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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Quais são os princípios do Direito Administrativo?


Os princípios do Direito Administrativo, previstos no art. 37 da Constituição Federal, são:
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência – LIMPE
“LEVEI IOGURTE MOLE PARA ESCOLA”

Princípio da Legalidade- tem como ideia que a Administração Pública somente pode atuar nos estritos limites e
formas estabelecidas em Lei, não podendo agir caso a lei não determine.”
Ex: O indivíduo pode agir e fazer ou deixar de fazer conforme sua vontade, desde que não se oponha expressamente
às disposições legais.

Princípio da Impessoalidade- “Pode ser resumido como uma vedação ao administrador público de agir de acordo
com suas conveniências pessoais e garantir que todos os atos da Administração Pública não devem ser feitos para
privilegiar alguém em específico.”
Ex: Um administrador, na execução de uma licitação, não pode facilitar a contratação de uma empresa parceira ou
por quem nutria afinidade.

Princípio da Moralidade- “Tem como ideia principal a concepção de que, mesmo que a Administração Pública aja de
acordo com a lei, deve fazê-lo dentro dos ditames da moral administrativa.”
Ex: Se um agente público, ao interpretar uma norma jurídica que guiará sua conduta, identificar uma oportunidade
legal de se beneficiar daquele ato, mesmo sendo um ato aparentemente legal não poderá fazê-lo pela limitação
imposta pelo princípio da moralidade administrativa.

Princípio da Publicidade- “Encerra a noção de que os atos da Administração Pública devem ser públicos, sem sigilos
(apenas quando a lei determina) e que os atos administrativos não podem ser usados como meio de autopromoção
de agentes administrativos.”
Ex: As divulgações dos atos no diário oficial, ou de forma excepcional, em veículos de comunicação de grande
circulação, como jornais, devem objetivar para além da difusão dos atos, cumprir uma função pedagógica no sentido
de estabelecer uma cultura do acompanhamento dos atos praticados, despertando o cidadão

Princípio da Eficiência- “Pode ser visto em duas vertentes: a primeira focada na forma de agir do agente público, que
deve utilizar a menor quantidade de recursos e alcançar os melhores resultados; e a segunda em relação à própria
Administração Pública, que deve se organizar e se estruturar utilizando-se da maior racionalidade possível a fim de
alcançar os melhores resultados de excelência.”
Ex: Prestando o serviço público voltado ao cidadão; adotando mudanças e inovações que satisfaçam o interesse
público e respeitem a legalidade.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Entre os princípios implícitos da administração existem os seguintes:


O princípio implícito da responsabilidade civil do Estado prevê que as pessoas jurídicas de direito público e as de
direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos causados por seus agentes, conforme
previsto na CF/88. Com isso, a Constituição consagrou a responsabilidade objetiva do Estado, com a teoria do risco
administrativo – bastando, nesse caso, que se comprove o nexo de causalidade entre a atuação do agente estatal e o
dano. E a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) já reconheceu que a responsabilidade civil das pessoas
jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-
usuários do serviço.

O princípio da autotutela é aquele que possibilita à administração verificar seus próprios atos, revogando-os
quando inconvenientes ou inoportunos, ou anulando-os, quando ilegais. Esse princípio possibilita à administração
sempre revisar seus atos, mantendo um controle sobre eles. A súmula do tribunal constitucional 473-STF assim
expõe: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

O princípio da especialidade permite ao ente público organizar sua estrutura administrativa, para a mais adequada
execução de suas atribuições. A organização de suas atividades pode ser pela criação de outras entidades de
personalidade jurídica própria, que é um exemplo de descentralização administrativa, ou pela subdivisão de
atividades dentro de uma mesma estrutura, delegando atribuições, mas sem criar pessoas jurídicas, como ocorre na
desconcentração. Vale lembrar que ambas podem ser aplicadas simultaneamente – como quando se cria uma
autarquia e o dirigente da mesma distribui atribuições entre os servidores.

O princípio da probidade é correlato ao da moralidade. Diz respeito à integridade de caráter e honradez. Ao


servidor, não basta agir dentro da lei, mas também com correção e ética que se espera de alguém que age em nome
da sociedade.

O princípio da responsividade trata do dever de o administrador público prestar contas de seus atos e responder
por eventuais desvios. Possui relação com o conceito de transparência e accountability (o termo inglês para “prestar
contas”).

