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PROCESSUAL CIVIL
Juiz
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Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Juiz
Cristiny Mroczkoski Rocha
Sumário
Juiz.............................................................................................................................................................................................3
1. Dos Poderes, dos Deveres e da Responsabilidade do Juiz..................................................................3
2. Princípio da Vedação ao Non Liquet: Poder-Dever de Prestar a Tutela Jurisdicional. . .....15
3. Princípio da Adstrição/Congruência/Correlação: Limites da Decisão Judicial.....................16
4. Princípio da Identidade Física do Juiz e o CPC/15...................................................................................18
5. Das Responsabilidades do Juiz.........................................................................................................................19
5.1. Ação de Reparação...............................................................................................................................................20
6. Causas de Suspeição e Impedimento.............................................................................................................21
Resumo................................................................................................................................................................................26
Mapa Mental.....................................................................................................................................................................29
Exercícios............................................................................................................................................................................30
Gabarito...............................................................................................................................................................................44
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................45
Referências........................................................................................................................................................................ 82
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JUIZ
1. Dos Poderes, dos Deveres e da Responsabilidade do Juiz
Todos os sujeitos da relação processual possuem deveres e obrigações estabelecidos em
lei. Os deveres das partes e dos procuradores estão previstos, mais especificamente, a partir
do art. 77 do Código de Processo Civil, e os do magistrado a partir do art. 139 do CPC. Tais
poderes e deveres não estão previstos à saciedade nos referidos artigos, uma vez que ao longo
do CPC e em legislações extravagantes encontraremos previsões sobre o tema. Veja:
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Rol exemplificativo
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O não cumprimento dos deveres pelo Estado-Juiz ou mesmo o exercício irregular do poder
lhe implicará em responsabilidades. Para uma melhor compreensão, vamos passar a analisar
as regras e princípios inseridos nos comandos normativos do art. 139 do CPC a partir da ta-
bela abaixo:
Previsão normativa Análise
Art. 139. O juiz dirigirá Estamos diante da(e)
o processo conforme
as disposições deste
Código, incumbindo-
lhe:
1
A celeridade não é um valor que deva ser perseguido a qualquer custo. “Para muita gente, na matéria, a rapidez constitui o
valor por excelência, quiçá o único. Seria fácil invocar aqui um rol de citações de autores famosos, apostados em estigma-
tizar a morosidade processual. Não deixam de ter razão, sem que isso implique – nem mesmo, quero crer, no pensamento
desses próprios autores – hierarquização rígida que não reconheça como imprescindível, aqui e ali, ceder o passo a outros
valores. Se uma justiça lenta demais é decerto uma justiça má, daí não se segue que uma justiça muito rápida seja neces-
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sariamente uma justiça boa. O que todos devemos querer é que a prestação jurisdicional venha ser melhor do que é. Se para
torná-la melhor é preciso acelerá-la, muito bem: não, contudo, a qualquer preço” (BARBOSA MOREIRA, José Carlos. O futuro
da justiça: alguns mitos. Revista de Processo, v. 102, p. 228-237, abr./jun. 2001, p. 232).
2
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente.
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI – provocar incidente manifestamente infundado;
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento
e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar
com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse
na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
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§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-
-mínimo.
§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo
procedimento comum, nos próprios autos.
3
Conforme ARENHART, pode-se assim definir tais medidas: (i) medidas coercitivas: são aquelas que objetivam forçar o
cumprimento de uma ordem judicial. Aquele que sofre a medida deve raciocinar no sentido de compreender que é mais
vantajoso cumprir e satisfazer a obrigação ou o dever imposto do que assumir a medida coercitiva. O exemplo clássico é
a imposição de multa diária; (ii) medidas indutivas: a doutrina ainda não se ocupou do tema. Para ARENHART, trata-se de
uma subdivisão das medidas coercitivas. “Bem, creio que essa tal indução advém da prisão. Isso para os que sustentam
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IV – Determinar Mais a mais, o executado sequer atende aos comandos judiciais, mantendo-
todas as medidas se, certamente a seu ver, em uma redoma de impunidade, com o patrimônio
indutivas, coercitivas, blindado, longe do alcance do Poder Judiciário. (...) Anote-se, aqui, ainda, que
as medidas coercitivas deferidas justificam-se na hipótese de que não havendo
mandamentais ou sub- condições financeiras, não haverá sequer prejuízo ao executado, mormente
rogatórias necessárias considerando que se, de fato, não possui qualquer importância financeira
para assegurar o – ainda que mínima – para solver a presente dívida, também não possuirá
cumprimento de recursos para viagens internacionais ou manter um veículo (que, no caso, pelas
ordem judicial, consultas, tampouco possui” (TJPR, Agravo de Instrumento 1.616.016-8, 14ª
Câmara Cível, Rel. Des. Themis de Almeida Furquim Cortes, j. 22.02.2017).
inclusive nas ações JURISPRUDÊNCIA
que tenham por objeto Notadamente quanto ao passaporte, apreensão de CNH, a jurisprudência ainda
prestação pecuniária; não chegou a um consenso.
Veja no STJ aplicação das medidas atípicas: [...]4. Segundo as diretrizes fixadas
pela Terceira Turma desta Corte, diante da existência de indícios de que o
devedor possui patrimônio expropriável, ou que vem adotando subterfúgios
para não quitar a dívida, ao magistrado é autorizada a adoção subsidiária
de medidas executivas atípicas, tal como a apreensão de passaporte, desde
que justifique, fundamentadamente, a sua adequação para a satisfação
do direito do credor, considerando os princípios da proporcionalidade e
razoabilidade e observado o contraditório prévio (REsp 1.782.418/RJ e REsp
1788950/MT, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgados em
23/4/2019, DJe 26/4/2019). 5. In casu, a Corte estadual analisou a questão
nos moldes estatuídos pelo STJ, não se denotando arbitrariedade na medida
coercitiva adotada com fundamento no art. 139, IV, do CPC, pois evidenciada
a inefetividade das medidas típicas adotadas, bem como desconsiderada
a personalidade jurídica da empresa devedora, uma vez constatada a sua
utilização como escudo para frustrar a satisfação do crédito exequendo.[...](HC
558.313/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA,
julgado em 23/06/2020, DJe 01/07/2020)
Destarte, tramita no STF a ADI 5.941 MC/DF: toda essa conjuntura apresentada
na jurisprudência pode ser alterada futuramente pelo Supremo Tribunal
Federal. Isso porque, foi proposta pelo Partido dos Trabalhadores junto ao
STF, ação declaratória de inconstitucionalidade (ADI 5.941 MC/DF) destinada,
dentre outros pedidos, a “(...) declaração de nulidade, sem redução de texto,
do inciso IV do artigo 139 da Lei 13.105/2015, para declarar inconstitucionais,
como possíveis medidas coercitivas, indutivas ou sub-rogatórias oriundas da
aplicação daquele dispositivo, a apreensão de carteira nacional de habilitação
e/ou suspensão do direito de dirigir, a apreensão de passaporte, a proibição
de participação em concurso público e a proibição de participação em licitação
pública”.
que o cumprimento de decisão judicial pode ser exigido sob cominação de prisão, porquanto distinta da prisão por dívida.
Por ora, espero que os leitores não se preocupem com a terminologia. O que se pode dizer é que se trata de mais uma
medida para forçar o destinatário da ordem (do mandamento) a cumpri-la.”; (iii) medidas mandamentais: são aquelas que
podem produzir parte dos efeitos de uma decisão de cunho constitutivo, mas que não se confundem com a própria tutela
pretendida. Trata-se de uma ordem que pode ser destinada às partes ou a um terceiro; (iv) medidas sub-rogatórias: “São
mecanismos de cumprimento da ordem judicial que dispensam a colaboração do ordenado, já que a prestação imposta
pode ser atribuída a terceiro, de forma a realizar exatamente o resultado idêntico àquele que seria operado pelo sujeito pas-
sivo” (ARENHART, Sérgio Cruz. A intervenção judicial e o cumprimento da tutela específica. Revista Jurídica, Porto Alegre,
v. 57, n. 385, p. 45-60, nov. 2009.).
