto, há que ser surpreendido
e identificado por indícios e circunstâncias que revelem a distorção do fim legal, substituído habilidosamente
por um fim ilegal ou imoral não desejado pelo legislador.

c) o abuso por irregular execução do ato: é quando o agente, embora competente, atua com abuso de
autoridade. O ato jurídico não será necessariamente nulo, mas seu executor (que o fez de forma abusiva)
responderá pela atuação ilegal (responsabilidade: civil, criminal e administrativa); e

d) o silêncio administrativo: o silêncio administrativo (que retrata uma omissão indevida) também pode
gerar a indevida violação de direitos e retratar, por fim, uma das espécies possíveis de abuso. O silêncio não
é ato administrativo; é conduta omissiva da Administração que, quando ofende direito individual do
administrado ou de seus servidores, se sujeita à correção judicial e a reparação decorrente de sua inércia.

O mandado de segurança (CF, art. 5º, LXIX, e Lei nº 1.533/51), a ação popular (CF, art. 5º, LXXIII, e Lei nº
4.711/65) e a ação civil pública (Lei nº 7.347/85) podem questionar, judicialmente, os atos praticados com
desvio e com abuso de poder.

Remédios Constitucionais
Para o excesso de poder, temos, de acordo com o inc. LXIX do art. 5° da CF, o Mandado de Segurança,
que é um remédio heroico contra atos ilegais praticados por autoridade pública ou assemelhados, envoltos de
abuso de poder, o qual é regulado pela LF 1533/51.

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Para o desvio de finalidade, temos a Ação Popular, prevista no inc. LIII do art. 5° da CF e regrada pela LF
4717/65, que pode ser impetrada por qualquer cidadão, contra atos lesivos praticados contra o patrimônio
público ou entidade em que o Estado participe, relacionados à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrimônio histórico e cultural.
A Ação Popular faz com que o ato lesivo praticado seja anulado, ficando os infratores e seus beneficiários
obrigados a devolverem o dinheiro aos cofres públicos.

Atos Administrativos
Conceito; elementos; atributos; classificação; espécies; extinção do ato, controle do ato
administrativo: invalidação; anulação e revogação.

Conceito, requisitos e atributos.

O poder estatal no sistema constitucional brasileiro é representado pelos três poderes:


 Executivo,
 Legislativo e
 Judiciário.

Assim, cada órgão tem uma função típica.

A função típica do Poder Executivo é administrar, a do Legislativo elaborar as leis e a do Judiciário julgar.

A prática da administração, cabe ao órgão executivo, mas tanto o Poder Legislativo, quanto o Judiciário
também praticam a função administrativa, de maneira típica, ou seja, excepcionalmente.

A prática de atos administrativos cabe, normalmente ao órgão executivo, mas, as autoridades judiciárias e
legislativas também os praticam, embora, de maneira restrita, quando por exemplo, ordenam seus próprios
serviços ou, quando dispõem sobre seus servidores ou expedem instruções sobre matéria de sua exclusiva
competência.

Pode-se afirmar em sentido lato, que todo ato praticado no exercício da função administrativa é ato da
administração.
A expressão "ato da administração" tem sentido mais amplo do que a expressão "Ato Administrativo", que
abrange somente determinadas categorias de atos praticados no exercício da função administrativa.

Conceito de Ato Administrativo


O conceito de ato administrativo é basicamente o mesmo do ato jurídico, pois é uma das espécies que compõe
o gênero ato jurídico, diferenciando-se deste como uma categoria voltada para a finalidade pública, em virtude
da participação do Estado na relação jurídica.

O artigo 81 do CC prescreve que ato jurídico "é todo ato lícito que tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
transferir, modificar ou extinguir direitos".

Não existe uma definição legal de ato administrativo, razão pela qual é conceituado doutrinariamente.
Para Hely Lopes Meirelles "ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da administração
pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir
e declarar direitos, ou impor obrigações, aos administrados ou a si próprio".

Requisitos do Ato Administrativo


Cinco são os requisitos do ato administrativo:

a) Competência - É a condição principal para sua validade, pois, nenhum ato, discricionário ou vinculado,
pode ser realizado validamente, sem que o agente disponha de poder para praticá-lo.

Competência Administrativa - É o poder atribuído pela lei, ao agente da administração para o desempenho

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de uma função.
Todo ato emanado de agente incompetente, ou realizado além do limite de que dispõe a autoridade incumbida
de sua prática, é inválido.

b) Finalidade - É o requisito que impõe, que o ato administrativo seja praticado unicamente para um fim de
interesse público, isto é, do interesse da coletividade.
A finalidade, tem que ser indicada na lei, pois não é qualquer finalidade pública que satisfaz ou torna legítimo
o ato administrativo. A prática de qualquer ato sem um fim público é nula por desvio de finalidade. Além disso,
o agente público não pode praticar um ato visando um fim inerente a outro, mesmo que ambos sejam de sua
competência e sejam referentes a um interesse público. Assim, é nulo, o ato de remoção de um funcionário
com o objetivo de puni-lo, uma vez que o ato de remoção não tenha finalidade de punir, e se a punição é o fim
que se deseja, deve-se utilizar o ato administrativo correspondente.

c) Forma - É o revestimento do ato administrativo. É o aspecto que revela sua existência. A forma é necessária
para que o ato seja válido, pois a inexistência da forma, consequentemente leva a inexistência do ato.
A forma mais utilizada é a forma escrita, como por exemplo, o despacho em processo administrativo que pune
servidor que agiu irregularmente. Há também atos orais, como ordens expedidas a um servidor, atos pictóricos,
como as placas de sinalização de trânsito, etc.

d) Motivo ou Causa- É a circunstância de fato ou de direito que autoriza ou impõe ao agente público a
prática do ato administrativo. São ações ou omissões dos agentes públicos ou dos administrados ou, ainda,
necessidades do Poder Público que impulsionam a administração pública à expedição do ato administrativo.
Exemplo: a necessidade de um veículo para determinado serviço público, pode gerar a oportunidade para a
edição do ato administrativo que determina a abertura da licitação. Neste caso, a necessidade do veículo, foi
o motivo que levou a administração pública a praticar o referido ato.

e) Objeto - É também chamado de conteúdo. É todo ato administrativo que tem por finalidade a criação,
modificação ou comprovação de situações jurídicas relativas as pessoas, coisas, ou atividades sujeitas à ação
do Poder Público.
Objeto ou conteúdo é o que o ato administrativo prescreve, ou dispõe. É a razão de ser do ato.
Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello o objeto do conteúdo é "o que o ato decide, enuncia, certifica, opina
ou modifica na ordem jurídica"

São exemplos de conteúdo:


- O desligamento do agente público, no ato de exoneração do funcionário ocupante de um cargo de provimento
em comissão;
- horário de funcionamento, no ato que fixa os horários de abertura e de encerramento das repartições.

Atributos do Ato Administrativo


Possui o ato administrativo algumas características, atributos, que o diferenciam dos atos jurídicos privados,
dando-lhes características próprias, e que são a presunção de legitimidade, a imperatividade e a auto
executoriedade.

1) Presunção de Legitimidade
Todo o ato administrativo, qualquer que seja sua categoria ou espécie, nasce com a presunção de legitimidade,
independentemente da norma legal que a estabeleça, em virtude do princípio da legalidade da Administração.

Por esta presunção juris tantum, a execução dos atos administrativos fica imediatamente autorizada, mesmo
havendo vício ou defeito que os levem à invalidade. O ato administrativo pressupõe sempre um ato válido e,
se acabado, perfeito.

O ato administrativo é perfeito quando completa o ciclo necessário à sua formação, ou seja, após esgotadas
todas as fases necessárias a sua produção. É válido quando expedido em conformidade com as exigências ao
sistema normativo, isto é, quando atendido todos os requisitos estabelecidos pela ordem jurídica.

Outra consequência da presunção de legitimidade é a transferência do ônus da prova de invalidade do ato


administrativo para quem a invoca. A prova do defeito apontado contra o ato ficará sempre a cargo do
impugnante e, até prova em contrário, o ato terá plena eficácia. A eficácia é a idoneidade que se reconhece ao
ato administrativo para produzir seus efeitos específicos.

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Assim, todo o ato é eficaz quando os efeitos que lhes são próprios não dependem de qualquer evento posterior,
como uma condição suspensiva, termo inicial ou ato controlador a cargo de outra autoridade.

Observa-se então que o Ato Administrativo deve ser perfeito, válido e eficaz. Do que resulta poder ser:

a) perfeito, válido e eficaz = quando, concluído o seu ciclo de formação, encontra-se plenamente ajustado às
exigências legais e está disponível para produzir seus efeitos;

b) perfeito, invalido e eficaz = quando, concluído seu ciclo de formação e, apesar de não se achar de acordo
com as exigências normativas, encontra-se produzindo os efeitos que lhes são próprios;

c) perfeito, válido e ineficaz = quando, concluído seu ciclo de formação e estando adequado aos requisitos
de legitimidade, ainda não se encontra disponível para produzir seus efeitos típicos.

2) Imperatividade
É o atributo do ato administrativo que impõe a coercibilidade (= imposição, a obrigatoriedade) para o seu
cumprimento ou execução, estando ele presente em todos os atos. Decorre da própria existência do ato
administrativo, sem depender da sua validade ou não, visto que as manifestações de vontade do Poder Público
trazem em si a presunção de legitimidade.

Assim, o ato administrativo, dada sua imperatividade, deve ser sempre cumprido, sob pena de sujeitar-se à
execução forçada pela Administração ou pelo Judiciário. Lembre-se, no entanto que, nem todos os atos
administrativos possuem tal característica, veja por exemplo os Atos Anunciativos.

3) Auto executoriedade
Consiste na possibilidade presente que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela
própria Administração, independentemente de ordem judicial. De fato, a Administração não poderia bem
desempenhar sua missão de autodefesa dos interesses sociais se, a todo momento, ao encontrar resistência
natural do particular, tivesse que recorrer ao Judiciário para remover a oposição contra a atuação pública.

Assim, as prestações típicas como as decorrentes do poder de polícia, em atos de fiscalização, por exemplo,
podem ser exigidas e executadas imediata e diretamente pela Administração, sem mandado judicial. Contudo,
o reconhecimento da autoexecutoriedade tomou-se mais restrito em face do art. 5°, LV, da Constituição Federal
de 1988 (CF/88), que assegura o contraditório e ampla defesa inclusive contra os procedimentos
administrativos. Mesmo assim, parece-nos, deve ser ela reconhecida sempre.

Espécies de Atos Administrativos


Pelos caracteres comuns que os assemelham e pelos traços individuais que os distinguem, os atos
administrativos podem ser analisados pelas seguintes espécies classificatórias:

Atos Normativos
Os atos administrativos normativos são aqueles que contém um comando geral do Executivo, visando a correta
aplicação da lei, tendo como objetivo direto o de explicitar a norma legal a ser observada pela Administração
e pelos administrados. São eles:

Decretos - Em sentido próprio e restrito são atos administrativos da competência exclusiva dos Chefes do
Poder Executivo (federal, estadual e municipal), destinados a prover situações gerais ou individuais,
abstratamente previstas pela legislação, de modo expresso, implícito ou explícito. De modo geral, o decreto é
normativo e geral, podendo ser específico ou individual, e é sempre hierarquicamente inferior à lei, por isso
não podendo contrariá-la. Admite-se duas modalidades:

a) Decreto Independente ou Autônomo: é o que dispõe sobre matéria ainda não regulada especificamente
em lei. A doutrina aceita esses provimentos administrativos "praeter legem" (ato a que completa ou
complementa a lei) para suprir a omissão do legislador, desde que não invadam as reservas, da lei; é, as
matérias que somente a lei pode regular.

b) Decreto Regulamentar ou de Execução: o que visa a explicar a lei e facilitar-lhe a execução, tomando

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claro seus mandamentos e orientando sua explicação. É o tipo de decreto que aprova, em texto à parte, o
regulamento a que se refere.

Regulamentos - São atos administrativos postos em vigência por decreto, para especificar os mandamentos
da lei, ou prover situações ainda não disciplinadas por lei.

Quatro, portanto, são as características do regulamento:


1. é ato administrativo, e não legislativo;
2. é ato explicativo ou supletivo da lei;
3. é ato hierarquicamente inferior à lei;
4. é ato de eficácia externa.

Logo, embora o regulamento não possa modificar a lei, por subordinar-se a ela, tem a missão de explicá-la e
prover sobre os detalhes não abrangidos pela lei editada pelo Legislativo. Se contrariar a lei, toma-se írrito
(sem efeito) e nulo.

Regimentos - São atos administrativos normativos de atuação interna, destinados a reger o funcionamento de
órgãos colegiados e de corporações legislativas. Como ato regulamentar interno, o regimento só se dirige aos
que devem executar o serviço ou realizar a atividade funcional regimentada, sem obrigar aos particulares em
geral. Distinguem-se dos regulamentos independentes e de execução que disciplinam situações gerais entre
a Administração e os administrados, estabelecendo relações jurídicas. Os regimentos destinam-se, a prover o
funcionamento dos órgãos da Administração; atingindo o pessoal interno a eles vinculados.

Resoluções - São atos administrativos normativos expedidos pelas altas autoridades do Executivo (Ministros,
Secretários de Estado, etc.), ou pelos presidentes de tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos,
para disciplinar matéria de sua competência específica e determinar a conduta de seus agentes. Por exceção,
admitem-se resoluções individuais. As resoluções, normativas ou individuais, são sempre atos inferiores ao
regulamento e ao regimento, não podendo inová-los ou contrariá-los, mas tão somente complementá-los e
explicá-los. Têm efeitos internos e externos, conforme o campo de atuação. Emanam do Poder hierárquico.

Deliberações - São atos normativos ou decisórios emanados de órgãos colegiados. Quando normativas são
atos gerais; quando decisórias são atos individuais. As gerais são sempre superiores às individuais. As
deliberações devem sempre obediência ao regulamento e ao regimento que houver para a organização e
funcionamento do colegiado. Quando expedidos em conformidade com as normas superiores são vinculantes
para a administração e podem gerar direitos subjetivos para seus beneficiários.

Atos Ordinatórios
São todos aqueles que visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus
agentes. São provimentos, determinações ou esclarecimentos que se endereçam aos servidores públicos a
fim de orientá-los no desempenho de suas atribuições. Emanam do poder hierárquico e podem ser expedidos
por qualquer chefe de serviço aos seus subordinados, nos limites de sua competência. São inferiores aos atos
normativos, porque não criam direitos nem obrigações. Constituem-se em:

Instruções - São ordens escritas e gerais a respeito do modo e forma de execução de determinado serviço
público, expedidas pelo superior hierárquico visando orientar os subalternos no desempenho de suas
atribuições, assegurando a unidade de ação no organismo, objetivando a execução das leis, decretos e
regulamentos (CF/88, art. 87, § único, II). Obviamente, não podem contrariar tais espécies normativas. São
de âmbito interno.

Circulares - São ordens escritas de caráter uniforme, expedidas a determinados funcionários ou agentes
administrativos incumbidos de certos serviços ou atribuições, e de menor generalidade que as instruções.

Avisos - São atos emanados dos Ministros de Estado sobre assuntos afetos a seus ministérios. Foram
largamente usados no tempo do Império, mas hoje restringem-se com mais frequência aos ministérios militares,
ordenando serviços.

Portarias - São atos administrativos internos, pelos quais os chefes de órgãos, repartições ou serviços,
expedem determinações gerais ou especiais aos seus subordinados, ou designam servidores para funções e
cargos secundários. Também é por portarias que se iniciam sindicâncias e processos administrativos,
assemelhando-se, nesse caso, à denúncia no processo penal.

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Ordens de Serviços - São determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços públicos
autorizando o seu início, ou então, contendo imposições de caráter administrativo, ou especificações técnicas
sobre o modo e a forma de sua realização.

Ofícios - Segundo Hely: São comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre
subalternos e superiores, e entre Administração e particulares, em caráter oficial.
À luz desse conceito, deduzimos que:

 Somente autoridades (de órgãos oficiais) produzem ofícios, e isso para tratar de assuntos oficiais.
 O oficio pode ser dirigido a: outras autoridades; particulares em geral (pessoas, firmas ou outro tipo de
entidade).
 Entidades particulares (clubes, associações, partidos, congregações, etc.) não devem usar esse tipo de
correspondência.
 No universo administrativo, o oficio tem sentido horizontal vertical ascendente, isto é, vai de um órgão
público a outro, de uma autoridade a outra, mas, dentro de um mesmo órgão, não deve ser usado pelo escalão
superior para se comunicar com o escalão inferior (sentido vertical descendente).
 Não se confundem com requerimentos e petições.

Despachos - São decisões administrativas que as autoridades executivas ou legislativas e judiciárias, em


funções administrativas proferem em papéis, requerimentos e processos sujeitos à sua apreciação. Tais
despachos não se confundem com as decisões judiciais proferidas, portanto, pelos juízes e tribunais do Poder
Judiciário investidos da função jurisdicional.

Atos Negociais
São aqueles que visam a concretização de negócios jurídicos públicos, de interesse da Administração e do
próprio administrado, regidos pelo direito privado (civil e comercial), ou seja, são declarações de vontade da
autoridade administrativa, destinadas a produzir efeitos específicos e individuais para o particular interessado,
mas não se confundem com contratos administrativos. Classificam-se em:

Licença - É ato administrativo vinculado e definitivo, pelo qual o Poder Público, verificando que o interessado
atendeu a todas as exigências legais, faculta-lhe o desempenho de atividades ou a realização de fatos
materiais antes vedados ao particular, como p. ex., exercício de uma profissão, construção de um edifício em
terreno próprio, etc.

Autorização - É o ato administrativo discricionário e precário pelo qual o Poder Público torna possível ao
pretendente a realização de certa atividade, serviço, ou a utilização de determinados bens particulares ou
públicos, de seu exclusivo ou predominante interesse, que a lei condiciona aquiescência prévia da
Administração, tais como o uso especial de bem público, o porte de arma, o trânsito por determinados locais,
etc.

Permissão - É o ato administrativo negocial, discricionário e precário, pelo qual o Poder Público faculta ao
particular a execução de serviços de interesse coletivo, ou uso especial de bens públicos, a título gratuito ou
remunerado, nas condições estabelecidas pela Administração. Não se confunde com concessão nem com
autorização, a concessão é contrato administrativo bilateral; a autorização é ato unilateral. Pela concessão
contrata-se um serviço de utilidade pública; pela autorização, consente-se uma atividade ou situação de
interesse exclusivo ou predominante do particular. Pela permissão, faculta-se a realização de uma atividade
de interesse concorrente do permitente, do permissionário e do público (permissão para explorar o transporte
coletivo). É permissível a permissão condicionada, ou seja, a dada sob condições, limitando o próprio Poder
Público na faculdade de, discricionariamente, revogá-la a qualquer tempo, fixando a norma legal, o prazo de
sua vigência e/ou assegurando outras vantagens ao permissionário, como incentivo para a execução do
serviço.

Aprovação - É o ato administrativo pelo qual o Poder Público verifica a legalidade e o mérito de outro ato, ou
de situações e realizações materiais de seus próprios órgãos, de outras entidades ou de particulares,
dependentes de seu controle, e consente na sua execução ou manutenção. Pode ser prévia ou subsequente,
vinculada ou discricionária, consoante os termos em que é instituída, pois em certos casos limita-se a
confrontar os requisitos da lei.

Admissão - É o ato administrativo vinculado pelo qual o Poder Público, verificando a satisfação de todos os

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requisitos legais pelo particular, defere-lhe determinada situação jurídica de seu exclusivo ou predominante
interesse, como ocorre no ingresso aos estabelecimentos de ensino mediante concurso de habilitação
(vestibular). O direito à admissão, desde que reunidas todas as condições legais, nasce do atendimento dos
pressupostos legais, que são vinculantes para o próprio poder que os estabelece.

Visto - É o ato administrativo vinculado pelo qual o Poder Público controla outro ato da própria Administração
ou do administrado, aferindo a sua legitimidade formal para dar-lhe exequibilidade. Não se confunde com
espécies afins, como autorização, homologação, etc., porque nestas há exame de mérito, e no visto incide
sempre sobre um ato anterior e não alcança o seu conteúdo.

Homologação - É o ato administrativo de controle pelo qual a autoridade superior examina a legalidade e a
conveniência de ato anterior da própria Administração, de outra entidade ou de particular, para dar-lhe eficácia.

Dispensa - É o ato administrativo que exime o particular do cumprimento de determinada obrigação até então
exigida por lei, como p. ex., a prestação de serviço militar. É normalmente discricionário.

Renúncia - É o ato administrativo pelo qual o Poder Público extingue unilateralmente um crédito ou um direito
próprio, liberando definitivamente a pessoa obrigada perante a Administração. Tem caráter abdicativo, por isso
não admite condição e, uma vez consumada, é irreversível.

Protocolo Administrativo - É o ato negocial pelo qual o Poder Público acerta com o particular a realização de
determinado empreendimento ou atividade, ou abstenção de certa conduta no interesse recíproco da
Administração e do administrado que assinou o instrumento protocolar. Este ato é vinculante para todos os
que o subscrevem. Inclui-se aí o protocolo de intenção.

Atos Enunciativos
São aqueles que, mesmo não contendo norma de atuação ou ordem de serviço ou qualquer relação negocial
entre o Poder Público e o particular, enunciam uma situação existente, sem qualquer manifestação de vontade
da Administração. São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou
emitir uma opinião sobre determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado. Entre os atos mais comuns
desta espécie destacam-se:

Certidões - São cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos constantes de processo, livro ou
documento que se encontre nas repartições públicas. Podem ser de inteiro teor ou resumidas, desde que
retratem fielmente o que expressa o original. As certidões administrativas, desde que autenticadas têm o
mesmo valor probante do original, como documentos públicos que são, conforme dispõe o Código Civil, art.
136, II; e Cód. Processo Civil, arts. 364 e 365, III, e seu fornecimento independe do pagamento de taxas
(CF/88, art. 5°, inciso XXXIV, b), constituindo-se num dever constitucional.

Atestados - São atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma situação de que tenha
conhecimento por seus órgãos competentes. A certidão refere-se a atos ou fatos permanentes, deferindo do
atestado, que se refere a ato ou fato transitório, não constante de livros, papéis ou documentos.

Pareceres - Os pareceres administrativos são manifestações unilaterais emitidas por órgãos técnicos,
denominados consultivos, quando solicitados, jamais ex officio, sobre assuntos submetidos à sua
consideração, e tem caráter meramente opinativo, não vinculando a Administração ou os particulares à sua
motivação ou conclusões, salvo se aprovado por ato subsequente, pois o que subsiste como ato administrativo
não é o parecer em si, mas o ato de sua aprovação, que poderá vir revestido de modalidade normativa,
ordinatória, negocial ou punitiva.

A palavra, contudo, pode ser entendida em três concepções:

a) Concepção Primitiva: (ser manifestado) - opinião ou manifestação do pensamento - VOTO - ou opinião in


stricto sensu

b) Concepção Genérica: Opinião escrita ou verbal emitida por pessoa sobre determinado assunto, analisando
as razões justas e injustas que foram arguidas no pedido, ou apresentadas para apreciação, com conclusão
própria do parecerista.

c) Concepção restritiva (jurídica): opinião emitida por um jurisconsulto sobre uma questão de ordem jurídica,

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com bases legais, doutrinária e jurisprudencial, concluindo por uma solução que deve ser adotada. Sempre é
emitida à vista de controvérsias.

Divide-se em:

 Parecer Normativo que é aquele que, ao ser aprovado pela autoridade competente, é convertido em
norma de procedimento interno, tomando-se impositivo e vinculante para todos os órgãos hierarquizados à
autoridade que o aprovou. É ato individual e concreto, para o caso que o propiciou (exigência de parecer antes
de determinada aprovação).

 Parecer Técnico é aquele proveniente de órgão ou agente especializado na matéria, não podendo ser
contrariado por leigo ou mesmo por superior hierárquico. Nesta modalidade de parecer não prevalece a
hierarquia administrativa pois no campo da técnica não há subordinação.

Os pareceres podem ser, portanto:

 Facultativos: São os solicitados à vista da ausência de norma legislativa ou regulamentar que obrigue ou
proíba.

 Obrigatórios: São os que exigidos por normas jurídicas, em determinados casos, e não existe
disciplinamento.

 Vinculantes: São os obrigatórios que vinculam a sua eficácia e cumprimento para casos semelhantes ou
assemelhados.

Apostilas - São atos enunciativos ou declaratórios de uma situação anterior criada por lei. Ao apostilar um
título a Administração não cria um direito, uma vez que apenas reconhece a existência de um direito criado por
lei. Equivale a uma averbação.

Atos Punitivos
São aqueles que contém uma sanção imposta pela Administração a todos os que infringem normas ou
disposições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços públicos. Visam punir ou reprimir as
infrações administrativas ou a conduta irregular dos particulares ou mesmo dos servidores, perante a
Administração. São eles:

Multa Administrativa - A multa administrativa é toda a imposição ou penalidade pecuniária a que se sujeita o
administrado a título de compensação do dano presumido da infração. Nesta categoria entram, inclusive, as
multas fiscais, modalidades do Direito Tributário.

Interdição de Atividade - É o ato pelo qual a Administração proíbe alguém a praticar atos sujeitos ao seu
controle ou que incidam sobre seus bens. Naturalmente, não se confunde com a interdição judicial de pessoas
ou de direitos. A interdição administrativa baseia-se no poder de polícia administrativa ou no poder disciplinar
da Administração sobre seus servidores e funda-se em processo regular com ampla defesa ao interessado.

Destruição de Coisas - É o ato sumário da administração pelo qual se inutilizam alimentos, substâncias,
objetos ou instrumentos imprestáveis ou nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei. É típico de polícia
administrativa e, via de regra, urgente, dispensando processo prévio, ainda que exija sempre auto de
apreensão e de destruição em forma regular.

Atos de Atuação Interna - Referem-se aos outros atos praticados pela Administração visando a disciplinar
seus servidores, segundo o regime estatutário a que estão sujeitos. Aqui o Poder age com larga margem
discricionária, tanto na apuração das infrações, como na graduação da pena.

Extinção (Revogação, Invalidação, Cassação, Caducidade),


Atos Nulos e Anuláveis,
Convalidação, Conversão, Prescrição.
Extinção dos Atos Administrativos

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A extinção pode ser definida como o desaparecimento ou supressão do ato administrativo. As causas de
extinção dos atos administrativos são:
a) Cumprimento de seus Efeitos - O ato se extingue, deixando de existir, após cumpridos seus efeitos.
Exemplo: o ato de nomeação deixa de existir com a investidura do titular no cargo.

b) Desaparecimento do Sujeito da Relação Jurídica - Neste caso o ato deixa de existir, pois, a extinção é
automática.
Exemplo: com a morte de um permissionário de uso de uma cadeira de rodas, o ato deixa de existir.

c) Desaparecimento do Objeto da Relação Jurídica - A extinção do ato neste caso também é automática.
Exemplo: com a invasão dos terrenos dados em permissão de uso pela água, que aí se manterá
definitivamente, extingue-se o ato de outorga pelo desaparecimento do terreno.

d) Retirada - É a edição de um ato administrativo, com o objetivo de retirar outro do ordenamento jurídico,
impondo a este, sua extinção. A retirada pode dar-se por:
 revogação,
 invalidação,
 cassação e
 caducidade.

I - Revogação - É um ato discricionário do administrador fundamentado em razões de mérito (conveniência


e oportunidade).
A revogação se verifica, todas as vezes que para a administração pública, não for mais conveniente manter
um ato válido.
Exemplo: revogação da permissão de uso de um bem público, necessário ao exercício da própria
administração pública.

Fundamento da revogação - é o próprio poder discricionário da Administração. Constitui-se num meio da


Administração avaliar oportunidade, conveniência e razoabilidade dos seus próprios atos, para mantê-los ou
desfazê-los, no sentido de atender ao interesse público.
Limitação da revogação - em regra, todo ato administrativo é revogável, só encontrando obstáculo na
estabilidade das relações jurídicas e no respeito ao direito adquirido por particulares.
Efeitos da revogação - consideram-se válidos os efeitos do ato revogado até a revogação, ou seja, a
revogação opera-se daquela data em diante. Trata-se de um efeito "ex-nunc".
Indenização - a revogação do ato inconveniente ou inoportuno precário que não tenha gerado direito subjetivo
para o particular ou para o destinatário, independe de indenização. Por outro lado, a revogação daquele tipo
de ato com caráter de definitividade, exige indenização.

II - Invalidação - (desfazimento). Também denominada de anulação, é a retirada de um ato, fundamentada


em razões de legalidade.
Exemplo: desfazimento do ato de nomeação para cargo de provimento efetivo de candidato não aprovado em
concurso público, pois a aprovação nesse certame é exigência legal indispensável.
Observação: Os efeitos jurídicos da revogação iniciam-se após a retirada do ato do ordenamento jurídico.
Porém, os efeitos de invalidação retroagem à data da origem do ato.

III - Cassação - É a retirada do ato, fundamentada no descumprimento de condições que deveriam ser
respeitadas pelo beneficiário para continuar usufruindo dos benefícios.
Exemplo: extinção da licença de funcionamento da indústria que se tornou poluente.

IV - Caducidade - Quando a retirada funda-se no surgimento de uma nova legislação que impede a
permanência da situação anteriormente permitida.
Exemplo: extinção de alvará de construção por não estar em conformidade com a nova legislação.
Em suma, reconhecendo que praticou um ato contrário ao Direito vigente, cabe à Administração anulá-lo
imediatamente, para restabelecer a legalidade administrativa.
É importante salientar que o conceito de ilegalidade ou ilegitimidade, para fins de anulação de ato
administrativo, não se restringe somente à violação frontal da lei, mas abrange, igualmente, o abuso, por
excesso ou desvio de poder, ou por relegação dos princípios gerais de direito, eis que aí padece de vício de
ilegitimidade, tomando-se inválido pela própria Administração, ou mesmo pelo Judiciário, via anulação.

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Os efeitos da anulação dos atos administrativos retroagem às suas origens, são ex tunc invalidando as
consequências passadas, presente e futuras do ato anulado, porque o ato é nulo ou inexistente, não gerando
direitos ou obrigações para as partes, reconhecida e declarada a nulidade do ato, pela administração ou pelo
judiciário, o pronunciamento de invalidade que não admite convalidação. Desfaz todos os vínculos entre as
partes, recompondo as coisas ao seu estado natural.

Atos Nulos e Atos Anuláveis


É objeto de controvérsia a possibilidade de aplicar-se ao Direito Administrativo a distinção entre atos nulos e
anuláveis do Direito Privado.

No Direito Privado: são nulos aqueles atos que atingem interesses de ordem pública; são anuláveis aqueles
atos que atingem interesses privados.
Hely Lopes Meirelles, não admitia esta distinção entre atos nulos e anuláveis no Direito Administrativo, dizendo
que o vício, no ato administrativo, sempre atinge interesse público.

Celso Antônio Bandeira de Melo admite a distinção, dizendo que essa distinção vem atender interesses de
ordem prática. Ele faz uma diferença entre atos inexistentes, nulos e anuláveis.
 Atos inexistentes: são os que contém um comando criminoso (Exemplo: alguém que mandasse torturar
um preso).
 Atos nulos: são aqueles que atingem gravemente a lei (Exemplo: prática de um ato por uma pessoa
jurídica incompetente).
 Ato anulável: representa uma violação mais branda à norma (Exemplo: um ato que era de competência
do Ministro e foi praticado por Secretário Geral. Houve violação, mas não tão grave porque foi praticado dentro
do mesmo órgão).
Essa distinção vai permitir que os atos anuláveis possa vir a ser convalidados.

Convalidação do Ato Administrativo


É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente, de modo a torná-lo válido
desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que sana um vício de um ato anterior, transformando-o
em válido desde o momento em que foi praticado.

Existem três formas de convalidação:


Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos, sustentando que os atos administrativos somente
podem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos anuláveis.
a) ratificação: é a convalidação feita pela própria autoridade que praticou o ato;
b) confirmação: é a convalidação feita por autoridade superior àquela que praticou o ato;
c) saneamento: é a convalidação feita por ato de terceiro, ou seja, não é feita nem por quem praticou o ato
nem por autoridade superior.

Alguns autores entendem que, verificado que um determinado ato é anulável, a convalidação será
discricionária, ou seja, a Administração convalidará ou não o ato de acordo com a conveniência. Outros
autores, tendo por base o princípio da estabilidade das relações jurídicas, entendem que a convalidação deverá
ser obrigatória, visto que, se houver como sanar o vício de um ato, ele deverá ser sanado. É possível,
entretanto, que existam obstáculos ao dever de convalidar, não havendo outra alternativa senão anular o ato.

Os obstáculos ao dever de convalidar são:


d) Impugnação do ato: se houve a impugnação, judicial ou administrativa, não há que se falar mais em
convalidação. O dever de convalidar o ato só se afirma se ainda não houve sua impugnação.
e) Decurso de tempo: o decurso de tempo pode gerar um obstáculo ao dever de convalidar. Se a lei
estabelecer um prazo para a anulação administrativa, na medida em que o decurso de prazo impedir a
anulação, o ato não poderá ser convalidado, visto que o decurso de tempo o estabilizará – o ato não poderá
ser anulado e não haverá necessidade de sua convalidação.

Não se deve confundir a convalidação com a conversão do ato administrativo. Alguns autores, ao se referirem
à conversão, utilizam a expressão sanatória. Conversão é o ato administrativo que, com efeitos retroativos,
sana vício de ato antecedente, transformando-o em ato distinto, de diferente categoria tipológica, desde o seu
nascimento. Há um ato viciado e, para regularizar a situação, ele é transformado em outro, de diferente tipologia

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(p. ex: concessão de uso sem prévia autorização legislativa; a concessão é transformada em permissão de
uso, que não precisa de autorização legislativa, para que seja um ato válido – conversão).

O ato nulo, embora não possa ser convalidado, poderá ser convertido, transformando-se em ato válido.

Conversão
Aproveita-se, com um outro conteúdo, o ato que inicialmente foi considerado nulo.
Exemplo: Nomeação de alguém para cargo público sem aprovação em concurso, mas poderá haver a
nomeação para cargo comissionado.
A conversão dá ao ato a conotação que deveria ter tido no momento da sua criação. Produz efeito ex tunc.

Prescrição do Ato Administrativo


1- Prescrição judicial - é o perecimento da ação judicial em virtude do decurso do prazo legal para sua
interposição ou, em razão do abandono da causa durante a tramitação do processo.
A prescrição não se confunde com decadência (caducidade), que é a morte do direito pelo seu não exercício
no prazo estabelecido em lei.
A prescrição mata o direito de ação; a decadência mata o próprio direito, não admitindo as hipóteses de
suspensão ou interrupção.
A prescrição das ações que alcancem a Fazenda Pública rege-se tanto pelos princípios do C. Civil quanto
pelos do Código Comercial, especialmente nos contratos, mas também obedece a regras especiais de algumas
leis excepcionais.

Assim temos que:


a) as ações pessoais (aquelas que envolvem direito personalíssimo) contra o Poder Público têm prazo
prescricional de 5 anos, cuja previsão especial está contida em dois decretos-lei: o DL 2.091/32 e o DL
4.597/42;
b) as ações reais contra a Fazenda Pública (ações reais são aquelas que envolvem imóveis ou direitos
pertinentes a imóveis) têm prescrição de 10 ou 15 anos, segundo as regras do C. Civil e da jurisprudência;
c) as ações pessoais (personalíssimas) prescrevem em 5 anos. Torna-se importante ressaltar que há um
tratamento especial para direitos que se concretizam em prestações periódicas.
Isto envolve os servidores públicos, que têm uma série de direitos que se concretizam mensalmente. Essas
prestações periódicas têm pela jurisprudência, um tratamento especial que foge à esta regra geral.

Assim, se um servidor com 15 anos de trabalho público ingressar na magistratura e, somente 6 anos após esse
ingresso ele se lembrar de solicitar os 3 adicionais de 5% a que tem direito, pela regra das ações
personalíssimas, a prescrição teria ocorrido (5 anos).

Entretanto, por ter tratamento especial, ele só perderá o que for retroativo aos 5 anos anteriores à data do seu
ingresso.
A Administração Pública também está sujeita à prescrição quando, por ex., precisa receber os seus créditos.
O Código Tributário Nacional (Lei 5.172/66) disciplina, respectivamente, através do seus arts. 173 e 174, o
prazo de 5 anos para a decadência e de 5 anos para a prescrição. Assim, se o contribuinte não fizer o
pagamento do ICMS, a partir do momento do seu fato gerador começará a fluir um prazo para o Poder Público
cobrar esse tributo (a Fazenda Pública tem um prazo prescricional de 5 anos para apurar o quanto lhe é devido).
Supondo que essa cobrança tenha sido feita dentro do prazo e o contribuinte não pagou, a partir da expedição
de uma certidão da dívida ativa, o Poder Público terá um prazo decadencial de 5 anos para ingressar com uma
ação judicial para cobrança do crédito. Antes do Código Tributário Nacional, havia uma legislação sobre a
Previdência, de 1960. Esta, sem cogitar as legislações anteriores, consignava uma prescrição de 30 anos para
os créditos previdenciários.

Mas, com o aparecimento do C. Tributário, apareceu uma discussão: seriam esses créditos de natureza
tributária ou previdenciária? O que prevaleceu foi que os créditos previdenciários estão disciplinados pelo C.
Tributário, não valendo a regra anterior. Recentemente, entretanto, a Lei Federal 6.830/80 voltou a falar em
prescrição de 30 anos para esses créditos previdenciários. Como a jurisprudência está vacilante, os resultados
sobre cada caso concreto estão na dependência dos tribunais;

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2- Prescrição Administrativa - significa término do prazo para recorrer de decisão administrativa, apreciar
direitos e obrigações dos particulares frente ao Poder Público e aplicar penalidades administrativas.

Existe uma enormidade de leis municipais oriundas de cerca de 5500 Municípios brasileiros, onde não há uma
regra geral, havendo somente uma legislação que disciplina vários assuntos em cada um deles, ou seja, os
prazos são estabelecidos pelo próprio Município.
Torna-se importante ressaltar que a prescrição administrativa não interfere na prescrição judicial. Se houve a
prescrição administrativa, a Administração não pode mais aplicar a sanção. Como não há um Código, é uma
situação trabalhosa para o advogado, pois cada Município tem as suas regras administrativas próprias.
Os prazos de prescrição administrativa são sempre menores que os da prescrição judicial.

Na maioria das vezes ocorre a prescrição administrativa sem ocorrer a prescrição judicial. Assim, os prazos
administrativos não obstaculizam as ações judiciais, desde que nestas não tenha ocorrido a prescrição.

Em resumo, a prescrição administrativa nada mais é do que o término dos prazos para se:
1- recorrer de decisão administrativa;
2- apreciar direitos e obrigações dos particulares frente ao Poder Público;
3- aplicar penalidades administrativas.
Tudo isso pode ser resumido nas seguintes hipóteses:
a) o perecimento do direito de pleitear do servidor e do particular;
b) o perecimento do direito de punir da Administração Pública.

Assim, quando o servidor faz o pedido de algum direito para a Administração e, tenha havido prescrição deste
direito, ela benevolentemente poderá atendê-lo. Isto pode ser visto, por exemplo, no caso do inspetor de
alunos que esqueceu de requerer férias dentro do prazo ou do funcionário público que perdeu o prazo requerer
o pagamento do salário família.

Exercícios Pertinentes
Respostas: No final dos exercícios
01) São entidades da Administração Pública Indireta:
A) autarquias e fundações públicas, apenas.
B) autarquias, fundações, empresas públicas e Municípios.
C) autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e consórcios públicos
de direito público.
D) Estados-membros, União Federal, Distrito Federal e Municípios.
E) União Federal e suas autarquias, Estados e suas autarquias, Distrito Federal e suas autarquias e Municípios
e suas autarquias.

02) O princípio segundo o qual a Administração Pública Direta fiscaliza as atividades dos entes da
Administração Indireta denomina-se:
A) finalidade.
B) controle.
C) autotutela.
D) supremacia do interesse público.
E) legalidade.

03) Quanto às espécies de atos administrativos, é correto afirmar:


A) Certidões e Atestados são atos administrativos classificados como constitutivos, pois seu conteúdo constitui
determinado fato jurídico.
B) Autorização é ato declaratório de direito preexistente, enquanto licença é ato constitutivo.
C) Admissão é ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração reconhece ao particular o direito à
prestação de um serviço público.
D) Licença é ato administrativo unilateral e vinculado, enquanto autorização é ato administrativo unilateral e
discricionário.
E) Permissão, em sentido amplo, designa ato administrativo discricionário e precário, pelo qual a
Administração, sempre de forma onerosa, faculta ao particular a execução de serviço público ou a utilização
privativa de bem público.

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04) Assinale a resposta incorreta. Os atos ordinários, espécie dos atos administrativos, são os que:
A) visam a regular o funcionamento da Administração.
B) visam a orientar o servidor público no exercício de suas atribuições.
C) visam a orientar o administrativo em suas relações com a Administração.
D) incluem as ''instruções'' como uma de suas espécies.

05) A autarquia é:
I - pessoa jurídica de direito público;
II - criada para realizar atividades típicas da Administração;
III - criada por lei, gozando de imunidade tributária;
IV- submetida a um regime de responsabilidade civil subjetiva. Responda:
A) Todas as assertivas estão corretas.
B) Somente a assertiva IV está incorreta.
C) Somente a assertiva I está correta.
D) As assertivas I e III estão corretas e as assertivas II e IV estão incorretas.
E) Todas as assertivas estão incorretas.

06) Sobre as agências reguladoras marque a opção CORRETA.


A) a criação de agência reguladora é de competência privativa da União.
B) a agência reguladora pode ser entidade pública de direito privado.
C) a competência regulatória da agência reguladora faculta inovação na ordem jurídica, no âmbito de sua
atuação.
D) a administração da agência reguladora é colegiada, por prazo determinado, sendo descoincidentes os
mandatos dos membros.

07) Sobre a Administração Pública é INCORRETO afirmar que integra a Administração Pública indireta
as:
A) fundações de direito privado criadas em virtude de lei autorizativa.
B) empresas públicas.
C) empresas privadas prestadoras de serviços públicos.
D) agências executivas.

08) A Lei que criou a Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL - estabeleceu, dentre outros
requisitos, que ela teria independência administrativa, autonomia financeira e seria vinculada ao
Ministério das Comunicações. Isso significa que a ANATEL é:
A) uma empresa pública independente.
B) uma autarquia.
C) um ente da Administração Direta.
D) um ente da Administração Indireta subordinada ao Poder Executivo (Ministério das Comunicações).

09) O princípio segundo o qual a Administração Pública Direta fiscaliza as atividades dos entes da
Administração Indireta denomina-se:
A) finalidade.
B) controle.
C) autotutela.
D) supremacia do interesse público.
E) legalidade.

10) As afirmações abaixo estão relacionadas à obrigatoriedade de obediência dos princípios


constitucionais pela administração pública.
I. Os princípios devem ser obedecidos pela administração de quaisquer Poderes.
II. A obrigatoriedade de obediência destina-se à administração direta, não alcançando as empresas públicas.
III. Todas as entidades estatais (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) devem obediência àqueles
princípios.
Está correto APENAS o que se afirma em:
A) II e III.
B) I e III.
C) I e II.
D) II.

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11) Sociedade de Economia Mista está sujeita à falência, desde que:
A) por ela o Estado responda subsidiariamente perante terceiros.
B) preste serviço público (art. 175 CF).
C) explore atividade econômica (art. 173 CF).
D) não tenha sido criada por lei.

12) Sobre a Administração Pública é INCORRETO afirmar que integra a Administração Pública indireta
as:
A) fundações de direito privado criadas em virtude de lei autorizativa.
B) empresas públicas.
C) empresas privadas prestadoras de serviços públicos.
D) agências executivas.

13) Sobre a classificação dos agentes públicos marque a afirmativa INCORRETA.


A) o Presidente da República e os Ministros de Estado são categorias de agentes políticos.
B) os Procuradores dos Estados-membros integram a categoria de agentes políticos.
C) os agentes nomeados para cargos em comissão são integrantes da categoria agentes administrativos.
D) os empregados públicos integram a categoria de agentes administrativos.

14) Um perito judicial que receba um bem imóvel para elaborar laudo que favoreça uma das partes em
juízo, pode ser enquadrado no conceito de improbidade administrativa?
A) Não, porque a improbidade administrativa não se aplica à função judicial.
B) Sim, por se tratar de desvio ético de conduta de agente público no desempenho de função pública.
C) Sim, desde que o perito seja funcionário público.
D) Não, porque seu enriquecimento ilícito não acarretou danos à Administração.

15) A empresa pública distingue-se da sociedade de economia mista quanto:


A) ao capital da empresa pública que, diferentemente do que ocorre na sociedade de economia mista, deve
ficar nas mãos apenas de entes da Administração Pública Direta e de suas entidades da Administração Indireta.
B) à subordinação da empresa pública ao respectivo Ministério, enquanto a sociedade de economia mista não
se vincula a nenhum órgão do Executivo.
C) à autorização legislativa para criar subsidiária e participar de empresa privada, necessária apenas para a
empresa pública.
D) à necessidade da empresa pública de realização de concurso público para contratação de seus servidores,
a despeito de sua forma privada.

16) A distribuição de atribuições entre os vários órgãos integrantes do Ministério da Fazenda


caracteriza:
A) delegação de competências;
B) descentralização administrativa;
C) avocação administrativa;
D) desconcentração administrativa.

17) O regime jurídico administrativo, posto em relação com o direito privado, acarreta a assertiva de
que:
A) os poderes administrativos são insusceptíveis de controle judicial
B) o interesse particular sobrepõe-se ao da administração pública
C) o poder de polícia não interfere nos direitos e nas liberdades individuais
D) só lei pode desconstituir o ato jurídico perfeito e acabado
E) o interesse público sobrepõe-se ao dos particulares

18) É considerado requisito para a qualificação de autarquia ou fundação como agência executiva
A) ter celebrado contrato de prestação de serviços por, no mínimo, um ano com o respectivo Ministério
Supervisor.
B) ter celebrado contrato de permissão e/ou concessão com o respectivo Ministério Supervisor.
C) ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional concluído há, no mínimo, seis
meses.
D) ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério Superior.
E) ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional concluído há, no mínimo, um ano.

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19) A personalidade jurídica pública é inerente a:
A) fundações instituídas pelo Poder Público se as leis que as criarem assim dispuserem.
B) todas as empresas multinacionais.
C) todos os partidos políticos.
D) todas as empresas públicas.
E) todas as sociedades de economia mista.

20) Com relação às entidades da Administração indireta, é certo que as:


A) autarquias possuem capacidade de autoadministração e são constituídas por capital público e privado.
B) fundações são pessoas jurídicas de direito privado, destinadas à exploração de atividade econômica.
C) empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público criadas por lei específica e, quando prestadoras
de serviços públicos, se submetem ao regime celetista.
D) sociedades de economia mista são estruturadas sob a forma de sociedade anônima.
E) fundações públicas ou as empresas públicas poderão receber a qualificação de agência executiva, desde
que celebrem contrato de gestão com o órgão da Administração direta.

21) Assinale a alternativa referente a órgãos ou entidades que NÃO integram a Administração Indireta:
A) Ministérios; Secretarias de Estado; e Secretarias Municipais.
B) sociedades de economia mista; empresas públicas; e autarquias.
C) fundações instituídas pelo Poder Público; autarquias; e sociedade de economia mista.
D) autarquias; sociedades de economia mista; e consórcios públicos.
E) sociedades de economia mista; consórcios públicos; e empresa pública.

22) Quem é agente público?


A) É qualquer pessoa, tanto física quanto jurídica, que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da
administração indireta.
B) É toda pessoa jurídica que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da administração indireta.
C) É toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da administração indireta.
D) Nenhuma das alternativas.

23) Sobre agente político, assinale a alternativa correta.


A) São pessoas físicas titulares de cargos do primeiro escalão do Governo que exercem funções políticas e
constitucionais.
B) São investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou
delegação para o exercício de atribuições constitucionais.
C) Sua função é a de formadores da vontade superior do Estado.
D) Todas estão corretas.

24) Quais destes a seguir se enquadram como agentes políticos?


I - Presidente da República.
II - Vice-presidente da República.
III - Governadores.
IV - Vices-governadores.
V - Prefeitos.
VI - Vereadores.
A) Todas estão corretas.
B) Todas estão incorretas.
C) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
D) As assertivas I, III e V estão corretas.

25) Quanto aos servidores públicos, é correto afirmar que:


A) São as pessoas jurídicas que prestam serviços ao Estado e às Entidades da Administração Indireta, com
vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos.
B) São as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às Entidades da Administração Indireta, com
vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos.
C) São as pessoas físicas que prestam serviços somente ao Estado, com vínculo empregatício e mediante
remuneração paga pelos cofres públicos.
D) São as pessoas jurídicas que prestam serviços somente às Entidades da Administração Indireta, com
vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos.

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26) Os empregados públicos estão submetidos a qual regime?
A) Estão sujeitos ao regime estatutário e ocupam emprego público.
B) São contratados e submetidos ao regime da legislação trabalhista (CLT) e ocupam emprego público.
C) São contratados por tempo determinado, em caráter excepcional, para atender eventual necessidade
(urgência) de interesse público.
D) Não estão vinculados a nenhum regime.

27) Em relação aos servidores estatutários, é correto afirmar que:


I - Estão sujeitos ao regime estatutário.
II - São submetidos ao regime da CLT.
III - São ocupantes de cargos públicos.
IV - São ocupantes de emprego público.
V - São contratados em caráter excepcional.
A) Apenas a I e III estão corretas.
B) Apenas a I, II e III estão corretas.
C) Apenas a II, IV e V estão corretas.
D) Apenas a III e V estão corretas.

28) Considere a seguinte afirmação: "São contratados por tempo determinado para atender à
necessidade temporária de excepcional interesse público". Qual das alternativas representa melhor
essa definição?
A) Os servidores estatutários.
B) Os servidores determinados excepcionalmente.
C) Os servidores temporários.
D) Nenhuma alternativa está correta.

29) Em relação aos militares, assinale a alternativa mais completa.


A) São pessoas físicas que representam o exército e a polícia militar.
B) São pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas - Marinha, Exército e Aeronáutica - e às
Polícias Militares.
C) São pessoas físicas que representam às Polícias e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, Distrito
Federal e dos Territórios.
D) São pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas - Marinha, Exército e Aeronáutica - e às
Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, Distrito Federal e dos Territórios.

30) Em relação aos militares, analise as afirmações abaixo e assinale a mais completa.
I - Tem vínculo estatutário.
II - São sujeitos a regime jurídico próprio.
III - A remuneração é feita pelo Estado.
IV - Não cabe Habeas Corpus nas prisões disciplinares militares
A) Apenas a II e III estão corretas.
B) Apenas a III e IV estão corretas.
C) Apenas a I e IV estão incorretas.
D) Todas estão corretas.

31) Pessoas físicas que prestam serviços ao Estado, porém sem vínculo empregatício, com ou sem
remuneração, são chamadas de:
A) particulares em colaboração com o Poder Público.
B) prestadores de serviços autônomos.
C) servidores temporários.
D) servidores por tempo determinado.

32) Os particulares em colaboração com o Poder Público podem prestar serviços sob títulos diversos.
A esse respeito, assinale a alternativa incorreta.
A) Por delegação do Poder Público.
B) Por requisição, nomeação ou designação.
C) Todas estão incorretas.
D) Por gestores de negócios.

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33) Os gestores de negócios são:
A) fundamentais para o exercício de funções públicas relevantes.
B) os que assumem, espontaneamente, determinada função pública em um momento emergencial, como
enchentes, epidemia, desastre natural etc.
C) os que exercem serviços notariais e de registro.
D) nenhuma das alternativas.

34) Pessoas físicas que prestam serviços ao Estado, dadas por requisição, nomeação ou designação
são:
A) os que assumem, espontaneamente, determinada função pública em um momento emergencial, como
enchentes, epidemia, desastre natural etc.
B) os que exercem serviços notariais e de registro.
C) fundamentais para o exercício de funções públicas relevantes.
D) nenhuma das alternativas.

35) A delegação do Poder Público, é uma das formas de colaboração dos particulares com o Poder
Público. Qual das alternativas se enquadra nessa categoria?
A) São pessoas físicas que exercem função pública em seu próprio nome, sem vínculo empregatício, porém
sob fiscalização do Poder Público.
B) São pessoas físicas que exercem funções públicas relevantes.
C) São pessoas jurídicas nomeadas pela Administração Pública para exercerem funções típicas do Estado,
independentemente de fiscalização.
D) Nenhuma das alternativas.

36) Cargo, emprego e função. Uma dessas designações é subdividida em dois tipos. Quais das
alternativas corresponde a essa afirmação?
A) Emprego: emprego público e emprego em comissão.
B) Cargo: cargos públicos e cargos temporários.
C) Função: função temporária e função de confiança.
D) Todas as alternativas estão incorretas.

37) Quanto aos empregos públicos, é correto afirmar que:


A) são preenchidos por servidores nomeados e exonerados "ad nutum", ou seja, independentemente de
concurso público. Destina-se a preencher cargos políticos, de confiança e, principalmente, de atribuições de
direção, chefia e assessoramento.
B) caracterizam-se por ser ocupados por servidor público que adquire efetividade no quadro de servidores da
administração e são regidos pela CLT. Sua nomeação e posse no emprego se darão mediante concurso
público.
C) são aqueles contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional
interesse público.
D) todas estão corretas.

38) Em relação a função temporária, é correto afirmar que:


A) referem-se por ocupar cargos efetivos na função à qual são concursados, seus direitos e deveres são
previstos em regime estatutário. Sua nomeação e posse no cargo público se darão mediante concurso público.
B) são preenchidos por servidores nomeados e exonerados ad nutum, ou seja, independentemente de
concurso público. Destina-se a preencher cargos políticos, de confiança e, principalmente, de atribuições de
direção, chefia e assessoramento.
C) caracterizam-se por ser ocupados por servidor público que adquire efetividade no quadro de servidores da
administração e são regidos pela CLT. Sua nomeação e posse no emprego se darão mediante concurso
público.
D) é exercida por servidores contratados temporariamente com base na constituição federal, podendo ou não
haver concurso público.

39) É correto afirmar que:


A) os cargos em comissão são preenchidos por servidores nomeados e exonerados "ad nutum", ou seja,
independentemente de concurso público. Destina-se a preencher cargos políticos, de confiança e,
principalmente, de atribuições de direção, chefia e assessoramento.

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B) os empregos em comissão são preenchidos por servidores nomeados e exonerados "ad nutum", ou seja,
independentemente de concurso público. Destina-se a preencher cargos políticos, de confiança e,
principalmente, de atribuições de direção, chefia e assessoramento
C) os servidores em comissão são aqueles contratados por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público
D) nenhuma das alternativas está correta.