O princípio da subsidiariedade guarda relação com a premissa de que os recursos públicos possuem limites – não
podendo o Estado fazer tudo, devendo delegar atividades para a iniciativa privada quando for economicamente
viável e interessante – devendo manter seu foco nas funções de fomento, regulação e fiscalização.
Esta subsidiariedade possui ainda dois aspectos: o vertical, entre União, Estados e Municípios, que prevê a
intervenção da União somente quando estritamente necessário; e o horizontal, que visualiza a atuação estatal de
forma residual, observando a proximidade, ou seja, a atuação deve ser do órgão mais próximo do cidadão, bem
como a suficiência, que preceitua que o órgão que executará o serviço deverá ser o que puder desempenhar de
forma mais eficiente.

A essência do princípio da proporcionalidade é garantir que os meios adotados sejam adequados aos fins legais
que se deseja alcançar. No caso concreto, para que o ato da administração esteja em conformidade com o princípio
da proporcionalidade, devem estar presentes os seguintes elementos ou subprincípios: necessidade, adequação ,
proporcionalidade em sentido estrito.

O princípio da razoabilidade está diretamente relacionado ao senso comum, à percepção que a maioria das
pessoas possui sobre determinado assunto.
Por isso, quando o administrador público atuar, terá sempre que observar o bom senso, levando em consideração
o entendimento do “homem médio”.
O princípio da Indisponibilidade do interesse público, fundamenta e disciplina o regime jurídico-administrativo,
juntamente com o princípio da supremacia do interesse público.
De acordo com o princípio da indisponibilidade, os bens e interesses públicos não pertencem à Administração,
cabendo aos agentes administrativos apenas geri-los e conservá-los em prol da coletividade, não podendo dispor do
interesse público para beneficiar a si próprio ou a terceiros.
A necessidade da realização de concurso público para a contratação de servidores públicos é uma manifestação do
princípio da indisponibilidade do interesse público.

O princípio da motivação implica para a Administração o dever de justificar seus atos, apontando-lhes os
fundamentos de direito e de fato que autorizam a prática do ato administrativo.
Por exemplo, na concessão de férias para um servidor público, o motivo de fato será ele ter completado o período
aquisitivo e o motivo de direito será o dispositivo do Estatuto Jurídico dos Servidores Públicos, que regulará o direito
a férias dos funcionários daquela Administração.

O princípio da continuidade diz que, a prestação de serviços públicos deve ocorrer de forma contínua, não se
permitindo, em regra, a interrupção ou suspensão daqueles serviços considerados essenciais às atividades cotidianas
da sociedade.
Nesse caso, o princípio alcança tanto os serviços prestados de forma direta quanto indiretamente (através de
concessionários ou permissionários) pelo Estado.
O serviço de coleta de lixo na maioria das cidades brasileiras, por exemplo, não é realizado diariamente, mas de
forma regular, em determinados dias da semana. Ele não pode ser interrompido, já que é um serviço essencial.

O princípio da especialidade divide a Administração Pública em direta e indireta. A Administração Direta é


formada pelos Entes Políticos ou Entes Federativos, quais sejam:
MEDU = Municípios - Estados - Distrito Federal – União.
A Administração Indireta é integrada pelas Entidades Administrativas, quais sejam:
CAFÉS = Consórcios públicos de direito público - Autarquias - Fundações públicas - Empresas públicas - Sociedades de economia
mista.
As Entidades Administrativas são criadas pelos Entes Políticos, por lei ou mediante autorização legal, para a
execução de atividades administrativas especializada em determinada matéria ou área de atuação.
Nisso se traduz o princípio da especialidade: é a prerrogativa da Administração Pública em criar Entidades para
atuar em áreas específicas.

O princípio da supremacia do interesse público, assegura prerrogativas (privilégios), é um dos responsáveis pela
estruturação do regime jurídico-administrativo, estabelecendo a posição de supremacia da Administração Pública
nas relações jurídicas travadas com os particulares.
Se for necessário estabelecer restrições a direitos individuais em prol da coletividade, a Administração Pública está
autorizada a fazê-lo.
Um exemplo da utilização desse princípio é o poder da Administração Pública em realizar desapropriações e, sob a
justificativa do atendimento a uma utilidade pública, restringir o direito de propriedade do particular.

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