Você está na página 1de 81

REVISÃO DIREITO ADMINISTRATIVO

PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS

Normas que orientam a atuação da Administração Pública.


Apresentam maior grau de abstração, diferente das regras legais específicas, que
tem como característica maior grau de concretude e objetividade.
Indicam fins a serem alcançados. Criam para a Administração o dever de adotar
comportamentos aptos a produzirem determinados resultados. (FUNÇÃO DIRETIVA DOS
PRINCÍPIOS).
São diretrizes para a análise da validade das condutas administrativas. Caso o
administrador público, quando a lei autorizar, fizer escolhas que se contraponham aos
valores dos princípios, essa ação poderá ser considerada inválida. (FUNÇÃO
LIMITADORA DOS PRINCÍPIOS).
O administrador deve buscar harmonia dos princípios com base nas peculiaridades
do caso. Não há total supressão de um ou mais princípios em relação a outros.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Legalidade

A atuação administrativa deve estar autorizada pela lei e pelo direito e não de
acordo com preferências ou valores pessoais. O administrador não pode desviar-se sob pena
de nulidade do ato. Pode ser responsabilizado administrativa, civil e criminal.
Ex: As sanções impostas ou vantagens devem estar previstas em lei.

Impessoalidade

É dever da Administração Pública tratar os administrados de forma isonômica


(igualitária), sendo vedada qualquer conduta que promova favorecimentos ilícitos ou
perseguições imotivadas. Ex: os candidatos de concurso público devem ser tratados de
forma isonômica.

Moralidade

Nas relações da Administração Pública interna e externa, devem ser observados


preceitos éticos que conduzam ações pautadas pela boa-fé, probidade, lealdade,
transparência e honestidade.

1
É permitido a qualquer cidadão exercer o controle mediante a propositura de ação
popular, com o objetivo de anular os atos a ela ofensivos.
Ex: Ordenar despesas que não sejam consideradas de natureza pública; usar
recursos públicos sem a observância das formalidades legais e em benefício de um
particular; contratar determinado fornecedor com o objetivo de obter vantagem pessoal.
A ofensa à moralidade também caracteriza ato de improbidade, viola os deveres de
honestidade, imparcialidade e lealdade às instituições, podendo submeter o infrator, ao
ressarcimento integral do dano, perda da função pública e suspensão dos direitos políticos
de três a cinco anos.

Publicidade

Impõe à Administração Pública o dever de dar ampla publicidade aos atos


administrativos, possibilitando, o conhecimento e a fiscalização da legitimidade de seus atos
pelos administrados. O dever de observância ao princípio alcança todas as pessoas
administrativas,
A publicidade é a regra a ser observada, mas há situações em que a simples
divulgação ou a divulgação precoce de informações pode causar prejuízo grave ao interesse
público primário, bens e pessoas, devendo o servidor, ser responsabilizado por improbidade
administrativa.

Eficiência

A Administração Pública busca a constante qualidade da ação administrativa,


exigindo a execução dos serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional,
pois, por meio de uma ação eficiente, ela obtém melhor resultado na utilização dos recursos
públicos, aumentando a sua produtividade e reduzindo o desperdício de dinheiro.

Princípio da Legitimidade e Participação

Relaciona-se à vontade política dominante na sociedade por meio da qual, há um


controle não apenas institucional, mas também de natureza social.
O princípio da legitimidade avança em relação ao princípio da legalidade, impõe
controle formal e faz análise da finalidade apresentada e da motivação oferecida, para evitar
a ocorrência de ilegitimidades. Essa ilegitimidade diz respeito à prática de atos que,
disfarçados de aspectos formalmente legais, violam as diretrizes superiores do sistema.
Pelo princípio da participação, a fiscalização do atendimento aos princípios e às
regras que regem o desempenho da função administrativa pode e deve ser amplamente

2
realizada por toda a sociedade. Isso se dá porque tal princípio, busca uma aproximação entre
a Administração e os administrados, seja no controle da atividade estatal ou em participação
efetiva nas decisões que afetam a todos. O direito positivo prevê formas de controle pela
sociedade (controle social) Ex: possibilidade de qualquer cidadão impugnar edital de
licitação por irregularidade na aplicação da Lei e ainda, qualquer cidadão é parte legítima
para denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas do Estado.
A Administração deve oferecer mecanismos que possibilitem a concretização do
princípio da participação, de modo que os administrados tenham acesso às informações
relativas ao exercício da função administrativa.

Princípio da Razoabilidade

Determina que o administrador público atue de forma equilibrada, ponderada e


consoante às finalidades buscadas pela lei que lhe outorgou a competência exercida.
Condutas desarrazoadas, incoerentes e incompatíveis com o que normalmente é realizado
pela Administração Pública são consideradas ofensivas a este princípio e, por isso, poderão
ser invalidadas pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário.
Não são os critérios pessoais do administrador que indicarão o que se entende por
razoável ou desarrazoado, mas sim um standard comportamental aferível segundo certas
regras de experiência.
Caso seja aplicada uma punição excessivamente severa ou demasiadamente branda,
o ato administrativo poderá apresentar-se inválido por afronta ao princípio da razoabilidade.

Princípio da Economicidade

Impõe ao agente público o dever de obter o maior atendimento ao interesse público,


consumindo, para isso, a menor quantidade de recursos públicos (custo-benefício). Com
isso, não se devem promover ações excessivamente onerosas que visem à satisfação de
interesses públicos que possam ser conquistados de outra forma.
O princípio da economicidade concretiza-se por meio da utilização razoável,
adequada, eficiente e eficaz dos recursos públicos.
Tem dever de obediência ao princípio, a Administração Pública Direta e Indireta de
quaisquer dos Poderes do Estado, abrangendo as entidades constituídas ou mantidas pelo
Poder Público, e as entidades privadas que recebam subvenções dos cofres públicos.
Nos casos em que não restar atendido o princípio da economicidade, cabe ao órgão
de controle interno dar imediata ciência ao Tribunal de Contas do Estado para a adoção das
providências necessárias, qual seja, indicação de prazo para que o responsável providencie o
cumprimento da lei, sustando a execução do ato se não for possível atender ao prazo
assinalado.
3
Princípio da Motivação

Impõe à Administração Pública o dever de explicitar os fundamentos de fato e de


direito que conduzem a sua atuação. Em regra, os atos administrativos devem ser
motivados, porém há situações às quais não é imposto o dever de motivação. Ex: ato de
nomeação e exoneração de servidores para cargos em comissão, visto que são de livre
nomeação e exoneração.
Quando a lei exigir a motivação do ato ou quando ela nada referir, estará o
administrador público obrigado a motivar a atuação administrativa. Quando a lei
expressamente dispensar a motivação do ato, ela não será obrigatória, mas, possível. Se, o
administrador motivar o ato que inicialmente dispensava motivação, as razões apontadas
deverão existir, sob pena da possibilidade de invalidade.
A fundamentação deve estar sempre presente em todos os atos, ressalvados os de
mero expediente, os autodecifráveis por sua singeleza e as exceções constitucionalmente
previstas.

Princípio da Supremacia do Interesse Público

Interesse resultante do conjunto de interesses que os indivíduos pessoalmente têm


quando considerados em sua qualidade de membros da sociedade.
INTERESSE PRIMÁRIO: conjunto de interesses dos indivíduos enquanto
membros da sociedade.
INTERESSE SECUNDÁRIO: Identifica-se com os interesses individuais do
Estado enquanto pessoa jurídica.
O gestor público deve buscar realizar o interesse público primário e o secundário,
respeitadas as limitações legais e principiológicas impostas pelo ordenamento jurídico.
É com fundamento no interesse primário que o Estado, em determinadas situações,
utilizando-se das prerrogativas que lhe são conferidas, impõe a sua vontade sobre a do
particular. Ex: o exercício do poder de polícia administrativa e a presença de cláusulas
exorbitantes nos contratos administrativos.
O agir administrativo, à luz dessa supremacia, encontra limites noutros princípios
de direito, como os impostos pelo princípio da legalidade e da razoabilidade.

Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público

A Administração Pública, por meio de seus agentes, utiliza-se de poderes


administrativos para praticar atos voltados ao atendimento dos interesses públicos,
4
caracterizados como aqueles que são próprios da coletividade. Segundo esse princípio, o
administrador público não pode deixar de tutelar os bens e os interesses públicos, uma vez
que não se encontram à sua livre disposição.
Não pode deixar de exercer os poderes e as competências que lhe são conferidos,
sob pena de responder pela omissão, já que ditos bens e interesses públicos não pertencem à
Administração Pública, pertencem a toda a sociedade.
Determinadas condutas estão vedadas, como, deixar de apurar e punir a prática de
um ilícito administrativo, deixar de cobrar ou arrecadar receita pública, omitir-se no
exercício do poder de polícia ou deixar de prestar contas quando a lei assim o exigir.

Princípio da Segurança Jurídica

Indica o dever do Estado de zelar pela estabilidade das relações jurídicas. É


estudado sob dois enfoques:
NATUREZA OBJETIVA: visa a preservar a estabilização das relações jurídicas do
Estado.
NATUREZA SUBJETIVA (princípio da proteção da confiança): busca proteger os
administrados de condutas administrativas que, após lhes conferir vantagens, venham a
muito tempo depois, considerar que o ato concessivo apresentava vício de legalidade.
O princípio da segurança jurídica impede que a Administração Pública, utilizando-
se do poder de autotutela, anule, indiscriminadamente, atos administrativos que produziram
efeitos benéficos aos administrados. Essa limitação, reclama a presença de dois importantes
fatores: um considerável lapso temporal decorrido desde a prática do ato e a boa-fé do
administrado.
O direito de a Administração anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé.

5
PODERES ADMINISTRATIVOS

DEFINIÇÃO

Os poderes administrativos são prerrogativas asseguradas aos agentes públicos para


o desempenho de variadas atividades, voltadas ao atendimento das necessidades coletivas,
permitindo, assim, que o Estado realize as finalidades que lhe são próprias. Essas
prerrogativas são classificadas como modalidades de poderes administrativos, destacam-se
os seguintes: vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia.

PODER VINCULADO

A lei prevê todos os elementos do ato a ser praticado, não restando ao administrador
a possibilidade de fazer escolhas segundo critério de conveniência e oportunidade. A
impossibilidade de revogação é característica dos atos administrativos vinculados, haja vista
que não há espaço para uma avaliação sobre o mérito de sua prática. Isso não quer dizer que
não possam, e não devam, ser anulados por vícios de legalidade. Exemplo, a licença à
gestante, quando preenchidos os requisitos legais, não há espaço para a sua negativa, sob
pena de se configurar ilegalidade passível de correção pelo Poder Judiciário.
Retrata o dever do administrador de fiel aplicação da lei.

PODER DISCRICIONÁRIO

Possibilita ao administrador escolher a alternativa que melhor atenda ao interesse


público, respeitados os limites traçados pela lei. Nos atos discricionários, a lei é rígida
quanto à competência e à finalidade, havendo divergência doutrinária quanto à
caracterização da forma como elemento vinculado ou discricionário.
COMPETÊNCIA: quem pode praticar o ato; FINALIDADE: deverá ser sempre o
interesse público, sendo inválidos os atos que dele se afastem; FORMA DO ATO
ADMINISTRATIVO: Modo de exteriorização.
O gestor, adotando critérios de conveniência e oportunidade, pode definir o motivo,
o objeto e, para alguns, da forma do ato administrativo, ao que se denomina MÉRITO
ADMINISTRATIVO.
MOTIVO: Situação de fato, que encontra numa regra jurídica a autorização para a
atuação do administrador, e este, nos atos baseados no poder discricionário, tem uma
escolha a fazer.

6
OBJETO: Conteúdo ou consequências do ato.
Ex: Licença para tratar de interesses particulares, concedida ao servidor, quando for
conveniente e oportuno a administração.

PODER HIERÁRQUICO

Está relacionado à organização da Administração Pública. Decorrem certos efeitos,


tendo em vista a necessidade de coordenação e harmonia da atividade administrativa,
possibilitam que as autoridades ou os órgãos superiores possam agir sobre a atuação de
autoridades ou de órgãos inferiores.
Aos agentes administrativos superiores é admitido dar ordens àqueles que lhes são
subordinados, os quais têm o dever de obediência, ressalvados os casos de ordens
manifestamente ilegais. Os agentes superiores também estabelecem diretrizes a serem
seguidas, podendo fiscalizar a atuação e o atendimento das diretrizes previamente
estabelecidas pelos seus subordinados. Se os atos praticados apresentarem vícios de
legalidade ou não seguirem a orientação dada, o poder hierárquico autoriza que os agentes
superiores revejam os atos ilegais ou desconformes a essa orientação, ajustando-os aos
parâmetros da legalidade ou à diretiva antes traçada.
Há a possibilidade de delegação ou avocação de atribuições.
DELEGAÇÃO: transferência de atribuições de um órgão ou agente para outro.
AVOCAÇÃO: autoridade superior chama para si o desempenho de atividade
inicialmente cometida ao seu subordinado. Nenhuma das duas são ilimitadas, encontrando
na lei os limites para a sua ocorrência.
É coautor o superior hierárquico que receber denúncia sobre irregularidades
praticadas por servidor subordinado, e deixar de adotar providências para a apuração dos
fatos noticiados.

PODER DISCIPLINAR

É ligado ao poder hierárquico, mas não pode ser confundido. Autoriza que a
administração apure eventuais faltas funcionais cometidas por todos que mantiverem com
ela um vínculo de subordinação específica, aplicando as penalidades cabíveis.
O exercício desse poder revela-se atividade preponderantemente vinculada. Há
discricionariedade quanto à definição e à quantificação da pena a ser imposta, não sendo
possível deixar de punir quando a lei assim o exigir. A definição e gradação da penalidade,
imposta aos servidores, deverá pautar-se pela natureza e pela gravidade da infração, e pela
gravidade dos danos causados ao serviço público. Quando a falta funcional apresentar
reduzida gravidade, poderá ser advertido apenas verbalmente.

7
A apuração de irregularidades praticadas será procedida mediante a instauração de
sindicância ou inquérito administrativo, dependendo da gravidade da infração. Identificado
o infrator, a aplicação de penalidade dependerá de processo administrativo-disciplinar, onde
deverá ser garantido o contraditório e a ampla defesa. O poder disciplinar, decorre do
princípio da supremacia do interesse público, o Estado pode e deve aplicar sanções quando
a lei exigir, preservando a integridade do interesse público.
O administrador não pode aplicar as penalidades sem a observância obrigatória das
garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa e dos procedimentos definidos
expressamente em lei.

PODER REGULAMENTAR

Pelo poder regulamentar, a Administração Pública pode editar atos de caráter geral,
com o objetivo de complementar ou esclarecer o conteúdo das leis que lhe antecedem, de
forma a assegurar a sua fiel execução. É uma prerrogativa conferida à Administração
Pública. Exemplos de atos destinados a garantir execução das leis: decretos, resoluções,
instruções normativas e portarias.
A Constituição do Estado do Rio Grande do Sul autoriza o Governador do Estado a
expedir decretos e regulamentos, mas, delimita o campo de atuação desses atos, os quais se
restringem à garantia da fiel execução das leis.
Os Secretários de Estado e as autoridades a eles equiparadas poderão expedir
instruções não apenas para a fiel execução das leis, mas também dos decretos e
regulamentos. Esses atos de caráter geral não podem contrariar a lei que se pretende
regulamentar, dada a vedação imposta pelo princípio da legalidade.

PODER DE POLÍCIA

O poder de polícia corresponde à atividade da Administração Pública que,


limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. São atributos do
poder de polícia:
COERCIBILIDADE: permite que os atos sejam executados, independentemente, da
vontade dos administrados.

8
AUTOEXECUTORIEDADE: permite que a Administração efetive as medidas
necessárias – respeitados os limites previstos no ordenamento jurídico – sem necessitar da
intervenção judicial para tanto.
DISCRICIONARIEDADE: relaciona-se à valoração da atividade policiada e em
relação à medida de polícia aplicável.
O poder de polícia, é uma atividade estatal típica, é indelegável, impossibilitando seu
exercício por pessoas jurídicas de direito privado.
Ex: a concessão de licenças, a aplicação de punições administrativas, as
demolições, as apreensões, os embargos etc. Tal poder será regularmente exercido quando
observar as normas de direito administrativo.
A sua utilização irregular, por abuso de autoridade ou desvio de finalidade, pode
ocasionar (em regra não causa) a responsabilidade civil do Estado perante terceiros, bem
como a responsabilidade administrativa, civil e penal do servidor responsável pelo ato
ilegal.

9
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DEFINIÇÃO

No sentido formal (subjetivo), a Administração Pública é o conjunto de órgãos e


entes que exercem funções administrativas, compreendendo as pessoas jurídicas, os órgãos e
agentes públicos incumbidos dessas funções, no âmbito da Administração Direta e Indireta.
No sentido material (objetivo), é o conjunto de atividades do Estado, as quais não podem ser
classificadas nas funções legislativas e judiciárias.
A função administrativa deve ser exercida predominantemente pelo Poder
Executivo, mas, de forma atípica, os demais Poderes constitucionais também poderão
exercê-la.

CLASSIFICAÇÃO

Administração Direta

Conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a
competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do
Estado.
Formada pelas pessoas políticas: União, Estados, Municípios e Distrito Federal e
assim se denomina porque elas estão previstas na Constituição Federal de 1988.

Administração Indireta

Conjunto de pessoas jurídicas dotadas de personalidade de direito público ou


privado, criadas ou autorizadas por lei específica para prestar serviços públicos ou exercer
atividades econômicas e distintas daquelas que as instituíram, tendo seu fundamento na
descentralização administrativa.
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL: É necessária uma lei específica para criar ou
autorizar a instituição dessas entidades. / PRINCÍPIO DA SIMETRIA DE FORMAS: a
extinção também exige lei.
A criação resulta de decisão dos entes políticos, pessoas jurídicas de existência
obrigatória pela Constituição Federal, e, em tese, também os Poderes Judiciário e
Legislativo poderiam cria-las.

10
ADMINISTRAÇÃO DIRETA: Exercício do poder de polícia e a prestação de
serviço público.
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: podem prestar serviço público e exercer
atividades econômicas.

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Integrada pelas Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas, Sociedades de


Economia Mista e suas Subsidiárias e Consórcios Públicos.

Autarquias

Definidas como a pessoa jurídica de Direito Público de capacidade exclusivamente


administrativa.
Em função das prerrogativas concedidas aos novos entes autárquicos, a doutrina
denomina de:
AUTARQUIAS COMUNS: aquelas formatadas nos moldes anteriores, se sujeitam
a amplo controle finalístico exercido pela Administração Direta, como a admissão e o
afastamento de diretores.
AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL: aquelas que possuem prerrogativas
especiais e diferenciadas. A autonomia e a independência são ampliadas.
O termo autarquia de regime especial empregado pela primeira vez na Lei que fixou
normas de organização e funcionamento do ensino superior, reconhecendo às universidades
públicas grau de autonomia e independência superior.
A criação depende de lei específica e em obediência ao princípio do paralelismo de
formas, sua modificação e extinção também exige lei (doutrina diz que não). Tal lei é de
iniciativa exclusiva do chefe do executivo. A instituição independe de registro da pessoa
jurídica com as formalidades exigidas para as pessoas privadas. É a partir da vigência da lei
que faz surgir a autarquia, iniciando a personalidade jurídica que é de direito público (direito
público interno).
Sua finalidade vincula-se ao exercício de atividades da Administração Pública com
atuação impositiva e poder de polícia, serviço público típico. Apresenta características
similares às dos entes políticos, sujeitando-se ao mesmo regime administrativo.
O ingresso é por concurso público; há teto remuneratório e é vedado o acúmulo de
empregos ou cargos. Observa a Lei das Licitações.
Beneficiam-se da imunidade tributária de impostos sobre patrimônio, renda ou
serviços vinculados às suas finalidades essenciais, ou às delas decorrentes, e dos privilégios
11
processuais, com prazo quadruplicado para contestar e em dobro para recorrer. A prescrição
de dívidas, ocorre no prazo de cinco anos.
Respondem de forma objetiva pelos danos que seus agentes causarem a terceiros,
assegurando direito de regresso, se constato culpa do servido, devendo o gestor abrir
processo investigativo para apurar a responsabilidade, visando ressarcimento aos cofres
públicos, se for o caso.

Agências Reguladoras

São denominadas de autarquias de regime especial e surgiram com o processo de


desestatização, fazendo com o que o Estado exerça melhor o seu poder de polícia. Visam
preservar o interesse público e assegurar o equilíbrio entre usuários e particulares. Novas
agências criadas: ANCINE e ANVISA.
A lei que cria a autarquia é a que define o seu grau de autonomia. Quando
comparadas às autarquias comuns, as de regime especial apresentam, maior independência e
autonomia financeira e administrativa. Os seus dirigentes possuem mandato e a sua
nomeação é aprovada pelo Poder Legislativo, tem poder normativa e fiscalizatório. Seguem
as mesmas regras do direito administrativo das autarquias comuns.