40) É correto afirmar que:


A) Os cargos públicos caracterizam-se por serem ocupados por servidores públicos que adquirem efetividade
no quadro de servidores da Administração e são regidos pela CLT (art. 37, II, CF). Sua nomeação e posse se
darão mediante concurso público.
B) Os empregos públicos caracterizam-se por serem ocupados por servidores públicos que adquirem
efetividade no quadro de servidores da Administração e são regidos pelo regime estatutário (art. 37, II, CF).
Sua nomeação e posse no emprego se darão mediante concurso público.
C) Os cargos públicos caracterizam-se por serem ocupados por servidores públicos que adquirem efetividade
na função à qual são concursados, seus direitos e deveres são previstos em regime estatutário. Sua nomeação
e posse no cargo público se darão mediante concurso público.
D) Todas estão incorretas.

41) Dentre os particulares em colaboração com o Poder Público, é certo que os mesários eleitorais
integram a categoria dos:
A) servidores públicos temporários contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária
de interesse público.
B) agentes delegados que exercem função pública, em seu próprio nome, sem vínculo empregatício, porém
sob fiscalização do Poder Público.
C) agentes políticos e prestam atividades típicas de governo segundo normas constitucionais.
D) empregados públicos estatutários convocados para prestar, transitoriamente, determinado serviço público
junto aos órgãos eleitorais.
E) agentes honoríficos e, em que pese não serem servidores públicos, desempenham uma função pública.

42) Diz-se que os agentes públicos de colaboração são as pessoas que:


A) prestam serviços, sob regime de dependência à Administração Pública direta, autárquica ou fundacional
pública, sob relação de trabalho profissional transitório ou definitivo.
B) detêm os cargos de elevada hierarquia da organização da Administração Pública, ou seja, que ocupam
cargos que compõem a cúpula da estrutura constitucional.
C) se ligam, por tempo determinado à Administração Pública para o atendimento de necessidades de
excepcional interesse público, sob vínculo celetista.
D) se ligam, contratualmente às empresas paraestatais da Administração indireta, sob um regime de
dependência e mediante uma relação de trabalho, não eventual ou avulso.
E) prestam serviços à Administração por conta própria, por requisição ou com sua concordância, exercendo
função pública, mas não ocupando cargo ou emprego público.

43) De acordo com a classificação dos agentes públicos em razão das suas atribuições e
responsabilidades, os servidores públicos são considerados agentes:
A) honoríficos;
B) políticos;
C) credenciados;
D) administrativos;
E) delegados.

44) Em relação aos órgãos públicos, analise as afirmativas:


I. Os órgãos públicos têm personalidade jurídica própria, mas o ente estatal a que estão vinculados responde
subsidiariamente por danos resultantes de sua atuação.
II. Os órgãos independentes são aqueles que desempenham as funções típicas do Estado e não estão
subordinados hierarquicamente a nenhum outro órgão.
III. Os órgãos singulares são aqueles que se manifestam pela vontade de um único agente.
São verdadeiras somente as afirmativas:
A) I e II;
B) I e III;
C) II e III;

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D) I, II e III;
E) nenhuma.

45) Uma das possíveis aplicações do princípio da impessoalidade é:


A) considerar que o servidor age em nome da Administração, de modo que a Administração se responsabiliza
pelos atos do servidor, e este não possui responsabilidade.
B) proibir que constem, na publicidade das obras e serviços públicos, nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades.
C) impedir que servidores públicos se identifiquem pessoalmente como autores dos atos administrativos que
praticam.
D) impedir que determinadas pessoas recebam tratamento favorecido em concursos públicos, em razão de
deficiência física.
E) considerar inconstitucionais os critérios de títulos em concursos para provimento de cargos públicos.

46) A proibição de excesso que, em última análise, objetiva aferir a compatibilidade entre os meios e
os fins, de modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte da Administração Pública,
com lesões aos direitos fundamentais, refere-se ao princípio da:
A) razoabilidade
B) legalidade.
C) moralidade.
D) eficiência.
E) finalidade.

47) São princípios da Administração Pública, expressamente previstos na Constituição Federal, dentre
outros:
A) publicidade e a pessoalidade.
B) improbidade e o sigilo.
C) eficiência e a pessoalidade.
D) legalidade e a improbidade.
E) impessoalidade e a eficiência

48) No que diz respeito ao tema cargo, emprego e função pública, é correto afirmar:
A) As funções de confiança, exercidas por servidores ocupantes de cargos efetivos ou não, destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
B) A expressão emprego público designa uma unidade de atribuições e distingue-se do cargo público pelo tipo
de vínculo que liga o servidor ao Estado; portanto, o ocupante de emprego público tem vínculo estatutário.
C) A função exercida por servidores contratados temporariamente para atendimento de situações de
excepcional interesse público exige, necessariamente, concurso público.
D) As várias competências previstas na Constituição para os entes federativos são distribuídas entre os
respectivos órgãos, os quais dispõem de determinado número de cargos criados por lei, que lhes confere
denominação própria, atribuições e o padrão de vencimento ou remuneração.
E) Exige-se concurso público não só para a investidura em cargo ou emprego, como em todos os casos de
função, ou seja, as exercidas temporariamente para atender necessidade de excepcional interesse público e
as ocupadas para o exercício de funções de confiança.

49) O atributo do ato administrativo, consistente na prerrogativa da Administração Pública de impor


unilateralmente as suas determinações, válidas, desde que dentro da legalidade, é conhecido por:
A) exigibilidade.
B) imperatividade.
C) auto-executoriedade.
D) tipicidade.
E) presunção de legitimidade.

50) NÃO são entidades integrantes da administração indireta da União:


A) os serviços sociais autônomos.
B) as associações públicas das quais seja parte.
C) as empresas públicas por ela constituídas.
D) as sociedades de economia mista por ela controladas.
E) as autarquias federais.

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51) Em relação à disciplina dos atos administrativos, assinale a opção incorreta.
A) Os regimentos dos tribunais são atos normativos e equiparam-se às leis para efeito de controle judicial.
B) A presunção de legitimidade é um atributo que gera a transferência do ônus da prova para quem arguir a
respectiva nulidade.
C) A licença distingue-se da autorização, pois aquela é ato vinculado e esta é ato discricionário.
D) O ato discricionário está imune à revisão do Poder Judiciário, porque nele se aloja o mérito administrativo,
que se traduz em razões de conveniência e oportunidade só valoradas pelo administrador.
E) A autoexecutoriedade é um atributo que permite à administração utilizar o seu poder de polícia para executar
medidas tipicamente administrativas, sem mandado judicial, como, por exemplo, a demolição de uma obra sem
licença.

52) Decompondo-se o ato administrativo, pode-se localizar a discricionariedade em seus elementos.


Com referência a esse assunto, assinale a opção incorreta.
A) Quanto ao sujeito - aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato -, não existe
discricionariedade, pois ele só pode exercer as atribuições que lhe forem conferidas por lei.
B) O objeto do ato administrativo está relacionado aos seus efeitos jurídicos possíveis; nesse âmbito, é
incoerente falar-se em discricionariedade, pois a administração sempre está condicionada a um poder-dever
de agir, nunca a uma faculdade.
C) A não ser que a lei imponha à administração a obrigatoriedade de obediência a determinada forma, há
liberdade para o administrador escolher aquela que julgue mais adequada à realização dos efeitos jurídicos do
ato.
D) O motivo do ato pode ensejar discricionariedade, sobretudo quando o legislador não o define ou o faz por
meio de conceitos vagos.
E) O administrador está limitado à finalidade prevista em lei para cada ato administrativo; nesse sentido, a
doutrina majoritária não aceita discricionariedade em relação ao fim.

53) A prática de atos administrativos cabe:


A) exclusivamente aos órgãos executivos;
B) somente aos órgãos do poder executivo e do legislativo;
C) somente aos órgãos do poder executivo e do judiciário;
D) aos órgãos executivos, em princípio e normalmente, mas as autoridades judiciárias e as mesas legislativas
podem também praticá-los restritamente;
E) somente às autoridades integrantes de qualquer dos poderes da república.

54) Assinale a opção correta com relação aos atos administrativos.


A) Ato administrativo eficaz é aquele apto à produção dos efeitos que lhe são próprios, por haver-se produzido
em conformidade com a ordem jurídica.
B) Todos os atos administrativos só são válidos quando a vontade do agente, isto é, o móvel do ato, for jurídica
e moralmente legítima.
C) Em certos casos, um ato administrativo pode ser declarado juridicamente inválido mesmo que atenda ao
interesse público.
D) A presunção de legitimidade dos atos administrativos em geral cria em favor deles presunção absoluta de
validade jurídica, a qual somente pode ser afastada mediante prova robusta e desde que na via judicial.
E) A revogação dos atos administrativos deve ser explícita, por significar contraposição à decisão de agente
público tomada no exercício de competência legalmente estabelecida.

55) Têm personalidade jurídica de direito público as:


A) associações públicas e as autarquias.
B) autarquias e todas as fundações.
C) empresas públicas e as associações públicas.
D) associações públicas e as sociedades de economia mista.
E) empresas públicas e as autarquias.

56) Assinale a assertiva correta sobre autarquias.


A) Autarquia é um serviço autônomo, criado por lei específica, com personalidade jurídica, patrimônio e receitas
próprias, para executar atividades típicas da Administração Pública que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
B) A criação de autarquia independe de lei específica, podendo ser instituída por decreto expedido pelo chefe
do Poder Executivo no uso de seu poder regulamentar.
C) Considerando que as autarquias são pessoas jurídicas de direito público integrantes da Administração

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Indireta, não se aplicam a elas as regras e preceitos de direito administrativo, devendo ser consideradas para
todos os efeitos como se entidades privadas fossem.
D) Autarquias são entidades da Administração Pública que envolvem a associação do capital público e privado,
destacando-se que a participação pública deverá ser sempre majoritária, sob pena de desconfigurar a natureza
da instituição.

57) Levando em consideração a descentralização administrativa, analise as afirmativas a seguir:


I. Concessão é a delegação da prestação de serviço público.
II. Permissão é um ato administrativo, com delegação precária do serviço público.
III. Autorização é um ato administrativo outorgado a uma empresa para realização de suas atividades.
Assinale:
A) se somente a alternativa I estiver correta.
B) se somente a alternativa II estiver correta.
C) se somente a alternativa III estiver correta.
D) se somente as alternativas I e II estiverem corretas.
E) se somente as alternativas II e III estiverem corretas.

58) São características do regime jurídico estatutário:


A) a natureza legal e institucional do vínculo entre o servidor e a administração pública e a vedação à greve.
B) a admissão exclusiva por concurso público e a demissão após processo administrativo disciplinar.
C) proibição de acumulação de cargos e a garantia da efetividade no serviço público.
D) a inexistência de direito adquirido à manutenção do regime jurídico vigente e a irredutibilidade de
vencimentos.

59) Os requisitos necessários à formação do ato administrativo são:


A) Forma, vinculação, imperatividade, legitimidade e objeto.
B) Forma, vinculação, exequibilidade, finalidade e objeto.
C) Forma, competência, finalidade, motivo e objeto.
D) Forma, vinculação, finalidade, motivo e objeto.

60) A Administração pode anular o ato administrativo ilegal que praticou:


A) Desde que sejam respeitados os direitos adquiridos.
B) Sem que esteja sujeita a qualquer condição de conveniência administrativa.
C) Desde que esteja autorizada pelo Presidente da República, Governador ou Prefeito.
D) Nenhuma das alternativas está correta.

61) Assinale a proposição correta:


A) Não pode haver delegação de poderes no âmbito da Administração Pública.
B) Não pode o superior hierárquico avocar a prática de atos de competência de inferior hierárquico.
C) O poder disciplinar é discricionário.
D) A punição administrativa afasta a criminal, pois não pode haver dupla punição pela mesma falta.

62) A titulação genérica de Administração Pública, usada pelo legislador constituinte de 1988, ao tratar
da Organização do Estado, para efeito de sujeição dos seus atos à obediência de determinados
princípios fundamentais e à observância de outras exigências, restrições ou limitações ali declinadas,
abrange e alcança:
A) os órgãos públicos, exceto os dos Poderes Legislativo e Judiciário.
B) os órgãos públicos federais, estaduais e municipais, exceto dos Poderes Legislativo e Judiciário.
C) os órgãos dos Três Poderes, quer os da União, dos Estados, do Distrito Federal como os dos Municípios.
D) os órgãos dos Três Poderes e as entidades descentralizadas, exceto dos Estados e Municípios.
E) as autarquias, excetuando as empresas públicas e sociedades de economia mista.

63) O regime jurídico administrativo, posto em relação com o direito privado, acarreta a assertiva de
que:
A) os poderes administrativos são insusceptíveis de controle judicial
B) o interesse particular sobrepõe-se ao da administração pública
C) o poder de polícia não interfere nos direitos e nas liberdades individuais
D) só lei pode desconstituir o ato jurídico perfeito e acabado
E) o interesse público sobrepõe-se ao dos particulares

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64) Marque a opção CORRETA. As Organizações Sociais são entidades de direito:
A) privado prestadoras de serviço público mediante contrato de concessão.
B) privado integrantes da Administração Indireta federal.
C) público integrantes da Administração Indireta federal.
D) privado colaboradoras com a Administração Pública mediante contrato de gestão.

65) Considerando a disciplina jurídica sobre a organização administrativa, é CORRETO afirmar que:
A) os cargos públicos são unidades de competências sujeitas a regime contratual.
B) os cargos públicos no âmbito do Poder Executivo são criados por lei e podem ser extintos por decreto, se
vagos.
C) os empregos públicos são unidades de trabalho sob vínculo unilateral.
D) as funções públicas, na condição de postos funcionais constitucionalmente previstos, devem ser providas
por concurso público.

66) Quais as entidades da administração indireta que são sempre constituídas sem a obrigatoriedade
de fins lucrativos?
A) Empresas concessionárias
B) Empresas públicas
C) Sociedades de economia mista
D) Empresas permissionárias
E) Fundações autárquicas

67) Um exemplo de ato de descentralização administrativa é:


A) a delegação de tarefa do Controlador- -Geral para seu substituto
B) a delegação do serviço de cadastro por Secretário para Departamento da Secretaria
C) a delegação legal do serviço de fiscalização do trânsito para a Empresa de Vigilância da Guarda Municipal
D) a delegação de tarefa do Prefeito para seus Secretários
E) o convênio para execução conjunta de serviço público de interesse do Estado e do Município.

68) Pedido de anulação ou modificação do ato administrativo, dirigido à autoridade superior dentro do
mesmo órgão em que foi praticado o ato, constitui:
A) pedido de reconsideração.
B) representação.
C) recurso hierárquico impróprio.
D) recurso hierárquico próprio.
E) N. D. A.

69) Quanto ao Poder Regulamentar:


A) É exteriorizado através de decreto legislativo;
B) É ato normativo originário;
C) O Congresso Nacional pode sustar atos normativos que extrapolem os limites do poder de regulamentação;
D) É exercido pelo Chefe do Poder Executivo para editar atos normativos originários, tendo força de lei.

70) A autarquia, na organização administrativa, faz parte:


A) da administração direta.
B) do setor privado da administração.
C) de um corpo à parte da administração.
D) da administração indireta.

71) Segundo a teoria do risco administrativo, a administração pode excluir ou atenuar sua
responsabilidade, provando:
I. que não houve nexo de causalidade vinculando seu comportamento ao dano;
II. que não houve mau funcionamento ou retardamento do serviço;
III. que o dano ocorreu por culpa exclusiva ou parcial da vítima.
Pode-se afirmar que apenas:
A) os itens I e III estão corretos.
B) o item I está correto.
C) o item II está correto.
D) o item III está correto.

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72) De acordo com as normas legais vigentes, as chamadas fundações públicas, na área federal, são:
A) equiparadas às empresas públicas.
B) entidades privadas fora da administração.
C) entidades da administração indireta.
D) regidas por disposições do código civil.

73) Assinalar a alternativa que não seja característica do órgão administrativo:


A) Poderes funcionais.
B) Personalidade jurídica.
C) Estrutura.
D) Competência.

74) As organizações sociais são:


A) órgãos pertencentes à Administração direta, tendo por objeto o desenvolvimento de atividades relacionadas
ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e à preservação da meia
ambiente, à cultura e à saúde.
B) autarquias, declaradas entidades de interesse social e utilidade pública pana todos os efeitos legais.
C) sociedades de economia mista, criadas por lei ou decreto, sem fins lucrativos, administradas por conselho
do qual participam representantes do poder público.
D) pessoas jurídicas de direto privado que, preenchendo os requisitos legais, podem celebrar contratos de
gestão com o poder público para a formação de parceria na fomentação e execução de determinadas
atividades.

75) Entre as garantias dos direitos fundamentais que o Estado de Direito oferece como meios especiais
de controle judicial da Administração Pública está:
A) a ação popular, em processo de iniciativa do cidadão ou do Órgão do Ministério Público, para a invalidação
de atos administrativos lesivos ao patrimônio público, considerado como bens ou direitos de valor econômico,
artístico, estético, histórico ou turístico.
B) a ação civil pública destinada a aferir também responsabilidade de agentes públicos por danos morais e
patrimoniais causados, entre outros, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à economia
popular, a bens e direitos de valor histórico e a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
C) o habeas data, que, como proteção ao direito à informação, é voltado contra atos lesivos de qualquer órgão
do Poder Executivo e tem prioridade em relação aos outros processos.
D) o mandado de segurança coletivo, que pode ser impetrado por partido político, sindicato, associação ou
pelo Ministério Público contra ato administrativo que contenha ilegalidade, abuso de poder ou prejuízo a direito
líquido e certo individual ou coletivo;

76) Sobre a organização administrativa da União, marque a alternativa correta.


A) As autarquias, pessoas jurídicas de direito privado, só por lei podem ser criadas e sujeitam-se ao controle
feito pelo Tribunal de Contas da União.
B) Empresa pública federal é pessoa jurídica criada por lei, com personalidade jurídica de direito público e
capital formado unicamente por recursos provenientes da esfera federal.
C) As empresas públicas podem adotar qualquer forma societária entre as em Direito admitidas, ao passo que
as sociedades de economia mista terão obrigatoriamente a forma de sociedade anônima.
D) Tanto as autarquias quanto as empresas públicas têm personalidade jurídica de direito público, sendo que
nestas o capital é exclusivamente público e naquelas há uma conjugação de recursos públicos e privados.

77) Leia atentamente as proposições abaixo.


I - Excesso de poder e desvio de poder são espécies de abuso de poder.
II - A presunção de legitimidade é juris tantum.
III - A nulidade do ato administrativo, vale dizer, com vício insanável, opera ex nunc.
IV - À administração é facultado anular ex-officio os próprios atos por motivo de ilegitimidade ou ilegalidade.
Pode-se dizer que:
A) estão corretas as proposições I e III;
B) apenas está correta a proposição IV;
C) todas as proposições estão corretas;
D) apenas está correta a proposição II;
E) estão corretas as proposições I, II e IV.

78) A nomeação do Procurador Geral da República depende de prévia aprovação pelo Senado, em

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conformidade com o artigo 128, parágrafo 1º, da Constituição de República. A correta classificação
deste ato, segundo a melhor doutrina, é:
A) complexo;
B) geral;
C) composto;
D) simples;
E) pendente.

79) "Atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do
interesse público".
É o conceito moderno do poder:
A) disciplinar;
B) discricionário;
C) regulamentar;
D) de polícia;
E) hierárquico.

80) São atributos do poder de polícia:


A) forma rígida, eficiência e publicidade;
B) discricionariedade, auto-executoriedade e coercibilidade;
C) vinculação, livre arbítrio e precariedade;
D) celeridade, coercibilidade e publicidade;
E) imperatividade, eficácia e vinculação.

81) Entre os Poderes da Administração, NÃO se pode relacionar:


A) o poder normativo-regulamentar, exercido privativamente pelo Chefe do Poder Executivo, que consiste na
regulamentação das leis por meio da expedição de decretos e regulamentos para sua fiel execução;
B) o poder normativo-interno, decorrente da relação hierárquica, o qual consiste na expedição de atos
normativos, como resoluções, portarias e instruções, com o objetivo de ordenar a atuação dos órgãos
subordinados;
C) o poder hierárquico de avocar atribuições, desde que estas não sejam da competência exclusiva do órgão
subordinado;
D) o poder normativo do Chefe do Poder Executivo para a regulamentação das leis, por meio da expedição de
decretos e regulamentos para sua fiel execução;
E) o poder normativo-autônomo, exercido privativamente pelo Chefe do Poder Executivo consistindo na
expedição de decretos autônomos sobre matéria de sua competência, ainda não disciplinada por lei.

82) Caso o agente público explicite a motivação de um ato administrativo discricionário, como por
exemplo, a destituição de servidor ocupante de cargo de confiança, os motivos:
A) passarão a ser determinantes no exame de validade e eficácia do ato pelo poder judiciário, vinculando a
administração aos motivos declarados no ato;
B) vinculam o ato somente quanto à declaração e extinção dos fundamentos de fato e de direito;
C) determinam a vinculação somente quanto aos fundamentos de direito;
D) não vinculam o ato, seja em relação aos fundamentos de fato ou de direito;
E) vinculam o ato somente quanto à exposição dos fundamentos de fato.

83) A entidade da Administração Indireta, com personalidade jurídica de direito privado, capital
exclusivamente público, criada para desempenhar atividades econômicas de interesse do Estado ou
para prestar serviços públicos, denomina-se:
A) autarquia;
B) fundação pública;
C) sociedade de economia mista;
D) empresa pública;
E) agência executiva.

84) A distribuição interna de competências administrativas entre os diversos órgãos que integram a
estrutura de um dos entes estatais denomina-se:
A) desconcentração;
B) descentralização;
C) desmembramento;

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D) desdobramento;
E) especialização.

85) Em razão do poder hierárquico existente no âmbito da Administração Pública, analise as


afirmativas:
I. Uma autoridade pode controlar o mérito e a legalidade dos atos praticados por seus subordinados.
II. Haverá hierarquia no Poder Judiciário e no Poder Legislativo quando eles estiverem desempenhando a
função administrativa.
III. Um agente público pode deixar de cumprir a ordem de seu superior hierárquico quando constatar que a
mesma é manifestamente ilegal.
São verdadeiras somente as afirmativas:
A) I e II;
B) I e III;
C) II e III;
D) I, II e III;
E) nenhuma.

86) Um dos tributos que podem ser cobrados no Brasil tem como fato gerador o exercício do poder de
polícia. Assinale a alternativa que indica essa modalidade tributária:
A) imposto;
B) contribuição de melhoria;
C) taxa;
D) pedágio;
E) preço público.

87) A Administração Pública pode impor ao administrado cumprimento ou execução dos atos
administrativos. Esse atributo do ato administrativo denomina-se:
A) imperatividade;
B) presunção de legitimidade;
C) auto-executoriedade;
D) eficiência;
E) discricionariedade.

88) Os atos administrativos são agrupados em espécies, de acordo com suas características. A licença
é considerada espécie de ato administrativo:
A) negocial;
B) enunciativo;
C) normativo;
D) discricionário;
E) ordinatório.

89) Em relação aos atos administrativos, analise as afirmativas a seguir:


I. O ato administrativo discricionário é aquele em que a Administração Pública não tem liberdade para valorar
critérios de conveniência e oportunidade, devendo adotar o único objeto previsto na lei.
II. Os atos de gestão são aqueles em que a Administração Pública não precisa usar de sua supremacia em
relação ao particular.
III. Os atos gerais são aqueles expedidos sem destinatários determinados, como por exemplo, o regulamento.
A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente:
A) I;
B) II;
C) III;
D) I e II;
E) II e III.

90) A modalidade de extinção do ato administrativo que incide sobre o ato considerado válido no
momento em que foi editado, mas ilegal na sua execução, é denominada:
A) revogação;
B) encampação;
C) caducidade;
D) cassação;

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E) contraposição.

91) Um dos traços mais característicos da Administração Pública é:


A) a prevalência do interesse público sobre o interesse privado.
B) o monopólio da prática dos atos administrativos pelo Poder Executivo.
C) a reserva constitucional de isonomia entre os interesses públicos e os privados.
D) o uso legal da arbitrariedade pelo Administrador na prática do ato administrativo.
E) a possibilidade de o Poder Judiciário rever qualquer ato administrativo.

92) São entidades estatais:


A) as Empresas Públicas.
B) as Autarquias.
C) as Fundações de direito público.
D) os Municípios.
E) os Territórios Federais.

93) A organização da Administração Pública Federal distingue a Administração direta da indireta. São
exemplos de integrantes da Administração direta e da indireta, respectivamente:
A) a Presidência da República e um Ministério.
B) um Ministério e uma empresa pública.
C) uma autarquia e uma sociedade de economia mista.
D) uma autarquia e uma empresa privada concessionária de serviço público.
E) uma fundação pública e uma fundação privada.

94) É exemplo de exercício do poder hierárquico da Administração a:


A) aplicação de uma multa de trânsito.
B) aplicação de uma sanção contratual pela Administração em um contrato Administrativo.
C) revogação de um ato administrativo pela autoridade superior ao agente administrativo que o praticou.
D) anulação de um ato administrativo pelo Poder Judiciário.
E) anulação de um ato administrativo pelo próprio agente que o praticou.

95) Em relação ao ato administrativo, é correto afirmar:


A) A anulação do ato administrativo tem por escopo suprimir ato legítimo e eficaz.
B) A revogação do ato administrativo produz efeitos "ex-tunc".
C) A anulação do ato administrativo tem efeito retroativo.
D) A faculdade de anular os atos administrativos ilegais é restrita ao mesmo agente que o praticou.
E) A revogação do ato administrativo é prerrogativa do poder judiciário.

96) Os atos administrativos ordinatórios


A) atuam no âmbito externo das repartições.
B) têm caráter normativo quando expressam um comando geral do executivo.
C) não obrigam os particulares.
D) expressam uma declaração de vontade do poder público coincidente com a pretensão do particular, visando
concretizar negócios jurídicos.
E) estabelecem uma relação negocial entre o poder público e o particular, no intuito de definir obrigações
recíprocas e onerosas.

97) A situação de direito ou de fato que determina a efetivação do ato administrativo denomina-se:
A) motivo C) finalidade E) competência
B) forma D) objeto

98) O ato discricionário:


A) não se vincula à lei.
B) confunde-se com "arbitrariedade".
C) é próprio dos sistemas autoritários.
D) é legalmente concedido à administração pública.
E) é o mesmo que ato vinculado.

99) Em relação ao ato administrativo típico, pode-se afirmar:


I. É consequência do ato jurídico.

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II. É gênero, do qual o ato jurídico é espécie.
III. É manifestação volitiva da Administração Pública.
Está(ão) correta(s)
A) Apenas I C) Apenas III E) Apenas I E III
B) apenas II D) apenas II e III

100) No que concerne ao ato administrativo, é INCORRETO afirmar:


A) A motivação deve apontar a causa e os elementos determinantes da prática do ato administrativo, bem
como o dispositivo legal em que se funda.
B) A motivação será dispensável em certos atos administrativos oriundos do poder discricionário, bastando
apenas evidenciar a competência para o exercício desse poder e a conformação do ato com o interesse
público.
C) O ato é inválido, havendo desconformidade entre os motivos determinantes e a realidade.
D) A teoria dos motivos determinantes funda-se na consideração de que os atos administrativos, quando
tiverem sua prática motivada, ficam vinculados aos motivos expostos, para todos os efeitos jurídicos.
E) O ato não motivado, quando o devia ser, presume-se executado, se realizado na esfera de competência
funcional do agente.

101) Os atos administrativos para os quais a lei estabelece, rigorosamente, os requisitos e as


condições para sua realização, denominam-se:
A) Vinculados C) Expeditivos E) Discricionários
B) Declaratórios D) Imperativos

102) A revogação de um ato administrativo, quando parcial, chama-se:


A) repristimação C) retificação E) ab-rogação
B) cassação D) derrogação

103) No que diz respeito ao regime jurídico do servidor público civil, é legal e tecnicamente correto
afirmar que:
A) o exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança.
B) o salário é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei.
C) o funcionário público é a pessoa que ocupa cargo público criado por decreto do poder executivo.
D) a remuneração é o valor-base do cargo em exercício, não acrescido das vantagens pecuniárias.
E) as vantagens consistem em indenizações e gratificações, e sempre se incorporam ao vencimento.

104) Assinalar a alternativa que não seja característica do órgão administrativo:


A) Poderes funcionais.
B) Personalidade jurídica.
C) Estrutura.
D) Competência.

105) O Princípio de acordo com o qual a Administração, em todo o transcurso do processo


administrativo, está adstrita a agir de forma lhana, sincera corresponde a:
A) verdade material.
B) ampla instrução probatória.
C) oficialidade.
D) revisibilidade.
E) lealdade e boa-fé.

106) Quando a lei deixa certa margem para atividade pessoal do administrador na escolha da
oportunidade ou da conveniência do ato, a exemplo da determinação de mão única ou mão dupla de
trânsito numa via pública, está presente o ato administrativo:
A) de gestão.
B) arbitrário.
C) vinculado.
D) discricionário.
E) atípico.

107) É considerado requisito para a qualificação de autarquia ou fundação como agência executiva

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A) ter celebrado contrato de prestação de serviços por, no mínimo, um ano com o respectivo Ministério
Supervisor.
B) ter celebrado contrato de permissão e/ou concessão com o respectivo Ministério Supervisor.
C) ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional concluído há, no mínimo, seis
meses.
D) ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério Superior.
E) ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional concluído há, no mínimo, um ano.

108) Os requisitos necessários à formação do ato administrativo são:


A) Forma, vinculação, imperatividade, legitimidade e objeto.
B) Forma, vinculação, exequibilidade, finalidade e objeto.
C) Forma, competência, finalidade, motivo e objeto.
D) Forma, vinculação, finalidade, motivo e objeto.

109) A Administração Pública, por meio do regular uso do poder disciplinar,


A) distribui, ordena, escalona e revê a atuação de seus agentes, de modo que as atividades por eles
desempenhadas obedeçam ao princípio da eficiência.
B) apura infrações e aplica penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina
administrativa.
C) edita normas complementares à lei, que disponham sobre organização administrativa ou relações entre os
particulares que estejam em situação de submissão especial ao Estado.
D) condiciona e restringe o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais em benefício da coletividade
ou do próprio Estado.
E) pratica atos administrativos de sua competência, com liberdade de escolha quanto à sua conveniência,
oportunidade, forma e conteúdo.

110) Dentre os atributos do ato administrativo, a imperatividade


A) garante ao Poder Público a execução de determinado ato administrativo, sem necessidade de intervenção
do Poder Judiciário.
B) autoriza a Administração Pública a executar os atos que não respeitaram os requisitos necessários para
sua formação válida, enquanto não decretada sua nulidade pelo Judiciário.
C) exige que os atos administrativos correspondam a figuras definidas previamente na lei como aptas a produzir
determinados resultados.
D) permite que determinado ato obrigacional expedido pela Administração Pública se imponha a terceiros,
independentemente de sua concordância.
E) é o resultado que a Administração quer alcançar com a prática de atos que conferem direitos solicitados
pelos administrados.

111) A entidade da Administração Indireta, com personalidade jurídica de direito privado, capital
exclusivamente público, criada para desempenhar atividades econômicas de interesse do Estado ou
para prestar serviços públicos, denomina-se:
A) autarquia;
B) fundação pública;
C) sociedade de economia mista;
D) empresa pública;
E) agência executiva.

112) A distribuição interna de competências administrativas entre os diversos órgãos que integram a
estrutura de um dos entes estatais denomina-se:
A) desconcentração;
B) descentralização;
C) desmembramento;
D) desdobramento;
E) especialização.

113) O ato administrativo que supre vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos à data em
que foi praticado, denomina-se:
A) invalidação.
B) retificação.
C) convalidação.

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D) conversão.

114) O ato revogador de um ato administrativo tem natureza:


A) declaratória.
B) constitutiva.
C) negativa.
D) extintiva.

115) Considere a seguinte hipótese: “O município desapropria um imóvel de propriedade de desafeto


do Chefe do Executivo com o fim predeterminado de prejudicá-lo”. O exemplo narrado
A) caracteriza hipótese de vício no objeto do ato administrativo.
B) corresponde a vício de forma do ato administrativo.
C) corresponde a vício no motivo do ato administrativo.
D) corresponde a desvio de finalidade.
E) não caracteriza qualquer vício nos requisitos dos atos administrativos, haja vista a competência
discricionária do Poder Público.

116) Sobre o poder disciplinar, é correto afirmar:


A) Existe discricionariedade quanto a certas infrações que a lei não define, como ocorre, por exemplo, com o
“procedimento irregular” e a “ineficiência no serviço”, puníveis com pena de demissão.
B) Há discricionariedade para a Administração em instaurar procedimento administrativo, caso tome
conhecimento de eventual falta praticada.
C) Inexiste discricionariedade quando a lei dá à Administração o poder de levar em consideração, na escolha
da pena, a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela provierem para o serviço público.
D) O poder disciplinar é sempre discricionário e decorre da supremacia especial que o Estado exerce sobre
aqueles que se vinculam à Administração.
E) É possível, em determinadas hipóteses, que a Administração deixe de punir o servidor comprovadamente
faltoso.

117) No que concerne ao poder de polícia, é correto afirmar:


A) É vedada a utilização de meios diretos de coação.
B) Constitui-se somente por atividades preventivas.
C) É puramente discricionário.
D) Incide sobre pessoas.
E) É possível a utilização de meios indiretos de coação.

118) No que diz respeito aos requisitos dos atos administrativos,


A) a competência, no âmbito federal, é, em regra, indelegável.
B) o desvio de finalidade ocorre apenas se não for observado o fim público.
C) o motivo, se inexistente, enseja a anulação do ato administrativo.
D) se houver vício no objeto e este for plúrimo, ainda assim não será possível aproveitá-lo em quaisquer de
suas partes mesmo que nem todas tenham sido atingidas pelo vício.
E) a inobservância da forma não enseja a invalidade do ato.

119) Incompetência é um defeito ou vício do ato administrativo, que ocorre:


A) na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou
seriedade do ato.
B) no ato que não se inclui nas atribuições legais do agente que o pratica.
C) nos casos em que o resultado pretendido pelo ato importa violação da Constituição, da lei ou de outro
preceito.
D) nos casos em que a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente
ou juridicamente inadequada ao resultado obtido.

120) A revogação do ato administrativo pressupõe:


A) Ato viciado que ainda não produziu efeitos.
B) Ato válido, independentemente da produção ou não de efeitos.
C) Ato simplesmente anulável.
D) Ato inexistente.
E) Ato viciado que já produziu efeitos.

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121) Assinale a alternativa correta: O ato pelo qual é aplicada pena disciplinar ao servidor público:
A) É ato vinculado da Administração.
B) É ato discricionário e de efeitos externos da Administração.
C) Não é ato sujeito à apreciação judicial.
D) Não é ato administrativo.
E) É ato discricionário.

122) Assinale a alternativa incorreta.


A) A inobservância da forma do ato administrativo acarreta a sua nulidade.
B) Quanto à composição da vontade, diz-se que o ato administrativo é complexo, se depender da vontade de
órgãos diversos, como é exemplo a nomeação do Procurador-Geral de Justiça.
C) Há revogação do ato administrativo, quando a retirada do mesmo se funda em razões de conveniência e
ilegalidade.
D) A recusa e a renúncia são as únicas causas promovidas por particular, que levam à extinção do ato
administrativo.
E) O ato administrativo válido e eficaz produz efeitos até sua revogação.

123) Ato administrativo complexo é:


A) aquele que versa sobre questões de difícil alcance.
B) aquele que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um é instrumental em
relação a de outro, que edita o ato principal.
C) aquele que depende da manifestação de vontade de um órgão colegiado.
D) aquele que depende da manifestação de vontade de um ou mais órgãos colegiados.
E) aquele que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, sejam eles singulares ou colegiados, cuja
vontade se funde para formar um ato único.

124) Ato administrativo inexistente é:


A) ato administrativo que não foi praticado.
B) ato administrativo que não chega a entrar no mundo jurídico por falta de um elemento essencial e que, em
consequência, não é passível de convalidação.
C) ato administrativo que embora padeça de graves vícios na sua formação é passível de ser objeto de
convalidação.
D) ato praticado com defeito de forma.
E) ato praticado com defeito de competência, podendo ser ratificado pela autoridade superior.

125) Na administração pública, os atos praticados devem atender à finalidade legal, atendendo ao
princípio da:
A) abrangência
B) disponibilidade
C) impessoalidade
D) hierarquia administrativa
E) eficiência

126) Com relação ao ato administrativo discricionário, é CORRETO afirmar que:


A) não pode haver, em hipótese alguma, controle judicial e a administração tem liberdade para atuar;
B) o controle judicial é possível, mas terá que respeitar a discricionariedade administrativa nos limites em que
ela é assegurada à administração pela lei;
C) a administração age compelida por motivos de força maior ou em estado de necessidade, sem o controle
judicial;
D) a administração se vincula apenas a uma lei de ordem pública, não podendo haver o controle judicial.

127) O ato administrativo que resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação por
parte de outro para se tornar exequível, denomina-se:
A) ato administrativo composto;
B) ato administrativo superior;
C) ato administrativo simples;
D) ato administrativo complexo.

128) Com relação aos atos administrativos, analise as afirmativas:


I - A Administração Pública, de oficio, tem competência para revogar e anular seus atos.

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II - O Poder Judiciário, quando provocado, pode revogar e anular atos administrativos praticados por qualquer
poder.
III - A anulação do ato administrativo produz efeitos ex tunc, retroagindo à data de elaboração do ato. São
verdadeiras somente as afirmativas:
A) I e II;
B) I e III;
C) II e III;
D) I, II e III;
E) nenhuma.

129) O ato administrativo que ''resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação por
parte de outro, para se tornar exequível'', é denominado:
A) complexo;
B) composto;
C) constitutivo;
D) abdicativo;
E) suspensível.

130) A espécie de ato administrativo compatível com a licença é:


A) ato enunciativo;
B) ato negocial;
C) ato ordinatório;
D) ato discricionário;
E) ato normativo.

131) Assinale a alternativa que NÃO indica um dos elementos do ato administrativo:
A) competência;
B) finalidade;
C) objeto;
D) capacidade;
E) forma.

132) Na divisão dos atos administrativos em espécies, a certidão administrativa é considerada um ato:
A) enunciativo;
B) negocial;
C) normativo;
D) ordinatório;
E) punitivo.

133) O desvio de poder, em matéria de atos administrativos, configura vício relativo ao elemento:
A) agente.
B) forma.
C) objeto.
D) motivo.
E) finalidade.

134) A revogação de um ato administrativo de caráter normativo geral:


A) não é possível.
B) só pode ser feita pela própria Administração, de ofício ou mediante a provocação de qualquer interessado.
C) só pode ser feita pelo Poder Judiciário, mediante a provocação de qualquer interessado.
D) só pode ser feita pelo Poder Judiciário, mediante a provocação da própria Administração.
E) pode ser feita pela própria Administração, de ofício ou mediante a provocação de qualquer interessado, ou
pelo Poder Judiciário, mediante a provocação de qualquer interessado.

135) São sempre vinculados, nos atos administrativos, os requisitos, também denominados elementos:
A) motivo e sujeito;
B) objeto e forma;
C) sujeito e finalidade;
D) motivo e objeto;
E) finalidade e motivo.

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136) O desfazimento do ato administrativo, em virtude de determinação judicial, por razões de
ilegalidade, denomina-se:
A) rescisão;
B) anulação;
C) conversão;
D) revogação;
E) caducidade.

137) Diz-se que os atos administrativos são vinculados quando:


A) a autoridade incompetente deixa de observar dispositivo constitucional obrigatório quando deveria fazê-lo;
B) a sentença judicial é proferida por Juiz competente que determina o desfazimento do ato em processo
judicial;
C) observam corretamente os princípios constitucionais da moralidade administrativa e da razoabilidade;
D) a lei estabelece que, diante de determinados requisitos, a Administração deve agir de determinada forma;
E) o administrador público os pratica com independência do voto do Conselheiro Presidente do Tribunal de
Contas.

138) Considerando as noções doutrinariamente fixadas acerca dos atos administrativos em espécie,
identifique a alternativa INCORRETA:
A) autorização é ato administrativo discricionário baseado no Poder de Polícia do Estado sobre a atividade
privada;
B) aprovação é o ato unilateral e vinculado pelo qual se exerce o exame a priori ou a posteriori de um outro ato
administrativo;
C) homologação é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade de
um ato jurídico;
D) admissão é ato administrativo vinculado que confere ao indivíduo, desde que preenchidos os requisitos
legais, o direito de receber um serviço público;
E) através de um ato administrativo de permissão a Administração pode delegar a um particular, sempre
através de prévia licitação, a prestação de um serviço público.

139) São efeitos do ato administrativo:


A) Próprios e impróprios.
B) Imperatividade e autoexecutoriedade.
C) Exigibilidade e presunção de legitimidade.
D) Ordinários e especiais.

140) Com relação à revogação do ato administrativo, é incorreto afirmarmos que:


A) Pode ser total ou parcial.
B) A revogação só pode dar-se por outro ato administrativo da mesma natureza, vigorando desta forma o
''princípio do paralelismo''.
C) Atos que geram direitos adquiridos não são revogáveis.
D) O ato administrativo ilegal é passível de revogação, sendo esta a forma mais adequada para sua extinção.

141) Analise as afirmações abaixo, com respeito aos atos administrativos.


I - A licença é ato discricionário.
II - A permissão é ato vinculado e precário, podendo ser gratuita ou onerosa.
III - O decreto é ato de competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo.
IV -O parecer é obrigatório para a Administração quando a lei o exige como pressuposto para a prática do ato,
não podendo ser contrariado pela autoridade competente para prolatar a decisão.
V - Denomina-se visto o ato administrativo pelo qual a Administração controla outro ato emanado dela própria
ou do administrado aferindo sua legitimidade formal para dar-lhe exequibilidade.
Estão corretas as afirmações:
A) II e IV, apenas.
B) III e IV, apenas.
C) III e V, apenas.
D) I, II e III, apenas.
E) I, IV e V, apenas.

142) Sobre os atos administrativos é INCORRETO afirmar:

55
A) Independentemente da análise da classificação em discricionário ou vinculado, todos os atos administrativos
são passíveis de exame pelo Poder Judiciário, sem qualquer distinção e sob qualquer fundamento.
B) O sujeito, o objeto, a forma, o motivo e a finalidade são elementos do ato administrativo.
C) A presunção de legitimidade e veracidade, a imperatividade, a autoexecutoriedade, e a tipicidade são
atributos que diferem os atos administrativos dos atos de direito privado.
D) São espécies de atos administrativos a autorização, a permissão, o parecer, o alvará e o decreto.
E) A revogação de um ato administrativo só poderá ser realizada pela Administração Pública e os seus efeitos
somente se produzirão a partir da data da revogação, não retroagindo.

143) Admitindo-se o critério de classificação dos atos administrativos entre discricionários e


vinculados, a opção que contém somente atos vinculados é:
A) autorização para porte de arma e admissão;
B) licença para construir e autorização para porte de arma;
C) admissão e licença para construir;
D) admissão e aprovação;
E) autorização para porte de arma e aprovação.

144) O ato administrativo que cria nova situação jurídica individual para seus destinatários em relação
à Administração chama-se:
A) alienativo;
B) constitutivo;
C) modificativo;
D) declaratório;
E) extensivo.

145) A atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direitos, interesses ou


liberdades individuais, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão do interesse público, nos
limites da lei e com observância do devido processo legal, constitui mais propriamente o exercício do
poder:
A) de domínio
B) de polícia
C) disciplinar
D) hierárquico
E) regulamentar

146) O ato administrativo que não está apto para produzir os seus efeitos jurídicos, porque não
completou todas as etapas necessárias para a sua formação, denomina-se:
A) ato pendente
B) ato inválido
C) ato composto
D) ato imperfeito
E) ato consumado

147) A revogação é a invalidação do ato administrativo:


A) viciado
B) baixado por autoridade incompetente
C) sem motivo
D) que se tornou inconveniente
E) com desvio de finalidade

148) No que concerne à competência para sua edição o ato administrativo será sempre:
A) composto;
B) informal;
C) discricionário;
D) vinculado;
E) complexo.

149) Com relação aos atos administrativos, assinale a opção correta.


A) Todos os atos praticados pela administração pública submetem-se ao regime dos atos administrativos.
B) Só se pode considerar ato administrativo aquele praticado por servidor público regularmente nomeado.

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C) Em razão do princípio da legalidade, apenas os agentes públicos competentes podem praticar, validamente,
atos administrativos, sendo que, devido ao mesmo princípio, a competência de um agente não pode, em
hipótese alguma, ser objeto de delegação ou avocação.
D) Enquanto o motivo indica a situação que dá ensejo à prática do ato administrativo, o móvel corresponde à
intenção do agente que o praticou.
E) A revogação do ato administrativo só pode ser total, não parcial.

150) A anulação do ato administrativo se dá em razão de:


A) ilegalidade, produzindo efeito ex tunc;
B) inconveniência, produzindo efeito ex nunc;
C) ilegalidade, produzindo efeito ex nunc;
D) inconveniência, produzindo efeito ex tunc;
E) inoportunidade, produzindo efeito ex tunc.

Gabarito

01 - C 02 - B 03 - D 04 - C 05 - B 06 - D 07 - C 08 - B 09 - B 10 - B
11 - C 12 - C 13 - D 14 - B 15 - A 16 - D 17 - E 18 - D 19 - A 20 - D
21 - A 22 - C 23 - D 24 - A 25 - B 26 - B 27 - A 28 - C 29 - D 30 - D
31 - A 32 - C 33 - B 34 - C 35 - A 36 - C 37 - B 38 - D 39 - A 40 - C
41 - E 42 - E 43 - D 44 - C 45 - B 46 - A 47 - E 48 - D 49 - B 50 - A
51 - D 52 - B 53 - D 54 - C 55 - A 56 - A 57 - A 58 - D 59- C 60 - B
61 - C 62 - C 63 - E 64 - A 65 - D 66 - B 67 - C 68 - D 69 - C 70 - D
71 - A 72 - C 73 - B 74 - D 75 - B 76 - C 77 - E 78 - C 79 - D 80 - B
81 - E 82 - A 83 - D 84 - A 85 - D 86 - C 87 - A 88 - A 89 - E 90 - D
91 - A 92 - D 93 - B 94 - C 95 - C 96 - C 97 - A 98 - D 99 - C 100 - E
101 - A 102 - D 103 - A 104 - B 105 - E 106 - D 107 - D 108 - C 109 - B 110 - D
111 - D 112 - A 113 - C 114 - B 115 - D 116 - A 117 - E 118 - C 119 - B 120 - B
121 - A 122 - C 123 - E 124 - B 125 - C 126 - B 127 - A 128 - B 129 - B 130 - B
131 - D 132 - A 133 - D 134 - B 135 - C 136 - B 137 - D 138 - B 139 - A 140 - D
141 - E 142 - A 143 - C 144 - B 145 - B 146 - D 147 - D 148 - D 149 - D 150 - A

Servidores Públicos
Organização do serviço público; normas constitucionais pertinentes; deveres e direitos dos
servidores; responsabilidade dos servidores.

Artigo 37da CF- A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:"

Princípio da Eficiência - A Emenda Constitucional de nº19/98 denominada de "Reforma Administrativa"


tornou expresso mais um princípio a ser observado pela administração pública que é o "princípio da eficiência",
o qual pode ser entendido como o dever de boa administração.

A introdução do princípio da eficiência na Emenda Constitucional 19/98 (Reforma Administrativa), tem por
objetivo tornar a administração pública mais eficaz proporcionando agilizar um melhor atendimento ao cidadão,
com uma escalada cada vez maior, no processo de desburocratização

Princípio da Legalidade - Este princípio, já apresentado no artigo 5º, inciso II, "ninguém será obrigado a fazer
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da Lei", aplica-se a administração pública de forma rigorosa
e especial para o administrador, pois tudo deve ser realizado de acordo com Lei, sob pena de praticar um ato
que viole a norma jurídica. Portanto na administração pública só se pode fazer o que a Lei determina ou
autoriza.

Princípio da Impessoalidade - É um desdobramento do princípio da isonomia (artigo 5º - caput)


O princípio da impessoalidade visa a garantir a neutralidade da administração, proporcionando aos

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administradores, tratamento que afaste qualquer espécie de discriminação ou favorecimento, pois qualquer ato
deve ser de interesse público e nos estritos termos da Lei, caso contrário estará sujeito a invalidação por desvio
de finalidade, por meio da ação popular.
O concurso para ingresso no serviço público, é um exemplo da aplicação prática deste princípio, pois a
administração é neutra, não havendo qualquer tipo de discriminação ou favorecimento em benefício de alguém.

Princípio da Moralidade ou da Probidade Administrativa - Não se refere a moral comum como a


concebemos, mas a um conjunto de regras éticas que norteiam a Administração Pública.
Este princípio exige que haja validade entre os meios empregados e os fins a atingir.

Por exemplo: O Estado deseja melhorar a segurança pública e os serviços de saúde.


Para alcançar seus objetivos, eleva os impostos para conseguir verbas com o objetivo de comprar viaturas
para a polícia e aumentar o número de investigadores e policiais militares, bem como contratar médicos, e abrir
novos postos de saúde.
Se a população receber tais benefícios com o aumento de impostos, a administração estará satisfazendo o
princípio da moralidade.

Princípio da Publicidade - É a divulgação de atos (Leis, Decretos, contratos administrativos, etc.), para o
conhecimento público em geral e início da produção de seus efeitos.
A publicidade se faz nos diários oficiais da União, do Estado e do Município conforme a competência ou por
meio de editais afixados em lugares próprios para a divulgação dos referidos atos, para que a coletividade em
geral, deles tome conhecimento.
Estes atos exigem publicidade para adquirirem validade universal, isto é, perante as partes, terceiros e ao povo
em geral, proporcionando ainda aos administradores o conhecimento dos atos praticados pela administração.

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;"
A reforma administrativa tornou possível a um estrangeiro tornar-se funcionário público, com o objetivo
de atrair pesquisadores, técnicos especializados e professores, que possam contribuir para com o
desenvolvimento tecnológico do Brasil.
Cargos como contínuo, coletores de lixo, datilógrafos, também poderão ser ocupados por estrangeiros, pois o
texto constitucional não impõe limitações quanto a especificidade dos cargos.
A Lei que disciplinará o ingresso de estrangeiros na administração pública, ainda não foi promulgada.

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público


de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;"
Este inciso extinguiu as formas de provimento derivado vertical, como a ascensão, o acesso e a
promoção, mantendo apenas os provimentos derivados horizontais (transferência, readaptação e remoção)
por reingresso (reversão, aproveitamento, reintegração e recondução).
Veja que, por ele, qualquer troca de cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público.
A Emenda à Constituição 19/98 abriu as portas, perigosamente, a realização de concursos públicos
simplificados, variáveis com a "natureza e a complexidade do cargo ou emprego".
No caso das paraestatais, o concurso público tem o significado de processo seletivo, na forma dos respectivos
regulamentos internos, sendo necessário que haja, porém, e necessariamente, competição e igualdade.
Ainda sobre esse inciso, na parte final, o STF julgou que criação de cargos em comissão em moldes artificiais
e não condizentes com a praxe configura inaceitável esvaziamento da exigência constitucional do concurso
público.
Por este inciso, estão inconstitucionais:
 as transposições, sob qualquer fundamento;
 as diferenciações com base em idade e sexo, por ferir o art. 7º, XXX.

A não ser que o órgão que esteja realizando o concurso público demonstre que as funções dos cargos excluem
determinadas faixas de idade.
Os concursos internos são constitucionais, desde que apenas se prestem a elevação de servidor na carreira,
por promoção ou acesso, conforme a lei.

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III - o prazo de validade do Concurso Público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;
A Administração pode fixar qualquer prazo inicial para o concurso público, até dois anos, contados, da
abertura do certame, segundo Diógenes Gasparini.
Se o Edital nada disser sobre o prazo, presume-se que é fixado pelo teto.
A renovação única deverá ser no máximo pelo prazo inicialmente determinado:
- Se um ano, por outro;
- Se dois meses, por outros dois meses.

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em


Concurso Público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados, para assumir cargo ou emprego, na carreira.
O Concurso Público é o único meio para alguém ingressar no serviço público. A nova Constituição impõe
a necessidade do Concurso Público para todos aqueles que desejam ingressar nos quadros públicos de
pessoal, excetuada a nomeação para cargos declarados em Lei, de provimento em comissão, que pela sua
natureza, inviabilizariam a realização do certame
O concurso deve ser público, extensivo a todos aqueles que preencham os requisitos dispostos na Lei e no
correspondente edital, ao qual se impõe ampla publicidade, sendo vedado, pois, o denominado concurso
interno restrito aos que já são servidores públicos.
Diz-nos, ainda, o texto constitucional que o concurso deve ser de provas ou de provas e títulos. A pontuação
atribuída aos títulos não deve superar a conferida as provas, a fim de que a aprovação seja decidida pela
competição das provas e os títulos computados apenas para classificação.
Nesta modalidade, os candidatos deverão apresentar seus títulos (doutor, mestre, especialista), livros
publicados, teses defendidas, aprovação em outros Concursos Públicos, etc.

Nomeação - É o ato formal pelo qual o poder público atribui um cargo a pessoa estranha a seus quadros de
pessoal.

Exoneração - É a dispensa de um funcionário público não estável (nomeado), deliberado a juízo exclusivo da
autoridade competente.

Comissão - Preenchimento de cargo ou função em caráter temporário, através de nomeação, por um


funcionário pertencente a administração pública, com a finalidade de prestigiar os quadros públicos de pessoal.

Observação: Tanto a nomeação quanto a exoneração dos ocupantes dos cargos são livres, não havendo,
portanto, estabilidade.

Não é proibida a abertura de novos concursos dentro do prazo de validade de outros, mesmo que ainda haja
candidato aprovado. A constituição apenas proíbe que os aprovados no novo certame sejam convocados antes
dos habilitados pelo anterior, durante o prazo de validade daquele.
O inciso IV assegura o direito de convocação (direito de não ser preterido) aos aprovados no Concurso Público,
durante o prazo estabelecido no edital de convocação, que é improrrogável, podendo ser dilatado apenas uma
única vez.
Tais prazos são distintos, sendo que no primeiro período de validade não pode ser realizado outro concurso.
No segundo período de validade (prorrogação) e daí para a frente, a administração poderá realizar novo
concurso, mas estará obrigada a respeitar a prioridade dos concursados aprovados no concurso anterior, para
somente depois admitir os aprovados no novo concurso.