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ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. IMPROBIDADE. FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. MEDIDAS COERCITI-
VAS. SUSPENSÃO DE CNH E APREENSÃO DE PASSAPORTE. POSSIBILIDADE. ART. 139, IV, DO CPC/15. MEDIDAS EXECU-
TIVAS ATÍPICAS. APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE IMPROBIDADE.PARÂMETROS A SEREM OBSERVADOS.HISTÓRICO DA
DEMANDA 1. Trata-se, na origem, de cumprimento de sentença proferida em Ação por Improbidade Administrativa, na qual
se narrou apropriação indevida de salários de estagiários contratados pela Secretaria de Estado de Cultura.2. Após o trân-
sito em julgado da decisão condenatória, a execução da sanção pecuniária ficou frustrada, por não se localizar patrimônio
penhorável, razão pela qual o Ministério Público postulou a adoção de medidas executivas atípicas, como apreensão da Car-
teira Nacional de Habilitação e do passaporte da executada.3. Consoante o acórdão recorrido, tentou-se executar a multa
imposta na sentença condenatória transitada em julgado, mas, “decorridos alguns anos, sem que houvesse a satisfação
do débito, e frustradas todas as possibilidades para localização de bens passíveis de penhora, o Ministério Público Esta-
dual requereu a apreensão da Carteira Nacional de Habilitação e do seu passaporte” (fl. 135, e-STJ). Entendeu o Tribunal de
origem que a medida requerida “caracteriza como restrição aos direitos pessoais e não tem relação com seu patrimônio.”
(fl. 136, e-STJ). DA FUNDAMENTAÇÃO ESTRITAMENTE JURÍDICA E INFRACONSTITUCIONAL 4. O acórdão recorrido assim
consignou ao decidir a controvérsia (fls. 136, e-STJ): “Sabe-se que, por força da regra esposada no artigo 139, inciso IV, do
Código de Processo Civil, o Juiz está autorizado a tomar as medidas atípicas para garantir a satisfação do direito do credor
em face do devedor. Veja-se: (...) No caso vertente, verifico que, de fato, o Cumprimento da Sentença tramita por longo perí-
odo e o Agravante esgotou todos os meios típicos, para a satisfação do débito, mas não obteve sucesso. Contudo, o pedido
de apreensão da Carteira Nacional de Habilitação e do passaporte da Recorrida não merece acolhimento, porque se carac-
teriza como restrição aos direitos pessoais e não tem relação com seu patrimônio. Ademais, inexiste qualquer evidência
de que as medidas postuladas, caso deferidas, possam levar ao adimplemento do débito. Ao contrário, trata-se de meios
absolutamente desproporcionais para a satisfação da obrigação perseguida. Não há desconsiderar que a CRFB estabelece,
como regra, a plena liberdade de ingresso e saída do território nacional. Assim, a adoção da exceção viola os princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade, pois restringe, em demasia, o uso e gozo plenos desta liberdade que a CRFB qualifica
como de caráter fundamental. Nessa quadra, é certo que a apreensão da CNH e do passaporte da Agravada não se coa-
duna com a norma contida no artigo 139, IV, do Código de Processo Civil, tampouco cumpre o objetivo do procedimento
executório consistente na satisfação do débito”.5. Embora existam referências à Constituição Federal de 1988, o raciocínio
desenvolvido é, ainda, uma interpretação do artigo 139, IV, do CPC, segundo a qual o preceito não poderia ser entendido de
determinada forma em decorrência da ordem constitucional, ou seja, há a ideia de ofensa reflexa à Constituição.6. Por isso,
no STF, embora a matéria esteja sob apreciação na ADI 5.941 (ainda não decidida), não se está conhecendo dos Recur-
sos Extraordinários com o fundamento de que se trata de controvérsia infraconstitucional. Nesse sentido, as decisões
monocráticas nos seguintes feitos: RE 1.221.543, Rel. Min. Alexandre de Moraes, DJe 7.8.2019; RE 1.282.533/PR, Rel.
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Min. Roberto Barroso, DJe 25.8.2020; RE 1.287.895, Rel. Min. Marco Aurélio, DJe 21.9.2020; RE 1.291.832, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, DJe 1.3.2021. Trata-se, portanto, de saber se as instâncias ordinárias negaram ou não vigência ao artigo 139,
IV, do CPC/2015. JURISPRUDÊNCIA DO STJ 7. Há no Superior Tribunal de Justiça julgados favoráveis à possibilidade da
adoção das chamadas medidas atípicas no âmbito da execução, desde que preenchidos certos requisitos. Nesse sentido:
“O propósito recursal é definir se a suspensão da carteira nacional de habilitação e a retenção do passaporte do devedor
de obrigação de pagar quantia são medidas viáveis de serem adotadas pelo juiz condutor do processo executivo [...] O
Código de Processo Civil de 2015, a fim de garantir maior celeridade e efetividade ao processo, positivou regra segundo
a qual incumbe ao juiz determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessá-
rias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária
(art.139, IV).” (REsp 1.788.950/MT, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJe 26.4.2019). Na mesma esteira:
AgInt no REsp 1.837.309/SP, Relator Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, DJe 13.2.2020; REsp 1.894.170/
RS, Relatora Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJe 12.11.2020.
8. Há, também, decisão da Primeira Turma que indefere as medidas atípicas, mas mediante expressa referência aos fatos da
causa. Afirmou-se no julgado: “O TJ/PR deu provimento ao recurso de Agravo de Instrumento interposto pelo Município de
Foz do Iguaçu/PR contra a decisão de Primeiro Grau que indeferiu o pedido de medidas aflitivas de inscrição do nome do
executado em cadastro de inadimplentes, de suspensão do direito de dirigir e de apreensão do passaporte. O acórdão do
TJ/PR, ora apontado como ato coator, deferiu as indicadas medidas no curso da Execução Fiscal. Ao que se dessume do
enredo fático-processual, a medida é excessiva. Para além do contexto econômico de que se lançou mão anteriormente,
o que, por si só, já justificaria o afastamento das medidas adotadas pelo Tribunal Araucariano, registre-se que o caderno
processual aponta que há penhora de 30% dos vencimentos que o réu aufere na Companhia de Saneamento do Paraná-
-SANEPAR. Além disso, rendimentos de sócio majoritário que o executado possui na Rádio Cultura de Foz do Iguaçu Ltda.
– EPP também foram levados a bloqueio (fls. 163/164)” (HC 45.3870/PR, Relator Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira
Turma, DJe 15.8.2019). RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE DAS MEDIDAS ATÍPICAS EM PROCESSOS DE IMPROBI-
DADE 9. Além de fazer referência aos fatos da causa – coisa que o Tribunal de origem não fez, pois considerou não razoá-
veis e desproporcionais as medidas em abstrato -, essa última decisão, da Primeira Turma, foi proferida em Execução Fiscal.
Aqui, diversamente, trata-se de cumprimento de sentença proferida em Ação por Improbidade Administrativa, demanda que
busca reprimir o enriquecimento ilícito, as lesões ao erário e a ofensa aos princípios da Administração Pública.
10. Inadmissíveis manobras para escapar da execução das sanções pecuniárias impostas pelo Estado, sob pena de as con-
dutas contrárias à moralidade administrativa ficarem sem resposta. Ora, se o entendimento desta Corte – conforme a juris-
prudência supra destacada – é o de que descabem medidas executivas atípicas para a satisfação de obrigações de cunho
estritamente patrimonial, com muito mais razão elas devem ser admitidas em casos em que o cumprimento da sentença
se dá para tutelar a moralidade e o patrimônio público. Superada a questão da impossibilidade de adoção de medidas exe-
cutivas atípicas de cunho não patrimonial pela jurisprudência do STJ (premissa equivocada do acórdão recorrido), não há
como não considerar o interesse público, na satisfação da obrigação, importante componente para definir o cabimento (ou
não) delas à luz do caso concreto.
11. Não ocorre, portanto – ao menos do modo abstrato como analisado o caso na origem -, ofensa à proporcionalidade ou à
razoabilidade pela adoção de medidas não patrimoniais para o cumprimento da sentença. PARÂMETROS 12. Os parâme-
tros construídos pela Terceira Turma para a aplicação das medidas executivas atípicas encontram largo amparo na dou-
trina e se revelam adequados também ao cumprimento de sentença proferida em Ação por Improbidade. 13. Conforme tem
preconizado a Terceira Turma, “A adoção de meios executivos atípicos é cabível desde que, verificando-se a existência
de indícios de que o devedor possua patrimônio expropriável, tais medidas sejam adotadas de modo subsidiário, por meio
de decisão que contenha fundamentação adequada às especificidades da hipótese concreta, com observância do con-
traditório substancial e do postulado da proporcionalidade.” (REsp 1.788.950/MT, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira
Turma, DJe 26.4.2019). 14. Consigne-se que a observância da proporcionalidade não deve ser feita em abstrato, a não ser
que as instâncias ordinárias expressamente declarem inconstitucional o artigo 139, IV, do CPC/2015. Não sendo o caso, as
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VI – Dilatar os prazos Dilação dos prazos processuais e ordem de produção dos meios
processuais e alterar de prova (inc. VI): se ainda não estiver encerrado, poderá o juiz dilatar
a ordem de produção o prazo processual, caso esta providência se mostre adequada às
dos meios de prova, necessidades do caso concreto.
adequando-os às A regra se repete no art. 437, § 2º, o qual possibilita ao juiz, mediante
necessidades do conflito requerimento da parte, dilatar o prazo para manifestação acerca
de modo a conferir maior da prova documental, levando-se em consideração a complexidade
efetividade à tutela do da causa e a quantidade de documentos apresentados pela parte
direito; contrária.