Agências Executivas

Qualificação concedida por decreto específico a uma entidade que já existe


(autarquia ou fundação pública), desde que tenha um plano estratégico de reestruturação e
de desenvolvimento institucional voltado a melhoria da qualidade da gestão e redução de
custos; e seja celebrado contrato de gestão com o órgão da Administração Direta a que está
vinculada. A entidade não nasce agência executiva, apenas recebe esse título.
Foram introduzidas com o propósito de aprimorar a gestão, com base no controle
dos resultados e no cumprimento de objetivos e metas.
A qualificação de agência executiva dá maior autonomia e flexibilidade gerencial,
orçamentária e financeira (dobro do valor para dispensa de licitação). Deve ser previsto
metas e meios para atingi-las, penalidades em caso de descumprimento, vigência do
contrato e condições para renovação, revisão e rescisão. Agências na esfera federal: ABIN,
INMETRO, FIOCRUZ.

Diferenças entre agência reguladora e agência executiva:


REGULADORA: criação e definição das atribuições se dão por lei. Para a agência
reguladora, a manutenção das prerrogativas independe do desempenho, e a perda da
condição, pelo princípio da simetria de formas, ocorre somente com alteração legal.
Desenvolvem atividades normativas e reguladoras para outras entidades públicas ou
privadas. Os dirigentes detêm mandato, o que lhes dá estabilidade institucional.
12
EXECUTIVAS: Título de qualificação e as prerrogativas são fixados por decreto.
Para se manter como agência executiva, a entidade depende do cumprimento das metas
definidas no contrato de gestão, estando, também, sujeita a perder essa qualificação no caso
de seu descumprimento ou de não renovação das metas previstas. Direcionam a prática de
suas atividades administrativas diretamente aos administrados. Os gestores podem ser
destituídos por ato administrativo.

Fundações Públicas

São consideradas patrimônio dotado de personalidade jurídica, afetado a um fim


social, sem finalidade lucrativa e com autonomia administrativa, sem hierarquia,
supervisionado pelo ente instituidor.
Caso as fundações obtenham resultado positivo, este reverterá ao atendimento dos
fins da entidade. Podem ser privadas (instituídas por particulares), ou públicas, se o
patrimônio for originário de ente do Poder Público e a finalidade for essencialmente pública.
Podem ter personalidade jurídica de direito público ou privado. São criadas ou
autorizadas por lei específica para desempenhar atividades em áreas sociais atribuídas ao
Estado educação, saúde e assistência social.
A instituição de fundações de personalidade de direito privado depende do registro
Pessoas Jurídicas, com o objetivo de transferir o patrimônio e não de definir a
personalidade. A modificação e extinção deve ocorrer por lei.
As fundações com personalidade de direito público podem desempenhar atividades
em que seja necessário o uso da autoridade estatal (poder de polícia) e estão sujeitas
exclusivamente ao regime jurídico administrativo.
A jurisprudência considera as fundações públicas como autarquias fundacionais,
sendo concedido tratamento semelhante ao das autarquias e fundações. Pela finalidade
social que visam a atingir, as fundações aproximam-se mais das autarquias do que das
empresas públicas ou sociedades de economia mista.
O ingresso é por concurso, há vedação de acumular cargos e sujeição ao teto
remuneratório, licitações e contratos, ao regime de bens e à imunidade tributária.
Para as constituídas com personalidade jurídica de direito privado, incide regras do
regime administrativo, como a criação e a instituição de quadro de pessoal por lei, a
realização de licitações e a obrigatoriedade de prestar contas de sua gestão. Ingresso por
concurso e contratados pelo regime celetista, sendo vedada a acumulação de cargos.
As regras de direito administrativo (responsabilidade civil) incidem para ambas as
fundações. Submetem-se ao controle interno e externo (CAGE e Tribunal de contas) e ao
exercido pelo Ministério Público, que ocorre conforme a personalidade jurídica da entidade.

13
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista

O Estado pode criar entidades para exploração de uma atividade econômica


(atividade típica do setor privado), desde que sejam necessárias a segurança nacional ou haja
relevante interesse coletivo
São pessoas jurídicas de direito privado, incluídas as prestadoras de serviço público.
O STF tem entendimento de que as atividades típicas do Estado não podem ser delegadas a
entidades privadas, conclui-se, que tais entidades não estão aptas a exercer o poder de
polícia.
A sua criação depende de autorização legislativa específica e a sua instituição é por
meios privados, com o registro na Junta Comercial ou no Registro Civil de Pessoas
Jurídicas. A extinção, depende de lei, mesmo que não específica.
As contratações são pelo regime celetista. Aplicam-se as regras do direito
administrativo: exigência de concurso público, vedação de acumular empregos e
observância do teto remuneratório (aplicável às entidades que necessitam de repasse de
recursos do ente instituidor para despesas de pessoal e de custeio). Para fins da Lei de
Improbidade Administrativa, os empregados das empresas prestadoras de serviços públicos
equiparam--se aos servidores públicos em geral.
Os bens são privados, sem regime especial de proteção.
Em regra, as empresas estatais não gozam de privilégios administrativos, tributários
e processuais. O regime tributário é o mesmo das empresas privadas, mas, o STF
reconheceu a imunidade tributária recíproca para os correios, empresa prestadora de serviço
público.
Tais entidades sujeitam-se ao controle do Tribunal de Contas e do Ministério
Público Os seus agentes sujeitam-se aos dispositivos da Lei de Improbidade Administrativa.
Em nosso Estado, há o exemplo de uma empresa com participação acionária das
três esferas de governo, a Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S/A – TRENSURB,
não há participação de capital privado. Embora denominada de sociedade anônima, a
composição societária levaria a caracterizá-la como empresa pública.
Diferenças entre uma empresa pública e uma sociedade de economia mista:
EMPRESA PÚBLICA: constituída com capital exclusivamente público e pode
revestir-se de qualquer das formas admitidas pelo direito. Não tem finalidade lucrativa, e os
riscos da atividade são do Estado. Em geral, são entidades unipessoais.
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA – SEM: tem, além do público, a
participação do capital privado, ainda que minoritário, podendo ser criada somente sob a

14
forma de sociedade anônima. Tem o lucro como objetivo, mas também reparte os eventuais
prejuízos. Tem múltiplos sócios (acionistas).

Lei das Estatais

A Lei das Estatais é uma Lei Nacional, com aplicabilidade para todos os Entes
Federativos. A norma é válida para todas as empresas públicas, sociedades de economia
mista e subsidiárias.
Estatais no RS: Procergs, Banisul, Cesa, CEEE, EGR, entre outras. As subsidiárias
das estatais também se submetem a lei.
A Lei buscou estabelecer práticas de governança e controles proporcionais à
relevância, à materialidade e aos riscos do negócio das Estatais. Eles devem divulgar,
anualmente, carta com os objetivos de políticas públicas e dados operacionais e financeiros
que evidenciem os custos da atuação.
Trouxe critérios objetivos acerca da implementação e indicação dos
Administradores e do Comitê de Auditoria Estatutário.
A escolha dos administradores deverá recair sobre cidadãos de reputação ilibada e
de notório conhecimento e que preencham cumulativamente os seguintes requisitos:
Formação acadêmica compatível; não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade e
experiência mínima, que pode ser dispensada em alguns casos.
Traz a previsão da necessidade de participação anual dos administradores em
treinamentos específicos sobre legislação societária e de mercado de capitais, divulgação de
informações, controle interno, código de conduta e demais temas relacionados às atividades
da empresa pública ou da sociedade de economia mista.
Trouxe alterações aos valores previstos para a dispensa de licitação, que são de R$
100 mil para obras e serviços de engenharia e de R$ 50 mil para outros serviços e compras e
para alienações. Poderão ser alterados pelo conselho de administração, podendo haver
valores diferentes para cada estatal.

Subsidiárias

Existem empresas subsidiárias e as controladas direta ou indiretamente pelo Poder


Público. A subsidiária é uma entidade controlada por outra, sendo essa relação integral
quando a controladora é a única acionista. Toda subsidiária é uma controlada, mas nem toda
controlada é uma subsidiária.

15
CONTROLADA: Sociedade onde a controladora, diretamente ou através de outras
controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, preponderância nas
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
CONTROLADA: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto
pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação.
A Constituição Federal autoriza que seja instituída empresa subsidiária por qualquer
entidade da administração indireta, mas apenas as sociedades de economia mista e empresas
públicas tem subsidiárias. A criação, modificação e extinção dependem de autorização legal.
As subsidiárias e as controladas direta ou indiretamente pelo Poder Público
sujeitam-se ao controle interno e externo, inclusive as que não integram a Administração
Indireta, por existir patrimônio público envolvido.
Para que uma entidade instituída por uma sociedade de economia mista, na
condição de subsidiária, entre no mundo jurídico como uma sociedade de economia mista
específica, é preciso que lei específica autorize a sua criação, atribuindo essa qualidade à
nova entidade. É denominada de sociedade de economia mista de segundo grau, para
diferenciá-la da criadora, que é considerada de primeiro grau. Ambas integram a
Administração Indireta.
Entidades que tiverem a participação acionária, majoritária ou minoritariamente, de
sociedades de economia mista estarão sujeitas às suas regras gerais (ou seja, às da Lei das
Sociedades Anônimas) e não às disposições especiais destinados as sociedades de economia
mista.

Consórcios Públicos.

Cooperação é uma forma de articulação dos entes federativos que visa à realização
de objetivos comuns. Para tanto, poderão constituir consórcios públicos e formalizar
convênios de cooperação.
Parcerias formadas por dois ou mais entes da federação para prestar serviços
públicos por meio de gestão associada. Apresentam mais características de convênio, em
face dos interesses comuns, do que de contrato, como prevê a lei.
Poderão abranger áreas como saneamento básico, saúde, educação, habitação,
abastecimento de água, tratamento do lixo, destinação final de resíduos sólidos, segurança
pública e aquisição de máquinas.
Para alcançar seus objetivos, os consórcios podem firmar convênios, contratos e
acordos e receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras
entidades e órgãos de Governo.
Etapas para a constituição da entidade Consórcio Público:
16
- Protocolo de Intenções: São estabelecidas as condições detalhadas do futuro
consórcio.
- Ratificação: Aprovação do protocolo de intenções, mediante lei específica.
- Estatuto: Prevê a estrutura do consórcio e o funcionamento de seus órgãos.
Poderão constituir-se sob a forma de pessoa jurídica de direito público (associações
públicas), de natureza autárquica, e pessoa jurídica de direito privado (associações
privadas), entes em colaboração com o poder público, sem fins lucrativos. As primeiras
adquirem personalidade jurídica com a vigência das leis de ratificação do protocolo de
intenções; as de direito privado dependem do registro em cartório dos seus atos
constitutivos.
Apenas as entidades com personalidade de direito público integram a
Administração Indireta dos entes federados participantes.
As receitas têm origem nos contratos com os consorciados, por meio da arrecadação
decorrente da gestão associada dos serviços, do contrato de rateio e dos convênios com
entes não consorciados. Também podem ser do recebimento de auxílios, contribuições e
subvenções sociais e econômicas de outras entidades e órgãos do Governo.
Aquele que não consignar recursos orçamentários para fazer frente às obrigações
assumidas poderá ser excluído do consórcio.
Os consórcios submetem-se à Lei de Licitações, os valores são dobrados para os
consórcios formados por até três entidades e triplicados para os compostos por número
superior. Os consórcios poderão dispensar a licitação em valores mais elevados – dobrados
– se comparados aos demais entes, bem como poderão ser contratados – contrato de
programa – pela Administração Direta e Indireta, com dispensa de licitação.
Estão sujeitos as normas de direito público – regime híbrido- relativamente a
licitações, prestação de contas e admissão de pessoal, ainda que pela CLT. Prestam contas e
se sujeitam a fiscalização do Tribunal de Contas.
Poderão receber servidores cedidos pelos entes consorciados, com restrição para os
que vierem a desempenhar atividade impositiva, os quais não poderão ser celetistas. E,
ainda, os entes consorciados poderão transferir ou alienar bens para o consórcio.

ENTIDADES PARAESTATAIS

As entidades paraestatais, também denominada de entes de cooperação (ou terceiro


setor), colaboração ou em situação particular, não integram a Administração Indireta, mas,
sobre elas incide normas do regime público administrativo, em maior ou menor nível.

17
A palavra paraestatal significa o ente que está ao lado do Estado para executar
atividades estatais. São entidades privadas, instituídas por particulares, sem vínculo
orgânico com a Administração Pública. Colaboram com o Estado em atividades não
exclusivas deste, mediante algum incentivo do Poder Público, como subvenções sociais ou
isenções, sujeitando-se, ao controle do Tribunal de Contas.
É denominado TERCEIRO SETOR porque coexiste com o primeiro e com o
segundo setores, que são o Estado e o mercado, respectivamente. É formado por serviços
sociais autônomos, entidades de apoio, organizações sociais, entidades profissionais e
organizações da sociedade civil de interesse público.
Destacam-se os Serviços Sociais Autônomos, as Organizações Sociais, as Entidades
ou Fundações de Apoio, as Entidades Profissionais e as Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público – OSCIPs.

Serviços Sociais Autônomos

São entidades colaboradoras com o Estado; atuam como uma forma de parceria
para financiar atividades que visem ao aperfeiçoamento profissional e à melhoria do bem-
estar social dos trabalhadores, fornecendo assistência e ensino a certas categorias sociais ou
grupos profissionais. É atividade privada de interesse público, não exclusiva do Estado,
incentivada e subvencionada por este. Não é um serviço público, portanto, não se trata de
descentralização administrativa.
São instituídos mediante inscrição no Registro Civil sob a forma de fundações,
sociedades civis ou associações, com personalidade jurídica de direito privado, em geral,
não estão sujeitos às normas de direito público. As obrigações são estabelecidas na lei ou no
contrato de gestão. A lei não cria, mas autoriza a instituição, sendo, em geral, a tarefa
atribuída às confederações.
As entidades não visam lucro, as receitas são originárias, principalmente, de
contribuições parafiscais instituídas por lei; podem vir também de dotação orçamentária
específica, convênios ou contratos de gestão. A sua criação, devido a origem das receitas,
depende de autorização legislativa, e submetem-se ao controle exercido pelo Tribunal de
Contas.
O ingresso é por meio de processo seletivo, seus empregados são contratados pelo
regime celetista, são equiparados a servidores públicos para fins criminais e de
responsabilização pela prática de atos de improbidade administrativa. Os salários seguem os
padrões de mercado e NÃO estão sujeitos ao “teto remuneratório” dos servidores públicos.
Seguem a Lei de Licitações, mas podem adotar regulamento próprio. O benefício da
imunidade tributária está condicionado a não haver remuneração, e não distribuição de
lucros e bonificações, sob nenhuma forma ou pretexto.
18
Organizações Sociais

A iniciativa privada pode cooperar com o Estado, estabelecendo parcerias em áreas


de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do
meio ambiente, cultura e saúde para a prestação de serviços públicos não exclusivos do
Estado.
O Poder Executivo poderá atribuir qualificação como organizações sociais a
associações civis ou fundações privadas instituídas por particulares, sem fins lucrativos, sob
a forma de pessoa jurídica de direito privado.
Entidades qualificadas desenvolvem, com incentivo e fiscalização do Poder
Público, atividade pública de natureza não exclusiva do Estado, mediante vínculo jurídico
(contrato de gestão), submetendo-se às regras de direito privado. Não se trata de serviço
público delegado, pois não integram a Administração Pública. Na área de saúde, ocorre uma
exceção em que há prestação de serviço público.
A qualificação como organização social depende de habilitação perante a
Administração Pública, sendo a entidade declarada como “de interesse social e utilidade
pública” e suas obrigações estabelecidas no contrato de gestão. O objetivo dessa
qualificação é conceder maior autonomia e flexibilidade à execução das atividades e
aumentar a eficiência e a qualidade dos serviços. Para tanto, essas organizações poderão
receber recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato,
podendo auferir, receita própria com a venda de serviços. Em caso de descumprimento do
contrato, poderão ser desqualificadas, por Decreto, a exemplo de sua habilitação, sendo os
bens públicos revertidos ao Estado.
A Lei exige que o órgão de deliberação superior dessas entidades tenha
representantes do Poder Público e da comunidade, com notória capacidade profissional e
idoneidade moral. Essas organizações sociais, assumirão atividades ora desempenhadas por
órgãos ou entidades estatais que serão extintas, implicando a cedência das instalações e dos
bens móveis e imóveis. O serviço que é público passará a ser prestado como atividade
privada. A mesma atividade será exercida, pelos mesmos servidores e com a utilização do
mesmo patrimônio. O objetivo é que os servidores se constituam pessoa jurídica de direito
privado, sem fins lucrativos, habilitados como organizações sociais, sem ter que se submeter
aos rigores do regime administrativo público.
A contratação de pessoal é feita pelo regime celetista. Não é exigido concurso
público, e os salários regulam-se pelas regras de mercado, não tendo que observar o “teto
remuneratório” aplicável ao serviço público. É admissível a cessão especial de servidores
públicos para realizar as atividades, com ônus para o Poder Público, permitindo-se,
remuneração complementar, desde que decorra do contrato de gestão e que não seja com o
uso de recursos públicos.
19
Somente estão sujeitas à Lei de Licitações nos casos de aquisição de bens ou
serviços com recursos públicos, mas têm autonomia para editar regulamento próprio.
Podem, ser contratadas com dispensa de licitação A imunidade tributária está condicionada
ao não pagamento de remuneração e à não distribuição de lucros e bonificações, sob
nenhuma forma ou pretexto. É vedada a distribuição de bens ou de parcela do patrimônio
para associado ou membro, em função de desligamento, retirada ou falecimento.
As suas obrigações e metas serão supervisionadas pelo órgão que tenha firmado o
contrato de gestão. E o controle quanto aos recursos públicos será exercido pelo Tribunal de
Contas.

Entidades ou Fundações de Apoio

Não possuem fins lucrativos e são criadas por servidores com a finalidade de
cooperar com as instituições de ensino superior, nas áreas de ensino e de pesquisa, e
desempenhar atividades de interesse público próprias da entidade estatal, com os mesmos
objetivos e áreas de atuação do órgão ou entidade pública que apoiam.
As fundações de apoio às instituições federais de ensino superior e de pesquisa
científica e tecnológica são disciplinadas pela Lei Federal nº 8.958/94; as demais entidades
não possuem legislação específica. São criadas com recursos privados, em geral oriundos
dos próprios servidores públicos da entidade que pretendem apoiar, sob a forma de
fundação, associação ou cooperativa, com personalidade jurídica de direito privado,
instituída nos termos das leis civis. Na sua extinção, o patrimônio será transferido para a
entidade congênere.
Exercem atividades de interesse público e não serviços públicos delegados, não se
sujeitando às normas de direito público; devem observar as regras do mercado, de direito
privado, mesmo que exista a participação de servidores das entidades contratantes na
realização das suas atividades, e os seus empregados são contratados pelo regime celetista.
Não estão sujeitas à Lei de Licitações e podem ser contratadas pelas universidades e
instituições públicas de pesquisa científica e tecnológica por dispensa de licitação. As
entidades constituídas com base na lei citada, devem observância à Lei de Licitações e
sujeitam-se ao controle do Tribunal de Contas. As demais estarão sujeitas a esse controle
quando utilizarem recursos públicos.
O vínculo dessas fundações com entidades da Administração Direta e Indireta,
ocorre (em regra) por meio de convênio ou contrato; suas receitas originam-se dos ajustes
com as instituições que apoiam, e ainda, da prestação de serviços a particulares, e têm a
prerrogativa de utilizar bens e serviços da entidade contratante (pública), mediante
ressarcimento.

20
As que atuam nas áreas da educação ou da assistência social beneficiam-se da
imunidade, condicionada à não remuneração dos cargos de diretoria e à não distribuição de
lucro, bonificação a dirigentes ou associados.
O Ministério Público, quando fiscaliza, conforme atribuição, tem apontado série de
irregularidades nessas entidades: utilização de servidores, complementação salarial com
recursos públicos, repasse de serviços não terceirizáveis e utilização indevida de bens
públicos.

Entidades Profissionais

Os “conselhos profissionais” têm por objetivo fiscalizar e exercer o poder


disciplinar sobre os indivíduos cujas profissões são regulamentadas por determinada lei
federal. Por delegação, são criados para desempenhar atividades típicas de Estado,
especialmente o poder de polícia e a cobrança compulsória de contribuições e são
denominados de autarquias corporativas, mesmo que, não sejam assim considerados. Suas
receitas originam-se de contribuições que, conforme entendimento do Supremo Tribunal
Federal – STF, possuem caráter tributário.
A personalidade jurídica dessas entidades é de direito público e pertencem ao
“gênero autarquia”, mas não integram a Administração Indireta e não têm nenhuma
subordinação e supervisão ao Poder Público.
Seus dirigentes são eleitos pelos profissionais com registro, e a receita vem da
contribuição desses membros. Suas atividades devem ser executadas por detentores de
cargos públicos, no âmbito de cada conselho profissional, admitindo-se a contratação de
empregados para atividades-meio. É legítima a criação de cargos e a contratação de pessoal
por meio de um processo seletivo.
Para o STF, esse serviço, por ser atividade típica estatal, não pode ser delegado a
entidades privadas e se submete à fiscalização do Tribunal de Contas.

21
ATOS ADMINISTRATIVOS

Meio pelo qual a Administração Pública ou os seus delegatários, em regime de


direito público, manifestam sua vontade com o propósito de produzir determinado efeito
jurídico, criando, modificando ou extinguindo direitos ou obrigações, para si ou para os
administrados, com o fim de atingir o interesse público.
Nem todos os atos praticados pelas pessoas administrativas são atos administrativos
em sentido estrito. Podem ser praticados atos em regime de direito privado, os quais não são
dotados de imperatividade, autoexecutoriedade e presunção de legitimidade, atributos
próprios dos atos administrativos em sentido estrito, submetidos ao regime de direito
público.
Quando a Administração Pública pratica atos sob o regime de direito privado,
encontra-se em igualdade de condições com os particulares, não se justificando o regime de
direito público para essas situações.