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo,


e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;"
A redação da EC-19/98 veio eliminar o aconselhamento contido na redação original da Constituição,
onde se dizia que os cargos em comissão e as funções de confiança seriam exercidos, "preferencialmente",
por servidores de carreira, previsão essa que reconhecemos inócua nas edições anteriores a este material. A
nova redação dada pela Emenda citada, tecnicamente superior à anterior, estabelece que as funções de
confiança são exclusivas de servidores de carreira; em outra passagem, separando os tipos que não deveriam
estar juntos, prevê que os cargos de provimento em comissão destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento, no que anda bem, já que o Supremo Tribunal Federal vem decidindo, e a partir dele

59
outros Tribunais, que não é qualquer cargo que pode ser provido em comissão, mesmo que assim esteja
previsto em lei, sendo que somente se admite essa forma de provimento para cargos com determinadas
atribuições, as quais são, em síntese, as contidas na nova redação deste dispositivo. Ainda, é determinado
que os cargos em comissão serão ocupados por um mínimo de servidores de carreira, percentual esse que
deverá ser fixado em lei. As vagas restantes são de provimento livre.

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;


Mas não ao servidor público militar, segundo o art. 42, § 5º.

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;"
Tem-se aqui norma de eficácia limitada, segundo resultou do julgamento, pelo STF, do mandato de
injunção nº 20. Segundo o entendimento do STF, somente após o advento dessa lei complementar será lícito
ao servidor fazer greve, mas o STJ, julgando o MS 2.677, afirmou o contrário, reconhecendo o direito à greve
sem que se exija a lei complementar referida, cuja ausência será suprida pelos princípios jurídicos e pela
legislação que disciplinar a matéria.
Com o advento da Emenda à Constituição 19, esse assunto deixa de ser objeto de lei complementar, passando
a poder ser cuidado por lei ordinária específica. A sua condição de eficácia, contudo, permanece a mesma.
Desse choque de orientações jurisprudências prevalece a do Supremo Tribunal Federal, guardião da
Constituição que é, nos termos do art. 102, caput.

VIII - a Lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas de deficiência e
definirá os critérios de sua admissão.
O inciso VIII trata de outra novidade constitucional, que visa a assegurar o ingresso do deficiente físico
no funcionalismo público, reservando para estes cargos compatíveis as suas deficiências e aptidões
profissionais.
A necessidade de Lei para assegurar ao deficiente acesso ao serviço público, parece a primeira vista
dispensável. Isto porque, recusar a admissão de deficientes em cargos, funções ou empregos públicos, desde
que reúnam condições para exercê-los, seria incorrer em discriminação afrontosa a própria Lei Magna (artigo
5º "caput") dos direitos e garantias fundamentais, já mencionados diversas vezes em nosso estudo.
O estatuto do servidor público civil, Lei 8112/90 determina que sejam reservadas 20% das vagas aos
deficientes.

IX - a Lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado por necessidade temporária
de excepcional interesse público.
Deverão ser atendidos, nesses casos, os princípios da razoabilidade e da moralidade. O contratado sob
este fundamento não é beneficiado nem pode reivindicar qualquer direito à permanência no serviço público,
sendo impositivo, para isso, a submissão ao concurso público de provas ou provas e títulos.

Há períodos no serviço público que o volume de tarefas a serem realizadas, torna-se desproporcional em
relação ao número de funcionários públicos. É quando a administração adota como solução temporária, a
contratação de profissionais objetivando a atender o interesse público;

Estes funcionários contratados obedecerão ao regime da C.L.T. (Consolidação das Leis Trabalhistas), e,
portanto, sem direito a estabilidade.

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente


poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;"
A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do artigo 39 (consultar), somente
poderão ser alteradas ou fixadas mediante Lei específica, levando-se em consideração as remunerações
respectivas devidas aos Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais.
Sendo ainda assegurada revisão geral sempre na mesma data e sem diferenças de índices.
Subsídio - É uma ajuda financeira concedida pelos governos Federal, Estadual e Municipal, destinada a
remunerar o Presidente, Vice-Presidente da República, Ministros e os membros que integram o Poder
Legislativo: Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais e Vereadores.

O subsídio é dividido em duas partes: uma fixa que se paga mensalmente no decurso do ano e outra variável
correspondente ao comparecimento nas sessões.

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Esta remuneração por sessão é designada como cédula, mais conhecida como "jeton". É uma bonificação de
presença não recebendo-a os deputados e senadores que não comparecem as chamadas.
O subsídio difere da ajuda de custo e das contribuições devida pela presença nas sessões. A ajuda de custo
visa o ressarcimento dos gastos com transporte e instalação.

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da


administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito
do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
Cumpre-se ressaltar que o direito adquirido será preservado, mesmo porque se constitui em cláusula
pétrea da Constituição Federal, não podendo, portanto, ser alterada por emendas constitucionais.
Consequentemente, quem tiver vencimentos superiores aos dos Ministros do Supremo Tribunal Federal
continuará a recebê-los, pois a Lei não tem efeito retroativo, especialmente no que se refere a esse direito. O
Supremo Tribunal Federal decidiu que a norma do artigo 29 da emenda constitucional nº 19/1998 não é
autoaplicável, declarando que esta regra será amplamente discutida, depois que for editada Lei pelo Congresso
Nacional, que deverá resultar de projeto de iniciativa conjunta do Presidente da República, do Presidente da
Câmara dos Deputados, do Presidente do Senado e do Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Vencimentos - Este termo é utilizado na prática como sinônimo de remuneração.

Provento - Rendimento.

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
Através desse inciso verificamos que a atual Constituição garante que os funcionários públicos de todos
os poderes (executivo, Legislativo, Judiciário) que exercerem atividades semelhantes terão vencimentos
equiparados.
Esses vencimentos não poderão ser superiores aos pagos pelo poder executivo.

Exemplo: Um faxineiro do poder legislativo, não poderá ganhar mais que o faxineiro do poder executivo

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de


remuneração de pessoal do serviço público;"
A Constituição atual proíbe a vinculação de vencimentos (remuneração) entre categorias de funcionários,
o que era permitido pela Constituição anterior.
Por exemplo: Estabelecia-se que os fiscais ganhariam 50% do que recebiam os Secretários de Estado. Então,
quando estes últimos recebiam aumento, os primeiros automaticamente eram aumentados.
Atualmente a Constituição proíbe este tipo de vinculação relativa aos vencimentos, bem como a equiparação.

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;"
Os acréscimos pecuniários ao padrão de vencimentos dos servidores públicos são admitidos pela
Constituição, que proíbe, porém, seu cômputo ou acumulação para fins de acréscimos ulteriores. É a proibição
do chamado "repique" que consiste na incidência de adicionais sobre adicionais.
Vale dizer que só podem ser recebidos singelamente sem acumulações de qualquer natureza, isto é, não se
somam ao vencimento para constituição da base sobre a qual eles mesmos incidiram.
Como era
Um servidor público cujo vencimento fosse de R$ 500,00 e recebesse três quinquênios, sendo cada um dos
adicionais equivalente a 5% do salário, receberia;
1o quinquênio
R$ 500,00 + 25,00 (5% sobre o salário base que é R$ 500,00) = R$ 525,00

61
2o quinquênio
R$ 525,00 + 26,25 (5% sobre a nova base que agora é R$ 525,00) = R$ 551,25
3o quinquênio
R$ 551,25 + 27,56 (5% sobre a nova base que agora é R$ 551,25) = R$ 578,81

Como é agora
1o quinquênio
R$ 500,00 + 25,00 (5% sobre o salário base de R$ 500,00) = R$ 525,00
2o quinquênio
R$ 525,00 + 25,00 (5% sobre o salário base de R$ 500,00) = R$ 550,00
3o quinquênio
R$ 550,00 + 25,00 (5% sobre o salário base de R$ 500,00) = R$ 575,00

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis,


ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;"
A expressão, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI, quer dizer que, a soma do "salário"
dos dois cargos públicos não poderá exceder "o subsídio mensal em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal".

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver


compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
Conforme o dispositivo, um professor pode lecionar em duas escolas públicas. Assim, se foi aprovado em
dois concursos públicos, um da rede municipal de ensino e outro da rede estadual, poderá acumular dois
cargos, lecionando numa escola municipal e também numa escola estadual. Poderá também lecionar em duas
escolas municipais ou em duas escolas estaduais ou federais.
Um técnico ou cientista pode acumular dois cargos públicos remunerados, desde que o outro seja o de
professor. É o caso, por exemplo, de um pesquisador da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de São Paulo) que lecione numa Universidade Estadual ou Federal.
O médico poderá ocupar também dois cargos privativos de médico. Isto significa que ele poderá exercer, por
exemplo, suas atividades em dois hospitais públicos; um estadual e outro municipal ou federal. O que a
Constituição não permite é que ele ocupe dois cargos públicos, sendo um deles diferente do cargo de médico,
como por exemplo, ser médico de um hospital estadual e chefe de serviço de contas a pagar da prefeitura de
sua cidade.

OBS: Cargos Privativos - São cargos que só podem ser ocupados por pessoas que tenham diploma e
habilitação para o exercício de determinada profissão. Portanto, o cargo privativo de médico é aquele que só
pode ser ocupado por alguém que seja diplomado e habilitado para o exercício da medicina.

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,


empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
ou indiretamente, pelo poder público;
Inciso que alarga a expressivamente a regra da inacumulabilidade, para abranger também a
administração indireta.
A nova redação deste dispositivo, imposta pela Emenda à Constituição nº 19/98, veio alargar ainda mais o
âmbito da inacumulabilidade, para incluir nas regras também cargos nas subsidiárias de entidades da
administração indireta e as sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público.

XVIII - a administração fazendária e seus serviços fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da Lei; a
Constituição assegura à Fazenda Pública e seus fiscais, prioridade sobre qualquer outro setor da
administração, significando que poderão ter acesso a todo tipo de informação, mesmo aquela que
deveria ser comunicada a outra repartição pública. Assim, os servidores públicos responsáveis pela
fiscalização, devem ter acesso a tudo que se refere ao dinheiro público, para verificar se os tributos
estão sendo pagos ou não ou adotar medidas judiciais para cobrança de tributos não recolhidos.

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Inciso que assegura privilégio interno, administrativo, aos servidores da Fazenda e aos demais que
exerçam atividades a ela ligadas.

XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último
caso, definir as áreas de sua atuação;"
Somente por Lei específica poderá ser criada Autarquia e autorizada a instituição de Empresa Pública,
de Sociedade de Economia Mista e de Fundação, cabendo à Lei Complementar, neste último caso, definir as
áreas de sua atuação. A reforma administrativa estabeleceu que as autarquias somente poderão ser criadas
por meio de Lei específica, isto é, especial.
Para a criação de Empresa Pública, de Sociedade de Economia Mista e de Fundação, há necessidade também
de Lei específica, autorizando o governo a criá-las, o que se dará naturalmente por Decreto.
Finalmente, a área de atuação de uma Fundação Pública deverá ser definida em Lei Complementar.

Lei Complementar - Lei elaborada pelo Presidente da República, por comissão do Congresso Nacional, ou
de qualquer de suas casas.
Decreto - determinação escrita, emanada do chefe do Estado, ou de outra autoridade superior.

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades


mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
A primeira conclusão que se impõe é a de que, para criar subsidiárias das entidades mencionadas no
inciso anterior, não se poderá usar lei. Se isso fosse possível, a redação seria tão clara quanto é a do inciso
anterior, onde se fala de "lei". Mas não. Aqui, o que se exige, é uma autorização legislativa, que, por ser
autorização, pressupõe um pedido, e que será uma manifestação do Legislativo diferente de lei, assumindo a
forma de decreto legislativo.

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações


serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da Lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
A contratação de empresas pela administração pública para a construção de obras, serviços, compras e
alienações é realizada mediante processo de licitação pública (concorrência pública).
O processo de licitação é democrático, pois assegura, a todos os concorrentes, igualdades de condições para
obtenção do contrato. Por outro lado, esta forma de seleção possibilita a administração pública contratar a
empresa que oferecer o melhor serviço pelo menor preço.

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens, que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Expressão da impessoalidade administrativa. Qualquer sinal indicativo, frase, palavra ou o que quer que
seja, que leve à identificação da pessoa que exerça atividade pública é inconstitucional. Note que nada se fala
quanto à possibilidade de identificação de entidade, como partido político, por exemplo, que, por isso, poderá
ser feita, a princípio.

§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição de
autoridade responsável, nos termos da Lei.
O que se pune aqui é a inobservância dos princípios referentes ao concurso público. A nulidade do ato
não está condicionada a um determinado tempo, pelo que poderá ser reconhecida e declarada a qualquer
momento.

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e


indireta, regulando especialmente:

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I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de
serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o
disposto no art. 5º, X e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
administração pública."
Usuário é cada um daqueles que usam ou desfrutam alguma coisa coletiva, ligada a um serviço público
ou particular, exercendo seu direito de uso.
A participação do cidadão na administração pública, será prevista na Lei que regulamentará seu acesso aos
registros administrativos, bem como as informações sobre atos do governo, observado o disposto no artigo 5º,
inciso X e XXXIII, incluindo a representação contra o servidor que abusar do cargo que ocupa ou for negligente
para com seus deveres.
A Lei, preverá também o encaminhamento de reclamações relativos a prestação de serviços públicos em geral.

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda


da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em Lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

§ 5º - A Lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
Improbidade significa mau caráter, desonestidade, maldade. No que concerne ao assunto em pauta,
improbidade administrativa é a desonestidade praticada na administração, por qualquer agente servidor público
ou não, que será punida com a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em Lei, e ainda sofrendo o agente a ação
penal cabível.
O parágrafo 5º assegura que a Lei estabelecerá os prazos de prescrição para os ilícitos praticados,
ressalvando-se as respectivas ações de ressarcimento. Ora, todo direito deve ser exercido dentro de um
determinado espaço de tempo, caso contrário ocorrerá a prescrição, isto é, este direito não poderá mais ser
exercitado.
Portanto, se o poder público não processar e punir o agente da infração dentro de um prazo pré-fixado em Lei,
não mais poderá fazê-lo.
Por determinação constitucional será criada uma Lei que fixará os prazos constitucionais.
A Lei 8424/92 de junho de 1992 disciplinou a responsabilidade civil daqueles servidores públicos que
cometerem atos de improbidade administrativa. Para tais atos os prazos prescricionais estão definidos no art.
23 que dispõe que "as ações destinadas a levar a efeito as sanções previstas nesta Lei podem ser propostas":
I - Até cinco (5) anos após o término do exercício do mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança.
II - Dentro do prazo prescricional previsto em Lei específica, para faltas disciplinares puníveis a bem do
serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego

§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços


públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Os serviços públicos são prestados tanto pelas pessoas jurídicas de direito público (União, Estado,
Município), como pelas pessoas jurídicas de direito privado (indústrias, estabelecimentos comerciais, enfim,
particulares em geral).
Se na execução desses serviços, for constatado algum prejuízo a qualquer pessoa, esta deverá ser indenizada
Essa indenização será paga pelo prestador de serviço seja ele administração pública ou o particular. Caso
esse último não possuir condições financeiras para ressarcir o prejuízo pelo qual é responsável, a
administração pública arcará com a indenização.
Entretanto, é importante ressaltar que o causador do dano, seja ele um funcionário público ou funcionário de
uma empresa particular, poderão ser obrigados a pagar o prejuízo que causaram caso fique provado dolo ou
culpa.
Nestas circunstâncias o dispositivo assegura o direito de regresso do valor correspondente ao dano que foi
causa de indenização contra os responsáveis nos casos de dolo ou culpa, pois os valores pagos pela
administração pública ou particulares a título de indenização, deverão ser cobrados do funcionário público ou
particular para reembolsar o valor da indenização que foi paga
A única hipótese para que a administração não indenize ou indenize com valor menor que o prejuízo, somente

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ocorrerá caso ela provar a culpa ou dolo da empresa particular.

§ 7º - A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da


administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas."
É óbvio que a administração pública constitui-se num núcleo de informações extremamente importantes
e, que se forem conhecidas por indivíduos inescrupulosos, poderão trazer prejuízos as pessoas, ao país, bem
como poderá beneficiar de forma criminosa àqueles que conseguirem a posse dessas informações.
O conteúdo do parágrafo é claro, pois determina que Lei Ordinária estabelecerá condições especiais para a
ocupação do cargo onde seu titular tenha acesso a informações privilegiadas. Um dos objetivos ao que parece
se refere aos cargos de direção ou chefia superior.

Exemplo: Um funcionário do Banco Central que tomando ciência com antecipação que o dólar seria valorizado
em relação ao real dentro de poucos dias, comprasse, baseado nessa informação, alguns milhares de dólares
conseguindo assim um lucro significativo com esta operação.

§ 8º - A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração


direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o
poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos
dirigentes;
III - a remuneração do pessoal."
A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e
indireta poderá ser ampliada, permitindo assim, que as metas fixadas de desempenho sejam atingidas, gerando
maior eficiência na prestação dos serviços públicos típicos e atípicos.
O parágrafo em pauta refere-se a APO (Administração por Objetivos), corrente administrativa cuja ideologia é
transferir a atenção e os esforços dos dirigentes, das atividades para os objetivos.
O dispositivo, refere-se também a duração do contrato, fator significativo e indicador de que haverá prazo
estabelecido para o cumprimento das metas, bem como mecanismos pré-estabelecidos de fiscalização e
controle.
Quanto a remuneração da pessoa, esta poderá ter um tratamento diferenciado em relação as regras gerais,
sugerindo este parágrafo que esta remuneração seja relacionada as entidades da administração indireta, como
as Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas, que poderão remunerar seus funcionários com
valores superiores à aqueles fixados pela própria Constituição, alegando que precisam captar no mercado,
profissionais de alto nível cuja remuneração nas empresas privadas de destaque, são geralmente mais
elevados que o teto pago pelos serviços públicos.

§ 9º - O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista,


e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral."
De notável nesse parágrafo é o fato de ele isentar as entidades paraestatais dos tetos de remuneração
previsto pela Constituição Federal que corresponde ao salário dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

§ 10 - É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou


dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em
lei de livre nomeação e exoneração."
Antes desse parágrafo ser acrescentado pela Emenda Constitucional nº 20 /98 (Reforma da Previdência),
era ato comum, que funcionários se aposentassem com tempo especial de aposentadoria.
Caso conquistassem um novo cargo público através de concurso, além de gozar dos benefícios da
aposentadoria passavam a receber também os vencimentos do novo cargo. Portanto, recebiam duas
remunerações distintas; uma, referente a aposentadoria, e a outra do novo cargo ocupado.
Atualmente, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal, foi proibida a acumulação de proventos de
aposentadoria e de vencimentos, ressalvados apenas os cargos acumuláveis na forma da Constituição atual,
os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em Lei de livre nomeação e exoneração.

Neste parágrafo três fatos podem ser evidenciados:

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A Emenda Constitucional 20 / 98 assegurou expressamente, o direito adquirido aos membros do poder e aos
inativos, servidores e militares.

O artigo 11 da Emenda 20 / 98 dispõe que "a vedação prevista no art. 37 § 10, da Constituição, não se aplica
aos membros do poder e aos inativos, servidores e militares, que até a publicação desta Emenda tenham
ingressado novamente no serviço público por concurso público em provas ou de provas de títulos, e pelas
demais formas previstas na Constituição, sendo-lhes proibida a percepção de mais de uma aposentadoria pelo
regime de previdência ao que se refere o art. 40 da Constituição, aplicando-se-lhes, em qualquer hipótese, o
limite de que trata o parágrafo 11 desse mesmo artigo.

Ora, o Inciso 11 do art. 37 refere-se ao teto salarial previsto pela Constituição e que corresponde ao do Ministro
do Supremo Tribunal Federal. Portanto é evidente que a soma dos proventos da aposentadoria mais os
vencimentos oriundos do novo cargo, jamais poderão superar ao salário do Ministro do Supremo Tribunal
Federal.

Por outro lado, o servidor aposentado e que foi nomeado após ser aprovado em um novo Concurso Público,
não poderá se aposentar no novo cargo, pois de acordo com o regime de previdência do servidor público (art.
40 / CF ficou proibida o recebimento de mais de uma aposentadoria).

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e
ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica,
como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado
a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais
e Distritais e dos Vereadores." (NR)

§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo
cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e
o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo,


emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento
do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por


morte a seus dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não
seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

Servidor e Funcionário Público


O servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo público. Com o advento do novo Estatuto
dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais (L-008.112-1990),
a antiga denominação funcionário público foi substituída pela de servidor público.

Cargos Públicos
Na organização do serviço público a Administração cria cargos e funções, institui classes e carreiras, faz
provimentos e lotações, estabelece vencimentos e vantagens e delimita os deveres e direitos de seus
servidores.
Cargo público é o lugar instituído na organização do serviço público, com denominação própria, atribuições e
responsabilidades específicas e estipêndio correspondente, para ser provido e exercido por um titular, na forma
estabelecida em lei. Função é a atribuição ou o conjunto de atribuições que a Administração confere a cada

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categoria profissional ou comete individualmente a determinados servidores para a execução de serviços
eventuais.
Todo cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. As funções do cargo são definitivas; as funções
autônomas são, por índole, provisórias, dada a transitoriedade do serviço que visam a atender. Daí por que as
funções permanentes da Administração devem ser desempenhadas pelos titulares de cargos, e as transitórias,
por servidores designados, admitidos ou contratados precariamente. Os servidores podem estabilizar-se nos
cargos, mas não nas funções. Não obstante a validade deste princípio, muitas leis vinham dando estabilidade
a servidores exercentes de funções, que, por natureza, são transitórias.
Para liquidar de vez com essa aberração administrativa foi que o constituinte, desde 1967, passou a vincular
a estabilidade à prévia aprovação em concurso público, requisito essencial para o preenchimento dos cargos
de provimento efetivo.

Diferença entre Cargo Público e Função Pública


Todo cargo público, só pode ser criado por lei. Essa é uma exigência da Constituição (art. 37, I).

Não há como se confundir cargo com função pública. A ideia de função pública está relacionada com atividade,
atribuição. Cargo, por sua vez, no seu sentido etimológico, pode ser traduzido como incumbência.

Sob o aspecto material representa o lugar onde o servidor desempenha sua atividade específica.

Cargo público é portanto,


 o lugar instituído na organização do funcionalismo, com denominação própria, atribuições específicas,
e estipêndio correspondente, para ser provido e exercido por seu titular, na forma estabelecida em lei.
Exemplo: Auditor Fiscal do Tesouro Nacional (AFTN), Técnico do Tesouro Nacional (TTN), Fiscal de
Mercadorias em Trânsito, Agente Administrativo, Procurador do Estado, etc.

Função pública é,
 a atribuição ou conjunto de atribuições que a Administração confere a cada categoria profissional ou
individualmente a determinados servidores de serviços eventuais.

Os cargos são distribuídos em classes (agrupamento de cargos da mesma profissão e com idênticas
atribuições, responsabilidades e vencimentos) e carreira (agrupamento de classes da mesma profissão ou
atividade, escalonadas segundo a hierarquia do serviço). O conjunto de carreiras e cargos isolados constitui o
quadro permanente do serviço dos diversos órgãos da Administração.

Assim, cargo de carreira é escalonado em classes, para acesso privativo de seus titulares, até a mais alta
hierarquia profissional. Já o cargo de chefia é o que se destina à direção dos serviços.

Um quadro administrativo, portanto, é composto de cargos de carreira e cargos isolados, considerados aqueles
como de caráter dinâmico que possibilitam ascensão do funcionário na escala hierárquica. Contrario sensu os
cargos isolados não oferecem condições de promoção.

O magistério superior, por exemplo, é uma carreira, porque resulta do agrupamento das classes seguintes:
professores assistentes, adjuntos e titulares.

Direito do Titular do Cargo Público

Entre os direitos do titular do cargo público está o da estabilidade, mas esta restringe-se ao exercício, às
prerrogativas da função, pois o cargo não é apropriável pelo servidor.

A administração, por isto mesmo, pode alterar os cargos públicos ou os serviços, independentemente da
aquiescência de seu titular, visto que este não tem direito adquirido à imutabilidade de suas atribuições. Hely
Meirelles doutrina:

O funcionário tem direito adquirido à permanência no funcionalismo, mas nunca adquirirá direito ao exercício
da mesma função, no mesmo lugar e nas mesmas condições, salvo os vitalícios, que constituem uma exceção
constitucional à regra estatutária.

Segue dizendo o mestre:

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Enquanto subsistir o cargo, como foi provido, o seu titular terá direito ao exercício nas condições estabelecidas
pelo Estatuto, mas se se modificar a estrutura, as atribuições, os requisitos para o seu desempenho, lícita é a
exoneração, a disponibilidade, a remoção ou a transferência de seu ocupante, para que outro o desempenhe
na forma da lei. O que não se admite é o afastamento arbitrário ou abusivo do titular, por ato do Executivo, sem
lei que o autorize.

Temos, a título de exemplo, na carreira de Auditor Fiscal do Tesouro Nacional uma mudança de nomenclatura
de cargos e atribuições, onde os cargos de Fiscais de Tributos Federais e Controladores de Arrecadação,
foram extintos em 1985 e transformados no atual AFTN, consoante Decreto-lei n° 2.225/85, sem que isto tenha
causado qualquer furor nos tribunais.

Artigo 38 da CF - Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no


exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato do Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceber as vantagens


de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
Quando o servidor público tiver que se afastar da administração para exercer um cargo eletivo, seu tempo
de serviço será contado para fins de aposentadoria, acréscimos salariais e promoção por antiguidade.
Entretanto, o tempo em que o servidor exercer o cargo eletivo não será contado para efeito de promoção por
merecimento, porque não haveria o que avaliar, pois durante esse tempo o servidor esteve afastado do cargo.

V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse
regime, no ente federativo de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Artigo 39 da CF - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de


política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos
respectivos Poderes."

Este conselho de política de administração, é um órgão criado com a incumbência de opinar sobre a
política de recursos humanos da administração pública, incluindo planos de carreira, direitos e deveres, critérios
de promoção, disciplina e remuneração.
A legitimidade de representação deste conselho é traduzida pelo fato de que o mesmo é integrado por
servidores públicos.

§ 1º - A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório


observará:

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;


II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos."
Neste parágrafo, pode-se perceber a preocupação da reforma administrativa para com a
profissionalização do funcionário público, proporcionando-lhe remuneração condizente com a complexidade,
natureza, grau de responsabilidade e características do cargo.
§ 2º - A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos
para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os
entes federados."

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Esta é uma iniciativa importante para a melhoria dos serviços públicos, pois estimula o servidor a
enriquecer seus conhecimentos e consequentemente melhorar seu desempenho profissional.

§ 3º - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX,
XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
admissão quando a natureza do cargo o exigir."
No que se refere aos direitos do servidor público, foram excluídos o direito a irredutibilidade do salário e
os adicionais de insalubridade e periculosidade, subsistindo, porém, alguns direitos sociais em favor do
funcionário público e que foram também previstos para o trabalhador comum.

Estes direitos estão abaixo elencados:


- salário mínimo
- garantia de salário mínimo
- décimo terceiro salário
- adicional noturno
- salário-família para seus dependentes
- jornada diária de trabalho de no máximo 8 horas e 44 horas semanais
- repouso semanal remunerado
- horas extras
- férias
- licença à gestante
- licença-paternidade
- proteção ao trabalho da mulher
- segurança de trabalho
- igualdade legal.

§ 4º- O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários


Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI."
Remuneração por subsídio fixado em parcela única significa remuneração fixa, pré-estabelecida, sem
acréscimo de qualquer gratificação adicional, abono, prêmio, verba de representação, etc.
O objetivo de se ter estabelecido a remuneração "por subsídio fixado em parcela única" está ligado ao fato de
que haviam pessoas que trabalhavam na administração pública, recebendo salários de pequena monta, que,
acrescidos de adicionais, abonos, verbas de representação, etc., acabavam por receber salários muito mais
elevados. A adoção desse tipo de remuneração representa um movimento moralizador na administração.

§ 5º - Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação
entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
disposto no art. 37, XI."
Curiosamente, a redação facultada as entidades estatais estabelecer, ou não, por lei ordinária, um padrão
de diferença entre a menor e a maior remuneração dos servidores públicos, que seria condicionante dos
trabalhos dos conselhos de política de administração e remuneração de pessoal.

§ 6º - Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio


e da remuneração dos cargos e empregos públicos."
O parágrafo em epígrafe aborda dois aspectos:
- expor à população como o funcionário é remunerado;
- tornar efetivo o princípio da publicidade.

§ 7º - Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de
recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia
e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade,
treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público,
inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

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O texto demonstra mais uma vez, a preocupação do Estado com a melhoria de seus serviços, pois prevê
que os recursos orçamentários provenientes da economia corrente de cada órgão, autarquia, fundação, etc.,
sejam empregados para o treinamento e desenvolvimento dos servidores, programas de qualidade e
produtividade, e para o reaparelhamento e racionalização do serviço público. Parte desses recursos deve ser
destinada para adicionais (acréscimos salariais) ou para prêmios de produtividade.

§ 8º - A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos
do § 4º.
A EC-19 abre aqui, a possibilidade de instituição de política remuneratória que suprima, absolutamente,
o pagamento de quaisquer gratificações ou adicionais aos servidores e empregados públicos. Isso é
especialmente importante quando se constata que, hoje, praticamente todas as carreiras têm vencimentos
básicos fixados em valores modestos, os quais são expressivamente inflados pela soma de um sem-número
de gratificações, diferenças, adicionais, verbas e funções.

§ 9º - É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de


função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

Artigo 40 da CF - O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos
terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de
servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
O objetivo deste novo texto constitucional, é assegurar condições para que o dinheiro arrecadado por
meios de contribuições previdenciárias, sejam utilizados de maneira criteriosa, de modo a preservar o equilíbrio
financeiro, e proporcionar os meios suficientes para custear os pagamentos das aposentadorias e pensões dos
servidores, procurando-se assim evitar a importação de recursos obtidos com o recolhimento de tributos
(impostos, taxas contribuições). De maneira idêntica as empresas de iniciativa privada, onde as pensões e
aposentadorias são custeadas pelos empregados e empregadores, o servidor público e seu empregador
(União), também passam a contribuir em conjunto para pagar suas pensões e aposentadorias.

O artigo 249 é claro neste sentido, pois reza que:

Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de proventos de aposentadoria e pensões concedidas
aos respectivos servidores e seus dependentes, em adição aos recursos dos respectivos tesouros, a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios poderão constituir fundos integrados pelos recursos provenientes de contribuições e por
bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e administração desses fundos.

§ 1º - O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de
readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da
continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente
federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 88, de 2015)
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos
de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima
estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de
contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo.

§ 2º - Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o §
2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social,
observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Antigamente havia casos de aposentados que passavam a ganhar mais que aqueles que estavam na
ativa, pois existiam casos de servidores que eram promovidos com aposentadoria. Atualmente, conforme o
parágrafo em epígrafe, o servidor que se aposentar não poderá receber mais do que recebia quando estava
na ativa.

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§ 3º - As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo
ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º - É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em


regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º-A. - Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo
de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º-B. - Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo
de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de
agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso
XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

§ 4º-C. - Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo
de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com
efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
A análise do parágrafo 4º nos permite verificar que não haverá mais requisitos e critérios diferenciados
para a concessão de aposentadorias aos abrangidos pelo regime de que trata o art. 40 da E.C. nº 20/98.
Entretanto haverá exceções para aqueles servidores cujas atividades são exercidas exclusivamente sob
condições especiais que prejudiquem a saúde e integridade física, como as atividades insalubres e perigosas.
Importante ressaltarmos que para estes servidores, o tempo especial de contribuição só será concedido
quando trabalharem exclusivamente sob condições especiais de adversidade. Este dispositivo, contudo,
depende de Lei Complementar a ser editada, que irá definir quais são as atividades prejudiciais à saúde e à
integridade física do servidor público e quais os trabalhos em que será possível obter a aposentadoria com
menos de 35 anos (homem) e 30 (mulher) de contribuição previdenciária.

§ 5º - Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação
às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio
fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

A aposentadoria integral para os professores que exercem suas funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio, gozam de direito especial, ou seja, 30 anos de contribuição e 55
anos de idade para o homem e 25 anos de contribuição e 50 anos de idade para a mulher;

O privilégio desta aposentadoria especial, refere-se apenas a aposentadoria por idade, pois enquanto os
demais trabalhadores podem se aposentar voluntariamente aos 60 anos de idade e 35 anos de contribuição
se homem e 55 anos de idade e 30 anos de contribuição se mulher, o professor se aposentará voluntariamente
aos 60 anos de idade e 30 anos de contribuição e a professora aos 50 anos de idade e 25 anos de contribuição.
Ao professor que já é contribuinte, deverá ser aplicada a mesma regra para professor da rede privada, com
exigência de 48 anos para a mulher e 53 anos para o homem.
Quanto ao professor universitário, este foi excluído do privilégio da aposentadoria especial, devendo cumprir
35 anos de contribuição e ter 60 anos de idade para obter a aposentadoria voluntária. Para a professora
universitária a idade mínima será de 55 anos e 30 anos de contribuição.
A aposentadoria proporcional do professor universitário do ensino superior público obedece ao seguinte
critério:
O professor passa a ter direito a este benefício se, com a bonificação, o tempo de trabalho até o dia 15 de
dezembro de 1.998 for igual ou superior a 25 anos.
Para obter a aposentadoria proporcional vale a regra de transição estabelecida para os servidores públicos.

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§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios
previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

O parágrafo em análise assegura mais de uma aposentadoria, se os cargos forem cumuláveis, ou seja,
aqueles estabelecidos no art. 37 - inciso XVI da CF, ou seja:
 De dois cargos de professor
 Um cargo de professor com outro técnico ou científico
 De dois cargos privativos de médico: desde que haja compatibilidade de horários.

§ 7º - Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida
pelo dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente
federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-
B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela
excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201,
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.
O § 7º do art. 40 (redação dada pela EC) limita a pensão por morte ao valor dos proventos do servidor
falecido, até o máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o
art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, tudo nos termos da lei.

ATENÇÃO! O valor máximo, hoje (ano 2021), é de R$ 6.433,57


Veja o exemplo:
Vencimento = R$ 12.000,00.
Operando: 12.000,00 - R$ 6.433,57 = Parcela excedente R$ 5.566,43.
70% da parcela excedente = R$ 3.896,50.
R$ 6.433,57 + R$ 3.896,50 = R$ 10.330,07, que é o total da pensão.

Interpretando o § 7º, do art. 40 na sistemática da Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019, chega-se
à conclusão de que referida lei regulamentadora deverá ser editada por cada ente federado. Portanto, não
haverá lei complementar federal, mas sim lei ordinária em cada unidade da Federação, inclusive nos
Municípios.

Insta salientar, que o § 7º do art. 40 da Constituição Federal, com redação dada pela EC, tem aplicação,
inclusive, aos dependentes dos servidores que vierem a ingressar no serviço público depois de promulgada a
Emenda Constitucional. Haverá uma situação curiosa: os proventos de aposentaria estarão limitados
inexoravelmente a R$ 6.433,57, enquanto as pensões terão um acréscimo de 70% da parcela excedente a
este limite. Ressalvando melhor estudo do dispositivo sob enfoque, as pensões não estarão limitadas ao teto
do RGPS, mesmo que o servidor falecido tenha entrado no serviço público após a promulgação da Emenda.

Curiosamente, em que pese a clareza da redação do § 7º do art. 40, parece haver conflito com § 14 do mesmo
art. 40 da Constituição da República. Este manda limitar a pensão dos futuros pensionistas (que ingressaram
no serviço público, ao máximo pago pelo Regime Geral de Previdência Social. Dever-se-á utilizar as técnicas
de hermenêutica para superar essa aparente antinomia.

§ 8º - É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o


valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.
O § 8º do art. 40 (com redação dada pela EC), quebra a paridade entre vencimentos e proventos de
aposentadoria. A partir da promulgação da Emenda poderá haver reajustes diferenciados para vencimentos e
aposentadorias, o que certamente ocorrerá em relação aos servidores que vierem a ingressar no serviço
público após a promulgação da Emenda Constitucional. Alterou-se completamente o então § 8º do art. 40 da
Constituição, que previa a paridade.
Mantém-se o direito adquirido à paridade em relação aos servidores aposentados e pensionistas, ou que

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implementaram os requisitos necessários até a data da promulgação da EC.

§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de
aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente
será contado para fins de disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
A troca aqui é reciprocidade por tempo de serviço por reciprocidade por tempo de contribuição nos
parâmetros da administração pública.
Assim, se uma mulher trabalhou como telefonista durante 14 anos na prefeitura de uma cidade e vier mediante
aprovação em concurso a ocupar o cargo de Oficiala de Justiça, o tempo que contribuiu como telefonista, será
contabilizado para sua futura aposentadoria. Por outro lado, para obter a sua aposentadoria por tempo de
contribuição, deverá trabalhar e contribuir mais 16 anos para atingir 30 anos de tempo de contribuição, além,
é claro, de atender os requisitos exigidos no que se refere a idade mínima (60 anos).

§ 10 - A Lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício.

Atenção: Este parágrafo já foi comentado no capítulo que trata dos direitos adquiridos.

§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive
quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades
sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição
de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
Este parágrafo é uma confirmação do art. 37, inciso XI da Emenda Constitucional 19/98 (reforma
administrativa), estabelecendo clara e taxativamente que nenhum servidor público receberá salário superior
aos subsídios do Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Este texto é válido para todos, inclusive para o servidor público aposentado, que esteja ocupando um cargo
na empresa privada, portanto sujeito a contribuir para o regime geral da previdência. Se um agrônomo
aposentado vier a ocupar um cargo na secretaria da agricultura, ou um servidor público aposentado vier a ser
um vereador, deverão informar à fonte pagadora o que estão recebendo no exercício da outra atividade para
que seja descontado o valor que superar o teto salarial que, para o servidor aposentado corresponde ao valor
dos vencimentos do cargo que ocupava e os subsídios dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

§ 12 - Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de previdência social, no
que couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

É uma sugestão proposta pela E.C. para que seja adotado ao regime de previdência dos servidores
públicos, titulares de cargos efetivos, requisitos e critérios fixados para o regime geral de Previdência Social.

§ 13 - Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei


de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego
público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
O inciso IX do art. 37 da C.F dispõe que a Lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
determinado por necessidade temporária de excepcional interesse público. Estes funcionários contratados
obedecerão ao regime da C.L.T.
Há cargos ou funções que são preenchidos sob o regime de comissão, isto é, através de nomeação, por um
funcionário da administração pública.
Caso estes funcionários cumprirem o tempo de contribuição ocupando um cargo temporário ou em comissão,
somente poderão pleitear sua aposentadoria sob o regime geral da previdência social; que atualmente é
gerenciado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do


respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes
de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social
para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o
disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
O § 14 do art. 40, desde a EC nº 20/98, limita o valor da aposentadoria ao máximo estabelecido para o
regime geral da Previdência Social. A EC nº 41, no art. 5º, fixa esse valor em R$ 2.400,00, devendo ser

73
reajustado de forma a preservar, em caráter permanente, o seu valor real, atualizado pelos mesmos índices
aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social.

Até o montante de R$ 6.433,57 (valor vigente), o servidor receberá sua aposentadoria, levando-se em conta
as remunerações que serviram de base para o cálculo das contribuições. Acima desse patamar, somente se
contribuir para fundo de previdência complementar.

Importante salientar, essa regra apenas valerá para aqueles que ingressarem no serviço público após a
promulgação da Emenda Constitucional.

ATENÇÃO! O valor máximo, hoje (ano 2021), é de R$ 6.433,57.

§ 15 - O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios


somente na modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
O dispositivo impõe a necessidade de editar uma Lei Complementar para que a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios instituam o regime de previdência complementar para seus servidores.
O objetivo desta Lei é implantar normas gerais para este regime de caráter complementar ou como já vimos
no parágrafo 14º art.40, visa melhorar os proventos da aposentadoria que o servidor receberá segundo o
regime contributivo da Previdência Social.
Este regime complementar será facultativo, só participando dele os servidores que assim o desejarem, pois
conforme o art. 202 da E.C nº 20/98 "o regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado
de forma autônoma em relação ao regime de previdência social. Será facultativo baseado na constituição de
reservas que garantam o benefício contratado e regulado por Lei Complementar.
Observação: O regime de previdência complementar de que trata o art. 40 parágrafos 14, 15 e 16, da
constituição federal somente poderá ser instituído após a publicação da Lei Complementar prevista no
parágrafo 15 do mesmo artigo.

§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos parágrafos 14 e 15 poderá ser
aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data de publicação do ato de
instituição do correspondente regime de previdência complementar.
O parágrafo deixa claro que a adesão dos antigos servidores públicos ao regime da previdência
complementar é facultativo. Por facultativo podemos entender que, quem quiser não participa, não paga e
consequentemente não terá os benefícios respectivos.
Todavia é interessante levar em conta que para o servidor antigo o regime da previdência complementar será
facultativo. Para os novos servidores (novatos), o regime da previdência complementar será obrigatório se
assim determinar a Lei, que irá disciplinar tal regime.

§ 17 - Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3°


serão devidamente atualizados, na forma da lei.

§ 18 - Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime


de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral
de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores
titulares de cargos efetivos.

§ 19 - Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o servidor


titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte
por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo,
ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 20 - É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um


órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos
e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados
os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

74
§ 21 - A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na
forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) (Revogado
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência) (Vide Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 22 - Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei complementar federal
estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre:
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social;
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos;
III - fiscalização pela União e controle externo e social;
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para vinculação
a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza;
VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial;
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados com
governança, controle interno e transparência;
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições relacionadas,
direta ou indiretamente, com a gestão do regime;
IX - condições para adesão a consórcio público;
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordinárias e
extraordinárias. (Parágrafo e Incisos, incluídos pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Direitos Adquiridos
A Reforma Previdenciária através da emenda 20/98, trouxe mudanças significativas desvinculando a
aposentadoria ao tempo de serviço e vinculando-a ao tempo de contribuição. Essas mudanças do regime
jurídico da aposentadoria e pensão por morte do servidor, entretanto, não prejudicaram os servidores públicos,
pois o artigo 3º da emenda 20/98, assegura os direitos adquiridos pelos servidores. Com efeito o artigo 3º diz:
“assegurada a concessão de aposentadoria e pensão; a qualquer tempo, aos servidores públicos e aos
segurados do regime geral de previdência social, bem como aos seus dependentes, que até a data da
publicação desta emenda, tenham cumprido os requisitos para a obtenção destes benefícios, com base
nos critérios da legislação então vigente".

Pelo exposto no artigo 3º, poderá aposentar-se pelo tempo de serviço, sem exigência de idade mínima, o
servidor que atender as exigências da Lei, até a entrada em vigor da Emenda Constitucional. O direito
adquirido, só é válido para o tempo de serviço completado antes da mudança da legislação.
Dessa forma, o segurado que completou o tempo de serviço para a aposentadoria pelo regime anterior até 15
de novembro de 1.998, poderá entrar com pedido de benefício em qualquer época; esse segurado possui
direito adquirido, isto é, preencheu os requisitos legais antes da Lei ser alterada.

O parágrafo 1º do artigo 3º da Emenda Constitucional nº 20/98, dispõe que:


"o servidor de que trata este artigo, que tenha completado as exigências para a aposentadoria integral
e que opte por permanecer em atividade fará jus à isenção da contribuição previdenciária até completar
as exigências para aposentadoria contidas no artigo 40, parágrafo 1º- III da Constituição Federal".
A análise do parágrafo 1º - III do artigo 3º da Emenda Constitucional nº 20/98, nos permite deduzir que a
emenda da reforma da previdência incentiva a permanência desses servidores em seus cargos, provavelmente
para evitar que muitos servidores abandonem o serviço público.

O parágrafo 2º do ARTIGO 3º da E.C. nº 20/98, dispõe que:


"os proventos da aposentadoria a ser concedida aos servidores públicos no Caput, em termos integral
ou proporcional ao tempo de serviço já exercido até a data de publicação desta emenda, bem como as
pensões de seus dependentes, serão calculados de acordo com a legislação em vigor à época em que
foram atendidas as prescrições nela estabelecidas para a concessão destes benefícios ou nas
condições da legislação vigente".
A Emenda Constitucional 20/98 é cautelosa no que se refere a eventuais prejuízos que alguns
funcionários venham a sofrer, caso decidam aposentar-se futuramente, concedendo a eles o direito de optar

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se os proventos de sua futura aposentadoria serão definidos pelas normas atuais ou pelas normas da Lei
futura.

O parágrafo 3º do ARTIGO 3º a E.C. nº 20/98,


Refere-se aos aposentados e as viúvas pensionistas e dispõe que:
"são mantidos todos os direitos e garantias assegurados nas disposições constitucionais vigentes à
data de publicação desta emenda aos servidores e militares, inativos e pensionistas, aos anistiados e
aos ex-combatentes, assim como aqueles que já cumpriram até aquela data; os requisitos para
usufruírem tais direitos, observado o disposto no artigo 37, XI da constituição federal".
O que o artigo expõe é que os direitos dos aposentados, pensionistas, anistiados, etc., são direitos
adquiridos, portanto juridicamente incontroversos.
A E.C. nº 20/98 insiste em vincular qualquer pagamento previdenciário ao valor teto dos subsídios dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal (artigo 37, inciso XI da C.F. - reforma administrativa 19/98), conforme o disposto
no artigo 3º, parágrafo 3º. Portanto, quem estiver recebendo valor superior ao teto estabelecido no artigo 37,
inciso XI da reforma administrativa, não deverá sofrer prejuízo, pois tem direito adquirido, que é irreversível.
Assim, somente as novas concessões de aposentadorias e pensões é que estarão sujeitas ao valor teto,
conforme o artigo 37, inciso XI da reforma administrativa 19/98.

O ARTIGO 4º da E.C. nº20/98, estabelece que:


"observado o disposto no artigo 40, parágrafo 10 da constituição federal, o tempo de serviço
considerado pela legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que tal Lei discipline a
matéria, será contado como tempo de contribuição".

Em primeiro lugar vamos verificar o artigo 40, parágrafo 10 que diz "a Lei não poderá estabelecer qualquer
forma de contagem de tempo de contribuição fictícia". Isto significa que doravante não haverá mais tempo
fictício, como licença prêmio não gozada com tempo contado em dobro, cumprimento de mandato eletivo, etc.
Todavia, todo tempo empregado com licença prêmio, mandato eletivo e viagens de estudo no exterior, antes
da emenda previdenciária 20/98, será considerado como tempo de contribuição, preservando-se portanto o
direito adquirido.

Novas regras gerais estabelecidas pela Reforma Previdenciária (E.C. 103/2019)


Servidores Públicos - RPPS (Regime Próprio de Previdência Social)
Para os servidores públicos federais, que contribuem para o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) da
União, a nova regra geral exigirá 62 anos de idade para mulheres e 65 para os homens, com pelo menos 25
anos de contribuição, 10 anos de serviço público e 5 anos no cargo em que se dará a aposentadoria.

Para os servidores públicos federais que ingressaram na carreira a partir de 1° de janeiro de 2004, o cálculo
do benefício será semelhante ao do Regime Geral − com 20 anos de contribuição, 60% da média de todas
as contribuições, aumentando dois pontos percentuais a cada ano a mais de contribuição (tanto homens quanto
mulheres). Já para os que ingressaram no serviço público até 31 de dezembro de 2003, ficará mantida a
integralidade − o valor da aposentadoria será o do último salário, desde que atendidos os requisitos das regras
de transição.

Transição com idade mínima e pedágio de 100%

Essa regra estabelece uma idade mínima e um pedágio de 100% do tempo que faltar para atingir o tempo
mínimo de contribuição (30 anos para elas e 35 anos para eles). Para servidoras, a idade mínima será de 57
anos e para os servidores, de 60 anos. Também será necessário comprovar 20 anos no serviço público e 5
anos no cargo em que se dará a aposentadoria. O benefício será equivalente à última remuneração, para quem
tiver ingressado na carreira até 31 de dezembro de 2003, ou a 100% da média de todos os salários desde julho
de 1994, para os que ingressaram a partir de 2004.

Professores da educação básica que comprovarem, exclusivamente, exercício da função de magistério na


educação infantil ou no ensino fundamental e médio terão redução de cinco anos na idade e no tempo de
contribuição.

Aposentadoria do Professor

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A aposentadoria integral para os professores que exercem suas funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio, gozam de direito especial, ou seja, 25 anos de contribuição e 60
anos de idade para o homem e 25 anos de contribuição e 57 anos de idade para a mulher;

Direito adquirido (Regra de Transição para quem já está na ativa)


São 3 regras

1ª Regra de Transição
No mínimo 25 anos de contribuição (em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil
e no ensino fundamental e médio), sendo mulher, devendo atingir 81 pontos no somatório da sua idade com
os anos de contribuição.
E, no caso do homem, mínimo de 30 anos de contribuição (em efetivo exercício das funções de magistério
na educação infantil e no ensino fundamental e médio), devendo atingir 91 pontos no somatório da sua
idade com os anos de contribuição.
Importante. A partir de 1º de janeiro de 2020 será acrescido 1 (um) ponto a cada ano até atingir o limite de
92 (noventa e dois) pontos, se mulher, e 100 (cem) pontos, se homem.

Exemplo:
Segurada: Ana Júlia
Idade em 2019: 50 anos
Tempo de contribuição como professora em 2019; 31 anos de contribuição
Total de pontos em 2019: 81 pontos (50 + 31)
Portanto, cumpriu o requisito de ter no mínimo 25 anos de contribuição como professora e possui os 81 pontos
no somatório do tempo e idade.
Tem, portanto, direito a se aposentar segundo essa regra de transição.

2ª Regra de Transição
Mulher- 25 anos de contribuição – 51 anos de idade.
Homem – 30 anos de contribuição – 56 anos de idade.
Importante. A partir de 1º de janeiro de 2020 serão acrescidos 6 (seis) meses a cada ano até as idades
atingirem 57 (cinquenta e sete) anos, se mulher, e 60 (sessenta) anos se homem.

3ª Regra de Transição
Idade mínima
Mulher – 52 (cinquenta e dois) anos de idade
Homem – 55 (cinquenta e cinco) anos de idade.

Tempo mínimo de contribuição como professor


Mulher – 25 anos (vinte e cinco) anos de contribuição
Homem - 30 anos (trinta) anos de contribuição

Pedágio (100%) = Período adicional de contribuição correspondente ao tempo que, na data da entrada em
vigor da EC, faltaria para atingir o tempo mínimo de contribuição.

Exemplo:
Segurado: Sergio
Idade em 2019: 55 anos (idade mínima exigida)
Tempo de contribuição como professora em 2019: 29 anos e 08 meses de contribuição
Faltava 04 meses para atingir 30 anos
Pedágio de 100% do tempo que faltava: + 4 meses
Portanto, terá que cumprir o pedágio de 100%, ou seja, + 4 meses perfazendo, então, 08 meses.
Assim, atingirá 30 anos e 04 meses de contribuição como professor, assegurando o direito de se aposentar.

Aposentadoria Especial do Servidor Público


O servidor público com 25, 20 ou 15 anos de atividade insalubre pode conseguir uma Aposentadoria
Especial, com proventos integrais e sem idade mínima.

E mesmo quem não estiver pensando em se aposentar, reconhecer este direito garante o reembolso das

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verbas previdenciárias (abono de permanência).

Contudo, tem várias questões que é preciso ter em mente antes de reconhecer o direito à Aposentadoria
Especial do RPPS (regime próprio de previdência social – previdência do servidor), ainda mais com as novas
regras da Reforma da Previdência.

A mais importante é que os regimes próprios de previdência (dos servidores públicos) não reconhecem seu
direito à aposentadoria especial, mas a Constituição garante.

Quem tem direito à aposentadoria especial do servidor?

As regras da aposentadoria especial do servidor público são as mesmas do celetista.

Nunca foi feita uma lei para regulamentar a aposentadoria especial do servidor público. Mas o STF possui
posicionamento consolidado pela súmula 33:

Súmula vinculante 33 do STF:


“Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do Regime Geral de Previdência Social sobre
aposentadoria especial de que trata o artigo 40, parágrafo 4º, inciso III, da Constituição Federal, até edição de
lei complementar específica”

Como nunca teve lei complementar, vale a lei do Regime Geral (do INSS).

E pelo regime geral, têm direito à aposentadoria especial o servidor que comprovar 25 anos de atividade
insalubre ou periculosa, exposto a agentes nocivos à saúde, segundo o art. 57 da Lei 8.213/91.

Se a gravidade da exposição for muito grande, como é com asbestos ou trabalhadores de minas
subterrâneas, a aposentadoria especial pode precisar de apenas 20 ou 15 anos de atividade especial.

Contudo, a Reforma veio e está em vigor desde 13/11/2019, mudando um pouco as regras… Quem não reuniu
o tempo de atividade especial até Reforma ou entrou no serviço público após ela, terá que cumprir outros
requisitos.

Quem ingressou no serviço público depois da Reforma, precisará ter, além do tempo de atividade especial:
 60 anos de idade, para as atividades especiais de 25 anos
 58 anos de idade, para as atividades especiais de 20 anos
 55 anos de idade, para as atividades especiais de 15 anos

Caso tenha entrado no serviço público antes da Reforma, mas ainda não completou o tempo de atividade
especial, será preciso cumprir, além do tempo de atividade especial:
 86 pontos (soma da idade com o tempo de atividade especial), para as atividades especiais de 25 anos
 76 pontos (soma da idade com o tempo de atividade especial), para as atividades especiais de 20 anos
 66 pontos (soma da idade com o tempo de atividade especial), para as atividades especiais de 15 anos

Além disso, a Reforma da Previdência agora trouxe, de forma explícita em seu texto, que os servidores públicos
federais também têm direito à Aposentadoria Especial.

Voltando ao assunto principal: são duas regras para saber se sua atividade é considerada insalubre ou
periculosa:

Regra 1: Enquadramento pela Categoria Profissional


Esta regra vale para períodos trabalhados até 28/04/1995.

Algumas profissões possuíam presunção de insalubridade ou periculosidade. O simples fato de ter


trabalhado em alguma dessas profissões até 1995, garante o direito a reconhecer este período como
atividade especial.

Com a Reforma, as profissões insalubres continuam a mesma coisa, assim como as profissões perigosas.
Contudo, um Projeto de Lei Complementar, que está tramitando no Senado, vai dizer quais serão as profissões
periculosas consideradas como atividade especial!

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Isto é, somente os trabalhos perigosos listados nessa Lei Complementar poderão ser considerados como
atividade especial.
Se estiver fora da lista, o respectivo trabalhador não terá direito a Aposentadoria Especial.

Regra 2: Enquadramento pela exposição


Esta regra vale para qualquer época e parece bem simples.
Quem trabalhou exposto à agentes insalubres, pode ter direito à aposentadoria especial.
Alguns agentes insalubres garantem o direito pelo simples fato de ter trabalhado com eles, os agentes
qualitativos, e outros dependem da quantidade a qual esteve expostos, agentes quantitativos.