Parágrafo único. A Note que o juiz só pode, unilateralmente, aumentar o prazo.
dilação de prazos As partes capazes, no entanto, por meio de acordo procedimental antes
prevista no inciso VI ou depois do processo (art. 191), poderão alterar qualquer regra do
somente pode ser procedimento, ampliando ou reduzindo os prazos processuais.
determinada antes
de encerrado o prazo
regular.
balizas da proporcionalidade devem ser observadas com referência ao caso concreto, nas hipóteses em que as medidas
atípicas se revelem excessivamente gravosas e causem, por exemplo, prejuízo ao exercício da profissão (REsp 1.929.230/
MT, Rel.
Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 1.7.21). CONCLUSÃO 15. Recurso Especial parcialmente provido para determinar
a devolução dos autos à origem, a fim de que o requerimento de adoção de medidas atípicas, feito com fundamento no
artigo 139, IV, do CPC, seja analisado de acordo com o caso concreto, mediante a observância dos parâmetros acima deline-
ados. (REsp 1963739/MT, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 26/10/2021, DJe 10/12/2021).
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VI – Dilatar os prazos Quanto às provas, cabem às partes indicar, na petição inicial (autor) e
processuais e alterar na contestação (réu), os meios de prova que pretendem utilizar para
a ordem de produção demonstrar suas alegações.
dos meios de prova, Entretanto, no decorrer no trâmite processual, caso surja a necessidade
adequando-os às de produção de outra prova, caberá ao juiz permitir-lhe a produção.
necessidades do conflito A ordem da produção das provas tem relevância quando se trata das
de modo a conferir maior provas orais, que serão produzidas segundo as disposições dos arts.
efetividade à tutela do 3615 e 456 do CPC e devem seguir uma ordem preferencial, qual seja:
direito;
Parágrafo único. A
dilação de prazos
prevista no inciso VI
somente pode ser
determinada antes
de encerrado o prazo
regular.
VI – Dilatar os prazos
processuais e alterar
a ordem de produção
dos meios de prova,
adequando-os às
necessidades do conflito
de modo a conferir maior
efetividade à tutela do
direito;
Parágrafo único. A
dilação de prazos
prevista no inciso VI
somente pode ser
determinada antes
de encerrado o prazo
regular.
A ordem estabelecida para a produção da prova não é absoluta, sendo
possível sua inversão, desde que haja concordância das partes (art. 456,
parágrafo único).
Art. 456. O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente,
primeiro as do autor e depois as do réu, e providenciará para que uma
não ouça o depoimento das outras.
Parágrafo único. O juiz poderá alterar a ordem estabelecida no caput se
as partes concordarem.
5
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente:
I – o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do
art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito;
II – o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais;
III – as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas.
Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão os advoga-
dos e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz.
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VI – Dilatar os prazos Conforme DONIZETTI “a disposição contida no art. 139, VI, do CPC/2015
processuais e alterar – que não possui correspondência no CPC/1973 – traduz a ideia de um
a ordem de produção processo mais flexível, norteado pelas peculiaridades do caso concreto,
dos meios de prova, o que, em nenhuma hipótese, significará deixar de admitir, por exemplo,
adequando-os às a reinquirição de uma testemunha quando comprovado o prejuízo em
necessidades do conflito razão da inversão da ordem de produção probatória.”
de modo a conferir maior
efetividade à tutela do
direito;
Parágrafo único. A
dilação de prazos
prevista no inciso VI
somente pode ser
determinada antes
de encerrado o prazo
regular.
VII – exercer o Poder de polícia (inc. VII): o juiz, representante do Estado no exercício
poder de polícia, da jurisdição, deve dirigir o processo e zelar pela efetivação da tutela
requisitando, quando jurisdicional. Para tanto, o art. 139, VII, confere-lhe expressamente o
necessário, força poder de polícia, cujo exercício servirá para a manutenção da ordem
durante todo o trâmite processual e da segurança interna dos fóruns e
policial, além da
tribunais.
segurança interna dos
Na audiência, por exemplo, o juiz exerce o poder de polícia, competindo-
fóruns e tribunais; lhe, dentre outras prerrogativas, manter a ordem e o decoro, ordenar
a retirada de pessoas inconvenientes e requisitar força policial, quando
necessário (art. 360).
Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe:
I – Manter a ordem e o decoro na audiência;
II – Ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem
inconvenientemente;
III – requisitar, quando necessário, força policial;
IV – Tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do
Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que
participe do processo;
V – Registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos
apresentados em audiência
VIII – determinar, a Comparecimento pessoal das partes (inc. VIII): o juiz pode
qualquer tempo, o determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes,
comparecimento para inquiri-las sobre os fatos da causa (art. 139, VIII).
pessoal das partes, Sempre que possível, deverá o juiz avaliar a possibilidade de se realizar
o interrogatório de todos os litigantes.
para inquiri-las sobre
Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a
os fatos da causa,
fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento,
hipótese em que não sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.
incidirá a pena de § 1º Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento
confesso; pessoal e advertida da pena de confesso, não comparecer ou,
comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.
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Juiz
Cristiny Mroczkoski Rocha
Certo.
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Juiz
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001. (INÉDITA/2020) Ao juiz é autorizado converter a ação individual em coletiva quando veri-
ficar multiplicidade de demandas sobre a mesma matéria, a fim de que haja tratamento isonô-
mico e uma jurisprudência mais íntegra, coerente e estável.
O art. 333 do CPC foi vetado. Nesse artigo se autorizava a conversão da ação individual em
coletiva. De acordo com a justificativa do veto ao Artigo 333, “da forma como foi redigido, o
dispositivo poderia levar à conversão de ação individual em ação coletiva de maneira pouco
criteriosa, inclusive em detrimento do interesse das partes”. “O tema exige disciplina própria
para garantir a plena eficácia do instituto. Além disso, o novo Código já contempla mecanis-
mos para tratar demandas repetitivas”. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) manifestou-se
a favor do veto.
Errado.
Uma vez provocada pela parte, a atuação da jurisdição é inevitável, ainda que exista lacuna
ou obscuridade, conforme se depreende do art. 140 do CPC:
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento
jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
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Juiz
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Não havendo lei ou não constituindo ela critério razoável de apreciação do justo, cabe ao juiz
buscar a integração do direito por meio de outras fontes (analogia, costumes e princípios ge-
rais do direito), nos termos do art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito brasileiro (LIN-
DB). Vale ressaltar que muitos doutrinadores entendem que a ordem prevista no art. 4º da LIN-
DB não deve ser rigorosamente seguida pelo julgador. Isso porque os princípios, notadamente
os de índole constitucional, são verdadeiros alicerces de nosso ordenamento e, por esta razão,
não devem ser tratados como o último recurso de integração da norma jurídica.
Certo.
6
Os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da solidariedade social e da igualdade em sentido amplo ou
isonomia servirão sempre de socorro ao civilista na análise de questões polêmicas e de casos concretos que surgem na
prática, de difícil solução – hard cases, na feliz expressão de Dworkin (DWORKIN, Ronald. Uma questão..., 2005). Mais uma
vez, o Código de Processo Civil de 2015 também valorizou essa interação com a Constituição Federal, sendo pertinente
transcrever o seu art. 1º: “O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fun-
damentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código”.
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Tal princípio recebe diversos nomes, mas a essência é a mesma: princípio da inércia, princípio da
demanda, princípio da congruência e princípio da correlação ou da adstrição. São muitas palavras
para designar a mesma coisa: o juiz, a não ser nos casos previstos em lei (como ocorre com as
matérias de ordem pública), não pode fugir às questões (nem para ir além, nem para ficar aquém)
deduzidas pelos litigantes, sob pena de viciar a sua decisão.
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de
questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a
parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
O juiz concedeu algo que está dentro os pedidos da parte, contudo extrapola o limite pleitea-
do, razão pela qual estamos diante de sentença ultra petita. A seu respeito, explica a doutrina:
“1. Sentença conforme ao pedido. A regra no processo civil é que a sentença seja conforme
ao pedido do demandante. Duplamente conforme: conforme ao pedido imediato (providência
jurisdicional postulada – declaração, constituição, condenação, mandamento ou execução) e
conforme ao pedido mediato (bem da vida perseguido em juízo). Daí a razão pela qual é veda-
do ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida (vale dizer, descon-
forme ao pedido imediato), ou que tenha objeto diverso do demandado (isto é, desconforme
ao pedido mediato). Fazendo-o, profere o juiz sentença infra, extra ou ultra petita. A sentença
infra petita é aquela que não aprecia o pedido ou um dos pedidos cumulados. A sentença ex-
tra petita que julga fora do pedido do demandante. A sentença ultra petita é aquela em que o
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órgão jurisdicional vai além daquilo que foi pedido pelo demandante. Em todos esses casos a
sentença é desconforme ao pedido e viola os Arts. 2º, 141, 490 e 492, CPC, podendo ser decre-
tada a sua invalidade... (MARINONI, Luiz Guilherme, e outros. Novo Código de Processo Civil
Comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais. 1 ed. 2015. p. 496).