Requisitos do Ato Administrativo

Competência

Conjunto de atribuições legalmente conferidas aos órgãos e agentes administrativos.


Sendo conferida por lei (ou pela Constituição), a competência não poderá ser modificada,
seja para reduzi-la, seja para aumentá-la, pelo órgão ao qual foi atribuída. A competência
administrativa pode, ser objeto de delegação e avocação, desde que a lei não a tenha
previsto como exclusiva de determinado órgão ou agente e que tal possibilidade esteja
autorizada no texto legal.
Todo o ato administrativo, para ser reconhecido como válido, deve ser praticado
pela autoridade competente, nos termos da lei.

Finalidade

O ato administrativo deve ser praticado para atender ao interesse público. Caso o
agente pratique um ato administrativo visando ao fim mediato diverso do interesse público,
ocorrerá desvio de finalidade, o que torna o ato viciado e, com isso, passível de anulação.
Caso o gestor público identifique a existência de um ato administrativo divorciado
do interesse público e, portanto, ilegal por desvio de finalidade, deve dar início aos
procedimentos necessários à sua anulação.

22
Todo deve servidor representar ou levar ao conhecimento da autoridade superior as
irregularidades de que tiver conhecimento.

Forma

Em alguns casos, a lei ou o ato normativo dispõem sobre a forma com a qual a
vontade administrativa deve se exteriorizar. Nessas situações, caso não seja obedecida a
forma indicada, o ato conterá vício de legalidade, sujeitando-se à invalidação. Quando a
Administração Pública pretender revogar um ato por conveniência e oportunidade, ou anulá-
lo, por conter vício de legalidade, deverá observar, para a extinção, a mesma forma prevista
em lei para a sua criação.

Motivo (Teoria dos Motivos Determinantes)

Combinação da situação de fato com o direito aplicável, que dá origem à


manifestação de vontade da Administração Pública. O motivo antecede a ação da
Administração e pode ser visto como a sua fonte geradora.
A indicação do motivo é denominada de motivação. Os agentes públicos devem
oferecer a motivação dos atos que praticam. Essa motivação revelará a legalidade do ato,
pois os motivos indicados deverão necessariamente existir e ser verdadeiros, sob pena de
nulidade.
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: exigência de compatibilidade
entre o ato administrativo e os motivos que levaram à sua prática.

Objeto

Efeito jurídico que o ato administrativo pretende produzir. Alteração no mundo


jurídico que o agente administrativo visa a promover com a prática do ato. O ato
administrativo não poderá ter objeto ilícito, incerto, impossível ou imoral, situações que o
tornariam viciado.

ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Imperatividade

Possibilita que os atos administrativos sejam impostos independentemente da


vontade daqueles aos quais são dirigidos. Com isso, a Administração Pública está autorizada
a impor obrigações mediante atos unilateralmente produzidos, observados os limites ditados

23
pela Constituição e pela lei. Ela dá origem ao poder extroverso. Esse importante atributo,
não está presente em todos os atos, apenas naqueles que criam obrigações.

Presunção de Legitimidade

Quando são editados os atos administrativos, surge com eles a presunção de que são
praticados de acordo com as normas jurídicas vigentes, porque são emanados de pessoas
que compõem a Administração Pública.
Esta presunção não é absoluta, pois o ato pode ter sido praticado sem a observância
das normas aplicáveis, sendo, uma presunção relativa, ou seja, admite prova em contrário.
Com isso, o ônus de comprovar que foi praticado sem a observância das normas aplicáveis é
do administrado, já que o ato nasce com a presunção de que se encontra conforme a ordem
jurídica.

Autoexecutoriedade

Atributo que permite que os atos administrativos sejam executados desde logo,
produzindo imediatamente os seus efeitos, sem a necessidade de intervenção do Poder
Judiciário.
Em regra, os atos administrativos são auto executórios, pois o contrário implicaria
uma completa rigidez da atividade administrativa, impossibilitando que o interesse público
seja prontamente atendido. Contudo, nem todos os atos administrativos possuem este
atributo. A cobrança de multa administrativa e a desapropriação de imóveis, exigem a
intervenção judicial para que possam produzir os efeitos esperados.

24
DESPESA PÚBLICA

DEFINIÇÃO E CONSIDERAÇÕES GERAIS

Do ponto de vista contábil, a despesa pública pode ser considerada sob o enfoque
patrimonial ou orçamentário.

A DESPESA SOB O ENFOQUE PATRIMONIAL

Sob o enfoque patrimonial, a despesa, também chamada de Variação Patrimonial


Diminutiva, é um termo utilizado pela contabilidade para evidenciar a variação negativa da
situação líquida patrimonial resultante do aumento de passivos ou da redução de ativos de
uma entidade. Nessa perspectiva, a despesa pode ocorrer mesmo sem o desembolso de
recursos financeiros, como é o caso da depreciação e da baixa de um bem por doação, por
exemplo.

DESPESA SOB O ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO

Sob o enfoque orçamentário, a despesa é toda transação que depende de autorização


legislativa, na forma de consignação de dotação orçamentária, para ser efetivada.
A despesa pública é o meio indispensável para que o ente público possa cumprir
com os seus fins, de acordo com as suas possibilidades financeiras e na medida da
capacidade contributiva dos cidadãos, na condição de responsáveis pelo pagamento de
tributos.
Para a realização de uma despesa orçamentária são exigidos determinados
requisitos, essenciais para a sua validade, os quais se relacionam ao cumprimento de
princípios aplicáveis à Administração Pública, e a pressupostos de validade do ato
administrativo. A despesa pública deve observar os seguintes princípios:
Legalidade – O emprego dos recursos públicos deve ocorrer em estrita obediência a
Lei. Somente pode ser realizada uma despesa quando houver previsão na Lei Orçamentária.
Legitimidade – A ordem para a realização do gasto do recurso público deve ser
efetuada por autoridade ou agente público competente. A autoridade que ordenar/autorizar a
realização da despesa deve ser aquela que, por lei ou regulamento, tiver a competência para
tanto.

25
Oportunidade – O gestor, diante das múltiplas necessidades públicas a serem
satisfeitas, deve fazer a escolha pelo atendimento daquela que for considerada mais urgente
ou prioritária.
Publicidade – O emprego dos recursos públicos deve ser decidido e executado por
meio de processos abertos e transparentes.
Utilidade – A despesa obriga-se a ter como objetivo atender ao interesse coletivo e
não a um interesse meramente privado.

ETAPAS DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA

Planejamento

O planejamento orçamentário, de iniciativa do Poder Executivo, compreende três


instrumentos: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei
Orçamentária Anual (LOA).
No PPA, são estabelecidos, por um período de quatro anos e de forma
regionalizada, as diretrizes, objetivos e as metas, quantificados física e financeiramente, dos
programas da administração direta e indireta, de suas fundações, das empresas públicas e
das empresas em que o Estado detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social
com direito a voto.
A LDO orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual, de forma a selecionar,
dentre os programas incluídos no PPA, aqueles que terão prioridade na execução do
orçamento subsequente, estabelecendo parâmetros necessários à alocação dos recursos, bem
como ajustando as ações de governo às possibilidades de caixa do Tesouro do Estado.
A LOA autoriza as despesas do Governo de acordo com a previsão de arrecadação,
visando a concretizar os objetivos e as metas propostas no PPA, segundo as diretrizes
estabelecidas pela LDO.
A autorização constitui o crédito orçamentário inicial, e as importâncias nele
consignadas para atender a determinadas despesas são denominadas de DOTAÇÃO.
A LOA deve refletir, também, a participação popular na elaboração do orçamento,
seja mediante consulta, seja por meio de emendas apresentadas durante o processo de
apreciação e discussão do orçamento na Assembleia Legislativa.
Aprovada a LOA, diz-se que ocorreu a fixação da despesa, ou seja, a autorização
dada pelo Poder Legislativo para que as despesas constantes no orçamento sejam realizadas.
A realização de despesas não autorizadas no orçamento, ainda que de natureza pública,
configura grave irregularidade.

26
Durante o exercício financeiro, podem-se adicionar valores ao orçamento, quer
como reforço das dotações existentes, quer como dotação destinada a atender a despesas
decorrentes da criação de novos serviços, quer, ainda, em caráter urgente ou imprevisível
(CRÉDITOS ADICIONAIS). Se houver a necessidade de conter gastos, o Poder Executivo
pode editar Decretos de Contingenciamento, fixando as despesas abaixo dos limites
aprovados na LOA.
Uma vez fixada a despesa, esta poderá ser executada diretamente pelo órgão ou pela
entidade aos quais foram alocadas as dotações ou por outro órgão ou, outra entidade,
mediante a utilização de um recurso intitulado DESCENTRALIZAÇÃO DE CRÉDITOS
ORÇAMENTÁRIOS. A descentralização de créditos orçamentários é conhecida pelo nome
de REQUISIÇÃO DE DOTAÇÃO e pressupõe dupla ordenação: a do gestor que concede a
requisição e a do gestor que efetivamente executa a despesa.
Uma vez, aprovada a despesa no orçamento, não quer dizer que ela possa ser
imediatamente executada. A execução da despesa deve obedecer ao ritmo estabelecido pela
programação orçamentária e financeira, que consiste na adequação do fluxo dos pagamentos
ao fluxo dos recebimentos, limitando empenhos e movimentação financeira, com a
finalidade de atingir os resultados previstos na LDO, e impedindo a assunção de
compromissos sem respaldo financeiro.
A programação orçamentária e financeira objetiva adequar a execução das despesas
ao ritmo de ingressos da receita que, ocorre ao longo do ano e é fortemente condicionado
pelo contexto econômico em que atuam os contribuintes.
O gestor também deve fazer o seu planejamento com relação às despesas que estão
sob sua jurisdição. É conveniente que estabeleça as prioridades do setor que gerencia, em
consonância com o planejamento estratégico que deve estar em consonância com os
programas governamentais, em especial com aqueles considerados prioritários. A sugestão é
que o acompanhamento das dotações seja feito periodicamente.

Execução

Uma despesa de caráter discricionário tem início quando é aberto um processo em


que é solicitada a aquisição de materiais ou serviços necessários à execução de serviços
públicos ou à manutenção do órgão ou entidade.
Confirmados os pressupostos, é encaminhada a Solicitação de Recurso
Orçamentário (SRO). Nesse ponto, é indispensável que a classificação orçamentária da
despesa, em seus diversos aspectos, esteja definida, bem como o seu provável valor
Uma vez atendida a SRO, o que também é conhecido como liberação do recurso,
pode, então, o gestor efetuar os procedimentos administrativos destinados à escolha do
fornecedor e à sua contratação.

27
Escolhido o fornecedor e estabelecidas as bases de sua contratação, o gestor poderá
providenciar a execução orçamentária da despesa, mediante o empenho prévio, seguido da
liquidação da despesa e encerrando com o seu pagamento. O empenho deve anteceder a
assinatura do contrato. Os contratos, convênios e demais ajustes com repercussão financeira
só poderão ser firmados após o gravame do empenho à conta da respectiva dotação. Nos
casos em que o instrumento de contrato é facultativo, a Lei Federal nº 8.666/93 permite a
sua substituição pela nota de empenho.
A execução da despesa orçamentária se dá em três estágios: EMPENHO,
LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO.
Segundo Lei Federal nº 4.320/64, empenho é o ato emanado de autoridade
competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento
de condição. Ele inicia efetivamente a execução da despesa pública e é emitido pela unidade
que tenha recebido créditos orçamentários consignados no orçamento ou por
descentralização de créditos de outro órgão ou unidade orçamentária. Representa uma
garantia para o fornecedor (não pode haver despesa sem prévio empenho) e, é um controle
dos gastos (o empenho não pode exceder o limite de dotação concedida).
No empenho devem constar o nome e a especificação do credor e a importância da
despesa, bem como os demais dados necessários ao controle da execução orçamentária. O
empenho pode ser:
– Ordinário: valor do empenho é igual ao da compra ou serviço, e o pagamento,
pelo seu total, ocorrer em uma única vez.
– Estimativa: não é possível determinar o valor da despesa com exatidão. Caso o
valor estimado seja insuficiente para atender à despesa, admite-se a complementação do
empenho por meio de reforço.
– Global, valor do empenho é conhecido com exatidão, mas a sua execução,
necessariamente, ocorre de forma parcelada, como acontece com os aluguéis e nas
contratações de serviços contínuos (terceirização).
O empenho poderá ser cancelado no decorrer do exercício, da seguinte forma:
parcialmente, quando seu valor exceder o montante da despesa liquidada/realizada, e
totalmente, quando o serviço contratado não tiver sido prestado ou o material encomendado
não tiver sido entregue ou, ainda, quando a nota de empenho tiver sido emitida
incorretamente. O valor reverte-se à dotação, tornando-se disponível para um novo empenho
ou para descentralização. Existe também a situação em que os empenhos não liquidados
poderão ser objeto de cancelamento por falta de disponibilidade de caixa (financeira) no
encerramento do exercício financeiro
Segundo a Lei Federal nº 4.320/64, a liquidação consiste na verificação do direito
adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e os documentos comprobatórios do

28
respectivo crédito. A liquidação tem o propósito de apurar a origem da despesa, se o seu
objeto foi alcançado, o seu valor exato e a quem deve ser paga para extinguir a obrigação.
A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados deverá ter
por base o contrato, ajuste ou acordo respectivo, a nota de empenho e os comprovantes da
entrega do material e da prestação efetiva do serviço.
Este último aspecto – a comprovação da entrega do material e da prestação efetiva
do serviço – merece uma atenção especial do gestor, pois costuma ser o ponto crítico do
processo de liquidação da despesa. A comprovação da entrega de material se dá, na maioria
dos casos, mediante atestado aposto na nota fiscal pelo servidor que o receber. O atestado
assim aposto, que deve trazer o nome completo do servidor que o firmar e a sua identidade
funcional, não significa apenas que o material tenha sido recebido, mas – sim – que o foi na
quantidade solicitada e está de acordo com as especificações previstas no contrato.
Com relação aos serviços, o atestado é feito pelos chamados “fiscais do contrato”:
servidores designados para acompanhar a execução do contrato no âmbito de sua repartição.
É importante que o gestor oriente adequadamente os servidores encarregados de atestar a
execução da despesa, fornecendo-lhes, cópia do instrumento do contrato e/ou do empenho,
para lhes permitir confrontá-los com os bens ou serviços efetivamente recebidos.
O pagamento é o último estágio da despesa pública, caracteriza-se pelo despacho de
autoridade competente determinando que a despesa liquidada seja paga. Os pagamentos aos
credores do Estado do Rio Grande do Sul efetuados pela Administração Pública Direta e
pelas Autarquias e Fundações deverão ser efetuados obrigatoriamente por meio do crédito
dos valores em conta corrente bancária do beneficiário, sendo vedada a utilização da
modalidade Ordem de Pagamento.
Ainda sobre a execução da despesa, cabe assinalar o significado de Restos a Pagar e
de Despesas de Exercícios Anteriores.
Restos a Pagar representa as despesas empenhadas, mas não pagas até 31 de
dezembro. A inscrição em Restos a Pagar decorre da observância da competência
orçamentária para as despesas, e o seu pagamento é considerado como despesa
extraorçamentária na medida em que não tenha sido consignado no orçamento do exercício
em que será pago. Dividem-se em processados (quando já transcorreu o estágio da
liquidação) e não processados (quando não transcorreu o estágio da liquidação).
Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) são correspondentes a autorizações dadas
na LOA para atender compromissos gerados em anos anteriores. E, como hipóteses em que
o administrador público poderá recorrer ao empenho à conta de despesas de exercícios
anteriores, considerem-se as seguintes:
– Despesas que não se tenham processado na época própria, considerado
insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, dentro do
prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;
29
– Despesas cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda
vigente o direito do credor;
– Obrigações criadas em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do
beneficiário após o encerramento do exercício correspondente.
A DEA poderá ser usada para empenhar despesas cujos empenhos não liquidados
foram cancelados por insuficiência de caixa.

CONTROLE E AVALIAÇÃO

Essa fase compreende a fiscalização realizada pelos órgãos de controle e pela


sociedade.
Os órgãos de controle da Administração Pública dividem-se em interno e externo e
devem exercer, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
do Estado e dos órgãos e entidades da administração direta e indireta, e de quaisquer
entidades constituídas ou mantidas pelo Estado, quanto à legalidade, legitimidade,
moralidade, publicidade, eficiência, eficácia, economicidade, aplicação de subvenções e
renúncia de receitas. No Rio Grande do Sul, o controle externo é de competência do
Tribunal de Contas do Estado (TCE), e o controle interno é exercido pela Contadoria e
Auditoria-Geral do Estado (CAGE).
Para garantir a eficiência e a eficácia das funções exercidas pelos órgãos de
controle, são utilizados diferentes instrumentos: demonstrações contábeis, financeiras,
orçamentárias e patrimoniais, e os procedimentos de auditoria, Esses instrumentos
permitem, uma avaliação da gestão do órgão ou da entidade, em especial quanto ao
cumprimento dos objetivos e dos programas de trabalho e à observância das normas legais.
O orçamento participativo, a consulta popular, o plebiscito e a iniciativa popular de
emendar o orçamento são alguns dos mecanismos conquistados pela sociedade para exercer
esse controle.
O Estado disponibiliza à sociedade o Portal Transparência RS, acessível por meio
do endereço eletrônico que contempla os gastos e as receitas públicas dos Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário, bem como do Ministério Público e da Defensoria
Pública e o Pilas R$ (Plataforma de Informações de Livre Acesso à Sociedade) que permite
verificar e fiscalizar, em tempo real, as despesas e receitas do Estado, reproduzindo
informações já disponíveis no Portal da Transparência RS.
Lei de Acesso à Informação (LAI), prevê que as Instituições Públicas divulguem
proativamente informações via internet mediante procedimentos objetivos, ágeis,
transparentes e em linguagem de fácil compreensão, independentemente de requisição.

30
Cumpre salientar, que o gestor também é um agente de controle, é lícito que ele
estabeleça seus próprios controles no sentido de bem acompanhar a execução orçamentária
no órgão que administra, devendo manter bom relacionamento com os órgãos de controle.

31
BENS PÚBLICOS

INVENTÁRIO

ASPECTOS GERAIS

O inventário tem finalidade de apurar a existência física e os valores monetários,


abrangendo todos os setores do órgão ou entidade, e em todos os locais em que existam
bens móveis ou imóveis. O levantamento físico-financeiro dos bens deve ser realizado
pelo menos uma vez a cada ano, conforme estabelecido pelo Decreto Estadual nº
5.539/34.
Cabe a realização no início e no término das gestões). Excepcionalmente, pode-
se instaurar o inventário em datas diferentes, em decorrência, por exemplo, da
realização de auditorias especiais ou por força de sindicâncias.
O levantamento físico-financeiro deve ser elaborado por uma comissão composta
de, no mínimo, três servidores estranhos ao setor inventariado, nomeados pelo dirigente
máximo do órgão antes do início do levantamento.
Os procedimentos de inventário dos órgãos da Administração Pública Direta, das
Autarquias e das Fundações são estabelecidos pela Contadoria e Auditoria-Geral do
Estado – CAGE.

ATA DE INVENTÁRIO E OUTROS DOCUMENTOS

Ao final do levantamento, deve ser elaborada uma ata, onde serão anotadas e
descritas quaisquer divergências entre as quantidades físicas contadas (identificadas)
com as quantidades registradas no sistema de controle patrimonial do órgão, e as
demais ocorrências relevantes.
Os originais das atas, assinadas, os atos designatórios dos membros da
comissão de inventário, os formulários e demais documentos utilizados pela comissão
devem ser arquivados nos respectivos setores responsáveis pela guarda dos bens do
almoxarifado ou pelo controle dos bens móveis e imóveis.
As cópias dos documentos, autenticadas pelo presidente da comissão, devem
ser enviadas à seccional da CAGE (Administração Direta) ou ao setor contábil
(Administração Indireta), e ao respectivo ordenador de despesa, o qual, no caso de
constatadas divergências ou inconsistências, terá que adotar as providências para apurar
o ocorrido, informando-as em seu processo de tomada de contas anual junto ao Tribunal
de Contas do Estado.

32
INVENTÁRIO DE BENS MÓVEIS

O inventário dos bens móveis deve ser realizado em conformidade com as


seguintes regras:
Descrição e localização dos bens – Realizar a perfeita identificação dos bens (nº da
plaqueta de patrimônio), com a adequada descrição de suas características, quantidades, e
dos setores onde se encontram. As faltas constatadas na contagem de um item não podem,
sob hipótese alguma, ser compensadas pelas sobras de outros; e essa contagem física deve
ser efetuada na sua totalidade e jamais por amostragem.
Deve ser elaborada a relação de bens do órgão em poder de terceiros e de bens de
terceiros em poder do órgão, com indicação expressa da existência ou não do instrumento de
cessão de uso desses bens.
Mensuração – No inventário e nos registros patrimonial e contábil, a quantidade
dos bens em peso, comprimento, área ou volume deve ser expressa segundo o sistema
métrico decimal em vigor.
Avaliação – Os bens devem ser avaliados, utilizando a unidade monetária vigente
no País, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção, no caso dos bens móveis, e pelo
preço médio ponderado das compras, no caso dos materiais de consumo. E, tanto no
inventário como nos respectivos registros, nenhum bem poderá constar sem valor, por
menor que seja, admitindo-se, no entanto, a avaliação por lotes de bens idênticos.
Ajustes – Os saldos contábeis devem ser ajustados pelas adições e exclusões
verificadas por meio do inventário, que ocorrerem até 31 de dezembro do ano corrente, a
fim de que o saldo constante no Balanço Patrimonial expresse as reais e efetivas existências
no encerramento do exercício financeiro do órgão ou da entidade.