Exemplo de qualitativos são: benzeno, arsênico, chumbo, cromo, fósforo, asbestos, agentes biológicos.
Exemplo de quantitativos são: ruído, eletricidade, trepidação, calor, frio, a maior parte dos agentes químicos.

Com a Reforma, o enquadramento pela exposição continua valendo.

Aposentadoria do policial civil


A única profissão que possui Lei Complementar com os critérios para a concessão de aposentadoria especial
é a do policial civil.

É a Lei Complementar 51/1985, com a redação alterada pela Lei Complementar 144/2014
O policial (homem) pode se aposentar voluntariamente após:
 30 anos de contribuição.
 20 de exercício de cargo de natureza estritamente policial.

Já a policial (mulher) pode se aposentar voluntariamente após


 25 anos de contribuição.
 15 anos de exercício de cargo de natureza estritamente policial.

Cargo de natureza estritamente policial, é aquele definido pela Constituição como sendo de policial das
estruturas das polícias federal, rodoviária federal, ferroviária federal e civil.

Não é considerado os policiais militares e os bombeiros militares, tendo regras próprias para a aposentadoria
enquanto militares.

Com a Reforma, essa Aposentadoria Especial do Policial Civil continua em vigor.

O cálculo da Aposentadoria Especial do Servidor Público

Quem entrou no serviço público após 31/12/2003 a regra é a seguinte:

1. Média aritmética simples das 80% maiores remunerações, corrigidas monetariamente.


2. Sem o fator previdenciário.
3. Teto é a remuneração do cargo em que se deu a aposentadoria.
4. O reajuste é variável e depende do seu regime de previdência.

Ingressou no serviço público antes de 31/12/2003

Quem ingressou no serviço público antes de 31/12/2003, tem a possibilidade de ter direito ao cálculo da sua
aposentadoria integral pela regra da integralidade e paridade salarial.

A integralidade garante o direito a se aposentar com proventos iguais ao seu último salário. A paridade
garante o direito a ter os mesmos reajustes de quem está na ativa.

Possibilidade de paridade e integralidade da Aposentadoria Especial do Servidor Público que ingressou até
31/12/2003

Antes mencionamos a possibilidade de ter integralidade e paridade na Aposentadoria Especial do servidor.


Usamos essa palavra porque é um tema que gera bastantes decisões diferentes entre os tribunais de nosso

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país.

A integralidade e paridade na Aposentadoria Especial é de direito a quem ingressou no serviço público até
31/12/2003.

Isso porque em 2018 foi decidido no STF, por meio de Repercussão Geral o direito do servidor público que
exerça atividades de risco de obter aposentadoria especial com valor de benefício calculado com base na
integralidade e na paridade.

Se foi dado ao servidor público que trabalha com periculosidade essa possibilidade, podemos dizer que para
as atividades nocivas à saúde é a mesma coisa, pois as duas hipóteses dão direito à Aposentadoria Especial.

Além disso, agora com a Reforma, está na Constituição que poderão ser adotados, por lei complementar,
critérios diferenciados para a concessão de atividade especial. Isso quer dizer que pode sair uma lei que
confirme esse direito à integralidade e paridade para os servidores.

Por fim, há uma norma da Reforma da Previdência que trata da Regra de Transição da Aposentadoria Especial
para os Servidores e para os contribuintes do INSS. Essa regra garante que o valor dessa aposentadoria será
apurado na forma da lei.

Como a própria Reforma garante, em um dos seus artigos, a integralidade e paridade para os servidores
públicos que entraram no serviço público até 31/12/2003, não há dúvidas que é possível esses direitos para
os servidores públicos, ainda mais que a Aposentadoria Especial está explicitamente garantida a esses
trabalhadores no texto da Reforma.

Ingressou no serviço público depois da vigência da Reforma da Previdência (13/11/2019)

Agora, quem ingressou no serviço público após a Reforma, ou ainda não reuniu o tempo de atividade
especial até a entrada em vigor dela, o cálculo será muito ruim…
Ela se dará do seguinte modo:
 Média aritmética simples de todos os seus salários, a partir de 1994 ou de quando você começou a
contribuir
 O valor será 60% dessa média +2% ao ano de contribuição acima de 20 anos de tempo de contribuição.

Viu só como é muito prejudicial para o trabalhador? Imagina que você teve uma média salarial de R$ 8.000,00
durante todo o seu tempo de serviço público (35 anos). Você receberá 60% + 30% (15 anos x 2%) = 90%
desse valor.
Ou seja, sua aposentadoria será de R$ 7.200,00.

Artigo 41 da CF - São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

Observação: Redação dada apela Emenda Constitucional 19/98 (Reforma Administrativa), que institui a
estabilidade para o servidor público após 3 (três) anos de efetivo exercício no cargo. Esta estabilidade refere-
se apenas aos funcionários concursados.
No sistema constitucional brasileiro, da efetividade não resulta obrigatoriamente a estabilidade, nem a
estabilidade pressupõe necessariamente a efetividade.
Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho:
 a efetividade dá direito a um cargo.
 a estabilidade mantém o servidor no quadro da administração.
A redação imposta a este dispositivo pela EC-19 ampliou de dois para três anos o período do estágio
probatório. Foi, também, melhorada a técnica da redação, com a previsão de estabilidade aos servidores
nomeados "para cargo de provimento efetivo" em virtude de concurso público.

§1º - O servidor público estável só perderá o cargo:


I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II- mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de Lei Complementar,
assegurada ampla defesa.

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Diferença fundamental em relação ao servidor vitalício, como juiz, membro do Ministério Público ou
Ministro de Tribunal Superior, cuja perda do cargo depende sempre de processo judicial.
Talvez uma das mais discutidas medidas da EC-19, a perda por insuficiência de desempenho, a rigor, já era
possível sob a disciplina anterior, se aplicados os dispositivos legais relativos aos deveres e as proibições dos
servidores. Não é, então, a rigor, uma novidade, mas, agora constitucionalizada, a perda do cargo por esse
fundamento certamente está mais visível e será lida com mais atenção.

§2º - Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado
em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
A EC-19 perdeu uma excelente oportunidade de corrigir equívoco técnico que vem desde a redação
original da Constituição, em 1988. A demissão do servidor pode ser invalidada, também, administrativamente,
já que, segundo o próprio STF, a administração pública está obrigada a rever os seus atos, quando eivados
de vício ou erro. Revendo uma demissão, assim, poderia concluir que essa é ilegal, e determinar a sua
anulação. É importante observar que não há um limite de tempo para isso, uma vez que o STF deixou julgado
poder ocorrer essa revisão administrativa "a qualquer tempo". A Segunda previsão importante da alteração
imposta pela Emenda é a remuneração da disponibilidade, que passa a ser proporcional ao tempo de serviço,
e não mais integral.

§3º - Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade,
com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro
cargo.
A EC-19, coerentemente com a previsão do parágrafo anterior, também aqui impõe a disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.

§4º - Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de


desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
Este parágrafo deve ser comentado pois foi acrescentado pela Emenda Constitucional nº 19/98 (reforma
administrativa) que dispõe como condição para a aquisição da estabilidade, ser obrigatória a avaliação de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
A avaliação de desempenho é um processo utilizado nas empresas privadas que visa avaliar a qualidade do
trabalho do funcionário; interesse, iniciativa, busca do aperfeiçoamento profissional, capacidade de liderança,
dentre muitos outros aspectos relacionados ao desempenho profissional.
Então, se antes conseguia estabilidade apenas com o "tempo de casa", agora dependerá de sua competência
profissional avaliada por uma comissão.

Artigo 42 da CF- Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições
organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado
em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica
dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado
em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI,
com prevalência da atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, de 2019)

Direitos e Vantagens do Servidor


De ordem pecuniária, são o subsídio ou o vencimento, mais as vantagens pecuniárias (gratificações,
adicionais e indenizações).

As gratificações, pela Lei n. 8.112/91, incluem as parcelas decorrentes do exercício de função


comissionada, cargo em comissão ou de natureza especial, bem como a gratificação natalina (décimo
terceiro salário). Leis esparsas criam outras gratificações, em prol de determinadas categorias.

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Os adicionais podem ser de vários tipos e constam de várias leis esparsas, normalmente relacionados ao
local ou à natureza do trabalho. A Constituição, nos direitos sociais, refere-se expressamente ao decorrente
de atividades insalubres, penosas ou perigosas, de serviço extraordinário, por trabalho noturno e ao
adicional devido nas férias.

As indenizações decorrem de despesas realizadas pelo servidor em razão do serviço. São a ajuda de custo
(em caso de mudança permanente, para trabalhar em outra sede), as diárias (gastos com deslocamento
transitório e eventual) e a indenização de transporte (quando o servidor utiliza veículo próprio para realizar
atividades externas).

Há também os benefícios de natureza previdenciária, devidos ao servidor e aos seus dependentes. A


aposentadoria já foi mencionada alhures. Incluem também: o auxílio-natalidade, o auxílio-funeral, o salário-
família e o auxílio-reclusão (atualmente, estes dois apenas são devidos aos servidores de baixa renda).

Em termos de benefícios previdenciários, há também a pensão, que pode ser temporária ou vitalícia.
A pensão temporária é devida aos filhos ou enteados (até 21 anos ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez)
e aos menores sob guarda (até 21 anos).

À inexistência desses dependentes, ou seja, subsidiariamente, também são contempláveis o irmão órfão
(até 21 anos) ou inválido (enquanto durar a invalidez), bem como a pessoa designada, que vivia às expensas
do servidor falecido, até 21 anos ou, se inválida, enquanto durar a invalidez.

A pensão vitalícia é concedida ao cônjuge sobrevivente e/ou à companheira ou companheiro, que


comprove união estável. É devida também à pessoa desquitada, separada ou divorciada, que faça jus à
pensão alimentícia.

Caso não haja cônjuge ou companheiro (o fato de haver pessoa separada etc., com direito à pensão, não
impede), ou seja, subsidiariamente, são contempláveis os pais e a pessoa designada, maior de sessenta
anos ou portadora de deficiência (em ambos os casos precisando provar a dependência econômica em
relação ao servidor falecido).

Caso haja pluralidade de dependentes, divide-se o valor da pensão em duas partes: uma para os titulares
de pensão vitalícia e outra para os de pensão temporária, subdividindo-se cada parcela "per capita".

Por exemplo: deixando o "de cujus" viúva e dois filhos menores, aquela tem direito à pensão vitalícia (50%) e
estes à pensão temporária (50% a ser rateado entre ambos, 25% para cada um). Caso o servidor deixe viúva,
companheira e dois filhos, aquelas têm direito à pensão vitalícia (50% a ser rateado entre ambas, 25% para
cada) e estes à pensão temporária (50% a ser rateado entre ambos, 25% para cada um).

Direitos de ausência ao serviço


São as férias, as licenças e os afastamentos.
As primeiras férias são adquiridas após um ano de serviço, as demais são adquiridas por exercício (para
simplificar o controle da Administração).
O art. 81, do Estatuto, lista sete casos de licenças, existindo mais cinco casos no capítulo referente à
seguridade social. São eles:

- doença em pessoa da família (depende de exame médico e impede que, nesse período, o servidor
desempenhe qualquer outra atividade remunerada. As alterações na lei excluíram o parente colateral
consanguíneo ou afim e incluíram o dependente que viva às expensas do servidor e conste de sua ficha
funcional. Também exigiram como requisito a incompatibilidade de horários e reduziu o prazo de remuneração
de 90 para 30 dias, prorrogável por mais 30 dias);

- afastamento do cônjuge ou companheiro (sem remuneração. Apenas têm direito à lotação provisória em
outro órgão se o cônjuge ou companheiro for servidor público);

- atividade política (também foi diminuída com a reforma, agora vai do registro da candidatura até o décimo
dia seguinte ao pleito, anteriormente era até o décimo quinto dia após o pleito. Os vencimentos são mantidos
no período máximo de três meses, antes a lei se referia à remuneração, e permitia até quatro meses);

82
- serviço militar;

- capacitação (entrou no lugar da licença-prêmio por assiduidade. Agora, a cada quinquênio de serviço, o
servidor pode se afastar por até três meses, no interesse da Administração, para fazer curso de capacitação.
Não é acumulável);

- trato de interesses particulares (esta, como é sem remuneração, foi ampliada: antes ia até dois anos, agora
vai até três anos);

- desempenho de mandato classista (foi retirada a remuneração e fixados limites para o número de
servidores em licença, a depender do porte da entidade).

No capítulo referente à seguridade social, há a licença-gestante, a licença-paternidade, a licença-adotante,


a licença para tratamento de saúde e a licença por acidente em serviço.

Observe-se que nas licenças em geral, o tempo é contado para todos os efeitos legais. No caso de mandato
classista, o tempo não conta para fins de promoção. No caso de licença para atividade política e em face
de doença em pessoa da família, o tempo apenas é contado para disponibilidade e aposentadoria. No
caso de afastamento do cônjuge ou companheiro, ou trato de interesses particulares, o tempo não é
contado para nenhum efeito.

Sob o nome afastamento, a lei menciona apenas três hipóteses: serviço em outro órgão ou entidade,
exercício de mandato eletivo e estudo ou missão no exterior.

Há, porém, quatro hipóteses que a lei denominou "concessões": doação de sangue (1 dia), alistamento
eleitoral (2 dias), casamento (8 dias) e falecimento de pessoa da família (8 dias).

Por fim, há algumas hipóteses "inominadas": participação em programa de treinamento, participação do


tribunal do júri, deslocamento para nova sede, participação em competição desportiva e serviço em
organismo internacional do qual o Brasil participe ou com o qual coopere.

Em todas essas hipóteses, o tempo de serviço é contado para todos os fins, salvo no caso de mandato eletivo,
quando não se conta para fins de promoção.

Deveres do Servidor Público

Os direitos do servidor público estão consagrados, em grande parte, na Constituição Federal (arts. 37 a 42);
não há impedimento, no entanto, para que outros direitos sejam outorgados pelas Constituições Estaduais ou
mesmo nas leis ordinárias dos Estados e municípios.

Os direitos e deveres do servidor público estatutário constam do Estatuto do Servidor que cada unidade da
Federação tem competência para estabelecer, ou da CLT, se o regime celetista for o escolhido para reger as
relações de emprego. Em qualquer hipótese, deverão ser observadas as normas da Constituição Federal.

Os estatutos promulgados antes da atual Constituição consignam direitos e deveres do funcionário. Do mesmo
modo o faz a Lei nº 8.112/90.

A Lei nº 8.112/91 traz no art. 116 uma lista de deveres e, no art. 122 ao 126-A, suas responsabilidades.

Da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990

Título IV
Do Regime Disciplinar
Capítulo I
Dos Deveres

Art. 116. São deveres do servidor:


I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;

83
Desempenhar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, isto é, com eficiência, promovendo,
com toda sua energia, o andamento do serviço na sua totalidade, dando sempre o melhor de si, atendendo ao
princípio emergente da qualidade.

II - ser leal às instituições a que servir;


O agente público não é um autômato anônimo. É um ser humano, dotado de liberdade, discernimento e
princípios morais, empregando sua energia e atenção no desempenho do cargo, com respeito integral às leis
e instituições, sempre a serviço da causa pública, finalidade precípua de todo o aparelhamento administrativo,
identificando-se com os interesses do Estado.

III - observar as normas legais e regulamentares;


É imprescindível que o servidor conheça as normas legais, as constitucionais e as regulamentares para
poder nortear sua conduta dentro da legalidade, princípio constitucional, pelo qual o agente público só pode
agir nos parâmetros limítrofes que a lei estabelece.

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;


Constitui infração disciplinar a desobediência às ordens superiores. Trata-se, aqui, do respeito ao princípio
hierárquico, comportamento indispensável ao bom e correto funcionamento da máquina administrativa. Cuida-
se, também, do dever de obediência, de respeito e de acatamento às ordens superiores que se referem à
disciplina dos serviços, dos expedientes baseadas, sempre, no exato cumprimento da lei, dos regulamentos e
das normas.
A exceção quanto ao cumprimento de ordem emanada de superior hierárquico, diz respeito à ilegalidade das
ordens, na medida em que o servidor público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos
da lei e do bem comum, não podendo deles se afastar ou desviar, sob pena de invalidade do ato que praticar,
expondo-se à responsabilidade administrativa, civil e criminal, conforme o caso. É de suma importância, no
entanto, examinar se a ordem é indiscutivelmente ilegal, vez que o entendimento do que seja legal e ilegal
tende a variar segundo as condições pessoais, profissionais e culturais de cada servidor.

V - atender com presteza:


A lei determina presteza no atendimento do pedido ou da requisição que, se não for imediato, deverá
ocorrer na primeira oportunidade. No entanto, a Lei 9784/99 que regula os Processos Administrativos de modo
geral, estabelece vários prazos, em situações diversas que deverão ser observados.
Quer o dispositivo evitar, assim, os atos de desrespeito ao ser humano, decorrentes da procrastinação ou da
negativa de informação de que necessita o usuário, como de resto, a humilhação, o dano moral, a disfunção
social.
Na terceira hipótese, a gravidade é ainda maior porque está em jogo o interesse do erário, inafastável e
indisponível por versar direito coletivo defendido pelo Estado.

a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;


É direito constitucional o acesso a informações (art. 5°, XIV) e dever do servidor fornecê-las com presteza,
ressalvadas as protegidas por sigilo, por exemplo: investigação policial, proposta de licitação (até sua abertura),
assuntos que envolvam segurança nacional, etc.

b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse


pessoal;
Direito assegurado pela Constituição (art. 5°, XXXIV, b) a obtenção de tais certidões (certidões negativas,
que equivalem a um atestado de "nada consta", ou a estar o usuário quite em relação ao órgão em questão).

c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.


Atender com presteza e preferência sobre qualquer outro serviço, às requisições de papéis, documentos,
informações ou providências que lhe forem feitas pelas autoridades judiciárias ou administrativas, para defesa
do Estado, em juízo.

VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior
ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para
apuração;
É dever do servidor levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência,
porque, se não o fizer, torna-se conivente com elas, estabelecendo-se aí a condescendência criminosa e
assumindo a posição de responsável solidário, respondendo, na esfera cível, administrativa e penal, ao que

84
couber

VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;


Todo o patrimônio público é adquirido com verba pública, isto é, com dinheiro do povo, e o servidor, na
qualidade de contribuinte, zelando pela economia do material, contribui pela economia de verbas públicas e,
indiretamente, pelo que é seu.
É importante ter cuidado com o local de trabalho como um todo: a atenção na lida com máquinas e
computadores; no final do expediente verificar se está tudo desligado e organizado; enfim, zelar pela boa
manutenção geral da repartição.

VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;


Este quesito deve ser rigorosamente observado. A simples revelação oral, em caráter confidencial, a
terceiro que de outro modo jamais ficaria conhecendo o fato, ainda que não produza prejuízo algum, já
configura quebra e desrespeito ao sigilo funcional.

IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;


O desempenho da função pública deve ser, por princípio, inarredável, confiável e respeitoso, por isso que
exigido do servidor a observância, tanto na vida pública como na vida privada, das regras de boa conduta,
como as de educação, tratamento cortês e conveniente apresentação.

X - ser assíduo e pontual ao serviço;


O servidor deve comparecer e observar fielmente o horário de início e término do expediente. Esse
preceito é um dos fatores que serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo durante o estágio
probatório: não haver registro de ausências injustificadas e comparecimento rigoroso nos horários de entrada
e saída estabelecidos.
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
O servidor que lida com o público, deve fazê-lo com solicitude, cortesia, tolerância, atenção e
disponibilidade; respeitando a capacidade e limitações individuais dos usuários, sem qualquer espécie de
distinção e conscientes de sua posição de "servidor do público".
Igual postura deve o servidor demonstrar perante os colegas de trabalho, mantendo sempre o esprit de corps.
Urbanidade, relacionamento e comunicação definem a cordialidade, a habilidade e a presteza do servidor no
atendimento às pessoas que demandam seus serviços.

XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.


O abuso de poder configura-se em duas espécies: excesso de poder e desvio de finalidade. No excesso
de poder, o agente, embora competente, extrapola os limites das atribuições que a lei lhe confere, exorbitando
sua competência legal.
Já no desvio de finalidade, o agente público, embora atuando nos limites de sua competência, procura fim
diverso ao que seria legítimo determinado por lei ou pelo interesse público ou o bem comum, atentando contra
o princípio da impessoalidade. Ambas as situações invalidam o ato: o ato é arbitrário, ilícito e nulo.

Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada
pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.
A representação deve ser encaminhada pela via hierárquica, ou seja, por intermédio do chefe imediato
(ainda que a representação seja contra ele) e este a encaminhará, para apreciação, à autoridade superior
àquela contra a qual é formulada.

XIII - declarar no ato da posse os bens e valores que compõem o seu patrimônio privado (Lei nº 8.429/92).
O servidor deve declarar no ato da posse, os bens móveis, imóveis e valores monetários que compõem
o seu patrimônio pessoal, comprometendo-se a manter atualizado, anualmente, os valores respectivos (art.
13 da Lei n° 8.429/92 e Lei n° 8.730/93).

Responsabilidades do Servidor Público


Cabe ao servidor informar ao seu superior hierárquico qualquer irregularidade vinda ao seu conhecimento.
Juntam-se o poder disciplinar e o poder hierárquico. Também há a obrigação do superior informar ao seu
superior, em caso de incompetência do cargo.

O servidor público responde administrativa, penal e civilmente pelos atos que praticar, existindo autonomia

85
entre as responsabilidades, salvo os casos, por exemplo, em que a sentença penal absolver pela inexistência
do fato ou negativa de autoria.

Responsabilidade civil é a obrigação imposta a alguém de reparar um dano causado a outrem Esse dano é
chamado de ilícito civil (Cód. Civil, art. 186). No Direito, há dois tipos de responsabilidade civil: a) a
responsabilidade subjetiva; b) a responsabilidade objetiva. Na responsabilidade civil subjetiva, só haverá o
dever de indenizar se o agente tiver causado o dano por atuar com dolo ou culpa. Diferentemente, o que
caracteriza a responsabilidade civil objetiva é a desnecessidade de apreciação de dolo ou culpa do agente ao
provocar o dano.

A responsabilidade administrativa do servidor resulta de uma violação de norma interna da Administração,


quando então o servidor pratica um ilícito administrativo. Esse ilícito pode ocorrer em um ato omissivo ou
comissivo praticado pelo servidor no desempenho do cargo ou função (Lei nº 8.112/90, art. 124). As normas
administrativas a que o servidor deve obediência estão disciplinadas em leis, decretos e outros provimentos
regulamentares que contêm deveres e obrigações para os servidores. Algumas delas podem ser lidas nos
artigos 116, 117 e 132 da Lei nº 8.112/90.

A responsabilidade administrativa é apurada em processo administrativo, assegurando-se ao servidor o


contraditório e a ampla defesa (CF, art. 5.º, LV; Lei nº 8.112/90, art. 153). Uma vez constatada a prática do ilícito
administrativo, ficará o servidor sujeito à sanção administrativa adequada ao caso, que poderá ser advertência,
suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão ou
destituição de função comissionada (Lei nº 8.112/90, art. 127). A penalidade deve sempre ser motivada pela
autoridade competente para sua aplicação, sob pena de ser nula. Na motivação da penalidade, devem estar
presentes os motivos de fato (os atos irregulares praticados pelo servidor) e os motivos de direito (os
dispositivos legais ou regulamentares violados e a penalidade prevista).

Se durante a apuração da responsabilidade administrativa a autoridade competente verificar que o ilícito


administrativo também está capitulada como ilícito penal, deve encaminhar cópia do processo administrativo
ao Ministério Público, que irá mover ação penal contra o servidor.

Obs.: o servidor poderá responder simultaneamente a essas responsabilidades, tanto o de


cargo efetivo como o de cargo comissionado.
Sindicância - que pode chegar ao processo administrativo disciplinar.

Observe-se que a ação cível para reaver danos causados pelo servidor ao Erário é
imprescritível.

CAPÍTULO IV
Das Responsabilidades

O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em
prejuízo ao erário ou a terceiros.

No que diz respeito à responsabilidade civil do servidor, ele responderá civilmente somente se causar,
com ato omissivo (omissão) ou comissitivo (ação), prejuízo ao erário ou a terceiros, tendo agido com dolo ou
culpa (Lei nº 8.112/90, art. 122, caput). Notem que ele responderá não somente por suas ações, mas também pelas
suas omissões, desde que essas causem prejuízo a outros, e tenham sido praticadas com dolo ou culpa. Ele
agirá com dolo quando tiver desejado que sua ação ou omissão causasse prejuízo. Haverá culpa quando tiver
atuado com imprudência, negligência ou imperícia na sua ação ou omissão danosa. Por exemplo, vejam o
caso de um servidor motorista que atropela um transeunte, causando-lhe dano. Se tiver tido a intenção de ferir
ou matar a vítima, terá agido com dolo. Se tiver agido sem intenção, mas tiver sido imprudente, negligente ou
imperito, terá agido com culpa. Em ambos os casos, ficará o servidor sujeito à responsabilidade civil, ou seja,
terá o dever de pagar indenização pelo dano ocorrido, por ter agido com dolo ou culpa. Percebemos então que
a responsabilidade civil que tem o servidor público é do tipo subjetiva.

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§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no
art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
regressiva.

Quando o dano for contra o erário, a Administração irá, via de regra, recorrer ao Poder Judiciário, no âmbito
da jurisdição civil, propondo ação de indenização contra o servidor responsável (Lei nº 8.112/90, art. 122, § 1.º, parte
final).

Se o dano foi causado a terceiros, a solução para o caso se dará de forma diferente. Como vimos, esse é um
caso em que se dará a responsabilidade civil objetiva do ente público ao qual pertence o servidor. O Estado
deverá indenizar ao terceiro prejudicado, tendo havido ou não dolo ou culpa do servidor. Não havendo dolo ou
culpa do servidor, o Estado não terá o direito de regresso, que é o direito de ser ressarcido pelo servidor do
valor pago a título de indenização. Tendo havido dolo ou culpa, o ente público terá o direito de regresso contra
o servidor, podendo então propor uma ação judicial, chamada de ação regressiva ou ação de regresso, na
esfera civil, para reaver do servidor o que pagou como indenização (Lei nº 8.112/90, art. 122, § 2.º). Diz-se nesse
caso que a responsabilidade civil subjetiva do servidor é regressiva.

Para ambos os casos (prejuízo ao erário e prejuízo a terceiros) poderá haver uma solução administrativa em
vez de judicial. Se o servidor concordar, o direito que a Administração tem à indenização ou ao regresso poderá
ser cobrado administrativamente, sem a necessidade de se recorrer ao Poder Judiciário, podendo até ser
parcelado, com desconto em sua remuneração, no interesse do servidor (Lei nº 8.112/90, art. 122, § 1.º, parte inicial).
Não havendo concordância do servidor, porém, só restará à Administração recorrer ao Judiciário para obter o
ressarcimento do prejuízo. O que nunca poderá ocorrer é a Administração isentar o servidor da
responsabilidade civil quando ele tiver causado prejuízo por agir com dolo ou culpa, mesmo que ele ganhe um
baixo salário e tenha poucos bens patrimoniais, porque é dever da Administração zelar pela integridade do
patrimônio público.

§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do
valor da herança recebida.
Se o servidor falecer antes de quitar a dívida, sua responsabilidade civil (a obrigação de reparar o dano)
estende-se aos seus sucessores ou herdeiros, até o limite da herança por eles recebida (Lei nº 8.112/90, art. 122,
§ 3.º). É claro que os sucessores do servidor poderão também concordar com a solução administrativa,
parcelando o valor restante da indenização com desconto em sua pensão (Lei nº 8.112/90, art. 40, caput e § 1.º), ou,
caso não concordem com a solução administrativa, serão cobrados judicialmente.

Art. 123.. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa
qualidade.
A responsabilidade penal do servidor é a que resulta de uma conduta tipificada por lei como infração penal.
A responsabilidade penal abrange crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade (Lei nº
8.112/90, art. 123). Notem que tanto os crimes funcionais quanto as contravenções funcionais são abrangidos pela
responsabilidade penal do servidor. Esses são tipificados sempre em leis federais, visto ser competência
privativa da União legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I). Muitos dos crimes funcionais estão definidos no
Código Penal, artigos 312 a 326, como o peculato, a concussão, a corrupção passiva, a prevaricação etc.
Outros estão previstos em leis especiais federais. A responsabilidade penal do servidor é apurada em Juízo
Criminal. Se o servidor for responsabilizado penalmente, sofrerá uma sanção penal, que pode ser privativa de
liberdade (reclusão ou detenção), restritiva de direitos (prestação pecuniária, perda de bens e valores,
prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de
fim de semana) ou multa (Código Penal, art. 32).

Tema interessante por ser muitas vezes cobrado em concursos públicos é a repercussão da responsabilidade
penal nas responsabilidades administrativa e civil. Embora seja mais profundo, iremos abordar apenas a parte
do tema que é mais cobrada nos concursos.

Primeiro devemos saber que a decisão penal, apurada por causa da responsabilidade penal do servidor, só
terá reflexo na responsabilidade civil do servidor se o ilícito penal tiver ocasionado prejuízo patrimonial (ilícito
civil). A responsabilidade civil do servidor será afastada se, no processo criminal, o servidor for absolvido por
ter sido declarada a inexistência do fato ou, quando o fato realmente existiu, não tenha sido imputada sua
autoria ao servidor. Notem que, se o servidor for absolvido por falta ou insuficiência de provas, a
responsabilidade civil não será afastada.

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Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no
desempenho do cargo ou função.
Da mesma forma, será punido disciplinarmente o funcionário, sempre que, devendo agir conforme seus
deveres, omitir-se (omitir-se quer dizer: deixar de fazer o que deveria ter feito).

Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.

Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que
negue a existência do fato ou sua autoria.
Da mesma maneira se dará com a responsabilidade administrativa do servidor. Ela será afastada somente
no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria (Lei nº 8.112/90, art. 126). Tendo
havido absolvição criminal por falta ou insuficiência de provas, não será afastada a responsabilidade
administrativa do servidor. Assim, por exemplo, se o servidor foi demitido após apurada sua responsabilidade
administrativa, não deverá ser reintegrado se o processo criminal concluir pela sua absolvição por insuficiência
de provas. No entanto, se a absolvição criminal se deu por causa da inexistência do fato ou porque o servidor
foi declarado como não sendo o autor do ilícito penal, ele deverá ser reintegrado em resultado do afastamento
da sua responsabilidade administrativa

Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para
apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda
que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública.

Exercícios pertinentes
Gabarito: no final da Coletânea de exercícios

01) A reforma administrativa aprovada pelo Congresso Nacional introduziu mais um princípio básico a
ser obedecido pela Administração Pública. Portanto, agora são princípios básicos da Administração
Pública:
A) a impessoalidade, a moralidade, a legalidade, a publicidade e o respeito ao cidadão.
B) a impessoalidade, a legalidade, a transparência, a moralidade e o respeito ao cidadão.
C) a legalidade, a moralidade, o respeito ao cidadão, a publicidade e a moralidade.
D) a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência.
E) a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a transparência e a eficiência.

02) Sobre o disciplinamento da administração pública na vigente Constituição Federal, assinale a única
alternativa que contém afirmação correta:
A) é permitida, no serviço público, a acumulação remunerada de um cargo de médico com um cargo de Juiz
de Direito;
B) a proibição de acumular, no serviço público, diz respeito somente aos cargos e abrange as autarquias e
fundações;
C) é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração
do pessoal do serviço público;
D) a criação de subsidiárias de empresas públicas e de sociedades de economia mista depende da edição de
decreto governamental, após aprovação do Ministério da Fazenda.

03) O empregado público:


A) é espécie do gênero agente público.
B) é detentor da estabilidade constitucional assegurada aos ocupantes de cargos de provimento efetivo.
C) faz jus, pela constituição da república, à aposentadoria integral, observada, ainda, a paridade.
D) pode, em certos casos, figurar como autoridade coatora em mandado de segurança.

04) A investidura em cargo público está sujeita a alguns requisitos básicos, valendo destacar que:
A) não há exigência de nacionalidade, originária ou derivada, para se ocupar qualquer cargo público.
B) somente brasileiros natos podem ser contratados por instituições de pesquisa científica federal.
C) todos os cargos das instituições de pesquisa tecnológica devem ser ocupados por brasileiros, natos ou
naturalizados.

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D) os cargos, empregos e funções públicas da esfera federal de governo devem ser ocupados somente por
brasileiros.
E) uma universidade federal pode prover seus cargos, segundo normas específicas, com professores
estrangeiros.

05) A Constituição enumera princípios que serão observados pela Administração Pública de todos os
poderes. Um dos princípios prevê que a Administração Pública só poderá atuar quando houver
previsão legal, não sendo aplicada a regra de liberdade na atuação prevista para os particulares. Trata-
se do princípio constitucional da:
A) impessoalidade;
B) moralidade;
C) legalidade;
D) reserva legal;
E) eficiência.

06) Sobre o disciplinamento da administração pública na vigente Constituição Federal, assinale a única
alternativa que contém afirmação correta:
A) é permitida, no serviço público, a acumulação remunerada de um cargo de médico com um cargo de Juiz
de Direito;
B) a proibição de acumular, no serviço público, diz respeito somente aos cargos e abrange as autarquias e
fundações;
C) é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração
do pessoal do serviço público;
D) a criação de subsidiárias de empresas públicas e de sociedades de economia mista depende da edição de
decreto governamental, após aprovação do Ministério da Fazenda.

07) A Administração Pública deve observar certos princípios constitucionais, dentre eles, o de que:
A) a proibição de acumular vencimentos aplica-se tão somente à Administração direta e às suas autarquias.
B) o servidor público pode integrar qualquer associação, mas não pode assumir a direção das associações
sindicais.
C) a contratação de pessoal por tempo determinado pode ser feita em qualquer situação, sob critério e
responsabilidade do Administrador contratante.
D) será permitida a vinculação dos vencimentos para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.
E) a participação de uma empresa pública em empresa privada depende de autorização legislativa.

08) Em relação aos servidores públicos civis:


I. Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, podem exceder a remuneração
do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se der a aposentadoria ou que serviu de referência para a
concessão da pensão.
II. Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da Constituição Federal, é
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência de caráter contributivo.
III. É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
abrangidos pelo regime de previdência de caráter contributivo, ressalvados os casos de atividades exercidas
exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde.
Está correto APENAS o que se afirma em:
A) I e II.
B) II e III.
C) I.
D) II.
E) III.

09) É certo que a Administração Pública deverá observar certos princípios constitucionais e outras
determinações, e dentre estas, que:
A) os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego que possibilite o acesso a informações
privilegiadas restringe-se a administração direta.
B) a administração fazendária e seus servidores terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição,
precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei.
C) serão computadas, para efeito dos limites da remuneração e do subsídio dos ocupantes de cargos e
empregos da Administração pública, as parcelas de caráter indenizatório.

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D) ficam vedadas as contratações de servidores por tempo determinado, ainda que para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público face ao princípio do concurso público.
E) os atos de improbidade administrativa importarão, dentre outras cominações, em cassação dos direitos
políticos e o ressarcimento ao erário, com prejuízo da ação penal.

10) Adquire-se a estabilidade no serviço público:


A) após 4 anos de efetivo exercício.
B) após 5 anos de efetivo exercício.
C) após 10 anos de efetivo exercício.
D) após 3 anos de efetivo exercício.
E) após 3 anos da posse.

11) Assinale a alternativa incorreta:


A) O servidor público estável perderá o cargo mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho,
na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
B) O servidor público estável perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
C) O servidor público estável perderá o cargo mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada
ampla defesa.
D) O servidor público estável poderá perder o cargo mediante processo administrativo, em nenhuma hipótese,
entretanto, se não lhe foi assegurada a ampla defesa.
E) A Emenda Constitucional nº 20 extinguiu a estabilidade dos servidores públicos.

12) Assinale a alternativa correta. É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, EXCETO,
quando houver compatibilidade de horários.
A) A de dois cargos de professor com outro cargo técnico ou científico.
B) A de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
C) A de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; a de
três cargos de professor com outro técnico ou científico.
D) A de três cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas com
outro cargo técnico ou científico.
E) A de um cargo de professor com outros dois cargos técnicos ou científicos.

13) A respeito da remuneração na Administração Pública, analise as afirmativas a seguir:


I. Isonomia de vencimentos é a igualdade de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados
de poderes diferentes.
II. Paridade de vencimentos é a igualdade de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados
de um mesmo poder.
III. Vinculação é o atrelamento de uma majoração a outra. Assinale:
A) se somente a afirmativa I estiver correta.
B) se somente a afirmativa II estiver correta.
C) se somente a afirmativa III estiver correta.
D) se nenhuma afirmativa estiver correta.
E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

14) A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência, devendo ser observado que:
A) somente por medida provisória poderá ser criada autarquia, cabendo à lei complementar definir as áreas de
sua atuação.
B) a resolução estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público.
C) o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.
D) os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público serão computados e acumulados para fins de
concessão de acréscimos ulteriores.
E) depende de autorização do judiciário, em cada caso, a criação de subsidiárias de fundação.

15) Sobre os servidores públicos, considere as assertivas abaixo.


I. A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará a
natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira, os requisitos
para a investidura, e as peculiaridades dos cargos.

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II. O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e
Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única.
III. Medida Provisória, regulamentada por Lei Complementar, disciplinará a aplicação de recursos
orçamentários da União provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão para aplicação no
desenvolvimento de programas de qualidade do serviço público.
IV. Aos servidores titulares de cargos efetivos do Distrito Federal não é assegurado regime de previdência de
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e
inativos e dos pensionistas.
Está correto o que se afirma APENAS em:
A) I e II.
B) III e IV.
C) I e III.
D) II e III.
E) II e IV.

16) Assinale a assertiva correta.


A) No sistema constitucional brasileiro, a estabilidade do servidor público somente pode ser afastada em virtude
de sentença judicial transitada em julgado ou mediante processo administrativo no qual se assegure ao servidor
a ampla defesa.
B) Em caso de extinção do cargo, o servidor estável será colocado em disponibilidade com proventos integrais.
C) A lei pode estabelecer limites para as pensões por morte diferentes daqueles existentes para os próprios
vencimentos ou remuneração.
D) Nos termos da Constituição Federal, é lícita, em qualquer hipótese, a acumulação de proventos de
aposentadoria em cargo público com os vencimentos de outro cargo obtido mediante concurso.
E) A Constituição brasileira não admite as formas derivadas de provimento de cargo público.

17) NÃO é assegurado pela Constituição Federal aos servidores públicos o direito
A) de greve, desde que exercido nos termos e nos limites definidos em lei.
B) de cômputo de acréscimos pecuniários percebidos, para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
C) de convocação do servidor aprovado em concurso público com prioridade sobre novos concursados para
assumir cargo ou emprego, na carreira.
D) à remuneração, que somente poderá ser alterada por lei específica.
E) à livre associação sindical.

18) De acordo com o artigo 41 da Constituição Federal de 1988, que dispõe sobre o regime próprio de
previdência social, assinale a alternativa correta.
A) Os servidores titulares de cargos efetivos serão aposentados, compulsoriamente, aos 65 anos de idade.
B) Os proventos de aposentadoria poderão exceder a remuneração do respectivo servidor público, no cargo
em que se deu a aposentadoria.
C) A lei poderá, excepcionalmente, estabelecer formas fictícias de contagem de tempo de contribuição.
D) Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração, aplica-se o regime próprio de previdência social.
E) O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria.

19) É correto afirmar que:


A) Os cargos públicos caracterizam-se por serem ocupados por servidores públicos que adquirem efetividade
no quadro de servidores da Administração e são regidos pela CLT (art. 37, II, CF). Sua nomeação e posse se
darão mediante concurso público.
B) Os empregos públicos caracteriza-se por serem ocupados por servidores públicos que adquirem efetividade
no quadro de servidores da Administração e são regido pelo regime estatutário (art. 37, II, CF). Sua nomeação
e posse no emprego se darão mediante concurso público.
C) Os cargos públicos caracterizam-se por serem ocupados por servidores públicos que adquirem efetividade
na função à qual são concursados, seus direitos e deveres são previstos em regime estatutário. Sua nomeação
e posse no cargo público se darão mediante concurso público.
D) Todas estão incorretas.

20) Nos termos da Constituição Federal, o ingresso no serviço público:


A) depende de aprovação prévia em concurso público, que será sempre de provas e títulos, para permitir a
avaliação dos conhecimentos e da qualificação dos candidatos.
B) poderá se dar por livre nomeação, para cargos efetivos que dispensem qualificação especial.

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C) far-se-á, nos casos de contratação por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público, nos termos a serem definidos por lei.
D) prescinde de concurso público no caso de provimento de cargos em comissão, devendo as nomeações ser
ratificadas pelo Poder Legislativo.
E) depende de aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, para o provimento de cargos
públicos, dispensada essa exigência para o provimento de empregos públicos.

21) No que diz respeito ao regime de previdência complementar dos servidores públicos, previsto no
artigo 40, parágrafo 14 da Constituição Federal, é correto afirmar que:
A) a instituição do regime de previdência complementar de servidores públicos titulares de cargo efetivo, não
poderá afetar o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo Regime Próprio de Previdência
Social.
B) após a instituição do regime de previdência complementar de servidores públicos titulares de cargo efetivo,
poderá ser fixado para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo Regime Próprio de
Previdência Social, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social.
C) o regime de previdência complementar dos servidores públicos titulares de cargo efetivo será administrado
obrigatoriamente por autarquias previdenciárias.
D) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder
Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo,
observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das
aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social.

22) O servidor público civil federal, eleito prefeito de um determinado município:


A) será afastado do cargo, emprego ou função, e poderá optar pela sua remuneração;
B) não poderá afastar-se do cargo, emprego ou função, porque não se trata de mandato federal, estadual ou
distrital;
C) havendo compatibilidade de horários, poderá acumular os dois cargos;
D) será afastado do cargo, emprego ou função, não podendo optar pela sua remuneração;
E) será exonerado.

23) Analise a veracidade das frases.


I. Os vencimentos dos cargos do poder legislativo e do poder executivo não poderão ser superiores aos pagos
pelo poder judiciário.
II. A lei fixará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência.
III. São estáveis, após um ano, os servidores nomeados em virtude de concurso público.
Está(ão) correta(s):
A) I;
B) II;
C) I e II;
D) I e III;
E) II e III.

24) O servidor Público Civil, homem, poderá aposentar-se, voluntariamente, com proventos integrais,
se:
A) contrair doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
B) sofrer qualquer acidente que o torne inválido;
C) completar 30 anos de contribuição, com idade mínima de 55 anos;
D) completar 35 anos de contribuição, com idade mínima de 60 anos.
E) completar 30 anos de contribuição, com idade mínima de 55 anos.

25) Aos servidores públicos foram estendidos direitos sociais tais como:
A) aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo, no mínimo, de 30 dias, nos termos da lei;
B) garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
C) assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até seis anos de idade, em creches e
pré-escolas;
D) adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
E) jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
coletiva.

26) A aposentadoria por invalidez será precedida de licença:

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A) Por motivo de doença em pessoa da família;
B) Para tratamento de saúde;
C) Para tratar de interesses particulares;
D) Para disponibilidade especial;
E) Prêmio por assiduidade.

27) Assinale a alternativa correta:


A) A responsabilidade civil objetiva das entidades de direito público exonera o eventual atingido da prova do
nexo de causalidade.
B) Não influi no juízo sobre a responsabilidade civil da administração a eventual contribuição ou concorrência
da vítima para o evento danoso.
C) Nos termos da Constituição, o ato lícito da administração não poderá dar ensejo à responsabilidade civil.
D) A responsabilidade civil do Estado adotada pela Constituição é ampliada pela ideia de que se aplica entre
nós a teoria da equivalência das condições.
E) A doutrina e a jurisprudência brasileiras admitem que a responsabilidade civil do Estado submete-se entre
nós à teoria do dano direto e imediato ou da interrupção do nexo causal.

28) Assinale a opção correta.


A) Atualmente, apenas servidores efetivos podem ocupar cargos de provimento em comissão.
B) Um servidor pertencente a uma carreira composta de cargos de nível médio, ao chegar ao último nível da
sua carreira, pode ascender, por mérito, ao cargo inicial da carreira de nível superior do seu órgão, desde que
ostente diploma de curso superior.
C) O direito de greve do servidor público não pode ser legitimamente exercido enquanto não for editada lei que
o regule.
D) Constitui necessariamente uma ofensa à Constituição a fixação, mesmo que por lei, de limites etários para
o provimento de cargos públicos.
E) O candidato aprovado em concurso público para cargo de determinada carreira do Poder Executivo pode
tomar posse em cargo de carreira afim de outro Poder.

29) Com relação à estabilidade do servidor, analise as seguintes afirmativas:


I. Os ocupantes de cargos e empregos públicos serão estáveis após três anos de efetivo exercício.
II. De acordo com as normas constitucionais em vigor, extinto o cargo, o servidor estável será imediatamente
exonerado.
III Como condição para aquisição da estabilidade, o servidor deverá ser submetido a avaliação de desempenho.
A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente:
A) I e II;
B) I e III;
C) III;
D) II e III;
E) I, II e III.

30) Com relação à aposentadoria do servidor, e levando-se em consideração as normas constitucionais


em vigor, analise as afirmativas:
I. A aposentadoria compulsória será com proventos integrais.
II. O servidor se aposenta compulsoriamente aos setenta anos, sendo homem, e aos sessenta e cinco anos
de idade, se for mulher.
III. Os proventos de aposentado por invalidez podem ser proporcionais ou integrais em razão da causa que
deu origem à aposentadoria.
A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente:
A) I;
B) II;
C) III;
D) I e III;
E) I, II e III.

31) Os cargos, empregos e funções públicas somente podem ser exercidos:


A) por brasileiros e estrangeiros, na forma da lei;
B) por brasileiros natos e naturalizados, excluídos os estrangeiros;
C) mediante aprovação em concurso público;
D) mediante remuneração;

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E) cumulativamente, sem restrições, havendo compatibilidade de horário.

32) O servidor público que praticar ato de improbidade administrativa NÃO ficará sujeito a:
A) perda da função pública;
B) indisponibilidade dos bens;
C) ressarcir o erário;
D) suspensão dos direitos políticos;
E) prisão administrativa provisória.

33) Segundo os princípios constitucionais da administração pública, é certo afirmar-se que


A) o prazo de validade do concurso público será de dois anos, improrrogáveis.
B) a investidura em cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração, depende, sempre,
de aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos.
C) a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado, para atender a necessidade de
excepcional interesse público.
D) a proibição de acumular cargos públicos remunerados não abrange as sociedades de economia mista, as
fundações e as empresas públicas.
E) os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo podem ser superiores aos do Poder Executivo, mas não
podem exceder aqueles do Poder Judiciário.

34) Assinale a opção correta.


A) O servidor público pode exercer o direito de greve, independentemente de lei que o regule, desde que o
movimento paredista não afete serviços essenciais do Estado.
B) O servidor público tem o dever de se filiar à associação sindical correspondente à sua categoria.
C) Todo o cargo público deve ser preenchido por meio de concurso público.
D) A Constituição assegura ao servidor público a revisão geral anual de sua remuneração, sempre na mesma
data.
E) Nada impede que o servidor que se aposente hoje do serviço público acumule a aposentadoria com outro
cargo público efetivo qualquer, desde que o conquiste por meio de concurso público.

35) A vedação constitucional de acumular cargos, empregos e funções:


A) restringe-se a órgãos públicos;
B) restringe-se a mesma esfera de governo;
C) compreende órgãos e entidades da administração pública em geral;
D) compreende órgãos e entidades da administração pública direta e indireta, com suas subsidiárias e
concessionárias dos seus serviços.

36) Ocupante do cargo efetivo de Procurador do Estado que assume o cargo de prefeito municipal:
A) deve se exonerar do cargo de Procurador do Estado, ou se aposentar;
B) afasta-se do cargo de Procurador do Estado, apenas se não houver compatibilidade de horário para exercer
ambos os cargos;
C) pode optar pela remuneração de um ou de outro cargo;
D) pode acumular a remuneração de ambos os cargos, se exerce ambos, em virtude da compatibilidade de
horário.

37) As regras sobre a Administração Pública, inseridas no art. 37 a 42 da Constituição Federal referem-
se:
A) aos servidores públicos civis e militares federais, estaduais, municipais, da administração direta e indireta;
B) aos servidores públicos civis da administração direta e indireta, e aos militares estaduais, do distrito federal
e territórios;
C) aos servidores da administração direta, autárquica e fundacional da união, dos estados, do
Distrito federal e dos municípios, sejam civis, militares ou eclesiásticos;
D) aos servidores civis das empresas públicas, sociedades de economia mista, autarquias e fundações
públicas, bem como dos órgãos da administração direta e aos militares do governo federal, do distrito federal
e dos Territórios Federais.

38) A Constituição Federal veda a cumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, entre outras hipóteses,
A) a de um cargo de professor com dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde com profissão
regulamentada.

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B) a de dois cargos de professor com outro técnico ou científico.
C) a de um cargo de professor com dois cargos técnicos ou científicos.
D) a de um cargo ou emprego privativo de profissionais da saúde com profissão regulamentada com qualquer
outro cargo técnico ou científico.
E) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde com profissão regulamentada.

39) Assinale a alternativa correta:


A) O servidor que comete ato de improbidade administrativa está sujeito à pena de perda dos direitos políticos.
B) A condenação do servidor público nas penas previstas para atos de improbidade não prejudica uma eventual
ação criminal pelos mesmos fatos.
C) Junto com a prescrição do ilícito cometido pelo servidor público, prescreve, também, a ação de
ressarcimento pelo prejuízo ao erário advindo do ilícito.
D) A Administração pode cobrar do servidor aquilo que teve que pagar a terceiro a título de indenização por
responsabilidade civil do Estado, mas esse direito de regresso depende de prova de que o servidor agiu com
dolo no evento danoso, não sendo suficiente a comprovação da mera culpa.
E) Para que se caracterize a responsabilidade civil do Estado por prejuízo sofrido por particular, é necessário
que se comprove que o dano sofrido por este guarda nexo de causalidade com alguma ação, pelo menos
culposa, de um agente público.

40) Assinale a alternativa correta:


A) A invalidez permanente do servidor público, por qualquer causa, assegura-lhe aposentadoria com proventos
integrais.
B) Não é possível que um servidor público receba mais de uma aposentadoria por tempo de contribuição.
C) Na aposentadoria compulsória, o servidor receberá proventos integrais, independentemente do tempo de
contribuição.
D) As vantagens pecuniárias que beneficiam, em caráter geral, todos os integrantes de uma categoria de
servidores públicos devem ser pagas também aos servidores dessa categoria já aposentados.
E) Uma vez que o sistema previdenciário do servidor público federal não se confunde com o sistema
previdenciário do servidor público estadual, o tempo de contribuição estadual não se conta para fins de
aposentadoria em cargo público federal.

41) O art. 37, §1º, da Constituição estabelece que as obras e serviços públicos serão atribuídos aos
órgãos e entidades e não aos agentes públicos que determinaram a sua realização. Assinale a
alternativa que indica o princípio aplicável para esta hipótese:
A) publicidade;
B) impessoalidade;
C) eficiência;
D) razoabilidade;
E) motivação.

42) Diante das inovações trazidas pela Emenda Constitucional nº 19/98, no que diz respeito aos
servidores públicos estáveis, todas as afirmativas abaixo estão incorretas, EXCETO:
A) são estáveis, após dois anos de efetivo exercício, os servidores nomeados em virtude de concurso público.
B) o servidor público estável somente perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado
ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
C) invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante
da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo
ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
D) extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade
remunerada, auferindo a totalidade dos vencimentos correspondentes ao cargo antes exercido, até seu
adequado aproveitamento em outro cargo.
E) os cargos em comissão e as funções de confiança serão exercidos, exclusivamente, por servidores estáveis,
ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional.

43) Em torno das regras constitucionais pertinentes à Administração Pública, assinale a opção correta
A) Enquanto não for editada lei que regule o direito de greve de servidores públicos, não são legítimos os
movimentos paredistas de servidores da Administração Pública direta.
B) O servidor que ocupa dois cargos públicos de médico, em duas jornadas distintas (matutina e vespertina),
pode também ser Professor de universidade pública, se as suas aulas forem sempre noturnas.

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C) A indenização paga pela Administração ao particular, com fundamento na responsabilidade objetiva do
Estado, pode ser reavida do servidor que deu causa ao prejuízo apenas nos casos em que provado que o
servidor agiu dolosamente.
D) O servidor, ocupante de cargo efetivo ou de cargo em comissão declarado por lei de livre nomeação e
exoneração, ao completar setenta anos de idade, deve necessariamente ser aposentado, com proventos
proporcionais ao tempo de serviço.
E) É condição necessária e suficiente, para a estabilidade no serviço público, que o servidor complete três
anos de exercício em cargo de provimento efetivo.

44) Assinale a alternativa correta:


A) Com o advento da Constituição de 1988 ficou superado o entendimento de que não cabe ao Judiciário
conceder aumento de vencimentos a servidor público, sob o fundamento da isonomia.
B) A Constituição proíbe toda limitação de idade para o ingresso no serviço público.
C) A Constituição admite que o servidor que esteja no mais elevado patamar da sua carreira, seja guindado,
por processo seletivo interno, ao cargo inicial de carreira distinta da sua, melhor remunerada, desde que ambas
se situem na mesma organização administrativa.
D) Para estimular a fixação de servidores públicos federais em localidades com déficit crônico de funcionários,
a lei pode estabelecer que cada ano ali prestado será computado com acréscimo de determinado percentual,
para fins de aposentadoria voluntária.
E) O servidor que acumulava legitimamente cargos quando estava em atividade pode acumular também os
proventos de ambos os cargos, ao neles se aposentar.

45) Em relação ao controle da administração pública é correto:


A) o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar;
B) somente por lei complementar poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei específica, neste último caso, definir as áreas
de atuação;
C) os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
D) a união, os estados, o distrito federal e os municípios instituirão, exclusivamente, regime jurídico único e
planos de carreira para os servidores da administração direta, das autarquias e das fundações públicas.

46) Assinale a hipótese em que se mencionam cargos e/ou empregos públicos que podem ser objeto
de cumulação remunerada por um mesmo servidor, havendo compatibilidade de horários.
A) Cargo Técnico de uma sociedade de economia mista e Médico da Administração Direta Federal.
B) Médico da Administração Pública Federal e Médico de sociedade de economia mista estadual.
C) Professor de universidade pública federal, Professor de universidade pública estadual e Médico da
Administração Pública Direta Federal.
D) Professor de instituição pública federal, cargo técnico da Administração Pública Federal e cargo científico
da Administração Pública Federal.
E) Dois cargos técnicos da Administração Pública Federal.