Letra b.
A jurisdição é impessoal, logo o princípio da identidade física do juiz, que constava expressa-
mente no CPC/73, e que indicava, como regra, que o juiz que presidisse a instrução do proces-
so, deveria nele proferir sentença. Este princípio passou a não mais ser previsto na lei proces-
sual, haja vista que o entendimento que prevalece é o de que as provas pertencem ao processo
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e o de que é o Estado-juiz (o juízo, portanto, e não mais o juiz) quem as aprecia e quem com
base nelas forma a sua convicção e profere o julgamento.
Letra b.
As hipóteses do inc. II só se reputarão verificadas depois que a parte, por intermédio do es-
crivão, requerer ao juiz que determine a providência e este não aprecie o requerimento dentro
de dez dias (parágrafo único).
7
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Código de Processo Civil anotado / Humberto Theodoro Júnior: colaboradores, Humberto
Theodoro Neto, Adriana Mandim Theodoro de Mello, Ana Vitoria Mandim Theodoro. – 21. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro:
Forense, 2018. p.63.
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Existem exceções previstas em lei, onde o princípio será aplicável. Veja a jurisprudência do
STF: “O princípio da responsabilidade objetiva do Estado não se aplica aos atos do Poder Judi-
ciário, salvo os casos expressamente declarados em lei. Orientação assentada na jurisprudên-
cia do STF. Recurso conhecido e provido” (STF, RE 219.117, Rel. Min. Ilmar Galvão, 1ª Turma,
jul. 03.08.1999, DJ 29.10.1999).
Errado.
EXEMPLO
RE 327.904/SP. Para o STF, quando o texto constitucional estabeleceu a responsabilidade esta-
tal (art. 37, § 6º), garantiu um direito ao particular lesado de ser indenizado pelos prejuízos que
sofreu, mas também concedeu ao agente público a garantia de só ser cobrado pelo Estado. É
o que se convencionou chamar de “Dupla Garantia”.
Da leitura do art. 37, § 6º, da Constituição Federal, pode-se concluir que a responsabilização
do ente público se configura objetiva, enquanto a de seus agentes depende da análise de dolo
ou culpa. Assim, inobstante a responsabilidade seja atribuída ao Estado, o magistrado deve
ressarcir os prejuízos causados se, comprovadamente, tiver atuado com dolo, fraude ou culpa
no exercício de suas funções.
Sobre a propositura de ação direta contra o magistrado, Celso Antônio Bandeira de Mello8 e o
STJ9 já entenderam pela possibilidade, isto é, admitem que o particular prejudicado ajuíze ação
de responsabilidade contra a pessoa natural do agente público causador do dano. Contudo,
os últimos entendimentos já adotam a posição do STF, em função de decisão em Tema vincu-
lante, veja:
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Essa é a previsão do art. 148 e seus incisos, que também prevê a forma pela qual a par-
te interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição: em petição fundamentada e de-
vidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos (§1º, art.
148, CPC).
Será formado um incidente em separado (§2º do art. 148, CPC), sem suspensão, ouvindo
o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando necessária.
Tais previsões não se aplicam à arguição de impedimento ou de suspeição de testemunha
(§4º do art. 148).
A lei especifica os motivos que podem afastar o juiz da demanda, espontaneamente ou por
ato das partes. São de duas ordens:
• impedimentos (art. 144), de cunho objetivo, peremptório;
• suspeição (art. 145), cujo reconhecimento, se não declarado de ofício pelo juiz, deman-
da prova.
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julgada, vez que, mesmo após o trânsito em julgado da sentença, pode a parte prejudicada
rescindir a decisão (art. 966, II). Já a suspeição, embora constitua pressuposto processual de
validade, se não arguida no momento oportuno, é envolvida pela coisa julgada.
Além disso, no impedimento há presunção absoluta de parcialidade do magistrado, en-
quanto na suspeição a presunção é relativa, admitindo-se prova em sentido contrário. Veja-
mos as previsões legais:
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado Art. 145. Há suspeição do juiz:
exercer suas funções no processo: I – Amigo íntimo ou inimigo de qualquer das
I – Em que interveio como mandatário da parte, partes ou de seus advogados;
oficiou como perito, funcionou como membro do II – Que receber presentes de pessoas que
Ministério Público ou prestou depoimento como tiverem interesse na causa antes ou depois de
testemunha; iniciado o processo, que aconselhar alguma
II – De que conheceu em outro grau de jurisdição, das partes acerca do objeto da causa ou que
tendo proferido decisão; subministrar meios para atender às despesas
III – quando nele estiver postulando, como defensor do litígio;
público, advogado ou membro do Ministério Público, III – quando qualquer das partes for sua
seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, credora ou devedora, de seu cônjuge ou
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até companheiro ou de parentes destes, em linha
o terceiro grau, inclusive; (§§1 e 3º) reta até o terceiro grau, inclusive;
IV – Quando for parte no processo ele próprio, seu IV – Interessado no julgamento do processo
cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo em favor de qualquer das partes.
ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, § 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo
inclusive; de foro íntimo, sem necessidade de declarar
V – Quando for sócio ou membro de direção ou de suas razões.
administração de pessoa jurídica parte no processo; § 2º Será ilegítima a alegação de suspeição
VI – Quando for herdeiro presuntivo, donatário quando:
ou empregador de qualquer das partes; I – Houver sido provocada por quem a alega;
VII – em que figure como parte instituição de II – A parte que a alega houver praticado
ensino com a qual tenha relação de emprego ou ato que signifique manifesta aceitação do
decorrente de contrato de prestação de serviços; arguido.
VIII – em que figure como parte cliente do
escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em
linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive,
mesmo que patrocinado por advogado de outro
escritório;
IX – Quando promover ação contra a parte ou seu
advogado.
§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se
verifica quando o defensor público, o advogado ou o
membro do Ministério Público já integrava o processo
antes do início da atividade judicante do juiz.
§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a
fim de caracterizar impedimento do juiz.
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se
verifica no caso de mandato conferido a membro de
escritório de advocacia que tenha em seus quadros
advogado que individualmente ostente a condição
nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente
no processo.
DICA
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No CPC/73 ser herdeiro presuntivo, donatário ou empregador eram causas de suspeição, en-
tretanto no CPC/15 essas são causas de impedimento!
ANTES: CPC/73.
ATUALMENTE: CPC/15.
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
VI – Quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
A resposta à questão encontra-se na lei, mais especificamente no art. 146 que trata da trami-
tação do incidente. Vejamos:
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedi-
mento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o funda-
mento da recusa, podendo instrui-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de
testemunhas. § 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará
imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação
em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de
documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal. § 2º
Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for rece-
bido: I – sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr; II – com efeito suspensivo, o processo
permanecerá suspenso até o julgamento do incidente. § 3º Enquanto não for declarado o efeito em
que é recebido o incidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência
será requerida ao substituto legal. § 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição
é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á.§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de
manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto
legal, podendo o juiz recorrer da decisão.§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal
fixará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.§ 7º O tribunal decretará a nulidade
dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição.
Errado.
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Por fim, importante ressaltar que também se poderá falar em impedimento quando 2 (dois)
ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o ter-
ceiro grau, inclusive, sendo que o primeiro que conhecer do processo impede que o outro nele
atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os autos ao seu substituto legal (art.
147, CPC).
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RESUMO
O processo ato de três pessoas, o autor, o réu e o juiz (iudicium est actum trium persona-
rum: actoris, rei et iudicis). Assim como as partes, também o juiz possui deveres, poderes e
responsabilidades, as quais são tratadas especificamente nos artigos 139-148 do CPC. Os
referidos artigos não tratam do tema de maneira isolada, existindo demais previsões tanto ao
longo do CPC como em legislações extravagantes.
Para melhor compreensão do tema, uma análise sistemática do ordenamento jurídico é
indispensável. Assim, passamos a elencar alguns exemplos codificados indispensáveis que
cabem ao juiz:
• ordenar ou indeferir provas e diligências (art. 139, III, 2ª parte; art. 370, CPC);
• determinar a condução de testemunhas (art. 455, § 5º);
• julgar antecipadamente o mérito (art. 355);
• determinar a reunião de processos que possam gerar decisões conflitantes (art. 55, §
1º).