INVENTÁRIO DE BENS IMÓVEIS


O inventário anual dos bens imóveis deve ser promovido pelo Departamento de
Administração do Patrimônio do Estado, vinculado à Secretaria da Modernização
Administrativa e dos Recursos Humanos – SMARH.
Conforme o Decreto nº 35.928/95 compete à SMARH, na condição de Órgão
Central do Sistema Integrado de Gerência do Patrimônio Imobiliário, entre outras ações, a

33
administração, o tombamento, o cadastro, o registro, o controle financeiro e a fiscalização
dos bens imóveis do Estado.
Cabe à Divisão de Administração e Controle de Imóveis do Departamento de
Administração do Patrimônio do Estado da SMARH “realizar vistorias, notificações e
caracterização de bens imóveis, de forma a manter atualizado o cadastro”, bem como “gerir
o cadastro dos imóveis da Administração Pública Estadual Direta, Autarquias e Fundações
de Direito Público do Estado”.

FALTA DE BENS

Não raro, nos inventários realizados ao final de cada exercício financeiro,


identifica-se a falta de alguns bens, que deve ser apontada nas atas de inventário, cujas
cópias são, posteriormente, encaminhadas ao setor de Controle Patrimonial e ao ordenador
de despesa do órgão. Ao tomar ciência do ocorrido, o gestor do órgão deve adotar as
devidas medidas administrativas com o objetivo de buscar a localização dos bens faltantes,
que, muitas vezes, estão extraviados.
Caso não seja possível localizá-los, será necessário proceder a sua baixa por perda
ou desaparecimento, mediante processo administrativo, no qual deve constar a autorização,
para tanto, do ordenador de despesa, com a devida justificativa. Concomitantemente, cabe
ao gestor, conforme o caso, instaurar uma sindicância para apurar os prejuízos e as
responsabilidades decorrentes da perda dos bens.
O processo de baixa do bem deve mencionar o processo de sindicância instaurado,
para que um procedimento seja adotado independentemente do resultado do outro, pois,
neste caso, há duas situações distintas: uma, que é o registro patrimonial e contábil da perda
do bem, visto que o bem não mais existe fisicamente, e a outra, que são os procedimentos
administrativos de apuração do prejuízo e da responsabilidade pelo dano (sindicância) e de
adoção de medidas para assegurar a reposição ou o ressarcimento do bem faltante, as quais
(a apuração dos prejuízos e da responsabilidade e a adoção de medidas) precisam ser
comprovadas, sob pena de responsabilização do ordenador de despesa por ato omissivo
contrário ao interesse público.
Enfatize-se que, no processo de sindicância, devem ser arrolados os bens que
desapareceram e os seus valores, para fins de reposição/ ressarcimento, bem como devem
ser identificados os responsáveis pelo ocorrido. Na hipótese de a sindicância não conseguir
identificar os responsáveis, a responsabilidade pelo ocorrido poderá recair sobre os
servidores detentores da carga patrimonial respectiva.
No processo de sindicância, também deve ser investigado se houve descuido, por
parte dos detentores da carga patrimonial, quanto à forma como receberam, guardaram e
conservaram os respectivos bens. É importante que sejam verificadas as condições de acesso

34
de terceiros ao local onde os bens eram conservados e guardados, durante e após o horário
de expediente.
Cabe assinalar que a ausência de locais apropriados para guardar bens e o livre
acesso a chaves de salas ou armários são exemplos evidentes da falta de cuidado na guarda
dos bens móveis do ente público, assim como a falta de conserto ou a exposição inadequada
de bens a intempéries demonstra falta de conservação. Ressalte-se, ainda, que o servidor
detentor de carga patrimonial deve comunicar formalmente à autoridade (chefia) superior as
falhas que constatar na forma como os bens são conservados e guardados. Dessa forma,
ficará caracterizada, em princípio, a exoneração de sua responsabilidade em caso de perda
de bens, a qual será transferida à autoridade (chefia) superior em razão de sua, hipotética,
omissão em adotar as medidas cabíveis para evitar a perda patrimonial.
Se, após todos esses exames, ficar comprovado que os detentores das respectivas
cargas patrimoniais adotaram todos os cuidados no recebimento, na guarda e na conservação
dos bens e que suas chefias superiores também adotaram todos os procedimentos cabíveis e
necessários, as suas responsabilidades poderão, em princípio, ser elididas e o prejuízo,
assumido pelo Estado, caracterizando-se como situação de caso fortuito ou de força maior, o
que deve ser devidamente fundamentado e demonstrado pelo ordenador de despesa em
processo administrativo, sujeito, contudo, ao exame e parecer dos órgãos de controle interno
e externo. Se, ao contrário, restar evidenciado que não foram adotadas todas as providências
pertinentes e recomendáveis, de forma tempestiva, contribuindo tal fato para a perda
patrimonial, caberá o devido ressarcimento do bem pelos responsáveis indicados pela
sindicância, ou pelos detentores da carga patrimonial, ou, ainda, pelo ordenador de despesa.

AVALIAÇÃO DO BEM A SER RESSARCIDO

Posteriormente à identificação dos responsáveis pela perda de bens, faz-se


necessário promover medidas administrativas que contemplem o exigido ressarcimento ou a
reposição dos bens.
A reposição do bem constitui na sua substituição por outro bem, que poderá ser
novo ou usado, devendo ter as mesmas especificações técnicas e condições de uso e
conservação daquele que está sendo reposto. Já para o cálculo da importância equivalente ao
preço de mercado, deve ser realizada pesquisa de preços junto aos estabelecimentos que
comercializam o bem similar ou equivalente. É recomendável que a pesquisa abranja, no
mínimo, três estabelecimentos comerciais, sendo anexados no processo documentos que a
comprovem, sendo que o preço de mercado, para fins de ressarcimento, deve corresponder à
média dos preços praticados. Ressalte-se que cabe ao ordenador de despesa mencionar tais
providências no processo de contas de gestão que será encaminhado ao Tribunal de Contas
do Estado para julgamento.

35
BAIXA DE BENS

É o processo de exclusão do bem do acervo patrimonial do Estado, por alienação ou


por perda.

Baixa por Alienação

Alienação de bens públicos é a transferência de sua propriedade a terceiros, quando


há interesse público na transferência e desde que observadas as normas legais pertinentes. A
alienação pode decorrer, fundamentalmente, da execução de políticas governamentais ou da
perda de utilidade do bem público para o ente, por ter se tornado obsoleto, antieconômico ou
inservível.
Um bem se torna obsoleto quando, embora em perfeitas condições de uso, não
estiver sendo utilizado por estar ultrapassado; antieconômico, quando sua manutenção e/ou
recuperação for onerosa ou seu rendimento precário em virtude de uso prolongado ou
desgaste prematuro; e inservível, quando não mais puder ser utilizado para o fim a que se
destina, sua recuperação for inviável ou houver risco de perecimento.
Para iniciar o processo de baixa, o responsável pelo patrimônio deve requerer ao
titular do órgão autorização nesse sentido, mediante expediente administrativo. Para isso,
deve o ordenador de despesa deliberar sobre a destinação do bem, determinando, conforme
o caso, a sua disponibilização à Secretaria da Modernização Administrativa e dos Recursos
Humanos - SMARH para alienação ou redistribuição a outro órgão ou entidade.
A alienação dos bens públicos pode ocorrer sob diversas formas, tais como venda,
doação, permuta, dação em pagamento, investidura e concessão de domínio.

Baixa por Perda

A baixa por perda consiste no procedimento de formalização da baixa de um bem


que, de fato, não existe mais fisicamente, por ter sido objeto de eventos tais como roubo,
furto, sinistro, perecimento ou destruição. Ao ocorrer o desaparecimento de um bem
patrimonial, total ou parcial, por um desses fatores, cabe ao agente comunicar o fato,
imediatamente, ao responsável patrimonial, que o levará ao conhecimento do titular do
órgão, o qual deve providenciar, conforme o caso, a instauração de sindicância para
apuração dos prejuízos e dos responsáveis.
Conforme mencionado anteriormente, a exoneração de responsabilidade do agente
público, em decorrência da falta, da deterioração ou da diminuição de bens públicos, por
caso fortuito, força maior ou perecimento verificar-se-á mediante apuração rigorosa do fato,
resultando na convicção da inimputabilidade ao agente, por dolo ou culpa, mesmo leve,
oriunda de negligência ou descuido, em vista de ter usado de todos os meios adequados no
recebimento, na guarda, na conservação ou na entrega dos bens a ele confiados.

36
Na hipótese de ser verificada a responsabilidade do servidor, deve ser buscado o
integral ressarcimento do bem extraviado ou danificado, mediante a sua reposição ou
recebimento de quantia equivalente ao seu preço de mercado, à época do efetivo
recolhimento, levando-se em consideração o seu estado de conservação.
Independentemente do processo de apuração de responsabilidade sobre a perda do
bem, a sua baixa deve ser devidamente autorizada e processada, sendo esse processo
remetido aos responsáveis pelos setores de controle contábil e de controle de movimentação
patrimonial para que sejam efetivados os devidos registros. As informações relativas às
providências adotadas para o esclarecimento das situações de baixa de bens por perda
devem ser mencionadas na tomada de contas dos ordenadores de despesa, para fins de
julgamento pelo Tribunal de Contas do Estado.

37
DIÁRIAS

Indenização pecuniária destinada à cobertura das despesas com hospedagem e


alimentação do servidor quando ocorrer o deslocamento temporário de sua sede (local de
exercício permanente), por motivo de serviço ou para participação em eventos ou cursos de
capacitação.

CONCESSÃO

O servidor, quando se deslocar de sua sede, temporariamente, em objeto de serviço


perceberá somente diárias.
A diária é concedida por dia de afastamento, sendo devida, PELA METADE (artigo
7º do Decreto Estadual nº 24.846/76) quando:
a) não ocorrer, no dia a que corresponda, pernoite fora da sede, e quando ocorrer,
não for indispensável para o bom desempenho do serviço.
b) o deslocamento for para o interior do próprio município, mas somente no caso
de a distância percorrida ser superior a 50 km.
c) as despesas de hospedagem, excluída a alimentação, forem pagas diretamente
pelo Estado ou por outra Entidade, não correndo à conta do servidor.
d) policiais militares deslocarem-se para frequentar curso ou estágio fora da sua
sede, mas dentro do Estado.

NÃO CABERÁ a concessão de diárias (§ 2º, do artigo 6º do Decreto Estadual nº


24.846/76) quando:
a) o deslocamento for exigência permanente do exercício do cargo, ou da
atribuição.
b) o servidor utilizar meio de transporte que já inclua em seu preço alimentação e
pousada pelo tempo em que durar essa espécie de transporte.
c) o deslocamento for efetuado para atender à convocação da Justiça Civil ou
Militar em processo em que o próprio servidor seja indiciado.
d) o deslocamento fora da sede não implicar qualquer despesa de alimentação,
estadia ou pernoite.
e) o deslocamento, por motivo de saúde, não for resultante de acidente em trabalho
ou moléstia profissional;

38
f) o deslocamento for para localidades distantes até 50 km da sede e não implicar
pernoite. Nesse caso, o servidor será ressarcido das despesas comprovadas com alimentação
até o limite máximo de 50% do valor da diária (ressarcimento de despesas com
alimentação).
O deslocamento para fora de sua sede deverá ser formalizado mediante processo
administrativo, instruído pela autoridade requisitante e autorizado pelo dirigente máximo do
órgão, contendo a descrição do motivo do deslocamento (objeto de serviço, eventos ou
cursos de capacitação), o qual deverá estar em conformidade com as atribuições/atividades
do cargo ou da função exercida.
Os afastamentos para fora do País e para outros Estados e Distrito Federal ficam
condicionados à prévia autorização de autoridade competente.
A solicitação de diárias é feita com o preenchimento de uma requisição de
pagamento de diárias, contendo o nome do servidor, a identidade funcional/matrícula, o
cargo ou a função, a(s) localidade(s) de destino, o período de afastamento, a finalidade da
viagem (objeto do serviço), o número e o custo das diárias.

TIPOS DE DIÁRIAS

Diária Normal: Deslocamentos dentro do território nacional, podendo possuir


valores diferentes de indenização.
Diária Especial: Indeniza viagens para o exterior. São autorizadas por ato
específico do Governador, que estabelece o seu valor em moeda estrangeira.

PAGAMENTO DE DIÁRIAS

Formas de Pagamento

Em regra, a diária deve ser paga de forma antecipada, conforme requisição


autorizada e formalizada em processo administrativo.
Se o afastamento se prolongar por tempo superior ao previsto na requisição, será
devida a indenização correspondente. Se for menos tempo, a diferença será recolhida aos
cofres públicos.
Se ocorrerem deslocamentos várias vezes no mesmo mês, a prestação de contas
começará a contar a partir do término de último dia de deslocamento, devendo as diárias ser
requisitadas com antecedência e uma só vez, para posterior prestação de contas em um
único processo.
Requisitos para o pagamento por adiantamento:
39
a) a solicitação do adiantamento será exclusiva para o pagamento de diárias, não se
admitindo inclusão de outras despesas.
b) o responsável pelo adiantamento deverá informar, para cada pagamento de
diária, o nome, a identidade funcional/matrícula e o CPF do servidor; o tipo de diária; o
motivo da diária; o período de deslocamento; os municípios de origem e de destino do
deslocamento; a quantidade de diárias e/ou de meias diárias, e o valor pago.
c) o responsável pelo adiantamento fica proibido de indenizar diárias em seu
próprio benefício.

Valores

O servidor fará jus à diária em valor integral, sempre que necessitar de pernoite.
Um quarto (1/4) do valor da diária integral é pago quando não for possível a
comprovação da despesa com alimentação a ser ressarcida (em face de deslocamento para
localidade distante até 50 km da sede, que não implica pernoite), por inexistência de
estabelecimento habilitado para fornecimento de refeições e cuja situação é de
conhecimento da chefia imediata.

Tabela de Pagamentos

Os valores das diárias dos servidores públicos do Poder Executivo são determinados
de acordo com um valor básico, fixado em lei e vinculados aos cargos e existentes no
Estado.

RESSARCIMENTO DE DESPESAS COM ALIMENTAÇÃO

Quando o deslocamento ocorrer em distância inferior a 50 km da sede e não for


necessário pernoite, o servidor não terá direito à diária, mas poderá ser ressarcido das
despesas comprovadas com alimentação, limitadas, porém, a 50% do valor da diária.
Se não for possível a comprovação das despesas com alimentação, em face da
inexistência de fornecedor de refeição no local do deslocamento, a chefia imediata poderá
autorizar o pagamento de 25% do valor integral da diária.

40
PRESTAÇÃO DE CONTAS

Prazos

O servidor que receber diárias antecipadas deve prestar contas à autoridade


requisitante, contados da data do regresso.
A prestação de contas será submetida à autoridade requisitante que, no prazo de dez
dias, deverá encaminhá-la ao ordenador de despesa para homologação. Em caso de
homologação, encaminhará essa informação, também no prazo máximo de dez dias, ao
órgão contábil para proceder à baixa.

Formalização do Processo

A prestação de contas deverá ser formalizada em processo administrativo, que, ao


final, ficará sob a guarda das Unidades de Finanças até a baixa da responsabilidade do
ordenador de despesa perante o Tribunal de Contas do Estado.
O processo será instruído, consoante com os seguintes documentos:
a) requisição para concessão das diárias, contendo nome, identidade
funcional/matrícula, cargo e/ou função do servidor, localidade de destino, período de
afastamento, finalidade da viagem, número de diárias e de meias diárias e o seu custo total.
b) comprovante do deslocamento e do respectivo período, com apresentação de um
dos seguintes documentos: Notas fiscais das despesas com alimentação e/ou hospedagem,
identificadas com o nome do servidor; Bilhetes de passagens aéreas (ida e volta)
identificados com o nome do servidor; Cópias de atas de reuniões realizadas no destino que
identifiquem a participação do servidor; Atestado de autoridade pública, confirmando a
presença do servidor; Comprovantes de audiências, devidamente identificados.
c) comprovante de recolhimento de eventuais saldos não utilizados (diárias
solicitadas e não utilizadas).

Pontos de Controle

Pontos passíveis de controle pelo gestor:


– Exigir a apresentação do ticket do check-in que comprova o efetivo embarque,
quando a comprovação do deslocamento for unicamente por meio de bilhete de passagem
aérea.
– Não aceitar, como comprovantes de despesa com alimentação e/ ou hospedagem,
as chamadas notas de despesa emitidas por alguns estabelecimentos comerciais, as quais
geralmente não possuem numeração, nem indicam o CNPJ do estabelecimento.

41
– Verificar, para efetuar o pagamento de diária completa, restando comprovada a
despesa com hospedagem, a hipótese de o servidor ter-se deslocado de sua sede no início da
madrugada e, chegando ao destino, ter-se utilizado de acomodações de um hotel, retornando
à sua sede no mesmo dia.
– Analisar os documentos que compõem a prestação de contas, atentando para sua
veracidade e idoneidade. A nota fiscal, esta deverá seguir o modelo previsto na legislação
fiscal reguladora do respectivo tributo, devendo ser exigida a primeira via, com informações
mínimas, tais como a numeração, o CNPJ do estabelecimento, a data de emissão e a
identificação do servidor.
– Verificar se as notas fiscais apresentadas foram emitidas por estabelecimentos
comerciais que desenvolvam atividades de alimentação e hospedagem.
– Utilizar o mesmo processo administrativo usado para a requisição de diárias e a
sua correspondente prestação de contas.

SANÇÕES

Quando não efetuar no prazo fixado a prestação de contas, não lhe sendo
concedidas novas diárias enquanto permanecer nessa situação. Estará sujeito a ter de
ressarcir o valor, sendo admissível, inclusive, o desconto do respectivo valor em sua folha
de pagamento.
O ordenador de despesa, a autoridade requisitante e o servidor beneficiário da diária
respondem solidariamente por atos praticados em desacordo com a legislação em vigor
sobre indenizações de diárias.
E, ainda, sujeitar-se-á à punição disciplinar e à glosa o servidor que prolongar
indevidamente sua permanência fora da sede para obter um número maior de diárias.

42
AJUDA DE CUSTO

Vantagem de natureza pecuniária e indenizatória, prevista em lei ou em estatuto


específico de uma determinada carreira, destinada a compensar as despesas de instalação do
servidor público que, no interesse do serviço, passe a ter exercício em nova sede, com
mudança de domicílio em caráter permanente.
Será devida a concessão dessa vantagem para o servidor efetivo designado para o
exercício de função gratificada ou nomeado para cargo em comissão, com mudança de
domicílio. Correm também, por conta da Administração Pública as despesas de transporte
do servidor e de sua família, compreendendo passagens, bagagens e bens pessoais.

REQUISITOS PARA A CONCESSÃO E VEDAÇÕES

Os requisitos para a concessão de ajuda de custo e as vedações relativas:


– A remoção do servidor para a nova sede somente poderá efetivar-se em
conformidade com as suas atribuições de caráter permanente do cargo.
– Em caso de remoção de servidor que implicar o pagamento de ajuda de custo, será
obrigatória a instauração de processo administrativo, no qual fique demonstrado o motivo da
remoção e a necessidade ou não da mudança permanente de domicílio, com a devida
autorização da autoridade máxima do órgão da sede atual.
– O pagamento da ajuda de custo dar-se-á antecipadamente à mudança de
domicílio.
– O servidor deverá fazer prova da mudança de domicílio no prazo máximo de
trinta dias, contados da data do pagamento, sob pena de restituição do valor recebido,
devidamente atualizado.
– Na remoção de servidor para Município limítrofe da sede atual, ou para região
servida por transporte urbano regular, é vedado o pagamento de ajuda de custo quando não
ficar demonstrada a necessidade de mudança de domicílio em caráter permanente.
– Ao servidor que se afastar do cargo ou reassumi-lo em virtude de mandato eletivo,
bem como em caso de remoções sucessivas e para desempenho de atividades temporárias,
não será concedida ajuda de custo.
– No afastamento de servidor para exercício de cargo em comissão, em outro órgão
ou entidade da União, do Distrito Federal, dos Estados ou dos Municípios, é vedado o
pagamento de ajuda de custo.

43
VALORES DEVIDOS

O valor da ajuda de custo é calculado sobre a remuneração do servidor, conforme


disposto em Regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a três meses
da remuneração. Como regra e de acordo com o estabelecido na legislação, o valor da ajuda
de custo será correspondente a uma vez a remuneração do servidor correspondente ao mês
do pagamento.
O valor e as demais condições de concessão da ajuda de custo para o servidor cuja
carreira contenha a previsão de pagamento desta indenização em legislação própria serão
aqueles nela estabelecidos.
Há, um valor de ajuda de custo que é arbitrado pelo Chefe do Poder Executivo e
que ocorre em caso de o servidor ser designado para missão ou estudo no exterior.