47) Assinale a opção em que consta caso de acumulação vedada constitucionalmente. Considere, para
a sua resposta, que as profissões de médico, dentista e de fisioterapeuta são profissões
regulamentadas por lei.
A) Dois cargos de professor de ensino médio.
B) Dois cargos de dentista na Administração Direta Federal.
C) Cargo de professor de instituição de ensino superior federal com emprego de professor em instituição
privada de ensino.
D) Vencimentos de cargo de médico com vencimento de professor de Universidade Federal com proventos de
outro cargo de médico.
E) Cargo de fisioterapeuta na Administração autárquica federal com outro emprego de fisioterapeuta em uma
sociedade de economia mista estadual.

48) Assinale a opção correta:


A) Deve ser estendida ao aposentado a gratificação deferida de forma geral a todos os servidores públicos da
mesma carreira do inativo, mesmo que a lei seja silente sobre essa extensão.
B) A lei pode estipular teto máximo do valor da aposentadoria de todos os servidores públicos, diferente do
teto fixado para os servidores em atividade.

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C) O pensionista do servidor público somente faz jus aos reajustes gerais dos servidores públicos, não lhe
podendo ser pagas vantagens e gratificações criadas para os integrantes da carreira do instituidor da pensão
depois da morte deste.
D) Como regra geral, uma vez provada a similitude de atribuições entre duas carreiras distintas do serviço
público, o Judiciário pode estender vantagem pecuniária criada por lei para os servidores de uma delas aos
servidores da outra carreira não contemplada pelo legislador com a benesse.
E) O vencimento básico do servidor público não pode ser inferior ao salário-mínimo e deve ser complementado
até atingir esse patamar, mesmo que a sua remuneração total, obtida pela soma do vencimento básico com
outras vantagens de natureza permanente, supere o valor do salário-mínimo.

49) A Constituição, ao tratar da Administração Pública, estabeleceu que:


A) Os servidores públicos têm direito amplo de greve, que não pode ser restringido ou regulamentado pelo
legislador.
B) Os servidores públicos podem acumular a remuneração de até dois cargos públicos quaisquer, desde que
haja compatibilidade de horário.
C) A Constituição faculta a todo o servidor aposentado em cargo público efetivo na Administração Direta
estadual firmar contratos de trabalho por tempo indeterminado com uma ou mais empresas públicas federal ou
municipal.
D) Todo o servidor público que pratica ato de improbidade está sujeito, entre outras consequências, a perder
a função pública e a ter decretada a indisponibilidade de seus bens.
E) Apenas brasileiros, natos ou naturalizados, podem ser nomeados para cargos públicos.

50) Assinale a opção em que um servidor público pode-se aposentar com proventos integrais:
A) Aos setenta anos de idade, independentemente de tempo de contribuição.
B) Por invalidez permanente decorrente de acidente de serviço, qualquer que seja o tempo de contribuição.
C) Por invalidez permanente, decorrente de qualquer doença grave, devidamente atestada por junta médica,
independentemente de tempo de contribuição.
D) Aos sessenta anos de idade, se o servidor é do sexo masculino e contribuiu por pelo menos 30 anos.
E) Aos cinquenta e cinco anos de idade, se se trata de servidora, que tenha contribuído por 25 anos.

51) Sobre a Administração Pública, a Constituição Federal estabeleceu que:


A) Os servidores públicos têm direito amplo de greve, que não pode ser restringido ou regulamentado pelo
legislador.
B) O Tribunal de Contas da União pode impor pena de perda de cargo público, a suspensão de direitos políticos
e o confisco de bens ao agente político que seja considerado pela Corte como responsável por ato de
improbidade.
C) A Constituição faculta a todo servidor aposentado em cargo público efetivo na Administração Direta estadual
firmar contratos de trabalho por tempo indeterminado com uma ou mais empresas públicas federal ou
municipal.
D) É possível que um servidor público federal se aposente em cargo público da União recebendo aposentadoria
pelo regime geral da previdência.
E) Apenas brasileiros, natos ou naturalizados, podem ser nomeados para cargos públicos.

52) NÃO se inclui entre os direitos dos servidores ocupantes de cargos públicos:
A) o repouso semanal remunerado
B) a garantia de salário mínimo
C) a remuneração do salário noturno superior à do diurno
D) o fundo de garantia por tempo de serviço
E) a proibição de diferença de salários por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil

53) A Constituição Federal assegura aos servidores públicos civis o gozo, dentre outros, dos seguintes
direitos comuns aos trabalhadores da iniciativa privada:
A) seguro-desemprego; fundo de garantia do tempo de serviço; jornada de seis horas para o trabalho realizado
em turnos ininterruptos de revezamento;
B) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; duração do trabalho normal não superior a oito horas
diárias e quarenta e quatro semanais; redução dos riscos inerentes ao trabalho;
C) aviso prévio proporcional ao tempo de serviço; proteção em face da automação; seguro contra acidentes
de trabalho;
D) proibição de trabalho noturno a menores de dezoito anos; fundo de garantia do tempo de serviço;
reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

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E) duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais; redução dos
riscos inerentes ao trabalho; piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho.

54) O administrador público não pode agir visando seu benefício próprio e pessoal, por força do
princípio constitucional denominado:
A) legalidade;
B) moralidade;
C) impessoalidade;
D) eficiência;
E) anterioridade.

55) Os preceitos contidos na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 estabelecem que:
A) em caso de dano contra terceiros, o servidor público há de responder civilmente, independentemente da
configuração de dolo ou culpa;
B) a lei pode determinar, em qualquer hipótese, limite de idade para admissão no serviço público;
C) é vedada a acumulação de proventos de aposentadoria à conta do regime previdenciário mencionado no
artigo 40 da Constituição, ressalvadas as aposentadorias acumuláveis, segundo norma constitucional;
D) tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, o servidor não poderá ser afastado de seu
cargo, emprego ou função.

56) De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, os servidores públicos
civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios nomeados para cargo de provimento
efetivo em virtude de concurso público são estáveis após:
A) dois anos de efetivo exercício;
B) três anos de efetivo exercício;
C) a aprovação no concurso público;
D) a nomeação para o cargo público

57) Em matéria de acumulação de cargo, é certo que


A) os princípios que regem essa acumulação não se aplicam aos empregos e funções nas empresas
paraestatais.
B) vige a regra da permissividade da acumulação de cargos, empregos e funções públicas, sendo exceção a
proibição.
C) vige a regra da não-acumulação de cargos, empregos e funções públicas, sendo exceção a acumulação.
D) não será necessário atender à compatibilidade de horários, quando a acumulação for de cargo em comissão
ou de caráter temporário.
E) o aposentado pode, sempre e livremente, acumular provento e remuneração decorrente do exercício de
cargo titularizado após a aposentadoria.

58) Os servidores nomeados para cargos de provimento efetivo em virtude de concurso público
adquirem estabilidade após o efetivo exercício de
A) dois anos, mas podem perder o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
B) dois anos, mas podem perder o cargo mediante processo administrativo em que lhes seja assegurada ampla
defesa.
C) três anos, mas só podem perder o cargo mediante sentença judicial transitada em julgado.
D) três anos, mas podem perder o cargo mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, a
critério da autoridade administrativa.
E) três anos, mas podem perder o cargo mediante processo administrativo em que lhes seja assegurada ampla
defesa.

59) Relativamente ao servidor público, tendo em vista a Constituição Federal, assinale a alternativa
incorreta:
A) são estáveis após dois anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
em virtude de concurso público;
B) servidor público estável perderá o cargo mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma da lei complementar, assegurada ampla defesa;
C) invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante
da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo
ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço;

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D) extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo;
E) como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
comissão instituída para essa finalidade.

60) Uma emenda constitucional ampliou os casos de permissão de acumulação remunerada de cargos
públicos, passando também a abranger dois empregos privativos de
A) profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
B) quaisquer carreiras definidas em lei como técnicas.
C) profissionais da segurança pública, desde que haja compatibilidade de horários.
D) carreira dedicada ao atendimento de necessidades sociais.
E) quaisquer carreiras definidas em lei como científicas.

61) Assinale a alternativa que contraria norma constitucional referente aos princípios da Administração
Pública.
A) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei.
B) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
pagos pelo Poder Executivo.
C) A divulgação de programas e obras dos órgãos públicos é absolutamente vedada.
D) O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.
E) Em regra, é proibida a acumulação remunerada de cargos públicos, mas admitem-se exceções.

62) Após 10 anos de efetivo exercício no cargo de auxiliar administrativo, João Pereira aposentou-se
percebendo proventos proporcionais. Dois anos após, o cargo de auxiliar administrativo foi
transformado em auxiliar de escritório, tendo havido aumento da remuneração para os servidores que
ocupavam o cargo. Considerando essa situação, é correto dizer que os proventos da aposentadoria de
João
A) sofrerão o mesmo acréscimo concedido aos servidores em atividade.
B) deverão permanecer os mesmos, vez que João não se aposentou com proventos integrais.
C) deverão permanecer os mesmos, vez que os inativos não têm direito a perceber os aumentos concedidos
aos servidores em atividade quando decorrentes de transformação de cargo.
D) sofrerão um acréscimo de 50% em relação ao aumento concedido para os servidores em atividade.
E) deverão permanecer os mesmos, vez que João exerceu o cargo de auxiliar administrativo apenas por 10
anos.

63) Os atos de improbidade administrativa importam:


A) indisponibilidade dos bens até que haja ressarcimento ao erário
B) perda da função pública, se não houver ressarcimento ao erário
C) perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário
D) ressarcimento ao erário e suspensão temporária do exercício da função pública

64) O servidor do sexo masculino, que seja titular de cargo público federal de provimento efetivo, não
sendo professor nem magistrado, cuja investidura ocorreu a partir do ano de 1999, já na vigência da
Emenda Constitucional nº 20/98, tem direito à aposentadoria, com proventos integrais, desde que
A) por causa de qualquer invalidez permanente.
B) atinja a idade limite de 70 anos.
C) complete 35 anos de contribuição.
D) complete 60 anos de idade, com 35 anos de contribuição.
E) complete 65 anos de idade, com 30 anos de contribuição.

65) O servidor público da Administração Direta Federal, no exercício de mandato eletivo,


A) tratando-se de mandato eletivo federal, ficará afastado do seu cargo.
B) se investido no mandato de vereador, terá de afastar-se do seu cargo sem remuneração.
C) se investido no mandato de prefeito, terá de afastar-se do seu cargo sem direito à remuneração.
D) se investido no mandato de prefeito ou de vereador, poderá permanecer no seu cargo, cumulativamente.
E) se investido no mandato de prefeito ou vereador, terá de afastar-se do seu cargo, mas com direito a manter
sua remuneração.

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66) O servidor nomeado para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público adquire
estabilidade
A) após dois anos de exercício.
B) após três anos de exercício.
C) após cinco anos de exercício.
D) quando toma posse.
E) quando entra em exercício

67) Direito de Petição:


A) é assegurado a todos, perante os Poderes Públicos, em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder.
B) é assegurado apenas a advogados na representação de seus clientes
C) é assegurado a todo eleitor
D) é assegurado a todos, mas os analfabetos não têm meios de exercê-lo

68) O servidor público civil tem assegurado constitucionalmente o direito:


A) de livre manifestação, mas não o direito à livre associação sindical nem o direito de greve.
B) à livre associação sindical, mas não o direito de greve.
C) à livre associação sindical e o direito de greve, este desde que autorizado previamente pelo Poder Judiciário.
D) à livre associação sindical e o direito de greve, este nos termos e nos limites definidos em lei específica.
E) de greve, nos termos e nos limites definidos em lei específica, mas não o direito à livre associação sindical.

69) Atenta a políticas de inserção social, a Constituição Federal expressamente prevê reserva, por lei,
de percentual dos cargos e empregos públicos para pessoas:
A) portadoras de deficiência.
B) de raça negra.
C) com mais de 40 anos de idade.
D) do sexo feminino.
E) que tenham cursado a escola pública.

70) Quanto à idade mínima prevista na CF, para exercício de certos cargos públicos e mandatos, é
incorreto dizer que:
A) a idade mínima é de 30 (trinta) anos para Senador.
B) a idade mínima para ser Ministro do Supremo é ter mais de 35 (trinta e cinco) anos.
C) a idade mínima é de 35 (trinta e cinco) anos para Presidente e Vice-Presidente da República.
D) a idade mínima é de mais de 21 (vinte e um) anos para Juiz de Paz.

71) A Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998, promoveu uma série de modificações nos
princípios que regem a Administração Pública. Em se tratando de servidor público é correto afirmar
que:
A) são estáveis, após três anos de efetivo exercício, os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
em virtude de concurso público;
B) só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado, se não for estável;
C) invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reconduzido ao cargo de origem;
D) a avaliação especial de desempenho passará a ser obrigatória após a aquisição da estabilidade, sendo
facultativa para o servidor não estável;
E) extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade com
remuneração integral.

72) Sobre os cargos e funções públicas, é possível afirmar que a Constituição Federal
A) impõe à administração pública indireta as mesmas regras proibitivas sobre a acumulação remunerada de
cargos públicos voltadas à administração pública direta.
B) veda a definição de critérios de admissão de pessoas portadoras de deficiência a cargos e empregos
públicos.
C) condiciona a nomeação em cargos em comissão à aprovação prévia em concurso público de provas ou de
provas e títulos.
D) restringe o exercício das funções de confiança exclusivamente aos servidores ocupantes de cargo efetivo
com atribuições de natureza gerencial, orçamentária e financeira.
E) permite a acumulação remunerada de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, ainda
que a profissão não esteja regulamentada.

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73) Os servidores titulares de cargos efetivos dos Estados, que hoje ingressam no serviço, sujeitam-
se a regras constitucionais que disciplinam sua aposentadoria. Considere, a respeito, os itens abaixo
sobre hipóteses de aposentadoria e respectivo critério de cálculo de proventos:
I. por invalidez permanente, com proventos integrais.
II. compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.
III. voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e
cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: a) sessenta
anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de
contribuição, se mulher; b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher,
com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

Está harmônico com as regras gerais constantes da Constituição o que consta APENAS em
A) II.
B) II e III.
C) I e II.
D) III.
E) I.

74) João é servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão no Tribunal Regional do Trabalho
da 9ª Região. João pretende aposentar-se do serviço público. Neste caso, aplicar-se-á
A) o regime geral de previdência social.
B) especial de previdência social, ou seja, próprio dos servidores titulares de cargos efetivos.
C) híbrido de previdência social, isto é, composto por regras do regime geral e do regime especial (próprio dos
servidores titulares de cargo efetivo).
D) exatamente igual ao aplicável aos servidores titulares de cargos efetivos das autarquias federais.
E) híbrido de previdência social, isto é, composto por regras do regime geral e do regime aplicável aos
empregados públicos.

75) Considere as seguintes afirmações em relação ao regime jurídico dos servidores públicos, à luz da
Constituição da República e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria:
I. Dentro do prazo de validade de concurso público, a Administração poderá escolher o momento no qual se
realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre a própria nomeação, estando obrigada a nomear os
aprovados dentro do número de vagas previsto no edital, ressalvadas situações excepcionalíssimas que
justifiquem soluções diferenciadas, devidamente motivadas de acordo com o interesse público.
II. Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base
de cálculo de vantagem de servidor público, nem ser substituído por decisão judicial.
III. Até que sobrevenha lei específica para regulamentar o exercício do direito de greve pelos servidores
públicos civis, aplica-se-lhes, no que couber, a lei que disciplina o exercício do direito de greve dos
trabalhadores em geral.
Está correto o que se afirma em
A) I e II, apenas.
B) I e III, apenas.
C) II e III, apenas.
D) I, II e III.
E) I, apenas.

76) Com relação aos direitos garantidos pela Constituição Federal ao servidor público, pode-se afirmar
que
A) a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e
definirá os critérios de sua admissão.
B) o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar específica.
C) é garantido ao servidor público civil e militar o direito à livre associação sindical.
D) a lei complementar estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público.
E) os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário poderão ser superiores aos pagos
pelo Poder Executivo.

77) Com relação às funções de confiança na Administração Pública, nos termos da Constituição
Federal, pode-se afirmar que

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A) as funções de confiança, exercidas preferencialmente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os
cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
B) as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
C) os cargos em comissão, exercidos exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e as funções
de confiança, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
D) os cargos em comissão, exercidos preferencialmente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e as
funções de confiança, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
E) a Constituição não trata da questão.

78) Sobre a Administração Pública, de acordo com a Constituição Federal (CF), analise as assertivas
abaixo.
I. A duração do processo que não se revelar razoável afronta o princípio da eficiência, ensejando a apuração
da responsabilidade do servidor que lhe deu causa.
II. Os cargos de confiança destinam- se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
III. Não é permitido ao servidor público civil associar-se a entidade sindical.
IV. O servidor público da Administração Pública direta, uma vez investido no mandato de prefeito, será afastado
da função que exerce e lhe será facultado optar pela sua remuneração.
É correto o que se afirma em
A) I, II e III, apenas.
B) I, II e IV, apenas.
C) II, III e IV, apenas.
D) III e IV, apenas.
E) I, II, III e IV.

79) Em relação aos militares, analise as afirmações abaixo e assinale a mais completa.
I - Tem vínculo estatutário.
II - São sujeitos a regime jurídico próprio.
III - A remuneração é feita pelo Estado.
IV - Não cabe Habeas Corpus nas prisões disciplinares militares
A) Apenas a II e III estão corretas.
B) Apenas a III e IV estão corretas.
C) Apenas a I e IV estão incorretas.
D) Todas estão corretas.

80) Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens que se incorporam ao
vencimento ou provento do servidor:
I. Indenizações.
II. Gratificações.
III. Diárias.
IV. Indenização de transporte.
Está CORRETO:
A) Apenas o item I.
B) Apenas o item III.
C) Apenas o item IV.
D) Apenas o item II.

81) O servidor público:


I. Poderá ausentar-se do serviço, sem qualquer prejuízo, por um dia, para doação de sangue, por dois dias,
para se alistar como eleitor e por oito dias consecutivos em razão de casamento, falecimento de cônjuge,
companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
II. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o
horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo, independente de compensação de
horário.
III. Será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessidade
por junta médica oficial, independente de compensação de horário.

102
IV. Estudante que mudar de sede no interesse da administração é assegurada, na localidade da nova
residência ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época,
independente de vaga.
Está INCORRETO:
A) Apenas o item II.
B) Apenas o item III.
C) Apenas o item IV.
D) Apenas o item I.

82) Quanto aos direitos e vantagens do servidor público civil é certo que,
A) as vantagens pecuniárias serão, em qualquer caso, computadas ou acumuladas, para efeito de concessão
de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, ainda que sob o mesmo título ou idêntico fundamento.
B) o vencimento e a remuneração do cargo efetivo, são redutíveis, não podendo, contudo, o servidor receber
menos que dois salários mínimos.
C) a remuneração e o provento poderão ser, em qualquer caso, objeto de arresto, sequestro ou penhora.
D) o servidor em débito com o erário, que for demitido, terá que quitar o débito no ato da exoneração, vedado
prazo ou parcelamento da dívida.
E) não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de
mandato eletivo.

83) Tendo em vista os direitos do servidor público federal e no que tange aos aspectos de sua
remuneração, é correto afirmar que:
A) a remuneração poderá, em qualquer caso, ser objeto arresto, desde que haja processo judicial em
andamento.
B) as faltas decorrentes de caso fortuito poderão ser compensadas, mas não serão consideradas como de
efetivo exercício.
C) o servidor em débito com o erário, que for demitido, terá o prazo de trinta dias para quitar o débito.
D) o servidor perderá a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado e, de regra, a
parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos.
E) é sempre permitida a incidência de descontos sobre a remuneração do servidor quando estiver na situação
de devedor.

84) É certo que, além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as vantagens de:
A) gratificação, adicionais e serviço militar.
B) gratificação, capacitação e atividade política.
C) adicionais, serviço eleitoral e mandato classista.
D) indenização, capacitação e atividade política.
E) indenização, gratificação e adicionais.

85) No que se refere à gratificação natalina, é certo que:


A) será atribuída integralmente ao servidor exonerado, calculada obre o vencimento do mês da exoneração.
B) corresponde a 1/12 (um doze avos) do vencimento a que o servidor fizer jus, por mês de exercício no
respectivo ano.
C) deverá ser paga sempre no dia 20 do mês de dezembro de cada ano civil.
D) a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como uma quinzena.
E) não será considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.

86) Em relação ao vencimento e à remuneração do servidor público, é correto afirmar:


A) As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito devem ser compensadas, mas não consideradas como de
efetivo exercício.
B) O servidor, de regra, perderá a parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências
justificadas e saídas antecipadas.
C) É vedada a consignação em folha de pagamento em favor de terceiros, salvo por mandado judicial.
D) O servidor não perderá a remuneração do dia em que faltar ao serviço, ainda que sem motivo justificado.
E) O vencimento do cargo efetivo, acrescido de quaisquer vantagens, não está sujeito a reduções de qualquer
natureza.

87) Além do vencimento e das vantagens, podem ser deferidos aos servidores públicos federais outros
direitos. Assim, analise as situações funcionais sobre:
I. insalubridade ou atividades penosas;

103
II. exercício de função de direção;
III. natal;
IV. férias;
V. periculosidade;
VI. serviço extraordinário.
Referem-se, legalmente, aos adicionais SOMENTE as situações:
A) I, II, III e V.
B) I, II, III e IV.
C) I, IV, V e VI.
D) II, IV, V e VI.
E) III, IV, V e VI.

88) Quanto aos Direitos dos Servidores Públicos, é correto afirmar:


A) O provento não poderá, em qualquer hipótese, ser objeto de sequestro ou penhora, ainda que no caso de
prestação alimentícia.
B) Nenhum servidor receberá remuneração ou provento inferior a dois salários mínimos.
C) Salvo por imposição legal ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.
D) As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior não poderão ser compensadas, não
sendo assim consideradas como efetivo exercício.
E) O vencimento do cargo efetivo, quando acrescido das vantagens de caráter permanente, é redutível na
parcela autônoma da representação.

89) Ao servidor é permitido, dentre outras hipóteses,


A) participar de gerência de sociedade privada, exceto na qualidade de acionista.
B) ausentar-se do serviço, durante o expediente, com ou sem prévia autorização do chefe imediato.
C) praticar usura sob qualquer de suas formas.
D) dar fé a documentos públicos.
E) promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição.

90) No que diz respeito aos direitos e vantagens dos servidores públicos, previstos na Lei 8.112/90:
A) Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, sem as vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas
em lei.
B) O vencimento do cargo efetivo, acrescido de vantagens de caráter permanente, é redutível.
C) As indenizações são incorporadas ao vencimento ou provento.
D) As gratificações e os adicionais, em hipótese alguma, incorporam-se a vencimentos ou proventos.
E) As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer
outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

91) Quanto à responsabilidade civil do servidor público é correto que:


A) Decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
B) A obrigação de reparar o dano não se estende aos sucessores.
C) As sanções civis, penais e administrativas não poderão cumular-se, sendo incompatíveis entre si.
D) A responsabilidade civil e administrativa do servidor não será afastada no caso de absolvição criminal que
negue a existência do fato ou sua autoria.
E) Tratando-se de dano causado a terceiros, não responderá o servidor perante a Fazenda Pública, ainda que
em ação regressiva.

92) Julgue os itens abaixo e assinale a alternativa correta:


I - É dever do funcionário público promover manifestações de apreço dentro da repartição, ou tornar-se solidário
com elas.
II - É proibido ao funcionário público promover ou subscrever listas de donativos dentro da repartição.
III - É proibido ao funcionário público constituir-se procurador ou servir de intermediário de parentes até o
segundo grau perante qualquer repartição pública.
A) Todos os itens estão corretos.
B) Somente estão corretos os itens II e III.
C) Somente está correto o item I.
D) Somente está correto o item II.
E) Somente está correto o item III.

93) Não é dever do funcionário:

104
A) ser assíduo e pontual.
B) residir no local onde exerce o cargo, ou onde autorizado.
C) tratar com urbanidade os companheiros de serviço e as partes.
D) proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a função pública.
E) cooperar e manter espírito de solidariedade com os companheiros de trabalho e as partes.

94) Sobre o afastamento para exercício de mandato eletivo é incorreto afirmar:


A) No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se em exercício
estivesse.
B) O servidor investido em mandato, eletivo ou classista poderá ser removido ou redistribuído de ofício para
localidade diversa daquela onde exerce o mandato.
C) Tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, o servidor ficará afastado do cargo.
D) Investido no mandato de Prefeito, o servidor será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração.

95) Sobre férias:


I - O servidor fará jus a 30 (trinta) dias consecutivos de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de 3
(três) períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação
específica.
II - Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.
III - É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
A) a I e II estão corretas
B) a II e III estão corretas
C) a l e III estão incorretas
D) todas estão incorretas

96) O prazo inicial da licença concedida por motivo de doença em família que pode ser prorrogável com
remuneração é de:
A) 180 Dias C) 30 Dias
B) 90 Dias D) 60 Dias

97) Assinale a assertiva correta a respeito da responsabilidade do servidor.


A) O servidor só responde civil e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.
B) Tratando-se de dano causado à Administração, responderá o servidor perante a Fazenda Pública em ação
regressiva.
C) A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal por falta de
provas.
D) As sanções civis, penais e administrativas não poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
E) A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do
valor da herança recebida.

98) É dever do funcionário:


A) requerer ou promover a concessão de privilégios
B) residir no local onde exerce o cargo ou onde autorizado
C) promover manifestações e apreço dentro da repartição
D) constituir-se procurador das partes

99) Não constitui dever do Funcionário Público:


A) guardar sigilo sobre assuntos da repartição
B) representar aos superiores sobre todas as irregularidades que tiver ciência
C) residir no local onde exerce o cargo, ou onde autorizado
D) n.d.a.

100) Constitui ainda, dever do Funcionário Público:


A) servir de intermediário perante repartição pública para tratar de interesses das partes
B) exercer emprego ou função em empresas, estabelecimentos e instituições que tenha relação com o governo
em matéria que se relacione com a finalidade das repartições ou serviço em que esteja lotado
C) apresentar-se convenientemente trajado em serviço
D) n.d.a.

105
101) Caracteriza-se a responsabilidade do Funcionário Público:
A) quando diminuir a arrecadação fazendária
B) pela elevação da tributação
C) por qualquer erro de cálculo ou redução contra a fazenda pública
D) n.d.a.

102) São deveres do Funcionário Público


A) praticar usura
B) fazer contratos de natureza comercial e industrial com o governo, por si, com o representante de outrem.
C) não comparecer ao serviço em caso de moléstia familiar
D) providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento individual, a sua declaração de família.

103) É permitido ao Funcionário Público:


A) retirar, sem previa permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto existente na
repartição.
B) tratar de interesses particulares na repartição
C) empregar material do serviço público em serviço particular
D) tratar de interesses públicos referentes ao serviço na repartição

104) É dever do Funcionário Público:


A) fundar sindicato de funcionários
B) tratar com urbanidade os companheiros de serviço e as partes
C) aderir às greves
D) n.d.a.

105) É dever do Funcionário Público.


A) promover listas de donativos para companheiros de serviço necessitados
B) descumprir ordens de serviço que considera ineficientes.
C) guardar sigilo sobre os assuntos da repartição
D) n.d.a.

106) No que diz respeito aos direitos e vantagens dos servidores públicos.
A) Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, sem as vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas
em lei.
B) O vencimento do cargo efetivo, acrescido de vantagens de caráter permanente, é redutível.
C) As indenizações são incorporadas ao vencimento ou provento.
D) As gratificações e os adicionais, em hipótese alguma, incorporam-se a vencimentos ou proventos.
E) As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer
outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

Gabarito
01 - D 02 - C 03 - D 04 - E 05 - C 06 - C 07 - E 08 - B 09 - B 10 - D
11 - E 12 - B 13 - C 14 - C 15 - A 16 - E 17 - B 18 - E 19 - C 20 - C
21 - D 22 - A 23 - B 24 - D 25 - B 26 - B 27 - E 28 - C 29 - C 30 - C
31 - A 32 - E 33 - C 34 - D 35 - C 36 - C 37 - B 38 - E 39 - B 40 - D
41 - B 42 - C 43 - A 44 - E 45 - C 46 - B 47 - D 48 - A 49 - D 50 - B
51 - D 52 - D 53 - B 54 - C 55 - C 56 - B 57 - C 58 - E 59 - A 60 - A
61 - C 62 - A 63 - C 64 - D 65 - A 66 - B 67 - A 68 - D 69 - A 70 - A
71 - A 72 - A 73 - D 74 - A 75 - D 76 - A 77 - B 78 - B 79 - D 80 - D
81 - A 82 - E 83 - D 84 - E 85 - E 86 - B 87 - C 88 - C 89 - D 90 - E
91 - A 92 - D 93 - E 94 - B 95 - B 96 - C 97 - E 98 - B 99 - D 100 - C
101 - C 102 - D 103 - D 104 - B 105 - C 106 - E

Lei Complementar nº 85 de 12 de agosto de 2008

106
Dispõe sobre a Lei Orgânica e o Estatuto da Polícia Civil do Estado da Paraíba, sua organização
institucional, suas carreiras, os direitos e as obrigações dos seus integrantes e dá outras providências.

TÍTULO I
Da Organização Institucional
CAPÍTULO I
Das Disposições Preliminares

Art. 1º A Polícia Civil do Estado da Paraíba, instituição constante do Poder Público Estadual, órgão componente
da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social, fundamental ao amparo do Estado e do povo, à
qual incumbe, com exclusividade, ressalvada a competência da União, o exercício das funções de polícia
judiciária, a investigação e a apuração, no território do Estado da Paraíba, das infrações penais, exceto as
militares, cabendo-lhe, ainda, a preservação da ordem, da segurança pública, da incolumidade das pessoas e
do patrimônio, bem como a execução de outras políticas de defesa social.
§ 1º A Polícia Civil do Estado da Paraíba exercerá, privativamente, através do Instituto de Polícia Científica, as
atividades de criminalística, identificação civil e criminal, medicina e odontologia legal e de laboratório forense,
cabendo-lhe o cumprimento de suas funções institucionais.
§ 2º A Polícia Civil do Estado da Paraíba, nos termos desta Lei Complementar, é dirigida pelo Delegado-Geral
de Polícia Civil, goza de autonomia operacional e administrativa e participa, de forma decisiva, da elaboração
da proposta orçamentária, para o cumprimento de seus encargos institucionais.

CAPÍTULO II
Dos Princípios, dos Preceitos, dos Fundamentos e dos Símbolos

Art. 2º A Polícia Civil do Estado da Paraíba, cujos integrantes, na forma desta Lei Complementar, são
identificados como Grupo GPC-600, submete-se aos princípios constitucionais da legalidade, moralidade,
impessoalidade, publicidade e eficiência, que regem a Administração Pública, e subordina-se aos seguintes
princípios institucionais:
I – respeito ao Estado Democrático de Direito;
II – garantia e promoção dos direitos e da dignidade da pessoa humana;
III – obediência à hierarquia e à disciplina;
IV – unidade de doutrina e uniformidade de procedimentos técnico-científicos, aplicados à investigação policial;
V – participação comunitária;
VI – integração, com reciprocidade, com os demais órgãos e agentes públicos que compõem o sistema de
segurança pública.
Parágrafo único. Considera-se procedimento técnico-científico toda função de investigação da infração penal,
levando-se em conta seus aspectos de autoria e materialidade, inclusive os atos de escrituração em inquérito
policial ou quaisquer outros procedimentos, instrumentos e atos oficiais.

Art. 3º As funções da Polícia Civil do Estado da Paraíba devem ser exercidas de acordo com os seguintes
preceitos:
I – preservação da ordem, repelindo a violência e fazendo observar as leis;
II – respeito à pessoa humana, garantindo a integridade física e moral da população;
III – atuação na defesa civil, prestando permanentes serviços à comunidade;
IV – impedimento de sentimentos ou animosidades pessoais que influam nos procedimentos e nas decisões
de seus agentes;
V – exercício da função policial com probidade, discrição e moderação;
VI – condução dentro de padrões ético-morais compatíveis com a instituição que integra e com a sociedade a
que serve;
VII – manutenção da unicidade técnico-científica da investigação policial;
VIII – autonomia de conclusões, desde que fundamentadas do ponto de vista jurídico e técnico-científico;
IX – atuação em equipe estimulada pela cooperação, planejamento sistêmico, troca dinâmica de informações,
compartilhamento de experiências e desburocratização.

Art. 4º São símbolos institucionais da Polícia Civil do Estado da Paraíba seu hino, sua bandeira, seu brasão,
o distintivo, as medalhas e botons, segundo modelos estabelecidos em Decreto expedido pelo Governador do
Estado.

CAPÍTULO III
Das Funções Institucionais

107
Art. 5º A Polícia Civil do Estado da Paraíba, órgão integrante do Sistema de Segurança Pública do Estado,
tem por missão:
I – praticar, com exclusividade, todos os atos necessários ao exercício das funções de polícia judiciária e
investigatória de caráter criminalístico e criminológico;
II – manter a ordem e o respeito aos direitos humanos e o combate eficaz à criminalidade e à violência;
III – organizar e executar os serviços de identificação civil e criminal, bem como realizar exames periciais em
geral para a comprovação da materialidade da infração penal e de sua autoria;
IV – colaborar com a justiça criminal:
a) fornecendo às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e ao julgamento dos
processos;
b) realizando as diligências fundamentadamente requisitadas pelo Poder Judiciário, pelo Ministério Público e
pelas Comissões Parlamentares de Inquérito, em razão de procedimento policial instaurado;
c) cumprindo os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
d) representando pela decretação das prisões preventiva e temporária, da busca e apreensão e da
interceptação telefônica, quando entender necessárias ou úteis à elucidação dos fatos.
Parágrafo único. As funções institucionais da Polícia Civil do Estado da Paraíba são indelegáveis e somente
poderão ser exercidas por integrantes de suas carreiras, instituídas nesta Lei Complementar.

CAPÍTULO IV
Das Atribuições

Art. 6º À Polícia Civil do Estado da Paraíba, no exercício de suas funções institucionais, além das atribuições
ínsitas na legislação penal e processual penal vigente, cumpre:
I – formalizar, com exclusividade, o inquérito policial, o termo circunstanciado de ocorrência e outros
procedimentos apuratórios das infrações administrativas e criminais;
II – realizar ações de inteligência destinadas a instrumentar o exercício de polícia judiciária e de apuração de
infrações penais, na esfera de sua responsabilidade, observados os direitos e as garantias individuais;
III – realizar coleta, busca, estatística e análise de dados de interesse policial, destinados a orientar o
planejamento e a execução de suas atribuições;
IV – manter atualizados os arquivos sobre mandados de prisão e documentos correlatos;
V – manter, nos inquéritos policiais e nos termos da lei, o sigilo necessário à elucidação do fato ou o exigido
pelo interesse da sociedade;
VI – zelar pela ordem e segurança pública, promovendo medidas de proteção à sociedade e aos indivíduos ou
participando delas;
VII – atender às requisições do Poder Judiciário e do Ministério Público, cumprir mandado de prisão e de busca
e apreensão, bem como fornecer informações necessárias à instrução do processo criminal nos prazos
previamente estabelecidos;
VIII – organizar e manter cadastro atualizado de pessoas procuradas, suspeitas ou indiciadas pela prática de
infrações penais e as que cumprem pena no sistema penitenciário estadual;
IX – manter o serviço de estatística, de maneira a fornecer informações precisas e atualizadas sobre o índice
de criminalidade;
X – fiscalizar áreas públicas ou privadas sujeitas à fiscalização do poder de polícia;
XI – adotar as providências necessárias para preservar os vestígios e provas das infrações penais, colhendo,
resguardando e interpretando indícios ou provas de sua autoria;
XII – estabelecer intercâmbio permanente com entidades ou órgãos públicos ou privados que atuem em áreas
afins, para obtenção de elementos técnicos especializados necessários ao desempenho de suas funções;
XIII – atuar no recrutamento e seleção, promover a formação, o aperfeiçoamento e o desenvolvimento
profissional e cultural dos policiais civis, observadas as políticas, as diretrizes e as normas de gestão dos
recursos humanos do Poder Executivo;
XIV – definir princípios doutrinários e técnicas que visem a promover a segurança pública por meio da ação
policial eficiente;
XV – desenvolver o ensino, as pesquisas e os estudos permanentes para garantir a melhoria das ações de
preservação da ordem pública e repressão dos ilícitos penais;
XVI – apoiar e cooperar, de forma integrada, com os órgãos municipais, estaduais e federais de segurança
pública, de maneira a garantir a eficácia de suas atividades;
XVII – realizar ações de inteligência destinadas à prevenção criminal e a instrumentalizar o exercício da polícia
judiciária e a preservação da ordem e da segurança pública, na esfera de sua atribuição;
XVIII – participar, com reciprocidade, dos sistemas integrados de informações relativas aos bancos de registro
de dados disponíveis nos órgãos públicos municipais, estaduais e federais, bem como naqueles situados no

108
âmbito da iniciativa privada de interesse institucional e com vistas à manutenção da ordem e da segurança
pública;
XIX – organizar e executar serviços de identificação civil e criminal;
XX – manter intercâmbio operacional e cooperação técnico-científica com outras instituições policiais, para
cumprimento de diligências destinadas à investigação de infrações penais, à instrução de inquéritos policiais e
de outros procedimentos, instrumentos ou atos oficiais;
XXI – organizar, executar e manter serviços de estudo, análise, estatística e pesquisa policial sobre a
criminalidade e a violência, inclusive mediante convênio com órgãos congêneres e entidades de ensino
superior;
XXII – realizar diligências policiais para cumprimento do exercício de polícia judiciária;
XXIII – exercer, além das atribuições previstas nesta Lei Complementar, outras atribuições que lhe sejam
conferidas em leis e ou regulamentos afins.

TÍTULO II
Da Estrutura Orgânica da Polícia Civil do Estado da Paraíba
CAPÍTULO I
Da Estrutura Organizacional

Art. 7º A Polícia Civil do Estado da Paraíba exercerá suas funções e atribuições por meio dos órgãos de
deliberação coletiva e de direção superior seguintes:
I – Delegacia-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba;
II – Instituto de Polícia Científica;
III – Conselho Superior de Polícia Civil do Estado da Paraíba.
Parágrafo único. O detalhamento da estrutura operacional e as atribuições dos dirigentes, além das
vinculações funcionais das unidades operacionais que os compõem serão estabelecidos em legislação
específica, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias.

CAPÍTULO II
Da Delegacia-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba

Art. 8º A Delegacia-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba – DEGEPOL é dirigida pelo Delegado-Geral
da Polícia Civil, escolhido dentre os Delegados de Polícia de classe especial ou de 1ª classe, em efetivo
exercício, nomeado pelo Governador do Estado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 209 de 11 de julho de 2013)

Parágrafo único. O Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba será substituído, automaticamente,
em seus afastamentos, ausências e impedimentos eventuais, pelo Delegado-Geral Adjunto da Polícia Civil,
escolhido dentre os Delegados de Polícia de classe especial ou de 1ª classe, em efetivo exercício, nomeado
pelo Governador do Estado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 209 de 11 de julho de 2013)

Art. 9º À Delegacia-Geral, além de outras atribuições, compete:


I – o planejamento, a supervisão, a coordenação, o controle e a fiscalização do exercício das funções da Polícia
Civil do Estado da Paraíba, garantindo, inclusive, a eficácia de seus fundamentos e dos princípios institucionais;
II – a movimentação livre dos integrantes das carreiras policiais dentro das unidades que lhe são subordinadas;
III – a aprovação da escala de férias dos servidores do Grupo GPC-600;
IV – a decisão, em último grau de recurso, sobre a instauração de inquérito policial e de outros procedimentos
formais;
V – a avocação e redistribuição, excepcional e fundamentadamente, de inquéritos policiais e outros
procedimentos, instrumentos e atos oficiais;
VI – a determinação de instauração de sindicâncias e de processos administrativos em torno de denúncias que
envolvam integrantes do Grupo GPC-600;
VII – a determinação, quando entender necessário, do afastamento preventivo e o recolhimento da carteira
funcional, armas, algemas outros objetos do acervo da SEDS, de servidores do Grupo GPC-600, que se
encontrem respondendo a processo criminal e aos procedimentos administrativos mencionados no inciso VI
deste artigo;
VIII – o auxílio, imediata e diretamente, ao Secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social, nos assuntos
de atribuição da Polícia Civil do Estado da Paraíba;
IX – a autorização das indicações nominais de bolsistas às instituições que promovam cursos, seminários e
outras atividades congêneres de interesse da Polícia Civil do Estado da Paraíba;
X – o exercício dos demais atos necessários à eficácia administrativa da Polícia Civil do Estado da Paraíba.

109
Seção Única
Das Delegacias de Polícia

Art. 10. As Delegacias de Polícia, unidades operacionais regionalizadas integrantes da Delegacia-Geral, com
sede e circunscrição definidas em ato do Governador, têm por finalidade promover a apuração das infrações
penais, a repressão da criminalidade, bem como outros fins cominados em lei.

Art. 11. As Delegacias são identificadas como Delegacias Regionais, Delegacias Especializadas, Delegacias
Distritais e Delegacias Municipais e serão definidas com base nos seguintes fundamentos:
I – atribuição para funcionar em todos os delitos ocorridos na área de sua circunscrição;
II – exercício da atividade em uma base territorial e comunitária;
III – atuação sob a coordenação, a supervisão e o apoio da Delegacia-Geral de Polícia Civil do Estado da
Paraíba, a qual estará dinamicamente articulada por metodologias de gestão de informações;
IV – consecução de suas atribuições sob padrões normalizados de atendimento, visando à eficácia de todo ato
investigativo;
V – integração comunitária;
VI – integração e atuação harmônica com os demais órgãos, unidades e agentes do sistema policial, de defesa
social e de justiça criminal.

Art. 12. As Delegacias de Polícia serão dirigidas por Delegados de polícia da seguinte forma:
I – Delegacias Regionais e Especializadas da Capital, por Delegados de primeira classe e de classe especial;
II – Delegacias Distritais da Capital, por Delegados de primeira e de segunda classes, como plantonista;
III – Delegacias de Polícia Especializadas e Distritais do Interior, por Delegado de Polícia de segunda ou de
terceira classes, como adjunto;
IV – Delegacias de Polícia Municipais, sedes de Comarca, por Delegado de Polícia de segunda ou de terceira
classes;
V – Delegacias de Polícia Municipais, por Delegado de Polícia de terceira classe.
§ 1º Na falta de Delegados de Polícia, nos níveis acima definidos, ou por interesse do serviço público, o
Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba poderá designar, para responder pela direção das
referidas unidades operacionais, Delegado de Polícia de menor nível hierárquico, desde que objetivamente
demonstrada a necessidade.
§ 2º Ao Delegado de Polícia, é vedado recusar a designação para dirigir unidade policial correspondente à sua
classe hierárquica, salvo por justa causa, após pronunciamento do Conselho Superior da Polícia Civil do Estado
da Paraíba, e submetido à aprovação do Secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social.

CAPÍTULO III
Do Instituto de Polícia Científica

Art. 13. O Instituto de Polícia Científica – IPC, órgão da Polícia Civil do Estado da Paraíba, subordinado
administrativamente ao titular da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social – SEDS, vinculado
operacionalmente à Delegacia-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba, é dirigido pelo Diretor-Geral do
Instituto de Polícia Científica, nomeado pelo Governador do Estado.
Parágrafo único. O Diretor-Geral do Instituto de Polícia Científica deverá ser ocupado por Perito Oficial
Criminal, Perito Oficial Médico-Legal, Perito Oficial Odonto-Legal ou Perito Oficial Químico-Legal de Classe
Especial em efetivo exercício.

Art. 14. Ao Instituto de Polícia Científica, compete:


I – coordenar, planejar e executar, através de suas unidades operacionais, os exames periciais em geral para
a comprovação da materialização da infração penal e de sua autoria;
II – organizar e executar os serviços de identificação civil e criminal;
III – colaborar com o Sistema Nacional de Segurança Pública, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a
Defensoria Pública, por intermédio de suas gerências executivas;
IV – promover a informatização para o perfeito funcionamento de suas unidades operacionais;
V – articular-se com a Academia de Ensino de Polícia, para propiciar a formação, a capacitação e a atualização
dos integrantes das carreiras que atuam sob sua subordinação, no que se refere ao conhecimento técnico-
científico;
VI – contribuir na elaboração e na atualização periódica do Regulamento das Atividades Cartorárias,
Administrativas e Operacionais da Polícia Civil do Estado da Paraíba;
VII – realizar pesquisas no campo das ciências forenses e ampliá-las, a fim de aperfeiçoar técnicas
preconizadas e criar novos métodos de trabalho, consentâneos com o desenvolvimento tecnológico e científico;

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VIII – realizar perícias laboratoriais relativas a infrações penais nas áreas de biologia, bioquímica, física,
identificação, genética, química, toxicologia, dentre outras ciências correlatas, sempre no interesse da atividade
forense;
IX – promover conferências, debates e seminários sobre assuntos de interesse da sua área de atuação e
promover a publicação de trabalhos, estudos e pesquisas realizadas;
X – realizar exames de DNA exclusivamente para fins de investigação criminal e instrução processual penal;
XI – realizar pesquisas no campo da criminalística e perícias criminais, com exclusividade, em locais de crimes,
em materiais, objetos, veículos, bem como identificação de pessoas na área de criminalística, dentre outras,
visando a obter a materialidade, a qualificação da infração penal, a dinâmica e a autoria dos delitos;
XII – ampliar o campo de pesquisas, a fim de aperfeiçoar técnicas preconizadas e criar novos métodos de
trabalho, consentâneos com o desenvolvimento tecnológico e científico;
XIII – manter intercâmbio com outros órgãos congêneres do país, com entidades e universidades, a fim de
aperfeiçoar conhecimentos específicos nas suas áreas de atuação;
XIV – realizar perícias, pesquisas e estudos de atividades científicas no campo da medicina legal e odontologia
legal;
XV – promover a atualização, a ampliação e o desdobramento das funções no campo papiloscópico sempre
que a estrutura jurídica e a comunidade o exigirem;
XVI – manter equipamentos e tecnologias de apoio à investigação dos aspectos subjetivos e objetivos das
infrações penais;
XVII – manter a estrutura física e analítica do arquivo datiloscópico e outros meios ou tecnologias de
identificação civil e criminal de pessoas.

CAPÍTULO IV
Do Conselho Superior da Polícia Civil do Estado da Paraíba

Art. 15. O Conselho Superior da Polícia Civil do Estado da Paraíba, órgão colegiado de natureza consultiva e
deliberativa, tem por finalidade fiscalizar a atuação da Polícia Civil do Estado da Paraíba, zelando pela
obediência aos seus princípios e funções institucionais, ao cumprimento e à execução de suas atribuições.

Art. 16. O Conselho Superior da Polícia Civil do Estado da Paraíba, presidido pelo Delegado-Geral da Polícia
Civil do Estado da Paraíba, é integrado por:
I – Gerente Executivo de Polícia Metropolitana da Capital;
II – Gerente Executivo de Polícia do Interior;
III – Gerente Executivo de Inteligência da Polícia Civil do Estado da Paraíba;
IV – Corregedor de Polícia Civil do Estado da Paraíba;
V – 02 (dois) membros da Polícia Civil do Estado da Paraíba em efetivo exercício e preferencialmente de classe
especial sendo 01 (um) Delegado de Polícia e 01 (um) Perito Oficial, indicados pelo Sindicato da Categoria;
VI – Diretor-Geral do Instituto de Polícia Científica;
VII – Diretor da Academia de Ensino de Polícia.
Parágrafo único. Os membros referidos nos incisos VI e VII somente serão convocados pelo Presidente do
Conselho para as reuniões em que forem deliberadas matérias relacionadas às suas atribuições.

Art. 17. Ao Conselho Superior da Polícia Civil do Estado da Paraíba, além de outras atribuições, compete:
I – propor medidas para o aprimoramento técnico, para a padronização de procedimentos formais e para a
utilização de novas técnicas, visando ao desenvolvimento e à eficiência das ações policiais;
II – propor o aumento de vagas nos cargos das carreiras que compõem o Grupo GPC-600, bem como a revisão
de normas legais aplicáveis a seus integrantes;
III – pronunciar-se sobre o estabelecimento de regras e instruções para realização de concursos públicos de
ingresso na Polícia Civil do Estado da Paraíba;
IV – decidir, em segunda instância e pelo voto mínimo de 2/3 (dois terços) de seus membros, nos recursos
contra decisões das comissões permanentes de avaliação, relativamente à classificação para promoção e aos
resultados de avaliações de desempenho dos integrantes da Polícia Civil do Estado da Paraíba;
V – aprovar proposições e deliberar sobre outorga de honrarias, bem como decidir sobre a concessão de
condecorações em geral, recompensas e outras comendas para expressar o reconhecimento de desempenhos
elogiosos do Policial civil;
VI – pronunciar-se sobre propostas de criação, instalação ou desativação de unidades operacionais da Polícia
Civil do Estado da Paraíba;
VII – deliberar, por meio de voto, nas proposições de promoção de integrantes da Polícia Civil do Estado da
Paraíba, por merecimento ou ato de bravura;

111
VIII – manifestar-se nos pedidos de reabilitação de sanções administrativas aplicadas por atos ou omissões no
exercício da função policial;
IX – prestar consultoria, quando solicitado, em assuntos de segurança pública e de organização e atuação da
Polícia Civil do Estado da Paraíba;
X – deliberar sobre assentamentos de certificações de titulações acadêmicas obtidas por servidores da Polícia
Civil do Estado da Paraíba em outras instituições de ensino, para fins de evolução funcional na carreira;
XI – encaminhar listas de promoção por antiguidade e merecimento para serem submetidas aos Secretários
de Estado da Segurança e da Defesa Social e da Administração, para homologação e concessão da promoção;
XII – deliberar, por iniciativa do seu Presidente ou de 1/4 (um quarto) de seus membros, sobre assunto
relevante de interesse institucional ou das carreiras integrantes da Polícia Civil do Estado da Paraíba;
XIII – elaborar o Regimento Interno do Conselho para aprovação por ato do Secretário de Estado da Segurança
e da Defesa Social.
§ 1º O Conselho Superior da Polícia Civil do Estado da Paraíba reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês
e, extraordinariamente, por convocação de seu Presidente ou da maioria dos membros, conforme dispuser seu
Regimento Interno.
§ 2º O quórum para deliberação do Conselho não será inferior a 03 (três) de seus membros, devendo suas
decisões, salvo dispositivo legal em contrário, serem aprovadas por maioria dos presentes.
§ 3º O Regimento do Conselho Superior da Polícia Civil do Estado da Paraíba disporá sobre o seu
funcionamento, a designação de seus membros efetivos e suplentes e demais regras de realização de suas
reuniões e aprovação de suas deliberações.
§ 4º Os integrantes do Conselho Superior da Polícia Civil do Estado da Paraíba não receberão qualquer
remuneração pela participação no colegiado.

TÍTULO III
Do Regime Jurídico dos Integrantes da Polícia Civil do Estado da Paraíba
CAPÍTULO I
Das Disposições Preliminares
Seção I
Da Abrangência

Art. 18. São abrangidos pelo regime jurídico peculiar de que trata esta Lei Complementar os servidores
investidos em cargos efetivos integrantes de carreiras que compõem a Polícia Civil do Estado da Paraíba.
Parágrafo único. Os integrantes das carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba ficam submetidos a esta
Lei Complementar e, subsidiariamente, ao Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Estado.

Art. 19. As categorias funcionais do Grupo Polícia Civil do Estado da Paraíba, abrangidas por esta Lei
Complementar, integram as seguintes carreiras:
I – Carreira Jurídico-Policial: Delegado de Polícia Civil; (Redação dada pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)
II – Carreira de Polícia Científica: Perito Oficial Criminal, Perito Oficial Médico-Legal, Perito Oficial Odonto-
Legal e Perito Químico-Legal; (Redação dada pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)
III – Carreira de Polícia Investigativa:
a) Agente de Investigação:
b) Escrivão de Polícia Civil;
c) Agente Operacional de Polícia Civil.
IV – Categoria de Apoio Técnico: Técnico em Perícia, Papiloscopista e Necrotomista;

§ 1° - Para os efeitos desta Lei Complementar considera-se:

I - carreira: o conjunto de cargos de provimento efetivo agrupados segundo sua natureza e complexidade e estruturados em
níveis e graus escalonados em função do grau de responsabilidade e das atribuições da carreira; (Incluído pela Lei nº 11.192
de 31 de agosto de 2018)

II - cargo de provimento efetivo: a unidade de ocupação funcional do quadro de pessoal, privativa de servidor
público efetivo, com criação, remuneração, quantitativo, atribuições, responsabilidades, direitos e deveres de
natureza estatutária definidos nesta Lei Complementar;
III - quadro de pessoal: o conjunto de cargos de provimento efetivo e de provimento em comissão de órgãos
públicos. (Incluído pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)

§ 2° - À Polícia Civil do Estado da Paraíba, dirigida por Delegados de Polícia de carreira, serão conferidas,
ressalvada a competência da União, atribuições precípuas de polícia judiciária, de investigação e apuração das
infrações penais, exceto as militares, em seus aspectos de autoria e materialidade, inclusive os atos de

112
fom1alização em inquérito policial, laudos periciais ou quaisquer outros procedimentos, instrumentos e atos
oficiais. (Incluído pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)

Seção II
Da Hierarquia e Disciplina

Art. 20. A função policial civil, fundada na hierarquia e na disciplina, é incompatível com qualquer outra
atividade, salvo as exceções previstas na legislação.
Parágrafo único. Independentemente de carreira, classe ou grau da evolução profissional, o regime
hierárquico não autoriza qualquer violação de consciência e de convencimento técnico e científico
fundamentado.

Art. 21. A disciplina é o valor que agrega atitude de fidelidade profissional às disposições legais e às
determinações técnicas e científicas fundamentadas e emanadas da autoridade competente.

Seção III
Do Regime de Trabalho

Art. 22. Os ocupantes dos cargos compreendidos no Grupo Ocupacional Polícia Civil estão sujeitos ao regime
de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais, de segunda-feira à sexta-feira, em 02 (dois) turnos.
§ 1º Poderá haver redução para 06 (seis) horas diárias ininterruptas, de acordo com a necessidade do serviço.
§ 2º O regime de trabalho definido no caput desse artigo não se aplica aos servidores policiais em Regime de
Plantão, que deverá ser de 24 (vinte e quatro) horas de trabalho por 72 (setenta e duas) horas de descanso.

Art. 23. O Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba, fundamentadamente, poderá estabelecer
horário diferenciado para o cumprimento da jornada de trabalho dos servidores da Polícia Civil do Estado da
Paraíba, em razão das peculiaridades, condições especiais da atividade ou para frequência a cursos de
aprimoramento profissional e estudos.
Parágrafo único. O regime especial de trabalho impõe aos integrantes da Polícia Civil do Estado da Paraíba
a dedicação exclusiva às suas funções e atribuições, com observância dos horários preestabelecidos e
atendimento prioritário aos trabalhos da instituição, a qualquer hora, mediante requisição da autoridade
competente.