Entretanto, nesse ponto do estudo, o artigo legal que provavelmente foi alvo de cobranças
reiteradas pelas bancas é o artigo 139 do CPC. Para fim de sintetizar os dez incisos, veja a
tabela abaixo:
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IX – Determinar o suprimento de
pressupostos processuais e o saneamento PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DO MÉRITO
de outros vícios processuais;
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• Dever de evitar que as partes utilizem do processo para praticar ato simulado ou con-
seguir fim vedado por lei (art. 142, CPC);
• Responsabilidade do magistrado: trazendo no art. 143 duas situações em que respon-
derá civil e regressivamente: I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou
fraude; II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar
de ofício ou a requerimento da parte. Importante que o(a) concurseiro(a) saiba que a
jurisprudência atual – tanto do STF quanto do STJ – tem se posicionado na necessidade
de propositura da ação pelo indivíduo contra o Estado, para que o agente público venha,
a esse, poder responder por perdas e danos quando exercido o direito de regresso. Aqui,
aplicação do Tema 940 do STF.
• Vícios quanto à imparcialidade e processamento do incidente de suspeição ou impedi-
mento (arts. 144-148, CPC): aqui é interessante que o(a) concurseiro saiba as causas
de suspeição, as quais através da frase “SUSPEITO QUE CIDA RECEBEU PRESENTES
INTERESSANTES, POIS ACONSELHOU AS PARTES FINANCEIRAMENTE” são possíveis
de serem memorizadas. Veja:
− C: credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em
linha reta até o terceiro grau, inclusive;
− I: inimigo
− D: devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até
o terceiro grau, inclusive;
− A: amigo íntimo
− RECEBEU PRESENTES: receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa
antes ou depois de iniciado o processo;
− INTERESSANTES: interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das
partes.
− POIS ACONSELHOU FINANCEIRAMENTE AS PARTES: aconselhar alguma das partes
acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do
litígio.
Tais previsões não são aplicáveis unicamente ao magistrado, mas também aos demais
sujeitos imparciais da relação processual (art. 148, CPC), quais sejam:
I – ao membro do Ministério Público;
II – aos auxiliares da justiça;
III – aos demais sujeitos imparciais do processo.
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EXERCÍCIOS
001. (CESPE/2020/MPE-CE/TÉCNICO MINISTERIAL) De acordo com as regras estabeleci-
das pelo Código de Processo Civil acerca das partes e seus procuradores, do juiz, dos auxilia-
res da justiça e do Ministério Público, julgue o item a seguir.
Os poderes do juiz no processo civil incluem o de inquirir as partes sobre os fatos
relacionados à causa, em qualquer momento do processo, determinando, de ofício, o
comparecimento do autor ou do réu em juízo.
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concreto, com o objetivo de solucionar conflitos de interesses e que uma das características
da jurisdição é a imparcialidade, pode-se afirmar que ocorre a/o
a) suspeição do juiz, quando qualquer das partes for credora de seu cônjuge e quando o juiz
estiver interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
b) suspeição do juiz, quando for sócio de pessoa jurídica parte no processo e o impedimento,
quando o juiz intervier como mandatário da parte.
c) impedimento do juiz, quando figurar como parte no processo cliente do escritório de advoca-
cia de seu cônjuge e a suspeição, quando o juiz promover ação contra a parte ou seu advogado.
d) impedimento, quando o juiz for amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus
advogados e quando receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou
depois de iniciado o processo.
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d) A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na
forma da lei.
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a) o perito quando, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos preju-
ízos que causar à parte;
b) o depositário infiel, quando dilapidar o bem deixado sob sua responsabilidade, admitindo-se,
inclusive, a pena de prisão;
c) o juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos, quando demorar mais de 10
(dez) dias para apreciar qualquer requerimento urgente;
d) o mediador, quando atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impe-
dido ou suspeito, será excluído do cadastro, independentemente de processo administrativo;
e) o escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e regressiva-
mente, quando se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou por qualquer juiz,
ainda que de outro tribunal.
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Assinale a alternativa que, em vista da normatização ínsita ao Código de Processo Civil, não
pode ser aplicada à lide.
a) Uma vez provocando o exercício da jurisdição, imediatamente estará o autor sujeitando-se
ao juiz, posto que está a dar causa à formação do processo com a entrega da causa ao Poder
Judiciário em face da inevitabilidade da jurisdição estatal.
b) São limites jurisdicionais a que se submetem os juízes questões atinentes à competên-
cia, condições da ação e exigências procedimentais, impedindo, assim, o seu exercício in-
discriminado.
c) Poderá ser contenciosa ou voluntária, sendo exemplo caracterizador desta última o não
julgamento de pretensões antagônicas, não impondo ao julgador escolher entre tutelar um ou
outro interessado.
d) A pretexto de julgar por equidade não pode o juiz decidir por critérios inexistentes numa
norma positivada, posto que lhe compete julgar, exclusivamente, segundo as regras previs-
tas em lei.
e) Expondo a violação de um direito, pode o autor requerer unicamente a sua declaração, a
manifestação acerca da inexistência de uma relação jurídica, da autenticidade ou da falsidade
documental.
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Tais hipóteses somente serão verificadas depois que a parte requerer ao juiz que determine a
providência e o requerimento não for apreciado no prazo de vinte dias.
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Conforme entendimento do STF a parte que for lesada por ato doloso do magistrado deverá
propor ação diretamente contra o magistrado.
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e) manter sob sua guarda os autos, não permitindo que saiam do cartório, ainda que tenham
que seguir à conclusão do juiz.
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GABARITO
1. C 37. d
2. e 38. d
3. b 39. E
4. E 40. E
5. a 41. b
6. e 42. d
7. b 43. d
8. e 44. d
9. a 45. a
10. a
11. e
12. e
13. d
14. c
15. E
16. d
17. a
18. E
19. E
20. E
21. d
22. c
23. b
24. c
25. d
26. e
27. b
28. b
29. c
30. E
31. C
32. c
33. d
34. C
35. d
36. C
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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/2020/MPE-CE/TÉCNICO MINISTERIAL) De acordo com as regras estabeleci-
das pelo Código de Processo Civil acerca das partes e seus procuradores, do juiz, dos auxilia-
res da justiça e do Ministério Público, julgue o item a seguir.
Os poderes do juiz no processo civil incluem o de inquirir as partes sobre os fatos relacionados
à causa, em qualquer momento do processo, determinando, de ofício, o comparecimento do
autor ou do réu em juízo.
Era necessário que o aluno tivesse conhecimento do texto seco da lei, mais especificamente
do “art. 139 [...] VIII – determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes,
para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso.”
Certo.
Era necessário o domínio das previsões dos arts. 141 e 492 do CPC:
Tais artigos trazem o princípio da congruência/adstrição/correlação, que, conforme ensina
Elpídio Donizetti se “traduz no dever de o magistrado decidir a lide nos limites em que foi pro-
posta, vedando o provimento aquém (citra petita), além (extra petita) ou estranho (ultra petita)
ao que foi pedido e sua respectiva causa de pedir remota (fatos jurígenos).”
Letra e.
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A questão exige o conhecimento do art. 139, X, do CPC/15, que a respeito dos poderes, deveres
e responsabilidade do juiz assim dispõe:
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
X – Quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público,
a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei
n. 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990, para se for o
caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.
Letra b.
A questão exige o conhecimento do art. 139, VI, do CPC/15, que a respeito dos poderes, deve-
res e responsabilidade do juiz assim dispõe:
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
VI – Dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os
às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.
Errado.
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b) suspeição do juiz, quando for sócio de pessoa jurídica parte no processo e o impedimento,
quando o juiz intervier como mandatário da parte.
c) impedimento do juiz, quando figurar como parte no processo cliente do escritório de advoca-
cia de seu cônjuge e a suspeição, quando o juiz promover ação contra a parte ou seu advogado.
d) impedimento, quando o juiz for amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus
advogados e quando receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou
depois de iniciado o processo.
A questão exige o conhecimento dos arts. 144 e 145, do CPC/15, que tratam de impedimento
e suspeição. Vamos analisar cada uma das assertivas:
a) Certa. Essas causas de suspeição constam no art. 145, III e IV, do CPC/15.
b) Errada. Essas hipóteses são de impedimento (e não de suspeição) do juiz, constantes no art.
144, V e I, do CPC/15.
c) Errada. É certo que o juiz é impedido no processo quando figurar como parte no processo
cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, porém também é impedido (e não suspeito)
quando promove ação contra a parte ou seu advogado (art. 144, VIII e IX, CPC/15).
d) Errada. Quando o juiz for amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus ad-
vogados, ou, ainda, quando ele receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa
antes ou depois de iniciado o processo, ele é considerado suspeito (e não impedido) para atuar
no processo (art. 145, I, CPC/15).