PRESTAÇÃO DE CONTAS

O servidor que receber ajuda de custo deverá, por meio de processo administrativo,
prestar contas a sua chefia imediata no prazo de até 30 dias a contar da data do pagamento, a
qual remeterá esse expediente, para fins de homologação, ao ordenador de despesa.
Na prestação de contas, o servidor, em regra, deverá instruir o respectivo processo
com a seguinte documentação:
– Comprovantes da mudança permanente de domicílio, juntamente com os
demonstrativos das despesas de transporte pagas pela Administração (contrato de locação de
imóvel, documento comprobatório de aquisição de casa própria, notas fiscais de mudança
onde conste o endereço completo e o nome do servidor).
- Cópia do ato da remoção, devidamente publicado no Diário Oficial do Estado.
- Atestado de exercício efetivo na nova sede.
- Comprovante do novo endereço. (conta de água, conta de luz)
No prazo de cinco dias, a contar do recebimento do processo de prestação de
contas, o ordenador de despesa procederá à homologação, ou não, da prestação de contas,
comunicando tal fato ao órgão contábil para fins de baixa, ou não, da responsabilidade
funcional. O processo deverá permanecer à disposição do órgão de controle até a decisão do
Tribunal de Contas sobre a tomada de contas do ordenador de despesa.

44
RESPONSABILIDADES E SANÇÕES

A autoridade responsável pela remoção, o ordenador de despesa, bem como o


servidor beneficiado respondem solidariamente pelos atos praticados em desacordo com as
regras legais.
O ordenador de despesa é quem tem a responsabilidade de determinar o
recolhimento ou o desconto em folha de pagamento do valor da ajuda de custo que tenha
sido concedida indevidamente, ou cuja documentação apresentada na prestação de contas
não seja considerada em conformidade com a legislação reguladora, ou, ainda, nos casos em
que o servidor não tenha efetuado a entrega da própria prestação de contas.
Na hipótese de o servidor não prestar contas no prazo estabelecido, ficará
impossibilitado de perceber quaisquer valores de mesma natureza até a regularização da
pendência, sujeitando-se, além disso, ao ressarcimento, inclusive mediante desconto em
folha de pagamento, do valor recebido a título de ajuda de custo. O servidor fica obrigado a
restituir o valor da ajuda de custo, devidamente atualizado, quando, injustificadamente, não
se apresentar na nova sede, no prazo de 30 dias.
OBSERVAÇÃO: As despesas de transporte do servidor e família, deverão ser
indenizadas pelo órgão da sede atual. Não estão englobadas no valor pago a título de ajuda
de custo.
O pagamento de ajuda de custo independe da comprovação da despesa de mudança
e instalação. É exigida a prova de fixação no novo domicílio.

45
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Obrigação de indenizar os danos patrimoniais ou morais que seus agentes, no


desempenho de suas funções, agindo em seu nome, venham a causar a terceiros.

TIPOS DE RESPONSABILIDADE

O fato causador de responsabilidade pode ter reflexos de natureza civil,


administrativa e penal. O tipo de responsabilidade depende da natureza da norma jurídica
infringida.

ELEMENTOS OU PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL


OBJETIVA

Para que configurar a responsabilidade, é necessária a presença dos elementos:


Conduta: a conduta imputável ao Poder Público, considerando-se qualquer ato de
agente de pessoa jurídica de direito público ou de pessoa jurídica de direito privado,
prestadora de serviço público, independentemente de culpa ou dolo, salvo quando se tratar
de responsabilidade por omissão.
Dano: o dano poderá ser material ou moral. Sem a existência do prejuízo, não há
que se falar em responsabilidade.
Nexo causal (ou relação de causalidade): é o vínculo entre a conduta do agente e
o resultado por ela produzido (o dano ao terceiro).

RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO

Quando a atuação das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas jurídicas de
direito privado prestadoras de serviços públicos causarem danos a terceiros, responderá o
Estado de forma objetiva, não se investigando acerca do elemento subjetivo. Somente será
possível afastar a responsabilidade civil do Estado quando demonstrada a inexistência de
nexo causal entre a conduta do agente e o resultado danoso.
Quando se alega que o dano decorreu de omissão estatal, prevalece entendimento
diverso. Na responsabilidade por omissão, entende-se necessária a demonstração da culpa
estatal.

46
Isso significa que, para que surja ao Estado o dever de indenizar, será necessário
demonstrar que a omissão causadora do dano se deu de forma intencional ou por
negligência, imprudência ou imperícia dos agentes estatais. Não basta a simples omissão.
Em casos excepcionais e graves, poderá haver a objetivação da responsabilidade
por ato omissivo, a qual, em regra, será objetiva (Segundo precedente do STF).

SUJEITOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Três são os sujeitos que figuram na relação jurídica que envolve a responsabilidade
civil da Administração Pública: o ente público ou o ente privado prestador de serviço
público, o agente público e o terceiro lesado. São responsáveis pelos danos quaisquer das
pessoas jurídicas de direito público e determinadas pessoas jurídicas de direito privado
(empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas constituídas com
personalidade de direito privado, que prestem serviços públicos), e as empresas prestadoras
de serviços públicos em regime de concessão ou permissão. O terceiro é aquele que sofreu o
prejuízo resultante do ato praticado pelo agente estatal. Observação: Agente público é uma
expressão ampla que abrange os agentes políticos, os servidores públicos e os particulares
em colaboração com o Estado.

INDENIZAÇÃO

O Código Civil de 2002 positivou o princípio da reparação integral do dano,


assegurando ao lesado que a indenização será calculada considerando a extensão dos
prejuízos por ele sofridos. Assim, em consequência do ato do agente público, o Estado deve
indenizar os danos causados a terceiros, reconstituindo-se integralmente o seu patrimônio.
Devem ser reparados os danos materiais e os danos morais, podendo haver a cumulação de
ambos.

AÇÃO DE REGRESSO

A ação de regresso é aquela em que o Estado busca no patrimônio do servidor


causador do dano o valor que teve que indenizar ao terceiro lesado, ressarcindo o erário.
Nos termos da CRFB/88, exige-se, para que surja o direito de regresso, que o agente público
tenha agido de forma dolosa ou, ao menos, tenha desempenhado suas atribuições de forma
negligente, imprudente ou imperita.
Uma vez verificado que a ação estatal decorreu de culpa lato sensu, é impositiva a
propositura da ação regressiva, não sendo mera faculdade da autoridade responsável.
Desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe são incumbidos, dentro de suas

47
atribuições, é dever do servidor, nos termos do Estatuto dos Servidores Públicos Civis do
RS. Sendo assim, o servidor que se conduza de acordo com as disposições estatutárias, terá
diminuída a possibilidade de atuar de forma culposa, restando também reduzida a
probabilidade de ver contra si ajuizada uma ação regressiva.

48
INSTRUÇÃO REGULADORA Nº003/ Adm/Exc-20

Regular os procedimentos a serem adotados relativo à elaboração, execução e


controle das escalas de serviço ordinário, efetividade, controles e lançamentos no RHE, e
para os pagamentos de etapas de alimentação e de gratificação por exercício de serviço
extraordinário
Definição dos conceitos previstos nesta Instrução Reguladora:
1) Serviço: é a atividade interna ou externa, em decorrência de dispositivo legal,
gerenciada por um Comandante. É considerado serviço, desde que comprovado (atas,
certidões, publicações em Boletim, etc), instrução, treinamento, formaturas, representações,
reuniões externas, comparecimento em audiências relacionadas a atos de serviço.
2) Serviço ordinário: Jornada normal de trabalho.
3) Serviço extraordinário: extensão imprescindível da jornada normal de trabalho
para atender situações excepcionais e temporárias, por imperiosa necessidade de serviço,
ligadas à atividade fim do Corpo de Bombeiros Militar, mediante juízo de conveniência do
Comandante da Unidade, e previamente autorizada pelo Comando.
4) Serviço externo: atividades diretamente relacionadas com o público externo no
exercício de atividades próprias de bombeiros.
5) Serviço interno: é o conjunto de atividades que, por suas características de
permanente e contínuo apoio ao serviço externo e de atendimento ao público, não podem ter
solução de continuidade nas vinte e quatro horas.
6) Turno de serviço: período temporal para emprego em escala ordinária de 06 a
12 horas.
7) Jornada de serviço: período de emprego coincidente ou decorrente do
somatório dos turnos de serviço, compreendendo as 24 horas.
8) Descanso ou intervalo de descanso: afastamento total concedido entre um turno
de serviço/jornada de serviço e o outro subsequente.
9) Ciclo de serviço: é o somatório da jornada de serviço e o período de descanso,
exemplo 24 x 72.
10) Jornada semanal: horas trabalhadas em uma semana, que corresponde a 07
dias ininterruptos.
11) Jornada de compensação: período de emprego em mais de um turno de
serviço, sequencialmente, no mesmo dia, com a respectiva e imediata compensação da carga
horária de turnos de serviços equivalentes, nos dias subsequentes.

49
12) Folga: afastamento total concedido conforme legislação e com periodicidade
variada, segundo o seu ciclo de serviço e conforme o planejamento dos Comandantes, desde
que não tenha sofrido afastamento, no período aquisitivo, por motivo diverso (falta,
dispensa médica.), quando inicia nova contagem.
13) Folga compensatória: afastamento total concedido no mês subsequente para
compensar a carga horária trabalhada em excesso no mês anterior e não indenizada com
pagamento de horas extras.
14) Escala ordinária: é a previsão de emprego em situação ordinária ou de rotina
do OBM, devendo haver controle de variáveis e, se possível, distinção sobre as executadas
em dias úteis e as executadas em domingos e feriados.
15) Escala especial: é a previsão de emprego na atividade de bombeiro, em
situação extraordinária, ou em atividade administrativa fora dos padrões normais de sua
jornada de trabalho, para atender demandas de segurança pública, por um tempo
determinado.
16) Escala de sobreaviso: previsão da possibilidade de chamada para emprego em
atividade em situações ordinárias ou especiais. Permanece em sua residência, atento e
prevenido da possibilidade de ser chamado para qualquer missão, conforme regulado na
presente Instrução Reguladora.
17) Escala de prontidão: militar estadual permanece no OBM em condições de
deslocar do quartel tão logo lhe seja determinado pelo escalão superior para cumprimento de
missão.
18) Escala de trabalho domiciliar: situação em que, por força de situações
excepcionais previstas em lei ou em decreto e autorizadas mediante Portaria do
Comandante-Geral o Bombeiro pode desempenhar de atividades administrativas possíveis
de serem realizadas de seu domicílio.
19) Atividade de formação e qualificação profissional: cursos de especialização,
qualificação e de formação, realizados sob supervisão da Academia de Bombeiro Militar e
aprovados pelo Comando.
20) Sistema de Recursos Humanos do Estado (RHE): ferramenta para gestão de
recursos humanos que integra dados e informações pertinentes a todas as funções gerenciais
de pessoal, ligadas diretamente à folha de pagamento.
21) Frequência: registro da assiduidade ao trabalho e motivos de afastamento
22) Efetividade: controle diário do exercício da função pública.
23) Setor: representação numérica do órgão onde o servidor está classificado ou
lotado (RHE).

50
DA CARGA HORÁRIA DE TRABALHO DOS BM

1) Carreira dedicação exclusiva e disponibilidade permanente.


2) A carga horária ordinária semanal é de 40 horas.
3) carga horária diária de trabalho, sem considerar os dias de descanso remunerado,
equivale a 5,7 horas (342 minutos)
4) A carga horária ordinária de trabalho mensal (não abater da contagem os dias de
feriados ou pontos facultativos). 160, 165, 171 e 177 horas, já deduzidos os períodos de
descanso remunerado, cabendo o pagamento de HE ou folga ao que for excedente.
5) Os dias em que estiver afastado do serviço por motivos regulamentares (férias,
licenças, dispensas,) quando lançados no sistema RHE, deverão ser deduzidos do mês em
referência.
6) A carga horária quando há percepção de diárias de viagem, será a correspondente
a trabalhada na missão para a qual foi escalado no local de destino, cabendo a unidade de
destino informar à unidade de origem a carga horária executada. Deverá ser observada a
vedação legal de percepção de gratificação por serviço extraordinário concomitante com
diárias de viagem, portanto, não poderá ser escalado além de sua carga horária ordinária
mensal, exceto se houver autorização do Subcomandante-Geral para que a carga horária
excedida seja compensada em folga no mês seguinte.
7) Os Comandantes deverão manter o controle da carga horária mensal dos Oficiais
e Praças subordinados, devendo confeccionar mapas mensais com resumo da carga horária
trabalhada, com fins de comprovar a efetividade e regularidade das vantagens pagas. Depois
de conferidos e assinados permanecerão à disposição para auditoria.
8) Aos ME que executarem EXCLUSIVAMENTE atividades administrativas NÃO
será exigida a compensação da carga horária diária de 5,7 horas referente aos dias sem
expediente que recaírem em dias úteis considerados feriados ou pontos facultativos, desde
que previstos em Decreto Estadual que não preveja a compensação da carga horária.
9) Os Militares empregados na atividade administrativa e operacional só poderão
perceber HE, após completa a carga horária não trabalhada no mês devido a feriados e
pontos facultativos. Deve cumprir a carga horária mínima mensal.
10) PME em serviço administrativo deverá cumprir a integralidade 40 horas
semanais prevista em contrato nos expedientes de segunda à sexta, observado o limite
mensal da carga horária ordinária.
11) O período de dispensa para convalescença domiciliar prescrito por profissional
da saúde deverá ser respaldado pela Junta Médica Militar/Visita Médica, contabilizado
como indisponibilidade, sendo subtraído da carga horária mensal 5,7h por dia. Caso se dê
durante período de folga, como folga será considerada.

51
DAS ESCALAS DE SERVIÇO

1) Os Comandantes devem adotar medidas para que seja observado o mesmo


padrão de escala de serviço nos órgãos subordinados.
2) Nas escalas, registrar, de forma separada e destacada, os serviços ordinários e
extraordinários que serão executados.
3) Todas as escalas de serviço deverão ser objeto de registro e arquivo próprio e
firmado pelo respectivo Comandante.
4) Os OBMs poderão utilizar sistema informatizado para confecção, registro e
armazenamento de escala. Deverão ser fiscalizadas pelos Comandantes e após arquivadas,
permanecendo à disposição para auditamento.
5) A totalidade da carga horária trabalhada deverá ser registrada em documentação
oficial e no final do mês transcrita para os mapas de escala de serviço executado e extrato
demonstrativo de carga horária, inclusive as referente às convocações extraordinárias para
execução de missões urgentes ou especiais e não previsíveis.
6) O ATESTADO DE EFETIVIDADE exarado pela chefia é a certificação de que o
servidor cumpriu com suas obrigações no mês em referência.
7) Os Comandantes deverão, OBRIGATORIAMENTE, observar os descansos e
conceder folgas regulares, de acordo com os ciclos de serviço, de forma que a carga horária
cumprida não extrapole os limites previstos na legislação.
8) Os Militares empregados em atividades administrativas e que, concorram a
qualquer escala de serviço externo, deverão ser empregados em jornada não superior a 6
(seis) horas, antes ou após a atividade principal desempenhada, exceto em finais de semana,
feriados e em situações de desastres, grave perturbação da ordem pública ou requisições
judiciais.
9) Os Comandantes deverão observar o cumprimento da carga horária integral
mensal por todos os militares. Os períodos de horas não trabalhadas nas atividades internas
ou serviço externo deverão ser preenchidos com atividades de serviço e de treinamento,
mediante convocação, as quais serão considerados objetos de serviço e complementarão a
carga horária normal de trabalho.
10) As escalas de serviços deverão ser otimizadas ao indispensável para
manutenção mínima do fluxo de apoio administrativo, sendo que as jornadas, não poderão
ser superiores a 24 horas. Cabem aos respectivos Comandantes os ajustes compensatórios
necessários, de forma a que se observe o referencial de 40 (quarenta) horas na jornada
semanal, podendo ser adotada a projeção prevista para o mês.

52
11) As escalas devem ser divulgadas amplamente, com antecedência de no mínimo
24 horas da execução do serviço, afixando-as em lugar de fácil visualização para o público
interno, bem como permitir o acesso aos registros das escalas aos Militares Estaduais que
requererem e que estiverem submetidos ao respectivo controle.

ESCALAS ORDINÁRIAS

a) Horários referenciais para turnos de serviço de 6 horas:


1) Turno 1: das 02 horas às 08 horas.
2) Turno 2: das 08 horas às 14 horas.
3) Turno 3: das 14 horas às 20 horas.
4) Turno 4: das 20 horas às 02 horas.

b) Horários referenciais para turnos de serviço de 12 horas


1) Turno 1: das 08 horas às 20 horas.
2) Turno 2: das 20 horas às 08 horas.

c) O horário de início da jornada de 24 horas será às 08 horas.


d) Serão admitidas alterações de até duas horas, para mais ou para menos, nos
horários de início e de término dos turnos, para atender situações especiais de características
sociais das localidades.
e) As escalas ordinárias de serviço externo serão de no máximo 24 horas, com
concessão de intervalo, na proporção de 3 turnos de descanso para cada turno trabalhado,
devendo ser COIBIDAS as dobras de escala.
f) Os comandantes, poderão adequar as escalas ao padrão que otimize o emprego
dos recursos humanos disponíveis, observando as peculiaridades do serviço a ser executado,
as características dos OBM e, os parâmetros legais para concessão das vantagens
pecuniárias decorrentes.
g) As escalas de serviços internos não poderão ser superiores a 24 horas. Caberá aos
comandantes o ajuste compensatório necessário, de forma a que se observe 40 horas na
jornada semanal, podendo ser adotada a projeção prevista para o mês.
h) Admite-se a concessão de intervalo de descanso de no mínimo 11 horas entre
as jornadas de trabalho para as escalas de serviço administrativo, complementação de carga
horária, serviços especiais e serviço extraordinário. Esta regra poderá ser excepcionalizada
em situações de calamidade pública e em situações emergenciais de interesse público,
mediante Portaria do Comandante-Geral.
53
ESCALAS ESPECIAIS

a) A carreira dos Militares Estaduais é exercida em regime de dedicação exclusiva e


disponibilidade permanente, com o que as convocações independe de feriados ou pontos
facultativos.
b) SITUAÇÕES EXTRAORDINÁRIAS: situações excepcionais e temporárias que
por imperiosa necessidade de serviço demandam aporte de efetivo além da capacidade das
escalas ordinárias, nestes casos, os Comandantes poderão utilizar escalas que contemplem
jornadas e ciclos de serviço diferenciados, por tempo estimado ou determinado, com o
pagamento HE ou compensação com folga.
c) SITUAÇÕES ESPECIAIS: extensão da jornada normal de trabalho para
manutenção da normalidade dos serviços frente à insuficiência de efetivo para o exercício
das atividades mínimas de prestação de serviço às comunidades. Na impossibilidade de
compensação com folgas e na impossibilidade do aporte de efetivos ser provido por outro
OBM, os comandantes estão autorizados a utilizar, em segmento subordinado, escalas que
contemplem jornadas e ciclos de serviço diferenciados das ordinárias por tempo estimado
ou determinado, com o respectivo pagamento de HE, dentro das cotas mensais
estabelecidas;
d) A deliberação sobre a realização de escalas especiais em situações
extraordinárias ou especiais é de exclusiva responsabilidade dos Comandantes, e deverão
ser fundamentadas a partir de documentos próprios para este fim (Estudos de Estado Maior,
Ordens de Serviço, etc.), que justifiquem o emprego de efetivos, fornecendo evidências da
necessidade, possibilitando quaisquer esclarecimentos posteriores.
e) A jornada de serviço extraordinário poderá ser compensada com folga ou
remunerada através de pagamento de HE quando previamente autorizada.
f) A jornada de serviço extraordinário executada sem autorização prévia ou para a
qual não haja disponibilidade de cota de HE, será compensada com folga.
g) A compensação em folgas da carga horária excedente não indenizada deverá
ocorrer, preferencialmente, no mês posterior e mesmo exercício financeiro.
h) A carga horária mensal excedente não indenizada deverá ser publicada em
boletim interno, no qual constará o total de horas excedidas e não indenizadas e o plano de
compensação em folgas no(s) mês(es) seguinte(s).

54
ESCALA DE SOBREAVISO

a) A ordem de sobreaviso determina a situação na qual todo efetivo disponível ou


parte dele fica prevenido da possibilidade de ser chamado para o desempenho de qualquer
missão especial;
b) A adoção das escalas de sobreaviso previstas no Regimento Interno é de
responsabilidade dos Comandantes.
c) As escalas de sobreaviso podem ser ORDINÁRIAS: decorrentes de situações que
exijam atenção contínua e pronto atendimento, ou EXTRAORDINÁRIAS: diante de
situações especiais e temporárias cuja previsão do acontecimento e sua duração não seja
possível definir no momento de seu estabelecimento;
d) As hipóteses para escala de sobreaviso ordinária são as definidas RI.
e) As escalas de sobreaviso decorrentes de situações ordinárias devem observar as
prescrições da presente norma e instruções definidas pela Corporação;
f) Os comandantes poderão propor a criação de escalas de sobreaviso para
atividades que demandem serviços de plantão, por meio de Sumário de Estudo de Estado
Maior que demonstre a necessidade do emprego de forma a proporcionar maior
rentabilidade operacional. Após cumpridos estes requisitos o Estudo será analisado pelo
Gabinete do Comando-Geral para posterior autorização do Comando da Corporação;
g) Na situação de sobreaviso os Oficiais e Praças permanecerão dentro da área de
responsabilidade territorial do OBM, poderão permanecer no quartel ou em suas residências,
em condições de se recolherem imediatamente ao quartel em caso de necessidade, no prazo
máximo de 30 minutos;
h) O Militar sobreaviso terá direito ao cômputo de 1/3 da carga horária em que
permanecer nesta situação. Não perceberá etapas de alimentação e HE, devendo a carga
horária extrapolada ser compensada em folga;
i) Quando o Militar de sobreaviso for acionado para a execução direta do serviço,
será computada a carga horária integral do tempo em que permanecer na atividade;
j) Não é considerada como sobreaviso as atividades decorrentes da responsabilidade
territorial dos Comandantes de OBM ou Frações Operacionais, mesmo que eventualmente
ocorra acerto entre eles para que um responda pelos afastamentos do outro, salvo nos casos
em que o servidor tenha sido acionado para a execução direta do serviço, quando então será
computado o tempo de permanência na atividade;
k) Todas as providências de ordem preventivas relativas ao pessoal e ao material
são impostas pelas circunstâncias decorrentes da situação da tropa e deverão ser tomadas
pelos diversos níveis de comando e de chefia;

55
l) A ordem de suspensão do sobreaviso será determinada pela autoridade que a
exarou, depois de cessado o motivo da medida, voltando o efetivo às suas atividades
normais.