CAPÍTULO II
Do Provimento
Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 24. São requisitos básicos para a investidura em cargos da Polícia Civil do Estado da Paraíba:
I – a nacionalidade brasileira, salvo exceções previstas em lei;
II – o gozo dos direitos políticos;
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – aptidão física e mental;
VII – certidão negativa de antecedentes criminais emitida pela Justiça Estadual e Federal.
Parágrafo único. O provimento dos cargos da Polícia Civil do Estado da Paraíba far-se-á mediante ato da
autoridade competente.

Art. 25. São formas de provimento em cargos da Polícia Civil do Estado da Paraíba:
I – nomeação;
II – promoção;
III – readaptação;
IV – reversão;
V – reintegração;
VI – recondução;
VII – aproveitamento.

Seção II
Da Nomeação, da Posse e do Exercício

113
Art. 26. A nomeação do candidato habilitado no concurso público para cargo da carreira da Polícia Civil do
Estado da Paraíba será processada por ato do Governador, e a posse será formalizada mediante a lavratura
de termo próprio, na Secretaria de Estado da Administração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da
data de sua publicação, prorrogável por igual período, a requerimento do interessado.
Parágrafo único. Será tornado sem efeito o ato de provimento, se a posse não ocorrer no prazo previsto neste
artigo.

Art. 27. A autoridade que der posse deverá verificar, sob pena de ser pessoalmente responsabilizada, se foram
satisfeitas todas as condições estabelecidas nesta Lei Complementar e em legislação correlata, para a
investidura no cargo de carreira da Polícia Civil do Estado da Paraíba.

Art. 28. No ato da posse, o candidato nomeado deverá comprovar o atendimento de todos os requisitos
exigidos para a investidura no cargo e apresentar, também, os seguintes comprovantes:
I – declaração de bens e valores que constituem o patrimônio individual e familiar, incluídos o cônjuge e os
filhos;
II – declaração de que não exerce outro cargo, emprego ou função pública, salvo as exceções previstas na
Constituição Federal;
III – prova, quando for o caso, de que requereu exoneração, rescisão do contrato de trabalho ou dispensa do
cargo, emprego ou função pública que vinha exercendo.
Parágrafo único. A efetivação da posse dependerá de prévia inspeção médica oficial para aferir a aptidão
física e mental exigida.

Art. 29. A investidura se dará na classe inicial do cargo integrante de carreira da Polícia Civil do Estado da
Paraíba e para o qual o candidato nomeado se habilitou em concurso público.

Art. 30. Dentro do prazo de até 15 (quinze) dias, o servidor empossado entrará no exercício das atribuições do
cargo, em órgão ou unidade da Polícia Civil do Estado da Paraíba para o qual for designado.
Parágrafo único. Compete ao Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba editar o ato fixando o
exercício do servidor.

Subseção I
Do Concurso Público

Art. 31. A habilitação de candidatos aos cargos das carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba será
precedida de Concurso Público, composto das seguintes fases, determinadas em Edital:
I – provas escritas objetivas e discursivas;
II – prova de títulos específicos da carreira para a qual concorre o candidato;
III – avaliação psicológica;
IV – prova de capacidade física;
V – investigação social;
VI – curso de formação policial.
§ 1º Os requisitos para a aprovação em cada uma das fases descritas neste artigo, as modalidades das provas,
seus conteúdos e forma de avaliação serão estabelecidos em Edital de Concurso Público, de acordo com as
exigências definidas nesta Lei Complementar.
§ 2º Quando o Concurso Público se destinar à seleção de candidatos ao cargo de Delegado de Polícia, será
feito convite para participação de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil, em todas as fases.
§ 3º O Edital será publicado, na íntegra, no Diário Oficial do Estado, e, por extrato, em, pelo menos, um jornal
de grande circulação, devendo explicitar, no mínimo:
I – processo e requisitos de inscrição;
II – programa de provas;
III – calendário, local e condições para a realização de provas e a apresentação de títulos, conforme o caso;
IV – indicação do cargo objeto do concurso e a remuneração inerente;
V – critérios de julgamento de provas e títulos.

Art. 32. O Concurso Público terá validade de até 02 (dois) anos, prorrogável uma única vez, por igual período,
a critério da Administração.

114
Art. 33. Para a inscrição no Concurso Público, será exigida do candidato a apresentação de documento oficial
de identidade e declaração firmada, sob as penas da Lei, de que preenche as exigências mínimas e possui os
demais requisitos comprobatórios das condições requeridas para o exercício do cargo ou função.

Art. 34. As provas escritas, de caráter eliminatório e classificatório, farão com que o candidato revele,
teoricamente, conhecimentos indispensáveis ao exercício das atribuições do cargo ou função, conforme
programa constante do Edital, e, a critério da Comissão de concurso e conforme a categoria funcional, poderá
ser exigida do candidato a elaboração de peças policiais.

Art. 35. A prova de títulos, de caráter apenas classificatório, objetiva reconhecer o investimento pessoal do
candidato na prévia realização de cursos, atividades e obras relevantes para um melhor desempenho no
exercício do cargo para o qual concorre.

Art. 36. A avaliação psicológica, de caráter eliminatório, consistirá na aplicação e na avaliação de técnicas
psicológicas, visando a analisar a adequação do candidato ao perfil profissiográfico do cargo, identificando a
capacidade de concentração e atenção, raciocínio, controle emocional, capacidade de memória e
características de personalidade prejudiciais e restritivas ao cargo.

Art. 37. A prova de capacidade física tem caráter eliminatório e aferirá se o candidato tem capacidade para
suportar, física e organicamente, as exigências da prática de atividades a que será submetido durante o curso
de formação e para desempenhar as tarefas típicas da categoria funcional.
Parágrafo único. O candidato, para participar da prova de capacidade física, deverá apresentar atestado e
exames médicos, comprovando que está apto, na data do exame, a realizar a prova de capacidade física do
concurso público.

Art. 38. Todos os candidatos serão submetidos à investigação social e de conduta pessoal, de caráter
eliminatório, que se estenderá da inscrição até a nomeação, observando-se antecedentes criminais, sociais,
familiares e profissionais.

Subseção II
Do Curso de Formação Policial

Art. 39. Os candidatos classificados em concurso público serão convocados para curso de formação policial,
exigido para o cargo a que tenha se habilitado, que terá currículo e duração variáveis, de conformidade com
as atribuições e responsabilidades inerentes a cada categoria funcional, com duração mínima de 460
(quatrocentos e sessenta) horas para as categorias de Delegado de Polícia e Peritos Oficiais e de 360
(trezentos e sessenta) horas para as demais categorias.

Art. 40. Os cursos de formação policial serão planejados, programados, orientados e ministrados pela
Academia de Ensino de Polícia.

Art. 41. A matrícula deverá ocorrer no prazo de 15 (quinze) dias, contado da publicação do ato de convocação,
emitido pelo Diretor da Academia de Ensino de Polícia, não sendo admitida qualquer prorrogação.

Art. 42. O candidato matriculado no curso de formação policial fará jus, durante esse curso, a uma indenização
mensal, no valor de 50% do vencimento do cargo pretendido, para cobrir despesas com a hospedagem, a
alimentação, o material didático e o uniforme completo, exigido pela Academia de Ensino de Polícia.

Art. 43. O candidato matriculado no curso de formação será considerado inabilitado, se, do início do curso de
formação até a sua homologação:
I – não tiver atingido o mínimo da frequência estabelecida;
II – não tiver obtido o aproveitamento mínimo de 50% (cinquenta por cento) por disciplina integrante da grade
curricular;
III – apresentar mácula detectada na investigação social e de conduta.
Parágrafo único. Serão objeto de regulamentação específica do Conselho de Ensino da Academia de Ensino
de Polícia os procedimentos para aplicação das disposições deste artigo.

Subseção III
Do Estágio Probatório

115
Art. 44. Ao entrar em exercício, o servidor empossado em cargo efetivo de carreira da Polícia Civil do Estado
da Paraíba iniciará estágio probatório de 03 (três) anos, durante os quais serão avaliadas a aptidão e a
capacidade para o desempenho do cargo, como condição para a aquisição de sua estabilidade no cargo.
§ 1º A avaliação de desempenho será instaurada 04 (quatro) meses antes de findo o período do estágio por
uma comissão instituída para esse fim.
§ 2º O policial civil em estágio probatório não poderá, em hipótese alguma, ser colocado à disposição de outros
órgãos ou entidades, salvo convocação para composição no Júri Popular e para a Justiça Eleitoral.

Art. 45. Serão apurados, durante o estágio probatório, os requisitos necessários à confirmação na Polícia Civil
do Estado da Paraíba, com base nos seguintes fatores:
I – assiduidade: frequência diária na unidade de trabalho com o cumprimento integral da jornada de serviço;
II – pontualidade: cumprimento dos horários de início e término da jornada e dos horários de intervalo
intrajornada, na unidade de trabalho e nas convocações para serviços policiais;
III – disciplina: fiel cumprimento dos deveres de servidor público e de policial civil;
IV – ética: postura de honestidade, equidade no tratamento com o público, respeito à instituição e ao sigilo das
informações, às quais tem acesso em decorrência ao trabalho;
V – motivação: responsabilidade e envolvimento para realizar as missões de que participe ou que lhe foram
designadas;
VI – capacidade de iniciativa: ações espontâneas e apresentação de ideias em prol da solução de problemas
da unidade de trabalho, visando a seu bom funcionamento;
VII – relacionamento interpessoal: capacidade de se comunicar e de interagir com a equipe de trabalho e com
o público em função da boa execução do serviço;
VIII – eficiência: capacidade de atingir resultados no trabalho com qualidade e rapidez, considerando as
condições oferecidas para tanto;
IX – produtividade: capacidade de atingir as metas de volumes dos serviços atribuídos nos prazos previstos.

Art. 46. A apuração do atendimento aos requisitos durante o estágio probatório far-se-á à vista da Ficha
Individual de Acompanhamento de Desempenho, elaborada pelas chefias imediatas e encaminhada,
reservadamente, à Comissão Permanente de Avaliação da carreira, nos períodos definidos em regulamento
específico.
§ 1º A Comissão, além das informações lançadas na Ficha Individual de Acompanhamento de Desempenho,
poderá valer-se de outras fontes para a conclusão dos seus trabalhos.
§ 2º Será assegurado ao avaliado o conhecimento dos conceitos lançados em sua Ficha Individual de
Acompanhamento de Desempenho, para exercício da ampla defesa e do contraditório.
§ 3º Caberá às Comissões, esgotado o prazo da defesa, mediante voto da maioria simples de seus membros,
decidir sobre a aprovação ou reprovação do avaliado no estágio probatório.

Art. 47. O membro da Polícia Civil do Estado da Paraíba reprovado no estágio probatório será exonerado
imediatamente após a conclusão e decisão do processo apuratório, ocasião em que lhe será assegurado o
contraditório e a ampla defesa, sob pena de invalidação do ato.

Subseção IV
Da Estabilidade

Art. 48. O servidor habilitado em Concurso Público, empossado em cargo de provimento efetivo e aprovado
em estágio probatório adquirirá estabilidade.

Art. 49. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de
processo administrativo disciplinar, em que lhe seja assegurada a ampla defesa.

Seção III
Da Promoção

Art. 50. A promoção nas carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba consiste na movimentação para a
classe imediatamente superior, dentro do respectivo cargo, alternadamente, pelo critério de antiguidade ou
merecimento, e encontra-se disciplinada nos artigos de 252 a 267 desta Lei Complementar.
Parágrafo único. O policial civil somente poderá ser promovido depois de cumprido o estágio probatório e
encontrar-se devidamente estabilizado.

Seção IV

116
Da Readaptação

Art. 51. Readaptação é a investidura do servidor policial civil em cargo de atribuições e responsabilidades
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção
médica.
§ 1º Será aposentado o servidor que, durante o processo de readaptação, for julgado incapaz para a atividade
policial.
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, o nível de
escolaridade e a equivalência de vencimentos, e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor
exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

Seção V
Da Reversão

Art. 52. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


I – por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria;
II – no interesse da Administração, desde que:
a) tenha solicitado a Reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável, quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos 05 (cinco) anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.
§ 1º A Reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.
§ 2º O servidor que retornar à atividade por interesse da Administração perceberá, em substituição aos
proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de
natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.
§ 3º O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calculados com base nas regras atuais se
permanecer, pelo menos, 05 (cinco) anos no cargo.
§ 4º É vedada a Reversão de aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade.

Seção VI
Da Reintegração

Art. 53. A Reintegração é o retorno do servidor policial estável ao cargo anteriormente ocupado ou ao cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial
transitada em julgado, com a reconstituição da respectiva carreira.
§ 1º Se o cargo em que deveria ser reintegrado houver sido extinto, a reintegração será em cargo equivalente,
respeitada a habilitação profissional e as exigências para o seu exercício ou, não sendo possível, o policial civil
será colocado em disponibilidade remunerada.
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante, se estável, será reconduzido ao cargo de
origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo, ou, ainda, será posto em disponibilidade.
§ 3º O servidor policial reintegrado será submetido à inspeção médica.

Seção VII
Da Recondução

Art. 54. A Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorre de
reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, seu eventual ocupante será reconduzido ao
cargo que exerceu anteriormente, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade.

Seção VIII
Da Disponibilidade e do Aproveitamento

Art. 55. Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor policial estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
outro cargo.

117
Art. 56. O retorno à atividade de servidor policial em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento
obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado, asseguradas as
promoções por antiguidade a que teria direito, se estivesse em atividade, e dependerá:
I – de exame médico oficial;
II – da existência de vaga;
III – da manifestação expressa e fundamentada do interesse no retorno do disponível pela Delegacia-Geral da
Polícia Civil do Estado da Paraíba.

Art. 57. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade do policial civil que não entrar
em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.

CAPÍTULO III
Da Vacância

Art. 58. Haverá vacância em cargos do Grupo GPG-600, nos casos de:
I – exoneração;
II – demissão;
III – aposentadoria;
IV – posse em outro cargo inacumulável;
V – falecimento.

Seção I
Da Exoneração

Art. 59. A exoneração do policial civil dar-se-á:


I – a pedido;
II – de ofício:
a) no caso de não aprovação no período de estágio probatório;
b) quando não entrar em exercício no prazo legal;
c) no término do afastamento legal por posse em outro cargo público.

Art. 60. Ao servidor policial submetido a processo administrativo ou judicial, somente será concedida a
exoneração a pedido depois de julgado o processo e cumprida apena disciplinar imposta.

Seção II
Da Vacância por Posse em Outro Cargo Inacumulável

Art. 61. O policial civil estável poderá requerer afastamento do cargo por período não superior a 03 (três) anos
em decorrência de posse em outro cargo público inacumulável, ficando assegurado o seu vínculo, sem
remuneração, durante o referido período.
Parágrafo único. Não havendo manifestação expressa do servidor em retornar ao cargo em detrimento do
cargo assumido em outro órgão público e findo o prazo a que se refere o caput do artigo, o mesmo será
exonerado.

CAPÍTULO IV
Da Frequência

Art. 62. A frequência dos integrantes da Polícia Civil do Estado da Paraíba ao serviço é obrigatória, conforme
horários preestabelecidos.
Parágrafo único. Mediante ato do Secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social, a apuração da
frequência dos integrantes da Polícia Civil do Estado da Paraíba poderá observar mecanismos próprios, em
virtude das peculiaridades das atribuições inerentes a seus cargos.

CAPÍTULO V
Da Remoção

Art. 63. O integrante de carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba poderá ser removido de ofício ou a
pedido, com mudança de localidade, com o objetivo de atender à necessidade de serviço e assegurar o pessoal
necessário à eficiência operacional das unidades policiais.

118
Art. 64. Dar-se-á remoção nas seguintes modalidades:
I – de ofício, no interesse da Administração fundamentadamente;
II – a pedido, observada a conveniência do serviço;
§ 1º A remoção a que alude o inciso II deste artigo não gera direito para o servidor à percepção de auxílio ou
qualquer outra forma de indenização pela transferência.
§ 2º O ato de remoção de integrante da Polícia Civil do Estado da Paraíba compete ao Secretário de Estado
da Segurança e da Defesa Social ou ao Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba.
§ 3º O Delegado de Polícia não poderá ser removido de sua unidade policial, salvo na hipótese de remoção
por interesse da Administração, quando o motivo será demonstrado de forma expressa e objetiva.

Art. 65. O integrante de carreira da Polícia Civil do Estado da Paraíba, cientificado formalmente de sua
remoção, deverá apresentar-se na nova unidade nos seguintes prazos:
I – imediatamente, quando a remoção ocorrer sem mudança de município;
II – em 03 (três) dias, quando envolver unidades sediadas em cidades contíguas ou em municípios distantes
não mais que 50 (cinquenta) quilômetros um do outro;
III – em 05 (cinco) dias, nos demais casos.
Parágrafo único. Formalizada a remoção do policial civil, este deverá devolver todos os objetos e/ou
armamento pertencente ao acervo patrimonial da unidade de origem, os quais estejam sob sua guarda.

Art. 66. A iniciativa da proposta de remoção ex-officio, com ou sem mudança de município, caberá à chefia a
que pertencer o servidor, submetida à proposição do Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba.

CAPÍTULO VI
Dos Direitos e Vantagens
Seção I
Do Vencimento e da Remuneração

Art. 67. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei.

Art. 68. Entende-se por remuneração, nos termos desta Lei Complementar, o vencimento acrescido de
vantagens pecuniárias previstas em Lei.
§ 1º Nenhum integrante da Polícia Civil do Estado da Paraíba receberá remuneração inferior ao salário mínimo.
§ 2º A composição da remuneração dos integrantes da Polícia Civil do Estado da Paraíba será disposta em lei
específica.

Seção II
Do Cômputo do Tempo de Serviço

Art. 69. Será considerado de efetivo exercício o afastamento do policial civil no exercício do respectivo cargo,
em virtude de:
I – férias;
II – gozo dos afastamentos previstos no Art. 111 desta Lei Complementar;
III – deslocamentos a serviço e trânsito para nova sede;
IV – participação em júri, atendimento de convocação para o serviço militar e outros serviços obrigatórios por
lei;
V – exercício de função do governo por designação do Governador ou do Presidente da República;
VI – licença para tratamento da própria saúde, inclusive por motivo de acidente em serviço ou doença
profissional, na forma desta Lei Complementar;
VII – licença à servidora gestante ou adotante;
VIII – licença por motivo de doença em pessoas da família: cônjuge, filhos, pai, mãe ou irmão, na forma da lei;
IX – até 05 (cinco) faltas, durante o mês, por motivo de doença devidamente comprovada mediante atestado
médico;
X – exercício de mandato eletivo em entidade classista de defesa dos interesses de integrantes das carreiras
da Polícia Civil do Estado da Paraíba.
§ 1º Para os efeitos do inciso VI, acidente em serviço é o dano físico ou mental que sofre o policial civil em
razão do exercício de suas atribuições ou os agravos em decorrência deste.
§ 2º O acidente em serviço ou a doença profissional serão confirmados em laudo elaborado pela perícia médica
oficial onde deverão ficar estabelecidos, rigorosamente, a sua caracterização e o nexo causal com o exercício
de atribuições do cargo.

119
Art. 70. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que se convertem em anos, considerado um ano
como de trezentos e sessenta e cinco dias.

Seção III
Das Férias

Art. 71. Os integrantes das carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba têm direito a férias anuais, na forma
da lei, observada a escala que for organizada de acordo com a conveniência do serviço.

Art. 72. A autoridade competente, por necessidade de serviço, poderá suspender ou indeferir o gozo das férias,
ressalvada a ocorrência de acumulação que implique perda desse direito, desde que fundamentado o interesse
público e justificada a necessidade de serviço.
Parágrafo único. O período ou parte das férias não gozadas, por necessidade do serviço, gera direito à
compensação temporal, ainda que em outro exercício, sendo defeso levar à conta de férias as faltas ao
trabalho.

Art. 73. Fica vedada, a qualquer título, a remoção de integrante da Polícia Civil do Estado da Paraíba durante
o gozo de férias, licença ou afastamentos previstos nesta Lei Complementar.

Seção IV
Da Substituição

Art. 74. Os substitutos de servidores ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança serão
indicados pela autoridade competente.
§ 1º O substituto assumirá, automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupe, o exercício do
cargo em comissão ou da função de confiança, nos afastamentos, nos impedimentos legais ou regulamentares
do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o
respectivo período.
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou da função de direção ou de chefia, nos casos
de afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção
dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período.

Seção V
Das Indenizações

Art. 75. Constituem indenizações ao policial civil:


I – ajuda de custo;
II – diárias;
III – transporte.

Art. 76. Os valores das indenizações, assim como as condições para a sua concessão, serão estabelecidos
em lei e atualizados pela forma que esta determinar.

Subseção I
Da Ajuda de Custo

Art. 77. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do
serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio civil, em caráter permanente, vedado
o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou o companheiro que detenha
também a condição de servidor vir a ter exercício na mesma sede.
§ 1º Correm por conta da Administração as despesas de transporte do servidor e de sua família,
compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.
§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede de trabalho, são assegurados ajuda de custo e transporte
para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.

Art. 78. A ajuda de custo, não superior ao triplo da remuneração do servidor, será proporcional às despesas
efetivas de instalação devidamente comprovadas.

Art. 79. Não será concedida ajuda de custo, quando o servidor:


I – afastar-se do cargo ou reassumi-lo em virtude de mandato eletivo;

120
II – for posto à disposição ou cedido a outra entidade.

Art. 80. O servidor restituirá a ajuda de custo, quando:


I – não se mudar para a nova sede no prazo determinado no ato de transferência;
II – antes de decorridos três meses, regressar, pedir exoneração ou abandonar o serviço.
§ 1º A restituição é de exclusiva responsabilidade do servidor e não poderá ser feita parceladamente.
§ 2º Não haverá obrigação de restituir, quando o regresso do servidor for determinado “ex officio”.

Subseção II
Das Diárias

Art. 81. O policial civil que, a serviço, afastar-se da sede, em caráter eventual ou transitório, para outro ponto
do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e a diárias destinadas a indenizar as parcelas de
despesas extraordinárias com estada, alimentação e locomoção urbana.
§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade, quando o deslocamento não
exigir pernoite fora da sede.
§ 2º Não se concederá diária:
I – ao policial civil que se deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião,
salvo se houver pernoite fora da sede;
II – quando o Estado custear diretamente as despesas extraordinárias cobertas por diárias;
III – nos casos em que o deslocamento do policial civil constituir exigência permanente do exercício do cargo.

Art. 82. O policial civil que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-
las integralmente, no prazo de dois dias úteis.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto para o seu
afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.

Subseção III
Da Indenização de Transporte

Art. 83. O Policial civil será indenizado das despesas de transportes que incidir em serviços externos, por força
das atribuições próprias do cargo, conforme dispuser a lei.

Seção VI
Das Gratificações e Adicionais

Art. 84. Além do vencimento, poderão ser atribuídas ao Policial civil as seguintes vantagens, cuja
regulamentação será objeto de lei específica:
I – gratificação de risco de vida;
II – gratificação pelo exercício de função;
III – gratificação natalina;
IV – gratificação de atividades especiais;
V – gratificação pelo exercício de atividades insalubres;
VI – adicional de férias;
VII – adicional de representação.

Subseção I
Da Gratificação de Risco de Vida

Art. 85. A gratificação de risco de vida é devida ao Policial civil de carreira, quando no efetivo exercício das
funções de polícia judiciária, pelo perigo a que se expõe no exercício de suas atividades.
Parágrafo único. A percepção da gratificação de que trata o caput do artigo será disciplinada em lei específica.

Subseção II
Da Gratificação pelo Exercício de Função

Art. 86. Ao Policial civil ocupante de cargo efetivo e que exerce função de chefia ou de assessoramento
previstas em Lei, é devida a retribuição pelo exercício de função.

Subseção III

121
Da Gratificação Natalina

Art. 87. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus
no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês integral.

Art. 88. A gratificação será paga até o final do mês de dezembro de cada ano.

Art. 89. O policial civil exonerado perceberá gratificação natalina proporcional aos meses de exercício efetivo,
calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.

Art. 90. A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer outra vantagem pecuniária.

Subseção IV
Da Gratificação de Atividades Especiais

Art. 91. A gratificação de atividades especiais poderá ser concedida ao policial civil ou a grupo destes, pelo
desempenho de atividades especiais ou excedentes às atribuições dos respectivos cargos ou pela participação
em comissões, grupo ou equipes de trabalho constituídas através de ato do Governador do Estado.

Subseção V
Da Gratificação pelo Exercício de Atividades Insalubres

Art. 92. Os policiais civis que trabalhem, com habitualidade, em locais insalubres ou em contato permanente
com substâncias tóxicas ou radioativas fazem jus à gratificação de insalubridade.
Parágrafo único. O direito à gratificação de insalubridade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos
que deram causa a sua concessão.

Art. 93. Haverá permanente controle da atividade de servidores em operações ou locais considerados
insalubres.
Parágrafo único. Enquanto durar a gestação e a lactação, a servidora gestante ou lactante será afastada das
operações e dos locais mencionados neste artigo e passará a exercer suas atividades em local salubre, sem
prejuízo da remuneração.

Art. 94. Serão observadas as disposições da legislação específica, quando da concessão da gratificação de
insalubridade.

Art. 95. Os locais de trabalho, com instalações de Raios X ou de substâncias radioativas, e os servidores que
operam os respectivos aparelhos e instrumentos serão mantidos sob controle permanente, de modo que as
doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6
(seis) meses.

Subseção VI
Do Adicional de Férias

Art. 96. Será paga ao policial civil, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da
remuneração a que tiver direito, no período correspondente às férias, independentemente de solicitação.

Subseção VII
Do Adicional de Representação

Art. 97. O adicional de representação é a vantagem concedida por lei ao policial civil de Classe Especial, em
virtude da natureza e das peculiaridades do cargo exercido.

CAPÍTULO VII
Das Licenças, dos Afastamentos e das Concessões
Seção I
Das Licenças

122
Art. 98. Aos integrantes das carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba, conceder-se-ão as licenças
previstas no Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Estado da Paraíba, em especial:
I – por motivo de doença em pessoa da família;
II – para tratar de interesses particulares;
III – para desempenho de mandato classista;
IV – para atividade política;
V – para o serviço militar;
VI – por motivo de afastamento do cônjuge ou do companheiro;
VII – para capacitação, treinamento, reciclagem e aperfeiçoamento.
Parágrafo único. O regime próprio de previdência social do Estado da Paraíba atenderá ao servidor integrante
do Grupo Ocupacional Polícia Civil do Estado da Paraíba e a seus dependentes, nos termos dos Artigos 172
a 185 da Lei Complementar nº 58, de 30 de dezembro de 2003.

Subseção I
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 99. A licença por motivo de doença em pessoa da família, comprovada a necessidade clínica e social do
acompanhamento pessoal do policial civil requerente, será concedida sem prejuízo da remuneração do cargo
efetivo, até trinta dias, podendo ser prorrogada por igual período, mediante parecer de junta médica oficial e,
excedendo estes prazos, sem remuneração, por até 90 (noventa) dias.
§ 1º Na licença por motivo de saúde em pessoa da família, o requerimento será instruído com laudo de
inspeção, expedido pela junta médica oficial e a declaração da indispensabilidade do acompanhamento
pessoal do servidor, passado por Assistente Social ou profissional designado para essa função.
§ 2º Para o efeito deste artigo, pessoa da família é o ascendente, o descendente, o cônjuge ou o convivente,
desde que não esteja separado, irmãos e dependentes econômicos do servidor.
§ 3º A licença de que trata este artigo não poderá ser repetida sem o interstício mínimo de 12 (doze) meses.
§ 4º A licença somente será deferida, se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser
prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na forma da
legislação estatutária.

Subseção II
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares

Art. 100. A licença para trato de interesses particulares dar-se-á sem percepção de remuneração do cargo
efetivo e poderá ser concedida por até três anos contínuos ao policial civil estável que requerer, desde que não
seja inconveniente para o serviço.
§ 1º O requerente da licença deverá aguardar sua concessão em exercício, e novo afastamento, nessas
condições, só poderá ocorrer depois de cinco anos do término da licença anterior.
§ 2º Concedida a licença, somente será interrompida por interesse do próprio requerente.

Subseção III
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista

Art. 101. A licença para o exercício de mandato classista, em entidade representativa da respectiva categoria,
será concedida, mediante requerimento e comprovação da eleição para membro da diretoria, durante igual
período do mandato, permitida a renovação no caso de reeleição, sem prejuízo do integral recebimento de sua
remuneração, observadas as seguintes condições:
I – para os representantes do Sindicato representativo da categoria, somente farão jus à licença os eleitos para
cargos de direção, em número de 03 (três) representantes ocupantes de cargos da diretoria executiva;
II – para os representantes de associação de classe representativa da categoria, somente terão direito a tal
licença o número de 03 (três) integrantes da diretoria executiva.
Parágrafo único. Ao servidor policial, será assegurada inamovibilidade, a partir do registro de sua candidatura
a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até 01 (um) ano após o término
do mandato, salvo se a pedido ou em caso de falta grave, nos termos da lei.

Subseção IV
Da Licença para Atividade Política

123
Art. 102. O policial civil terá direito à licença para atividade política, sem remuneração, durante o período que
mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções e que exerça cargo de
direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao
do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral até o décimo dia seguinte ao do pleito.
§ 2º A partir do registro da candidatura até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença,
assegurada a remuneração do cargo efetivo somente pelo período de três meses.
§ 3º O policial civil que tiver direito à licença prevista neste artigo afastar-se-á do cargo, mediante comunicação
escrita ao chefe imediato, a quem incumbe encaminhar o expediente à Secretaria de Estado da Segurança e
da Defesa Social e à Secretaria de Estado da Administração, para efeito de concessão da licença.

Subseção V
Da Licença para o Serviço Militar

Art. 103. Ao policial civil convocado para o serviço militar, será concedida licença, na forma e nas condições
previstas na legislação específica.
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias, não remunerados, para
reassumir o exercício do cargo, sob pena de incorrer em abandono de cargo.

Subseção VI
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge ou do Convivente

Art. 104. O servidor policial civil, casado ou que mantenha união estável, nos termos da lei, terá direito à licença
sem remuneração e sem contagem de tempo de serviço, por prazo indeterminado, quando o cônjuge ou
convivente, servidor público estadual ou federal, for mandado servir em outro ponto do Estado ou fora deste,
inclusive em território estrangeiro ou ainda eleito para exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e
Legislativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
§ 1º A licença dependerá de requerimento devidamente instruído, devendo o pedido ser renovado a cada 2
(dois) anos.
§ 2º Finda a causa da licença, o servidor policial deverá reassumir o exercício dentro de 30 (trinta) dias, sob
pena de incorrer em abandono de cargo.
§ 3º A concessão da licença impedirá a promoção por merecimento do servidor policial civil, enquanto estiver
em gozo.

Subseção VII
Da Licença para Capacitação, Treinamento, Reciclagem e Aperfeiçoamento

Art. 105. Poderá ser autorizada a licença a ocupante de cargo das carreiras da Polícia Civil do Estado da
Paraíba para:
I – frequentar cursos de capacitação, formação policial, treinamento, reciclagem, aperfeiçoamento, bem como
realizar especialização, mestrado ou doutorado, durante o prazo necessário à sua conclusão, exceto quando
essas atividades ocorrerem fora do território nacional, circunstância que exigirá autorização através de portaria
do Secretário de Estado da
Administração e limitará a duração da seguinte forma:
a) para o curso de atualização ou de aperfeiçoamento, o prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias;
b) para o curso de especialização, o prazo máximo de 01 (um) ano;
c) para o curso de Mestrado, o prazo de 02 (dois) anos, admitindo-se prorrogação;
d) para o curso de Doutorado, o prazo de 03 (três) anos, admitindo-se prorrogação;
II – participar de congressos, seminários ou encontros relacionados com o exercício da função, pelo prazo
estabelecido no ato que o autorizar.
§ 1º A Licença prevista no inciso I não poderá ser concedida ao policial civil em estágio probatório ou que esteja
submetido a processo disciplinar administrativo ou cumprindo penalidade disciplinar.
§ 2º As Licenças previstas nos incisos I e II ocorrem sem prejuízo da integral remuneração do servidor e
obrigam ao atendimento das políticas institucionais, à apresentação de relatório circunstanciado e de
certificados que comprovem as atividades desenvolvidas.

Seção II
Dos Afastamentos
Subseção I

124
Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade

Art. 106. O policial civil poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:
I – para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;
II – em casos previstos em leis específicas.
§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou entidades da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração caberá ao órgão ou entidade cessionário.
§ 2º A cessão far-se-á mediante Ato do Governador do Estado publicado no Diário Oficial do Estado.

Art. 107. A cessão para órgãos no âmbito do Poder Executivo Estadual far-se-á mediante Portaria do
Secretário de Estado da Administração publicada no Diário Oficial do Estado.

Subseção II
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo

Art. 108. Ao servidor investido em mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:


I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;
II – investido no mandato de Prefeito ou de Governador, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar
entre a remuneração do seu cargo efetivo e a do cargo eletivo, na forma estabelecida pela Constituição Federal;
III – investido no mandato de Vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração
do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela
remuneração, nos termos do inciso II deste artigo.
§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social, como se em exercício
estivesse.
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade
diversa daquela onde exerce o mandato.

Subseção III
Do Afastamento para Cumprimento de Missão

Art. 109. O servidor pode ausentar-se para o exterior ou para outros pontos do território nacional, sem perda
da remuneração, para cumprimento de missão oficial, a critério da Administração, por prazo não superior a 4
(quatro) anos, mediante autorização do Governador do Estado.

Art. 110. O afastamento de servidor para atuar em organismo internacional de que o Brasil participe ou com
que coopere dar-se-á com perda total da remuneração.

Seção III
Das Concessões

Art. 111. Ao integrante de carreira da Polícia Civil do Estado da Paraíba, será concedido o afastamento, sem
prejuízo da remuneração:
I – por 01 (um) dia, para doação de sangue devidamente comprovada;
II – por até 02 (dois) dias, para se alistar como eleitor;
III – por até 08 (oito) dias consecutivos em razão de:
a) casamento;
b) nascimento ou adoção de filhos, no caso de homem;
c) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob tutela e
irmãos;
d) frequência em palestras, seminários e cursos de curta duração nas áreas relacionadas às atribuições da
Polícia Civil do Estado da Paraíba, desde que autorizado pelo Secretário do Estado da Segurança e da Defesa
Social.

Art. 112. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre
o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.
§1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compensação de horário no órgão ou entidade em que
tiver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho.

125
§ 2º Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administração, é assegurada, na localidade da
nova residência ou na mais próxima, a matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época,
independentemente de vaga.

Art. 113. Será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência, quando comprovada a
necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário.
Parágrafo único. As disposições previstas no caput do artigo são extensivas ao servidor que tenha cônjuge,
filho ou dependente portador de deficiência física, exigindo-se, porém, nesse caso, que a assistência direta do
servidor seja indispensável e não possa ser prestada, simultaneamente, com exercício do cargo ou mediante
compensação de horário, na forma da legislação estatutária.

CAPÍTULO VIII
Da Previdência
Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 114. Aos policiais civis, é assegurado regime próprio de previdência social, de caráter contributivo,
mediante Lei Estadual, observado o disposto na Constituição Federal.

Art. 115. O regime próprio de previdência social atenderá:


I – quanto ao servidor:
a) aposentadoria;
b) licença para tratamento de saúde;
c) salário-família;
d) licença-maternidade.
II – quanto ao dependente:
a) pensão por morte;
b) auxílio-reclusão.
Parágrafo único. O recebimento de benefícios havidos por fraude, dolo ou má-fé implicará devolução ao erário
do total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.

Subseção I
Da Aposentadoria e Pensões

Art. 116. A aposentadoria dos integrantes das carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba e as pensões
devidas a seus dependentes são submetidas às regras de aposentadoria, estabelecidas no artigo 40 da
Constituição Federal e mantidas pelo Regime de Previdência Social do Estado da Paraíba.

Art. 117. Os integrantes das carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba aposentar-se-ão voluntariamente
com proventos integrais, desde que comprovem 30 (trinta) anos de contribuição e, pelo menos, 20 (vinte) anos
de atividade policial, se homem, e 25 (vinte e cinco) anos de contribuição e, pelo menos, 15 (quinze) anos de
atividade policial, se mulher, com fundamento no artigo 40, § 4º, incisos II e III, da Constituição Federal, com
redação da Emenda Constitucional nº 47/05.

Subseção II
Do Salário-Família

Art. 118. O salário-família é devido ao policial civil de baixa renda.


Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, compreende-se por servidor público de baixa renda aquele que se
enquadra no limite de remuneração bruta previsto no art. 13 da Emenda Constitucional n° 20, de 15 de
dezembro de 1998, com as modificações posteriores procedidas pelo regime geral de previdência social.

Art. 119. O salário-família será devido ao servidor em função dos dependentes que lhe estejam afetos,
compreendidos como tais filho menor de 14 (catorze) anos, pessoa da mesma idade a ele equiparado e,
finalmente, inválido de qualquer idade, assim reconhecido pela perícia médica competente.

Art. 120. O salário-família poderá ser requerido a qualquer tempo e será devido a partir da data de entrada do
requerimento na repartição que tiver de processá-lo, devendo ser anexados ao pedido os seguintes
documentos:
I – certidão de nascimento do filho ou tutela;

126
II – atestado de vacinação, para o menor de 07 (sete) anos;
III – comprovante de frequência à escola, a partir dos 07 (sete) anos.
§ 1º Para o caso do inválido maior de 14 anos, além dos documentos constantes nos incisos deste artigo, será
cobrado o laudo de invalidez da perícia médica do órgão previdenciário.
§ 2º Para a continuidade do pagamento do benefício, o atestado de vacinação deve ser apresentado,
anualmente, no mês de maio, e o de frequência escolar, nos meses de maio e de novembro de cada ano.
§ 3º Não será devido o salário-família, enquanto a respectiva concessão estiver pendente da apresentação
dos documentos previstos neste artigo.
§ 4º Quando o pedido de salário-família envolver inválido, será obrigatoriamente instruído por laudo da perícia
médica competente.
§ 5º Verificada, a qualquer tempo, a falsidade dos documentos apresentados para habilitação ao salário-família,
será suspenso o seu pagamento e determinada a reposição ao erário das importâncias indevidamente
percebidas, em parcelas não excedentes a 10% (dez por cento) da remuneração bruta do servidor, sem
prejuízo da instauração do competente processo disciplinar.

Subseção III
Da Licença para Tratamento de Saúde

Art. 121. Será concedida ao policial civil a licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base
em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.

Art. 122. Para licença de até 05 (cinco) dias, o exame médico poderá ser feito por profissional da repartição
onde o servidor for lotado, e, no caso de licença por período superior, o exame deverá ser procedido por Junta
Médica Oficial.
§ 1º Inexistindo serviço médico oficial no local onde estiver o servidor, será aceito atestado fornecido por médico
particular.
§ 2º No caso do parágrafo anterior, o atestado somente produzirá efeitos depois de homologado pela Junta
Médica Oficial.
§ 3º O servidor que, durante o mesmo exercício, perfizer trinta dias de licença para tratamento de saúde,
consecutivos ou não, somente poderá obter nova licença mediante prévia inspeção por perícia médica oficial.

Art. 123. Findo o prazo da licença, o policial civil será submetido a nova inspeção médica, que concluirá pela
volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.

Art. 124. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou à natureza da doença, salvo
quando se tratar de lesões produzidas por acidentes em serviço, doença profissional ou doença grave,
contagiosa ou incurável, como tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna,
cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do
Mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida – AIDS e outras especificadas em
lei.

Subseção IV
Da Licença-Maternidade

Art. 125. Será concedida a licença à servidora gestante por 180 (cento e oitenta) dias consecutivos, sem
prejuízo da remuneração.
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição
médica.
§ 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início na data do parto.
§ 3º Nos casos de natimorto e aborto, a servidora será submetida a exame médico, que determinará o prazo
para seu retorno ao serviço ou recomendará a conversão do afastamento em licença para tratamento de saúde
por prazo tecnicamente adequado, superior a trinta dias.

Art. 126. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a servidora lactante terá direito, durante
a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora.

Art. 127. À servidora que adotar ou obtiver tutela judicial de criança com até 01 (um) ano de idade, serão
concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.

127
Parágrafo único. No caso de adoção ou de tutela judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo
de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.

Subseção V
Do Auxílio-Reclusão

Art. 128. É devido auxílio-reclusão à família do servidor ativo de baixa renda, observado o seguinte:
I – dois terços da remuneração, enquanto durar a prisão, se esta tiver ocorrido em flagrante ou tiver sido
decretada preventivamente por autoridade competente;
II – metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença definitiva,
quando a pena não ensejar a perda do cargo.
§ 1º No caso de absolvição, o servidor terá direito a receber a diferença entre a remuneração integral, se em
exercício, e o valor do auxílio reclusão percebido pela família.
§ 2º O direito ao auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato àquele em que o servidor for posto em
liberdade, ainda que condicional.

Seção II
Do Custeio

Art. 129. O custeio das aposentadorias e pensões é de responsabilidade do Estado e de seus servidores, nos
termos definidos na Constituição Federal.

Art. 130. Os benefícios não previstos no art. 116 desta Lei não poderão ser pagos com recursos
previdenciários.

TÍTULO IV
Das Garantias e Prerrogativas
CAPÍTULO I
Das Honrarias
Seção I
Disposições Preliminares

Art. 131. As honrarias constituem reconhecimento por bons serviços prestados pelo policial civil e
compreendem:
I – Medalha de Prêmio;
II – Medalha de Mérito Policial;
III – Medalha de Tempo de Serviço Policial;
IV – Elogios.
Parágrafo único. As honrarias a que se refere este artigo obedecerão às normas fixadas nos respectivos
Regulamentos de concessão.

CAPÍTULO II
Do Desagravo Público

Art. 132. O policial civil, quando ofendido no exercício do cargo ou em razão dele, será publicamente
desagravado, o que será promovido:
I – de ofício, de acordo com a subordinação do órgão ou unidade de exercício do policial civil, pelo:
a) Secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social;
b) Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba;
c) Diretor-Geral do Instituto de Polícia Científica;
II – mediante representação do ofendido ou seu procurador e, no caso de morte, pelo cônjuge, ascendente ou
descendente;
III – mediante requerimento da entidade de classe a que pertencer o policial civil.
Parágrafo único. A promoção do desagravo previsto neste artigo não elide a responsabilidade civil e criminal
em que incorrer o ofensor.

CAPÍTULO III
Do Porte de Arma

128
Art. 133. O policial civil ativo tem direito ao porte de arma, na forma da legislação federal pertinente, e quando,
em efetivo exercício de suas funções, ser-lhe-á entregue pelo Estado identidade funcional e distintivo.
Parágrafo único. Legislação específica disporá sobre a entrega de demais equipamentos necessários ao
efetivo exercício das funções de policial civil.

CAPÍTULO IV
Do Direito a Petição

Art. 134. É assegurado ao policial civil o direito de requerer e de representar, em defesa de direito ou interesse
legítimo, por meio dos canais hierárquicos.
§ 1º O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidir o pleito, por meio da chefia imediata,
que, após manifestação, encaminhará à autoridade competente, a qual decidirá em até trinta dias, salvo motivo
de força maior e quando se trate de ato administrativo complexo que exija providências anteriores à decisão
final, limitando-se a noventa dias, o prazo para se proferir a decisão acerca do pedido formulado.
§ 2º O recurso à instância superior será encaminhado por intermédio da autoridade recorrida, que poderá
conhecer o pedido e reconsiderar o ato impugnado, sendo vedada a renovação deste.
§ 3º Mantido o ato, a autoridade recorrida dará conhecimento ao interessado, dando seguimento ao recurso,
no prazo de dez dias.

Art. 135. Caberá recurso:


I – do indeferimento do pedido de reconsideração;
II – da decisão sobre o recurso interposto.
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a
decisão e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.
§ 2º O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de quinze dias, a contar da
publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.
§ 3º Salvo disposição legal expressa, o recurso não terá efeito suspensivo, retroagindo, à data do ato
impugnado, a decisão que der provimento ao pedido.

Art. 136. A representação será apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual foi interposta.

Art. 137. O direito de pleitear na esfera administrativa prescreve:


I – em 05 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou
que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;
II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.
§ 1º O prazo de prescrição contar-se-á da data da publicação do ato impugnado ou da ciência do interessado,
quando não houver publicação.
§ 2º O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, suspendem a prescrição.
§ 3º Decidido o recurso, recomeça a correr o prazo prescricional pelo seu restante, a partir da publicação do
ato decisório ou da sua ciência.

Art. 138. É assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele
constituído, para o exercício do direito à petição.

CAPÍTULO V
Da Assistência aos Integrantes da Polícia Civil do Estado da Paraíba

Art. 139. O Estado prestará apoio e assistência aos integrantes da Polícia Civil do Estado da Paraíba, inclusive
o de acompanhamento à saúde.
§ 1º O acompanhamento aos integrantes da Polícia Civil do Estado da Paraíba ocorrerá a pedido ou de ofício,
por orientação multiprofissional, para a respectiva avaliação ou tratamento.
§ 2º A assistência médico-psicológica consistirá em propiciar tratamento ao policial civil para recuperá-lo,
quando necessário, dos desgastes emocionais ou distúrbios mentais resultantes do exercício da função
policial.
§ 3º O policial civil lotado em unidades operacionais será submetido à avaliação médica e psicológica,
anualmente, para verificação de sua higidez mental e física.

Art. 140. O integrante da Polícia Civil do Estado da Paraíba que tenha participado de ação policial em que
ocorra grave violência, morte ou lesão de qualquer pessoa, deverá ser submetido a atendimento para a
proteção de sua saúde física e ou mental, com vista ao cumprimento dos objetivos referidos no artigo anterior.

129
CAPÍTULO VI
Das Prerrogativas Funcionais

Art. 141. O policial civil, no exercício de suas funções, goza das seguintes prerrogativas, dentre outras
estabelecidas em lei:
I – uso das designações hierárquicas;
II – desempenho de cargos e funções correspondentes à condição hierárquica;
III – tratamento compatível com o nível do cargo desempenhado;
IV – uso privativo das insígnias e documentos de identidade funcional, conforme modelos oficiais;
V – porte de arma, na forma da legislação;
VI – livre acesso a locais públicos ou particulares que necessitem de intervenção policial, na forma da
legislação;
VII – ingresso e trânsito livres em locais de acessibilidade pública, independentemente de prévia autorização
ou de verificação de estar em serviço, uma vez que o exercício das funções policiais ocorre em tempo integral
e exige dedicação exclusiva, devendo-se apurar a responsabilidade penal do eventual obstrutor da ação policial
nesse caso;
VIII – ser recolhido, em razão de flagrante delito ou de decisão judicial provisória ou definitiva, na presença de
superior hierárquico, em unidade prisional própria e especial, nos termos da legislação federal;
IX – prioridade na utilização de qualquer serviço de transporte e de comunicação, público ou privado, quando
em serviço de caráter urgente.
§ 1º A carteira de identidade funcional do policial civil, inerente ao exercício da função, além de outras
características escandidas em regulamento próprio, consignará o primeiro nome do cargo em caixa alta
bastante visível, assim como as prerrogativas constantes dos incisos V a IX deste artigo com adição do
conteúdo do art. 7º, X, desta Lei Complementar.
§ 2º A cédula de identidade funcional é de uso obrigatório e exclusivo dos integrantes da Polícia Civil do Estado
da Paraíba, destinando-se a:
I – habilitar seu titular a ingressar nos locais sujeitos à fiscalização policial;
II – fazer prova de todas as informações nela inseridas.

Art. 142. O policial civil será afastado do exercício das funções, até decisão final transitada em julgado, quando
estiver preso provisoriamente pela prática de infração penal, hipótese em que o servidor perceberá, durante o
período de afastamento, remuneração integral atribuída ao cargo.
§ 1º Na hipótese de o servidor ser colocado em liberdade provisória, retornará ao exercício das funções.
§ 2º No caso de condenação que não implique demissão, o policial civil:
I – será afastado, na forma deste artigo, a partir da decisão definitiva até o cumprimento total da pena restritiva
da liberdade, com direito apenas a dois terços da respectiva remuneração;
II – perceberá a remuneração integral atribuída ao cargo quando permitido o exercício da função, pela natureza
da pena aplicada, ou por decisão judicial.

Art. 143. No curso de qualquer investigação, quando houver indícios de prática de infração penal atribuída a
policial civil, a autoridade remeterá, incontinente, cópia do procedimento à Corregedoria da Polícia Civil do
Estado da Paraíba.

Art. 144. O policial civil só poderá ser requisitado para exercer funções de segurança especificamente privada
ou para conduzir veículo automotor de quaisquer autoridades públicas, bem como ser utilizado por superiores
hierárquicos para efetuar diligências explícitas em eventos, festividades ou celebrações análogas,
ostensivamente ou não, nos casos excepcionais de operações policiais civis previamente estabelecidas para
determinado fim e nas ocasiões em que tais ações forem necessárias à investigação policial em andamento.

TÍTULO V
Do Regime Disciplinar
CAPÍTULO I
Das Disposições Preliminares

Art. 145. O policial civil manterá observância dos seguintes preceitos éticos:
I – servir à sociedade como obrigação fundamental;
II – proteger vidas e bens;
III – preservar a ordem;
IV – respeitar os direitos e garantias individuais;

130
V – jamais revelar tibieza ante o perigo e o abuso;
VI – exercer a função policial com probidade, discrição e moderação, fazendo observar as leis;
VII – não permitir que sentimentos ou animosidades pessoais possam influir em suas decisões;
VIII – respeitar a dignidade da pessoa humana;
IX – manter o aprimoramento técnico-profissional;
X – ter a verdade e a responsabilidade como fundamentos da ética do serviço policial;
XI – respeitar e fazer respeitar a hierarquia do serviço policial;
XII – prestar auxílio, ainda que não esteja em hora de serviço:
a) a fim de prevenir ou reprimir perturbação da ordem pública;
b) quando solicitado por qualquer pessoa carente de socorro policial, encaminhando-a à autoridade
competente, quando insuficientes as providências de sua alçada.

Art. 146. O Governador do Estado, mediante proposta do Delegado-Geral, aprovará o regulamento do Código
de Ética da Polícia Civil do Estado da Paraíba.

CAPÍTULO II
Dos Deveres

Art. 147. São deveres do policial civil, além daqueles inerentes aos demais servidores públicos civis:
I – apresentar relatório das atividades desenvolvidas, quando solicitado por quem de direito;
II – cumprir as determinações superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
III – atender às requisições das autoridades judiciárias e do Ministério Público, desde que encaminhadas por
meio da autoridade policial judiciária;
IV – comunicar ao superior hierárquico o endereço onde possa ser encontrado, quando dos afastamentos
regulares;
V – conduzir-se, na vida pública e particular, de modo a dignificar a função policial;
VI – desempenhar suas funções e agir com assiduidade, pontualidade, discrição, honestidade, imparcialidade
e com lealdade;
VII – desempenhar, com zelo e presteza, as tarefas e missões que lhe forem cometidas;
VIII – divulgar, para conhecimento dos subordinados, as normas policiais;
IX – exercer o cargo de policial civil com exclusividade, respeitadas as hipóteses de acumulação de cargos
previstas na Constituição Federal;
X – exercer o poder de polícia na defesa, na garantia e na promoção de direitos individuais, coletivos ou difusos,
na forma da Lei;
XI – frequentar, com assiduidade, cursos oficiais para fins de formação policial, aperfeiçoamento e atualização
de seus conhecimentos profissionais, quando matriculado;
XII – identificar-se, nos atos oficiais, com a indicação do cargo, classe e a função;
XIII – informar, incontinenti, à autoridade a que estiver diretamente subordinado, toda e qualquer alteração de
endereço de residência, bem como o número de telefone;
XIV – manter discrição sobre os assuntos da repartição e, especialmente, quanto a despachos, decisões e
providências;
XV – manter sigilo funcional quanto à matéria dos procedimentos em que atuar;
XVI – manter-se informado e atualizado sobre as normas policiais e a legislação em vigor;
XVII – obedecer aos preceitos éticos e aos atos normativos regularmente expedidos;
XVIII – observar as normas legais e regulamentares;
XIX – observar o princípio da hierarquia funcional;
XX – participar das comemorações cívicas da Polícia Civil do Estado da Paraíba e de outras, quando
convocado;
XXI – portar, obrigatoriamente, a carteira de identificação policial, o distintivo, a arma, com munição de reserva,
e um par de algemas, quando em serviço, zelando pela guarda e pela conservação de todos os equipamentos
e objetos recebidos em razão do exercício da função;
XXII – prestar as informações solicitadas na forma da lei e atender prontamente à expedição de certidões para
a defesa de direito;
XXIII – prestar informações corretas ao solicitante ou encaminhá-lo a quem possa prestá-las;
XXIV – providenciar para que esteja sempre atualizado seu assentamento individual, bem como sua declaração
de família;
XXV – ser leal para com os companheiros de trabalho, com eles cooperar e manter espírito de solidariedade;
XXVI – oficiar à chefia imediata providências para a melhoria dos serviços, no âmbito de sua atuação;
XXVII – tratar as pessoas com urbanidade, eficiência e zelo;
XXVIII – zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado;

131
XXIX – não utilizar para fins particulares, qualquer que seja o pretexto, o material pertencente ao órgão ou
destinado à correspondência oficial;
XXX – representar contra a ilegalidade, omissão ou abuso de poder no cumprimento da lei.
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XXX deste artigo será encaminhada à autoridade
imediatamente superior ao representado e apreciada pelo chefe do órgão, ocasião em que este servidor deverá
assegurar-lhe a oportunidade de se defender.

CAPÍTULO III
Das Proibições

Art. 148. Além do previsto nesta Lei Complementar e em normas específicas, ao servidor policial civil, é
proibido:
I – ausentar-se do serviço, durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;
II – retirar da repartição, salvo com autorização da autoridade competente e no interesse do serviço, qualquer
documento ou objeto oficial;
III – recusar fé a documentos públicos;
IV – opor resistência injustificada:
a) ao cumprimento de ordem ao andamento de documento ou de processo ou à execução de obra ou serviço;
b) à realização de inspeção médica, a que deva submeter-se por determinação de autoridade competente;
V – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição de
sua responsabilidade ou de seu subordinado;
VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de se filiarem a associação profissional, sindical ou partido
político;
VIII – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função
pública;
IX – exercer pressão sobre auxiliar ou subordinado, com ameaça de preterições funcionais ou outros meios
intimidativos, para forçá-lo a consentir em relacionamento sexual;
X – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e de cônjuge ou companheiro;
XI – exigir ou aceitar propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas
atribuições;
XII – praticar usura sob qualquer de suas formas;
XIII – proceder de forma desidiosa;
XIV – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares, próprios ou
de terceiro ou autorizar outrem, subordinado ou não, a fazê-lo;
XV – transferir a outro servidor atribuição estranha ao cargo por ele ocupado, salvo em situações de
emergência ou transitórias e no estrito interesse do serviço;
XVI – dar curso a ato, operação, documento ou objeto sem exigir o cumprimento da obrigação tributária a que
esteja sujeito ou sem comunicar o fato, previamente, à autoridade fiscal competente;
XVII – exercer outras atividades que sejam incompatíveis com o cargo, a função ou com o horário de trabalho.