Letra a.
a) Errada. Art. 143 do CPC. “O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos
quando: I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude.”
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b) Errada.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: VI – di-
latar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às
necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; Parágrafo único.
A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de encerrado o prazo
regular.
c) Errada. A jurisdição por equidade não é a regra. Veja: “Art. 140. O juiz não se exime de decidir
sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Parágrafo único. O juiz só
decidirá por equidade nos casos previstos em lei.”
d) Errada. “Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe veda-
do conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.”
e) Certa.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: IV – de-
terminar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para
assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação
pecuniária.
Letra e.
Essa é uma questão que analisa a postura do magistrado no recebimento de uma ação civil,
que, no caso, se tratava de uma ação civil pública. Ainda que se tenha como regra a análise do
preenchimento dos requisitos formais pelo magistrado e a determinação de eventuais supri-
mentos (art. 139, IX, CPC), era necessário que o aluno tivesse conhecimento de entendimentos
sumulados, quais sejam: Súmula 506 STJ que prevê que “A Anatel não é parte legitima nas
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Nessa questão era necessário ter um amplo domínio dos atos do magistrado ao longo do pro-
cesso civil, uma vez que os poderes e deveres não estão previstos de maneira isolada a partir
do art. 139. Para uma melhor compreensão, vamos analisar cada uma das alternativas.
a) Errada. Era necessário o conhecimento do “Art. 71, CPC. O incapaz será representado ou
assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. Afirmativa incorreta por estar
incompleta, enquanto a afirmativa E não possui “vícios”.
b) Errada. Era necessário o conhecimento do “Art. 73, CPC. O cônjuge necessitará do consenti-
mento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados
sob o regime de separação absoluta de bens.
c) Errada. Era necessário o conhecimento do “Art. 75, CPC. Serão representados em juízo, ativa
e passivamente: X – a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administra-
dor de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.”
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d) Errada.
CPC
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá
ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte
contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as
despesas que efetuou.
e) Certa.
CPC
Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao
longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos hono-
rários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis
que lhes assegurem o pagamento.
Letra e.
Nessa questão era necessário saber a postura do magistrado ao decidir ação rescisória (que
estudaremos mais adiante em ponto específico). Contudo, repisamos que a postura do magis-
trado não se concentra unicamente nos pontos específicos da lei que trata “ do juiz”, razão pela
qual passamos a analisar cada uma das alternativas.
a) Certa. Era necessário o conhecimento do “Art. 966. A decisão de mérito, transitada em jul-
gado, pode ser rescindida quando: I – se verificar que foi proferida por força de prevaricação,
concussão ou corrupção do juiz;”
b) Errada. Era necessário o conhecimento do “art. 966. A decisão de mérito, transitada em
julgado, pode ser rescindida quando: II – for proferida por juiz impedido ou por juízo absoluta-
mente incompetente;”
c) Errada. Era necessário o conhecimento do “Art. 966. A decisão de mérito, transitada em
julgado, pode ser rescindida quando: III – resultar de dolo ou coação da parte vencedora em
detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de frau-
dar a lei;”
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Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: VII – obtiver o au-
tor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde
fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável.
Letra a.
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Art. 373. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à im-
possibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facili-
dade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso,
desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se
desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
c) Errada. Conforme o “Art. 373, § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode
ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I – recair sobre direito indisponível da parte.”
d) Errada. Conforme o “Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independente-
mente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu
convencimento.”
e) Certa. Conforme o “Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar
as provas necessárias ao julgamento do mérito.”
Letra e.
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Juiz
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A questão trata da postura do magistrado diante das previsões das normas fundamentais
(arts. 1-12, CPC). Para compreender melhor a resposta, era necessário o conhecimento espe-
cífico de alguns artigos, razão pela qual passamos a análise das alternativas:
a) Certa. Conforme “Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à
aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.”
b) Certa. Conforme “Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.”
c) Certa. Conforme “Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente
do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu con-
vencimento.”
d) Certa.
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode
ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do
Ministério Público.
e) Errada. Conforme “Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base
em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar,
ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.”
Letra e.
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A questão trata dos pronunciamentos judiciais. Para compreender melhor a resposta, era ne-
cessário o conhecimento específico de alguns artigos, razão pela qual passamos a análise das
alternativas:
a) Errada. Conforme “Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.”
b) Errada. Conforme “Art. 203, § 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de
natureza decisória que não se enquadre no § 1º.”
c) Errada. Conforme “Art. 203, § 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista
obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos
pelo juiz quando necessário.”
d) Certa. Conforme “Art. 205, § 2º A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição,
pode ser feita eletronicamente, na forma da lei.”
Letra d.
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Juiz
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Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a
alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.
Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual
recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo.
II – Assertiva correta.
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em
sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos
previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de
inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar
oralmente suas razões perante os novos julgadores.
III – Assertiva correta conforme “Art. 941 (...) O voto vencido será necessariamente declarado
e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-ques-
tionamento.”
Letra c.
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Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do
Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério
Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou
colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguí-
neo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no pro-
cesso;
VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decor-
rente de contrato de prestação de serviços;
VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que
patrocinado por advogado de outro escritório;
IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
Já segundo o art. 145 do CPC são hipóteses de suspeição:
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CPC/15
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos
que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco)
anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao
respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.
b) Errada. É certo que o depositário infiel poderá ser responsabilizado se dilapidar o patrimônio
deixado sob sua responsabilidade, porém, não poderá ser submetido à prisão por este motivo,
pois essa possibilidade, outrora contida no ordenamento jurídico, foi declarada inconstitucio-
nal pelo STF por ir de encontro a um tratado de direitos humanos firmado pelo Brasil: “Súmula
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vinculante 25. É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do
depósito”.
c) Errada. Acerca da responsabilização do juiz, dispõe o art. 143, do CPC/15:
O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando: I – no exercício de suas
funções, proceder com dolo ou fraude; II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência
que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte. Parágrafo único. As hipóteses previstas no
inciso II somente serão verificadas depois que a parte requerer ao juiz que determine a providência
e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.
d) Errada. O processo administrativo é necessário para que o mediador seja excluído do cadas-
tro, senão vejamos:
CPC/15
Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele que: I – agir com dolo ou
culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua responsabilidade ou violar qualquer dos
deveres decorrentes do art. 166, §§1º e 2º; II – atuar em procedimento de mediação ou conciliação,
apesar de impedido ou suspeito. § 1º Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo
administrativo. § 2º O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e mediação,
se houver, verificando atuação inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá-lo de suas
atividades por até 180 (cento e oitenta) dias, por decisão fundamentada, informando o fato imedia-
tamente ao tribunal para instauração do respectivo processo administrativo.
e) Errada. Os auxiliares da justiça devem cumprir os atos determinados pelo tribunal a que es-
tejam subordinados e não por outros, senão vejamos:
Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e regressiva-
mente, quando: I – sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou
pelo juiz a que estão subordinados; II – praticarem ato nulo com dolo ou culpa.
Letra a.
A questão exige o conhecimento do art. 139, X, do CPC/15, que a respeito dos poderes, deve-
res e responsabilidade do juiz, assim dispõe:”Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as
disposições deste Código, incumbindo-lhe: (...) X – quando se deparar com diversas demandas
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Art. 461. O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte: I – a inquirição de testemunhas
referidas nas declarações da parte ou das testemunhas; (...)
Ademais, dispõe o art. 370, caput, do CPC/15: “Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento
da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito”. Conforme se nota, a
lei processual autoriza o juiz, a fim de alcançar a verdade dos fatos, a lançar mão de poderes
instrutórios e determinar a produção das provas que entender necessárias à formação de seu
convencimento, ainda que não haja requerimento da parte.
Errado.
Ao contrário do que se afirma, essa possibilidade, que deriva do princípio dos poderes instrutó-
rios do juiz, é admitida pela lei processual, senão vejamos:
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Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: (...) VI –
dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às
necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.
Errado.
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as ex-
ceções previstas em lei
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
b) Certa. Não responde a questão. O exercício da jurisdição, de fato, é feito conforme as pres-
crições do CPC, ou seja, existem condicionamentos e limites. Tais limites delimitam questões
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Juiz
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Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, con-
forme as disposições deste Código
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
c) Certa. Não responde a questão. De fato, a jurisdição pode ser contenciosa ou voluntária. Na
jurisdição voluntária, em verdade, não há lide, inexiste pretensão resistida. Sobre o tema, assim
escreveu Fredie Diddier Jr.:
A jurisdição voluntária é uma atividade estatal de integração e fiscalização. Busca-se do Poder Judi-
ciário a integração da vontade para torná-la apta a produzir determinada situação jurídica. Há certos
efeitos jurídicos decorrentes da vontade humana, que somente podem ser obtidos após a integra-
ção dessa vontade perante o Estado-juiz, que o faz após a fiscalização dos requisitos legais para
a obtenção do resultado almejado (DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução
ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento. Salvador, Jus Podivm, 2016. p.