ESCALA DE PRONTIDÃO

a) A ordem de prontidão importa em manter o efetivo disponível do OBM em


condições de cumprir a missão determinada e preparada para deslocar do quartel logo que
receba a ordem;
b) Os oficiais e praças ao receberem a ordem de prontidão deverão comparecer
imediatamente e permanecer em quartel, uniformizados e aguardando as instruções e
procedimentos determinados por parte do comando do OBM, para o cumprimento da
missão;
c) A ordem de suspensão do estado de prontidão será determinada pela autoridade
que a exarou, depois de cessado o motivo da medida, voltando à tropa às suas atividades
normais;
d) O Bombeiro Militar na situação de prontidão terá direito ao cômputo integral da
carga horária em que permanecer à disposição para emprego, terá direito ao pagamento de
etapas de alimentação e, por se tratar de situação excepcional e temporária ligada à atividade
fim, poderá ser paga gratificação por serviço extraordinário.

ESCALA DE TRABALHO DOMICILIAR

a) Em situações excepcionais previstas em lei ou decreto e autorizadas mediante


Portaria do Comandante-Geral do CBMRS, será admitida a constituição de escala de
trabalho domiciliar para as atividades administrativas possíveis de serem executadas à
distância;
b) O desempenho das atividades administrativas em domicílio será coordenada e
fiscalizada pela respectiva chefia, que deverá adotar mecanismo que possibilite aferir
diariamente a produtividade do ME em trabalho domiciliar e controlar sua efetividade;
c) A chefia poderá realizar reuniões virtuais com a equipe em trabalho domiciliar
por meio de aplicativo que garanta a segurança dos assuntos discutidos, como também,
utilizar programas que possibilitem a confecção remota de documentos;
d) Os militares dos setores de análise em trabalho domiciliar deverão receber
semanalmente processos em carga, conforme as demandas do setor, e efetuar as respectivas

56
análises, inserindo a documentação pertinente no SISBOM-MSCI, sob fiscalização diária de
produtividade;
e) O Militar Estadual em trabalho domiciliar deverá apresentar, semanalmente, à
chefia imediata relatório discriminando as missões e atividades planejadas e realizadas
durante a semana;
f) Durante o emprego domiciliar o ME não está autorizado a afastar-se do
município, devendo permanecer preferencialmente em sua residência, no horário
estabelecido por sua chefia, para o desempenho das atividades determinadas;
g) O Militar em trabalho domiciliar poderá ser acionado a qualquer tempo para
comparecimento no seu local de trabalho;
h) Para cálculo da carga horária de trabalho domiciliar deverá ser considerada a
carga horária máxima de 08 (oito) horas diárias e a carga horária máxima estabelecida para
o mês que se referir;
i) É vedado o pagamento de gratificação por execução de serviço extraordinário ao
Militar em trabalho domiciliar. Eventual excesso de carga horária trabalhada deverá ser
compensado em folga no mês subsequente;
j) Ao Militar em trabalho domiciliar não serão pagas etapas de alimentação, por não
se enquadrar nas hipóteses previstas na Lei Estadual n.º6.196, de 15 de janeiro de 1971;

DOS REGISTROS DE FREQUÊNCIA E NO RHE

1) O registro da frequência, a partir do mapa de indisponibilidade confeccionado


pelo Comandante Imediato, será realizado em nível de:
a) Gabinete do Comandante Geral, para o efetivo lotado no GCG;
b) Corregedoria-Geral, para o efetivo lotado na C Geral do CBMRS;
c) Departamentos, Divisões e ABM: efetivo lotado no OBM;
d) Comd Reg, Batalhões e CEBS: efetivo lotado no OBM.
2) A autoridade responsável pelo controle da frequência e confecção do mapa de
indisponibilidade, responderá por qualquer prejuízo causado à Fazenda Pública, decorrente
de registro e/ou informações incorretas que resultarem no pagamento de vantagens
indevidas.
3) O registro da frequência deverá ser realizado entre o SEGUNDO E O QUINTO
DIA ÚTIL do mês subsequente;

57
4) Registros por nível de competência:

a) Compete ao OBM do servidor o controle e vigilância direta da frequência


dos servidores sob seu comando, fazendo o registro das indisponibilidades havidas no Mapa
de Indisponibilidade (modelo anexo H) e a inserção no sistema RHE.
b) Compete à SEPLAG o registro de todas as indisponibilidades decorrentes de
problemas de saúde dos Servidores Civis: LTS: Licença para Tratamento de Saúde; LFE:
Licença para Assistência a Filho Excepcional; LAS: Licença por Acidente em Serviço;
LFC: Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família;
c) Compete aos GCG, Cor-G, Departamentos, Divisões, Academia de
Bombeiro Militar, Comandos Regionais, Batalhões e CEBS:
1) o registro dos seus integrantes: LIN: Afastamento para instalação; TRA:
Afastamento para trânsito; DOA: Doação de sangue; FNJ: Falta não justificada; LAD:
Licença à Adotante; LPA: Licença à Paternidade; LGL: Licença Gala; LNJ: Licença Nojo;
LRP: Licença para Realização de Provas; PRD: Prisão Disciplinar; RSP: Recompensa por
Serviços Prestados; (12) LFC: Licença para Tratamento de Saúde de Pessoa da Família; 2)
AFM: Afastamento por moléstia, (somente para SC extranumerário); LSI: Licença Saúde
(INSS), para Sd BMT e SC Celetista; LAI: Licença Acidente Serviço (INSS), para Sd BMT
e SC Celetista;
3) Registrar no RHE as indisponibilidades, as etapas de alimentação, substituição
temporária e gratificação por exercício de serviço extraordinário do efetivo lotado no OBM;
realizar a confirmação funcional de seu efetivo no sistema RHE; solicitar ao Departamento
Administrativo o cadastro e cancelamento de acesso ao sistema RHE de operadores, chefe
da seção de pessoal, comandantes e seus substitutos; informar ao Departamento
Administrativo a apresentação/desligamento de ME e SC movimentado;
d) Compete à Academia de Bombeiro Militar: registrar as gratificações de
magistério; ativação e desativação do vale-refeição para ME em curso;
e) Compete ao Departamento Administrativo, por meio da Divisão de Recursos
Humanos, os seguintes lançamentos:
1) VIA: Afastamento para viagem; AGA: Agregação Administrativa com
Remuneração; LCC: Licença para Concorrer a Mandato Público Eletivo com Remuneração;
LMC: Licença para Exercer mandato Público Eletivo com Remuneração; PRI: Prisão; PRA:
Prisão no Regime Aberto; PRS: Prisão no Regime Semiaberto; PPR: Prisão Preventiva;
PSC: Prisão sem condenação (será utilizada quando o processo criminal transitar em julgado
e o réu restar absolvido); PRT: Prisão Temporária; LQE: Licença para Qualificação
Profissional por indicação do Estado; LQP: Licença para Qualificação Profissional por
solicitação do servidor; LDC: Licença para o Desempenho de Mandato Classista; CPR:
Licença para etapas de concurso público, com remuneração; CPS: Licença etapas concurso
público, sem remuneração; LAC: Licença para Acompanhar o Cônjuge; LCJ: Licença para
58
Acompanhar o Cônjuge (decisão judicial); LIP: Licença para Tratar de Interesses
Particulares; PRE: Licença Especial (ME); DES: Deserção (após o décimo dia de FNJ);
LAA: Licença Especial para Fins de Aposentadoria, para ME;
2) Os seguintes registros referentes à SC: LAA: Licença Especial para fins de
aposentadoria; PRE: Licença Prêmio por Assiduidade; LDC: Licença para o Desempenho
de Mandato Classista; LQE: Licença para Qualificação Profissional por indicação do
Estado; LQP: Licença para Qualificação Profissional por solicitação do servidor; CPR:
Licença para etapas de concurso público, com remuneração; CPS: Licença etapas concurso
público, sem remuneração; LAC: Licença para Acompanhar o Cônjuge; LCJ: Licença para
Acompanhar o Cônjuge (decisão judicial); LIP: Licença para Tratar de Interesses
Particulares; VIA: Afastamento para viagem;
3) encaminhar à SEPLAG os processos de cadastro de Bombeiros Militares no
RHE; atualizar os cadastros de Bombeiros Militares inativos e ativos; realizar o
Comunicado RHE para cancelamento de AIPSA; realizar os comunicados RHE referente
aos SC;
4) processar as solicitações de cadastro/cancelamento de acesso ao sistema RHE, de
acordo com o perfil do usuário; manter o registro dos operadores cadastrados; atuar como
suporte aos operadores do sistema RHE; ser o interlocutor do CBMRS com os demais
órgãos do estado, sobre o sistema RHE;
5) registrar as transferências para a reserva remunerada e reforma dos policiais
militares, inclusive as alterações de cargo em decorrência de promoção pela transferência
para a inatividade; registrar as isenções de Imposto de Renda; realizar os Comunicados RHE
referentes os assuntos de sua competência;
f) Compete ao Departamento Administrativo, por meio da Divisão
Administrativa:
1) fazer o registro das frequências dos servidores da Corporação que estiverem à
disposição de outros órgãos, exceto os cedidos à administração direta, autarquias e
fundações públicas, gerenciadas pelo sistema RHE;
2) Remoção de setor dos policiais militares e servidores civis movimentados;
solicitar a SEPLAG a criação, alteração e extinção de setores, conforme alterações no
Adendo Único do Regimento Interno do CBMRS.
g) Compete ao Departamento Administrativo, por meio da Divisão de Orçamentos e
Finanças: Realizar o registro de averbamentos de períodos de tempo de serviço e de
conversão de licença especial; corrigir e registrar vantagens temporais e averbamento de
licenças especiais; validar no RHE as férias mensais e, quando houver, fazer o lançamento
de suas correções; auditar os lançamentos de frequências e vantagens realizados pelos
Órgãos do CBMRS; realizar os Comunicados RHE dos assuntos de sua competência;

59
h) Compete ao DS, através das JPMS dos Hospitais: LTS: Licença para tratamento
de saúde própria, concedida pela própria junta; LFE: Licença para Assistência a Filho
Excepcional; LAS: Licença por Acidente em Serviço;
i) Compete às FSR dos OPM: LTS: Licença para tratamento de saúde própria; LAS:
Licença por Acidente em Serviço; LGE: Licença à Gestante;

F. DA GRATIFICAÇÃO POR HE:


1) Aspectos gerais:
a) A convocação para o cumprimento de serviço extraordinário se dará na forma
prevista nos parágrafos 8º a 12 do artigo 48 da Lei Complementar nº 10.990, de 18 de
agosto de 1997 e Decreto Estadual nº 40.986, de 17 de agosto de 2001, podendo, no entanto,
contemplar os Bombeiros Militares através do voluntariado desde que observados as demais
prescrições estabelecidas na presente norma;
b) O exercício do serviço extraordinário NÃO poderá exceder ao limite de
QUARENTA HORAS EXTRAORDINÁRIAS MENSAIS, salvo quando ocorrer a
necessidade imperiosa de estendê-las com o propósito de manter a normalidade dos
serviços, dar curso a ocorrências já iniciadas ou fazer frente a situações imprevistas que
atentem contra a vida e/ou a segurança pública;
c) Em situações de imperiosa e justificada necessidade, com o propósito de manter
a normalidade dos serviços, admitir-se-á que o limite acima estabelecido seja excedido
desde que todos os demais militares estaduais da localidade já tenham sido convocados para
a execução de serviço extraordinário e já tenham cumprido 40 (quarenta horas) mensais
extraordinárias;
d) Excepcionalmente será autorizado o emprego de ME acima do limite de 40 horas
mensais extraordinárias, mediante encaminhamento de Sumário de Estudo de Estado Maior
para prévia autorização do Subcomandante-Geral, nas hipóteses da execução do serviço
exigir especialização ou qualificação, por exemplo, condutores e operadores de viaturas de
bombeiros (COV), ou demandar o emprego de frações especializadas prevista no QO do
OBM, cuja disponibilidade de militares estaduais não permita o cumprimento do limite de
40 (quarenta) horas mensais extraordinárias previsto no Decreto Estadual;
e) Não será autorizado o pagamento de gratificação por serviço extraordinário para
a realização de serviços administrativos do CBMRS;
f) Os efetivos empregados ordinariamente nos serviços administrativos poderão
perceber a gratificação por serviço extraordinário, desde que executem serviços
operacionais mediante escala, e tenham implementado as condições estabelecidas na
legislação vigente, particularmente, o cumprimento integral das 40 (quarenta) horas
semanais, sem descontos de feriados e pontos facultativos;
60
g) Não será autorizado o pagamento da gratificação por exercício de serviço
extraordinário ao Militar Estadual quando estiver percebendo diárias de viagem, a qualquer
título ou aos detentores de função gratificada ou cargo em comissão, salvo para os oficiais
intermediários, oficiais subalternos e praças em função de comando, cabendo aos
respectivos Comandantes os ajustes compensatórios necessários;
h) O pagamento da gratificação por serviço extraordinário será efetuado pelo posto
ou graduação do Bombeiro Militar executante;
i) Não será autorizado o pagamento de gratificação por exercício de serviço
extraordinário ao Bombeiro Militar que estiver beneficiado pela redução de carga horária
prevista no art. 127 da Lei 10.098/94;
j) As cotas de gratificação por serviço extraordinário deverão ser direcionadas em
sua totalidade, mediante juízo de conveniência e oportunidade do Comandante do OBM,
devidamente justificado por meio de relatório próprio, para fazer frente a situações
excepcionais e temporárias, quando se torne imprescindível a extensão da jornada normal de
trabalho dos Bombeiros Militares, bem como, por imperiosa necessidade de serviço ligada à
atividade fim do CBMRS ou com o propósito de manter a normalidade dos serviços, dar
curso a ocorrências já iniciadas ou fazer frente a situações imprevistas que atentem contra a
vida e/ou a segurança pública;
k) com o propósito de manter a normalidade dos serviços, mensalmente os
Comandantes de OBM deverão remeter ao Subcomandante-Geral planejamento de emprego
do efetivo especificando as lacunas que demandam aporte de efetivo em jornada
extraordinária;
l) os comandantes de OBM deverão observar o quantitativo de cotas de horas extras
distribuídas, sendo vedada a previsão de pagamento de gratificação por serviço
extraordinário além do quantitativo de cotas de horas extras distribuídas no mês, devendo
eventuais extrapolamentos serem compensados com folgas no mês subsequente;
m) a jornada extraordinária que for efetivada, devidamente comprovada e
justificada por superior hierárquico, sem a prévia autorização ou para a qual não haja cota de
horas extras disponível, deverá ser compensada em folga.
2) Do processamento da HE:
a) A gratificação por serviços extraordinários será computada e processada
mensalmente;
b) A gratificação por exercício de serviço extraordinário somente poderá ser paga
após a prestação dos serviços e respeitada a prévia autorização;
c) O Subcomandante-Geral do CBMRS definirá a cota mensal limite de gratificação
por exercício de serviço extraordinário de cada batalhão;

61
d) O Departamento Administrativo efetuará a distribuição aos batalhões dos valores
relativos às cotas de horas extras, conforme o planejamento aprovado e a prévia definição
do SCmtG;
e) O fluxograma das etapas de processamento do pagamento da Gratificação de
Serviço Extraordinário se encontra previsto no Anexo “E”;
f) O processamento necessário para pagamento da gratificação de serviço
extraordinário deve observar as seguintes prescrições:
1) Na normalidade: o Comandante do Batalhão, após conferência da carga-horária
ordinária e extraordinária cumprida pelos Militares Estaduais subordinados através da
documentação pertinente (Mapa de Pagamento de Gratificação por Execução de Serviço
Extraordinário, Mapa de Escala de Serviço Executado, Extrato Demonstrativo de Carga
Horária, escalas de serviço, Ordens de Serviço, etc.) procederá, nos casos em que couber, o
lançamento da referida gratificação diretamente no sistema RHE, observando os prazos de
fechamento do sistema para a inserção de vantagens.

2) NA EXCEPCIONALIDADE:
a) No caso de impossibilidade de lançamento da gratificação por serviço
extraordinário no sistema RHE em função de prazo expirado ou troca de setor
(movimentação do Bombeiro Militar), o Comandante deverá remeter ao Departamento
Administrativo via PROA, devidam ente instruído com Mapa de Pagamento de Gratificação
por Exercício de Serviço Extraordinário, Mapa de Escala de Serviço Executado e Extrato
Demonstrativo de Carga Horária, conforme modelos constantes no Anexo “A”, Anexo “B”
e Anexo “C” da presente Instrução Regulamentadora, solicitando a efetivação do pagamento
da vantagem;
b) A documentação de instrução do processo deve ser restrita aos Militares
Estaduais objeto da solicitação de pagamento da gratificação por serviço extraordinário, ou
seja, não deverão ser remetidos Mapas e Extratos Demonstrativos de Carga Horária de
efetivos não contemplados no pleito;
c) Os documentos que instruirão o processo poderão ser cópias autenticadas ou
originais, no entanto, em ambos os casos, devem estar devidamente assinados pelo
Comando do OBM.

3) DA RETIFICAÇÃO OU ESTORNO DE HE
a) Retificação de lançamento de gratificação por serviço extraordinário:
1) No caso de identificação de lançamento indevido de gratificação por serviço
extraordinário, seja por quantitativo de cotas a que o Bombeiro Militar fizer jus (a maior ou

62
a menor) ou, ainda, por lançamento da referida vantagem para outro servidor, o Comandante
deverá remeter ao Departamento Administrativo processo via PROA devidamente instruído,
solicitando a correção necessária com a devida justificativa que ensejou a ocorrência do fato
(fundamentação do pleito);
2) Quando a retificação implicar em solicitação de acréscimo de cotas para o
Bombeiro Militar o processo deve ser obrigatoriamente instruído com o Mapa de
Pagamento de Gratificação por Execução de Serviço Extraordinário e Extrato
Demonstrativo de Carga Horária.
b) Estorno de gratificação por serviço extraordinário: as solicitações de estorno de
gratificação por serviço extraordinário deverão ser encaminhadas ao Departamento
Administrativo via processo PROA devidamente instruído e fundamentado. O estorno deve
ser realizado exclusivamente na forma estabelecida, uma vez que seu processamento se dará
via folha de pagamento do ME, com a remoção do registro.
G. DAS ETAPAS DE ALIMENTAÇÃO:
1) ASPECTOS GERAIS:
a) O Bombeiro Militar tem direito à alimentação, por conta do Estado, fornecida em
espécie ou paga em dinheiro (Etapas de Alimentação) quando:
1) Em serviço externo, mediante escala não inferior a seis horas;
2) Em serviço interno, mediante escala não inferior a seis horas;
3) Em situação de prontidão;
4) Em exercício ou em operação de duração não inferior a seis horas;
5) Quando em atividade de formação e qualificação profissional, previamente
programada e aprovada pelo Comando-Geral, de duração não inferior a seis horas.