CAPÍTULO IV
Da Responsabilidade

Art. 149. O policial civil, responde civil, penal e administrativamente, pelo exercício irregular de suas funções.

Art. 150. A responsabilidade civil decorre do procedimento comissivo ou omissivo, doloso ou culposo, que
importe em prejuízo.
§ 1º O policial civil responderá perante a Fazenda Pública Estadual, em ação regressiva, proposta depois de
transitar em julgado a decisão de última instância que houver condenado o Estado à indenização por dano
causado a terceiro.
§ 2º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada a ação, até o
limite do valor da herança recebida.

Art. 151. A responsabilidade penal abrange as infrações penais imputadas ao policial civil nesta qualidade.

Art. 152. A responsabilidade administrativa resulta da inobservância dos deveres e da prática de qualquer uma
das transgressões ou proibições e não será elidida pelo ressarcimento do dano.

132
Parágrafo único. São causas de exclusão de ilicitude ou de isenção de pena, as previstas no Código Penal
Brasileiro, após o trânsito em julgado da respectiva sentença criminal.

Art. 153. As sanções civis, disciplinares e penais poderão cumular-se, sendo umas e outras independentes
entre si, bem assim as instâncias administrativa, civil e penal.

Art. 154. A absolvição criminal fundamentada pela inexistência material do fato ou pela negativa de autoria
afasta a responsabilidade administrativa, salvo a existência de falta residual.

Art. 155. Compete ao chefe imediato, responsável pelo serviço, comunicar ao respectivo superior hierárquico
as faltas disciplinares praticadas por servidores postos à sua disposição ou que lhes estejam vinculados
funcionalmente.

CAPÍTULO V
Das Transgressões Disciplinares

Art. 156. As transgressões disciplinares classificam-se em:


I – leves;
II – médias;
III – graves.

Art. 157. São transgressões disciplinares de natureza leve:


I – impontualidade habitual;
II – simular doença, para esquivar-se do cumprimento de suas atribuições;
III – apresentar-se como representante ou servidor lotado no órgão ou em unidade de trabalho a que não
pertencer, sem estar expressamente autorizado;
IV – não comparecer às convocações de autoridade superior, quando previamente convocado ou notificado
em razão de serviço, salvo por motivo justificável;
V – ser displicente ou negligente no exercício da função policial;
VI – faltar ao serviço ou permutar, sem justificativa legal ou autorização superior;
VII – não comunicar, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, à autoridade a que estiver
subordinado, a impossibilidade de comparecer ao órgão, salvo por justo motivo;
VIII – negligenciar ou retardar a execução de qualquer ordem legítima escrita;
IX – negligenciar a guarda de objetos, pertencentes ao órgão, e que lhe tenham sido confiados em decorrência
da função ou para o seu exercício, possibilitando que se danifiquem ou se extraviem;
X – indicar ou insinuar nomes de advogados para assistir pessoas que se encontrem respondendo a processos
ou inquéritos policiais, ou cujas atividades sejam objeto de ação policial.

Art. 158. São transgressões disciplinares de natureza média:


I – agir com deslealdade no exercício da função;
II – valer-se do cargo com o fim ostensivo ou velado de obter proveito de natureza político-partidária para si ou
para outrem;
III – usar indevidamente os bens da repartição sob sua guarda ou não;
IV – deixar de concluir, nos prazos legais, sem motivo justo, inquéritos policiais, sindicância ou processos
administrativos;
V – patrocinar acordos pecuniários entre partes interessadas, no interior das repartições ou fora delas;
VI – retirar ou ceder, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer documento, cópia ou objeto
da repartição;
VII – deixar de tratar superiores hierárquicos, pares, subordinados, advogados, testemunhas, servidores do
Poder Judiciário e o povo em geral com a deferência e a urbanidade devidas;
VIII – não se apresentar, sem motivo justo, ao fim de licença para o trato de interesse particular, de férias ou
de dispensa de serviço, ou ainda depois de saber que quaisquer delas foram interrompidas por ordem superior;
IX – ingerir bebida alcoólica em serviço ou apresentar-se em estado de embriaguez;
X – fazer uso indevido de arma que lhe haja sido confiada para o serviço;
XI – permitir que pessoas que estejam sob custódia provisória conservem em seu poder instrumentos com que
possam causar danos a si ou a terceiros nas dependências em que estejam recolhidos;
XII – ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso
de poder;
XIII – usar violência desnecessária no exercício da função policial.

133
Art. 159. São transgressões disciplinares de natureza grave:
I – fornecer intencionalmente informação inexata, que altere ou desfigure a verdade;
II – coagir os servidores policiais subordinados com objetivos político partidários;
III – praticar usura em quaisquer de suas formas;
IV – apresentar requerimento, queixa ou representação contra servidores policiais, pares, subordinados ou
superiores hierárquicos, sabendo-as infundadas, buscando confundir investigação que exista ou que possa vir
a existir contra sua própria pessoa ou para prejudicar colegas ou terceiros;
V – ceder insígnia ou cédula de identidade funcional, armamento ou indumentária de identificação policial de
uso pessoal;
VI – provocar, velada ou ostensivamente, animosidade entre os servidores policiais ou entre estes e os seus
chefes imediatos;
VII – utilizar, ceder ou permitir que outrem use objetos arrecadados, recolhidos ou apreendidos pela Polícia,
salvo as exceções legais;
VIII – exercitar atividade particular para cujo desempenho sejam necessários contatos com repartições policiais
ou que, com elas, tenham qualquer relação ou vinculação;
IX – exercer atividades particulares que prejudiquem o fiel desempenho da função policial e que sejam, social
ou moralmente, nocivas à dignidade do cargo ou afetem a presunção de imparcialidade;
X – deixar de comunicar fatos caracterizados como transgressões disciplinares que tenham chegado ao seu
conhecimento, cometidos por servidores da instituição;
XI – esquivar-se, na ausência da autoridade competente, de atender a ocorrências de intervenção policial que
presencie ou de que tenha conhecimento imediato;
XII – solicitar ou receber propinas ou comissões, ou auferir vantagens e proveitos pessoais de qualquer espécie
e sob qualquer pretexto, em razão de função ou cargo que exerça ou tenha exercido;
XIII – cobrar carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa que não tenha fundamento legal;
XIV – confiar a pessoas estranhas à organização policial o desempenho de encargos próprios ou da
competência de seus subordinados;
XV – desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de ordem do Chefe imediato ou de decisão judicial;
XVI – eximir-se do cumprimento de suas atribuições funcionais;
XVII – abandonar o cargo, sem justa causa, ausentando-se da repartição por mais de 30 (trinta) dias
consecutivos;
XVIII – ausentar-se do serviço, sem causa justificável, por mais de 60 (sessenta) dias intercaladamente,
durante 01 (um) ano;
XIX – abandonar o serviço para o qual tenha sido designado, quando informado previamente;
XX – praticar ato definido como infração penal que, por sua natureza e configuração, torne-o incompatível para
o exercício da função policial;
XXI – praticar ato lesivo à honra ou ao patrimônio da pessoa, natural ou jurídica, com abuso ou desvio de poder
ou sem competência legal;
XXII – lesar os cofres públicos ou dilapidar o patrimônio público;
XXIII – revelar fato ou informação de natureza sigilosa de que tem ciência em razão do cargo ou função, salvo
quando se tratar de depoimento em processo judicial, policial ou administrativo;
XXIV – utilizar o anonimato para prejuízo da instituição ou de companheiros;
XXV – extraviar ou facilitar o extravio, por negligência, de armas, de algemas e de outros bens do patrimônio
da instituição, que estejam sob a sua guarda ou responsabilidade;
XXVI – submeter pessoa, sob sua guarda ou custódia, à tortura, vexame ou constrangimento;
XXVII – atentar, com abuso de autoridade ou prevalecendo-se dela, contra a inviolabilidade de domicílio;
XXVIII – consumir substância entorpecente ou que cause dependência química em serviço, ou apresentar-se
ao serviço em estado alucinógeno decorrente do consumo de tais substâncias.

CAPÍTULO VI
Da Aplicação das Penas Disciplinares

Art. 160. São penas disciplinares:


I – advertência;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V – destituição de função de confiança;
VI – destituição de cargo comissionado.

Art. 161. Na aplicação das penas disciplinares, serão considerados:

134
I – a natureza da infração, sua gravidade e as circunstâncias em que for praticada;
II – os danos dela decorrentes para o serviço policial civil;
III – a repercussão do fato;
IV – os antecedentes do policial civil;
V – a reincidência.

Art. 162. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam outra transgressão
disciplinar:
I – reincidir;
II – coagir, instigar ou determinar que outro policial civil, subordinado ou não, pratique a transgressão ou dela
participe;
III – dificultar, de qualquer forma, a apuração da falta disciplinar praticada;
IV – ter sido praticada mediante concurso de 02 (dois) ou mais agentes;
V – ter sido praticada por desídia, desleixo ou má-fé;
VI – ter sido praticada sob influência de álcool ou droga ilícita.

Art. 163. São circunstâncias que atenuam a pena, exceto quando a prevista for a de demissão:
I – reparar o dano pelo policial civil, antes da conclusão da sindicância ou do processo disciplinar;
II – ter procurado diminuir as consequências da falta disciplinar praticada;
III – ter confessado espontaneamente a autoria da transgressão disciplinar cometida;
IV – ter sido praticada no interesse do serviço, em situação de risco ou emergencial;
V – facilitar a apuração dos fatos.

Art. 164. Constitui circunstância que exclui sempre a pena disciplinar a não-exigibilidade de outra conduta do
policial na prática da transgressão.

Art. 165. O policial civil que incidir na prática de transgressão disciplinar puramente administrativa, motivada
pela culpa, terá sua pena reduzida até a metade, observado o disposto no artigo anterior.

Art. 166. A advertência é aplicada por escrito, nos casos de não observância de dever funcional e da vedação
de desvio de servidor para o exercício de atribuições diversas das inerentes ao seu cargo efetivo, bem como
na violação de proibição constante do artigo 157, incisos de I a III e V a VII desta Lei Complementar, quando
não couber pena mais grave.

Art. 167. A suspensão é aplicada em caso de:


I – reincidência em conduta punida com advertência;
II – violação de proibição diversa das enumeradas no artigo 166 desta Lei Complementar e que não tipifique
falta sujeita à penalidade de demissão;
III – transgressões disciplinares previstas nos artigos 157, 158 e 159 desta Lei Complementar que não
tipifiquem pena de demissão, na seguinte gradação:
a) de 1 (um) a 10 (dez) dias, nas transgressões de natureza leve;
b) de 11 (onze) a 30 (trinta) dias, nas transgressões de natureza média;
c) de 31 (trinta e um) a 90 (noventa) dias, nas transgressões de natureza grave.
§ 1º A suspensão não pode exceder 90 (noventa) dias, e, durante a aplicação dessa pena, o servidor não
perceberá remuneração.
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade da suspensão pode ser convertida em multa,
na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em
serviço.

Art. 168. A demissão será aplicada nos seguintes casos:


I – condenação em conduta tipificada como crime contra a Administração Pública;
II – abandono de cargo;
III – condenação em conduta tipificada como ato de improbidade administrativa;
IV – insubordinação grave em serviço;
V – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo as causas excludentes de ilicitude previstas na
legislação vigente;
VI – aplicação irregular de dinheiro público;
VII – revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
VIII – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual;
IX – corrupção, sob qualquer de suas formas;

135
X – ocultação de nova investidura, de que resulte acumulação proibida; e
XI – acumulação ilegal de cargos, funções ou empregos públicos.

Art. 169. Verificada, em processo disciplinar, a acumulação remunerada de cargos constitucionalmente


proibida, mas havendo comprovada boa-fé do servidor, este deverá optar por um dos cargos.

Art. 170. As destituições de cargo em comissão ou de função de confiança serão aplicadas nos casos de
qualquer infração disciplinar sujeita às sanções administrativas previstas nesta Lei Complementar.

CAPÍTULO VII
Da Competência para Imposição das Sanções Disciplinares

Art. 171. São competentes para imposição de pena disciplinar:


I – o Governador do Estado, privativamente, nos casos de demissão de policial civil, cassação de aposentadoria
ou disponibilidade;
II – o Secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social ou autoridade por este delegada, em todos os
casos, ressalvada a competência do Governador, e nos casos de suspensão de até noventa dias;
III – o Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba, nos casos de advertência e suspensão até trinta
dias.
Parágrafo único. O superior hierárquico que tiver ciência de transgressão disciplinar praticada por policial civil
sob sua subordinação é obrigado a comunicá-la, imediatamente, à autoridade competente, para que esta
proceda à abertura de sindicância ou de processo administrativo disciplinar, conforme a exigência do caso a
ser apurado, sob pena de ser penalizado administrativa e penalmente.

CAPÍTULO VIII
Da Extinção da Punibilidade

Art. 172. Extingue-se a punibilidade da conduta tipificada como transgressão disciplinar:


I – pela morte do policial civil transgressor;
II – pela prescrição da ação disciplinar.
§ 1º Extingue-se a punibilidade pela prescrição:
I – da falta sujeita à pena de advertência, em 180 (cento e oitenta) dias;
II – da falta sujeita à pena de suspensão, em 2 (dois) anos; e
III – das faltas puníveis com demissão, cassação de aposentadoria, disponibilidade e destituição de cargo em
comissão, em 5 (cinco) anos.
§ 2º Os prazos de prescrição, previstos em legislação penal, aplicam-se às infrações disciplinares tipificadas
também como crime.
§ 3º A transformação de sindicância para processo administrativo não reinicia o prazo de contagem
prescricional.
§ 4º Interrompido o curso de prescrição, o prazo recomeça a partir do dia em que cessar a interrupção.
§ 5º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.
§ 6º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão
final proferida por autoridade competente.

CAPÍTULO IX
Do Afastamento Compulsório

Art. 173. O policial civil será afastado compulsoriamente, nos casos de:
I – prisão provisória, nos termos da legislação vigente;
II – condenação por crime em regime fechado, transitada em julgado.

Art. 174. O policial civil perderá um terço da remuneração, nos casos de afastamento compulsório.

Art. 175. O policial afastado em decorrência das medidas acautelatórias terá direito à contagem do período,
para todos os efeitos, bem como à percepção da diferença da remuneração, nos casos de:
I – afastamento compulsório, preso ou solto, se absolvido ao final;
II – prisão cautelar ou suspensão preventiva, se for absolvido ou, ainda, se, do procedimento resultar, no
máximo, pena de advertência;
III – cômputo do afastamento na penalidade de suspensão eventualmente aplicada;

136
IV – contagem, para todos os efeitos, bem como à percepção da diferença de remuneração, do período que
exceder o prazo da pena de suspensão eventualmente aplicada.
§ 1º Durante o período das medidas acautelatórias, poderão ser recolhidas a arma, a munição, a identidade
funcional, o distintivo e as algemas do policial civil, pelo Presidente do inquérito policial ou pelo superior
hierárquico imediato.
§ 2º Após o recolhimento previsto no parágrafo anterior, imediatamente, a autoridade policial que o efetuou
deverá encaminhar cópia da documentação relativa à motivação do afastamento ao Secretário de Estado da
Segurança e da Defesa Social e/ou ao Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba, via escalão
hierárquico, para expedição de portaria de afastamento compulsório.

CAPÍTULO X
Da Apuração Sumária de Irregularidades

Art. 176. A sindicância administrativa é o meio sumário de apuração de irregularidades e será realizada por
comissão, presidida por membros de condição hierárquica nunca inferior à do sindicado.
§ 1º A sindicância será instaurada de oficio pela autoridade atributiva que tomou conhecimento da
irregularidade ou por determinação de órgão ou chefia a que pertencer o funcionário, mediante ato próprio.
§ 2º A autoridade ou comissão incumbida da sindicância deverá publicar Portaria instauradora, no prazo
improrrogável de cinco dias, contado da determinação da ação.

Art. 177. Promove-se a sindicância:


I – como preliminar do processo administrativo disciplinar;
II – quando não for obrigatória a instauração, desde logo, de processo administrativo disciplinar ou a falta não
ensejar pena superior a trinta dias de suspensão.

Art. 178. Ao tomar conhecimento da irregularidade, a autoridade ou o funcionário adotará as providências


legais, promovendo a sua apuração ou comunicando o fato à autoridade competente.
§ 1º Quando não for possível, de início, determinar a existência de transgressão disciplinar ou sua autoria, a
sindicância será precedida de Autos de Investigação Preliminar.
§ 2º Findo o Auto de Investigação Preliminar, com prazo de trinta dias para a sua conclusão, prorrogável por
igual período, e concluído pela existência do fato e de sua autoria, será iniciada a sindicância, sendo vedada
a participação do Presidente do procedimento investigativo no punitivo.
§ 3º Findo o Auto de Investigação Preliminar e não apurada a existência de falta administrativa ou de sua
autoria, o procedimento será arquivado.

Art. 179. Ocorrendo justo motivo, a autoridade ou membro de comissão sindicante deve declarar-se suspeito
por escrito e justificadamente, devolvendo a sindicância administrativa ao subscritor da Portaria designativa,
para redistribuição.

Art. 180. O impedimento ou a suspeição atingem o sindicante, a comissão sindicante ou a autoridade julgadora,
e, ocorrendo justo motivo, eles devem se declarar suspeitos por escrito e justificadamente, devolvendo a
sindicância administrativa ao subscritor da portaria designativa, para redistribuição.

Art. 181. São circunstâncias configuradoras de impedimento:


I – ser parte interessada;
II – haver participado de procedimento em que interveio como defensor do policial civil;
III – ter realizado a perícia referente ao fato em apuração;
IV – ter sido o Presidente do procedimento anterior que originou a apuração dos fatos;
V – ter sido ouvido no procedimento anterior que originou a apuração dos fatos.

Art. 182. São circunstâncias configuradoras de suspeição:


I – ter amizade íntima ou inimizade capital entre si ou entre seus parentes;
II – ter qualquer grau de parentesco entre ambos;
III – ter relações comerciais entre si ou seus parentes;
IV – ser credor ou devedor do sindicado, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral
até o terceiro grau;
V – ser interessado no julgamento da causa.

Art. 183. A sindicância administrativa deverá ser instaurada no prazo de dez dias do conhecimento do fato pela
autoridade competente ou do recebimento da Portaria designativa, cuja peça inicial apresentará relato sucinto

137
do objeto da apuração, se possível, mencionando a data, o local e demais circunstâncias do fato investigado,
determinando ainda a adoção das primeiras medidas, a juntada de documentos já obtidos e as oitivas de
testemunhas.
§ 1º Na fase instrutória, deverão ser ouvidas as testemunhas, juntados documentos e laudos, assegurada a
defesa prévia e as alegações finais do sindicado, concluindo com relatório da autoridade ou da comissão, em
que serão propostas as medidas cabíveis à autoridade competente para decidir.
§ 2º Os prazos de defesa serão de cinco dias, contados da notificação e, quando houver mais de um sindicado,
o prazo será comum, permanecendo os autos à disposição dos sindicados para consultas ou requerimento de
cópia de peças.
§ 3º O relatório final deverá conter a síntese do que foi apurado, especificar as provas produzidas,
confrontando-as com a defesa apresentada e as contraprovas, e concluirá evidenciando seu entendimento e
apontando a irregularidade cometida, além de individualizar a autoria, especificando os dispositivos violados e
propondo a pena a ser aplicada, seu arquivamento ou a instauração do processo disciplinar.
§ 4º Em qualquer fase da sindicância administrativa, se ficar evidenciado falta funcional em que a pena seja
superior a trinta dias de suspensão, os autos serão encaminhados à autoridade competente, propondo-se a
instauração de processo administrativo, com a indicação dos fundamentos fáticos e jurídicos para tanto.

Art. 184. Ao sindicado, será assegurado o direito de defesa, compreendendo sua audiência de oitiva,
oportunidade de ter vista dos autos, de formular requerimento de diligências e de juntada de documentos, bem
como de apresentar defesa técnica por pessoa, preferencialmente com conhecimentos jurídicos, ou por
profissional habilitado, em todas as fases do procedimento disciplinar, após formalmente sindicado.

Art. 185. A decisão deverá ser proferida no prazo de trinta dias do recebimento dos autos, e a autoridade
competente deverá:
I – averiguar seu regular desenvolvimento, principalmente quanto à garantia da ampla defesa, apontar as falhas
encontradas, devolvendo-os para correção, se for o caso;
II – acolher ou recusar, motivadamente, a conclusão do relator, aplicando a penalidade, absolvendo o sindicado
ou determinando o arquivamento dos autos;
III – acolher eventual prescrição e determinar o arquivamento;
IV – solicitar ou propor a instauração de processo administrativo disciplinar.
§ 1º No prazo de trinta dias, contados da publicação da decisão, caberá recurso hierárquico à instância
superior.
§ 2º Os recursos de sanções de advertência e suspensivas até trinta dias, exaurem-se no Secretário de Estado
da Segurança e da Defesa Social, e as superiores, inclusive a de demissão, no Governador.
§ 3º Os recursos processar-se-ão em apenso aos autos principais e deverão ser publicados no Boletim Interno
da Polícia Civil do Estado da Paraíba.

Art. 186. A sindicância deve ser concluída no prazo de trinta dias, prorrogável por igual período, mediante
solicitação justificada do sindicante e a critério da autoridade que determinou sua instauração.

Art. 187. Os prazos previstos nesta Lei Complementar contar-se-ão do dia imediato à sua publicação ou da
ciência ao interessado, e, recaindo o início ou o fim do prazo em feriado ou dia sem expediente, será
considerado para tanto o primeiro dia útil seguinte.

Art. 188. O descumprimento dos prazos somente gerará nulidade, quando resultar em prejuízo à parte,
objetivamente demonstrado.

TÍTULO VI
Do Processo Disciplinar e da Revisão
CAPÍTULO I
Do Processo Disciplinar

Art. 189. A aplicação das disposições deste Título far-se-á sem prejuízo da validade dos atos expedidos e
realizados sob a vigência de lei anterior.

Art. 190. Instaurar-se-á o processo administrativo disciplinar, a fim de se apurar a ação ou a omissão de policial
civil, puníveis disciplinarmente.

138
Art. 191. Será obrigatório o processo administrativo disciplinar, quando a falta, por sua natureza, possa
determinar a pena de suspensão superior a trinta dias ou multa correspondente, assim como a pena de
demissão.
Parágrafo único. O processo administrativo disciplinar será precedido de sindicância, somente quando não
houver elementos suficientes para se concluir pela existência da falta ou de sua autoria.

Art. 192. São competentes, para determinar a instauração de processo administrativo, o Governador do
Estado, o Secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social, o Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado
da Paraíba ou o Corregedor-Geral da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social,
preferencialmente, nessa ordem.

Art. 193. O processo administrativo será realizado por comissão integrada por Delegados de Polícia e membros
de carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba, estáveis e de classe nunca inferior à do processado,
designados pelo Corregedor da Polícia Civil do Estado da Paraíba, o qual indicará o Presidente.
Parágrafo único. Quando o processo administrativo envolver apuração de falta disciplinar de policiais civis da
área de atuação do Instituto de Polícia Científica, o Corregedor-Geral deverá solicitar ao seu titular a indicação
de, pelo menos, um servidor da mesma carreira do processado para compor a Comissão.

Art. 194. O processo administrativo será iniciado dentro do prazo de dez dias, contado da data do recebimento
do despacho da designação e concluído no prazo de noventa dias, prorrogáveis por igual período, pelo
Corregedor da Polícia Civil do Estado da Paraíba.§ 1º O Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba,
em casos excepcionais e mediante representação fundamentada do Corregedor da Polícia Civil do Estado da
Paraíba poderá autorizar nova prorrogação de prazo por mais noventa dias.
§ 2º O início do processo administrativo será comunicado, pelo Presidente da comissão, ao órgão de lotação
do policial civil.

Art. 195. O Presidente da Comissão elaborará a Portaria vestibular, em que serão esclarecidos os motivos do
procedimento e os dispositivos legais tidos como violados, além de autuadas com essa Portaria as demais
peças preexistentes, bem como designará dia e hora, para a audiência inicial, e determinará a citação do
processado, a notificação do denunciante, se houver, e das testemunhas.
§ 1º O processado será citado, pelo menos, setenta e duas horas antes da audiência inicial por uma das
seguintes formas:
I – pessoalmente, mediante recibo de próprio punho;
II – se estiver em outro município do Estado, pessoalmente, mediante recibo de próprio punho, ou por
intermédio do respectivo superior hierárquico ou Delegado de Polícia local, ao qual serão encaminhadas, pelo
correio ou meio próprio equivalente da Polícia Civil do Estado da Paraíba, cópias da citação e da portaria inicial,
mediante recibo a ser assinado por mão própria do processado.
§ 2º A remessa pelo correio será feita por Aviso de Recebimento, juntando-se ao processo o comprovante de
sua entrega ao destinatário.
§ 3º Se estiver em lugar certo e conhecido de outro Estado, a citação será feita pelo correio, com as cautelas
exigidas no parágrafo anterior.
§ 4º Não sendo encontrado o processado e ignorando-se seu paradeiro, ele será citado por edital publicado
três vezes seguidas no órgão oficial e em jornais de grande circulação, com prazo de dez dias para
comparecimento, a contar da data da última publicação.

Art. 196. O denunciante, se houver, prestará declarações no interregno entre a data da citação e a fixada para
o interrogatório do processado.
Parágrafo único. O processado não assistirá à inquirição do denunciante, não se aplicando essa proibição ao
defensor do processado, que poderá formular perguntas, devendo o teor das declarações do denunciante ser
lido ao processado, antes deste ser interrogado.

Art. 197. O processado será interrogado nos termos do Código de Processo Penal.

Art. 198. Não comparecendo o processado, regularmente citado, prosseguirá o processo à sua revelia, e, na
falta de defensor indicado pelo acusado, será nomeado, pelo Presidente, defensor dativo.

Art. 199. O processado poderá constituir advogado para todos os atos e termos do processo.

Art. 200. Para assistir pessoalmente aos atos processuais, fazendo-se acompanhar de defensor, se assim o
quiser, o processado será sempre intimado e poderá, nas inquirições, levantar contradita, formular perguntas

139
e reinquirir testemunhas, além de, nas perícias, apresentar assistente e formular quesitos, cujas respostas
integrarão o laudo, bem como fazer juntada de documentos em qualquer fase do feito.

Art. 201. A contar da data do interrogatório do processado, abrir-se-á ao seu defensor prazo de dez dias para
apresentar provas ou requerer sua produção.
Parágrafo único. Ao processado, é facultado arrolar até cinco testemunhas.

Art. 202. Findo o prazo referido no artigo anterior, o Presidente da Comissão convocará audiência de instrução.
§ 1º Serão ouvidas, pela ordem, as testemunhas arroladas pela Comissão, em número não superior a cinco
por acusado, e, depois, as do processado.
§ 2º As testemunhas poderão ser inquiridas pelo Presidente, pelos membros da Comissão e reperguntadas
pelo processado ou seu defensor.
§ 3º O denunciante, o processado e as testemunhas poderão ser ouvidos, reinquiridos ou acareados, em mais
de uma audiência.
§ 4º A notificação de funcionário ou de servidor público será comunicada ao respectivo chefe imediato, com os
esclarecimentos necessários.

Art. 203. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor, salvo nos casos de proibição legal, nos
termos do art. 207 do Código de Processo Penal, ou em se tratando das pessoas mencionadas no art. 206 do
referido Código.
Parágrafo único. As testemunhas são obrigadas a comparecer à audiência, quando regularmente notificadas
e, se não o fizerem, poderão ser conduzidas perante a autoridade processante.

Art. 204. Residindo a testemunha em Município diverso do que tiver sede a comissão processante, esta, se
entender conveniente, deslocar-se-á até o local da residência do depoente, para ouvi-lo, cabendo à referida
comissão informar a data e hora da realização da audiência de inquirição, com cinco dias de antecedência, ao
processado ou ao seu defensor.

Art. 205. Em qualquer fase do processo, poderá o Presidente da Comissão ordenar diligências que se lhe
afigurarem convenientes, de ofício ou a requerimento do processado.
Parágrafo único. Sendo necessário o concurso de técnicos ou de peritos oficiais, o Presidente da comissão
requisitá-los-á a quem de direito, observados, também, em relação a eles, os impedimentos a que se refere o
art. 207 do Código do Processo Penal.

Art. 206. O Presidente da comissão, em despacho fundamentado, deverá indeferir as diligências requeridas
com finalidade manifestamente protelatória ou sem interesse para o esclarecimento do fato.

Art. 207. Encerrada a fase probatória, dar-se-á vista dos autos ao processado ou a seu defensor, no prazo de
dez dias, para apresentar razões de defesa.
Parágrafo único. O primeiro prazo referido neste artigo não será contado em dobro, quando houver mais de
um processado.

Art. 208. O processo relatado será encaminhado ao Corregedor da Polícia Civil do Estado da Paraíba que, no
prazo de dez dias, decidirá ou emitirá Parecer e o encaminhará à autoridade que determinou a sua instauração,
a qual em prazo de igual duração, contado da data do recebimento dos respectivos autos, homologará ou
decidirá.

Art. 209. Concluindo a autoridade que determinou a instauração do processo administrativo por imposição de
penalidade superior à de sua atribuição, conforme estabelecido nesta Lei Complementar, dentro de cinco dias,
encaminhará os autos do processo à autoridade competente.

Art. 210. O processo administrativo disciplinar poderá ser suspenso, respeitada a oportunidade de o imputado
se manifestar a respeito, se a Comissão permanente de disciplina precisar se valer de provas solicitadas a
outros órgãos ou depender de informações ou de documentos imprescindíveis à instrução do feito.
Parágrafo único. O prazo de que trata o caput deste artigo será de até um ano, findo o qual a autoridade
competente mandará prosseguir o processo.

Art. 211. O processo administrativo, iniciado com intuito de se apurar falta administrativa decorrente
exclusivamente de crime, deverá ser suspenso até decisão final, com trânsito em julgado na esfera penal,
exceto quando existir falta administrativa residual. (Revogado pela Lei Complementar nº 124 de 03 de outubro de 2014)

140
Art. 212. O processado será intimado pessoalmente das decisões proferidas nos autos que interessem à sua
defesa.

CAPÍTULO II
Do Processo de Revisão

Art. 213. Admitir-se-á, observados os prazos do artigo 167, § 1º, a revisão do processo disciplinar
administrativo findo, quando:
I – a decisão for contrária a texto expresso em lei ou à evidência dos autos;
II – a decisão se fundamentar em novos testemunhos, exames ou documentos comprovadamente falsos ou
viciados;
III – após a decisão, descobrirem-se novas provas da inocência do punido ou de circunstâncias que autorizem
penas mais brandas.
Parágrafo único. Os pedidos que não se fundamentarem nos casos enumerados neste artigo serão
indeferidos liminarmente.

Art. 214. A revisão não autoriza o agravamento da pena.


§ 1º O pedido, devidamente fundamentado com as indicações das provas que pretende produzir, será sempre
dirigido à autoridade que aplicou a pena ou àquela que a tiver confirmado em grau de recurso.
§ 2º Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em novos fatos ou provas.

Art. 215. A revisão poderá ser pleiteada pelo próprio infrator ou por seu procurador e, no caso de morte, pelo
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

Art. 216. Não constitui fundamento para a revisão a simples alegação de injustiça da penalidade.

Art. 217. Admitida pela autoridade competente, a revisão será processada por comissão designada pelo
Secretário de Estado da Administração.
§ 1º Será impedido de funcionar na revisão quem houver composto a comissão de processo administrativo
anterior.
§ 2º O Presidente designará um servidor para secretariar a comissão.

Art. 218. Ao processo de revisão, será apenso o processo administrativo ou a sua cópia, dando início imediato
às diligências, marcando o Presidente o prazo de quinze dias para que o requerente junte as provas que
pretenda produzir.

Art. 219. Decorrido o prazo consignado no artigo anterior, ainda que sem alegações, será o processo
encaminhado com relatório fundamentado da comissão, dentro de quinze dias, à autoridade competente para
proferir o julgamento.

Art. 220. Será de trinta dias o prazo para o julgamento, sem prejuízo das diligências que a autoridade julgadora
entenda necessárias ao melhor esclarecimento dos fatos articulados no processo.

Art. 221. Julgada procedente a revisão, a Administração determinará a redução ou o cancelamento da


penalidade imposta, com as anotações necessárias nos assentamentos funcionais do servidor recorrente.

CAPÍTULO III
Da Reabilitação

Art. 222. O policial civil, após dois anos, provado bom comportamento, por meio da ficha de assentamentos
funcionais e de parecer fundamentado com conclusão objetiva do chefe imediato, poderá requerer reabilitação
ao Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba.

Art. 223. Concedida a reabilitação, cessam os efeitos decorrentes da punição para fins de promoção e de
análise de antecedentes.

TÍTULO VII
Do Plano de Cargos e Carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba
CAPÍTULO I

141
Das Disposições Preliminares

Art. 224. O Plano de Cargos e Carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba, aqui identificada como Grupo
Ocupacional GPC-600, estabelecerá a sucessão ordenada de posições que permitirá a evolução funcional do
policial, com o objetivo de:
I – manter identidade entre o potencial profissional e o nível de desempenho exigido no exercício das funções
policiais;
II – incentivar a qualificação profissional e sua identidade com as funções da carreira e a realização pessoal;
III – democratizar as oportunidades de crescimento profissional e promover a valorização do sistema do mérito;
IV – estabelecer sistema remuneratório justo e compatível com a complexidade, conteúdo do cargo,
capacitação, experiência, eficiência e especialização requeridas para o desempenho de suas funções,
considerando as especificidades e peculiaridades da atividade policial.

CAPÍTULO II
Da Estrutura e Organização das Carreiras

Art. 225. O Grupo GPC-600 é integrado pelas Categorias Funcionais e Cargos a seguir, com atribuições
ligadas às funções institucionais da Polícia Civil do Estado da Paraíba, sobretudo aquelas que dizem respeito
às atividades de polícia judiciária, de serviços cartoriais, de perícias criminais, de identificação civil e criminal
e de manutenção da segurança pública:
I – Carreira Jurídico-Policial, integrada pelo cargo de Delegado de Polícia; (Redação dada pela Lei nº 11.192 de 31 de
agosto de 2018)
II – Carreira de Polícia Investigativa integrada pelos cargos de: (Redação dada pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de
2018)
a) Agente de Investigação;
b) Escrivão de Polícia;
c) Agente Operacional da Polícia Civil. (Incluído pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)
III – Categoria de Polícia Científica, integrada pelos cargos de:
a) Perito Oficial Criminal;
b) Perito Oficial Médico-Legal;
c) Perito Oficial Odonto- Legal;
d) Perito Oficial Químico-Legal;
IV – Categoria de Apoio Técnico, integrada pelos cargos de:
a) Técnico em Perícia;
b) Papiloscopista;
c) Necrotomista;
V – Categoria de Apoio Policial, integrada pelo cargo de Motorista Policial. (Revogado pela Lei nº 11.192 de 31 de
agosto de 2018)
§ 1º Os cargos que integram o Grupo GPC-600 estão organizados em carreiras estruturadas em classes, de
forma a possibilitar o crescimento profissional do servidor policial civil.
§ 2º Lei Ordinária definirá os quantitativos e códigos dos cargos que integram o Grupo Ocupacional GPC-600.

Seção I
Da Categoria Especial
Subseção I
Das Disposições preliminares

Art. 226. A Categoria Especial é integrada pelo cargo de Delegado de Polícia, cujas funções são essenciais
para o Estado, cabendo aos seus integrantes, na condição de autoridade policial, o exercício das atividades
de polícia judiciária e de apuração, com total exclusividade, das infrações penais, exceto as militares e aquelas
cuja apuração compete exclusivamente à União.
Parágrafo único. Os integrantes da carreira de Delegado de Polícia são vinculados à Delegacia-Geral da
Polícia Civil do Estado da Paraíba.

Subseção II
Da Organização da Carreira de Delegado de Polícia

Art. 227. A carreira de Delegado de Polícia é estruturada em quatro classes hierarquicamente escalonadas,
correspondentes a:
I – Delegado de Polícia de Terceira Classe;
II – Delegado de Polícia de Segunda Classe;

142
III – Delegado de Polícia de Primeira Classe;
IV – Delegado de Polícia de Classe Especial.

Subseção III
Das Atribuições do Delegado de Polícia

Art. 228. Aos Delegados de Polícia, no cumprimento das funções institucionais e das atribuições da Polícia
Civil do Estado da Paraíba, incumbe:
I – com exclusividade:
a) presidir a apuração de infrações penais por meio do inquérito policial, de termo circunstanciado de ocorrência
ou de outros procedimentos investigatórios normatizados;
b) lavrar termos circunstanciados de ocorrências, em conformidade com
o disposto na legislação pertinente;
c) exercer, onde sejam realizados trabalhos de polícia judiciária, a titularidade de unidades integrantes da
Polícia Civil do Estado da Paraíba, de delegacias de polícia, de unidades de segurança, de grupos operacionais
ou similares;
II – no exercício da atividade policial judiciária:
a) planejar, coordenar, dirigir e executar, com exclusividade, as ações de polícia judiciária;
b) organizar, executar e manter os serviços de registro, cadastro, controle e fiscalização de armas, munições
e explosivos, na forma da legislação federal específica;
c) planejar, coordenar e realizar ações de inteligência destinadas à instrumentalização do exercício de polícia
judiciária e de apuração de infrações penais, na sua área de atribuição;
d) realizar, com exclusividade, as correições ou procedimentos similares de natureza ordinária, nas unidades
policiais civis, na esfera de sua atribuição;
e) realizar correições extraordinárias, gerais ou parciais;
f) requisitar a realização de pesquisas técnico-científicas, estatísticas e exames técnicos relacionados com a
atividade de polícia judiciária;
g) expedir licença para translado de cadáveres;
h) presidir autos de incineração e destruição de drogas ilícitas apreendidas, nos termos da legislação;
i) exercer o controle interno e o aperfeiçoamento da atividade policial judiciária;
j) manter banco de dados de processados, procurados, condenados e foragidos e coordenar ações de busca
e captura de transferência de presos;
k) adotar providências imediatas e impostergáveis em outras circunscrições até que compareça a autoridade
do local dos fatos;
l) divulgar fatos, prestar informações de natureza policial ou científica de interesse da comunidade à imprensa
ou a órgãos interessados, observados os preceitos constitucionais, as garantias individuais, as normas e os
regulamentos da Administração Estadual;
m) instaurar, presidir ou determinar a instauração de sindicância administrativa disciplinar e impor, se for o
caso, as penalidades;
n) promover orientação à comunidade sobre as medidas de profilaxia criminal e debater sobre assuntos
relativos à segurança pública;
o) expedir escala de plantão dos servidores subordinados;
p) avocar e redistribuir inquéritos policiais ou procedimentos administrativos;
III – no curso de procedimentos de sua atribuição:
a) presidir, com exclusividade, auto de prisão em flagrante e de apreensão em flagrante de adolescentes
infratores;
b) nomear intérpretes, peritos e escrivães ad hoc, bem como curadores, avaliadores e depositários, quando
houver justificado motivo;
c) expedir portaria instauradora de inquérito policial ou de outro procedimento investigatório;
d) expedir intimações, ordens de serviço, cartas precatórias e mandados de condução coercitiva, quando de
sua atribuição;
e) requisitar exames médicos, periciais e toxicológicos, inclusive de sanidade mental e complementar, bem
como informações e documentos que interessem à formação de prova;
f) promover, por termos, oitivas, interrogatórios e acareações, bem como a reprodução simulada de fatos, os
reconhecimentos e a exumação;
g) solicitar o ingresso de vítima ou testemunha em programas de proteção e assistência respectivos;
h) determinar a elaboração de qualificação indireta, de planilha de identificação e de vida pregressa do
indiciado;
i) proferir despachos de indiciação, sindicação, movimentação e desentranhamento, além de outros
necessários nos autos;

143
j) arbitrar valor de fiança, quando de sua atribuição;
k) determinar a apreensão de objetos e o depósito de valores apreendidos em conta única do Estado;
l) representar pela prisão preventiva, prisão temporária e outras medidas judiciais cautelares;
m) representar pelo afastamento temporário de agressor, nos casos de crimes de menor potencial ofensivo,
nos termos da legislação;
n) representar em juízo pela de mandado de busca e apreensão e pela quebra de sigilo fiscal, bancário, de
comunicações telefônicas de qualquer natureza e de sistemas de informática e telemática;
o) determinar a restituição ou o depósito, mediante termo de responsabilidade, de objetos apreendidos;
p) solicitar dilação de prazo;
q) outras atribuições correlatas ou previstas em lei;
IV – em atividades complementares às funções do cargo:
a) participar de atividades de formação policial;
b) exercer cargo em comissão ou função de confiança, quando designado por Ato ou Portaria;
c) representar a instituição policial, perante conselhos e Poderes constituídos ou perante a sociedade, como
autoridade policial, em eventos ou solenidades públicas.

Seção II
Da Categoria de Polícia Investigativa
Subseção I
Das Disposições Preliminares

Art. 229. A Carreira Polícia Investigativa é integrada pelos cargos de Agente de Investigação, de Escrivão de
Polícia Civil e de Agente Operacional de Polícia Civil do Estado da Paraíba, cujas atribuições institucionais
estão vinculadas à preservação da ordem pública, à incolumidade das pessoas e do patrimônio, bem como ao
exercício de atividades de polícia judiciária, cartoriais e de investigação criminal. (Redação dada pela Lei nº 11.192
de 31 de agosto de 2018)
§ 1º Os integrantes da Carreira de Agente de Investigação e de Escrivão de Polícia Civil do Estado da Paraíba
são vinculados à Delegacia-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba.
§ 2º Aos ocupantes das carreiras de Agente de Investigação e de Escrivão de Polícia Civil, serão atribuídas
responsabilidades pela coordenação de serviços ou de equipes de trabalho, Comissário e Chefe de Cartório,
respectivamente, mediante o exercício de funções instituídas pelo Governador do Estado como privativas de
integrantes destas carreiras.

Art. 230. Os integrantes das carreiras de Agente de Investigação e de Escrivão de Polícia Civil deverão pautar
suas atuações em obediência aos princípios e preceitos contidos nesta Lei Complementar e àqueles inerentes
às funções institucionais da Polícia Civil do Estado da Paraíba.

Subseção II
Da Organização da Carreira de Agente de Investigação, de Escrivão de Polícia Civil e Agente
Operacional de Polícia Civil
(Renomeado pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)

Art. 231. As carreiras de Agente de Investigação, de Escrivão de Polícia Civil e de Agente Operacional de
Polícia Civil são estruturadas em quatro classes hierarquicamente escalonadas, correspondentes a: (Redação
dada pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)
I – Agente de Investigação:
a) Agente de Investigação de Terceira Classe;
b) Agente de Investigação de Segunda Classe;
c) Agente de Investigação de Primeira Classe;
d) Agente de Investigação de Classe Especial;

II – Escrivão de Polícia Civil:


a) Escrivão de Polícia Civil de Terceira Classe;
b) Escrivão de Polícia Civil de Segunda Classe;
c) Escrivão de Polícia Civil de Primeira Classe;
d) Escrivão de Polícia Civil de Classe Especial.

III - Agente Operacional de Polícia Civil: (Incluído pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)
a) Agente Operacional de Polícia Civil de Terceira Classe;
b) Agente Operacional de Polícia Civil de Segunda Classe;
c) Agente Operacional de Polícia Civil de Primeira Classe;

144
d) Agente Operacional de Polícia Civil de Classe Especial.

Subseção III
Das Atribuições do Agente de Investigação e do Escrivão de Polícia Civil

Art. 232. Ao ocupante do cargo de Agente de Investigação, compete:


I – proceder, mediante determinação da autoridade policial, às diligências e às investigações policiais, com o
fim de coletar provas para a elucidação de infrações penais e respectivas autorias, devendo apresentar relatório
de investigação circunstanciado;
II – efetuar prisão em flagrante ou cumprir mandados expedidos pela autoridade policial ou judiciária
competente;
III – dirigir veículos policiais, em razão do desempenho de suas funções, nos diversos setores da Polícia Civil
do Estado da Paraíba, providenciando, junto ao setor competente, a conservação, limpeza e manutenção das
viaturas policiais, responsabilizando-se pela guarda do veículo e respectivos acessórios e equipamentos, na
ausência de motorista policial;
IV – orientar, supervisionar, coordenar e dirigir trabalho de subordinados em investigações e diligências,
quando na condição de investigador-chefe ou por designação da autoridade policial;
V – executar, quando exigidas especialidade e habilitação profissional, atividades envolvendo operação de
aparelhos de comunicação, telecomunicações, computação, integrantes do sistema de informações da
segurança pública, zelando por sua manutenção e conservação;
VI – participar de levantamento em local de crime e interagir na execução de trabalhos relacionados à coleta
de provas e à produção de fotografias, inclusive reproduções e ampliações, em locais de infrações penais,
onde quer que se faça necessário o emprego das técnicas nas investigações policiais, bem como concorrer
para a total preservação do local do crime;
VII – realizar o recolhimento, a movimentação e a escolta de preso, bem como a guarda de valores e seus
pertences, procedendo à escrituração no livro de registro, enquanto perdurar a custódia legal do preso, durante
as diligências investigatórias até a entrega ao respectivo cartório;
VIII – executar outras determinações legais emanadas da autoridade policial, considerando as atribuições que
forem definidas por lei ou ato normativo, relativo às atividades de polícia judiciária.

Art. 233. Ao ocupante do cargo de Escrivão de Polícia Civil, compete:


I – registrar ocorrências, autuar, movimentar e participar da formação de inquérito policial, de termo
circunstanciado de ocorrência, de auto de prisão em flagrante, de procedimentos especiais e administrativos,
bem como praticar os atos de sua atribuição e demais atos procedimentais sob a presidência de autoridade
policial;
II – manter, de forma atualizada e correta, o registro e a escrituração de livros oficiais obrigatórios, de livros de
instauração de inquéritos policiais, bem como de remessa dos respectivos autos, além de outros criados pela
autoridade policial, expedir certidões e traslados;
III – responder pela guarda dos procedimentos policiais, de bens, valores e instrumentos de crime entregues a
sua custódia, em razão de sua função, dando-lhes a destinação legal;
IV – coordenar, supervisionar, orientar, controlar e dirigir os trabalhos de cartório, bem como dos seus
servidores, quando estiver na condição de Chefe de Cartório ou houver recebido designação da autoridade
policial;
V – prestar assistência às autoridades superiores em assuntos técnico especializados, relacionados ao
cumprimento das formalidades legais necessárias em procedimentos de polícia judiciária e nos demais
serviços cartorários;
VI – executar trabalhos de escrituração manual, em equipamento mecânico, elétrico ou eletrônico em auxílio
aos procedimentos administrativos e de polícia judiciária, e outros encargos, compatíveis com suas atribuições,
dentre eles, diligências em locais de crime e outros levantamentos criminais;
VII – participar do levantamento de local de crime e orientar a execução de trabalhos relacionados à coleta de
provas e à produção de fotografias, inclusive reproduções e ampliações, em locais de infrações penais, onde
quer que se faça necessário o emprego de técnicas nas investigações policiais;
VIII – proceder ao inventário dos bens patrimoniais da unidade policial, efetivando o controle do uso, da
movimentação e do cadastramento dos bens móveis;
IX – executar as tarefas administrativas atinentes à atividade cartorária, em conformidade com outras
atribuições definidas em lei ou ato normativo.

Art. 233-A. Ao ocupante de cargo de Agente Operacional de Investigação, compete: (Caput e Incisos incluídos
pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)

145
I - dirigir veículos policiais, em razão do desempenho de suas funções, nos diversos setores da Polícia Civil do
Estado da Paraíba, providenciando a conservação. A limpeza e a manutenção das viaturas policiais,
responsabilizando-se pela guarda do veículo, seus acessórios e equipamentos;
II - auxiliar nas diligências e investigações policiais determinadas pelo Delegado de Polícia Civil, com o fim de
coletar provas para a elucidação de infrações penais e respectivas autorias;
III - auxiliar nas prisões em flagrante ou cumprimento de mandados expedidos pelo Delegado de Polícia Civil
ou autoridade judiciária competente;
IV - auxiliar o Delegado de Polícia Civil no levantamento de local de crime;
V - auxiliar na realização do recolhimento, movimentação e escolta de preso, bem como na guarda de valores
e pertences, enquanto perdurar a custódia legal do preso, durante as diligências investigatórias até a entrega
ao respectivo cartório:
VI - executar outras determinações legais emanadas do Delegado de Polícia Civil, considerando as atribuições
que forem definidas por lei ou ato normativo expedido pelo Delegado Geral da Polícia Civil às atividades de
polícia judiciária.

Seção III
Da Categoria de Polícia Científica
Subseção I
Das Disposições Preliminares

Art. 234. A Categoria de Polícia Científica é integrada pelos cargos de Perito Oficial Criminal, Perito Oficial
Médico-Legal, Perito Oficial Odonto-Legal e Perito Oficial Químico-Legal, essenciais aos trabalhos prestados
pela polícia judiciária, que atuarão nas funções de polícia científica, com exclusividade, para produzir prova
material, mediante análise dos vestígios e busca da materialidade para dar subsídios à qualificação,
estabelecendo a dinâmica e a autoria dos delitos.
Parágrafo único. Os integrantes dos cargos de Perito Oficial Criminal, Perito Oficial Médico-Legal, Perito
Oficial Odonto-Legal e Perito Oficial Químico-Legal são vinculados ao Instituto de Polícia Científica.

Subseção II
Da Organização da Carreira de Perito Oficial

Art. 235. As carreiras de Perito Oficial Criminal, Perito Oficial Médico-Legal, Perito Oficial Odonto-Legal e Perito
Oficial Químico-Legal são estruturadas em quatro classes hierarquicamente escalonadas, correspondentes a:

I – Perito Oficial Criminal:


a) Perito Oficial Criminal de Terceira Classe;
b) Perito Oficial Criminal de Segunda Classe;
c) Perito Oficial Criminal de Primeira Classe;
d) Perito Oficial Criminal de Classe Especial;

II – Perito Oficial Médico-Legal:


a) Perito Oficial Médico-Legal de Terceira Classe;
b) Perito Oficial Médico-Legal de Segunda Classe;
c) Perito Oficial Médico-Legal de Primeira Classe;
d) Perito Oficial Médico-Legal de Classe Especial;

III – Perito Oficial Odonto- Legal:


a) Perito Oficial Odonto-Legal de Terceira Classe;
b) Perito Oficial Odonto-Legal de Segunda Classe;
c) Perito Oficial Odonto-Legal de Primeira Classe;
d) Perito Oficial Odonto-Legal de Classe Especial;

IV – Perito Oficial Químico –Legal:


a) Perito Oficial Químico-Legal de Terceira Classe;
b) Perito Oficial Químico-Legal de Segunda Classe;
c) Perito Oficial Químico-Legal de Primeira Classe;
d) Perito Oficial Químico-Legal de Classe Especial.

Subseção III

146
Das Atribuições dos Peritos Oficiais

Art. 236. Ao Perito Oficial Criminal, compete:


I – supervisionar, coordenar, controlar, orientar e executar perícias criminais em geral, bem como estabelecer
e pesquisar novas técnicas e procedimentos de trabalho;
II – planejar, dirigir e coordenar as atividades científicas, realizar pesquisas de novos métodos criminalísticos
e produzir estudos, informações e pareceres técnicos para eficiência dos trabalhos de perícia criminal;
III – executar perícias, com exclusividade, em locais de crime, procedendo ao levantamento pormenorizado e
coletando todas as evidências materiais relacionadas a esses eventos;
IV – executar reproduções simuladas;
V – executar perícias laboratoriais, análises dos vestígios ou indícios relacionados às infrações penais, bem
como exames microscópicos comparativos e de micro-evidências;
VI – realizar a identificação humana na área da criminalística;
VII – elaborar laudos periciais relativos aos exames realizados;
VIII – proceder a exames complementares e informações técnicas necessárias às perícias criminais;
IX – realizar as diligências necessárias para a complementação de exames periciais;
X – executar outras tarefas compatíveis com as atribuições da função.

Art. 237. Ao Perito Oficial Médico-Legal ou Perito Oficial Odonto-Legal, compete:


I – supervisionar, coordenar, controlar, orientar e executar perícias médico-legais ou odonto-legais em geral,
bem como estabelecer e pesquisar novas técnicas e procedimentos de trabalho;
II – planejar, dirigir e coordenar as atividades científicas, realizar pesquisas de novos métodos na área de
medicina ou odontologia legal e produzir estudos, informações e pareceres técnicos para eficiência dos
trabalhos;
III – elaborar laudos periciais relativos aos exames realizados;
IV – supervisionar, coordenar, orientar e executar perícias no campo pericial respectivo;
V – executar perícias em pessoas vivas e em cadáveres, no âmbito da medicina ou da odontologia legal;
VI – proceder a exames complementares necessários às perícias médico legais ou odonto-legais;
VII – realizar identificação humana na área de medicina e de odontologia-legal;
VIII – realizar as diligências necessárias para a complementação de exames periciais;
IX – executar outras tarefas compatíveis com as suas funções.

Art. 238. Ao Perito Oficial Químico-Legal, compete:


I – executar atividades envolvendo a análise e a realização de exames e pesquisas laboratoriais;
II – realizar pesquisas na área da Bioquímica e da Toxicologia, em peças anatômicas e líquidos retirados de
cadáveres,
III – proceder à análise em líquidos de origem biológica, em matérias orgânicas, tóxicos, venenos e produtos
químicos, visando ao esclarecimento e à prova das infrações penais.
IV – responsabilizar-se pelo preparo dos reativos químicos pertinentes aos exames afetos a sua área.
V – efetuar exames em materiais, substâncias químicas, minerais ou orgânicas, instrumentos, aparelhos e
objetos utilizados na prática de infrações penais, recolhendo-os a laboratórios ou analisando-os por outras
formas, para caracterizar delitos ou fraudes;
VI – supervisionar e coordenar os trabalhos de equipes de peritos afetos a sua área de atuação;
VII – executar outras atividades correlatas.

