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DIREITO

ADMINISTRATIVO I
FACISA- SEMESTRE 2023.2
DOCENTE- FERNANDA CARVALHO
DIREITO ADMINISTRATIVO -INTRODUÇÃO
Fontes do Direito Competência para legislar sobre
Direito Administrativo
Administrativo -Compete a União, aos Estados ,

Lei- Fonte Primária ao Distrito Federal e aos


Municípios legislar sobre Direito
Fontes secundárias – Administrativo de forma
Doutrina, jurisprudência, CONCORRENTE. Obs.:
Algumas matérias serão
Costumes, os Princípios reguladas privativamente pela
Gerais do Direito. União.
Princípios Administrativos
Princípio da Supremacia do A Administração Publica pode revogar
Interesse Público sobre o seus proprios atos, quando
Privado- O interesse público é inoportunos ou incovenientes;
supremo sobre o particular, e A possibilidade de alterar
todas as condutas estatais têm unilateralmente os contratos
como finalidade a satisfação das admnistrativos;
necessidades coletivas. Prazos Processuais diferenciados às
Considera-se, este princípio uma pessoas jurídicas de direito público,
pedra fundamentalna noção de qual seja, prazo em dobro para toda
Estado organizado e qualquer manifestação da fazenda
pública.
Princípio da Indisponibilidade do Interesse
Público
 Cumpre ressaltar que ao administrador não pertecem os bens
Define os limites
da administração, ou seja, ele não é o titular do interesse
da atuação
administrativae público- portanto, não tem livre atuação fazendo-o, em
decorre do fato verdade, em nome de terceiros. Nas palavras de Fernanda
de que a Marinela, " em nome da supremacia do interesse público , o
imposssibilidade Administrador pode muito , pode quase tudo, mas não pode
de abrir mão do
interesse público
abrir mão do interesse público".
deve estabelecer Não se admite a aplicaçãodo princípio da insignificância quando
ao administrador se tratar de crime contra a Administração Pública, por
os seus critérios
de conduta.
estarmos diante de bem jurídico indisponível. Súmula 599,
STJ
Princípios Expressos na Constituição Federal de Direito Administrativo
Os princípios serão relevantes para a definição da atuação estatal como normas orientadoras
das condutas do agente público, de forma a buscar a satisfação dos interesses da coletividade.
–Art. 37 –CF – Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE- Decorre da existência do Estado de Direito


como uma Pessoa Jurídica Responsável por criar o direito, no entanto submissa
ao ordenamento jurídico por ela mesmo criado e aplicável a todos cidadãos.
Princípio da Impessoalidade- Este princípio se traduz na idéia de que a atuação
do agente público deve-se pautar pela busca dos interesses da coletividade, não
visando a beneficiar ou prejudicar ninguém em especial. Segundo, Celso
Bandeira de Melo " Administração deve tratar a todos sem favoritismos, nem
perseguições, simpatias ou animosidades políticas ou ideológicas ".
 O princípio da moralidade, que também está previsto de forma expressa no
caput do art. 37 da Constituição Federal, impõe que o administrador público não
dispense os preceitos éticos que devem estar presentes em sua conduta. Dessa
forma, além da legalidade, os atos administrativos devem subordinar-se
à moralidade administrativa.
 Princípio da Publicidade- Exigência de publicação em órgãos oficiais como
requisito de eficácia: os atos administrativos gerais que produzirão efeitos
externos ou os atos que impliquem ônus para o patrimônio público devem ser
publicados em órgãos oficiais, a exemplo do Diário Oficial da União ou dos
estados, para terem eficácia (produção de efeitos jurídicos).
 Exigência de transparência da atuação administrativa: o princípio da
transparência deriva do princípio da indisponibilidade do interesse público,
constituindo um requisito indispensável para o efetivo controle da
Administração Pública por parte dos administrados.
Exceções ao Princípio da
Publicidade
 Frise-se que o princípio não é absoluto,
porquanto a própria CF, ressalva que devem ser
resguardadas a segurança nacional e o
relevante interesse nacional e o relevante
interesse coletivo, o que poderá, de forma
fundamentada, excepcionalizar o princípio da
publicidade. Art. 23 da Lei 12.527/2011
 Segundo Maria Sylvia Di Pietro, o princípio da eficiência apresenta dois
aspectos:
 Em relação ao modo de atuação do agente público: espera-se a melhor
atuação possível, a fim de obter os melhores resultados.
 Quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a administração
pública: exige-se que seja a mais racional possível, permitindo que se
alcancem os melhores resultados na prestação dos serviços públicos.
Nesse segundo contexto, exige-se um novo modelo de gestão: a
administração gerencial. Assim, os controles administrativos deixam de
ser predominantemente por processos para serem realizados
por resultados.
 Finalizando, é importante destacar que a busca da eficiência deve ocorrer
em harmonia com os demais princípios da Administração Pública.
Princípio da Intranscendência Subjetiva das Sanções- Inibe a aplicação de severas
sanções a entidades federativas por ato de gestão anterior à assunção dos deveres
públicos

 Súmula 615-STJ: Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do


município em cadastros restritivos fundada em irregularidades na
gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as
providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente
cometidos.
 A titulo de exemplo, com base na orientação do STF negou a
pedido da União de se deteminar a suspensão de condição de
inadimplente de Estado –Membro , bem como das limitações delas
decorrentes, uma vez que as irregularidades praticadas pelo ente
federado foram decorrentes de atuação da gestão anterior.
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa- É o direito conferido ao particular de saber o
que acontece no processo administrativo ou judicial de seu interesse, bem como o direito de se
manifestar na relação processual, requerendo a produção de provas e provocando sua
tramitação.

 Súmula Vinculante 5 , STF- A falta de defesa


técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a Constituição.
Princípio da Autotutela – Trata-se do Poder que a Administração Pública possui
de ter o controle dos seus atos em suas mãos, podendo ela mesma rê-los para
trazer regularidade às suas condutas.

Súmula 473, STF- A administração pode anular seus


próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos;
ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Princípio da Continuidade –Traduz-se na idéia de prestação ininterrupta da atividade administrativa.
Trata-se, portanto, de exigência no sentido de que a atividade do Estado seja contínua, não podendo
parar a prestação dos serviços , não comportando falahas ou interrupções já que muitas necessidades da
sociedade são inadiáveis. Tal princípio esta expresso no art.6, §1°, da Lei 8987/95.

 Questionamento : O servidor público tem direito a greve?


Art. 142, §3°, IV , CF - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.
STF, no julgamento do Recurso Extraordinário com Agravo 654432, ao qual se deu repercussão
geral, afirmou o entendimento de que a vedação ao direito de greve também se estende aos
policiais civis.
Por seu turno, o servidor público, em sentido estrito, tem direito à greve, à sindicalização. Com
efeito , ao tratar dos servidores públicos civis, em seu artigo 37, VII, a CF definiu o direito
de greve a estes agentes nos termos e condições estabelecidos em lei específica, garantindo
ainda o direito à livre associação sindical, no art. 37, VI. Lembrando que no tocantede se
oranizar o sindicato , trata-se de matéria de norma de eficácia plena, não dependendo de
qualquer regulamentação para que seja exercido o direito pelos servidores públicos.
Atenção o STF já pacificiou o entendimento de que o direito de
greve é norma de eficácia limitada, ou seja , não obstante o
servidor tenha a garantia definida na CF, o exercício do
direito fica limitado à edição de lei específica que
regulamente .
OBS: No Mandado de Injunção afirmou que enquanto não
houver lei específica a regulamentar a greve dos servidores ,
será utilizadpo a lei geral de greve- Lei 7.783/89.

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