B) NÃO TERÁ DIREITO À ALIMENTAÇÃO POR CONTA DO ESTADO,


QUANDO:
1) Em viagem em, com respectivo saque de diária de viagem;
2) Em execução de serviço extraordinário, com respectiva gratificação.
c) O somatório de horas de qualquer tipo de escala de serviço executado no Corpo
de Bombeiros Militar, para efeito de saque de Etapas de Alimentação, deverá ser realizado
da seguinte forma:
1) O cálculo para apuração das Etapas de Alimentação devidas ao Militar Estadual,
em primeiro lugar deverá levar em conta o valor estabelecido por lei para a “diária de
alimentação” e em segundo lugar a jornada de serviço executada a cada dia, dividindo-se

63
pelo número 06 (seis). Por exemplo: se o ME executou serviço de 06 (seis) horas, fará jus a
uma Etapa de Alimentação; se o ME executou serviço de 12 (doze) horas, terá direito a duas
Etapas de Alimentação; se o ME executou serviço de 08 (oito) horas, fará jus a uma Etapa
de Alimentação, somente, relativa às 06 (seis) horas de serviço, sendo que o saldo de 02
(duas) horas não poderá ser computado para efetuar-se um somatório futuro visando à
concessão de uma nova etapa;
2) visando o pagamento de valor igual para os 04 (quatro) turnos de serviço
existentes no CBM, o Militar Estadual terá o saque da indenização mensal correspondente
ao total dos serviços de 06 (seis) horas executadas, a qual será multiplicada por 25% (vinte e
cinco por cento) do valor da diária de alimentação (ex: Nº. de Serviços x 25% do valor da
diária de alimentação vigente) equivalente a 01 (uma) etapa de alimentação.
D) AS ETAPAS SERÃO FORNECIDAS EM ESPÉCIE:
1) Aos ME nos OBM que possuam estrutura de rancho, salvo nos casos em que o
Servidor manifeste por escrito preferência pela percepção em dinheiro;
2) Aos ME, quando houver possibilidade de estabelecer sua obtenção mediante
contrato ou convênio;
3) Aos ME, quando houver possibilidade de outro OBM fornecê-la;
e) As Etapas de Alimentação serão fornecidas exclusivamente em espécie aos
Militares Estaduais que estiverem cumprindo pena restritiva de liberdade em OBM.
f) As Etapas de Alimentação serão fornecidas em dinheiro:
1) Aos Militares Estaduais pertencentes aos OBM sem estrutura de rancho; 2) Aos
Militares Estaduais, que embora pertencentes aos OBM com estrutura de rancho,
manifestem por escrito preferência pela percepção das Etapas de Alimentação em dinheiro.
g) Os integrantes do Programa Mais Efetivo (PME) terão tratamento análogo aos
Militares Estaduais ativos, nos termos da presente Instrução Reguladora.
2) DA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA:
a) O Departamento Administrativo, através da Divisão de Orçamento e Finanças
(DOF), estabelecerá a Dotação Orçamentária Anual, com base na média da despesa do
último ano;
b) Os recursos financeiros serão repassados pelo Tesouro do Estado ao
Departamento Administrativo, através da sua Divisão de Orçamento e Finanças, no início
do exercício financeiro, ficando todo o valor reservado na modalidade “SEM COTA”, sendo
liberado gradativamente através do atendimento das SRO solicitadas, para fins de
pagamento dos processos após o empenho regular das despesas. A liberação ocorrerá
gradativamente com base nas necessidades da Corporação, da seguinte forma:

64
1) Em espécie: as demandas deverão ser requisitadas pelos Comandos, Chefias ou
Diretores ao DA-DOF, e a liberação acontecerá por meio de inclusão no Sistema de
Finanças Públicas do Estado (FPE) de Solicitação de Recursos Orçamentários (SRO) na
modalidade “SEM COTA”, sendo que a distribuição ocorrerá por meio de Nota de
Distribuição de Recursos (NDR), mediante análise prévia.
2) Em dinheiro: as demandas deverão ser lançadas pelos Comandos, Chefias ou
Diretores no RHE (Sistema de Recursos Humanos do Estado) com base no Mapa de Saque
de Etapas de Alimentação Mensal, onde o empenho e pagamento serão efetuados pela
Secretaria da Fazenda e o benefício será repassado ao ME via folha de pagamento.
3) DOS VALORES:
a) Em Dinheiro - o valor da Etapa de Alimentação em dinheiro está previsto no Art.
64 da Lei Nº. 6.196/71, com valor atualizado pelo Decreto nº 53.672, de 15 de Agosto de
2017;
b) Em Espécie - o valor da Etapa de Alimentação em espécie será estabelecido
pelos Comandos, Chefias ou Diretores, com base na média do custo pesquisado na área de
ação, ou no valor previsto no registro de preços.
4) DOS LOCAIS DE INCLUSÃO:
a) Os Locais de inclusão são os Comandos, Chefias ou Departamentos equipados
com terminal de computador ligado com a PROCERGS e à Secretaria Estadual da Fazenda,
a qual possibilita o acesso ao Sistema de Recursos Humanos do Estado (RHE), para a
inclusão das etapas em dinheiro. Já para a inclusão das etapas em espécie os sistemas a
serem utilizados são o LIC (Registro de Preço) e o Compras RS (Dispensa de Licitação);
b) Cada Comando, Chefia ou Direção correspondente a um Ordenador de Despesa
Autorizado (ODA), em regra, providenciará a inserção ou inclusão nos sistemas das Etapas
de Alimentação, sendo ela em dinheiro ou em espécie.
5) Do cadastro dos credores:
a) Todos os Militares Estaduais, bem como os fornecedores de gêneros
alimentícios, obrigatoriamente deverão estar cadastrados corretamente no sistema FPE; caso
contrário a inserção dos dados será bloqueada por motivo de inconsistência, fato que
inviabilizará qualquer inclusão no sistema;
b) Os credores serão cadastrados pelo Departamento Administrativo/Divisão de
Orçamento e Finanças (DA-DOF), conforme abaixo:
1) Cadastro de Militares Estaduais Solicitar ao DA-DOF o cadastramento através do
formulário padrão , conforme modelo do Anexo “F” , da presente IR, anexando cópia da
Carteira de Identidade, do CPF, da capa do último contracheque (com a conta bancária
atualizada) e comprovante de endereço residencial completo (contas de: água, energia

65
elétrica e telefone). Caso o Militar Estadual não possua o comprovante em seu nome poderá
substituí-lo por declaração assinada pelo Comandante do OBM;
2) Cadastro de Fornecedores: Solicitar ao DA-DOF o cadastramento do fornecedor,
conforme modelo do Anexo “F”, devidamente preenchido, anexando cópia do CNPJ.
3) Alteração de Cadastro: procede-se na forma dos itens anteriores para alterar
dados cadastrais no sistema.
6) Do pagamento de Etapas de Alimentação em dinheiro:
a) O Comandante, Chefe ou Diretor incluirá mensalmente no Sistema e
Recursos Humanos do Estado (RHE), as Etapas de Alimentação de acordo com os
mapas de saques, os quais ficarão arquivados com os registros de cada Militar. Isto
possibilitará consultas, pesquisas e dirimir dúvidas sobre os lançamentos;
b) Ao fazer o lançamento do nome do Militar Estadual, o responsável deverá
conferir a Identificação Funcional (Id Func) e Nome do Militar Estadual, visando evitar,
desta forma, o pagamento a homônimos (servidores com nomes iguais);
c) Os lançamentos de Etapas de Alimentação serão mensais e únicos para cada local
de inclusão;
d) Quando o Militar Estadual for transferido de OBM, o lançamento será efetuado
pelo seu novo Comandante, Chefe ou Diretor. Para isto, seu Comandante anterior informará,
por escrito, os serviços realizados pelo Militar Estadual, no mês em curso;
e) Fica padronizado o mapa constante no Anexo “G” como modelo na Corporação
para o saque de Etapas de Alimentação em dinheiro, o qual deverá ser preenchido à luz das
escalas de serviços e arquivado nos Locais de Inclusão para fins de controle e auditagem;
7) Do fornecimento das Etapas de Alimentação em espécie:
a) As Dispensas de Licitações ou utilização da aquisição através do Registro de
Preço para obtenção dos gêneros alimentícios poderão ser realizados nos OBM que possuem
estrutura de rancho ou nos Comandos Regionais, a critério do Comandante, Chefe ou
Diretor. Havendo necessidade de procedimento licitatório, deverá ser aberto PROA,
instruído devidamente com a descrição dos materiais, informando média de preços,
quantidades e encaminhado ao Departamento Administrativo/Divisão de Logística e
Patrimônio (DA-DLP);
b) De acordo com o planejamento de cada OBM, as licitações poderão ser feitas
para um período longo, observada a Dotação Orçamentária distribuída no mês, desde que
seja expresso nos editais e nos contratos o não reajuste dos preços, neste caso, é
recomendada a utilização do Registro de Preço para a aquisição, dessa forma evita-se
grandes estoques;

66
c) Na aquisição de gêneros alimentícios que não permitam o recebimento total da
quantia adquirida (perecíveis), obrigatoriamente deverá ser firmado um contrato, entre o
OBM e o fornecedor, de entrega e pagamento parcelado;
d) Para os casos do número anterior, utilizar-se-á o empenho global com liquidação
parcelada. Neste caso, o processamento das notas fiscais e a solicitação de liquidação deverá
ser efetuada por um período não inferior a 08 (oito) dias;
e) Os procedimentos licitatórios obedecerão aos ditames da Lei Federal Nº.
8.666/93 e suas alterações;
f) O Comandante, Chefe ou Diretor, após constatar a legalidade da licitação ou da
dispensa eletrônica, expedirá as Autorizações de Empenho, montando o competente
processo, remetendo-o via PROA ao DA-DOF;
g) O DA-DOF, após realizar os registros e controles necessários, encaminhará os
processos à Seccional da CAGE, para a gravação do empenho, retornando a seguir ao
Comandante, Chefe ou Diretor para a efetivação da compra, extração da nota fiscal e
atestado de recebimento pelo OBM subordinado;
h) O OBM adquirente, através do seu Comandante, Chefe ou Diretor, remete o
processo de liquidação contendo as notas fiscais, atestados de recebimento, cópia da nota de
empenho e justificativas pertinentes, o qual solicitará a liquidação ao DA-DOF - CAGE;
i) Após a liquidação do empenho pela Seccional da CAGE, o processo é
encaminhado para a Secretaria da Fazenda (SEFAZ) para o pagamento da despesa;
j) Os Comandantes, Chefes ou Diretores deverão adquirir o valor total empenhado a
fim de evitar que os empenhos permaneçam com saldo no sistema FPE;
k) Quando a despesa for empenhada e o Comandante, Chefe ou Diretor, por razões
justificáveis, não mais desejar adquirir a mercadoria, deverá encaminhar ao DA-DOF um
processo via PROA, informando o n.º do empenho e o saldo, com autorização para ser
levado à receita, se for empenho do exercício anterior, e estornado, se for do exercício
vigente, devendo para isto confeccionar a respectiva Nota de Solicitação de Estorno de
Empenho;
1) Os processos deverão ser montados e incluídos no PROA, observando a
Instrução Normativa CAGE nº 11, de 27 de dezembro de 2016.
8) Do fornecimento de alimentação a Bombeiro Militar em cumprimento de
pena restritiva de liberdade em OBM que não possua estrutura de rancho:
a) Solicitação de abertura de processo licitatório, confecção de dispensa eletrônica
ou aquisição pelo Registro de Preço visando o fornecimento terceirizado da alimentação;
b) Para viabilizar a licitação o Comando do OBM deverá, com antecedência,
solicitar aos fornecedores comerciais da localidade, no mínimo 03 (três) cotações de preços

67
para café, almoço e janta, devendo ser assinadas pelo fornecedor constando o carimbo do
CNPJ e a validade da proposta;
c) As Dispensas de Licitação deverão ser realizadas nos moldes das demais, com
prévio empenho, sendo isentas as de valores abaixo de R$ 400,00 (quatrocentos reais), que
podem ser feitas já para empenho e liquidação, seguindo os modelos dos processos normais,
acrescentando Cópia do Boletim Interno ou Sentença judicial que publicou a punição ou
pena do ME, devendo o período de penalidade ser o mesmo do fornecimento da
alimentação, conforme Nota Fiscal (NF); Esta nota deve ser discriminada, separando-se
café, almoço e janta, mencionando o período da punição (fornecimento);
d) Por ocasião da aquisição da alimentação, deverá ser efetuado contato com o
fornecedor que venceu a proposta comercial e solicitada a entrega da alimentação no local
designado, já no caso do registro de preço a entrega é realizada de acordo com o cadastro do
almoxarifado no Sistema LIC.
9) Dos empenhos e pagamentos indevidos:
a) Dos casos envolvendo pagamento em dinheiro para militares estaduais: No caso
de identificação de lançamento indevido de etapa de alimentação, seja por quantitativo de
cotas a que o Militar Estadual fizer jus (a maior ou a menor) ou ainda, por lançamento da
referida vantagem para outro servidor, o Comandante, Chefe ou Diretor deverá remeter ao
Departamento Administrativo processo PROA, devidamente instruído, solicitando a
correção necessária com a devida fundamentação.
b) Dos casos envolvendo pagamento em espécie para militares estaduais: O
Comandante, deverá confeccionar processo de estorno de empenho, bem como encaminhá-
lo à Seccional da CAGE, via DA-DOF.
O processo de estorno deverá estar devidamente instruído como qualquer outro
desta natureza.
10) Das Etapas de Alimentação avulsas:
a) Todo o OBM que possuir estrutura de rancho, a critério do seu Comandante,
poderá fornecer aos Militares Estaduais Etapas de Alimentação avulsas, mediante
indenização (pagamento), de acordo com os valores estipulados pelo Comando da
Corporação;
b) As receitas oriundas da comercialização de Etapas de Alimentação avulsas
deverão ser recolhidas ao FUNDO ESPECIAL DE SEGURANÇA PÚBLICA (FESP),
conforme normas específicas vigentes;
c) Não haverá dotação específica para Etapas avulsas. A aquisição dos gêneros para
este fim advém da dotação do trimestre distribuída para o OBM.
11) Dos pagamentos das Etapas de Alimentação:

68
a) O pagamento dos empenhos liquidados, de Etapas de Alimentação, nas duas
modalidades, será efetuado pelo Tesouro do Estado, observando o cronograma financeiro da
Secretaria da Fazenda (SEFAZ);
b) Os pagamentos serão realizados eletronicamente pelo Sistema FPE, via On-line,
através da PROCERGS, diretamente na conta corrente do credor, no caso da Etapa de
Alimentação em Espécie, e será fornecida para ao Militar Estadual via folha de pagamento,
no caso de Etapa de Alimentação em dinheiro;
c) Nenhuma despesa será paga sem o prévio empenho e liquidação;
d) Os pagamentos aos fornecedores de gêneros alimentícios obedecerão
rigorosamente à ordem cronológica da data de vencimento consignada no processo;
12) Do controle dos gastos realizados:
a) Cabe ao Departamento Administrativo, por meio da Divisão de Orçamento e
Finanças (DA-DOF), manter o controle da Dotação Orçamentária e da Cota reservada
disponível para atender as demandas com Etapa de Alimentação da Corporação. No caso da
ausência de recursos para esta despesa o DA-DOF deverá formalizar pedido de
suplementação de verbas para a Secretaria da Fazenda (SEFAZ);
b) Cabe ao DA-DOF fiscalizar, controlar, acompanhar e relatar as despesas
ocorridas com Etapas de Alimentação na forma de pagamento em dinheiro, realizando a
verificação através do Sistema RHE e comunicando formalmente eventual erro,
irregularidade, inconformidade ou fraude, via canal de Comando, ao Controle Interno da
Secretaria Executiva do Comandante-Geral para as providências de sua competência, sob
pena de responsabilização solidária;
c) Cabe ao DA-DOF e a DA-DLP fiscalizar, controlar, acompanhar e relatar as
despesas ocorridas com Etapas de Alimentação na forma de pagamento em espécie, por
processo licitatório, dispensa de licitação ou registro de preços. Em caso da constatação de
eventual erro, irregularidade, inconformidade, fraude ou mesmo indicativos de
apontamentos pela Contadoria e Auditoria Geral do Estado (CAGE) as Divisões deverão
comunicar formalmente, via canal de Comando, ao Controle Interno da Secretaria Executiva
do Comandante-Geral para as providências de sua competência, sob pena de
responsabilização solidária;
d) Cabe à Academia de Bombeiro Militar planejar, fiscalizar, controlar, acompanhar
e relatar as despesas ocorridas com Etapas de Alimentação na forma de pagamento em
dinheiro ou em espécie necessárias para atender aos cursos da Instituição e, caso constate
eventual erro, irregularidade, inconformidade ou fraude deverá comunicar formalmente, via
canal de Comando, ao Controle Interno da Secretaria Executiva do Comandante-Geral para
as providências de sua competência, sob pena de responsabilização solidária;

69
e) Cabe ao Controle Interno adotar as providências de sua competência, para buscar
os esclarecimentos necessários para subsidiar justificativas a eventuais apontamentos na
Tomada de Contas do Ordenador principal, acompanhar a apuração das responsabilidades
administrativas, civis e penais que o caso ensejar, solicitando junto ao órgão de origem do
fato ou à Corregedoria-Geral as medidas adequadas e imprescindíveis ao ressarcimento dos
danos ao Erário.
13) Dos registros no sistema RHE:
a) os procedimentos de registros no sistema RHE, baseiam-se no princípio de que o
escalão responsável pelo evento é o responsável pelo seu registro;
b) Todas as frequências passíveis de registro possuem uma sigla correspondente,
conforme tabela do anexo “J”, as quais devem ser inseridas no Sistema RHE, observando-se
a fiel correspondência entre as datas e períodos do evento com o do registro;
c) As atividades de elaboração de mapas de etapa de alimentação e inserções dos
dados relativos no sistema RHE devem ser realizadas pelas Seções Administrativas dos
OBM.
4. PRESCRIÇÕES DIVERSAS
a. Toda a documentação que instruir processo de lançamento ou de pagamento de
verbas alimentícias, salariais ou indenizatórias, deve ficar arquivada no respectivo OBM,
pelo prazo legal, conforme prevê o inciso IV, do art. 7º, do Decreto nº 52.808, de 18 de
Dezembro de 2015, a disposição para fins de auditoria;
b. Não há empenho de despesa pública, de qualquer natureza, sem a prévia
liberação dos recursos (Dotação Orçamentária e COTA) no sistema FPE e sem o devido
encaminhamento da Nota de Distribuição de Recurso (NDR);
c. Os processos licitatórios, autorizações de empenhos e solicitações de liquidações
ressalvadas pela Seccional da CAGE serão devolvidos ao Ordenador de Despesa Autorizado
para as devidas providências;
d. Mensalmente, até o dia 10, cada Comandante deverá fazer publicar em Boletim
Interno, a documentação que originou o serviço extraordinário e a relação de militares
estaduais que executou serviço extraordinário no mês anterior, para fins de registro
funcional. Deverão ser informados: a missão executada, que motivou o serviço
extraordinário, nos termos do Decreto Estadual nº 40.986/01; os períodos de execução; e a
identificação funcional do Bombeiro Militar escalado (nome, posto/graduação, identidade
funcional, OBM);
e. O controle da efetivação do pagamento do serviço extraordinário será
desenvolvido pelo Departamento Administrativo, por meio da Divisão Administrativa
mediante relatório mensal expedido pela PROCERGS, com os dados atinentes a cada
Batalhão;
70
f. Em caso de imperiosa necessidade de suplementação de cotas mensais de
gratificação por serviço extraordinário para emprego em situações especiais ou
extraordinárias, os Comandantes deverão formalizar, de forma oportuna, solicitação
devidamente fundamentada ao SCmt-G;
g. Os Comandantes devem estabelecer critérios e observar na elaboração e
execução dos seus planos de férias, e a concessão dos demais afastamentos previstos na
legislação, para que não sejam, ainda que potencialmente, geradas circunstâncias especiais
nos OBM subordinados a serem supridas por pagamento de gratificação por serviço
extraordinário;
h. O DA deverá divulgar aos OBM os valores estabelecidos para a Gratificação de
Serviço Extraordinário, nos seus diversos níveis, atualizando-os sempre que houver
alteração de valores;
i. Esta IR entra em vigência a partir da data de sua publicação, revogando-se as
disposições em contrário.

CÉSAR EDUARDO BONFANTI – CEL QOEM


COMANDANTE-GERAL DO CBMRS

INSTRUÇÃO REGULADORA Nº 006/DA-DOF/2020

FINALIDADE

Regular o controle do consumo de água/esgoto e energia elétrica dos Quartéis do


CBMRS, a adequação à celebração de contrato para funcionamento de energia elétrica em
alta tensão para os prédios funcionais e as medidas a serem adotadas para o processamento
das despesas de água/esgoto e energia elétrica.

EXECUÇÃO

a. Do controle dos consumos de água/esgoto e energia elétrica nos quartéis do


Corpo de Bombeiros:
1) Os Comandos de BBM, OBM Especiais e a DLP, deverão ter cadastro atualizado
dos medidores de água e energia dos quartéis sob seu comando, contendo: endereço
completo, OBM, empresa fornecedora, número do medidor, número de instalação ou

71
Unidade Consumidora (UC) e o número aproximado de usuários destes serviços
essenciais;
2) Toda e qualquer nova instalação de medidores de água e energia deverá ser
solicitada a DLP, através de e-mail e de processo cadastrado no PROA, contendo: A
designação do OBM, endereço completo, bem como a quantidade de equipamentos
elétrico/eletrônicos a serem empregados no imóvel;
3) Toda e qualquer desativação de OBM que tenha despesas de água e energia em
nome do CBMRS, deverão ser informadas imediatamente a DLP, através de e-mail e de
processo cadastrado no PROA, contendo: O endereço completo, OBM, empresa
fornecedora, número do medidor, número de instalação ou unidade consumidora;
4) Quando da locação de imóveis, onde já existam medidores instalados em nome
de outra pessoa (física ou jurídica), o OBM interessado, deverá providenciar para que todas
as pendências de pagamento sejam regularizadas, antes da assinatura do contrato, uma vez
que para controle da DLP a instalação será considerada como nova;
5) Os Comandantes de BBM, OBM Especiais e DLP deverão estabelecer metas
anuais de economia no consumo de água e energia elétrica, devendo remeter a Divisão de
Orçamento e Finanças (DOF) até 15 de dezembro, as metas para o ano subsequente;
6) Os Comandantes de BBM, OBM Especiais e DLP deverão remeter a DOF até 20
de janeiro, relatório dos resultados obtidos do ano anterior. Caso as metas estabelecidas não
tenham sido atingidas deverá constar no relatório as justificativas;
7) Em cada quartel do CBMRS deverá haver controle mensal do consumo de
água/esgoto e energia elétrica, e quando constatadas oscilações de consumo, proceder
averiguações de imediato, com o objetivo de sanar vazamentos de água e fuga de energia,
bem como o controle mensal do consumo servirá de base para os responsáveis por atestar as
faturas, de modo que os valores cobrados nas faturas devem estar de acordo com o controle
do consumo auferido no respectivo mês de competência.
b. Adequação à celebração de contrato para funcionamento de energia elétrica
em alta tensão para os prédios funcionais:
1) Os Comandos de BBM cujo prédio recebe energia elétrica em alta tensão
deverão, caso não tenham sido atendidas as normas estabelecidas na resolução em epígrafe,
providenciar a celebração de contrato com as empresas fornecedoras de energia elétrica em
seu município através da AJCON (Assessoria Jurídica e Convênios) do Gab/Cmt-G
(Gabinete do Comandante Geral) do CBMRS;
2) Conforme redação do Art. 12, da Resolução Normativa nº 414, da ANEEL,
compete à distribuidora informar ao interessado a tensão de fornecimento para a unidade
consumidora.