187).
d) Errada. Responde a questão. Ao contrário do exposto, a equidade não fica circunscrita ape-
nas ao existente em normas jurídicas positivadas. Logo, inclusive para integrar lacunas, pode o
juiz julgar com base em ditames que não estejam apenas firmados em dispositivos normativos
positivados, tudo conforme o art. 140 do CPC.
e) Certa. Não responde a questão. Reproduz o exposto nos arts. 19/20 do CPC:
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A questão trata da postura do magistrado diante das previsões das normas fundamentais
(arts. 1-12, CPC). Para compreender melhor a resposta, era necessário o conhecimento espe-
cífico de alguns artigos, razão pela qual passamos a análise das alternativas:
Afirmativa I) De fato, dispõe o art. 6º, do CPC/15, que “todos os sujeitos do processo devem
cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”.
Afirmativa correta.
Afirmativa II) Em sentido diverso, dispõe o art. 4º, do CPC/15, que “as partes têm o direito de
obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa”. Afirma-
tiva incorreta.
Afirmativa III) A respeito, dispõe o art. 10, do CPC/15, que “o juiz não pode decidir, em grau
algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofí-
cio”. Afirmativa incorreta.
Afirmativa IV) Determina o art. 8º, do CPC/15, que “ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz
atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dig-
nidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a
publicidade e a eficiência”. Afirmativa correta.
Letra c.
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Os poderes, deveres e responsabilidades do juiz constam, em geral, nos arts. 139 a 143 do
CPC/15, sobretudo no art. 139, ao qual todas as alternativas trazidas pela questão fazem refe-
rência, senão vejamos:
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
I – assegurar às partes de tratamento;
II – velar pela duração razoável do processo;
III – prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações mera-
mente protelatórias;
IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias neces-
sárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto
prestação pecuniária;
V – promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores
e mediadores judiciais;
VI – dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os
às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; VII – exercer
o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos
fóruns e tribunais;
VIII – determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os
fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;
IX – determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios pro-
cessuais;
X – quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a
Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei n.
7.347, de 24 de julho de 1985, e no art. 82 da Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o
caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de
encerrado o prazo regular.
As alternativas A, C, D e E trazem, nas mesmas palavras, os deveres constantes nos incisos
VIII, II, IV e VII do dispositivo legal transcrito.
A alternativa B, por sua vez, encontra-se incorreta porque, de acordo com o parágrafo único,
do art. 140, do CPC/15, “o juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei”, e não em
qualquer caso, como foi erroneamente afirmado.
Letra b.
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b) Não é possível ao juiz diminuir ou dilatar os prazos processuais, que são peremptórios.
c) Cabe ao juiz determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-ro-
gatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que
tenham por objeto prestação pecuniária.
d) O julgamento por equidade, no atual ordenamento processual civil, tornou-se regra geral, em
busca da melhor realização da justiça.
e) Mesmo quando a lei exigir iniciativa das partes, deverá o juiz conhecer de quaisquer ques-
tões, ainda que não suscitadas por elas, em razão do princípio publicístico do processo.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: (...) IV –
determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias
para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto pres-
tação pecuniária.
d) Errada. Ao contrário do que se afirma, o art. 140, parágrafo único, do CPC/15, dispõe que “o
juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei”.
e) Errada. Dispõe o art. 141, do CPC/15, que “o juiz decidirá o mérito nos limites propostos pe-
las partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige
iniciativa da parte”.
Letra c.
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Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
I – assegurar às partes igualdade de tratamento;
II – velar pela duração razoável do processo;III – prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à digni-
dade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias;
IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias neces-
sárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto
prestação pecuniária;
Item II) Correto.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
V – promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores
e mediadores judiciais;
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VII – exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança
interna dos fóruns e tribunais;
VIII – determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os
fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;
IX – determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios pro-
cessuais;
X – quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a
Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei no
7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o
caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.
Item III) Correto.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
VI – dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os
às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito;
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de
encerrado o prazo regular.
Letra d.
Era necessário o domínio do art. 139 do CPC mas também dos negócios jurídicos processuais
do art. 190. Para melhor compreensão, vamos analisar cada uma das assertivas.
a) Certa. Não responde a questão. Reproduz comando do art. 139, VI, do CPC.
b) Certa. Não responde a questão. Reproduz comando do art. 139, IV, do CPC.
c) Certa. Não responde a questão. Reproduz comando do art. 139, X, do CPC.
d) Certa. Não responde a questão. Reproduz comando do art. 139, IX, do CPC.
e) Errada. Responde a questão. O juiz não tem o poder de alterar ritos processuais a seu bel
prazer, até porque procedimento é matéria de ordem pública. Podem as partes, sim, em
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negócio jurídico processual, promover alterações, mas não o juiz. É o que dita o comando do
art. 190 do CPC.
Letra e.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
III – prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações mera-
mente protelatórias;
V – promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores
e mediadores judiciais;
VI – dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os
às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito;
VIII – determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os
fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;
[...]
Logo, estão corretas apenas as afirmativas II, III e IV.
Letra b.
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a) Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções, no processo em que seja
amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados.
b) O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício.
c) Com esteio nos princípios da cooperação e da não surpresa, o Código de Processo Civil
veda a prolação de quaisquer decisões concessivas de tutela da evidência em desfavor de
uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
d) Ante a exigência de que todas as decisões sejam fundamentadas, o juiz não mais poderá
declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo ou, quando o fizer, deverá necessariamente ex-
ternar suas razões, sob pena de nulidade do pronunciamento.
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Era necessário o domínio dos artigos 144 e 145 do CPC, que tratam dos motivos de impedi-
mento e suspeição. Vamos analisar cada uma das alternativas:
a) Errada. Somente há impedimento do juiz quando em alguma dessas condições estiver pos-
tulando seu cônjuge ou companheiro. Primo é parente consanguíneo em quarto grau, o qual
não está abrangido pela hipótese legal de impedimento do art. 144, III, do CPC/15.
b) Errada. A hipótese trazida pela afirmativa é de suspeição e não de impedimento do juiz (art.
145, II, CPC/15).
c) Certa. De fato, essa é uma hipótese de suspeição do juiz. Ela está contida no art. 145, I,
do CPC/15.
d) Errada. O fato de uma das partes ser credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou compa-
nheiro ou de parentes destes, constitui uma hipótese de suspeição e não de impedimento do
juiz. Além disso, a hipótese legal limita-se à linha reta até o terceiro grau, inclusive, não abran-
gendo o quarto grau (art. 145, III, CPC/15).
e) Errada. É certo que o juiz poderá declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo. Porém,
nessa hipótese, não precisará expor as suas razões. É o que dispõe o art. 145, §1º, do CPC/15:
“Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar
suas razões”.
Letra c.
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Ao analisar a especificidade do caso, o juiz da causa poderá conferir prazo de vinte e cinco
dias para que o réu apresente sua contestação, mesmo após o encerramento do prazo regular.
A assertiva vai contra a previsão do art. 139, VI, do CPC/15, que dispõe que “o juiz dirigirá o
processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: (...) VI – dilatar os prazos
processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessida-
des do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito”. Essa dilação de prazo,
porém, por expressa disposição de lei, somente poderá ocorrer antes de encerrado o prazo
regular (art. 139, parágrafo único, CPC/15).
Errado.
A questão faz alusão ao que a doutrina denomina de “interrogatório informal”. Este termo é
utilizado para distinguir o ato do juiz que determina o comparecimento da parte para prestar
esclarecimento a respeito dos fatos da causa, em qualquer fase do processo, do depoimento
pessoal, meio de prova produzido em audiência a fim de obter uma confissão. Sendo um ato
informal, a parte não está sujeita à pena de confesso. O “interrogatório informal” está previsto
no art. 139, VII, do CPC/15, nos seguintes termos:
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: (...) VIII –
determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos
da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso.
Certo.
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O art. 139, VI, do CPC/15, autoriza o juiz a “dilatar os prazos processuais e alterar a ordem da
produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir
maior efetividade à tutela do direito”. A esse respeito, estabelece o parágrafo único, do mesmo
dispositivo legal, que essa dilação somente será possível se determinada antes do encerra-
mento do prazo regular.
Certo.