Seção IV
Da Categoria de Apoio Técnico
Subseção I
Das Disposições Preliminares

Art. 239. A Categoria de Apoio Técnico é integrada pelos cargos de Técnico em Perícia, Papiloscopista e
Necrotomista, cujas atribuições estão vinculadas à função institucional de polícia técnico-científica e de
execução de tarefas de apoio operacional às áreas de criminalística, medicina e odontologia legal e de
laboratório forense.
§ 1º Os integrantes das carreiras de Técnico em Perícia, Papiloscopista e Necrotomista são vinculados ao
Instituto de Polícia Científica.
§ 2º Aos integrantes das carreiras da Categoria Apoio Técnico, poderão ser atribuídas responsabilidades pela
coordenação de serviços ou de equipes de trabalho, mediante o exercício de funções instituídas pelo
Governador do Estado como privativas de integrantes destas carreiras.

147
Subseção II
Da Organização da Carreira de Técnico em Perícia

Art. 240. A categoria funcional de Técnico em Perícia é estruturada em quatro classes identificadas por:
I – Técnico em Perícia de Terceira Classe;
II – Técnico em Perícia de Segunda Classe;
III – Técnico em Perícia de Primeira Classe;
IV – Técnico em Perícia de Classe Especial.

Subseção III
Das Atribuições dos Técnicos em Perícia

Art. 241. Aos Técnicos em Perícia, incumbe:


I – auxiliar os Peritos Criminais nas realizações de exames periciais internos, como metalográficos, documentos
cópicos, balísticos, transcrição de dados, laboratoriais, dentre outros;
II – auxiliar os Peritos Criminais nos exames de perícias externas, como reprodução simulada, levantamento
em local de crime, coleta de material residuográfico, coleta e identificação dos vestígios e indícios criminais,
bem como em diligências para a realização de exames complementares;
III – registrar filmagens e fotografias técnicas, nas diversas áreas de atuação pericial;
IV – realizar procedimentos de secretaria, de protocolo e atendimento ao público e responder pela guarda de
material enviado para exames;
V – preparar reagentes e outros materiais utilizados nos exames periciais;
VI – controlar o estoque de materiais de consumo de uso laboratorial;
VII – guardar e organizar os materiais enviados para exames, já examinados e as contraprovas;
VIII – operar sistemas de informática, sistemas de telecomunicações, bem como dirigir viaturas policiais no
exercício inerente às suas funções;
IX – executar outras tarefas compatíveis com as atribuições do cargo, inclusive de ordem administrativa.

Subseção IV
Da Organização da Carreira de Papiloscopista

Art. 242. A carreira de Papiloscopista é estruturada em quatro classes hierarquicamente escalonadas,


identificadas por:
I – Papiloscopista de Terceira Classe;
II – Papiloscopista de Segunda Classe;
III – Papiloscopista de Primeira Classe;
IV – Papiloscopista de Classe Especial.

Subseção V
Das Atribuições do Papiloscopista

Art. 243. Ao ocupante do cargo de Papiloscopista, incumbe:


I - supervisionar, coordenar, orientar, revisar e executar trabalhos papiloscópicos, relativamente à tomada de
impressões papilares, coleta, análise, classificação, pesquisas e arquivamento de informações; (Redação dada
pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)
II - planejar, dirigir e coordenar as atividades cientificas. Realizar pesquisas de novos métodos e técnicas de
trabalho pericial, no campo da identificação papiloscópica, e pesquisas laboratoriais e de informática, na busca
de aperfeiçoamento e aprimoramento do sistema de identificação civil e criminal, e produzir estudos,
informações e pareceres técnicos para eficiência dos trabalhos; (Redação dada pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de
2018)
III - colher impressões digitais em pessoas vivas ou mortas, para fins de identificação papiloscópica civil e
criminal, classificar, realizar confronto de impressões papilares e buscas no arquivo datiloscópico e em
sistemas automatizados de identificação de impressão digital, com consequente elaboração dos seus
respectivos laudos; (Redação dada pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)
IV - elaborar exames laboratoriais referentes a impressões papilares e identificação civil e criminal, emitir
pareceres técnicos, dirimir dúvidas e solucionar questões sobre identificação papiloscópica; (Redação dada pela
Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)
V - supervisionar o processo de emissão de carteiras de identidades, emitir atestados de antecedentes; (Incluído
pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)

148
VI - prestar informações criminais, com base no cadastro legal, mediante autorização da autoridade
competente, e organizar e manter registros atualizados dos arquivos de identificação civil e criminal; (Incluído
pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)
VII - elaboração de trabalhos na área de prosopografia e reprodução facial humana com a produção dos seus
respectivos laudos; (Incluído pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)
VIII - executar outras tarefas compatíveis com as suas funções. (Incluído pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)

Subseção VI
Da Organização da Carreira de Necrotomista

Art. 244. A carreira de Necrotomista é estruturada em quatro classes hierarquicamente escalonadas,


identificadas por:
I – Necrotomista de Terceira Classe;
II – Necrotomista de Segunda Classe;
III – Necrotomista de Primeira Classe;
IV – Necrotomista de Classe Especial.

Subseção VII
Das Atribuições do Necrotomista

Art. 245. Ao ocupante do cargo de Necrotomista, incumbe:


I – auxiliar o Perito Oficial Médico-Legal, o Perito Oficial Odonto-Legal ou Perito Oficial Químico-Legal durante
os exames, quando exigido;
II – acondicionar os cadáveres em câmara fria, registrando entradas e saídas, como também conduzir pessoas
para possível reconhecimento;
III – operar sistemas de tecnologia de informática, sistemas de telecomunicações, bem como dirigir viaturas
policiais no exercício inerente às suas funções;
IV – registrar filmagens e fotografias técnicas, nas diversas áreas de atuação pericial;
V – auxiliar os Peritos Oficiais Médico-Legais nas perícias necroscópicas e exumações, providenciando a
limpeza e a desinfecção dos aparelhos e instrumentos cirúrgicos utilizados nos exames;
VI – zelar pela limpeza, desinfecção e conservação dos materiais de uso laboratorial, bem como das áreas
críticas de biossegurança;
VII – realizar procedimentos de secretaria, de protocolo e atendimento ao público, bem como também
responder pela guarda de material enviado para exames;
VIII – executar outras tarefas compatíveis com as atribuições do cargo, inclusive de ordem administrativa.

Seção V
Da Categoria de Apoio Policial
Subseção I
Das Disposições Preliminares

Art. 246. A Categoria de Apoio Policial é integrada pelo cargo de Motorista Policial cujas atribuições
institucionais estão vinculadas à preservação da ordem pública, à incolumidade das pessoas e do patrimônio,
bem como ao exercício de atividades de polícia judiciária.
Parágrafo único. O integrante da carreira de Motorista Policial é vinculado à Delegacia-Geral da Polícia Civil
do Estado da Paraíba. (Revogado pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)

Art. 247. Os integrantes da carreira de Motorista Policial deverão pautar suas atuações em obediência aos
princípios e preceitos contidos nesta Lei Complementar e àqueles inerentes às funções institucionais da Polícia
Civil do Estado da Paraíba. (Revogado pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)

Subseção II
Da Organização da Carreira de Motorista Policial

Art. 248. A carreira de Motorista Policial é estruturada em quatro classes hierarquicamente escalonadas,
identificadas por: (Revogado pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)
I – Motorista Policial de Terceira Classe;
II – Motorista Policial de Segunda Classe;
III – Motorista Policial de Primeira Classe;
IV – Motorista Policial de Classe Especial.

149
Subseção III
Das Atribuições do Motorista Policial

Art. 249. Ao Motorista Policial, compete: (Caput e incisos Revogados pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)
I – dirigir veículos policiais, em razão do desempenho de suas funções, nos diversos setores da Polícia Civil
do Estado da Paraíba, providenciando a conservação, a limpeza e a manutenção das viaturas policiais,
responsabilizando-se pela guarda do veículo, seus acessórios e equipamentos;
II – auxiliar o agente de investigação nas diligências e investigações policiais determinadas pela autoridade
policial, com o fim de coletar provas para a elucidação de infrações penais e respectivas autorias;
III – auxiliar o agente de investigação nas prisões em flagrante ou cumprimento de mandados expedidos pela
autoridade policial ou judiciária competente;
IV – auxiliar o agente de investigação no levantamento de local de crime;
V – auxiliar na realização do recolhimento, movimentação e escolta de preso, bem como na guarda de valores
e pertences, enquanto perdurar a custódia legal do preso, durante as diligências investigatórias até a entrega
ao respectivo cartório;
VI – executar outras determinações legais emanadas da autoridade policial, considerando as atribuições que
forem definidas por lei ou ato normativo, relativo às atividades de polícia judiciária.

CAPÍTULO III
Do Ingresso e Crescimento nas Carreiras
Seção I
Do Ingresso nas Carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba

Art. 250. O ingresso nas carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba far-se-á mediante aprovação em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com o disposto nesta Lei Complementar e na
forma definida em Edital.

Art. 251. Considerando a natureza do cargo a ser provido, são requisitos próprios para o ingresso nas carreiras
da Polícia Civil do Estado da Paraíba de:
I – Delegado de Polícia: bacharelado em Direito;
II – Agente de Investigação: formação de nível superior;
III – Escrivão de Polícia: formação de nível superior;
IV – Perito Oficial Criminal: formação de nível superior em Análise de Sistemas, Ciências Biológicas,
Biomedicina, Ciências Contábeis, Ciência da Computação, Engenharia, Farmácia, Física, Fonoaudiologia,
Ecologia, Geografia, Geologia, Medicina Veterinária, Química, Química Industrial e outras graduações afins
definidas em edital de concurso;
V – Perito Oficial Médico-Legal e Perito Oficial Odonto-Legal: formação de nível superior em Medicina e
Odontologia, respectivamente;
VI – Perito Oficial Químico-Legal: formação de nível superior em Química, Química Industrial, Farmácia,
Farmácia Bioquímica ou Farmácia Industrial
VII – Técnico em Perícia: formação de nível superior; (Redação dada pela Lei Complementar nº 94 de 13 de maio de
2010)
VIII – Papiloscopista: formação de nível superior; (Redação dada pela Lei Complementar nº 94 de 13 de maio de 2010)
IX – Necrotomista: formação de nível superior; (Redação dada pela Lei Complementar nº 94 de 13 de maio de 2010)
X – Agente Operacional de Polícia Civil: formação de nível médio. (Redação dada pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto
de 2018)
§ 1º O ingresso nas carreiras do Grupo Ocupacional GPC-600 dar-se-á sempre na terceira classe.
§ 2º A comprovação de conclusão dos cursos de nível médio e superior, referidos neste artigo, deverá ser feita
no ato da posse por meio de diploma expedido, por estabelecimento de ensino oficial ou reconhecido,
devidamente registrado no órgão competente.

Seção II
Da Promoção na Carreira

Art. 252. A promoção de que trata esta Lei Complementar será realizada, caso haja vaga que a permita, com
divulgação das vagas em 21 de abril, antecedida de realização dos procedimentos de avaliação de
desempenho e de sua apuração através das Comissões Permanentes de Avaliação.
§ 1º Serão divulgados, por edital, o tempo de serviço na carreira, no cargo e na classe, bem como a pontuação
obtida na avaliação de desempenho dos candidatos aptos a concorrer à promoção, pelos critérios de
antiguidade e merecimento.

150
§ 2º As promoções ocorrerão nos limites das vagas existentes, que serão providas na proporção de uma por
antigüidade e outra por merecimento, alternadamente.
§ 3º A promoção somente ocorrerá para a classe imediatamente superior àquela em que se encontra o Policial
civil
§ 4º O interstício mínimo de permanência em cada classe é de 02 (dois) anos. (Redação dada pela Lei Complementar
nº 94 de 13 de maio de 2010)

Art. 253. Haverá uma Comissão Permanente de Avaliação para cada carreira da Polícia Civil do Estado da
Paraíba, que será responsável pela condução dos procedimentos de avaliação de desempenho e pela
elaboração das listas dos concorrentes à promoção.
§ 1º As Comissões Permanentes de Avaliação serão constituídas por três ocupantes de cargo de cada carreira
da Polícia Civil do Estado da Paraíba, posicionados preferencialmente na classe especial.
§ 2º As comissões serão constituídas por ato do Secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social, por
indicação do Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado da Paraíba ou do Diretor do Instituto de Polícia
Científica, e seus membros terão mandato de um ano, permitida a recondução.
§ 3º A lista dos concorrentes por antiguidade será elaborada em ordem decrescente do tempo de serviço na
carreira, e as listas tríplices serão elaboradas com os nomes dos concorrentes à promoção por merecimento,
considerando os resultados da avaliação de desempenho.
§ 4º As listas serão encaminhadas ao Secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social para apreciação,
deliberação e encaminhamento dos nomes dos promovidos ao Governador, que promoverá através de ato
publicado no Diário Oficial do Estado.

Art. 254. Para concorrer à promoção, será exigido que o policial civil respeite, no mínimo, o interstício de 2
(dois) anos, na classe em que estiver classificado, ou no caso da primeira promoção, que tenha cumprido o
período de estágio probatório. (Redação dada pela Lei Complementar nº 94 de 13 de maio de 2010)
§ 1º Será considerada como data inicial para a apuração do interstício a da publicação da promoção anterior
ou a data de sua entrada em exercício no cargo efetivo. (Redação dada pela Lei Complementar nº 94 de 13 de maio de
2010)
§ 2º Na apuração do interstício, serão excluídos os afastamentos do exercício do cargo não considerados de
efetivo exercício, os períodos de suspensão não convertida em multas e todas as ausências não abonadas.

Art. 255. As promoções são facultativas e dependem de manifestação de interesse do candidato, ficando
condicionada ao preenchimento dos seguintes requisitos:
I – apresentação de requerimento de inscrição no prazo estipulado no edital de abertura, tanto para concorrer
pelo critério de merecimento quanto pelo critério de antiguidade, com exposição fundamentada das razões de
seu pleito, sendo permitida a juntada de documentos para instruir o procedimento;
II – apresentação de documento que comprove a conclusão de curso específico na Academia de Polícia Civil
do Estado da Paraíba, que habilite o policial a concorrer à nova classe que pleiteia;
III – constar na lista de habilitação publicada pela Comissão Permanente de Avaliação;
IV – ter permanecido na respectiva classe por, no mínimo, dois anos de efetivo exercício.
§ 1º As listas com os nomes dos policiais civis concorrentes serão publicadas, por ordem decrescente da
classificação final, pelos critérios de antiguidade e de merecimento.
§ 2º Poderão concorrer à promoção por antiguidade os policiais civis afastados por motivo de saúde e para
exercício de mandato classista.

Art. 256. Para concorrer à promoção por merecimento, o integrante do Grupo Ocupacional Polícia Civil do
Estado da Paraíba deverá atender aos seguintes requisitos: (Caput, parágrafos, inciso e alíneas Revogados pela Lei nº
11.192 de 31 de agosto de 2018)
I – Delegado de Polícia, Perito Oficial Criminal, Perito Oficial Médico-Legal, Perito Oficial Odonto- Legal ou
Perito Oficial Químico-Legal:
a) para a classe especial: curso de especialização nas áreas previstas nos incisos I e IV e alíneas do artigo
251 desta Lei Complementar, com carga horária mínima de 450 (quatrocentas) horas ou pós-graduação em
nível de mestrado ou doutorado em área afim;
b) para a primeira classe: curso de especialização nas áreas previstas nos incisos I e IV e alíneas do artigo
251 desta Lei Complementar, com carga horária mínima de 360 (trezentas e sessenta) horas;
c) para a segunda classe: cursos de capacitação na área de segurança pública com carga horária mínima de
40 (quarenta) horas, que de forma isolada ou cumulativa, totalizem uma carga horária mínima de 240 (duzentas
e quarenta) horas;
II – Agente de Investigação ou Escrivão de Polícia:
a) para a classe especial: conclusão de curso de especialização na área com carga horária mínima de 360
(trezentas e sessenta);

151
b) para a primeira classe: conclusão de cursos de capacitação na área de segurança pública com carga horária
mínima de 40 (quarenta) horas, que de forma isolada ou cumulativa, totalizem uma carga horária mínima de
180(cento e oitenta) horas;
c) para a segunda classe: conclusão de cursos de capacitação na área de segurança pública com carga horária
mínima de 20 (vinte) horas, que de forma isolada ou cumulativa, totalizem uma carga horária mínima de
120(cento e vinte) horas;
III – Técnico em Perícia e Papiloscopista:
a) para a classe especial: cursos de capacitação na área de segurança pública ou na área correspondente ao
seu cargo com carga horária mínima de 40 (quarenta) horas, que, de forma isolada ou cumulativa, totalizem
uma carga horária mínima de 200 (duzentas) horas ou a conclusão de curso de graduação nas áreas previstas
no inciso IV, alínea “a”, do artigo 251 desta Lei Complementar;
b) para a primeira classe: cursos de capacitação na área de segurança pública com carga horária mínima de
20 (vinte) horas, que de forma isolada ou cumulativa, totalizem uma carga horária mínima de 120 (cento e
vinte) horas;
c) para a segunda classe: cursos de capacitação na área de segurança pública, com carga horária mínima de
20 (vinte) horas, que de forma isolada ou cumulativa, totalizem uma carga horária mínima de 80 (oitenta) horas;
IV – Necrotomista:
a) para a classe especial: cursos de capacitação ou na área de segurança pública na área correspondente ao
seu cargo com carga horária mínima de 40 (quarenta) horas, que, de forma isolada ou cumulativa, totalizem
uma carga horária mínima de 200 (duzentas) horas ou a conclusão de curso de graduação na área de saúde
ou nas áreas previstas no inciso IV, alínea “b”, do artigo 251 desta Lei Complementar;
b) para a primeira classe: cursos de capacitação na área de segurança pública com carga horária mínima de
20 (vinte) horas, que, de forma isolada ou cumulativa, totalizem uma carga horária mínima de 120 (cento e
vinte) horas;
c) para a segunda classe: cursos de capacitação na área de segurança pública, com carga horária mínima de
20 (vinte) horas, que, de forma isolada ou cumulativa, totalizem uma carga horária mínima de 80 (oitenta)
horas;
V – Motorista Policial:
a) para classe especial: cursos de capacitação na área de segurança pública com carga horária mínima de 20
(vinte) horas, que, de forma isolada ou cumulativa, totalizem uma carga horária mínima de 180 (cento e oitenta)
horas ou conclusão de curso graduação em qualquer área;
b) cursos de capacitação na área de segurança pública com carga horária mínima de 20 (vinte) horas, que de
forma isolada ou cumulativa, totalizem uma carga horária mínima de 120 (cento e vinte) horas;
c) para a segunda classe: cursos de capacitação na área de segurança pública, com carga horária mínima de
20 (vinte) horas, que de forma isolada ou cumulativa, totalizem uma carga horária mínima de 80 (oitenta) horas.
§ 1º Os cursos referidos no caput deste artigo, à exceção de graduação, especialização em nível de pós-
graduação, mestrado e doutorado, serão ministrados pela Academia de Ensino de Polícia, anualmente,
inclusive mediante convênio com outras instituições de ensino superior do Estado ou de outras Unidades da
Federação, em qualquer caso, aprovado pelo Conselho de Ensino da Academia de Polícia.
§ 2º O Curso de Formação exigido para o ingresso do policial civil na carreira não será considerado para efeito
de Promoção.
§ 3º Um mesmo título não poderá ser utilizado para mais de uma promoção.

Subseção I
Da Promoção por Merecimento

Art. 257. Merecimento é a demonstração positiva pelo policial civil, durante a sua permanência na classe, do
desempenho de suas funções com eficiência, ética e responsabilidade.
§ 1º Concorrerão à promoção por merecimento os policiais civis que constarem da lista elaborada pela
Comissão Permanente de Avaliação.
§ 2º O merecimento do policial civil será apurado em pontos positivos, mediante o preenchimento das
condições definidas nesta Lei Complementar.

Art. 258. A avaliação de desempenho, com o objetivo de aferir o rendimento do membro da Polícia Civil do
Estado da Paraíba no exercício das respectivas atribuições, condiciona-se ao preenchimento dos requisitos
considerados indispensáveis ao exercício das funções e ao atendimento das condições essenciais para
concorrer à promoção por merecimento, com base nos seguintes fatores:
I – qualidade de trabalho: a demonstração do grau de exatidão, precisão e apresentação, quando possível,
mediante apreciação de amostras, do trabalho executado, bem como pela capacidade demonstrada pelo
policial civil no desempenho das atribuições do seu cargo;

152
II – produtividade no trabalho: a comprovação, a partir da comparação da produção desejada com o trabalho
realizado que será aferido, sempre que possível, com base em relatórios estatísticos de desempenho
quantificado;
III – iniciativa: capacidade de agir, de apresentar sugestões ou ideias visando ao aperfeiçoamento do serviço,
assim como o desempenho das atribuições e das tarefas que lhe foram designadas e que executou sem a
supervisão permanente de outrem;
IV – presteza: qualidade, demonstrada pelo policial civil, de cooperar com a chefia, com os colegas e com o
público, na realização dos trabalhos afetos ao organismo policial, com a devida prontidão na execução dos
trabalhos;
V – urbanidade no tratamento: conduta pessoal no relacionamento com o público, com os colegas e com os
superiores, pautada na ética, na educação e na obediência ao conjunto dos princípios que orientam a conduta
do policial civil;
VI – disciplina: observância dos preceitos e normas, com a compreensão dos deveres, da responsabilidade,
do respeito e da seriedade com os quais o policial civil desempenha suas atribuições;
VII – zelo funcional: execução de suas atividades com cuidado, dedicação e compreensão dos deveres e
responsabilidade;
VIII – assiduidade: aferida pelo número de ausências ao serviço;
IX – pontualidade: aferida pelo número de entradas em serviço atrasadas, de saídas antecipadas ou de
ausências durante o expediente de trabalho;
X – cultura profissional e aproveitamento em programas de capacitação: comprovação da capacidade para
melhorar o desempenho das atribuições normais do cargo e para a realização de tarefas superiores, adquiridas
por intermédio de estudos, de trabalhos específicos e da participação em cursos regulares relacionados com
atribuições do cargo;
XI – chefia e liderança: o bom desempenho no exercício de funções de direção, coordenação, supervisão e
orientação, bem como a participação, como representante da categoria funcional, em órgãos de deliberação
coletiva ou em eventos técnicos de interesse da segurança pública.
Parágrafo único. Para cada um dos fatores relacionados, serão atribuídos graus de avaliação, que serão
convertidos em pontos, para apurar o desempenho dos policiais civis, conforme dispuser regulamento.

Art. 259. As Comissões Permanentes de Avaliação, além dos conceitos lançados na Ficha Individual de
Desempenho pelas chefias imediatas, utilizará, para a elaboração das listas de promoção, os seguintes
parâmetros:
I – conduta na vida pública e particular, que reflitam no exercício da função policial ou na imagem da Polícia
Civil do Estado da Paraíba;
II – eficiência no desempenho das funções inerentes ao cargo ocupado;
III – atuação destacada na solução de situações ou conflitos de relevância para o restabelecimento da ordem
pública;
IV – contribuição à organização e à melhoria dos serviços de natureza policial;
V – aprimoramento de seus conhecimentos, por meio de cursos, publicação de livros e artigos, relacionados
com a atividade policial, jurídica ou científica;
VI – elogios, medalhas de mérito ou outras condecorações por desempenho destacado no exercício da função
pública, de autoridades da Administração Pública ou de entidades da organização civil;
VII – exercício de tarefas especiais, mediante designação específica.
Parágrafo único. Para fins de avaliação, a Comissão Permanente terá por base os lançamentos realizados
ao longo do período nos assentamentos funcionais, no banco de dados do Departamento de Inteligência e na
Corregedoria da Polícia Civil do Estado da Paraíba.

Art. 260. O merecimento do policial civil será apurado anualmente pelas Comissões Permanentes de
Avaliação, a partir dos lançamentos constantes das Fichas Individuais de Desempenho, preenchidas pelas
chefias imediatas.
§ 1º Na aferição do merecimento, as Comissões Permanentes de Avaliação não ficarão adstritas à Ficha
Individual de Desempenho, devendo ouvir os chefes imediatos e mediatos, atual e anterior, sem prejuízo de
outros meios, ao longo do período da respectiva avaliação.
§ 2º Os servidores afastados por mais de cento e oitenta dias no período da avaliação de desempenho não
poderão concorrer à promoção pelo critério de merecimento.
§ 3º É obrigatória a promoção do servidor policial civil que figurar, por 03 (três) vezes consecutivas ou 05 (cinco)
vezes alternadas, em lista de merecimento, ressalvadas as hipóteses do artigo 257 desta Lei Complementar.

153
Art. 261. Não concorrerá à promoção por merecimento o membro da Polícia Civil do Estado da Paraíba que
registrar, relativamente ao período da avaliação, uma ou mais das seguintes situações, até à data de
divulgação dos nomes dos concorrentes:
I – estar cedido a órgãos não integrantes da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social;
II – registro de dez ou mais faltas não abonadas;
III – punição administrativa não reabilitada;
IV – condenação criminal, com trânsito em julgado, não reabilitada;
V – estar em exercício de mandato eletivo federal, distrital, estadual ou municipal;
VI – estar exercendo, exclusivamente, mandato classista;
VII – estar em gozo de licença para tratar de assunto particular;
VIII – ter sofrido penalidade de advertência ou suspensão, no período de 02 (dois) anos imediatamente
anteriores à ocorrência da vaga.

Art. 262. Na aferição do merecimento, o avaliado terá ciência dos resultados e poderá interpor pedido de
reconsideração perante a Comissão Permanente de Avaliação, cuja decisão poderá, no prazo de cinco dias
úteis, ser apreciada em grau de recurso pelo Delegado-Geral, que terá trinta dias para julgá-lo em decisão
irrecorrível.

Art. 263. A avaliação para a promoção por merecimento será efetivada na classe, aferindo-se o comportamento
e o desempenho do policial civil sob os aspectos de capacitação, experiência e eficiência funcional, atendido
o maior número possível dos requisitos a seguir:
I – curso específico na Academia de Ensino de Polícia, válido para promoção por merecimento;
II – cursos realizados em outras academias ou instituições, relacionados com a carreira policial;
III – publicação de livros, teses, estudos e artigos de natureza afim ao cargo;
IV – o diploma de Especialização, Mestrado ou Doutorado, realizado por instituições públicas ou privadas,
legalmente reconhecido, na área afim ao cargo.
§ 1º O curso referido no inciso I será exigido para promoção à segunda classe e seguintes da carreira da Polícia
Civil do Estado da Paraíba.
§ 2º Os cursos mencionados nos incisos I e II serão levados em consideração para promoção somente quando
for dada oportunidade de participação a todos os interessados, por meio de chamada divulgada por edital no
Boletim da Polícia Civil do Estado da Paraíba.
§ 3º Ocorrendo empate, na primeira promoção, terá preferência o mais bem classificado no concurso público
de ingresso e, nas demais, a classificação em curso referido no inciso I.

Subseção II
Da Promoção por Antiguidade

Art. 264. Concorrerão à promoção por antiguidade os integrantes das carreiras da Polícia Civil do Estado da
Paraíba que tiverem maior tempo de efetivo exercício na classe, o qual será contado, nos casos de:
I – nomeação, a partir da data de sua efetivação no cargo devidamente aprovado no estágio probatório;
II – reversão ou retorno, a partir da data em que retornou ao exercício do cargo;
III – promoção, a partir da publicação do ato de movimentação.
Parágrafo único. Havendo empate na contagem do tempo de serviço na classe, a classificação obedecerá,
sucessivamente, aos seguintes critérios:
I – maior tempo de serviço, em caráter efetivo, na categoria;
II – maior tempo de serviço policial civil no Estado;
III – maior tempo de serviço policial em geral;
IV – maior tempo de serviço público no Estado;
V – maior tempo de serviço público em geral;
VI – maior idade;
VII – maior prole.

Subseção III
Da Promoção Extraordinária

Art. 265. A promoção extraordinária ocorrerá, em caráter excepcional, condicionada à existência de vaga,
quando integrante de carreira da Polícia Civil do Estado da Paraíba ficar permanentemente inválido, em virtude
de ferimento sofrido em ação ou pela prática de ato de bravura.
§ 1º Considera-se ação policial civil a realização ou a participação em atividades operacionais da Policia Civil
na execução de tarefas para manutenção da ordem pública.

154
§ 2º A promoção extraordinária dar-se-á para a classe imediatamente seguinte à que o policial civil se encontra
enquadrado.

Art. 266. A promoção extraordinária dependerá, em cada caso, da comprovação dos fatos que a justificam, os
quais serão apurados, independentemente de requerimento, por parte do interessado, da chefia imediata ou
por provocação de terceiros.

Art. 267. A promoção por bravura se efetivará pela prática de ato considerado muito meritório e terá as
circunstâncias para a sua ocorrência apuradas em investigação conduzida por membros da Secretaria de
Estado da Segurança e da Defesa Social, designados por seu titular.
§ 1º Para fins deste artigo, ato de bravura em serviço corresponde à conduta do policial civil que, no
desempenho de suas atribuições e para a preservação de vida de outrem, coloque em risco incomum a sua
própria vida, demonstrando coragem e audácia.
§ 2º O ato de bravura será destacado como forma de valorizar as posturas que, respeitando os direitos
fundamentais e os princípios gerais do direito, revelem a presença de um espírito público responsável pela
superação do estrito cumprimento do dever.
§ 3º Na promoção por ato de bravura não é exigido o atendimento de requisitos para a promoção, estabelecidos
nesta Lei Complementar.
§ 4º A promoção por bravura será submetida ao Governador, a quem compete a expedição do Ato concessório.
§ 5º Após ter sido promovido por ato de bravura, o policial civil que não possuir os requisitos essenciais para a
promoção somente concorrerá à nova movimentação após cumprir as condições exigidas nesta Lei
Complementar, a partir da data de ocorrência da promoção por bravura.

CAPÍTULO IV
Das Disposições Gerais e Transitórias

Art. 268. Ficam denominados de Técnico em Perícia os atuais cargos de Auxiliar de Perito preservadas as
suas atribuições.

Art. 269. Os atuais cargos de Agente de Telecomunicações Policial passam a integrar o Quadro Suplementar
do Estado e serão extintos com a vacância.
Parágrafo único. A remuneração do Agente de Telecomunicações Policial corresponderá à mesma atribuída
à categoria de apoio técnico, respeitadas as classes em que se encontrem na data da publicação desta Lei
Complementar, bem como todas as prerrogativas atinentes ao cargo, com direito à promoção mediante os
mesmos critérios estabelecidos para a categoria de apoio técnico. (Redação dada pela Lei Complementar nº 94 de 13
de maio de 2010)

Art. 270. Integração o Quadro Suplementar do Estado os cargos de Perito de Trânsito, extintos com a vacância,
nos moldes da legislação estadual.
Parágrafo único. Fica assegurada aos Peritos de que trata o caput do artigo a mesma remuneração dos
demais Peritos Oficiais, respeitadas as classes em que se encontrem na data da publicação desta Lei
Complementar.

Art. 271. As classes das categorias funcionais atualmente designadas pelas letras “A”, “B”, “C” e “E”, são
transformadas, respectivamente, em 3ª (terceira) classe, 2ª (segunda) classe, 1ª (primeira) classe e Classe
Especial.

Art. 272. Os atuais servidores ocupantes dos cargos que integram o Grupo GPC-600 serão absorvidos na
forma disposta nesta Lei Complementar na mesma classe em que se encontram atualmente.

TÍTULO VIII
Das Disposições Finais

Art. 273. Os atos referentes à vida funcional dos integrantes das carreiras da Polícia Civil do Estado da Paraíba,
de interesse interno, serão publicados no Boletim da Polícia Civil do Estado da Paraíba (BPC), que se constitui
meio oficial de divulgação de atos da Polícia Civil do Estado da Paraíba, ou no Diário Oficial do Estado. (Redação
dada pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)

§ 1° Todos os atos relativos aos procedimentos administrativos disciplinares dos servidores da Polícia Civil
serão publicados apenas no Boletim da Polícia Civil do Estado da Paraíba (BPC).

155
§2° Nenhum policial civil poderá alegar desconhecimento dos atos públicos no Boletim da Polícia Civil do
Estado da Paraíba (BPC) ou Diário Oficial do Estado. (Redação dada pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)

Art. 274. Todas as alterações ocorridas na vida funcional do policial civil serão registradas nos respectivos
assentamentos funcionais, pela unidade competente, após publicação no Boletim da Polícia Civil do Estado da
Paraíba (BPC). (Redação dada pela Lei nº 11.192 de 31 de agosto de 2018)

Art. 275. O Poder Executivo expedirá os atos regulamentares necessários à aplicação de disposições desta
Lei Complementar.

Art. 276. Ficam revogadas as Leis nos 4.273, de 21 de agosto de 1981; 5.009, de 29 de dezembro de 1987;
5.349, de 09 de janeiro de 1991; 5.716, de 25 de fevereiro de 1993; 8.549, de 04 de junho de 2008, bem como
as legislações que conflitem com o disposto nesta Lei Complementar.

Art. 277. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA, em João


Pessoa, de 2008; 120º da Proclamação da República.
CÁSSIO CUNHA LIMA
Governador

Exercícios pertinentes
Gabarito: no final da Coletânea de exercícios

01) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, a Polícia Civil do Estado da Paraíba, cujos
integrantes, na forma desta Lei Complementar, são identificados como Grupo GPC-600, submete-se
aos princípios constitucionais da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência, que
regem a Administração Pública, e subordina-se aos seguintes princípios institucionais:
I – respeito ao Estado Democrático de Direito.
II – garantia e promoção dos direitos e da dignidade da pessoa humana.
III – obediência à hierarquia e à disciplina.
IV – unidade de doutrina e uniformidade de procedimentos técnico-científicos, aplicados à investigação policial.
V – participação comunitária;
É correto o que se afirma em
A) I, II, III e V, apenas.
B) I, II e IV, apenas.
C) I, II, III, IV e V
D) III e V, apenas.
E) I, II, III e IV.

02) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, as funções da Polícia Civil do Estado da Paraíba
devem ser exercidas de acordo com os seguintes preceitos:
I – preservação da ordem, repelindo a violência e fazendo observar as leis.
II – respeito à pessoa humana, garantindo a integridade física e moral da população.
III – atuação na defesa civil, prestando permanentes serviços à comunidade.
IV – impedimento de sentimentos ou animosidades pessoais que influam nos procedimentos e nas decisões
de seus agentes.
V – exercício da função policial com probidade, discrição e moderação.
É correto o que se afirma em
A) I, II, III e V, apenas.
B) I, II e IV, apenas.
C) III e V, apenas.
D) I, II, III, IV e V
E) I, II, III e IV apenas

03) Ainda, de acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, as funções da Polícia Civil do Estado da
Paraíba devem ser exercidas de acordo com os seguintes preceitos:
I – condução dentro de padrões ético-morais compatíveis com a instituição que integra e com a sociedade a
que serve;

156
II – manutenção da unicidade técnico-científica da investigação policial;
III – autonomia de conclusões, desde que fundamentadas do ponto de vista jurídico e técnico-científico;
IV – atuação em equipe estimulada pela cooperação, planejamento sistêmico, troca dinâmica de informações,
compartilhamento de experiências e desburocratização.
É correto o que se afirma em
A) I, II e IV.
B) III e IV.
C) I, II e III.
D) I, II, III e IV.
04) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, a Polícia Civil do Estado da Paraíba, órgão
integrante do Sistema de Segurança Pública do Estado, tem por missão:
I – praticar, com exclusividade, todos os atos necessários ao exercício das funções de polícia judiciária e
investigatória de caráter criminalístico e criminológico.
II – manter a ordem e o respeito aos direitos humanos e o combate eficaz à criminalidade e à violência.
III – organizar e executar os serviços de identificação civil e criminal, bem como realizar exames periciais em
geral para a comprovação da materialidade da infração penal e de sua autoria.
IV – colaborar com a justiça criminal.
É correto o que se afirma em
A) I, II e IV.
B) I, II, III e IV.
C) III e IV.
D) I, II e III.

05) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, à Polícia Civil do Estado da Paraíba, no exercício
de suas funções institucionais, além das atribuições ínsitas na legislação penal e processual penal
vigente, cumpre:
I – formalizar, com exclusividade, o inquérito policial, o termo circunstanciado de ocorrência e outros
procedimentos apuratórios das infrações administrativas e criminais.
II – realizar ações de inteligência destinadas a instrumentar o exercício de polícia judiciária e de apuração de
infrações penais, na esfera de sua responsabilidade, observados os direitos e as garantias individuais.
III – realizar coleta, busca, estatística e análise de dados de interesse policial, destinados a orientar o
planejamento e a execução de suas atribuições.
IV – manter atualizados os arquivos sobre mandados de prisão e documentos correlatos.
V – manter, nos inquéritos policiais e nos termos da lei, o sigilo necessário à elucidação do fato ou o exigido
pelo interesse da sociedade.
É correto o que se afirma em
A) I, II, III e V.
B) I, II e IV
C) I, II, III, IV e V
D) III e V
E) I, II, III e IV

06) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, à Delegacia-Geral, além de outras atribuições,
compete:
I – o planejamento, a supervisão, a coordenação, o controle e a fiscalização do exercício das funções da Polícia
Civil do Estado da Paraíba, garantindo, inclusive, a eficácia de seus fundamentos e dos princípios institucionais.
II – a movimentação livre dos integrantes das carreiras policiais dentro das unidades que lhe são subordinadas.
III – a aprovação da escala de férias dos servidores do Grupo GPC-600.
IV – a decisão, em último grau de recurso, sobre a instauração de inquérito policial e de outros procedimentos
formais.
V – a avocação e redistribuição, excepcional e fundamentadamente, de inquéritos policiais e outros
procedimentos, instrumentos e atos oficiais.
É correto o que se afirma em
A) I, II, III e V.
B) I, II e IV
C) III e V
D) I, II, III e IV
E) I, II, III, IV e V

07) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, ao Instituto de Polícia Científica, compete:

157
I – coordenar, planejar e executar, através de suas unidades operacionais, os exames periciais em geral para
a comprovação da materialização da infração penal e de sua autoria.
II – organizar e executar os serviços de identificação civil e criminal.
III – colaborar com o Sistema Nacional de Segurança Pública, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a
Defensoria Pública, por intermédio de suas gerências executivas.
IV – promover a informatização para o perfeito funcionamento de suas unidades operacionais.
V – articular-se com a Academia de Ensino de Polícia, para propiciar a formação, a capacitação e a atualização
dos integrantes das carreiras que atuam sob sua subordinação, no que se refere ao conhecimento técnico-
científico.
É correto o que se afirma em
A) I, II, III, IV e V
B) I, II, III e V.
C) I, II e IV
D) III e V
E) I, II, III e IV

08) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, os ocupantes dos cargos compreendidos no
Grupo Ocupacional Polícia Civil estão sujeitos ao regime de trabalho de ________semanais, de
segunda-feira à sexta-feira, em 02 (dois) turnos.
A) 30 (trinta) horas
B) 35 (trinta e cinco) horas
C) 40 (quarenta) horas
D) 42 (quarenta e duas) horas

09) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, são requisitos básicos para a investidura em
cargos da Polícia Civil do Estado da Paraíba:
I – a quitação com as obrigações militares e eleitorais.
II – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo.
III – a idade mínima de dezoito anos.
IV – aptidão física e mental.
V – certidão negativa de antecedentes criminais emitida pela Justiça Estadual e Federal.
É correto o que se afirma em
A) I, II e IV.
B) I, II, III e IV.
C) III e IV.
D) I, II e III.

10) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, a nomeação do candidato habilitado no concurso
público para cargo da carreira da Polícia Civil do Estado da Paraíba será processada por ato do
Governador, e a posse será formalizada mediante a lavratura de termo próprio, na Secretaria de Estado
da Administração, no prazo máximo de__________, contados da data de sua publicação, prorrogável
por igual período, a requerimento do interessado.
A) 15 (quinze) dias
B) 18 (dezoito) dias
C) 25 (vinte e cinco) dias
D) 30 (trinta) dias

11) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, ao entrar em exercício, o servidor empossado
em cargo efetivo de carreira da Polícia Civil do Estado da Paraíba iniciará estágio probatório
de______________, durante os quais serão avaliadas a aptidão e a capacidade para o desempenho do
cargo, como condição para a aquisição de sua estabilidade no cargo.
A) 01 (um) ano
B) 02 (dois) anos
C) 03 (três) anos
D) 04 (quatro) anos

12) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, é vedada a Reversão de aposentado que já tiver
completado ________________de idade.
A) 60 (sessenta) anos
B) 68 (sessenta e oito) anos

158
C) 70 (setenta) anos
D) 72 (setenta e dois) anos

13) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, o retorno à atividade de servidor policial em
disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos
compatíveis com o anteriormente ocupado, asseguradas as promoções por antiguidade a que teria
direito, se estivesse em atividade, e dependerá:
I – de exame médico oficial.
II – da existência de vaga.
III – da manifestação expressa e fundamentada do interesse no retorno do disponível pela Delegacia-Geral da
Polícia Civil do Estado da Paraíba.
IV – De carta de recomendação do comando principal.
É correto o que se afirma em
A) I, II e IV.
B) I, II, III e IV.
C) III e IV.
D) I, II e III.

14) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, o policial civil estável poderá requerer
afastamento do cargo por período não superior a _________em decorrência de posse em outro cargo
público inacumulável, ficando assegurado o seu vínculo, sem remuneração, durante o referido período.
A) 03 (três) anos
B) 04 (quatro) anos
C) 05 (cinco) anos
D) 07 (sete) anos

15) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, o integrante de carreira da Polícia Civil do Estado
da Paraíba, cientificado formalmente de sua remoção, deverá apresentar-se na nova unidade no prazo
de__________, quando envolver unidades sediadas em cidades contíguas ou em municípios distantes
não mais que 50 (cinquenta) quilômetros um do outro.
A) 03 (três) dias
B) 05 (cinco) dias
C) 08 (oito) dias
D) 10 (dez dias

16) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, será considerado de efetivo exercício o
afastamento do policial civil no exercício do respectivo cargo, em virtude de:
I – férias.
II – deslocamentos a serviço e trânsito para nova sede.
III – participação em júri, atendimento de convocação para o serviço militar e outros serviços obrigatórios por
lei.
IV – exercício de função do governo por designação do Governador ou do Presidente da República.
É correto o que se afirma em
A) I, II e IV
B) I, II, III e IV.
C) I, III e IV
D) III e IV

17) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, os substitutos de servidores ocupantes de cargo
em comissão ou de função de confiança serão indicados pela autoridade competente.
O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou da função de direção ou de chefia, nos
casos de afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a _________consecutivos, paga
na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período.
A) dez dias
B) quinze dias
C) trinta dias
D) quarenta e cinco dias

18) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, o policial civil que receber diárias e não se afastar
da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de _________úteis.

159
A) dois dias
B) três dias
C) quatro dias
D) cinco dias

19) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, além do vencimento, poderão ser atribuídas ao
Policial civil as seguintes vantagens, cuja regulamentação será objeto de lei específica:
I – gratificação de risco de vida.
II – gratificação pelo exercício de função.
III – gratificação natalina.
IV – gratificação de atividades especiais.
V – gratificação pelo exercício de atividades insalubres.
É correto o que se afirma em
A) I, II, III e V.
B) I, II, III, IV e V
C) I, II e IV
D) III e V
E) I, II, III e IV

20) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, a fração igual ou superior a ______________será
considerada como mês integral.
A) 10 (dez) dias
B) 12 (doze) dias
C) 15 (quinze) dias
D) 18 (dezoito) dias

21) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, será paga ao policial civil, por ocasião das férias,
um adicional correspondente a ____________da remuneração a que tiver direito, no período
correspondente às férias, independentemente de solicitação.
A) 1/5 (um quinto)
B) 2/4 (dois quartos)
C) 1/3 (um terço)
D) 2/3 (dois terços)

22) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, aos integrantes das carreiras da Polícia Civil do
Estado da Paraíba, conceder-se-ão as licenças previstas no Regime Jurídico dos Servidores Públicos
Civis do Estado da Paraíba, em especial:
I – por motivo de doença em pessoa da família.
II – para tratar de interesses particulares.
III – para desempenho de mandato classista.
IV – para atividade política.
V – para o serviço militar.
É correto o que se afirma em
A) I, II, III e V.
B) I, II e IV
C) III e V
D) I, II, III e IV
E) I, II, III, IV e V

23) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, a licença por motivo de doença em pessoa da
família, comprovada a necessidade clínica e social do acompanhamento pessoal do policial civil
requerente, será concedida sem prejuízo da remuneração do cargo efetivo, até trinta dias, podendo ser
prorrogada por igual período, mediante parecer de junta médica oficial e, excedendo estes prazos, sem
remuneração, por até:
A) 15 (quinze) dias
B) 30 (trinta) dias
C) 60 (sessenta) dias
D) 90 (noventa) dias

160
24) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, a licença para trato de interesses particulares
dar-se-á sem percepção de remuneração do cargo efetivo e poderá ser concedida por até
_________contínuos ao policial civil estável que requerer, desde que não seja inconveniente para o
serviço.
A) dois anos
B) três anos
C) quatro anos
D) cinco anos

25) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, ao policial civil convocado para o serviço militar,
será concedida licença, na forma e nas condições previstas na legislação específica. Concluído o
serviço militar, o servidor terá até_________, não remunerados, para reassumir o exercício do cargo,
sob pena de incorrer em abandono de cargo.
A) 15 (quinze) dias
B) 20 (vinte) dias
C) 30 (trinta) dias
D) 45 (quarenta e cinco) dias

26) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, o servidor policial civil, casado ou que mantenha
união estável, nos termos da lei, terá direito à licença sem remuneração e sem contagem de tempo de
serviço, por prazo indeterminado, quando o cônjuge ou convivente, servidor público estadual ou
federal, for mandado servir em outro ponto do Estado ou fora deste, inclusive em território estrangeiro
ou ainda eleito para exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
A licença dependerá de requerimento devidamente instruído, devendo o pedido ser renovado a
cada___________.
A) 2 (dois) anos
B) 3 (três) anos
C) 4 (quatro) anos
D) 5 (cinco) anos

27) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, o servidor pode ausentar-se para o exterior ou
para outros pontos do território nacional, sem perda da remuneração, para cumprimento de missão
oficial, a critério da Administração, por prazo não superior a_______________, mediante autorização do
Governador do Estado.
A) 2 (dois) anos
B) 3 (três) anos
C) 4 (quatro) anos
D) 5 (cinco) anos

28) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, ao integrante de carreira da Polícia Civil do
Estado da Paraíba, será concedido o afastamento, sem prejuízo da remuneração, por ____________para
doação de sangue devidamente comprovada;
A) 12 (doze) horas,
B) 01 (um) dia,
C) 02 (dois) dias,
D) 03 (três) dias,

29) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, ao integrante de carreira da Polícia Civil do
Estado da Paraíba, será concedido o afastamento, sem prejuízo da remuneração,
por_________________, para se alistar como eleitor;
A) até 02 (dois) dias
B) até 03 (três) dias
C) até 04 (quatro) dias
D) até 05 (cinco) dias

30) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, ao integrante de carreira da Polícia Civil do
Estado da Paraíba, será concedido o afastamento, sem prejuízo da remuneração, por até

161
___________consecutivos em razão de falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou
padrasto, filhos, enteados, menor sob tutela e irmãos.
A) 05 (cinco) dias
B) 07 (sete) dias
C) 08 (oito) dias
D) 10 (dez) dias

31) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, o salário-família será devido ao servidor em
função dos dependentes que lhe estejam afetos, compreendidos como tais filho menor
de________________, pessoa da mesma idade a ele equiparado e, finalmente, inválido de qualquer
idade, assim reconhecido pela perícia médica competente.
A) 10 (dez) anos
B) 12 (doze) anos
C) 13 (treze) anos
D) 14 (catorze) anos

32) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, será concedida ao policial civil a licença para
tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração
a que fizer jus.
Para licença de até___________, o exame médico poderá ser feito por profissional da repartição onde
o servidor for lotado, e, no caso de licença por período superior, o exame deverá ser procedido por
Junta Médica Oficial.
A) 03 (três) dias
B) 04 (quatro) dias
C) 05 (cinco) dias
D) 07 (sete) dias

33) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, Será concedida a licença à servidora gestante
por ___________________consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
A) 120 (cento e vinte) dias
B) 130 (cento e trinta) dias
C) 150 (cento e cinquenta) dias
D) 180 (cento e oitenta) dias

34) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, à servidora que adotar ou obtiver tutela judicial
de criança com até 01 (um) ano de idade, serão concedidos __________de licença remunerada.
A) 60 (sessenta) dias
B) 90 (noventa) dias
C) 120 (noventa) dias
D) 150 (noventa) dias

35) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, o direito de pleitear na esfera administrativa
prescreve em____________, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho.
A) 05 (cinco) anos
B) 06 (seis) anos
C) 07 (sete) anos
D) 08 (oito) anos

36) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, o policial civil, no exercício de suas funções,
goza das seguintes prerrogativas, dentre outras estabelecidas em lei:
I – desempenho de cargos e funções correspondentes à condição hierárquica.
II – tratamento compatível com o nível do cargo desempenhado.
III – uso privativo das insígnias e documentos de identidade funcional, conforme modelos oficiais;
IV – porte de arma, na forma da legislação.
V – livre acesso a locais públicos ou particulares que necessitem de intervenção policial, na forma da legislação.
É correto o que se afirma em
A) I, II, III, IV e V
B) I, II, III e V.
C) I, II e IV

162
D) III e V
E) I, II, III e IV

37) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, o policial civil manterá observância dos seguintes
preceitos éticos:
I – servir à sociedade como obrigação fundamental.
II – proteger vidas e bens.
III – preservar a ordem.
IV – respeitar os direitos e garantias individuais.
V – jamais revelar tibieza ante o perigo e o abuso.
É correto o que se afirma em
A) I, II, III e V.
B) I, II e IV
C) III e V
D) I, II, III, IV e V
E) I, II, III e IV

38) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, são, entre outras, transgressões disciplinares
de natureza leve:
I – impontualidade habitual.
II – simular doença, para esquivar-se do cumprimento de suas atribuições.
III – apresentar-se como representante ou servidor lotado no órgão ou em unidade de trabalho a que não
pertencer, sem estar expressamente autorizado.
IV – não comparecer às convocações de autoridade superior, quando previamente convocado ou notificado
em razão de serviço, salvo por motivo justificável.
V – s É correto o que se afirma em
A) I, II, III, IV e V
B) I, II, III e V.
C) I, II e IV
D) III e V
E) I, II, III e IV

39) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, são transgressões disciplinares de natureza
média:
I – agir com deslealdade no exercício da função.
II – valer-se do cargo com o fim ostensivo ou velado de obter proveito de natureza político-partidária para si ou
para outrem.
III – usar indevidamente os bens da repartição sob sua guarda ou não.
IV – deixar de concluir, nos prazos legais, sem motivo justo, inquéritos policiais, sindicância ou processos
administrativos.
V – patrocinar acordos pecuniários entre partes interessadas, no interior das repartições ou fora delas.
É correto o que se afirma em
A) I, II, III e V.
B) I, II e IV
C) I, II, III, IV e V
D) III e V
E) I, II, III e IV

40) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, são, entre outras, transgressões disciplinares
de natureza grave:
I – fornecer intencionalmente informação inexata, que altere ou desfigure a verdade;
II – coagir os servidores policiais subordinados com objetivos político partidários;
III – praticar usura em quaisquer de suas formas;
IV – apresentar requerimento, queixa ou representação contra servidores policiais, pares, subordinados ou
superiores hierárquicos, sabendo-as infundadas, buscando confundir investigação que exista ou que possa vir
a existir contra sua própria pessoa ou para prejudicar colegas ou terceiros;
V – ceder insígnia ou cédula de identidade funcional, armamento ou indumentária de identificação policial de
uso pessoal;
É correto o que se afirma em
A) I, II, III e V.

163
B) I, II e IV
C) III e V
D) I, II, III, IV e V
E) I, II, III e IV

41) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, na aplicação das penas disciplinares, serão
considerados:
I – a natureza da infração, sua gravidade e as circunstâncias em que for praticada.
II – os danos dela decorrentes para o serviço policial civil.
III – a repercussão do fato.
IV – os antecedentes do policial civil.
V – a não reincidência.
É correto o que se afirma em
A) I, II, III, IV e V
B) I, II, III e V.
C) I, II e IV
D) III e V
E) I, II, III e IV

42) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, a demissão será aplicada nos seguintes casos:
I – abandono de cargo.
II – condenação em conduta tipificada como ato de improbidade administrativa.
III – aplicação regular de dinheiro público.
IV – insubordinação grave em serviço.
V – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo as causas excludentes de ilicitude previstas na
legislação vigente.
É correto o que se afirma em
A) I, II, III, IV e V
B) I, II, IV e V.
C) I, II e IV
D) III e V
E) I, II, III e IV

43) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, extingue-se a punibilidade da conduta tipificada
como transgressão disciplinar:
I – pela morte do policial civil transgressor.
II – pela prescrição da ação disciplinar.
III – pela prescrição da falta sujeita à pena de advertência, em 180 (cento e oitenta) dias.
IV – pela prescrição da falta sujeita à pena de suspensão, em 2 (dois) anos.
V – pela prescrição das faltas puníveis com demissão, cassação de aposentadoria, disponibilidade e destituição
de cargo em comissão, em 5 (cinco) anos.
É correto o que se afirma em
A) I, II, III, IV e V
B) I, II, III e V.
C) I, II e IV
D) III e V
E) I, II, III e IV

44) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, a contar da data do interrogatório do processado,
abrir-se-á ao seu defensor prazo de _______para apresentar provas ou requerer sua produção.
A) três dias
B) cinco dias
C) dez dias
D) doze dias

45) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, o policial civil, após______, provado bom
comportamento, por meio da ficha de assentamentos funcionais e de parecer fundamentado com
conclusão objetiva do chefe imediato, poderá requerer reabilitação ao Delegado-Geral da Polícia Civil
do Estado da Paraíba.
A) dois anos

164
B) três anos
C) quatro anos
D) cinco anos

46) De acordo com a Lei Complementar nº 85 de 2008, para concorrer à promoção, será exigido que o
policial civil respeite, no mínimo, o interstício de_____________, na classe em que estiver classificado,
ou no caso da primeira promoção, que tenha cumprido o período de estágio probatório.
A) 1 (um) ano
B) 2 (dois) anos
C) 3 (três) anos
D) 4 (quatro) anos

Gabarito
01 - C 02 - D 03 - D 04 - B 05 - C 06 - E 07 - A 08 - C 09 - B 10 - D
11 - C 12 - C 13 - D 14 - A 15 - A 16 - B 17 - C 18 - A 19 - B 20 - C
21 - C 22 - E 23 - D 24 - B 25 - C 26 - A 27 - C 28 - B 29 - A 30 - C
31 - D 32 - C 33 - D 34 - B 35 - A 36 - A 37 - D 38 - A 39 - C 40 - D
41 - E 42 - B 43 - A 44 - C 45 - A 46 - B

FIM

165

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