72
3) Baseado nas classificações existentes na Resolução Normativa nº 414, da
ANEEL, e no consumo do Próprio funcional, deverá ser escolhido o que representa maior
economicidade para o Estado;
4) Em relação a todos os Prédios da Corporação que recebem energia em alta tensão
terão, os respectivos Comandantes, de providenciar contrato com a Empresa fornecedora
através da AJCON. Quanto ao Termo de Opção Específico, será a critério das distribuidoras
de energia;
5) Os Comandos de BBM poderão solicitar às distribuidoras de energia de seu
município um técnico para avaliar em que categoria o prédio se enquadra e se haverá
necessidade de celebração de contrato ou assinatura de termo de opção específico de
fornecimento;
6) A DLP e a DOF prestarão assessoramento técnico aos BBM e OBM Especiais,
além de manter cadastro inerente aos prédios funcionais e respectivo consumo de energia
elétrica, a fim de melhor otimizar os recursos empregados para pagamento dessas despesas.
c. Medidas a serem adotadas para o processamento das despesas de
água/esgoto e energia elétrica:
1) Os Comandantes de BBM, OBM Especiais, DLP e DOF deverão processar todas
as despesas das Concessionárias de energia elétrica e água/esgoto através do módulo
Integração Estado Fornecedor – IEF – do Sistema Finanças Públicas do Estado – FPE;
a) Conceitos do módulo Integração Estado Fornecedor:
(1) INTEGRAÇÃO ESTADO FORNECEDOR – IEF: o módulo do Sistema
Finanças Públicas do Estado – FPE – que criou procedimentos de envio do faturamento, via
arquivo eletrônico, do fornecedor para análise, procedimento e execução do pagamento pelo
Estado, bem como o gerenciamento dessas informações, tanto pelo Estado como pelo
Fornecedor;
(2) FORNECEDOR: empresa prestadora de serviços, de forma continuada,
comprometida com os procedimentos definidos pelo Estado para o módulo IEF.
Inicialmente, os fornecedores habilitados são:
(a) para energia elétrica: CEEE e RGE, CERTEL, DEMEI, ELETROCAR e
HIDROPAN;
(b) para água/esgoto: DMAE e CORSAN, COMUSA, SGS, SANEP, SAMAE,
SEMAE.
(3) ATESTADOR: é o usuário designado para a fiscalização do contrato, que será o
responsável pela conferência e ateste das faturas, condição necessária para seguir à fase da
liquidação do documento credor. “O fiscal do contrato (atestador) é responsável pelo
acompanhamento, controle e ateste das contas e faturas. “O responsável pelo ateste é o fiscal

73
do contrato que, conforme preceitua a Lei 8.666/93, é o servidor designado, que cuida da
execução e do acompanhamento do objeto, faz anotações em registro próprio e determina o
que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados”;
(4) RECONHECEDOR: é o Militar Estadual da Seção de Patrimônio da DLP
designado e nomeado pelo Chefe da DLP, responsável por reconhecer e manter as
informações das Unidades Consumidoras existentes em cada centros de custos e relação dos
atestadores atualizadas;
(5) ADMINISTRADOR: o responsável pelo desenvolvimento e manutenção do
módulo IEF na Contadoria e Auditoria-Geral do Estado – CAGE;
(6) CONTRATANTE: a Assessoria Jurídica, Contratos e Convênios (AJCON), tem
a competência do gerenciamento dos contratos de fornecimento de água e esgoto e energia
elétrica no Corpo de Bombeiros Militar;
(7) CONSUMIDOR: o OBM do Corpo de Bombeiros Militar a quem se destina o
serviço de fornecimento de água/esgoto e energia elétrica;
(8) INSTALAÇÃO: é a instalação de energia elétrica e/ou água/esgoto que abastece
o OBM do Corpo de Bombeiros Militar;
(9) UNIDADE CONSUMIDORA: Dispositivo destinado a registar o consumo de
água/esgoto e ou energia elétrica da instalação, sendo identificado através de sequência
numérica, fornecida pela concessionária, o qual deve constar no sistema IEF, sendo
devidamente reconhecido pelo reconhecedor de instalação;
(10) CENTRO DE CUSTO: o nível mais analítico de acumulação de valores
(custos) do subsistema Contabilidade de Custos do Estado;
b) Cadastramento de usuário nos contratos e no módulo IEF do sistema FPE:
(1) Cada Comando deverá solicitar a AJCON o cadastramento de servidores nos
contratos de água/esgoto e energia elétrica, na quantidade necessária para não ter perda de
continuidade na utilização do sistema (recomenda-se o mínimo de 03 Militares Estaduais)
por BBM, OBM Especial ou DLP, um atestador por BBM, OBM Especial e DLP, um
reconhecedor (DLP) e um suplente por contrato. Solicitando o imediato cancelamento de
usuário sempre que houver transferência do responsável ou outro impeditivo formal ou
material para a utilização do IEF. Igualmente, informar a DA-DOF o nome dos 3 (três)
Militares Estaduais para o cadastramento junto à DTP/CAGE como usuários do Corpo de
Bombeiros Militar para operarem no módulo Integração Estado Fornecedor – IEF – do
sistema FPE;
(2) Somente serão cadastrados como usuários Militares Estaduais da sede dos
Comandos, OBM Especiais e Divisões, através de indicação e solicitação formal do
respectivo Comandante, Diretor ou Chefe;

74
(3)A senha de acesso ao módulo IEF é pessoal e intransferível, sendo obrigação do
usuário mantê-la em sigilo;
c) As atribuições dos usuários do módulo IEF do sistema FPE, supervisionados pelo
Chefe da Seção de Logística (ou seção equivalente) do BBM/Divisão a que pertencem, terão
como atribuições:
(1) Efetuar o reconhecimento ou a rejeição das Unidades Consumidoras (DLP);
(2) Analisar as contas, a fim de proceder o ateste ou a rejeição;
(3) Informar a DLP, as observações de divergências nas instalações;
(4) Informar a DOF, e observações de divergências nos faturamentos/contas;
(5) Manter cadastro atualizado das instalações de água e energia elétrica dos OBM
que integram o seu Comando/Divisões. Este cadastro deverá conter as seguintes
informações: nome do fornecedor, unidade consumidora, endereço completo, identificação
do OBM consumidor, acompanhamento mensal do consumo (em metros cúbicos ou Kw) e
valor monetário da fatura;
(6) Quando constatadas oscilações de consumo, proceder de imediato em uma
averiguação, com o objetivo de sanar vazamentos de água ou fuga de energia elétrica;
(7) Otimizar o consumo de água e energia elétrica, junto aos OBM subordinados,
com o objetivo de eliminar e evitar desperdícios (plano de contingenciamento);
(8) Cotejar as instalações no sistema IEF após 5 (cinco) dias dos reconhecimentos
(débitos posteriores lançados pelas fornecedoras).
(9) Acompanhar os procedimentos para a solução das divergências constatadas no
reconhecimento com ressalvas, dados inconsistentes, conciliadas, canceladas, rejeição, etc,
das contas de água/esgoto e energia elétrica do IEF (FPE);

2) PROCEDIMENTOS PARA O “RECONHECIMENTO DE


INSTALAÇÃO”
a) É de competência da Seção de Patrimônio da DLP, através dos seus usuários
designados, proceder no módulo IEF o reconhecimento das instalações de energia elétrica e
água/esgoto de todas as OBM do CBMRS;
b) O reconhecimento no módulo IEF se constitui na confirmação de que a
instalação de energia elétrica e/ou água/esgoto está sendo utilizada por OBM do Corpo de
Bombeiros Militar, de acordo com os seus fins constitucionais e legais, e que os dados
inseridos no sistema pelo Fornecedor conferem com a Unidade Consumidora existente no
local e estão corretos e adequados ao que foi contratado;

75
c) Para o reconhecimento, o usuário deverá realizar ou solicitar ao OBM
consumidor a verificação “in loco” da instalação e conferir com os dados inseridos no FPE
pelo Fornecedor, em especial os seguintes: número do medidor, Unidade Consumidora
(UC), identificação do consumidor (nome do OBM do Corpo de Bombeiros Militar e
endereço da instalação), valor do consumo unitário do metro cúbico ou Kw (a ser
consultado no Contrato) e identificação do contratante (Corpo de Bombeiros Militar -
CNPJ 28610005/0001-55);
d) Sempre que o Fornecedor alterar algum dado no IEF, a instalação passará da
condição de “reconhecida” para “alterada”, devendo o Reconhecedor proceder a um novo
reconhecimento;
e) Para reconhecer a instalação no sistema o usuário deverá complementar os dados
disponibilizados pelo Fornecedor, inserindo na aba “responsabilidade” do módulo IEF as
seguintes informações: (1) o Órgão e a Unidade Orçamentária do Corpo de Bombeiros
Militar: 12.07; (2) o Centro de Custo da DLP – (85931), na condição de contratante, e; (3) o
Centro de Custo do OBM onde está localizada a instalação (UC) de água/esgoto ou energia
elétrica, na condição de consumidor;
f) Caso o Reconhecedor não encontre o centro de custo do OBM consumidor,
deverá de imediato solicitar à DTP/CAGE a respectiva inclusão no módulo IEF, conforme
estabelecido pela Instrução Normativa CAGE nº 05, de 04 de novembro de 2010. Neste
caso, de forma provisória, enquanto não constar tal centro de custo no sistema, o usuário
colocará o centro de custo do DLP (85931) como sendo o do consumidor da instalação.

3) PROCEDIMENTOS PARA O “RECONHECIMENTO COM RESSALVA”


a) O Reconhecedor fará o reconhecimento da instalação com ressalva quando
constatar que algum dado inserido no sistema pelo Fornecedor não esteja correto, desde que
tal dado não importe em erro na medição do consumo ou valor da fatura. O nome do OBM
consumidor e o endereço são exemplos de dados da instalação que podem ser ressalvados;
b) Para fazer o reconhecimento com ressalva, o usuário deverá preencher o campo
“observação” do IEF com os motivos de sua ressalva;
c) O reconhecimento com ressalva deverá ser imediatamente comunicado ao
Fornecedor para proceder às adequações e/ou alterações cadastrais, contratuais.

4) PROCEDIMENTOS PARA A “REJEIÇÃO DE INSTALAÇÃO”


a) São motivos que determinam a rejeição de uma instalação de água/esgoto ou
energia elétrica:
(1) A instalação não pertence ao CBMRS;

76
(2) A instalação está desativada;
(3) A rejeição no IEF pelo motivo “instalação desativada” somente poderá ser
realizada após a efetivação do corte pelo Fornecedor e o pagamento da conta final. Compete
exclusivamente a DLP fazer solicitações aos Fornecedores para instalação ou cancelamento
do fornecimento de água/esgoto e/ou energia elétrica aos OBM do CBMRS;
(4) Para rejeitar a instalação no IEF o Reconhecedor deverá descrever
detalhadamente no campo “observação” os motivos da rejeição;
(5) A rejeição de uma instalação com a exposição dos seus motivos deve ser
imediatamente comunicada a DLP para que esta proceda às adequações e/ou alterações
contratuais com o Fornecedor.

5) PROCEDIMENTOS PARA O “ATESTE DE CONTAS”


a) É de competência de cada Comando e Divisão, através dos seus usuários
designados, sob a supervisão do Chefe da Seção de Logística (ou setor equivalente),
proceder no módulo IEF, o “Ateste” mensal das contas de água/esgoto e/ou energia elétrica
das Unidades Consumidoras (UC) da sede e OBM subordinados;
b) Cabe aos Atestadores monitorar a disponibilização das contas no sistema IEF.
Devendo realizar o “Ateste” no prazo máximo de dois dias úteis a partir da inclusão da
conta no sistema, de forma a permitir o processamento da despesa dentro do prazo de
vencimento da fatura, evitando gerar juros e mora;
c) Os juros, moras e outros prejuízos ocasionados ao Erário pela falta ou atraso do
ateste de contas, deverão ser ressarcidos com atualização monetária pelo(s) Militar(es)
responsável(is), sem prejuízo das demais providências administrativas e penais que o caso
requeira;
d) Ao atestar uma conta no módulo IEF, o usuário está atestando eletronicamente,
para fins de execução da despesa, que o consumo de água/esgoto e ou energia elétrica foi
utilizado pelo OBM do CBMRS e que os dados inseridos na conta conferem com o que foi
contratado e consumido. Para atestar a conta, o sistema IEF exige que a respectiva
instalação esteja previamente reconhecida;
e) Antes de atestar uma conta, o atestador deverá certificar-se de todas as
informações desta, em especial os dados da unidade consumidora, o período do consumo, a
leitura do medidor, a quantidade de consumo, valor unitário do consumo e valor total da
conta;
f) Os Comandantes e Chefes deverão solicitar aos OBM subordinados relatório com
a leitura mensal dos medidores de água/esgoto e energia elétrica a fim de confrontar com a
leitura realizada pelo Fornecedor por ocasião da medição do consumo;

77
g) Os atestadores, ao verificar que uma conta está acima da média mensal de
consumo deverão de imediato, através de seu Comandante ou Chefe do Setor de Logística,
informar para a DOF o OBM consumidor, solicitando a identificação das causas do aumento
e a implementação de medidas que propiciem a redução dos gastos realizados.

6) PROCEDIMENTOS PARA A “REJEIÇÃO DE CONTAS”


a) A conta deverá ser rejeitada quando o atestador constatar que os dados inseridos
pelo Fornecedor estão incorretos, gerando cobrança indevida ao Estado. São exemplos de
motivos que determinam a rejeição das contas;
(1) Incorreção na quantidade de consumo;
(2) Incorreção no valor da tarifa;
(3) Incorreção no valor total do faturamento;
(4) - Cobrança de ICMS Indevido: nessa situação as contas deverão ser rejeitadas
pelo atestador ao identificar que existe cobrança de ICMS em desacordo com o Decreto
37.699/97 e Instrução Normativa DRP nº 045/98, haja vista que, em regra, são isentas
operações internas de fornecimento de energia elétrica, destinadas a consumo por órgãos da
Administração Pública Estadual Direta, pelas Fundações e Autarquias mantidas pelo Poder
Público Estadual, pelo Ministério Público Estadual e pelos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário Estaduais, desde que o benefício seja transferido aos beneficiários, mediante a
redução do valor da operação, no montante correspondente ao imposto dispensado. A ação a
ser feita é solicitar ao fornecedor a reemissão da fatura com a regularização da cobrança;
b) Para rejeitar uma conta no IEF o atestador deverá descrever detalhadamente no
campo “observação” os motivos da rejeição;
c) A rejeição de uma conta com a exposição dos seus motivos deve ser
imediatamente comunicada ao Comandante e/ou chefe do Setor de Logística para que este
solicite ao Fornecedor as adequações e/ou alterações na conta, bem como comunicar a DOF
e DLP sobre o fato e posteriormente sobre os procedimentos adotados e resultados obtidos;

7) PROCEDIMENTOS PARA CADASTRO MANUAL DE FATURAS NO


IEF
a) Os fornecedores, por força da legislação aplicada ao setor, ou norma interna,
podem alterar procedimentos nas rotinas de transmissão e contas ou dados cadastrais ou
informativos nas contas, sujeitando o contratante a diversos problemas como falhas no envio
de arquivos, inconsistência em contas eletrônicas, contas não enviadas para o módulo, etc;

78
b) As contas de fornecedores que não são transmitidas no IEF, deverão,
tempestivamente, ser cadastradas manualmente no módulo, exemplos de contas recebidas
por outros meios (correio, e-mail, sites do fornecedor, etc);
c) Cadastrar contas dos demais fornecedores que não “transmitem carga de faturas”
por arquivos, em conformidade com a IN CAGE 04/2010, como exemplo as contas dos
seguintes fornecedores: energia elétrica: CERTEL, DEMEI, ELETROCAR e HIDROPAN -
para água/esgoto: COMUSA, SGS, SANEP, SAMAE e SEMAE;

8) CADASTRAMENTO DE CONTAS NÃO TRANSMITIDAS (SEM


CARGA)
a) Cadastramento de Contas não Reconhecidas: o Atestador (Fiscal), ao apurar que
a conta devida não está disponível no sistema IEF ou receber uma conta de fornecedor que
não transmite faturas por “carga de arquivos”, deverá cadastrar manualmente a conta no
módulo IEF e atestar, conforme segue:
(1) Para cadastrar uma conta, o atestador responsável deve acessar o módulo
Integração Estado Fornecedor, menu Água e Energia → submenu Conta → clicar em
(conforme manual do IEF) e inserir os dados;
b) A primeira vez que o atestador cadastrar contas não transmitidas (sem carga) ou
quando houver substituição do equipamento (hidrômetro e/ou medidor de energia elétrica)
de próprio do CBMRS, deverá encaminhar os dados da Instalação e Unidade Consumidora
ao Setor de Patrimônio do DLP, para fins de controle do cadastro e vínculo destas com os
próprios do CBMRS;
9) Procedimentos para o processamento da despesa (Empenho prévio)
a) Compete a DOF controlar, gerenciar, solicitar o empenho prévio e liquidar as
contas de água/esgoto e energia elétrica atestadas no IEF pelos BBM, ABM, CEBS e DLP;
b) A DOF deverá solicitar o empenho prévio com a estimativa dos gastos mensais
de cada OBM para as contas compromissadas com água/esgoto e energia elétrica;
c) As solicitações de empenho serão realizadas no FPE, na “aba” novo, na
modalidade “geral”, liberado pelo solicitante e ordenado pelo ordenador de despesas da
DOF;
d) Deverá ser solicitado um empenho prévio para cada concessionária em seu
respectivo CNPJ ou Credor e consequentemente a DOF manterá um PROA anual por
concessionária;
e) Deverá ser anexado ao PROA a solicitação de empenho ordenada,
CADIN/CFIL/CEIS, a publicação em DOE do contrato de inexigibilidade que torna público

79
e autoriza o empenho prévio das contas compromissadas do CBMRS no início de cada
exercício financeiro;
f) Os processos de solicitação de empenho prévio deverão ser encaminhados à
seccional da CAGE junto a Brigada Militar. Após atendidos os processos retornam a DOF
(setor de liquidações) para as próximas solicitações de empenho prévio durante o exercício
financeiro.
10) Procedimentos para o processamento da despesa (Solicitação de Liquidação):
a) Deverá ser aberto um PROA anual para solicitação de liquidação de cada
concessionária, permanecendo na DOF para as próximas solicitações de liquidação durante
o exercício financeiro;
b) Após as solicitações de empenho serem atendidas pela seccional da CAGE, a
DOF (setor de liquidações), através do sistema FPE/IEF realizará a solicitação de
liquidação, observando rigorosamente o prazo de vencimento das faturas de água/esgoto e
energia elétrica, já atestadas pelos respectivos fiscais de contrato (atestadores);
c) As solicitações de liquidação deverão ser acompanhadas pela DOF, através do
sistema FPE, consultando pelo número do PROA, a fim de verificar se foram atendidas ou
diligenciadas. No caso de solicitação de liquidação diligenciadas, devem ser adotadas
medidas para sanear os apontamentos.

PRESCRIÇÕES DIVERSAS
a. As dúvidas e dificuldades encontradas pelos atestadores quanto à utilização do
IEF devem ser canalizadas a DOF;
b. O Manual de Treinamento do IEF pode ser acessado e baixado através da
INTRANET do CBMRS, na aba APOIO/DA/DOF, onde consta instrução de como os
atestadores devem operar o módulo Integração Estado Fornecedor;
c. É pessoal a responsabilidade do reconhecedor e do atestador quanto ao
reconhecimento de instalação e ateste de contas no sistema IEF, sendo que a
responsabilidade estender-se-á solidariamente ao superior hierárquico quando, ao tomar
conhecimento de qualquer irregularidade, deixar de adotar as devidas providências;
d. O reconhecedor/atestador que efetuar o reconhecimento de instalação e/ou ateste
de conta de forma ilegal, irregular ou fora do prazo deverá ressarcir os prejuízos causados ao
Erário com atualização monetária, sem prejuízo das demais providências administrativas e
penais que o caso requeira;
e. O fiscal, ao apurar que a conta devida não está disponível no sistema IEF ou
recebeu uma conta de fornecedor que não transmite faturas por carga de arquivos, se

80
entender que o prazo para pagamento dentro do vencimento será prejudicado, deverá
cadastrar manualmente a conta no módulo IEF.

81

Você também pode gostar