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a) I e II
b) I e IV
c) III e IV
d) II e IV
e) I e III
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do
Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério
Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou
colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguí-
neo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no pro-
cesso;
VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
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VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decor-
rente de contrato de prestação de serviços;
VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro
ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo
que patrocinado por advogado de outro escritório;IX – quando promover ação contra a parte ou seu
advogado.
a) Errada. Nesta hipótese, ele estará impedido por força do art. 144, IX, do CPC/15.
b) Errada. Nesta hipótese, ele estará impedido por força do art. 144, I, do CPC/15.
c) Errada. Nesta hipótese, ele estará impedido por força do art. 144, VII, do CPC/15.
d) Certa. O parentesco que provoca o impedimento do juiz é o de até o terceiro grau (e não
quarto), motivo pelo qual, nessa hipótese, o juiz não estaria impedido (art. 144, III, do CPC/15).
e) Errada. Nesta hipótese, ele estará impedido por força do art. 144, I, do CPC/15.
Letra d.
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando: I – no exercício de
suas funções, proceder com dolo ou fraude. Caro (a) concurseiro (a), tenha muito cuidado no enun-
ciado das questões pois o parâmetro constitucional previsto no § 6º do art. 37 é diferente: art. 37 [...]
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Errado.
O entendimento do STF é diverso do narrado, devendo a parte propor a ação contra o Estado,
que poderá exercer seu direito de regresso.
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A ação de responsabilidade, segundo entendimento do STF, deve ser proposta pelo particular
em face do Estado, que poderá se voltar contra o agente público, no caso, o juiz, em ação re-
gressiva (exemplo: RE 327.904/SP13). Para o STF, no momento em que o texto constitucional
estabeleceu a responsabilidade estatal (art. 37, § 6º), garantiu um direito ao particular lesado
de ser indenizado pelos prejuízos que sofreu, mas também concedeu ao agente público a ga-
rantia de só ser cobrado pelo Estado. É o que se convencionou chamar de “Dupla Garantia”. Os
entendimentos mais atuais do STJ também se posicionam nesse sentido, adotando a orienta-
ção vinculante do STF (Tema 940).
Errado.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
13
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO: § 6º DO ART. 37
DA MAGNA CARTA. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. AGENTE PÚBLICO (EX-PREFEITO). PRÁTICA DE ATO PRÓPRIO
DA FUNÇÃO. DECRETO DE INTERVENÇÃO. O § 6º do artigo 37 da Magna Carta autoriza a proposição de que somente as
pessoas jurídicas de direito público, ou as pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviços públicos, é que poderão
responder, objetivamente, pela reparação de danos a terceiros. Isto por ato ou omissão dos respectivos agentes, agindo
estes na qualidade de agentes públicos, e não como pessoas comuns. Esse mesmo dispositivo constitucional consagra,
ainda, dupla garantia: uma, em favor do particular, possibilitando-lhe ação indenizatória contra a pessoa jurídica de direito
público, ou de direito privado que preste serviço público, dado que bem maior, praticamente certa, a possibilidade de paga-
mento do dano objetivamente sofrido. Outra garantia, no entanto, em prol do servidor estatal, que somente responde admi-
nistrativa e civilmente perante a pessoa jurídica a cujo quadro funcional se vincular. Recurso extraordinário a que se nega
provimento. (RE 327904, Relator(a): CARLOS BRITTO, Primeira Turma, julgado em 15/08/2006, DJ 08-09-2006 PP-00043
EMENT VOL-02246-03 PP-00454 RTJ VOL-00200-01 PP-00162 RNDJ v. 8, n. 86, 2007, p. 75-78)
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a) Certa. Está correta conforme o inciso IV – determinar todas as medidas indutivas, coerci-
tivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem
judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
b) Errada. Está incorreta conforme o inciso VI – dilatar os prazos processuais e alterar a ordem
de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a confe-
rir maior efetividade à tutela do direito; Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso
VI somente pode ser determinada antes de encerrado o prazo regular. É, portanto, o gabarito;
c) Certa. Está correta conforme o inciso VIII – determinar, a qualquer tempo, o comparecimen-
to pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a
pena de confesso;
d) Certa. Está correta conforme o inciso X – quando se deparar com diversas demandas indi-
viduais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível,
outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art.
82 da Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da
ação coletiva respectiva.
Letra b.
O art. 333, do NCPC, integralmente vetado pela Presidência, possuía a seguinte redação:
Razões do veto:
Da forma como foi redigido, o dispositivo poderia levar à conversão de ação individual em ação
coletiva de maneira pouco criteriosa, inclusive em detrimento do interesse das partes. O tema exige
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disciplina própria para garantir a plena eficácia do instituto. Além disso, o novo Código já contempla
mecanismos para tratar demandas repetitivas. No sentido do veto manifestou-se também a Ordem
dos Advogados do Brasil – OAB.
Art. 139. [...] X – quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Minis-
tério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o
art. 5º da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990,
para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.
Letra d.
Era necessário o conhecimento da letra seca da lei. Vejamos cada uma das alternativas:
a) Errada.
b) Errada.
c) Errada.
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d) Certa.
e) Errada.
CPC/2015, Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência,
da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e
da decisão informada.
A afirmativa, a nosso sentir, não está incorreta, mas assim foi considerada pela banca exami-
nadora por não corresponder à transcrição literal do dispositivo legal em comento, deixando de
mencionar o princípio da autonomia da vontade.
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b) Errada. Em sentido diverso, dispõe o art. 166, § 4º, do CPC/2015, que “a mediação e a conci-
liação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz respei-
to à definição das regras procedimentais”.
c) Errada. A lei processual admite a livre escolha do conciliador ou do mediador pelas partes,
senão vejamos:
Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara priva-
da de conciliação e de mediação.
§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado no tribunal.
Art. 172. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 (um) ano, contado do término
da última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes.
Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º, o conciliador e o mediador receberão pelo seu
trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos
pelo Conselho Nacional de Justiça.
§ 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a legis-
lação pertinente e a regulamentação do tribunal.
Letra d.
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CPC/2015, Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá
pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2
(dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz
comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.
b) Errada. É certo que o depositário infiel poderá ser responsabilizado se dilapidar o patrimônio
deixado sob sua responsabilidade, porém, não poderá ser submetido à prisão por este motivo,
pois essa possibilidade, outrora contida no ordenamento jurídico, foi declarada inconstitucio-
nal pelo STF por ir de encontro a um tratado de direitos humanos firmado pelo Brasil:
JURISPRUDÊNCIA
STF, Súmula Vinculante n. 25.
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:
I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a reque-
rimento da parte. Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas
depois que a parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado
no prazo de 10 (dez) dias.
d) Errada. O processo administrativo é necessário para que o mediador seja excluído do cadas-
tro, vejamos:
e) Errada. Os auxiliares da justiça devem cumprir os atos determinados pelo tribunal a que es-
tejam subordinados e não por outros, vejamos:
Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e regressiva-
mente, quando:
I – sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou pelo juiz a que
estão subordinados;
II – praticarem ato nulo com dolo ou culpa.
Letra a.
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REFERÊNCIAS
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Revista Exame. São Paulo: Editora Abril, 2016.
ALVARO DE OLIVEIRA, Carlos Alberto; MITIDIERO, Daniel. Curso de processo civil: Teoria geral
do processo civil e parte geral do direito processual civil. São Paulo: Atlas, 2010. v.1.
AMARAL, Guilherme Rizzo do. Comentários as Alterações do Novo CPC, São Paulo: RT, 2015.
BARBOSA MOREIRA, José Carlos. O futuro da justiça: alguns mitos. Revista de Processo, v.
102, p. 228-237, abr./jun. 2001.
BUENO, Cassio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 2009. v. 2, t. I.
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte
geral e processo de conhecimento. Salvador, Jus Podivm, 2016.
DONIZETTI, Elpídio. Curso de Direito Processual Civil – 24. ed. – São Paulo: Atlas, 2021.
DWORKIN, Ronald. Uma questão de princípio. Trad. Luís Carlos Borges. São Paulo: Martins
Fontes, 2005.
LOURENÇO, Haroldo. Processo civil sistematizado / Haroldo Lourenço. – 5. ed. – Rio de Janei-
ro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019.
MARINONI, Luiz Guilherme, e outros. Novo Código de Processo Civil Comentado. São Paulo:
Revista dos Tribunais. 1 ed. 2015.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Código de Processo Civil anotado / Humberto Theodoro Jú-
nior: colaboradores, Humberto Theodoro Neto, Adriana Mandim Theodoro de Mello, Ana Vitoria
Mandim Theodoro. – 21. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense, 2018.
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Mestre em Direito pela UNISINOS. Especialista em Direito do Estado pela UFRGS e em Direito Processual
Civil pela Verbo Jurídico. Graduada pela PUCRS. Professora de Teoria Geral do Processo e Direito Proces-
sual Civil na Faculdade São Francisco de Assis – UNIFIN. Professora convidada na Associação de Juízes
do Rio Grande do Sul – AJURIS. Professora em cursos preparatórios.
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